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Silva; Farias; Goncalves, 2020. Consumo Alimentar em Adolescentes Brasileiros_SISVAN

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31ARTIGO ORIGINAL
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020Adolescência & Saúde
RESUMO
Objetivo: Identificar marcadores de alimentação saudável e não saudável e sua relação com excesso de peso na população 
adolescente acompanhada por meio do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica em 2017. 
Métodos: Foram extraídos dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) contendo as frequências de 
obesidade e de marcadores de consumo alimentar em adolescentes (10 a 19 anos). As variáveis foram comparadas a 
projeções populacionais do IBGE para 2017, visando investigar a proximidade com a amostra analisada. Intervalos de 
Confiança de 95% (IC95%) foram calculados para as prevalências obtidas no Sisvan. Utilizou-se o software TabWin 4.15 para 
a plotagem dos dados visando a inspeção visual de sua distribuição espacial. Realizou-se o teste de correlação de Spearman 
para investigar a relação entre a obesidade e consumo de alimentos ultraprocessados nas Unidades de Federação, com 
significância de 5%. Resultados: Foram extraídos dados de antropometria de 5.570 municípios e dados de consumo 
alimentar de 3.513 municípios, o que correspondeu a 4.630.485 e 102.085 adolescentes avaliados, respectivamente. A 
Região Sul apresentou a maior prevalência de obesidade com 13,3% (IC 95% 13,2-13,4), seguida pela região Sudeste com 
10,4% (IC95% 10,3-10,4). O número de casos de obesidade correlacionou-se com o número de casos de consumo de 
embutidos (r=0,76; p<0,001); bebidas adoçadas (r=0,74; p<0,001), macarrão instantâneo (r=0,76; p<0,001) e guloseimas 
(r=0,75; p<0,001). Conclusão: Houve uma correlação positiva forte entre o consumo de alimentos ultraprocessados e 
obesidade em todas as macrorregiões brasileiras.
PALAVRAS-CHAVE
Adolescente; Alimentação; Estado Nutricional; Vigilância Nutricional; Obesidade.
ABSTRACT
Objective: Identify markers of healthy and unhealthy eating and their relationship with obesity in the adolescent population 
accompanied by the Food and Nutrition Surveillance System in Primary Health Care of Brazil in 2017. Methods: Data 
were extracted from the Food and Nutrition Surveillance System (Sisvan) containing the frequencies of obesity and food 
consumption markers in adolescents (10 to 19 years). The variables were compared to population projections of the IBGE 
for 2017, aiming to investigate the proximity with the analyzed sample. The 95% Confidence Intervals (95% CI) were 
calculated for the prevalence’s obtained in Sisvan. TabWin software 4.15 was used to plot the data for the visual inspection 
of its spatial distribution. The Spearman correlation test was performed to investigate the relationship between obesity and 
consumption of ultra processed foods in the Federation Units, with a significance of 5%. Results: We extract anthropometry 
data from 5,570 municipalities and food consumption from 3,513 municipalities corresponding to 4,630,485 and 102,085 
Consumo alimentar e obesidade em 
adolescentes brasileiros acompanhados 
na Atenção Básica: estudo ecológico com 
dados do Sistema de Vigilância Alimentar 
e Nutricional
Food consumption and obesity in Brazilian adolescents accompanied 
in Primary Health Care: an ecological study with data from the Food 
and Nutrition Surveillance System
Valéria Moreira Silva1
Patrícia Rodrigues Farias1
Vívian Siqueira Gonçalves2
Valéria Moreira Silva (vaaleria17@gmail.com) – Centro Universitário Euro-Americano (UNIEURO), Curso de Nutrição. Avenida das 
Nações, Trecho 0, Conjunto 5, Brasília, DF, Brasil. CEP: 70200-001.
Submetido em 05/12/2019 - Aprovado em 05/01/2020
1Curso de Nutrição do Centro Universitário Euro-Americano (UNIEURO). Brasília, DF, Brasil.
2Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB). Brasília, DF, Brasil.
>
>
>
32 Silva et al.CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020
de desnutrição e um aumento crescente da pre-
valência de sobrepeso e obesidade na população 
de adolescentes10.
