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Farmacognosia LT 1

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Autoras: Profa. Nilsa Sumie Yamashita Wadt
 Profa. Ivana Barbosa Suffredini
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Profa. Eliane Maria de Almeida Orsine
Farmacognosia 
Professoras conteudistas: Nilsa Sumie Yamashita Wadt / Ivana Barbosa Suffredini
Nilsa Sumie Yamashita Wadt
Farmacêutica-bioquímica formada pela Universidade de São Paulo (1988), possui doutorado em Fármacos 
e Medicamentos, mais especificamente na área de insumos farmacêuticos (área de farmacognosia), também pela 
Universidade de São Paulo (2000). Trabalhou na indústria farmacêutica na área de controle de qualidade e foi 
proprietária de drogaria por mais de 10 anos. Atualmente, ministra aulas de Farmacognosia e Controle de Qualidade, 
além de ser pesquisadora e pertencer ao grupo de pesquisa sobre Estudo Estrutural, Bioquímico, Fisiológico e Molecular 
da Interação Parasita-Hospedeiro na Universidade Paulista. Como pesquisadora, coordena a pesquisa clínica nos 
municípios de Valinhos e Jundiaí utilizando folhas de goiaba e pitanga em processos de cicatrização, além de óleo e 
hidrolato de melaleuca, além de realizar outras pesquisas com plantas e seus derivados, bem como desenvolver estudos 
na área agrícola. Atua como consultora na área de plantas medicinais e fitoterápicos, principalmente na implantação 
da fitoterapia nos municípios do estado de São Paulo, com elaboração de mementos e formulários fitoterápicos. 
Coordena ainda o Grupo de Plantas Medicinais do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (do qual vocês podem 
fazer parte, como estudantes). É autora de artigos científicos e de uma patente que pertence à Universidade Paulista.
Ivana Barbosa Suffredini
Graduada em Farmácia, possui mestrado (1997) e doutorado (2000) em Fármaco e Medicamento pela Universidade 
de São Paulo, além de pós-doutorado (2011) em Toxicologia pela Universidade Paulista. Atua como professora titular da 
Universidade Paulista, docente permanente nos PPGs em Patologia Ambiental e Experimental (Conceito CAPES 5) e em 
Odontologia (Conceito CAPES 4), além de ser responsável pelo Núcleo de Pesquisas Biodiversidade (NPBio) e membro da 
Comissão de Ética no Uso de Animais, ambos da Universidade Paulista. Atua na área de Farmacognosia, Microbiologia, 
Farmacologia e Toxicologia de Plantas Medicinais, nos temas de avaliação da atividade antitumoral, antimicrobiana, 
antioxidante, da toxicidade geral e de alterações comportamentais de extratos vegetais e óleos essenciais aplicados à 
medicina veterinária e humana e em odontologia. É, ainda, uma das principais pesquisadoras do Projeto Rio Negro, líder 
dos Grupos de Pesquisa de Atividades Biológicas, Farmacológicas e Toxicológicas de Produtos Naturais e Terapêutica 
Medicamentosa Aplicada às Ciências da Saúde, além de pesquisadora dos Grupos de Pesquisa Neuropsicofarmacologia 
Experimental e Ambiental, Esquemas Terapêuticos e Curativos Propostos e Preconizados no Tratamento das Doenças 
Bucais. Autora de vários trabalhos científicos e de duas patentes que pertencem à Universidade Paulista.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
W125f Wadt, Nilsa Sumie Yamashita.
Farmacognosia / Nilsa Sumie Yamashita Wadt, Ivana Barbosa 
Suffredini. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
220 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Botânico. 2. Cromatografia. 3. Metabolismo. I. Wadt, Nilsa 
Sumie Yamashita. II. Suffredini, Ivana Barbosa. III. Título.
CDU 615.3
U511.57 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Talita Lo Ré
 Bruna Baldez
 Bruno Barros
Sumário
Farmacognosia 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 LEGISLAÇÃO ENVOLVENDO PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS ....................................... 11
2 DEFINIÇÕES EM FARMACOGNOSIA ......................................................................................................... 14
3 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA .......................................................................................................................... 28
3.1 Sistemática vegetal e taxonomia vegetal .................................................................................. 28
4 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA: ASPECTOS MORFOLÓGICOS ................................................................ 36
4.1 Morfologia vegetal .............................................................................................................................. 36
4.2 Tecidos vegetais .................................................................................................................................... 49
4.3 Morfologia externa dos vegetais ................................................................................................... 67
4.3.1 Raiz ............................................................................................................................................................... 68
4.3.2 Folhas ........................................................................................................................................................... 75
4.3.3 Flor ................................................................................................................................................................ 89
4.3.4 Fruto ............................................................................................................................................................. 92
4.3.5 Semente ...................................................................................................................................................... 96
Unidade II
5 PRODUÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE DE DROGAS VEGETAIS ............................................108
5.1 Produção de drogas vegetais.........................................................................................................108
5.2 Controle de qualidade de fitoterápicos .....................................................................................120
5.2.1 Cromatografia ....................................................................................................................................... 129
6 PRODUÇÃO DE INSUMOS VEGETAIS .....................................................................................................135
6.1 Métodos de extração a quente e a frio .....................................................................................135
6.1.1 Extrato, tintura e métodos especiais ........................................................................................... 140
Unidade III
7 METABOLISMO VEGETAL ............................................................................................................................1518 METABÓLITOS VEGETAIS .............................................................................................................................160
8.1 Polissacarídeos .....................................................................................................................................160
8.2 Taninos ....................................................................................................................................................174
7
APRESENTAÇÃO
Caros alunos, é um prazer poder compartilhar nosso conhecimento com vocês. Este livro-texto 
é resultado da experiência que adquirimos nesses anos todos em que utilizamos, estudamos e 
divulgamos as plantas medicinais e os fitoterápicos.
Nossa disciplina tem como objetivo proporcionar a vocês o conhecimento sobre as plantas 
medicinais, drogas vegetais e seus derivados. Aqui, as plantas medicinais serão estudadas segundo 
os pontos mais importantes para o profissional da área, ou seja, aqueles utilizados na prática do dia 
a dia. Nesse sentido, os aspectos botânicos também serão abordados de forma aplicada, tanto na 
perspectiva macroscópica como microscópica.
A divisão do livro-texto foi pensada de forma que vocês consigam entender os principais temas 
relacionados ao assunto, como os aspectos regulatórios (legislação), a maneira como as plantas são 
denominadas e a importância da produção e da qualidade dessas espécies vegetais. Os aspectos 
morfológicos e os aspectos microscópicos mais relevantes para a identificação das plantas serão 
abordados de forma prática e associada aos conceitos e critérios de qualidade impostos pela 
legislação brasileira.
O conhecimento sobre os vegetais deve englobar também seu metabolismo, dando uma visão 
sobre como as plantas produzem as substâncias que utilizamos atualmente. Os métodos de extração 
dos metabólitos primários e secundários (substâncias ativas) presentes nas plantas serão tratados de 
forma que essas substâncias possam ser utilizadas na prática diária do profissional para fabricação 
de medicamentos fitoterápicos e fitocosméticos, entre outros.
A qualidade das plantas é critério essencial quando se pensa em atividade farmacológica ou 
toxicologia, por isso o conhecimento dos parâmetros, desde a produção até o medicamento fitoterápico 
pronto, e das técnicas de controle de qualidade são essenciais para garantir a segurança e efetividade 
de uma planta ou de um fitoterápico.
Este livro-texto apresenta textos explicativos e estruturas químicas, bem como situações cotidianas 
envolvendo problemas encontrados ao se trabalhar com plantas medicinais e seus derivados. Essa 
”vivência didática” tem como objetivo estimulá-los a solucionar problemas da prática farmacêutica, 
sobretudo aqueles relacionados a plantas medicinais e fitoterápicos.
INTRODUÇÃO
O estudo de produtos naturais, principalmente as plantas medicinais, tem provocado grande 
interesse no mundo todo, e o Brasil, como possuidor de uma das maiores biodiversidades (diversidades 
de espécies vegetais e animais) do mundo, tem farto material de estudo e muito ainda a ser pesquisado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1978) incentiva a utilização de plantas medicinais, 
respeitando a regionalidade e a exploração não predatória desses recursos naturais, bem como a 
8
eficácia, a segurança, a qualidade, o uso racional e o acesso das plantas medicinais à população 
(BRASIL, 2008a, 2012).
Para a OMS, a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos se enquadra na chamada medicina 
tradicional e medicina complementar e alternativa. Ela também recomenda que os países elaborem 
políticas para a sua inserção e utilização, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS) 
(BRASIL, 2012).
A presente disciplina, segundo o Conselho Federal de Farmácia (BRASIL, 2008), é exclusiva 
para o profissional da área, tratando sobre as plantas medicinais, desde a sua produção até o 
medicamento pronto.
Segundo Oliveira, Akisue e Akisue (1991), o termo farmacognosia vem do grego, correspondendo 
à junção de duas palavras: pharmakon, que significa “droga, fármaco, medicamento, veneno”, e 
gnosis, que significa “conhecimento”. Em outras palavras, farmacognosia é o conhecimento da droga, 
do fármaco, do medicamento ou do veneno.
Sempre é bom lembrar que a diferença entre um medicamento e um veneno é a dose, por isso, 
mesmo em se tratando de medicamentos à base de plantas, os fitoterápicos podem ser tóxicos se 
administrados de forma errônea.
Apesar de nossa disciplina referir-se a produtos de origem natural em geral (isto é, de origem 
vegetal, animal e mineral) (OLIVEIRA, AKISUE, AKISUE, 1991), aqui nos deteremos principalmente nos 
produtos de origem vegetal, isso, porque a biodiversidade brasileira é muito grande e a quantidade 
de plantas medicinais utilizadas pela população é maior do que a quantidade de produtos de origem 
animal usados.
