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ANESTESIO RESUMO

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A N E S T E S I O L O G I A ……………………………………… 
 Avaliação pré-anestésica: 
 • Definido como o processo de abordagem clínica do paciente que precede a administração de 
 anestesia para procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos. 
 ↳ é de responsabilidade do anestesiologista e pode ser realizada por um membro da equipe que 
 eventualmente pode não ser o mesmo a realizar a anestesia. Para tanto, é importante que exista 
 consenso entre ambos na conduta! 
 ∗ Objetiv�: 
 ● descobrir se o paciente está na melhor condição possível e otimizar; 
 ● redução de morbimortalidade; 
 ● diminuição das taxas de suspensão de cirurgia; 
 ● readequação de medicamentos; 
 ● solicitação de interconsultas; 
 ● escolha da melhor técnica anestésica; 
 ● planejamento da analgesia pós-operatória; 
 ● assinatura do termo de consentimento. 
 ✓ Ao final da avaliação deve-se responder à pergunta: ''Está o paciente nas melhores condições 
 possíveis para ser submetido à cirurgia proposta?", se a resposta for não, ela deve ser adiada. 
 ✓ Se for de urgência, a pergunta é: ''Os riscos de operar o paciente agora são maiores do que os de não 
 operar?'' 
 ✓ Exceto em situação de urgência, é indispensável conhecer, com a devida antecedência, as condições 
 clínicas do paciente. Nos procedimentos eletivos, a avaliação deve ser realizada antes, cabendo ao 
 anestesiologista solicitar ou não exames complementares. 
 ✓ Paciente fuma no dia da cirurgia, cancela cirurgia. Por isso, orientar no pré é fundamental, pois um 
 paciente que para por 8 semanas a incidência de complicações respiratórias é parecida com uma 
 pessoa que nunca fumou. 
 ✓ Não se deve fazer punção em cima de tatuagem. Pode levar a tinta direto para o SNC. 
 ∗ Vi� Aére� : 
 FATOR + IMPORTANTE E QUE MAIS MATA! 
 • Previsão de via aérea difícil: 
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 • Teste Mallampati: realizado com o paciente sentado, com o observador em frente e ao nível dos 
 olhos a abertura máxima da boca e protrusão máxima da língua 
 ↳ Apenas dois anos depois, Samsoon e Young propuseram modificar o teste e estabeleceram 4 
 classes para o Mallampati Modificado, sendo que a classe III e IV são considerados preditores de via 
 aérea difícil. 
 As quatro classes são: 
 ⇝ Classe I – palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis; 
 ⇝ Classe II – palato mole, fauce e úvula visível; 
 ⇝ Classe III – palato mole e base da úvula visível; 
 ⇝ Classe IV – palato mole totalmente não visível. 
 • Mallampatti 0 : pacientes, principalmente do sexo feminino, ao abrir a boca você consegue ver a 
 epiglote. É uma intubação ainda mais fácil. 
 • Classificação de Comark e Lohane: quando já está fazendo a laringoscopia 
 • Distância esterno-mento: > 12,5 cm (previsível visão da laringe) 
 • Distância tireomentoniana: < 6cm (quanto maior + fácil, provável ausência de limitação) 
 • Abertura da boca: se diminuída provável dificuldade de realizar IOT 
 • Movimento de extensão da cabeça e flexão do pescoço (exame físico) 
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 ✓ Você pode pedir para o paciente mostrar os dentes para ver se tem uma arcada alinhada 
 ✓ Pode pedir para morder o lábio superior, pois é um movimento de protrusão da mandíbula, 
 mostrando se tem espaço para a laringoscopia. PODE ATÉ SER + SENSÍVEL QUE 
 MALLAMPATTI! 
 OBS: SUSPENSÃO DE CIGARRO 
 48h — reduz carboxihemoglobina 
 1 semana — melhora clearance de substâncias 
 2 semanas — espessura e volume do muco 
 8 semanas — fisiologia próximo ao normal 
 ∗ �ame� complementare�: 
 • É algo que é para ser individualizado; 
 • Procedimento de pequeno porte com paciente saudável e jovem, não precisa de nenhum exame; 
 • Devem ser solicitados com base na anamnese e no exame físico cuidadoso, bem como na natureza 
 do procedimento; 
 • técnica = julgamento clínico ( objetivo - uso racional de exames em um era de contenção de custos) 
 HEMATOLÓGICO (HEMOGLOBINA/ HEMATÓCRITO): procedimentos vasculares ou com expectativa de perda 
 sanguínea, nas crianças com até 6 meses de idade e prematuras, pac. com distúrbios hematológicos, em uso de quimio. 75 
 anos ou mais, neoplasias, nefropatias, tabagista de 20 a + maços por ano e em uso de anticoagulantes.Considerar tipo e porte 
 de cirurgia, hepatopatia, extremos etários, história de anemia. 