Durante o período de 1974 a 2009 foi contí-
nuo o excesso de peso entre os adolescentes em 
todas as regiões brasileiras. No sexo masculino, a 
prevalência de excesso de peso passou de 3,7% 
para 21,5%, e no sexo feminino passou de 7,6% 
para 19,4% durante esses 34 anos. A obesidade 
mostrou-se menos frequente, mas a tendência 
também foi ascendente11.
A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) 
desempenha um papel importante no auxílio aos 
gestores e profissionais de saúde que atuam no 
planejamento de ações de promoção, prevenção 
e recuperação da saúde da população brasileira, 
incluindo os adolescentes. Sendo realizada de 
maneira ampliada, como preconiza o Ministério da 
Saúde, a VAN utiliza a coleta e análise dos dados 
da população assistida na Atenção Básica, além 
de outras estratégias que visam o aumento do rol 
de informações acerca da sua condição de saúde. 
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional 
(SISVAN) é uma das estratégias que compõem 
VAN. Um dos objetivos do SISVAN é avaliar o con-
sumo alimentar e o estado nutricional das pessoas 
assistidas na Atenção Básica pelo Sistema Único 
de Saúde (SUS)12.
Há um módulo disponível no SISVAN para 
inserção de dados antropométricos dos usuários 
atendidos, sendo possível se obter relatórios muni-
cipais, regionais e nacionais relacionados ao estado 
nutricional da população12. O cálculo do Índice de 
Massa corporal (IMC) é amplamente utilizado para 
avaliar o estado nutricional. No caso dos adoles-
centes, a OMS recomenda a utilização dos índices 
Estatura para Idade e IMC para Idade, sendo a 
classificação obtida pelas curvas de crescimento 
INTRODUÇÃO
A adolescência é o período, definido pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), entre a 
infância e a idade adulta e se delimita à faixa etária 
de 10 a 19 anos1. Essa fase pode ser considerada 
de “transição”, pois é marcada por transformações 
biológicas (aceleração do crescimento e início da 
puberdade), psicológicas (desenvolvimento intelec-
tual) e sociais (identificação com grupos, consoli-
dação de ideias e construção da sua identidade)2.
O meio social contribui para a formação dos 
hábitos alimentares dos indivíduos, pois o alimento 
e o ato de comer influenciam na formação da cul-
tura alimentar³. A alimentação dos adolescentes 
brasileiros se caracteriza pelo consumo insuficiente 
de frutas, hortaliças e cereais integrais e alto con-
sumo de alimentos ultraprocessados, com elevada 
densidade calórica e ricos em gorduras que in-
fluenciam a prevalência de sobrepeso e obesidade 
nessa população4,5. Dados da Pesquisa Nacional de 
Saúde do Escolar (PeNSE 2015), revelaram que os 
adolescentes consomem pelo menos um alimento 
ultra processado diariamente6.
Apesar de existir um entendimento sobre o 
que é uma alimentação saudável por parte dos 
adolescentes brasileiros, quando questionados 
sobre o porquê de possuírem uma alimentação 
inadequada foi relatado que a falta de tempo para 
se alimentar bem, o prazer de comer e a realização 
de refeições fora de casa são práticas que inter-
ferem negativamente na própria alimentação7,8.
A OMS define obesidade como uma doença 
de etiologia multifatorial que é caracterizada pelo 
acúmulo excessivo de gordura corporal capaz 
de ocasionar prejuízos à saúde do indivíduo9. A 
transição nutricional que está acontecendo no 
Brasil, mostra que há uma queda na ocorrência 
>
>
adolescents evaluated, respectively. The South Region presented a higher prevalence of obesity with 13.3% (CI 95% 13.2-
13.4) followed by the Southeast region with 10.4% (CI95% 10,3-10,4). The number of obesity cases was correlated with 
the number of cases of sausage consumption (r = 0.76, p <0.001); sweetened drinks (r = 0.74, p <0.001), instant noodles 
(r = 0.76, p <0.001) and treats (r = 0.75,p <0.001). Conclusion: There was a strong positive correlation between the 
consumption of ultra processed foods and obesity in all Brazilian macro regions.