Há várias legislações (como leis, decretos e resoluções da Anvisa) que regulamentam desde a 
produção à dispensação das plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil; pode-se afirmar que tais 
normas definem alguns conceitos para que não haja erros de interpretação por parte daquele que 
trabalha nessa área.
Todas as etapas da produção devem ser realizadas em conformidade com as normas de qualidade 
e, para isso, é necessário que tenhamos todas as informações sobre a planta e os fatores envolvidos 
em sua conservação.
É necessário, ainda, aprender sobre a estrutura das plantas medicinais, tanto com relação aos 
aspectos macroscópicos (como são e qual a função dos órgãos) quanto com relação aos aspectos 
microscópicos (de quais células e tecidos são formados os vegetais, além dos compostos químicos 
presentes). Esses são fatores essenciais para a identificação de falsificações e adulterações, as quais 
podem alterar a qualidade do produto final e até provocar intoxicações.
Seguindo tal linha, vamos estudar qual a melhor forma de extrair esses compostos químicos das 
plantas, preservando suas características e sua eficácia farmacológica, a fim de que se possa produzir 
9
um medicamento de qualidade (na verdade, trata-se de um dos critérios essenciais quando se pensa 
em um medicamento fitoterápico de excelência).
Mas como as plantas produzem esses compostos químicos? Entender as vias de produção 
(metabolismo) desses compostos é um desafio que nossa disciplina tem, em muitos casos, ainda 
que estudar e desvendar. Isso ocorre porque conhecer essas vias metabólicas auxilia a manipular e 
conservar os compostos de forma adequada a fim de manter suas atividades farmacológicas.
Muitos desses compostos químicos (metabólitos) são essenciais para a sobrevivência das 
plantas, como açúcares e aminoácidos, e há outros que auxiliam a planta a se adaptar ao meio 
ambiente, melhorando sua possibilidade de sobrevivência. Alguns desses compostos serão estudados 
nesta disciplina.
Esperamos que vocês gostem de ler e aprender com este livro-texto e apreciem trabalhar com as 
plantas, pois elas nos fornecem a base dos medicamentos, visto que, desde os primórdios, os produtos 
naturais foram os recursos que a humanidade utilizou – e ainda utiliza – no tratamento de doenças.
Que a nossa paixão por essa ciência seja também a de vocês. Com dedicação, estudos, pesquisas e 
aplicação de tudo que compõe este livro-texto.
11
FARMACOGNOSIA
Unidade I
1 LEGISLAÇÃO ENVOLVENDO PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
Em 1978, na cidade de Alma-Ata (Cazaquistão), houve a Conferência Internacional sobre Atenção 
Primária em Saúde, conferência em que foi definida a necessidade de se incentivar o desenvolvimento 
e a implantação de pesquisas voltadas ao uso de plantas medicinais e a empregabilidade delas nos 
sistemas de saúde (ANDRADE et al., 2017; OMS, 1978).
Uma resolução da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan), mais 
precisamente a Resolução Ciplan n. 8, promulgada em 1988, implantou a prática de fitoterapia nos 
serviços de saúde de forma a orientar, através de ComissõesInterinstitucionais de Saúde (CIS), a 
inclusão da fitoterapia nas Ações Integradas de Saúde (AIS) e na programação do Sistema Unificado 
e Descentralizado de Saúde (SUDS).
A Portaria n. 3.916/GM, de 30 de outubro de 1998, estabeleceu a Política Nacional de Medicamentos, 
definindo prioridades, diretrizes e responsabilidades da assistência farmacêutica em todos os âmbitos 
(Federal, Estadual e Municipal) do Sistema Único de Saúde (SUS). Com essa Portaria, a assistência 
farmacêutica ganhou destaque no que se refere a ter uma gama de medicamentos considerados 
essenciais, incluindo os fitoterápicos, na Atenção Básica de Saúde.
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS foi regulamentada 
pela Portaria n. 971, de 3 de maio de 2006 (BRASIL, 2006a), incluindo a fitoterapia, a homeopatia, 
a antroposofia, a medicina tradicional chinesa, a acupuntura e o termalismo social/crenoterapia 
como práticas integrativas. Em 2017, o Ministério da Saúde incluiu também outras práticas como 
arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, 
reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e yoga (BRASIL, 2017, 2015a). Essa 
política abriu as portas para que a fitoterapia passasse a ser utilizada no SUS (BRASIL, 2011a).
O Decreto n. 5.813, de 22 de junho de 2006, aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais 
e Fitoterápicos, bem como estabeleceu uma cadeia produtiva, isto é, desde a produção das plantas 
medicinais até o medicamento fitoterápico, com o envolvimento de vários profissionais, como 
agrônomos, biólogos, químicos e, principalmente, farmacêuticos, por ser esta a classe que melhor 
transita em todas as áreas relacionadas a plantas medicinais e fitoterápicos.
Com essas legislações, houve o incentivo da inclusão da fitoterapia no SUS e, consequentemente, 
de toda a estrutura para que se produzisse fitoterápicos de qualidade, podendo a população fazer 
o uso racional e seguro das plantas medicinais e fitoterápicos (BRASIL, 2019, 2011a). Infelizmente, 
essa realidade ainda não está presente em grande parte dos municípios brasileiros, apesar de ter 
12
Unidade I
havido um crescimento nos programas municipais de produção (plantação) e manipulação de plantas 
medicinais (RIBEIRO, 2019).
Em 2008, houve a promulgação da Portaria Interministerial n. 2.960, de 9 de dezembro de 2008, 
que aprovou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e criou o Comitê Nacional 
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Esse comitê teve a responsabilidade de incluir várias plantas na 
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), passando a ser possível, então, a distribuição 
gratuita de medicamentos fitoterápicos pelo SUS, como comprimidos de alcachofra, gel de aroeira e 
cáscara-sagrada em cápsulas (BRASIL, 2018, 2014b, 2014c).
 
 Saiba mais
Por meio do link a seguir, você pode ter acesso à Relação Nacional de 
Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde, ou seja, a lista 
de plantas do Renisus.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Renisus: relação nacional de plantas medicinais 
de interesse ao SUS. Disponível em: https://bit.ly/3tXKgQZ. Acesso em: 
27 abr. 2021.
A Farmácia Viva, no âmbito do SUS, foi instituída pela Portaria n. 886, de 20 de abril de 2010 
(BRASIL, 2010b), devido à necessidade de ampliação da oferta de plantas medicinais e fitoterápicos 
para atender às necessidades locais, pois, pela Farmácia Viva, são possíveis o cultivo e a manipulação 
de plantas medicinais (e seus derivados) com qualidade, sendo distribuídas à população para 
tratamentos diversos.
O projeto da Farmácia Viva foi idealizado pelo professor Francisco José de Abreu Matos, da 
Universidade Federal do Ceará, e “teve como finalidade oferecer, sem fins lucrativos, assistência 
farmacêutica fitoterápica às comunidades, promovendo o uso correto de plantas de ocorrência regional 
com atividades terapêuticas cientificamente comprovadas” (MATOS, 1998, p. 17).
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 26, de 13 de maio de 2014, dispõe sobre o registro de 
medicamentos fitoterápicos, além do registro e da notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. 
Essa RDC fornece os parâmetros para que um medicamento fitoterápico possa ter seu registro na 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tornando-se, assim, comercializável.
 Observação
Essa RDC revogou a Resolução da Diretoria Colegiada n. 10, de 9 de março 
de 2010 (BRASIL, 2010a), a qual dispunha sobre a notificação de drogas 
vegetais (plantas secas), definindo, por exemplo, os parâmetros de qualidade.
13
FARMACOGNOSIA
Para orientar o trabalho com plantas medicinais e fitoterápicos, em 2011, a Anvisa publicou 
o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira; nesse formulário há o receituário sobre 
como utilizar as plantas secas e seus derivados (como as tinturas). Em 2018, houve a publicação 
do primeiro suplemento desse formulário, apresentando novas plantas e algumas adequações de 
utilização (BRASIL, 2018, 2011b). Trata-se de um material de grande importância para quem trabalha 
com plantas medicinais e fitoterápicos, principalmente nas Farmácias Vivas.
Outra legislação que dá apoio a quem trabalha na área é a Instrução Normativa n. 2, de 13 de 
maio de 2014: essa instrução contém a lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado e 
a lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado.
 Saiba mais
Por meio do link a seguir, você pode acessar a IN 2/2014 para conhecer 
essas listas.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instrução normativa n. 2, de 13 de março 
de 2014. Publica a “lista de medicamentos fitoterápicos de registro 
simplificado” e a “lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro 
simplificado. Brasília, 2014 Disponível em: https://bit.ly/3aKCGkZ. Acesso 
em: 27 abr. 2021.
A grande maioria das plantas que constam na IN n. 2/2014 é isenta de prescrição médica, o que 
significa que o farmacêutico pode prescrevê-las – de acordo com a Resolução n. 586 do Conselho 
Federal de Farmácia (CFF), que regulamenta a prescrição farmacêutica, reforçando a Resolução n. 546, 
de 21 de julho de 2011 (BRASIL, 2011c), sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais e 
fitoterápicos isentos de prescrição. Para reforçar essa posição, o Conselho Regional de Farmácia (CRF), 
através de seu Grupo Técnico de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, publicou a Cartilha de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos para auxiliar o profissional farmacêutico na prescrição (BRASIL, 2019).
 Saiba mais
A seguir você tem o endereço de acesso da Cartilha de plantas 
medicinais e fitoterápicos do CRF.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Cartilha 
de plantas medicinais e fitoterápicos. Disponível em: https://bit.ly/3xoYexv. 
Acesso em: 20 abr. 2021.
14
Unidade I
O que se pode verificar é que, através de várias legislações, o Brasil tem incentivado o cultivo, 
a manipulação e o controle de qualidade de plantas medicinais e fitoterápicos. A procura por tais 
fármacos no SUS, entre 2013 e 2015, teve um aumento de 161%, sendo esse um mercado que cresce 
no mundo inteiro, não apenas no Brasil. Porém, a indústria ainda enfrenta muitos desafios para o 
lançamento de novos produtos, mesmo com as legislações de incentivo à fitoterapia (MACIEL, 2016, 
HASENCLEVER et al., 2017).
