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Gastrologia Bactéria gram negativa. A aquisição precoce (+ tempo com a bactéria) gera mais chances de úlcera, gastrite Relacionada à gastrite, úlceras, CA gástrico, linfoma MALT. Gastrite do antro -> mais ácido -> úlcera duodenal. Gastrite do corpo -> menos ácido -> CA gástrico • Fatores de risco: úlceras, CA gástrico, atrofia, metaplasia, displasia, uso crônico de AAS e AINES • Diagnóstico – EDA + teste rápido de urease; biopsia, teste respiratório, sorologia (indica se já teve contato) • Tratamento – IBP + 2 ATB (omeprazol + amoxicilina + claritromicina). Pessoas mais brancas -> melhor o esomeprazol Tratar pacientes com úlceras e/ou histórico familiar de CA Indivíduos jovens, pico bimodal, da boca ao ânus, tabagismo piora Por ser uma doença autoimune, pode vir acompanhada de apresentações clínicas em outros sistemas • Lesões transmurais, descontínuas, salteadas, úlceras, fístulas e estenoses • Clínica – dor abdominal em FID, distensão abdominal, febre, pode ter diarreia, a evacuação não alivia a dor, lesões cutâneas, íleo paralítico, anemia e perda de peso, invaginação ileocecal, úlceras, parada de eliminação de fezes, flatos, fistulas e/ou abcessos perianais intratáveis • Diagnóstico – Hemograma, PCR e VHS, calprotectina, colonoscopia com estudo de íleo terminal, biopsia, enterotomografia. Confirmação por exames de imagem (RX do trânsito intestinal, USG, tomografia, ressonância) e confirmação endoscópica (colonoscopia, enteroscopia, cápsula endoscópica, EDA e biopsia) • Tratamento – anti-inflamatórios, aminosalicilatos (mesalazina, sulfasalazina), imunossupressores, corticoides, ATB, ácido anti- TNF alfa, cirurgia (para complicações) Indivíduos jovens, com pico bimodal Inflamação crônica da mucosa dos cólons, lesões contínuas, a partir disso respectivos, não pega o intestino delgado (inflamação intensa pode causar ileíte de refluxo), abcesso de criptas, pseudopólipos • Clínica – diarreia com padrão baixo, mucorreia, sangue nas fezes, dor em baixo ventre e em cólica, perda ponderal, apresenta formas extraintestinais OBS.: As DII podem vir acompanhadas de sintomas extraintestinais (esclerite e uveite no olho, estomatites e aftas, cálculos renais na DC, artrite periférica e axial – espondilite anquilosante, eritema nodoso, pioderma gangrenoso, colangite esclerosante, colelitíase) • Diagnóstico – hemograma, VHS e PCR, edema opaco, colonoscopia (lesões ulcerativas contínuas), histopatológico • Tratamento – sulfasalazina, corticoides, ATB, imunossupressores, cirurgia Diverticulose é quando não tem sintomas, mas tem os divertículos. Doença diverticular é sintomática. A diverticulite é a fase inicial (inflamação) • Localização – maior parte nos cólons descendente e sigmoide • Fatores de risco – idade, obesidade, doença renal, tabagismo, medicamentos • Clínica – dor hipogástrica ou FIE que acorda o paciente, sangramento, obstruções, claudicação. Complicações: abcessos, peritonite, obstrução, fístulas • Diagnóstico – Exames laboratoriais (leucocitose, marcadores inflamatórios – VHS, PCR) e tomografia. Depois da crise, fazer colonoscopia • Tratamento – Aminoglicosídeo + Metronidazol + Ampicilina (AMA) Paciente grave, idoso e imunossuprimido – já inicia ATB H. Pylori Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa Diverticulite aguda complicada Kamile Ferreira - M42 Usa ATB só em casos necessários. Mesalazina em casos leves Ceftriaxona + metronidazol / quinolona + metronidazol – leves. Repouso intestinal - graves Saber o tempo, consistência, frequência, aspecto, fatores associados, em qual situação surge, surto ou individual, antecedentes • Agudas (1° vírus, 2° bactérias, 3° outros) A maioria é autolimitada - Diarreia