 LEUCOGRAMA - doenças do SNC, nas leucemias e na radioterapia. 
 URINA I - pacientes em uso de diuréticos, procedimentos geniturinários, diabéticos, nefropatas, infecção geniturinária 
 recente. Indicado para procedimentos específicos, como implantação de prótese e procedimentos urológicos. 
 RADIOGRAFIA DE TÓRAX - vê circulação pulmonar, aumento de cavidades cardíacas, desvio de traquéia, etc. Pacientes 
 com asma ou DPOC debilitante, cardiopatas, doenças pulmonares,escoliose com restrição funcional, radioterapias e fumam 
 + de 25 maços por ano, etc. (pode pedir um teste de função pulmonar, espirometria e oximetria de pulso) 
 QUÍMICA SANGUÍNEA (POTÁSSIO, GLICOSE, SODIO,ESTUDOS DA FUNÇÃO RENAL E HEPÁTICA) - considerar 
 terapia perioperatória, distúrbios endócrinos, risco de disfunção renal ou hepática e uso de certos medicamentos ou terapias 
 alternativas. 
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 ∗ Jeju�: 
 • Risco de aspiração 
 • Síndrome de Medleson: pneumonite associada à aspiração de ácido gástrico 
 • Jejum prolongado causa muita acidez 
 • Jejum é classificado quanto ao alimento e tempo 
 ↳ refeição alta —- 8h (almoço/jantar) 
 refeição leve —- 6h (livre de gordura, proteína grelhada, salada crua, salada de fruta) 
 líquidos que podem virar sólidos —-- 6h (com leite associado) 
 líquidos claros sem resíduos —- 2h (chá, café, suco, sem açúcar e coado, água de coco, 
 gatorade e água) 
 • GESTANTE É SEMPRE ESTÔMAGO CHEIO (GASTRINA RETARDA ESVAZIAMENTO 
 GÁSTRICO) 
 • DIABÉTICOS TÊM GASTROPARESIA (RETARDA ESVAZIAMENTO) 
 • PACIENTES COM DISTÚRBIOS GASTROESOFÁGICOS = REFLUXO, HÉRNIA DE 
 DESLIZAMENTO, GASTRITE CRÔNICA, QUEM FEZ GASTROPLASTIA, OBESO MÓRBIDO 
 (IMC>35), PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS DE EMERGÊNCIA - SÃO ESTOMAGO 
 CHEIO! 
 • JEJUM EM BEBÊS 
 ↳ 0-6 meses - leite materno exclusivo- 3/4h 
 6-36 meses - fórmula/suco/leite - 6h 
 >36 meses - igual adulto depende da alimentação 
 ✓ Contudo, o jejum prolongado também é problemático! 
 ↳ fome → produz ácido → pode broncoaspira-lo → síndrome de Meltson (85% de chance de 
 morte) 
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 ✓ Classificação de Fleischer: 
 ✓ Classificação de estado físico (ASA): auxilia na tomada de decisão em áreas nas quais há suficiente 
 evidência 
 •Avaliação pré-anestésica no caso de procedimentos altamente invasivos seja realizada com 
 antecedência. Nos poucos invasivos, é recomendado que ocorra no dia ou véspera. 
 O QUE AVALIAR: descrição de diagnósticos atuais, tratamentos incluindo medicamentos e terapias 
 alternativas e determinação da condição médica do paciente. Exame físico: no mínimo, avaliação de 
 via aérea, pulmões e coração com documentação de sinais vitais! 
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 MONITORIZAÇÃO - ANTES, DURANTE E DEPOIS! 
 3 OBRIGATÓRIOS = PRESSÃO ARTERIAL NÃO INVASIVA, ELETROCARDIOSCOPIA, OXIMETRIA DE PULSO 
 ✳ A monitorização em anestesiologia tem duas finalidades: acompanhar a resposta do paciente à 
 anestesia e cirurgia, e revelar desvios anormais. 
 - Pressão arterial : é a identificação da contração rítmica e cíclica do ventrículoesquerdo, permitindo 
 a verificação da circulação desse doente. 