 Saiba mais
No site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, você tem acesso 
à legislação completa e também pode consultar outras normas da 
área da saúde.
www.anvisa.gov.br
2 DEFINIÇÕES EM FARMACOGNOSIA
O uso correto de termos em farmacognosia é essencial para que não haja qualquer tipo de confusão 
ou falha em procedimentos. Por isso, trataremos agora das principais definições preconizadas na área, 
definições que serão retiradas na íntegra da legislação, quando houver, e explicadas a seguir a fim de 
eliminar qualquer possível equívoco no entendimento.
“Planta medicinal: é a espécie vegetal, cultivada ou não, utilizadacom propósitos terapêuticos 
e/ou profiláticos” (BRASIL, 2018, p. 13). A planta medicinal é aquela que se utiliza fresca, isto é, antes 
do processo de secagem e conservação, como o chá de hortelã (Mentha sp.) feito com as folhas 
frescas, colhidas de um vaso ou compradas (frescas) na feira.
A planta medicinal deve ter utilização farmacêutica, isto é, pode ser utilizada no tratamento (ou 
na prevenção) de alguma dor ou doença, mas seus compostos também podem ser utilizados para 
melhorar uma forma farmacêutica. Por exemplo, podemos colocar um pouco de hortelã para melhorar 
o odor de um chá, mas em concentração tão baixa que impede qualquer ação farmacológica, apenas 
melhorando o cheiro do chá e facilitando a sua ingestão.
15
FARMACOGNOSIA
A) B) 
Figura 1 – Planta medicinal: (A) Guaco (Mikania glomerata Spreng), (B) Mentha sp.
 
Drogas vegetais são plantas inteiras ou suas partes, geralmente secas, não 
processadas, podendo estar íntegras ou fragmentadas. Também se incluem 
exsudatos, tais como gomas, resinas, mucilagens, látex e ceras, que não 
foram submetidos a tratamento específico. (BRASIL, 2019, p. 32).
A droga vegetal, então, é a planta seca (ou partes dela) que conserva as substâncias que têm 
ação farmacológica ou podem ser utilizadas com finalidades farmacêuticas. Por exemplo, o chá de 
camomila, que normalmente é comprado seco, visto que não é comum termos a camomila plantada 
em vasos ou a encontrarmos em hortas.
A) B) 
Figura 2 – Droga vegetal: (A) Garra do diabo (Harpagophytum procumbens DC. Ex Meisn.), 
(B) Sene (Senna alexandrina Mill)
16
Unidade I
 Lembrete
Tanto a planta medicinal como a droga vegetal possuem a estrutura 
celular da planta, isto é, possuem os tecidos que compõem o vegetal.
Outro exemplo de droga vegetal é o boldo-do-chile. Visto que ele é, como o próprio nome indica, 
originário do Chile (e só cresce lá), assim, o boldo que recebemos vem na forma seca. Por isso, só 
recebemos e utilizamos no Brasil a droga vegetal boldo-do-chile. Já o boldo-de-jardim, esse que as 
pessoas costumam cultivar no jardim ou em vasos no Brasil, é utilizado como planta medicinal, pois 
normalmente é utilizado fresco.
Droga animal: a droga animal é o animal (ou suas partes) que contenha as substâncias (ou 
classe de substâncias) que têm atividade farmacológica ou utilização farmacêutica após processo de 
secagem e/ou conservação (OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1998).
Um exemplo de droga animal utilizada no seu cotidiano é a cochonilha, um inseto semelhante a 
um pequeno besourinho que nasce nos cactos, principalmente no Peru e México. Esses “besourinhos” 
são colhidos e secos, depois são triturados, peneirados e transformados em pó, que pode ser utilizado 
como corante (possui coloração vermelha). Dessa forma, quando você come um biscoito com recheio 
vermelho, caso característico dos alimentos com sabor de morango, provavelmente você estará 
ingerindo esse pequeno inseto, ainda que na forma de corante. Vale ressaltar que não apenas biscoitos, 
mas sucos, sorvetes, gelatinas e mesmo medicamentos possuem tal elemento em sua composição, 
cujo nome comercial é Carmim. Trata-se de um corante natural orgânico muito utilizado por, via de 
regra, não ocasionar alergias e por não ser tóxico, sendo bem tolerado pelo organismo humano.
Figura 3 – Cochonilha
17
FARMACOGNOSIA
Existem também as drogas derivadas, que podem ser animais ou vegetais (isto é, derivam de 
animais ou vegetais). Vejamos isso melhor.
Drogas derivadas: “são produtos derivados de animal ou vegetal, obtidos diretamente, isto é, 
sem utilização de processo extrativo delicado” (OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991, p. 3).
Nesses casos, a droga derivada provém direto da planta ou do animal, mas o processo de extração 
é um processo fácil, sem utilização de equipamentos nem técnicas elaboradas, e a droga não possui a 
estrutura celular do animal ou vegetal presente. Por exemplo, o amido é uma droga derivada vegetal, 
porque o processo de extração para sua obtenção é simples, bastando cortar uma batata para que 
o amido fique aderido à faca. Assim, a droga derivada vegetal (no caso, o amido) foi obtida por um 
processo de extração simples e não contém a estrutura celular da planta, uma vez que o amido que 
estava dentro da célula vegetal foi extraído quando esta última foi rompida.
Vale esclarecer que, apesar de não possuir atividade farmacológica, o amido possui utilidade 
farmacêutica, constituindo-se em uma necessidade farmacêutica (OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991) 
de extrema importância para a elaboração de comprimidos, cabendo-lhe a função de induzir a adesão 
(liga) entre os pós ou aumentar a viscosidade de uma formulação.
 Lembrete
O amido é uma droga derivada vegetal e uma necessidade farmacêutica.
O látex da papoula (Papaver somniferum L.) é extraído através de cortes na cápsula floral e, depois 
de seco, recolhido e prensado, é chamado de pão de ópio. O ópio (droga derivada vegetal) possui 
atividade farmacológica como hipnoanalgésico, em outras palavras, provoca sonolência e diminui 
a dor. Do ópio se extrai a morfina e a codeína, entre outros princípios ativos, que são importantes 
compostos farmacêuticos muito utilizados em hospitais. A morfina, por exemplo, é um importante 
analgésico utilizado em casos de dores muito fortes.
Figura 4 
18
Unidade I
Um exemplo de droga derivada animal é o mel, visto que quem o produz é a abelha, mas, para se 
consumir o mel, retira-se a abelha. Assim, a estrutura celular da abelha, que deu origem ao mel, não 
está presente na droga derivada animal (o mel). A extração do mel é simples, basta retirar o favo da 
colmeia (pense em abelhas que não picam, assim fica mais fácil o raciocínio). Cabe lembrar que o mel 
pode ser utilizado como edulcorante, isto é, para dar sabor (doce) a uma formulação.
Figura 5 – Favo de mel com abelhas
Derivado vegetal: “é o produto da extração da planta medicinal in natura ou da droga vegetal, 
podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e volátil, cera, exsudado e outros” 
(BRASIL, 2011, p. 10). O derivado vegetal é um produto que deriva do vegetal, mas necessita de um 
processo sofisticado para sua obtenção. O óleo volátil (odor das plantas), por exemplo, é extraído por 
destilação (COSTA, 2002), que é um processo sofisticado por demandar aquecimento, verificação de 
temperatura e tempo de aquecimento, necessitando, assim, de certa tecnologia.
Figura 6 – Obtenção de óleo volátil por destilação: hidrodestilação em aparelho de Clevenger
19
FARMACOGNOSIA
Figura 7 – Óleo volátil
Princípio ativo: substância quimicamente bem definida que possui atividade farmacodinâmica 
(OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1991). São exemplos de princípios ativos o ácido acetilsalicílico, a dipirona 
e a cafeína.
Figura 8 – Princípio ativo: estrutura química do ácido acetilsalicílico
20
Unidade I
Figura 9 – Princípio ativo em comprimido
Princípio inativo: substância que não apresenta atividade farmacodinâmica, isto é, sem ação 
farmacológica, porém com importância farmacêutica (OLIVEIRA; AKISUE; AKISUE, 1998). Por exemplo, 
os corantes e os conservantes, entre outras substâncias, são considerados princípios inativos, uma vez 
que melhoram a formulação, no entanto, não têm atividade farmacológica.
Matéria-prima: “é todo insumo ativo ou inativo empregado na fabricação de fitoterápicos, tanto 
os que permanecem inalterados quanto os passíveis de modificações” (BRASIL, 2018, p. 10). Todos os 
compostos que entram na fabricação de um medicamento são considerados matéria-prima, caso do 
corante, do amido que promove a adesão dos pós e do próprio princípio ativo.
Matéria-prima vegetal: “compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal” 
(BRASIL, 2011, p. 12).
Figura 10 – Matéria-prima vegetal
21
FARMACOGNOSIA
Adjuvante: “substância de origem natural ou sintética adicionada ao medicamento com a finalidade 
de prevenir alterações, corrigir e/ou melhorar as características organolépticas, biofarmacotécnicase 
tecnológicas do medicamento” (BRASIL, 2004, p. 1).
Os adjuvantes farmacêuticos são chamados também de excipientes, nada mais do que substâncias 
auxiliares (sem atividade farmacológica) diretamente envolvidas na composição da formulação e que 
influenciam na liberação dos princípios ativos do medicamento (TONAZIO et al., 2011).
Fitocomplexo: “conjunto de todas as substâncias originadas do metabolismo, primário ou 
secundário, responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de seus 
derivados” (BRASIL, 2014, p. 3). Uma planta não possui apenas um composto que é responsável pela 
atividade farmacológica; são vários compostos (metabólitos) que podem ser responsáveis por uma ou 
mais atividades farmacológicas. Assim, o termo fitocomplexo engloba todos esses metabólitos e até 
os que não têm atividade farmacológica, mas são extraídos pelo solvente utilizado.