do viajante – profilaxia com subsalicilato de bismuto (exceto pacientes com DII ou HIV) - Vírus – dura 1 dia ou menos; sintomas digestivos superiores (náuseas e vômitos), depois diarreia volumosa, tenesmo e urgência; rápidas e autolimitadas; febre e astenia - Bactérias – início rápido, o normal é durar até mais ou menos 7 dias, não precisa fazer testes. Vibrio cholerae (diarreia tipo água de arroz, paciente desidrata e pode chocar) - Intoxicação alimentar – tem início logo após a alimentação • Quando fazer estudo das fezes? Presença de febre, paciente com comorbidades, diarreias persistentes, tipo cólera, pacientes que manejam alimentos, pacientes em uso de ATB • Tratamento (agudas): primeiro saber se o paciente é grave (diarreia grave, comorbidades, alterações nos sinais vitais – interna) ou ambulatorial - Dieta – evitar leite (pode gerar uma intolerância depois) - Sintomáticos – antidiarreicos (loperamida e racecadotrila, mas não usar nas graves), antieméticos (ondansetrona, bromoprida), analgésicos - Hidratação – oral (preferencialmente), mas fazer venosa em casos graves ou pacientes com via oral indisponível (vômitos, crianças, idosos com demência) - ATB – para pacientes graves (comorbidades, imunossuprimidos, idosos, febre, mais de 6 evacuações), desidratados, hipotensos, função renal alterada, febre persistente, diarreia persistente. Não usar como rotina, usar na diarreia do viajante. Quinolonas, metronidazol (suspeita de Clostridium ou amebíase) • Colite pseudomembranosa – C. difficile Paciente típico – idosos internados, imunossuprimidos ou não, usou ATB por tempo prolongado, paciente com DII, puérperas, cirurgia intestinal prévia Diarreia sintomática com muitos episódios ao dia. Complicações: sepse, megacólon tóxico - Diagnóstico – pesquisa de toxinas A e B, PCR, GDH elevado nas fezes, colonoscopia na minoria dos casos - Tratamento – metronidazol, vancomicina, transplante de fezes • Doença celíaca Diarreia crônica (mas não necessariamente o paciente tem diarreia). É uma doença autoimune, então pode cursar com outras doenças autoimunes (DM1, tireoidite de Hashimoto), deficiência de IgA e neuropatia por IgA, dermatite hepertiforme, estomatite aftosa, glossite atrófica, hipoplasia do esmalte dentário, alterações das aminotransferases e hepatites, osteoporose, anemia ferropênica, deficiências nutricionais - Diagnóstico – sorologia (antitransglutaminase tecidual IgA + dosagem de IgA, antiendomísio IgA) + EDA - Tratamento – evitar glúten e tratar deficiências nutricionais O refluxo mais danoso é o alcalino • Fatores predisponentes: Hérnia hiatal, aumento da pressão intra-abdominal, colagenose, sonda nasogástrica, medicamentos, alimentos, tratar H. Pylori • Clínica: Pirose + regurgitação após alimentação, queimação retroesternal. Atípicos – tosse, dor torácica, globus histericus, rouquidão, otalgia, sinusite, halitose, aftas, asma, hemoptise, bronquite, bronquiectasia • Complicações: esofagite, úlceras, estenose péptica, esôfago de Barret Diarreias DRGE • Diagnóstico: teste terapêutico, endoscopia (só funciona se tiver doença erosiva), pHmetria (pacientes que não melhoram com remédio, com tosse, rouquidão, bolo na garganta), manometria, RX • Tratamento: dieta e mudanças comportamentais, IBPs, bloqueadores de H2, PKAPs, procinéticos (domperidona), antiácidos, cirurgia Não tem alterações que expliquem Se tiver mudança no padrão ou alterações nos exames, pensar em doença orgânica Mucorreia não é sinal de alarme • Dispepsia funcional Dor ou desconforto abdominal ou retroesternal, pirose e sintomas relacionados ao tubo digestivo proximal - Roma 3 – dor epigástrica, queimação epigástrica, plenitude pós prandial, saciedade precoce – nos últimos 3 meses, com iniciação há 6 