KEY WORDS
Adolescent; Diet; Nutritional Status; Nutritional Surveillance; Obesity.
33Silva et al. CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020Adolescência & Saúde
da OMS por meio de escores-z1. Essa recomen-
dação é adotada pelo Sisvan, que disponibiliza 
para a população relatórios consolidados com as 
classificações desses referidos índices12.
O SISVAN também disponibiliza aos profis-
sionais da Atenção Básica um módulo para in-
vestigação de práticas importantes em relação à 
alimentação que ocorrem em cada faixa etária do 
curso de vida. Há três questionários distintos que 
abrangem: lactentes, crianças em alimentação 
complementar e maiores de dois anos de idade, 
adolescentes, adultos, idosos e gestantes. O ques-
tionário para maiores de dois anos é caracterizado 
pelos marcadores de consumo alimentar saudável 
como frutas, verduras, legumes e feijão; e não 
saudáveis como doces, guloseimas, embutidos e 
salgadinhos13.
Diante do exposto e considerando a im-
portância da atualização frequente dos dados de 
monitoramento de saúde, o objetivo deste estu-
do foi identificar a prevalência de marcadores de 
alimentação saudável e não saudável e sua rela-
ção com a obesidade na população adolescente 
acompanhada por meio do SISVAN, na Atenção 
Básica em 2017.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo observacional do 
tipo ecológico, a partir dos dados extraídos do 
SISVAN WEB (versão on-line com dados públi-
cos e disponíveis sobre a população de todo 
território brasileiro) referente ao ano de 2017. 
Delimitou-se a faixa etária da adolescência (10 
a 19 anos), sem seleção de filtros para nenhum 
grupo comunitário e nenhuma especificidade 
quanto a etnia, sexo e escolaridade. Os dados 
foram obtidos no período de 7 de março de 
2019 a 31 de março do mesmo ano, por meio do 
módulo Relatórios Consolidados14. Dados refe-
rentes aos índices antropométricos (IMC para 
Idade e Estatura para Idade) foram coletados, 
considerando a classificação recomendada pela 
OMS e utilizada pelo SISVAN para a definição do 
diagnóstico nutricional. Para ambos os índices 
foram considerados seus escores-Z1.
A avaliação dos marcadores de consumo 
alimentar para a identificação de um padrão 
positivo ou negativo teve como base o formulário 
disponibilizado a partir de 2015 no SISVAN, que 
objetiva instrumentalizar as equipes de Atenção 
Básica para esse tipo de avaliação. São dez ques-
tões específicas para a população de crianças com 
2 anos ou mais, adolescentes, adultos, gestantes e 
idosos. Com exceção das duas primeiras questões 
contidas no formulário, as demais se referem ao 
consumo no dia anterior13.
Posteriormente, os dados extraídos foram 
compilados no software Microsoft Excel para 
elaboração do banco de dados e tratamento 
estatístico. A distribuição dos indicadores da 
amostra SISVAN por macrorregião brasileira, e 
a projeção populacional realizada pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 
2017 dos adolescentes de 10 a 19 anos foram 
comparados. O objetivo foi investigar se há si-
milaridade da amostra SISVAN Web com a com-
posição populacional estimada pelo IBGE para 
o mesmo período.
As variáveis foram estudadas da forma em 
que são disponibilizadas por meio do SISVAN. 
Os dados de interesse para a amostra estudada 
foram: 1) Prevalência do sobrepeso e obesidade 
nas regiões e Brasil; e 2) Prevalência dos mar-
cadores de consumo alimentar: saudável e não 
saudável nas regiões e Brasil. Depois de coletada a 
frequência dos indicadores de consumo alimentar 
no dia anterior e dos índices antropométricos, os 
Intervalos de Confiança de 95% (IC95%) foram 
calculados.
Após apresentadas a frequência e a distribui-
ção espacial do estado nutricional e de consumo 
alimentar dos adolescentes em macrorregiões e 
Brasil, os dados foram plotados em mapas por 
meio do software TabWin 4.15 para a inspeção 
visual das diferenças entre os indicadores nas 
localidades estudadas. Investigou-se ainda, a 
correlação do número de casos de obesidade 
(ou excesso de peso) e casos de consumo de 
alimentos ultraprocessados nas Unidades da 
Federação por meio do teste de Correlação de 
Spearman realizado pelo software Stata versão 
15, considerando significância de 5%.