Quadro 1 – Fitocomplexo do extrato padronizado de Gingko biloba L.
Classe química Componentes
Flavonol monoglicosídeo Canferol-3-O-glicosídeo, Queratina-3-O-glicosídeo, Isoamnetina-3-O-glicosídeo, Canferol-7-O-glicosídeo, Quercetina-3-O-amnosídeo, 3’-O-Metilmirecetina-3-O-glicosídeo
Flavonol diglicosídeo Canferol-3-O-rutinosídeo, Quercetina-3-O-rutinosídeo, Isoamnetina-3-O-rutinosídeo, 3’-O-Metilmirecetina-3-O-rutinosídeo, Siringetina-3-O-rutinosídeo
Flavonol triglicosídeo
Canferol-3-O-α-ramnosil-(1-2-)-α-ramnosil-(1-6)-]-β-glicosídeo, Quercetina-3-O-[α-
ramnosil- (1-2-)-α-ramnosil-(1-6)-]-β-glicosídeo, Canferol-3-O-a-(6”’-p-coumaroiglicosil)-β-
1,2-amnosídeo, Quercetina-3-O-a-(6””-p-coumaroiglicosil)-β-1,2-ramnosídeo
Flavonol aglicona Canferol. Quercetina. Isoamnetina
Bioflavonoide Amentoflavona, Bilobetina, 5’-metoxibilometina, Ginkgetina, Isoginkgetina, Sciadopitisina
Terpenos Bilobalide, Ginkgolide A, Ginkgolide B, Ginkgolide C, Ginkgolide j
Ácidos orgânicos Acetato, ácido shiquímico, 3-Metoxi-4-Ácido-hidroxibenzóico, 4-Ácido hidroxibenzóico, 3,4-Diidroxibenzóico, 6-Ácido hidroxiquinurênico, Ácido quinurênico, Ácido ascórbico
Outros compostos Prodelfinidinas/procianidinas
Fonte: Banov et al. (2006, p. 220).
Insumo farmacêutico ativo vegetal (Ifav): “matéria-prima ativa vegetal, ou seja, droga, ou 
derivado vegetal, utilizada no processo de fabricação de um fitoterápico” (BRASIL, 2014, p. 3).
22
Unidade I
Figura 11 – Ifavs: extratos secos
Fórmula fitoterápica: “relação quantitativa de todos os componentes de um medicamento 
fitoterápico” (BRASIL, 2004, p. 1). A fórmula fitoterápica é importante, pois possibilita que seja 
reproduzida por outras farmácias, se necessário. Por exemplo, uma fórmula fitoterápica que é enviada 
à farmácia de manipulação deve conter as quantidades dos componentes para que o farmacêutico 
possa reproduzi-la adequadamente.
 
Marcador:
Substância ou classe de substâncias, como alcaloides, flavonoides, 
ácidos graxos etc., utilizada como referência no controle da qualidade 
da matéria-prima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo 
correlação com o efeito terapêutico. O marcador pode ser do tipo ativo, 
quando relacionado com a atividade terapêutica do fitocomplexo, ou pode 
ser analítico, quando não demonstrada, até o momento, sua relação com a 
atividade terapêutica do fitocomplexo (BRASIL, 2014, p. 3).
O marcador é muito utilizado no controle de qualidade químico da matéria-prima vegetal, sendo 
uma substância de referência para se saber se uma matéria-prima vegetal possui esse composto ou 
não. Muitas vezes, o marcador é o metabólito que possui a atividade farmacológica, o que é uma 
vantagem; outras vezes, trata-se de uma substância que não exerce atividade farmacológica, porém, 
possui características semelhantes às do metabólito ativo (isto é, se a concentração desse metabólito 
está alta, a do ativo também estará, já se o ativo estiver em baixa concentração, o marcador também 
estará). Assim, concentrações de metabólitos ativos diferentes podem resultar em um fitoterápico 
sem eficácia farmacológica.
Façamos um paralelo com medicamentos alopáticos: se tivermos o ácido acetilsalicílico (AAS) 
na concentração de 500 mg, esse medicamento será utilizado como anti-inflamatório e analgésico, 
porém, se a concentração for de 100 mg, ele atuará como antiagregante plaquetário, evitando a 
formação de coágulos (trombos). Veja que o princípio ativo é o mesmo, mas, em razão da concentração 
diversa, haverá uma alteração na atividade farmacológica. Por isso, é muito importante conhecer bem 
o marcador da matéria-prima que vai ser usada para fabricação de um medicamento fitoterápico, 
23
FARMACOGNOSIA
porque ela, a matéria-prima vegetal, possui vários metabólitos, havendo a necessidade de se 
estabelecer um deles como referência de concentração para o controle de qualidade afim de que seja 
possível relacionar à atividade farmacológica esperada para o fitoterápico.
Daremos como exemplo o medicamento fitoterápico composto do extrato padronizado de Gingko 
biloba. Esse extrato possui 24% de flavonoides, que apresentam atividade antioxidante, e 6% de 
terpenos, que inibem a agregação plaquetária. Nessa concentração, o Gingko biloba é indicado para 
arteriopatias crônicas, como a falta de memória decorrente da idade e, nesse caso, os marcadores são 
os flavonoides, pois são facilmente dosáveis e estão em maior quantidade.
 Lembrete
Um princípio ativo pode desempenhar diferentes atividades farmacológicas de 
acordo com a concentração em que se apresenta na formulação.
 
Fitoterápico:
Produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias 
isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo 
medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo 
ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal 
medicinal, ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma 
espécie vegetal (BRASIL, 2014, p. 3).
O chá de erva cidreira (Melissa officinalis) com finalidade calmante é um fitoterápico, uma vez que 
tem atividade calmante. Porém, ele não apresenta uma concentração definida, pois a quantidade da 
planta medicinal pode variar, assim como a quantidade de água. Mesmo assim, o chá ainda terá uma 
atividade calmante.
Figura 12 – Fitoterápico: chá
24
Unidade I
Figura 13 – Fitoterápico: óleo
Medicamentos fitoterápicos: “obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais 
cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados 
pela constância de sua qualidade” (BRASIL, 2014, p. 1). Cabe ressaltar que o registro de um 
medicamento fitoterápico passa por etapas tão rigorosas quanto aquelas envolvendo o registro 
de medicamentos alopáticos. Isto significa que precisa haver uma concentração de metabólitos 
ativos padronizada para que, nessa concentração, possa ser obtida a efetividade farmacológica, 
a qual, por sua vez, precisa ser comprovada por ensaios clínicos em humanos. A segurança 
do medicamento fitoterápico tem que ser comprovada, isto é, não pode haver toxicidade na 
concentração registrada.
 
Produtos tradicionais fitoterápicos:
Obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja 
segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo 
publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para 
serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de 
prescrição ou de monitorização [...]. Os produtos tradicionais fitoterápicos 
não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas 
graves, não podem conter matérias-primas em concentração de risco 
tóxico conhecido e não devem ser administrados pelas vias injetável e 
oftálmica (BRASIL, 2014, p. 1).
Os produtos tradicionais fitoterápicos são produtos farmacêuticos elaborados com insumos de 
plantas que têm sido estudados por mais de 30 anos. Sua eficácia e sua segurança são comprovadas 
pelo uso tradicional. O produto tradicional não precisa ser testado clinicamente, mas tem que ter sido 
estudadoem ensaios pré-clínicos, ou seja, em estudos in vitro e in vivo, em animais de laboratório, 
comprovados pela literatura. Devemos destacar que os produtos tradicionais fitoterápicos não podem 
ser utilizados em doenças graves.
25
FARMACOGNOSIA
 Observação
Estudos in vitro são aqueles realizados em bancada de laboratório, 
que utilizam, por exemplo, culturas de microrganismos, culturas celulares 
e ensaios enzimáticos. Estudos in vivo são os que utilizam animais de 
laboratório, como ratos, camundongos e coelhos.
 
Não se considera medicamento fitoterápico ou produto tradicional 
fitoterápico aquele que inclua na sua composição substâncias ativas 
isoladas ou altamente purificadas, sejam elas sintéticas, semissintéticas 
ou naturais, e nem as associações dessas com outros extratos, sejam eles 
vegetais ou de outras fontes, como a animal (BRASIL, 2014, p. 2).
Tanto um medicamento fitoterápico como o produto tradicional fitoterápico não podem ter 
princípio ativo isolado, isto é, substâncias isoladas, aquelas com estrutura muito bem definida, como 
o ácido acetilsalicílico. Mesmo a cafeína, que é extraída do café e do guaraná, quando extraída e 
purificada, não pode ser adicionada ao medicamento fitoterápico, pois, se isso for feito, esse produto 
se tornará um medicamento.
Vejamos um exemplo: no guaraná (Paullinia cupana), há várias substâncias (metabólitos) que 
desempenham um estímulo excitatório no sistema nervoso central (SNC), sendo as principais as 
metilxantinas. As metilxantinas, por sua vez, são compostas de três substâncias principais: cafeína, 
teofilina e teobromina. Quando temos metilxantinas em uma planta, elas são encontradas em conjunto, 
ou seja, como uma mistura dessas substâncias. Pensemos em outro exemplo: no café (Coffea arabica), 
temos principalmente a cafeína, mas não apenas cafeína, pois a teofilina pode estar presente, ainda 
que em concentração bem menor, isso ocorre porque essas duas metilxantinas não estão isoladas, mas 
em conjunto.
Figura 14 – Estrutura das metilxantinas
26
Unidade I
Quadro 2 – Estrutura química das metilxantinas
Substância
Radical químico
R1 R2 R3
Cafeína -CH3 -CH3 -CH3
Teofilina -CH3 -CH3 -H
Teobromina -H -CH3 -CH3
Observe que as metilxantinas possuem uma estrutura química em comum, porém são diferentes 
devido aos radicais diferentes. A cafeína possui três metilas, a teofilina possui duas metilas e 
teobromina também possui duas metilas, mas em posições diferentes das da teofilina.