meses - Exames sem alteração – EDA, USG, pHmetria, manometria - Tratamento – sintomático (domperidona, IBP, antidepressivos – último caso), dieta, MEV • Síndrome do intestino irritável Dor abdominal que passa ao evacuar, mudanças no hábito intestinal e consistência das fezes Padrão de diarreia, constipação ou misto Afeta mais mulheres, maisjovens Faz exames quando acha que não é SII Tratamento – MEV e sintomáticos Cor amarelada das mucosas e da esclera, aumento da bilirrubina direta ou indireta • Aumento da bilirrubina indireta - Produção excessiva – hemólise ou eritropoiese ineficaz (anemia + icterícia -> pensar em hemólise) - Defeito no transporte – hipoalbuminemia, hipóxia, acidose (diminuição da albumina + icterícia) - Defeito na captação – síndrome de Gilbert e Crigler-Najjar - Defeito na conjugação – síndrome de Gilbert e Crigler-Najjar • Aumento da bilirrubina direta - Intra-hepática hepatocelular – defeito na secreção (síndrome de Dubin-Johnson-Rotor) - Intra-hepática canalicular – defeito na excreção (drogas) - Extra-hepática – icterícia obstrutiva • Exames: Hemograma (pode detectar anemia), reticulócitos (pode detectar anemia - reticulócitos > 3%), bilirrubina, fosfatase alcalina (vias biliares, pode indicar icterícia obstrutiva), gama-GT (complementar a FA), transaminases, TAP, exames de imagem (icterícia obstrutiva; TC não serve) O principal é monitorizar e estabilizar • Alto -> melena (sangrou há pelo menos 2 horas) e hematêmese (pode estar sangrando naquele momento), enterorragia (se intestino rápido) - Varicosa – a principal causa em pacientes com hipertensão portal é a cirrose hepática; cirrose hepática, esquistossomose, trombose da veia porta, hipertensão portal não varicosa. Diagnóstico -> EDA . Se o paciente não tiver achado de cirrose, pensar em não varicosa. SEMPRE INTERNA O PACIENTE - Não varicosa – úlcera péptica (AINES, H. Pylori), erosões gastroduodenais, esofagites, úlceras esofágicas, Mallory Weiss, má formações vasculares, câncer. Interna -> maiores de 60 anos, instáveis, comorbidades, coagulopatias, HB < 10 - Alto risco: cirrose e ICC, internação, avalia se precisa de hemotransfusão (se sim, vai fazendo reposição com cristalóide antes) - Investigação laboratorial – HB, função renal, tiragem sanguínea, coagulograma, para todos os hepatopatas tem que pedir função hepática, enzimas hepáticas e albumina - Monitorização + acesso venoso, assegurar via aérea (IOT), estabilizar, reposição volêmica, jejum (para fazer EDA), anamnese, hemotransfusão Distúrbios funcionais Icterícia Sangramento Digestivo - Hemotransfusão – na varicosa, aumentar para 7 ou 8, maior que isso só em idosos e cardiopatas (>10), plaquetas < 50.000 (transfusão). Na não varicosa, faz vitamina K, plasma fresco, complexo protrombínico - Tratamento pré-EDA – na varicosa, faz drogas vasoativas, somatostatina, octreotide, terlipressina (vasopressor nas primeiras 12 horas e manter por 2 ou 3 dias + ATB). Na não varicosa, faz omeprazol EV, sucralfato (suspende AINES, antiplaquetários) - Quando fazer EDA? Em pacientes estáveis. Na varicosa, fazer em até 12 horas. Na não varicosa, pode esperar até 24 horas (paciente de alto risco, faz até 12 horas após estabilizar). Second Look em caso de sangramento recorrente, EDA inconclusiva, terapia inicial inadequada - Forrest – 1A (sangramento em jato) e 1B (sangramento em babação) são de alto risco, terapia dupla de urgência. 2A (vaso visível) trata por EDA. 2B (coágulo aderido) lava e reclassifica. 