>
34 Silva et al.CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020
RESULTADOS
Foram coletados dados de 5.570 municípios 
brasileiros que corresponderam a 100% dos mu-
nicípios avaliados referentes ao estado nutricio-
nal, totalizando 4.630.485 adolescentes avaliados. 
Quanto ao consumo alimentar, obteve-se dados 
disponíveis de 63% dos municípios, ou seja, 3.513 
municípios totalizando 102.085 adolescentes ava-
liados.
Os dados de antropometria mostraram que 
houve um maior número de adolescentes avalia-
dos na Região Nordeste, seguidas pelas regiões 
Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste. Em relação ao 
consumo alimentar, a região Sudeste apresentou o 
maior número de adolescentes avaliados, seguida 
pelas regiões Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. 
As regiões que apresentaram dados de antro-
pometria e consumo alimentar mais próximas à 
estimativa do IBGE foram Centro-Oeste, Norte e 
Sul (Tabela 1).
A maior frequência de sobrepeso e obesidade 
se concentrou na região Sul, seguida pela região 
Sudeste (Tabela 2). A Região Sudeste apresentou 
o maior percentual de adolescentes que realiza-
vam as três principais refeições do dia (64,7%), e 
que realizavam as refeições assistindo à televisão 
(72,7%). Em contrapartida, a região Centro-Oeste 
mostrou o menor percentual de adolescentes que 
realizavam as três principais refeições diárias, cor-
respondendo a 24,5%. A região Norte obteve o 
menor percentual de adolescentes que possuíam o 
hábito de realizar as refeições assistindo à televisão 
(50,4%). A nível nacional, 64,3% dos adolescentes 
realizavam as refeições assistindo TV.
Entre os marcadores de alimentação saudável, 
o consumo de feijão demostrou ser o mais frequen-
te nas macrorregiões com variação decrescente 
da região Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e 
Norte. A região Norte obteve o menor percentual 
do consumo de verduras e legumes, seguida pela 
região Nordeste com o segundo menor percen-
tual para este marcador (Tabela 3). Já em relação 
aos marcadores de alimentação não saudável, o 
consumo de macarrão instantâneo, salgadinho 
de pacote e biscoito salgado foram maiores nas 
regiões Sul e Nordeste. A menor frequência de 
alimentos não saudáveis encontrada foi o consu-
mo de hambúrgueres e embutidos em todas as 
regiões. Quando comparado aos outros produtos 
estudados, o consumo de bebidas adoçadas no 
Brasil foi o maior encontrado (Tabela 3).
Houve correlação forte, variando de r= 0,7491 
a r= 0,7680 (p<0,001), entre o número de casos de 
consumo de alimentos ultraprocessados com os 
números de casos de obesidade nos adolescentes 
avaliados nas Unidades da Federação. Quando 
investigada a correlação entre os diferentes tipos 
de alimentos ultraprocessados, observou-se cor-
relação muito forte, variando de r= 0,9866 a r= 
0,9968 (p<0,001) (Tabela 4).
Evidenciou-se maior prevalência do consumo 
de ultraprocessados nas regiões Sul e Sudeste, 
onde também ocorreram as maiores prevalências 
de consumo de bebidas adoçadas e de biscoitos 
recheados, doces e guloseimas. O consumo desses 
alimentos citados foi menos frequente na região 
Nordeste e Norte (Figura 1).
Tabela 1. Comparação da amostra SISVAN com a projeção populacional do IBGE por macrorregião em 2017.