Dessa forma, a cafeína é princípio ativo isolado e não pode ser utilizado em medicamento 
fitoterápico. Já a metilxantina é um fitocomplexo, um conjunto de várias substâncias, podendo, 
portanto, ser utilizada na fabricação de medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico.
Medicamento: “é o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, que contém um 
ou mais fármacos e outras substâncias, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins 
de diagnóstico, em que está estabelecida a relação prescritor-farmacêutico-usuário” (BRASIL, 2011, 
p. 12). O medicamento possui princípio ativo isolado, isto é, substância com estrutura química muito 
bem definida (sabe-se quantos carbonos, oxigênios, hidrogênios etc. essa molécula apresenta). Retome 
a estrutura das metilxantinas: a cafeína, teofilina e teobromina são princípios ativos, moléculas com 
estrutura química muito bem definida.
Exemplo de aplicação
Pesquise em drogarias ou no site da Anvisa os remédios que estão registrados como medicamento 
fitoterápico e como produto tradicional fitoterápico.
Fitoterapia: “é a profilaxia e o tratamento de doenças e distúrbios da saúde através de 
plantas, bem como por partes de plantas, e pelas suas preparações” (FINTELMANN, WEISS, 2014, p. 3). 
A fitoterapia é o tratamento ou a prevenção de doenças por meio da utilização de plantas e 
seus derivados, conforme os preceitos da alopatia (ANVISA, 2020). Na fitoterapia, encontra-se a 
concentração de substâncias ativas, podendo haver seu doseamento, ainda que a concentração 
seja muito baixa.
27
FARMACOGNOSIA
Figura 15 – Fitoterapia
Homeopatia: “sistema de saúde complexo de caráter holístico baseado no princípio vitalista e 
no uso da lei dos semelhantes, foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII” (BRASIL, 
2019, p. 14). De acorodo com a Anvisa (2020), a homeopatia baseia-se no princípio semelhante cura 
semelhante. Isso significa que uma pessoa doente pode ser curada por um medicamento que é capaz 
de produzir sintomas parecidos em uma pessoa sadia. Em um tratamento homeopático, o clínico deve 
observar cuidadosamente e considerar cada paciente como único (ANVISA, 2020).
Na homeopatia há o tratamento do paciente como um todo através dos processos de 
dinamização (energia) e diluições sucessivas. Nessa linha, não se consegue fazer o doseamento da 
concentração dos ativos.
Figura 16 – Medicamento homeopático
Alopatia: “tratamento médico, caracterizado pela prescrição de remédios, capaz de provocar 
no organismo o efeito contrário ao causado pela doença que se deseja combater” (DICIO, 2020). A 
alopatia trata os sintomas, por exemplo, se você tem uma dor de cabeça, o medicamento alopático 
será um analgésico para diminuir a dor, porém, não necessariamente terá efeitos sobre a causa da dor.
28
Unidade I
Figura 17 – Medicamento alopático
3 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA
3.1 Sistemática vegetal e taxonomia vegetal
“Sistemática é a ciência que estuda a classificação, a identificação e a nomenclatura das plantas” 
(JOLY, 1998, p. 3). Mais recentemente, o conceito de sistemática passou a ser o de ciência que classifica 
a biodiversidade e determina quais são as relações existentes entre as diversas espécies (JUDD et al., 
2009). Já o termo taxonomia, muitas vezes usado como sinônimo de sistemática, tem uma definição 
mais específica, relacionada à “organização” mais ampla dessa identificação, como se a sistemática 
fosse a organização por um empilhamento de livros e a taxonomia fosse a organização da pilha de 
livros por assuntos e autores. Assim, a taxonomia vai se preocupar em agrupar as espécies de acordo 
com as suas semelhanças, dando um nome científico adequado para cada uma das delas (espécies). 
Como as noções de classificação vegetal estão voltadas para nosso curso, vamos nos ater à parte da 
sistemática que nos interessa diretamente.
 Lembrete
Apesar de o termo taxonomia muitas vezes ser usado com um 
sinônimo de sistemática, cada um deles possui um significado próprio (e 
bastante diferente).
Para pensarmos em um sistema de classificação, podemos pensar em como nós identificamos 
nossos parentes. Por exemplo, temos nossos primos e tios que têm semelhança conosco, pois pertencem 
à mesma família (OLIVEIRA, AKISUE, 1993). No caso das plantas, o sistema organizacional é parecido, 
e a família das plantas indica que elas têm características semelhantes. Sendo assim, todas as plantas da 
família Lamiaceae possuem uma característica comum nas suas flores, que é o formato de uma 
“boquinha” (essa característica é tão evidente que, antigamente, a família era chamada de Labiatae, 
29
FARMACOGNOSIA
exatamente em razão da semelhança de suas flores com lábios humanos). Mas essa mesma família possui 
outra característica comum: no aspecto químico, todas as plantas dessa família possuem óleos voláteis 
(odor) (JOLY, 1998). Assim, estipulou-se que os nomes dados ao grupamento de família possuiriam a 
terminação -aceae. Por exemplo, a família da erva-cidreira verdadeira (Melissa officinalis L.) é a família 
Lamiaceae, já a erva-cidreira brasileira (Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton.& Wilson) pertence à 
família Verbenaceae.
Retomemos a ideia da família humana. Na nossa família, temos os irmãos, que são mais próximos 
da gente. No caso da botânica, os irmãos representariam o mesmo gênero, , seriam duas plantas 
com características muito semelhantes. Por fim, temos você, um indivíduo com características 
específicas, que, em uma comparação com o que se dána organização das plantas, representaria o 
que denominamos de espécie.
A nomenclatura botânica é essencial quando se trabalha com plantas medicinais, pois há muitas 
plantas que possuem nomes populares diferentes. Por exemplo, a mandioca (Manihot esculenta 
Crantz) é conhecida também como macaxeira e aipim. Dependendo da região, um nome popular pode 
prevalecer, porém o nome científico é sempre o mesmo, indicando que se trata da mesma planta.
Outras vezes, plantas diferentes têm o mesmo nome popular, como a já citada erva-cidreira. 
A verdadeira erva-cidreira, estudada e denominada como tal, é a Melissa officinalis L., porém 
o capim-limão Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. também é conhecido como erva-cidreira, ainda 
que não se trate da verdadeira erva-cidreira. Além do capim-limão, outra planta conhecida como 
erva-cidreira brasileira é a Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton.& Wilson, muitas vezes também vendida 
como melissa.
Como podemos observar, plantas diferentes podem receber o mesmo nome popular. Mas e quanto 
a sua atividade farmacológica? Elas possuem os mesmos efeitos? No caso das erva-cidreiras, pode-se 
afirmar que a Melissa officinalis L. possui atividade calmante eficiente, a Lippia alba (Mill.) 
N.E.Br. ex Britton.& Wilson (erva-cidreira brasileira) possui uma atividade calmante, porém em menor 
intensidade, já o Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (capim-limão) possui uma atividade calmante bem 
menor, possuindo um efeito digestório mais proeminente (BRASIL, 2019; PLANTAS MEDICINAIS, 2018; 
BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2012; WAGNER; WIESENAUER, 2006; ALONSO, 2004).
 Observação
Um engano muito comum é confundir o capim-limão Cymbopogon 
citratus (DC.) Stapf. com a citronela (Cymbopogon sp), uma vez que 
ambos são parecidas, porém a citronela atua como repelente (odor de 
eucalipto) e pode ser tóxica se ingerida.
30
Unidade I
Figura 18 – Melissa officinalis L. (erva-cidreira)
Figura 19 – Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (capim-limão)
31
FARMACOGNOSIA
A) B) 
Figura 20 – Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton.& Wilson (erva-cidreira brasileira)
Figura 21 – Cymbopogon sp (citronela)
32
Unidade I
É importante que a nomenclatura botânica seja escrita de forma correta, isto é: espécie (gênero + 
epíteto específico), autor do binômio, variedade (quando aplicável) e família (BRASIL, 2014a).
O gênero é o primeiro nome que aparece e é grafado com letra maiúscula e em itálico (ou se for 
manuscrito, deve ser grifado). Assim, nos nomes científicos vistos anteriormente, Melissa, Cymbopogon 
e Lippia representam o gênero. Como também discutimos, plantas do mesmo gênero possuem 
características muito parecidas; não à toa a confusão entre o capim-limão e a citronela, ambos 
pertencentes ao gênero Cymbopogon. Quanto às diferenças, podemos assinalar que o capim-limão 
tem um odor semelhante ao de limão e a citronela um odor semelhante ao de eucalipto. Além do 
odor, outra diferença está no tipo de crescimento das duas plantas: o capim-limão (Cymbopogon citratus 
(DC.) Stapf.) tem um crescimento mais ereto, enquanto as folhas da citronela (Cymbopogon sp.) tem um 
crescimento ereto no início, mas, posteriormente, suas folhas começam a pender (isto é, cair), ficando 
encurvadas e com tamanho maior. Apesar disso, para uma pessoa leiga, não é tão simples distinguir 
uma planta da outra (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
“[Uma] Espécie pode ser considerada como um grupo de indivíduos que se assemelham e que são 
capazes de se intercruzarem, originando descendentes férteis” (OLIVEIRA; AKISUE, 1993, p. 6). O nome 
da espécie é composto pela combinação do epíteto de gênero e do epíteto específico, que também 
são grafados em itálico (ou grifados, se na forma manuscrita). Assim, o gênero mais a denominação 
relativa à espécie resulta no nome científico que vai diferenciar uma espécie de outra.