2C (hematina na base) e 3 (cicatrizada) não trata. Tratamento endoscópico -> ligadura elástica, injeção de adrenalina, hemoclipe, plasma de argônio - Tratamento pós-EDA – Na varicosa, mantém a droga vasoativa, ATB profilático nas 12 primeiras horas (ceftriaxona em graves e norfloxacino em leves). Na não varicosa, mantém IBP e trata a causa base - Tríade para o tratamento -> reposição volêmica, droga vasoativa e ATB - Ressangramento – na varicosa, faz 2ª EDA terapêutica (ligadura elástica, cianoacrilato, tamponamento por balão em emergências, stent metálico, TIPS recoberto, derivação portal de emergência. Na não varicosa, faz nova EDA, embolização arterial, cirurgia - Alta hospitalar - 1A, 1B, 2A e 2B precisam de, no mínimo, 3 dias de internação. 2C e 3 podem ter alta após a EDA. Precisa estar estabilizado hemodinamicamente, ausência de anemia, comorbidades compensadas e ter fácil acesso ao hospital • Baixo -> enterorragia ou hematoquezia - Idosos – origem diverticular, colite isquêmica, hemorroida, pólipos, neoplasias, angioectasias, isquemia mesentérica - Jovens – pólipos, DII, invaginação intestinal, divertículo de Merckel - Tem resolução espontânea na maioria dos casos - O que fazer? Monitorizar, estabilizar, jejum nas primeiras 12 horas, avalia se precisa internar e fazer hemotransfusão, comorbidades - Colonoscopia (24 horas após estabilizar), angiotomografia, arteriografia (último caso) - Ressangramento – nova colonoscopia + método hemostático, terapia endovascular, cirurgia • Médio -> sangramento oculto, obscuro - Menores de 40 anos – DII, divertículo de Merckel, angioectasias - Maiores de 40 anos – angioectasias, lesões por medicamentos - EDA + colonoscopia, enterorressonância, tomografia, enteroscopia alta/baixa • Hepatite A – só gera quadro agudo - Transmissão fecal oral - Clínica: inicia com forma prodrômica (anorexia, náuseas, vômitos, fadiga, mal estar, artralgia, mialgia, cefaleia, fotofobia, faringite, tosse e coriza), paciente pode ou não evoluir pra forma ictérica, febre baixa, colúria e acolia podem anteceder a forma ictérica em 1 a 5 dias, forma ictérica (nem todos tem; icterícia, hepatomegalia, dor no hipocôndrio direito, adenomegalias cervicais e esplenomegalia, ALT e AST podem chegar a mais de 1000UI/L e podem ficar elevadas por até 7 semanas, a bilirrubina total aumenta e pode ficar assim após a diminuição da ALT e AST), forma convalescente (melhora clínica e laboratorial) - Diagnóstico – dosar Anti HAV IgM e IgG - Prevenção – saneamento, higiene, vacina, imunoglobulina • Hepatite B – cronifica; vírus de DNA - Transmissão parenteral, sexual ou vertical Hepatites virais - Fatores de risco – vida sexual promíscua, homossexuais e profissionais do sexo, RN de mãe portador de HBsAg, usuários de drogas, profissionais da saúde, pacientes renais em hemodiálise, convívio íntimo com portadores de VHB, submetidos à Tx de órgãos - Diagnóstico – HBsAg (se está com hepatite B), Anti-HBs (vacina ou cura), Anti-HBc IgM e IgG (contato, se for positivo é porque o paciente teve e se curou), HBeAg e Anti-HBe (replicação; HBeAg positivo indica replicação, HBeAg negativo e Anti- HBe positivo indica que parou de replicar) - Prevenção – vacina e preservativo - Trata a partir de 6 meses da infecção • Hepatite C – cronifica - Transmissão sexual, vertical e parenteral - Diagnóstico – dosar Anti-HCV (contato) e HCV RNA (saber se o paciente está com hepatite) - Tratamento – trata logo, pois tem grandes chances de cronificar. Pede o genótipo do vírus - Prevenção – evitar transmissão parenteral (não tem vacina) • Hepatite Delta – precisa da hepatite B - Diagnóstico – Anti-HDV IgM e IgG - Prevenção – vacina para hepatite B e evitar exposição ao vírus causador da B • Hepatite E – pode dar hepatite fulminante; quadro mais agudo; pode cronificar em raros casos - Transmissão fecal oral - Diagnóstico – dosar Anti-HVE IgM e IgG - Prevenção – vacina e saneamento - Tratamento – suporte, dieta, hidratação, repouso, sintomáticos e restringir