RegiãoAmostra SISVAN
População estimada
IGBE
Antropometria Consumo alimentar
n (%) n (%) n (%)
Centro-Oeste 269.022 (5,8) 9.336 (9,1) 2.575.210 (7,7)
Nordeste 2.046.131 (44,1) 20.201 (19,8) 10.152.550 (30,2)
continua
>
35Silva et al. CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020Adolescência & Saúde
continuação da tabela 1
Região
Amostra SISVAN
População estimada
IGBE
Antropometria Consumo alimentar
n (%) n (%) n (%)
Norte 733.453 (15,9) 14.166 (13,9) 3.540.026 (10,5)
Sudeste 1.139.095 (24,6) 42.483 (41,6) 12.948.762 (38,6)
Sul 442.784 (9,6) 15.899 (15,6) 4.381.477 (13,0)
SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional; IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Tabela 2. Taxa de prevalência de Baixa Estatura, Magreza, Sobrepeso e Obesidade para Idade em adolescentes 
de 10 – 19 anos por macrorregião e no Brasil, 2017.
Região n
Baixa Estatura Magreza Sobrepeso Obesidade
% IC95% % IC95% % IC95% % IC95%
Brasil
Centro-oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
4.630.485
269.022
2.046.131
733.453
1.139.095
422.784
10,2
7,3
11,4
15,0
7,1
6,2
10,2-10,2
7,2-7,4
11,4-11,5
15,0-15,1
7,0-7,1
6,2-6,3
4,0
3,8
4,6
3,8
3,8
2,5
4,0-4,1
3,8-4,0
4,6-4,6
3,8-3,9
3,8-3,9
2,4-2,5
17,7
18,7
16,6
17,0
18,6
20,9
17,7-17,7
18,5-18,8
16,6-16,7
16,9-17,1
18,6-18,7
20,8-21,1
8,2
9,5
6,6
5,8
10,4
13,3
8,2-8,2
9,3-9,6
6,5-6,6
5,7-5,9
10,3-10,4
13,2-13,4
Fonte: SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
Tabela 3. Frequência dos marcadores de alimentação saudável e não saudável dos adolescentes acompanhados 
na Atenção Básica por macrorregião e no Brasil, 2017.
Região Adolescentes Consumo alimentar – marcadores saudáveis
Feijão Frutas Verduras e Legumes
n° % IC95% % IC95% % IC95%
Brasil
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
102.085
9.336
20.201
14.166
42.483
15.899
84,8
83,9
84,1
75,3
89,4
79,9
84,2-84,6
83,2-84,7
83,6-84,6
74,5-76,0
89,1-89,6
79,3-80,5
68,6
68,6
66,8
67,5
67,3
75,3
68,3-68,8
67,6-69,5
66,1-67,4
66,7-68,2
66,9-67,7
74,6-75,9
66,9
69,5
58,2
58,0
71,1
73,5
66,6-67,2
68,6-70,5
57,5-58,9
57,2-59,0
70,6-71,5
72,8-74,2
continua
36 Silva et al.CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020
continuação da tabela 3
Região Adolescentes Consumo alimentar – marcadores não saudáveis
Hambúrgueres e 
embutidos
Bebidas 
adoçadas
Macarrão 
instantâneo
Biscoitos 
recheados
n° % IC95% % IC95% % IC95% % IC95%
Brasil
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
102.085
9.336
20.201
14.166
42.483
15.899
42,3
37,8
38,4
33,2
43,7
54,5
42,0-42,6
36,8-38,8
37,7-39,1
32,4-34,0
43,2-44,2
53,7-55,3
65,9
65,1
58,6
60,0
69,7
71,1
65,6-66,2
64,1-66,1
57,9-59,3
59,1-60,7
69,1-70,0
70,4-71,8
48,0
45,3
48,0
41,7
43,6
59,3
47,6-48,3
44,3-46,3
47,3-48,7
40,9-42,5
45,8-46,8
58,5-60,1
60,8
62,0
53,2
50,4
62,1
75,5
60,5-61,1
61,0-63,0
52,5-53,8
49,5-51,2
61,7-62,6
74,8-76,2
Fonte: SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
Tabela 4. Correlação (r) entre a frequência de consumo alimentar e obesidade em adolescentes de 10 a 19 anos 
acompanhados na Atenção Básica, 2017.