 TODA VEZ QUE SE ALTERA O VOLUME SISTÓLICO, FREQ. CARDÍACA E RESISTÊNCIA 
 SISTÊMICA, ALTERA A PRESSÃO. SÃO DIRETAMENTE PROPORCIONAIS! 
 • OBS: Adequar o esfigmo ao tamanho ideal (maior - pressão mais baixa do que ela é, menor - 
 pressão maior do que é), usar sempre o mesmo membro para a aferição 
 - Eletrocardioscopi a (= ECG TRANSOPERATÓRIO): OBRIGATÓRIO 
 • Informa a frequência, ritmo, alteração de condução nervosa, arritmias, alterações hidroeletrolíticas e 
 isquemias transoperatórias (importante pois um paciente em anestesia geral está dormindo, ou seja, 
 não reclamaria de uma possível dor no peito; assim, a eletrocardioscopia informa esses possíveis 
 eventos) 
 ↳ NÃO INVASIVA E BARATA! 
 • Respiração : monitorizar as trocas da membrana macro = pulmão 
 • Oximetria de pulso: OBRIGATÓRIO - fizeram uma escala do vermelho do sangue e quanto mais 
 vermelho vivo + oxigenado (espectrofotometria) . Muita luz prejudica a medição! 
 • Capnografia: OBRIGATÓRIO EM TODA ANESTESIA GERAL OU COM PRÓTESE 
 RESPIRATÓRIA. Os capnógrafos analisam e registram o nível de CO2 exalado e quantificam. O 
 valor normal do capnógrafo é de 35 a 45 mmHg. É o nível de C02 que chega aos alvéolos, ou seja, se 
 estiver baixo significa que o débito está baixo! 
 ↳ Padrões anormais: tromboembolia pulmonar / diminuição aguda do débito cardíaco (lesar um vaso 
 grande tipo a cava) 
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 OBS 1 : capnometria - mostra só o valor; a capnografia - mostra o gráfico do processo respiratório, 
 sendo possível dar diagnóstico! 
 OBS 2 : Uma diminuição da capnografia indica hipotermia, choque hipovolêmico, diminuição da 
 atividade muscular, hipotireoidismo, anestesia geral, hiperventilação alveolar ou até um mau 
 funcionamento do equipamento. 
 Um aumento da capnografia indica hipertermia ou sepsis, aumento da atividade muscular, 
 hipertireoidismo, hipoventilação alveolar e também pode ser mau funcionamento do equipamento. 
 OBS3: se entubado errado, o capnógrafo marca zero! 
 OBS 4 : A presença de CO2 no gás expirado é o método padrão-ouro para a confirmação do correto 
 posicionamento de um tubo traqueal! 
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 REAÇÃO ANAFILÁTICA E ANAFILACTÓIDE 
 Anafilactoide = mais branda x Anafilática = sistêmica 
 TODA DROGA DEVE SER ADMINISTRADA DILUÍDA E LENTAMENTE 
 ✳ ANAFILAXIA : reação aguda grave, de início súbito e evolução rápida, potencialmente fatal de um 
 paciente sensibilizado, isto é, possui anticorpos que reagem a substância - BNM, LÁTEX E 
 ANTIBIÓTICOS 
 ✓ Pouco frequente; 
 ✓ Não há estudo controlado; 
 ✓ A avaliação alergológica realizada antes de qualquer procedimento NÃO encontra fundamentação 
 teórica (administrar qualquer dose pode causar alergia - pode ser uma gota, meia gota - e em uma 
 farmácia não tem ninguém preparado nem o ambiente adequado). ESSES TESTES NÃO SÃO 
 VÁLIDOS, VÁLIDA-SE OS RELATOS DO PACIENTE); 
 ✓ Diagnóstico rápido da reação anafilática é feito exclusivamente por sinais clínicos (dificuldade 
 diagnóstica durante anestesia) 
 ✳ REAÇÃO ANAFILACTÓIDE : clinicamente similares às R.A, mas não são mediadas por IgE - 
 anti-inflamatórios não esteroidais 
 ✳ SCREENING : não há testes a serem realizados para saber se tem alergia a anestesia 
 OBS: história prévia de exposição não é condição necessária para que ocorra RAA = se você já fez 
 uma cirurgia e não teve reação não significa que em uma próxima não terá! 
