Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA Professora Gabriela Gonçalves Silveira Fiates Estratégia - - Estrategista Para alguns autores como Chandler, Andrews e Sloan, o estrategista é o executivo principal da organização, o indivíduo capaz de internalizar todas as informações e conhecimentos necessários para visualização dos caminhos futuros da organização. Mintzberg et al (2000) também vislumbram o estrategista de maneira solitária, o estrategista formula a estratégia e as ações subsequentes para o direcionamento da organização com vistas a maximizar seus resultados econômicos. Estratégia - - Estrategista Whittington (2002), por sua vez, classifica esses pensadores como integrantes da abordagem clássica. Para tais pensadores, as estratégias são regras de longo prazo formuladas por meio de um processo racional de análises e cálculos deliberados, visando maximizar os lucros da empresa. Estratégia como Prática Outra vertente em estratégia que emprega uma visão sociológica é a de estratégia como prática social. Nessa visão, a estratégia é conceituada como uma atividade situada e realizada socialmente, enquanto o ato de fazer estratégia (strategizing) compreende as ações, interações e negociações de múltiplos atores e as práticas que eles utilizam na realização dessa atividade (JARZABKOWSKI; BALOGUN; SEIDL, 2007). Estratégia como Prática Santos, Sette e Tureta (2006) abordam que essa perspectiva, ao invés de focar no conteúdo ou no próprio processo da estratégia, procura entender a microvisão das atividades do cotidiano da organização. Esse modelo está ligado ao modo de fazer estratégia da organização (strategizing) e entender como os estrategistas agem e interagem (Whittington, 2003; Jarzabkowsky, 2005). Estratégia como Prática - Estrategista A estratégia como prática apresenta um olhar mais sociológico sobre a estratégia, considerando que a estratégia consiste em algo que as pessoas realizam no âmbito social. Assim, o praticante pode não ser chamado formalmente de (ou ser percebido como) estrategista e não ter um cargo de destaque na organização, mas suas ações e interações podem contribuir para a estratégia da organização (Jarzabkowski, 2005). Estratégia como Prática A estratégia como prática, por sua vez, procura saber como os estrategistas agem e interagem para a formação de práticas estratégicas, ou seja, como se dá o strategizing (Whittington, 2003; Jarzabkowsky, 2005). Concepções do Estrategista Estratégia como Prática Posição hierárquica Todos os níveis Racionalidade Limitada Função Participação Atuação Criação, adaptação e difusão de práticas estratégicas. Estratégia como Prática Uma das principais características da Estratégia como Prática é a pluralidade: · Pluralidade de níveis de análise, dado que a ECP se preocupa com a existência de diferentes níveis de análise (micro-atividades, organizações e instituições), mas acima de tudo com a inter-relação entre esses níveis; · Pluralidade de atores, pois diferentemente das correntes tradicionais que apenas focalizam o alto escalão, a ECP considera outros atores, como consultores, média gerência, etc., tanto internos quanto externos à organização; Estratégia como Prática · Pluralidade de variáveis dependentes, uma vez que outras visões tentam explicar o desempenho organizacional em termos de medidas unitárias e relações causais entre variáveis. A ECP busca trabalhar com diversas variáveis dependentes, no nível dos indivíduos, dos grupos de desenvolvimento da estratégia, das ferramentas e dos sistemas de planejamento. · Pluralidade de teorias, dado que frente a grande pluralidade apregoada pela ECP, é impossível que apenas uma teoria dê todas as respostas para as questões indicadas. Estratégia como Prática Whittignton (2002) destaca que a estratégia como prática busca a compreensão das micro- atividades que dão suporte às questões de nível organizacional. Estratégia como Prática Do ponto de vista de frameworks de pesquisa, Whittington (2006) propõe um modelo composto por três conceitos inter-relacionados: (1) práxis, (2) práticas e (3) praticantes (ou profissionais). Conforme destaca o autor, a aliteração dos termos é proposital, de forma a destacar a interdependência e retroalimentação entre os conceitos. Framework de pesquisa em estratégia Estratégia como Prática I – práxis de estratégia, que são as atividades realizadas pelos praticantes no fazer estratégia (para o autor, refere-se à atividade real que as pessoas fazem na prática); II – práticas de estratégia, que são as rotinas, discursos, conceitos, normas e tecnologias utilizadas pelos estrategistas por intermédio das quais a práxis se materializa (nas palavras do autor, práticas referem-se às rotinas comuns de comportamento, incluindo tradições, normas e procedimentos para pensar, agir e usar coisas); III – praticantes de estratégia, que são os envolvidos na práxis estratégica, são os estrategistas que realizam suas práticas. Em síntese: Fonte: Cristiano Klanovicz et al, 2018. Exemplo prático de uma Análise da Estratégia como Prática. A CONSTRUÇÃO DA ESTRATÉGIA EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO: UMA ANÁLISE COM BASE NA ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA FIATES, Gabriela G.S; DEMO, Maria Laura O.; BRILINGER, Caroline O.
Compartilhar