álcool • Clínica: não tem sintomas específicos. Pode ter fadiga, perda de peso, náuseas em casos avançados. Principais sintomas relacionados à cirrose – ascite, varizes esofágicas, circulação colateral, icterícia, encefalopatia hepática • Laboratorial: albumina, fatores de coagulação (TAP, INR, atividade do fator V), bilirrubinas, transferrina, ceruloplasmina (transporta cobre), haptoglobina, fibrinogênio, alfa-1-antitripsina, ALT/TGP (mais específico pro fígado) e AST/TGO (presente nas mitocôndrias) – elevação em mais de 1000 geralmente indica hepatite aguda – fosfatase alcalina e gama GT (vias biliares) • Hiperbilirrubinemianão avalia lesão hepática: direta (síndrome de Dubin-Johnson e de Rotor) e indireta (síndrome de Gilbert e de Crigler-Najjar) • Exames - USG – primeiro exame para avaliar, avalia superfície, borda, parênquima, ecogenicidade, presença de cistos ou nódulos, trombos vasculares • Hepatopatia alcoólica: forma crônica ou aguda - Diagnóstico – clínica e descartar outras causas Biópsia hepática se precisar (infiltrado neutrofílico, fibrose perissinuisodal, corpúsculo de Mallory- Denk), laboratorial (aumento de gama-GT, AST > ALT) Sarcopenia e desnutrição proteico-calórica, polineuropatia, macrocitose, contratura de Dupuytren • Hepatite alcoólica aguda: alcoolismo há décadas interrompida há dias ou semanas por intolerância - Clínica – início agudo de icterícia, fadiga, febre e desnutrição - Laboratorial – neutrofilia, hiperbilirrubinemia, AST > 2x, AST/ALT > 1,5-2, critérios de gravidade (plaquetopenia, INR > 1,5 e hipoalbuminemia) - Diagnóstico – eminentemente clínico (bebia muito e parou recentemente, náuseas, falta de apetite, fadiga e febre, chega ictérico), raramente faz biópsia - Escores de Maddrey e Lille (agudas), de MELD (para transplante); fazer score de Maddrey e acompanhar pela de Lille - Tratamento – Hidratação, nutrição, repor B1, parar de beber, tratar complicações da cirrose, profilaxia de úlcera, cessar betabloqueadores. Específico: corticoide e pentoxifilina, apesar de não terem eficácia comprovada • Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA): abrange esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), esteato-hepatite/NASH (já Hepatopatias crônicas tem inflamação e é obrigatório fazer biópsia para diagnosticar, mas só faz em suspeita alta), DHGNA - Faz USG (só detecta quando tem acima de 20% de gordura) e elege pacientes para biopsiar - Fatores associados – distúrbios metabólicos (obesidade, dislipidemias, DM2, intolerância a glicose), drogas, doenças metabólicas hereditárias, cirurgias - Excluir todas as outras doenças, analisar uso de álcool, história familiar, síndromes metabólicas, sorologias virais, autoanticorpos, hemocromatose, doença de Wilson, drogas, lipidograma, hemoglobina glicosada, enzimas hepáticas, USG, função renal, doença celíaca, função tireoidiana, ferro - Biópsia para selecionados (esteatose, inflamação, balonização dos hepatócitos, fibrose) - Tratamento – usa medicamentos específicos só em quem fez biópsia, pioglitazona, vitamina E e liraglutida (metformina e acetilcisteina são dúvidas). Tratar condições associadas. Para NASH: dieta e exercícios • Hepatite autoimune - Clínica: assintomáticos ou sintomas inespecíficos (fadiga, adinamia, perda de peso, artralgia, prurido, dor abdominal, náuseas; cirrose – ascite, icterícia, hemorragia digestiva). Quase sempre acompanhada de outras autoimunes (colangite biliar primária, tireoidite autoimune, vitiligo, DM1, doença celíaca, DII) - Diagnóstico: enzimas hepáticas, pico de gamaglobulina (IgG), hormônios tireoidianos, hemograma, função renal, autoanticorpos (fator antinuclear – FAN, anti-músculo liso – tipo 1, anti LKM1 – tipo 2, anti SLA – tipo 