Perceba que quando citamos, anteriormente, a citronela, grafamos seu nome científico como 
Cymbopogon sp. Isso significa que definimos apenas o gênero, não a espécie, de maneira que a citronela 
em questão pode tanto ser a espécie Cymbopogon winterianus Jowitt como a espécie Cymbopogon 
nardus Rendle (WANY et al., 2013; SHASANY et al., 2000). Ambas são muito parecidas, necessitando, 
para uma diferenciação adequada, de análises mais específicas, como uma cromatografia gasosa 
(CG). Esse tipo de análise relaciona os diferentes componentes do óleo volátil (odor) de cada uma 
das espécies de citronela, determinando se é a citronela do Ceilão (Cymbopogon nardus Rendle) ou 
a de Java (Cymbopogon winterianus Jowitt) – vale ressaltar que esta última é considerada de melhor 
qualidade em razão da composição dos óleos voláteis, mais ricos em citronelal, geraniol e citronelol 
(WANY, 2013).
Mas, nos exemplos citados anteriormente (citronela), após o nome científico da espécie (gênero + 
epíteto da espécie), há um outro nome escrito sem qualquer destaque (sem estar escrito em itálico, 
isto é, em grafia normal); esse nome representa o nome do autor que descreveu e estudou a planta. 
Por exemplo, no caso de Cymbopogon winterianus Jowitt, Jowitt é o nome do estudioso, já no caso 
do capim-limão, Cymbopogon citratus (DC.) Stapf., um nome entre parênteses e depois outro nome, 
ambos escritos em grafia normal (sem itálico). Aqui, o primeiro nome, que está entre parênteses, 
corresponde ao primeiro autor a descrever essa planta, no caso, De Candole, abreviado como (DC.), e 
Stapf. equivale ao segundo autor a estudar essa espécie, reclassificando-a (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
33
FARMACOGNOSIA
 Lembrete
Em um nome científico, o termo entre parênteses representa o 
nome do primeiro autor, já o segundo, que vem depois e fora dos 
parênteses, corresponde ao segundo autor que descreveu e estudou a 
planta em questão.
Outro exemplo é o nome científico da erva-cidreira brasileira, Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton.& 
Wilson. Aqui, Lippia corresponde ao gênero, Lippia alba identifica a espécie, (Mill) representa o primeiro 
autor que a estudou e N.E.Br. ex Britton.& Wilson equivale ao nome dos segundos estudiosos que se 
debruçaram sobre a espécie.
A confusão com a identificação se deve ao fato de muitas plantas terem recebido seus nomes com 
base no seu uso tradicional, aquele que é passado de geração a geração (BRASIL, 2014a), sendo, por 
vezes, relacionadas a outras plantas que tinham a mesma utilização. Por exemplo, no Brasil, quando 
falamos em boldo, a imagem que nos vem à mente é a de uma planta com cerca de um metro de 
altura, um arbusto, com folhas verdes grossas, “peludinhas” como uma lã. As bordas são parecidas com 
dentinhos e a folha tem de 7 a 10 cm. Pois é… Esse não é o boldo-do-chile (Peumus boldus Molina). 
O que se conhece como boldo, no Brasil, é o boldo-do-jardim (Plectranthus barbatus Andrews), mas 
há também o boldinho ou boldo-rasteiro, que é o Plectranthus neochilus Schltr. Este possui folhas 
semelhantes ao do boldo-do-jardim, porém são menores. E ainda, para completar a confusão, temos 
o boldo-baiano, conhecido também como estomalina, que é a espécie Vernonanthura condensada 
(Baker) H.Rob. (HARAGUCHI; CARVALHO, 2010).
O boldo-do-chile, Peumus boldus Molina, é o que foi mais estudado, possuindo literatura 
internacional e tendo sido incluído na Farmacopeia Brasileira. No entanto, como anteriormente 
citado, ele só cresce no Chile, devido às condições climáticas. Esse boldo tem as folhas duras, como 
um couro (coriáceas), e, sobre a lâmina da folha (parte superior), encontram-se várias protuberâncias, 
como “verruguinhas”, além disso, as bordas da folha são lisas e viradas para dentro (BRASIL, 2010). 
Assim, no Brasil, encontramos o boldo-do-chile somente na forma de droga vegetal (folhas secas), 
pois ele é importado do Chile.
Podemos perceber que esses “boldos” são muito diferentes entre si, não é? Mas por que, então, 
todas essas plantas são chamadas de boldo? Basicamente, porque todas possuem sabor amargo e são 
utilizadas como digestório; em tempos passados, aqui no Brasil, aquiloque é amargo a população 
“antiga” denominava de boldo (MATOS, 2007; ALONSO, 2004; SOUZA et al., 2004; MATOS, 1998). Nas 
figuras a seguir, é possível observar a diferença entre essas plantas.
34
Unidade I
Figura 22 – Peumus boldus Molina (boldo-do-chile)
Figura 23 – Plectranthus barbatus Andrews (boldo-do-jardim)
Figura 24 – Plectranthus neochilus Schltr. (boldinho)
35
FARMACOGNOSIA
Figura 25 – Vernonanthura condensada (Baker) H.Rob. (boldo baiano)
Algumas espécies vegetais, como a goiaba, podem apresentar pequenas diferenças em determinados 
aspectos, como a coloração. Assim, a variedade é uma maneira de identificar as espécies de plantas de 
forma mais precisa. Por exemplo, temos a variedade de goiaba vermelha e a variedade de goiaba branca; 
temos, como espécie, Psidium guajava L., mas a variedade que tem frutos com polpa vermelha é a 
Psidium guajava var. pomifera L. e a que tem frutos com polpa branca é a Psidium guajava var. pyrifera L. 
No caso das goiabas, até a cor da casca, quando maduras, é diferente: a vermelha fica com a casca 
amarelada e a branca a casca continua verde. O sabor é semelhante e a estrutura dos frutos e demais 
órgãos, como folhas, flores, caule, raiz, são muito parecidos ou mesmo iguais (LORENZI; MATOS, 2002).
Figura 26 – Goiabas vermelha e branca
36
Unidade I
Uma confusão que pode ocorrer em relação aos nomes científicos é quando aparecem as sinonímias 
científicas, que são outros nomes científicos pelos quais as plantas podem ser encontradas. Um exemplo 
é a camomila: o nome aceito é Matricaria chamomilla L., mas ela também pode ser encontrada como 
Matricaria recutita L. e Chamomilla recutita (L.) Rauschert. Mas por que três nomes para uma mesma 
planta? Na verdade, existem outros ainda, mas esses são os aceitos atualmente. Essa pluralidade de 
nomes se deve ao fato de que, quando iniciou-se a classificação das plantas, não havia uma forma 
de comunicação rápida entre os diversos pesquisadores, então um estudioso encontrava uma planta e 
lhe dava um nome científico, enquanto, em outro continente, outro pesquisador encontrava a mesma 
planta e lhe dava outro nome. Quando, mais tarde, descobriam tratar-se da mesma planta, definiam 
um nome científico para uma dada espécie e mantinham os outros nomes como sinonímia científica 
(HARAGUCHI; CARVALHO, 2010).
 Saiba mais
Você pode acessar o site indicado a seguir quando tiver dúvidas em 
relação ao nome científico de alguma planta. Trata-se de uma organização 
composta de várias instituições científicas, como Kew Gardens e Missouri 
Botanical Garden.
Disponível em: www.theplantlist.org. Acesso em: 23 abr. 2021.
Existem herbários oficiais que são locais onde ficam armazenadas as plantas conservadas de tal 
forma que o pesquisador pode levar uma planta para que se possa identificá-la e, assim, trabalhar 
com a espécie correta. Esses herbários são importantes, pois possuem coleções de vegetais que 
podem auxiliar pesquisadores do mundo todo. Normalmente, esses herbários estão em universidades 
e jardins botânicos, entre outros. A UNIP tem um herbário, que se chama Herbário Unip, contendo 
mais de 12 mil espécies de plantas brasileiras cadastradas. Nosso herbário também está indexado no 
Index Herbariorum, sendo internacionalmente reconhecido por isso.
Exemplo de aplicação
Procure em sites, livros e artigos científicos sobre a hortelã. Você encontrará várias hortelãs! 
Verifique os nomes científicos e veja que são espécies diferentes.
4 IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA: ASPECTOS MORFOLÓGICOS
4.1 Morfologia vegetal
A célula é a unidade fundamental de cada organismo vivo. A estrutura básica de uma célula animal 
é composta da membrana plasmática, uma barreira semipermeável entre o citoplasma e o meio 
extracelular. O núcleo contém o material genético (DNA). No citoplasma celular são encontradas (na 
37
FARMACOGNOSIA
maioria das células) várias organelas, como mitocôndrias (energia), retículo endoplasmático (síntese 
proteica), lisossomos (enzimas hidrolíticas) e peroxissomos (enzimas oxidativas) (TELSER et al., 2008).
A célula vegetal possui organelas, muitas delas iguais e com as mesmas funções das células 
animais. Por exemplo: as células vegetais possuem mitocôndrias com a função de fornecer energia, 
núcleo com o material genético, membrana plasmática. Porém, as células vegetais possuem algumas 
outras estruturas que a diferenciam da célula animal: as células vegetais possuem membrana dupla, 
a citoplasmática (como a dos animais) e outra de natureza celulósica, também chamada parede 
celulósica (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Centríolo
Núcleo
Nucléolo
Retículo endoplasmático rugoso
Retículo endoplasmático liso
Lisossomos
Vacúolo central
Cloroplasto
Parede celular
Citoesqueleto
Mitocôndria
Citoplasma
Ribossomos
Complexo de Golgi
Membrana plasmática
Figura 27 – Célula animal e célula vegetal
Com relação ao citoplasma, o que diferencia uma célula vegetal das células animais são estruturas 
como vacúolos, plastos e condrioma (semelhante à mitocôndria, responsável pelos processos 
respiratórios) (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Os vacúolos são vesículas (bolsas) que contêm substâncias que são solúveis em água (hidrossolúveis), 
que permanecem em solução, como açúcares, proteínas e minerais (OLIVEIRA, AKISUE, 1993).
