Buscar

PETIÇÃO INICAL PAULIANA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ao juízo da Vara Cível da Comarca de Macaé-RJ
GERSON (Sobrenome), Brasileiro, solteiro, médico, inscrito no CPF 123.456.787-10, endereço eletrônico gerson123@gmail.com, domiciliado e residente na Rua (...) Vitória-ES, vem respeitosamente, por intermédio de seu causídico (procuração anexa), propor a presente AÇÃO PAULIANA pelo RITO COMUM, com fundamentação no Art. 318 do Código de Processo Civil, em face de BERNARDO (sobrenome), Brasileiro, viúvo, inscrito no CPF (...), domiciliado e residente na Rua (...) Salvador-BA, e JANAÍNA (sobrenome), menor impúbere, residente em Macaé-RJ, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir. 
I. DOS FATOS
O AUTOR é credor quirografário de BERNARDO da importância de R$ 80.000,00 (Oitenta Mil Reais), conforme valor expresso em nota promissória, vencida na data de 24 de Fevereiro de 2021. Ocorre que, BERNARDO, ora RÉU, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, fez uma doação de seus dois imóveis, um localizado na cidade de Aracruz e outro localizado na cidade Linhares, ambos no estado do Espírito Santos, no valor de R$300.000,00 (Trezentos Mil Reais), para sua filha JANAÍNA (menor absolutamente incapaz), com cláusula de usufruto vitalício em favor próprio, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. Ademais, importa salientar que os imóveis doados pelo RÉU à sua própria filha encontram-se alugados a terceiros. Assim, requer o AUTOR a anulação destes negócios jurídicos pelas seguintes razões.
II. DO DIREITO
Concernente à RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL, é inequívoco que o devedor responde com a totalidade de seus bens, presentes ou futuros, para a satisfação de suas obrigações, excetuando-se aquelas restrições previstas em lei, conforme depreende-se do Art. 789 da Lei Processual Civil vigente.
Concomitantemente, sabe-se, por conta da previsão do Art. 158, do Código Civil, que “os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos” e que, somente "os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles”. Neste caso, certo de que o AUTOR já era credor antes da celebração dos negócios jurídicos, a disposição dos bens a JANAÍNA por BERNARDO, representou notória maculação dos direitos do AUTOR, ao qual denomina-se FRAUDE CONTRA CREDORES.
Não obstante, tem-se a prescrição do Art. 171, II, do mesmo diploma legal, que torna anulável a celebração dos negócios jurídicos em comento. In verbis:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Portanto, considerando o alto grau de instrução que possui o RÉU, vê-se o desígnio que o mesmo tinha de ocultar seus patrimônios, inclusive com cláusulas de incomunicabilidade e usufruto vitalício em nome próprio, sob pena de responder com os mesmos, conforme prevê o Art. 789, do CPC. Nesta perspectiva, os dispositivos supracitados tornam o AUTOR legítima parte para reclamar a anulação dos negócios jurídicos ora mencionados, visto que o mesmo constitui-se como credor quirografário (Art. 158, CC), guardando plena observância aos arts. 171, II e 177 do CC, no qual este último afirma a necessidade de que seja por ele então requerida a anulação do negócio/ato jurídico que lhe frustrou a execução, o que se faz pela presente demanda. 
III. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Por todo o exposto, digne-se: 
a) Procedência integral do pedido de declaração de nulidade do negócio jurídico praticado e, por conseguinte, restituição ao CREDOR/AUTOR, o valor de R$ 80.000,00 (Oitenta mil reais) bem como seus juros e correções monetárias legais; 
b) A condenação dos requeridos ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência, nos termos dos artigos 82, § 2º e 85 do CPC; 
c) Citação dos Réus, nos termos do art. 238 e seguintes do CPC, para, querendo, contestar o pedido e comparecer às audiências designadas, sob pena de aplicação dos efeitos de revelia e confissão quanto à matéria de fato e no final pagamento dos valores pleiteados acrescidos de juros de mora e correção monetária;
d) O Interesse pela realização da audiência de conciliação ou mediação, nos moldes do Art. 319, VII c/c Art. 334 do CPC.
Ainda, atentando-se à redação do art. 319 do CC, em seu inciso VI, informa-se que provará todos os fatos narrados pelos meios de provas admitidos em direito, especialmente por prova documental e depoimento pessoal das testemunhas.
Dá-se à causa o valor R$ 380.000,000 (Trezentos e Oitenta Mil Reais) Termos em que, pede deferimento. Rio de Janeiro. 10 de Março de 2022.

Outros materiais