Obesidade
Hambúrgueres e 
embutidos
Bebidas 
adoçadas
Macarrão 
instantâneo
Biscoitos 
recheados
Obesidade -
Hambúrgueres e 
embutidos
0,7680
<0,001
-
Bebidas adoçadas
0,7491
<0,001
0,9866
<0,001
-
Macarrão 
instantâneo
0,7613
<0,0001
0,9927
<0,001
0,9945
<0,001
-
Biscoitos recheados
0,7550
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BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020Adolescência & Saúde
DISCUSSÃO
Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 
(POF) de 2008-2009 mostraram as prevalências 
de excesso de peso e obesidade em adolescentes 
do sexo masculino e feminino de 10 – 19 anos de 
idade em todas as macrorregiões. Houve oscila-
ção na prevalência de excesso de peso, nos dois 
sexos, de 20 a 27% nas regiões Sudeste, Sul e 
Centro-Oeste e de 16 a 19% nas regiões Norte e 
Nordeste. Os resultados deste estudo apontaram 
Figura 1. Distribuição espacial do consumo alimentar e da prevalência de obesidade dos 
adolescentes de 10 – 19 anos acompanhados na Atenção Básica por macrorregiões brasileiras, 2017.
as maiores e menores taxas de excesso de peso 
nas mesmas localidades, sendo possível inferir que 
a distribuição do número de casos nas regiões do 
Brasil não mudou durante esses 10 anos15.
De acordo com a PeNSE 2015 realizada pelo 
IBGE, observou-se nesta população maior preva-
lência de obesidade na Região Sul (10,2%) e a 
menor na Região Norte (6,1%) em escolares de 
13 a 17 anos de idade16. Dados semelhantes foram 
encontrados no presente estudo, evidenciando a 
proximidade das frequências obtidas pelos dados 
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38 Silva et al.CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020
administrativos do SISVAN com as frequências 
obtidas em inquéritos representativos da popu-
lação brasileira, o que evidencia sua utilidade e 
importância, ao mesmo tempo em que reforça a 
urgência pelas ações de prevenção e controle de 
obesidade em todo território nacional.
Em relação ao consumo de alimentos, a 
PeNSE 2015 evidenciou o consumo de 13,7% 
de salgados fritos, 41,6% de guloseimas, 26,7% 
de refrigerantes e 31,3% de ultraprocessados 
salgados em cinco vezes na semana ou mais 
pelos adolescentes estudados, e 57,9% da amos-
tra realizava as refeições assistindo à televisão, 
sendo esse hábito mais comum na região Su-
deste16. O presente estudo também apontou 
um maior número de adolescentes que realizam 
as refeições em frente à TV na região Sudeste 
quando comparado as outras regiões.
A pesquisa citada acima avaliou também 
quais os tipos de alimentos que os jovens estão 
expostos no ambiente escolar. Foi evidenciado 
que 49,7% dos alunos de escolas públicas podia 
comprar guloseimas, 58,5% podiam comprar 
refrigerantes e 63,7% podiam comprar salga-
dinhos industrializados nas cantinas das escolas 
ou em suas proximidades, sendo que 41,6% dos 
alunos relataram consumir guloseimas cinco dias 
ou mais em uma semana16. De acordo com os 
dados obtidos pelo SISVAN, o percentual de 
adolescentes que consumiu guloseimas, refrige-
rantes e salgadinhos de pacotes no dia anterior 
foi de 60,8%, 65,9% e 48,0%, respectivamente. 
Possivelmente esse acesso a compra de alimen-
tos não saudáveis no ambiente escolar pode se 
associar à obesidade ou doenças relacionadas, 
como hipertensão arterial17.
Um estudo conduzido por Tavares et al.18 
com dados da PeNSE de 2009, mostrou maior 
proporção no padrão de alimentação saudável 
(consumo de hortaliças cozidas e cruas, frutas, 
leite e feijão) dos adolescentes nas capitais das 
regiões Centro-Oeste e Sul quando comparado 
ao padrão de alimentação não saudável (consu-
mo de ultraprocessados). A região Sudeste apre-
sentou o terceiro maior percentual do padrão 
de alimentação saudável18. O presente estudo 
apontou resultados inversos, por consequência 
da transição alimentar no decorrer de dez anos 
nesta população.