Os plastídeos, também chamados plastos ou cromatóforos, são corpúsculos que, em sua maioria, 
armazenam pigmentos e têm um formato semelhante a moedas empilhadas, sendo denominados de 
acordo com o tipo de pigmento que contêm. Os plastos que armazenam substâncias verdes (clorofila) 
são os cloroplastos, os eritroplastos armazenam substâncias vermelhas e os xantoplastos substâncias 
38
Unidade I
amarelas. Porém, há substâncias incolores ou brancas, que são armazenadas nos leucoplastos ou 
acromatoplastos (sem cor), como o amido, que possui coloração branca (OLIVEIRA; AKISUE, 2008).
Dentro do citoplasma ficam as inclusões citoplasmáticas, de grande importância na identificação 
de drogas vegetais, já que essas inclusões são características de algumas plantas, o que auxilia em 
sua identificação. As inclusões celulares podem ser de natureza inorgânica ou orgânica (OLIVEIRA; 
SAITO, 2016).
As inclusões de natureza inorgânica podem ser de oxalato de cálcio, como drusas, rafídeos, cristais 
prismáticos, areia cristalina ou cristais estiloides, e de carbonato de cálcio, como os cistólitos. As 
inclusões de oxalato de cálcio são as mais comuns nos vegetais, sendo normalmente originadas por 
meio do seu próprio metabolismo, mais precisamente pela combinação do ácido oxálico e de sais de 
cálcio (OLIVEIRA; AKISUE, 2008).
As drusas, também chamadas de maclas, são esferocristais que lembram um ouriço, e que, quando 
vistas ao microscópio, têm a forma de rosáceas ou “estrelas”. Várias plantas medicinais têm drusas que 
auxiliam em sua identificação, por exemplo, o maracujá doce (Passiflora alata Ainton) e o maracujá 
azedo (Passiflora edulis Sims). Ambos possuem drusas, porém o maracujá doce (P. alata) as possui na 
lâmina foliar, enquanto no maracujá azedo elas estão na região floemática (BRASIL, 2010; BERALDO; 
KATO, 2010; OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Figura 28 – Drusas
39
FARMACOGNOSIA
Figura 29 – Passiflora alata Ainton (maracujá doce)
Figura 30 – Passiflora edulis Sims (maracujá azedo)
Entre as inclusões inorgânicas, temos também os rafídeos, que possuem forma de agulhas ou 
microlanças. Os rafídeos são importantes devido à toxicidade que algumas plantas que têm essa 
inclusão apresentam, como a comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia sp.). Essa planta, que é cultivada 
em vasos dentro de casa, costuma estar relacionada com intoxicação de crianças e de animais 
40
Unidade I
domésticos (OLIVEIRA; AKISUE, 1993). As crianças e os animais, ao morderem as folhas, provocam 
o rompimento dos idioblastos, que são as células que contêm os rafídeos, e, consequentemente, 
a liberação dos rafídeos. Esses saem com pressão, então, como se várias agulhas fossem lançadas 
na mucosa oral. Imagineque, se um espinho já incomoda, centenas deles podem fazer um grande 
estrago. Além disso, nessas células há um óleo fixo com grande potencial alérgeno. Assim, a alergia 
provocada pelo óleo fixo se combina com a irritação na mucosa provocada pelos rafídeos, podendo 
provocar um edema de glote, que, por sua vez, causa dificuldade de respiração e pode levar à morte 
(ROCHA; PEGORINI; MARANHO, 2006).
Figura 31 – Rafídeos
Não é só a comigo-ninguém-pode que possui rafídeos. Muitas outras plantas ornamentais 
encontradas em casas, parques e jardins possuem essa inclusão, como o copo-de-leite, a costela-de-adão, 
o agave e a lantana (OLIVEIRA; PASIN, 2016; ROCHA; PEGORINI; MARANHO, 2006).
Figura 32 – Comigo-ninguém-pode
41
FARMACOGNOSIA
Figura 33 – Copo-de-leite
Cristais prismáticos são inclusões inorgânicas de oxalato de cálcio, como diz o nome, na forma 
de prisma. Há também os cristais estiloides, outra inclusão inorgânica, via de regra, maiores que os 
prismáticos, porém, mais raros, sendo encontrados em poucas plantas, como a guiné (Petiveria alliaceae L.) 
Já os cristais prismáticos costumam ficar localizados na bainha cristalífera e são encontrados, por 
exemplo, na cáscara-sagrada, auxiliando na sua identificação (OLIVEIRA; SAITO, 2016).
Figura 34 – Cristais prismáticos
Figura 35 – Cáscara-sagrada
42
Unidade I
Cristais estiloides
Figura 36 – Cristais estiloides
Figura 37 – Guiné
 Lembrete
Como dito anteriormente, o cristal estiloide é maior (e mais alongado) 
que o cristal prismático, fato que pode ser observado nas últimas imagens.
43
FARMACOGNOSIA
Areias cristalinas são inclusões de oxalato de cálcio, como diz o nome, na forma de grãos ou 
microcristais, normalmente na forma piramidal (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Figura 38 – Areia cristalina
Outra inclusão inorgânica, porém, de origem química distinta, é o cistólito. Essa inclusão 
é formada por carbonato de cálcio, sendo inclusões bem menos frequentes que as de oxalato 
de cálcio. Os cistólitos podem aparecer em estruturas celulares do parênquima fundamental 
ou na epiderme, na base dos pelos. A maconha (Cannabis sativa L.) é uma planta que contém 
cistólitos, os quais podem ser identificados facilmente, pois basta colocar os cortes das folhas 
ou drogas vegetais em contato com solução de ácido diluído (por exemplo, HCl 10%) para haver 
a formação de ácido carbônico que se decompõe em CO2 e H2O, havendo liberação de bolhas de 
CO2 na região que tem o cistólito (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
CaCO3 +2 HCl → H2O + CO2 + CaCl2
Figura 39 – Cistólito
44
Unidade I
Figura 40 – Folha de maconha
As plantas produzem também inclusões de natureza orgânica, como os óleos fixos e voláteis, os 
grãos de amido (ou amilo), os grãos de aleurona e a inulina (OLIVEIRA; AKISUE, 2008). Essas inclusões 
são formadas pelos vegetais com várias finalidades, como armazenamento de energia, proteína, 
açúcares entre outras.
O amido é a inclusão orgânica vegetal mais conhecida por nós, visto que o ingerimos em vários 
alimentos no nosso cotidiano, como o trigo (bolos, pães etc.), a mandioca (tapioca, biscoitos etc.), 
milho, batatas, inhame, cará, arroz e feijão (embora o feijão seja mais conhecido pelo teor de proteína 
que possui). O acarajé, bolinho típico da Bahia, por exemplo, é feito com feijão, sendo o amido o 
responsável pela “liga” de sua massa. O amido é encontrado em frutas como a banana e é responsável 
por cerca de 75% da energia calórica consumida no mundo (WEBER et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2016).
O amido é um polímero de glicose, isto é, são várias moléculas de glicose unidas pelas ligações 
osídicas ou glicosídicas (açúcares), é formado por dois polissacarídeos (muitos açúcares) a amilose 
e a amilopectina (DENARDIN; SILVA, 2009; WEBER et al., 2009). “A amilose é formada por unidades 
de glicose unidas por ligações glicosídicas α-1,4, originando uma cadeia linear, e a amilopectina 
é formada por unidades de glicose unidas em α-1,4 e α1,6, formando uma estrutura ramificada” 
(DENARDIN; SILVA, 2009, p. 946).
A denominação de fécula é dada quando a substância amilífera está presente em órgãos 
subterrâneos, como raízes e caules, a exemplo da fécula de mandioca, fécula de batata, já a 
denominação de amido é dada quando presentes em frutos e sementes, como amido de milho e 
amido de arroz (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Como características, os amidos e féculas possuem coloração branca e são encontrados na forma 
de pó. Possuem um ponto ou ranhura que pode ser central ou não, chamada de hilo. Circundando 
esse hilo estão as lamelas, que são zonas claras e escuras sucessivas, também chamadas de estrias ou 
capas. A posição do hilo em relação às lamelas é uma das formas de identificar o grão de amido e o 
vegetal que lhe deu origem (OLIVIERA e AKISUE, 2008, FERRI, 1999), pois cada planta possui um grão 
de amido diferente.
45
FARMACOGNOSIA
Alguns exemplos estão ilustrados a seguir.
Figura 41 – Amido de milho
Figura 42 – Fécula de batata
Figura 43 – Grão de amido de feijão
46
Unidade I
 Lembrete
Observem que o hilo dos grãos de amido dos diversos vegetais possui 
localização e forma distinta, bem como a disposição das lamelas.
Ao microscópio, podemos identificar uma estrutura que tem amido colocando-o em contato com 
uma solução de iodo, normalmente o lugol. Esse amido vai adquirir uma coloração azul-arroxeada, 
pois há o “aprisionamento” (devido a forças dipolares eletrostáticas) das moléculas de iodo pela 
amilose, que é uma cadeia helicoidal (DAMORAN; PARIN; FENEMA, 2010; COSTA, 1994).
Outra inclusão orgânica são os grãos de aleurona, que são reservas proteicas muito encontrados 
em sementes. Costumam ser encontrados no interior dos vacúolos, aumentando a concentração de 
protídeos no suco vacuolar. Quando as sementes amadurecem, há diminuição de água e, então, a 
formação do grão de aleurona (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Esses grãos de aleurona podem ser constituídos por uma matriz fundamental, um globoide e um 
cristaloide, todos envolvidos por uma membrana. O globoide é constituído de inosito-hexafosfato de 
cálcio e magnésio, que tem o nome de fitina, os outros elementos têm natureza proteica (OLIVEIRA; 
AKISUE, 2008).
São vários os exemplos de sementes ou frutos secos de plantas medicinais que contêm grãos 
de aleurona, como os frutos do funcho, da erva-doce, as sementes de linho, mostarda e abóbora 
(OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Membrana
Globoide
Matriz proteica
Cristaloide
Figura 44 – Grão de aleurona
47
FARMACOGNOSIA
Há um polissacarídeo que é o resultado da polimerização da frutose, conhecido como inulina. A 
inulina apresenta-se à microscopia como esferocristais com forma arredondada e, sob luz polarizada, 
aparece como a Cruz de Malta. A inulina é uma reserva de açúcar (frutose). Várias plantas com bulbos 
apresentam inulina, como a dália, a cila e a raiz da chicória (OLIVEIRA, AKISUE, 1993).