1, anti-citosol hepático – tipo 2), biópsia - Tratamento: indicada se apresentação aguda ou fulminante ou elevação expressiva de enzimas hepáticas. Corticoides, imunossupressores • Doença de Wilson – metabolismo do cobre - Clínica – cérebro (distonia facial e de membros, rigidez de membros, parkinsonismo, tremores grosseiro proximal, alterações comportamentais, anéis de Kayser-Fleischer – olho) e fígado (hepatopatia crônica), mas acomete outros órgãos, como olhos, ossos e articulações (raquitismo e artrite), sangue (anemia hemolítica), rins, coração - Diagnóstico – somatório de pontos: anéis de Kayser-Fleischer, ceruloplasmina (diminuída), nível sérico de cobre e cobre urinário, teste da D- penicilamina, biópsia hepática (não é essencial), pesquisa genética - Tratamento – D-penicilamina, trientina, sais de zinco • Hemocromatose – sobrecarga de ferro - Também se deposita no coração e glândulas - Avaliação do ferro: nível de ferro sérico, saturação de transferrina e ferritina - Clínica: SNC (não tem muita manifestação, é mais fadiga crônica), hipopituitarismo, coração e pele - Diagnóstico: documentar sobrecarga de ferro (IST > 45%), descartar sobrecarga externa (transfusão) e painel genético - Tratamento: flebotomia, quelantes de ferro • Hepatite medicamentosa - Elevação assintomática das enzimas hepáticas, hepatite aguda, hepatite crônica sem outras causas, síndrome dos ductos biliares evanescentes, hepatite fulminante - ALT (padrão mais hepatocelular), FA (padrão mais colestásico) - Grupos relacionados: ATB (amoxicilina, isoniazida, pirazinamida, rifampicina, nitrofurantoína), TARV (para HIV), herbáceos, estatinas, analgésicos (paracetamol, AINES), esteroides anabolizantes • Deficiência de alfa-1-antitripsina - Diagnóstico: nível sérico da enzima, pesquisa genética - Tratamento: Não existe para a forma hepática, só transplante. Para a forma pulmonar repõe a enzima. • Colangite biliar primária – autoimune (padrão colestásico) - Comum em mulheres de meia idade (40 anos). Costuma ocorrer com outras doenças autoimunes - Diagnóstico: FA > 1,5x, presença de anticorpo antimitocôndria (AMA), biopsia (se tiver clínica, AMA com titulações altas e elevação de FA, não precisa fazer) - Evolução: 1ª fase pré sintomática (já tem autoanticorpo, mas não tem clínica), 2ª autoanticorpo elevado leva a quadro de colestase (fadiga e prurido noturno), 3ª desenvolve fibrose, 4ª cirrose - Clínica: fadiga, prurido, dor abdominal, icterícia, acometimentos cutâneas - Tratamento: ácido ursodeoxicólico, anti- histamínicos (para prurido), limitar atividade física e aumentar tempo de sono (para fadiga) • Colangite esclerosante primária - Bastante associada a DII - Diagnóstico: é um diagnóstico de exclusão. FA > 1,5, pesquisar autoanticorpos. Colangio- ressonância magnética. Aspecto radiológico de imagem em contas de rosário. Biopsia se necessário, rastrear DII - Tratamento: transplante. Tratar complicações • Insuficiência hepática aguda - Avaliada através de exames da função hepática (albumina, INR e fator V) - Encefalopatia (dosar amônia sérica) costuma ser tardia, é um marcador de insuficiência hepática aguda - Causas: drogas e toxinas (tratar com acetilcisteina), virais, doença de Wilson - Tratamento: específico (antivirais para hepatite B), geral (suporte intensivo, monitorar hipertensão intracraniana), transplante • Etiologias: biliar, álcool, outros • Clínica: dor em abdômen superior, pode ser só no epigástrio ou irradiar para o hipocôndrio direito, em barra, pode irradiar ou não para o dorso, moderada ou intensa. Associada à náuseas, vômitos e sudorese. Início súbito, contínua, não é tipo cólica. Pode estar associado a grande ingestão de gordura e álcool - Exame físico – paciente