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 OBS: Os mecanismos que levam as reações anafiláticas e anafilactoides podem ser de origem 
 imunológica ou não imunológica e é muito difícil, sendo impossível, distinguir através do quadro 
 clínico qual deles está evoluindo. Algumas vezes são desencadeadas simultaneamente! NA DÚVIDA 
 TRATAR COMO ANAFILAXIA! 
 ✳ MEDIADORES QUÍMICOS NA ANAFILAXIA: 
 Leucotrienos — broncoconstrição 
 Prostaglandinas — broncoconstrição 
 PAF (fator de agregação plaquetária) — agregação plaquetária 
 Cininas — aumenta permeabilidade capilar 
 ✳ ACHADOS NA PELE E MUCOSA : 80-90 % 
 - Eritema localizado ou difuso 
 - Prurido 
 - Rash, urticária e/ou angioedema 
 ✳ TRATO GASTROINTESTINAL : 30-40 % 
 - Nauseas e vomitos 
 - Cólicas 
 - Diarréia 
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 ✳ SISTEMA CARDIOVASCULAR : 10-45 % 
 - Hipotensão arterial 
 - Síncope 
 - Taquicardia 
 - Arritmias cardíacas 
 ✳ APARELHO RESPIRATÓRIO: 70 % 
 - Prurido e congestão nasal 
 - Espirros 
 - Prurido e aperto na garganta 
 - Disfonia, rouquidão, estridor 
 - Tosse, sibilância ou dispneia 
 ✳ SISTEMA NERVOSO CENTRAL: 10-15 % 
 - Sensação de morte iminente 
 - Contrações abdominais uterinas 
 - Perda de controle de esfíncter 
 - Alteração visual 
 - Zumbido 
 ✳ FATORES DE RISCO: 
 • SEXO: mulheres tem maior propensão devido prévia sensibilização com o uso de cosméticos; 
 • IDADE: submetidas a várias cirurgias / portadoras de espinha bífida; 
 •ATOPIA: predisposição hereditária em que o indivíduo produz anticorpos IgE contra vários 
 alérgenos introduzidos ao organismo (pessoa muito alérgica); 
 • HISTÓRICO DE ALERGIA A FÁRMACOS: primeiro fator a considerar! 
 • ALERGIA AO LÁTEX: agentes alergênicos. 
 ✳ TIPOS: 
 • TEMPO: imediata/tardia 
 • MODO DE APRESENTAÇÃO: unifásica/bifásica (8-12h) 
 QUANTO MAIS PRECOCE MAIS GRAVE É ( NECROPSIA - SEM ACHADO MACROSCÓPICO 
 EM 50 % - CHOQUE>BRONCOCONSTRIÇÃO) 
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 Podem evoluir para: 
 ↳FASE HIPERCINÉTICA: 3 a 5 min - taquicardia e aumento do débito cardíaco (SEM CAUSA 
 APARENTE) 
 FASE HIPOCINÉTICA: liberação do fator de relaxamento do endotélio, aumento da 
 permeabilidade e todo volume sanguíneo sai do terceiro espaço, edemacia o terceiro espaço e a 
 interface da membrana celular e dentro fica todo hemoconcentrado. Causa alteração na resistência 
 vascular sistêmica e no débito cardíaco diminui, aumenta a pressão hidrostática capilar e um edema 
 intersticial, e o oxigênio não consegue chegar mais (exemplo de pegar na mão e depois vai pra longe, 
 que no caso seria o interstício) - arritmias e hipoxemia 
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 ANESTESIA DO NEURO - EIXO 
 = RAQUIANESTESIA, SUBARACNÓIDE,ANESTESIA ESPINHAL 
 EFICAZ, BAIXA TOXICIDADE E BAIXO CUSTO 
 ✳ CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS: 
 • A medula espinhal geralmente termina no nível da 1 vertebra lombar, porém pode ser na L12 ou L3. 
 Por isso, a punção nos espaços L3-L4 e L4-L5 é a mais segura! 
 ↳ existia um relato que a medula terminava na região sacral, assim, é recomendável que ao 
 puncionar o espaço subaracnóideo, não se faça progressão demasiada da agulha. Ao sentir a 
 perfuração da dura-máter e da aracnóide, deve ser observado o gotejamento de líquor! 
 OBS: espaço epidural → dura máter → espaço subdural → aracnóide → espaço sub aracnóide (onde 
 está o liquor) → pia máter (não atingir reveste sistema nervoso central) 
 OBS: Nervos raquidianos: 8 pares cervicais, 12 pares torácicos, 5 pares lombares, 5 pares sacral, 1 par 
 coccigeo 
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