Figura 45 – Inulina
Os óleos fixos e voláteis (essenciais) são considerados reservas lipídicas, sendo os óleos fixos derivados 
de ácidos graxos (ésteres), já os óleos voláteis têm composição variada, podendo ser derivados de 
terpenos ou flavonoides, entre outros. Ambos são solúveis em solventes apolares (SIMÕES et al., 
2004; COSTA, 1994).
Os óleos fixos ficam armazenados no interior da célula, apresentam-se na forma de gotículas, e 
os óleos voláteis podem estar em glândulas ou canais secretores (OLIVEIRA, AKISUE, 1993). Várias 
plantas possuem óleos fixos, muito utilizados na culinária e indústria farmacêutica, como oléo de soja, 
algodão, girassol, amêndoas e os óleos voláteis utilizados na indústria cosmética e na farmacêutica, 
como óleo de laranja, rosas, melaleuca, cravo-da-índia (SIMÕES et al., 2004; COSTA, 1994).
Figura 46 – Planta com óleos fixos: soja
48
Unidade I
Figura 47 – Planta com óleos fixos: amêndoas
Figura 48 – Planta com óleos voláteis: laranja
Envolvendo o protoplasma, temos a membrana celular. Nos vegetais, a membrana celular é 
dupla, composta de uma membrana citoplasmáticae outra de natureza celulósica, também chamada 
parede celular ou parede celulósica (OLIVEIRA; AKISUE, 2008).
As substâncias localizadas entre as paredes de células vizinhas são chamadas de lamela média ou 
cimento intercalar, sendo constituídas por substâncias pépticas (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
A membrana primária possui natureza celulósica, é a primeira membrana a ser formada e ocorre 
em células meristemáticas e parenquimáticas (OLIVEIRA; AKISUE, 1993). O crescimento da membrana 
celular pode ser por intuscepção (superfície) e/ou por aposição (espessura) (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
Quando a célula cresce e atinge o crescimento máximo, forma-se a membrana secundária, que 
terá função de sustentação. Essas paredes podem ter natureza celulósica ou sofrer modificações e ser 
(OLIVEIRA; AKISUE, 1993):
49
FARMACOGNOSIA
• Lignificadas: compostas de lignina, que dará maior resistência à parede, com função de 
sustentação (caules).
• Suberificadas: compostas de suberina, possuem natureza relacionada aos lipídeos, tornando-se 
impermeáveis aos líquidos e gases, normalmente encontradas na camada externa das 
cascas dos caules.
• Cutinizadas: compostas de cutina, também possuem natureza lipídica, porém são encontradas 
recobrindo a epiderme, como uma película.
• Cerificadas: têm a função de proteção contra transpiração excessiva e são compostas de ceras, 
caso da casca da maçã (Malus domestica Borkh).
• Hemicelulósicas: a hemicelulose é mais solúvel que a celulose, sendo encontrada, por exemplo, 
nas sementes de café (Coffea arabica L.); é considerada uma substância de reserva.
• Silicificadas: formada por corpos silicosos, semelhantes a uma camada vítrea, tem a função de 
proteção. O capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.) e a citronela (Cymbopogon sp.) 
são exemplos.
• Mucilaginosas: são originadas da “gelificação” da celulose formando mucilagem ou gomas, 
podendo ser encontradas nas folhas da babosa (Aloe vera L.), por exemplo.
4.2 Tecidos vegetais
Os tecidos vegetais são formados por um conjunto de células de origem comum, que desempenham 
funções fisiológicas semelhantes. Eles diferem muito entre si, e a classificação dos tecidos depende 
tanto das características anatômicas como das características fisiológicas das células. Podem ser 
classificados em tecidos meristemáticos (meristemas) e tecidos permanentes (adultos) (OLIVEIRA; 
AKISUE, 2008).
A planta possui tecidos embrionários (meristemáticos), que dão origem aos demais tecidos, que, por 
sua vez, sofrem modificações diversas e têm funções diferentes. Os tecidos meristemáticos podem 
ser encontrados no embrião da semente e em partes em crescimento de um vegetal (FERRI, 1999).
Os meristemas podem ser classificados como: promeristemas (ou protomeristemas), meristemas 
primários e meristemas secundários. Essa classificação é devido ao tipo de células iniciais (OLIVEIRA; 
AKISUE, 2008).
Os protomeristemas (promeristemas) também são conhecidos como primitivos, pois são as 
primeiras células, as que dão origem a todas as outras células, como as células que estão no ápice de 
caules e raízes (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
50
Unidade I
Nos meristemas primários, as células descendem de células embrionárias que estão relacionadas 
ao processo de crescimento, como as pontas dos caules, raízes e primórdios foliares. O crescimento 
pode ser em extensão ou em espessura (FERRI, 1999).
Os meristemas secundários são derivados de tecidos adultos que readquiriram o poder de divisão, 
formando novos tecidos. Como exemplos, temos os tecidos de cicatrização, que surgem em locais 
onde há um ferimento no vegetal (OLIVEIRA; AKISUE, 1993; FERRI, 1999).
A diferenciação celular é a transformação de uma célula meristemática em uma célula de outro 
tecido.
Parede delgada
Citoplasma granuloso
Núcleo grande
Figura 49 – Célula promeristemática
Paredes mais espessadas
Núcleo menor
Vacuolos maiores
Figura 50 – Célula meristemática primária
 Observação
A célula é a menor unidade que forma o tecido. Em outras palavras, 
os tecidos nada mais são do que um conjunto de células com mesma 
origem e desempenhando mesma função. Por fim, o conjunto de tecidos 
forma o organismo.
51
FARMACOGNOSIA
Tecidos permanentes são os outros tecidos já diferenciados, sendo divididos em: tecidos 
permanentes simples e tecidos permanentes complexos (OLIVEIRA; AKISUE, 2008). Os tecidos permanentes 
simples são formados por células de origem semelhante, formato e função semelhante. Já os tecidos 
permanentes complexos possuem células de origens diferentes, com formatos e funções diferentes, 
porém, no conjunto, estão todas envolvidas com um mesmo objetivo/finalidade, caso da epiderme, 
um tecido permanente complexo com função de revestimento (FERRI, 1999).
Parênquima, colênquima, esclerênquima e súber são exemplos de tecidos permanentes simples 
(OLIVEIRA; AKISUE 1993). O parênquima é um tecido composto de células isodiamétricas (mesmo 
tamanho), poliédricas e vivas, normalmente ligadas às atividades vegetativas da planta, com paredes 
finas e celulósicas (FERRI, 1978; OLIVEIRA; AKISUE 1993).
O termo parênquima é originado do grego parencheo e significa “encher ao lado”, então, o 
parênquima preenche os espaços deixados pelos outros tecidos, além de ser responsável pela cicatrização 
de feridas (FERRI, 1999; OLIVEIRA; AKISUE, 1993). Um exemplo de estudo sobre a cicatrização de feridas 
é o trabalho de Mussury et al. (2012): eles estudaram folhas de soja (Glycine max (L.) Merr.) infectadas pelo 
fungo da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi H. Sydow & Sydow) e tratadas com extratos vegetais como 
espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reissek), alho (Allium sativum L.) e nim (Azadirachta 
indica A. Juss), verificando que, com os tratamentos, houve um aumento na espessura e alongamento 
das células parenquimáticas, demonstrando, assim, um mecanismo de resistência ao fungo pela 
recomposição tecidual.
Os parênquimas podem ser divididos em relação à função que exercem:
• Parênquima clorofiliano (ou assimilador): possui os cloroplastos (clorofila) e é responsável 
pela fotossíntese. São predominantes nas folhas e podem ser chamados também de clorênquima 
(OLIVEIRA; AKISUE, 1993; FERRI, 1999). Nas folhas, estão divididos em parênquima paliçádico, 
pois suas células são mais alongadas, lembrando uma paliçada (cerca de bambu), e parênquima 
lacunoso (ou esponjoso), pois suas células são dispostas formando lacunas (aberturas) que 
lembram uma esponja (OLIVEIRA; AKISUE, 1993).
• Parênquima de reserva: responsável pelo armazenamento de substâncias como o amido, muito 
comum em tubérculos ou raízes. Existem os parênquimas que armazenam ar (aerênquima), comuns 
em plantas aquáticas, responsáveis pela flutuação desses seres, e os parênquimas que armazenam 
água (aquíferos), encontrados em suculentas como os cactos (FERRI, 1999).
• Parênquima do sistema de condução: localizado junto ao floema e ao xilema, que fazem a 
condução de seiva elaborada (floema) e de seiva bruta (xilema) (FERRI, 1999).
• Parênquima regular (comum): faz a delimitação de espaços, como na medula de caules e 
ráízes (FERRI, 1978).
52
Unidade I
Parênquima paliçádico
Parênquima lacunoso
Figura 51 – Tipos de parênquima
Na folha, o parênquima paliçádico e o lacunoso formam o mesofilo (parte do meio) da folha 
(EVERT, 2018).
Outro tecido permanente simples, o colênquima, tem seu nome originado do grego kolla, que 
significa “cola, reforço, espessamento”, e encheo, que significa “encher ou preencher”. Assim, o 
colênquima é um tecido vivo com células de parede mais espessada de celulose que desempenha 
uma função de sustentação. Normalmente, está localizado superficialmente (OLIVEIRA; AKISUE, 
1993; FERRI, 1999).
O colênquima pode ser classificado em (ESAU, 2017):
• Angular: quando o espessamento ocorre nos ângulos das paredes celulares.
• Lamelar: quando o espessamento se dá nas paredes tangenciais.
• Lacunar: com grande número de espaços intercelulares e, com seu envelhecimento, há um 
espessamento

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