ansioso, inquieto. Febre, desidratação, taquicardia, choque e coma. Icterícia • Diagnóstico: 2 dos 3 – Imagem, laboratorial, clínica compatível - Laboratorial – amilase (eleva mais rápido) e lipase (mais específica) maior que 3x do limite superior do normal - Imagem – USG sempre que possível, TC do abdômen superior com contraste só quando necessário (paciente piorando – pensar em necrose) • Tratamento: analgesia, hidratação e dieta - Casos graves -> UTI - Dieta 0 – fazer jejum. Se melhorar a dor, náuseas, vômitos e não tem íleo paralítico tenta voltar a dieta. Se o paciente não tolerar, zera de novo. Se não tolera via oral, fazer por sonda nasoenteral ou nasogástrica. Se mesmo assim não tolerar, faz parenteral total (cuidado com translocação bacteriana) - Hidratação – soro fisiológico ou ringer lactato. Parar quando tiver estertores pulmonares - Analgesia para conforto (buscopan ou opioides) - Antibióticos – só se a necrose infectar (final da 1ª semana, muitotempo sem se alimentar VO). Carbapenens, quinolonas e metronidazol • Causas: álcool, hipertrigliceridemia, hipercalcemia, autoimune, obstrução ductal, fibrose cística, idiopática • Clínica: tríade – dor abdominal (epigástrio com irradiação para dorso, principalmente neuropática, piora 15 a 30 minutos após refeição, alívio parcial com inclinação ventral), perda ponderal e esteatorréia. Náuseas e vômitos • Diagnóstico - Administração de secretina – não faz muito - Ressonância – é a melhor - USG - Teste terapêutico com enzimas pancreáticas • Tratamento: controle da dor (analgésicos, amitriptilina e gabapentina), enzimas e cirurgia. Pancreatite aguda Pancreatite crônica Manejo da insuficiência pancreática – enzimas, creon. Parar de beber, dieta hipogordurosa e refeições fracionadas, rastreio de diabetes anualmente, eritromicina (para dismotilidade) • Fibrose hepática • Etiologia: vírus B, C e D, álcool, síndrome metabólica, doença de Wilson, hemocromatose, hepatite autoimune, CEP, colangite biliar primária • Clínica: inicialmente assintomáticos. Anorexia, perda ponderal, astenia/fadiga, alterações de hormônios sexuais (ginecomastia), eritema palmar, aumento das parótidas, aranhas vasculares, hipogonadismo - Relacionada à hipertensão portal – ascite, esplenomegalia, varizes de esôfago, cabeça de medusa - Relacionada à insuficiência hepática – eritema palmar, telangiectasias, ginecomastia, perda de libido e pelos, atrofia testicular, icterícia (BD), diminuição da albumina, coagulopatia, encefalopatia, imunodepressão, edema, síndrome hepatorrenal • Diagnóstico: clínica + laboratório + imagem - Laboratorial – aumento de AST/ALT, aumento de FA e gamaGT, aumento de bilirrubinas, redução de albumina, alargamento do INR, aumento de gamaglobulinas, hiponatremia, plaquetopenia, anemia, leucopenia - USG – parênquima hepático heterogêneo, atrofia do lobo direito, hipertrofia do lobo esquerdo e caudado - RNM – usado mais na hemocromatose - Biopsia hepática – se tiver dúvida diagnóstica ou etiológica • Classificação de Child-Pugh: BEATA. Bilirrubina, encefalopatia, albumina, TAP (INR), ascite • Escore MELD: bilirrubina, INR, creatinina (BIC) • Condução: exames laboratoriais, USG de abdômen superior, EDA, tratar causa e complicações, calcular CHILD e MELD • Prevenção: vacina para hepatites virais, gripe e a pneumocócica polivalente, evitar medicamentos hepatotóxicos e suplementos de ferro, dieta com pouca gordura e sal, evitar cirurgias eletivas se surgir sinais de descompensação, encaminhar para transplante se necessário • Complicações: ascite, peritonite bacteriana espontânea (tratar com ATB), hemorragia digestiva, síndrome hepatorrenal, encefalopatia • Câncer de esôfago - Carcinoma espinocelular (fator de risco: bebidas quentes, tabagismo, esofagite