Uma pesquisa elaborada a partir dos da-
dos do Estudo de Risco Cardiovasculares em 
Adolescentes (ERICA) conduzido em 2013 e 
2014, apontou diferenças importantesquan-
to à prevalência de consumo de alguns itens 
alimentares entre as macrorregiões brasileiras, 
com destaque para a prevalência de consumo 
de alimentos como refrigerantes, salgados fritos 
e assados, biscoitos doces e salgados, sendo o 
refrigerante a bebida adoçada mais consumida 
entre os adolescentes na região Sul (51,2%). 
Doces e sobremesas ficaram entre os dez ali-
mentos mais consumidos em todas as regiões. 
Em contrapartida, foi evidenciado que faz parte 
da alimentação dos adolescentes o arroz e o 
feijão, porém o consumo de ultraprocessados 
é diário19. No mesmo sentido, dados investi-
gados neste estudo mostraram que dentre os 
marcadores de alimentação não saudável, o que 
persiste com maior prevalência é o de bebidas 
adoçadas, seguida pelo consumo de doces e 
guloseimas em todas as regiões, caracterizando 
a forte presença de alimentos ultraprocessados 
na alimentação dessa população.
O estudo conduzido por Levy et al.20 ana-
lisou o consumo e o comportamento alimentar 
entre adolescentes brasileiros, englobando os 27 
estados existentes, e mostrou que de 18,0% a 
50,9% dos adolescentes consumiam alimentos 
marcadores de alimentação não saudável regu-
larmente (5 vezes na semana ou mais, referente 
à semana que antecedeu o estudo), sendo maior 
a proporção daqueles que consumiam gulo-
seimas e refrigerantes e menor daqueles que 
consumiam biscoitos doces e embutidos20. Um 
estudo elaborado por Costa et al.6 que analisou 
o comportamento sedentário e o consumo de 
alimentos ultraprocessados entre adolescen-
tes brasileiros de escolas públicas e privadas 
apontou que 39,7% dos escolares da amostra 
reportaram consumo diário de pelo menos um 
tipo de alimento ultraprocessado6.
Devem ser consideradas algumas limitações 
quanto ao desenvolvimento do presente estudo. 
Apesar de abranger as unidades da federação 
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Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020Adolescência & Saúde
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11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, 
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e por se tratar de dados secundários, o estudo 
engloba apenas os adolescentes atendidos pela 
Atenção Básica e não representa de forma pro-
porcional a população adolescente brasileira. 
Dados em constante atualização entre os dias 
da coleta dos relatórios consolidados podem ter 
contribuindo para erros nas estimativas produ-
zidas. Por se tratar de um estudo ecológico não 
se pode fazer inferências sobre características 
em nível individual da população.
Como pontos fortes do estudo pode-se 
citar a inclusão de um número alto de adolescen-
tes e a alta capilaridade na obtenção de dados, 
o que seria inviável num estudo amostral. Além 
disso, evidenciou-se a importância e utilidade 
dos dados administrativos obtidos por meio do 
trabalho das equipes de Atenção Básica para a 
realização e consolidação da VAN.
CONCLUSÃO
 Conclui-se que as localidades que apre-
sentaram as maiores prevalências de obesidade 
são também as que apontaram as maiores preva-
lências de consumo de ultra processados. Houve 
uma correlação positiva forte entre o número de 
casos de obesidade e o de consumo de alimentos 
ultraprocessados em adolescentes avaliados na 
Atenção Básica, nas Unidades de Federação. Outro 
achado importante aponta que os adolescentes 
possivelmente não consomem apenas um tipo de 
alimento ultraprocessado, mas sim vários. Diante 
destes resultados, é necessário que os profissionais 
que atuam na Atenção Básica criem e intensifiquem 
novas estratégias educativas para o público ado-
lescente visando o desenvolvimento de hábitos 
alimentares saudáveis que impliquem na redução 
de impactos negativos na saúde pública.
40 Silva et al.CONSUMO ALIMENTAR E OBESIDADE EM ADOLESCENTES 
BRASILEIROS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ESTUDO ECOLÓGICO COM DADOS DO SISTEMA DE 
VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 31-40, jul/set 2020
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