química alcalina prévia, megaesôfago, fatores dietéticos, HPV, tilose) e adenocarcinoma (fatores de risco: tabagismo, etilismo, DRGE, fatores dietéticos, homens brancos) - Diagnóstico: clínica, EDA, exames de imagem Clínica – disfagia progressiva ou nova, piora dos sintomas de refluxo, hematêmese e perda de peso (sinais de alarme), condições pré mórbidas EDA – avaliar local da lesão, fazer biópsias. Faz se sinais de alarme ou disfagia (nova ou progressiva). Serve de rastreio para populações específicas Exames de imagem – TC (invasão, estadiamento TNM, programação cirúrgica), ecoendoscopia (eficaz para determinar profundidade da lesão) - Tratamento – cirúrgico, endoscópico (lesão pequena e não invasiva) - Prevenção – evitar fatores de risco, fazer rastreio • Câncer de estômago - Adenocarcinoma gástrico (fatores de risco: gastrite por H pylori, autoimune, refluxo biliar, tabagismo, etilismo, má conservação de alimentos, dieta pobre em frutas e vegetais, hereditariedade), linfoma gástrico, GIST (tumor estromal) - Diagnóstico – clínica, TC (estadiamento e planejamento cirúrgico), endoscopia (localizar lesão e biopsiar, sempre pesquisar H pylori; fazer ressecção se pequena e localizada) - Clínica: Dor abdominal nova e progressiva, hematêmese (úlcera neoclássica), anemia progressiva, perda de peso, síndrome pilórica - Tratamento: cirurgia (gastrectomia total ou subtotal), quimioterapia e radioterapia Cirrose Câncer do TGI • Câncer colorretal - Diagnóstico – clínica (relacionada ao tumor endolumial; sangramento, alteração do HI, massa abdominal, ferropenia, constipação é mais comum em tumores esquerdos), colonoscopia (ressecção se precoce, biópsias), TC com reconstrução, CEA (sem valor diagnóstico; tem valor prognóstico e para seguimento após cirurgia) - Adenocarcinoma de cólon – Fatores de risco (tabagismo, alimentação pobre em frutas e vegetais, obesidade, carne vermelha, diabetes, imunossupressão). Tratamento: ressecção endoscópica se lesão precoce e cirurgia nos outros casos - Rastreio – a partir dos 50 anos ou 10 anos mais jovem que caso índice familiar. Colonoscopia, pesquisa de sangue oculto em fezes, retossigmoidoscopia a cada 3 anos + sangue oculto anual - Síndromes de polipose intestinal – condições genéticas com alto risco de CCR e com programas de rastreio específicos • Câncer de pâncreas: adenocarcinoma - Fatores de risco – tabagismo, PAF, Lynch; pancreatite crônica? - Marcador característico – CA 19-9, inespecífico - Clínica de pancreatite crônica ou síndrome álgica ou consumpta - Investigação – RNM abdominal e ecoendoscopia - Tratamento – cirúrgico + QT (se cabeça, cirurgia de Whipple; se corpo cauda, ressecção de corpo, cauda e baço) • Tumores neuroendócrinos - Esporádicos, associados a neoplasia endócrina múltipla ou gastrite atrófica autoimune - Funcionantes ou não funcionantes - Ressecáveis e curáveis por endoscopia se < 20mm • Câncer de fígado - Carcinoma hepatocelular – principal fator de risco é a cirrose, hepatite B, hemocromatose, NASH. Todo paciente cirrótico deve fazer USG semestral e dosagem de alfa-fetoproteína (rastreio) Diagnóstico – TC ou RNM Tratamento – transplante hepático (MELD e critérios de Milão). Nos não transplantáveis: ressecção local ou ablação, quimioembolização, imunoterapia - Colangiocarcinoma – CA de vias biliares, fatores de risco: poucos identificáveis, mas tem CEP. Tumor de Klatskin (junção dos ductos hepáticos) - Outros – adenomas (uso de esteroides, anticoncepcionais, obesidade, síndrome metabólica e sexo feminino; diagnóstico por imagem), hemangiomas (diagnóstico por imagem; benignos), hiperplasia nodular focal (sexo feminino, anticoncepcionais orais, síndrome metabólica)
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