Prévia do material em texto
JULIA LOZINSKY 1 Cirurgia de Pequenos animais av1 Cicatrização Aula 1 Temos que entender como os processos acontecem para sabermos como proceder na cirurgia. Definição: é um processo biológico que restaura a continuidade do tecido (seja ele qual for) após uma lesão. Trata-se de uma combinação de eventos físicos, químicos e celulares, que restaura um tecido ferido ou substitui por colágeno (tecido conjuntivo). A cicatrização nunca é o mesmo tecido. É uma tarefa comum na rotina e devemos conhecer os mecanismos normais da cicatrização dar feridas e dos fatores que possam incrementar ou retardar estes processos. As vezes se tem o uso tem tanto remédio, tanto curativo que acaba atrapalhando a cicatrização. A lesão em pele: ! Existem algumas diferenças na pele que influenciam na cicatrização – tipo de pinça, sutura muito apertada, tipo de sutura. Camadas da pele: ! Epiderme – camada pouca vascularizada: Um pouco muito apertado em um local pouco vascularizado pode levar a necrose. Uma pinça que machuque a área também pode levar a necrose, assim como o eletro cautério em excesso. ! Derme – camada vascularizada ! Vasos musculocutâneos ! Alças capilares O homem tem a vascularização muito melhor do que o cão e o gato, por causa de artérias e veias que dão a vascularização cutâneo. No cão e no gato, existe apenas uma artéria e uma veia, que dará origem a vascularização da derme. Como só tem 1 artéria e 1 veia, acaba dando a pouca vascularização. O suíno é o que mais se assemelha ao homem. Existem 4 fases, no qual divide a cicatrização, mas em livros não é posto a 2ª fase, que é do debridamento. ! 1ª fase: É a mais importante, a inflamação, que acontece sempre após um trauma. É normal ter edema, calor, rubor (vermelhidão), dor e perda de função. A inflamação não significa que tem uma infecção. Se ela limpa ou contaminada, são obrigadas acabar para que o reparo acontece. ! 2ª fase: O debridamento é quando tem um processo inflamatório exacerbado, uma ferida suja, no qual o organismo precisa trabalhar mais com as células de defesa, tendo tecido necrosa, pus e infecção. A ferida nesse caso tem que ser limpa e tratada. ! 3ª fase: Na fase de reparo, enquanto tiver uma inflamação, não vai ocorrer o processo de reparo. O uso de anti-inflamatório, só em casos de inflamação exacerbada, quando normal, comum de ocorrer por um trauma, é bom que o reparo aconteça, porque é com ele que o processo de cicatrização inicia. ! 4ª fase: A maturação é o final da cicatrização, é o momento de maturidade da cicatriz para que não tenha uma ruptura da pele. É quando, retirado os pontos, não vai abrir mais o corte. Fase inflamatória É uma resposta tecidual protetora depois de qualquer tipo lesão sofrida. É ela que inicia o tratamento. A característica dessa fase é a permeabilidade vascular, ou seja, o sangue vai ocupar o espaço que foi aberto. Uma ferida é como se fosse um leito, os vasos sanguíneos estão ao redor de toda a ferida feita. Então ao termos o sangramento da ferida, começa a encher esse leito com sangue, que para por uma vasoconstrição (hemostasia). Dentro da ferida, teremos a liberação de célula inflamatórias, que são importantes para o início da cicatrização. A hemorragia para, os vaso se dilatam e ao redor da ferida, começa a ficar com uma cor avermelhada. Vão passar células inflamatórias por quimiotaxia. As plaquetas são muito importantes para formação de um coágulo na ferida, ele funciona como um tampão, um cimento, ele é base em que todas a células irão para formar a cicatriz. Principais células: neutrófilos e monócitos Os monócitos são as células mais importante, porque dentro de uma ferida ele se transforma em uma macrófagos, que vai ter várias funções, como: ! Produção de colagenase ! Fatores de crescimento JULIA LOZINSKY 2 ! Angiogênese (nova vascularização que vai irrigar a cicatriz) No início da fase inflamatória, vai entrar neutrófilos e monócitos em grande quantidade. Quando, em uma ferida limpa, os neutrófilos diminuem até acabar e monócitos aumentem, em quantidade, que vai se transformar em macrófagos e auxiliar no processo inflamatório. Uma ferida contaminada, vai ter o aumento de neutrófilos e a diminuição de monócitos (ou se mantém), por uma necessidade da ferida. Os neutrófilos, são as células brancas, os leucócitos, que vão combater a infecção bacteriana, as fagocitando. O organismo sabe se defender, a gente auxilia para que esse processo seja mais rápido. O macrófago produz colagenase que é uma enzima que quebra colágeno, destruindo tecido morto. Ela é extremamente seletiva. Em uma ferida com tecido morto, vai ocorrer a colagenase para tirar esse tecido. Em uma ferida cirurgia não deve usar pomadas com colagenase. Ferida abrasiva -> ferida pequena, não profunda e dolorosa. Formação da casquinha se da pelo processo de coagulação para proteger a ferida. Essa casquinha coça, porque um ferimento seco, coça mais que um ferimento úmido, por isso, devemos usar pomada para mantes a casquinha hidratada e não coçar. A presença de pus é porque está inflamada. Fase de debridamento Enquanto uma ferida estive inflamada ou em processo de necrose, ela vai estagnar nesta fase até que seja resolvida. Tem o alto número de leucócitos que forma um exsudato composto. Para acelerar esse processo, podemos ajudar a tirar o tecido morto, usar antibiótico. Temos que entender o que está acontecendo para ajudar a resolver. Fase de reparação Teremos a formação de fibroblastos vindos das células ao redor da ferida, vão para dentro da ferida, do coágulo. São eles que produzem o colágeno, que vai dar a origem a cicatriz. O importante no início é a alta quantidade de colágeno, chamado de colágeno tipo 1. Além disso começa a ter uma angiogênese, que é a criação de novos vasos sanguíneos. Outro processo que ocorre nessa fase é a formação do tecido de granulação, é ele que auxilia na formação da cicatriz, mas que só acontece depois da fase inflamatória. Acontece que antes, quando temos a ferida inflamada, só com o coágulo, as células epiteliais ao redor do tecido, aumentam de mitose, vão para dentro do coágulo, mas vão para o fundo, por não ter onde se depositarem. Quem cria o suporte para essas células no fundo, é o tecido de granulação. As células que ficarem em cima do tecido de granulação é que darão a origem a epitelização. Elas não ocorrem de forma separada. Basta um crescer que os outros irão crescer também, é um processo dinâmico. A ferida cicatriza de fora para dentro, justamente ente por começar pelos vasos sanguíneos, que estão nas bordas. Essa fase inicia 3-5 dias depois da lesão, no qual os macrófagos estimulam a proliferação de fibroblastos. Assim vai ter a angiogênese, que é a formação de novos brotos capilares para dentro do ferimento, tendo uma nova vascularização. Com a melhora do suprimento sanguíneo, melhor a oxigenação, o que aumenta a produção de fibroblastos. Isso também ocorre com os vasos linfático, mas de forma mais lenta. Dentro da ferida: NOVOS CAPILARES + FIBROBLASTOS + TECIDO FIBROSO => TECIDO DE GRANULAÇÃO Funções do tecido de granulação: ! Preencher o defeito – preenchendo o espaço vazio ! Protege a ferida ! Barreira para infecção ! Superfície para migração epitelial ! Miofibroblasto – células que só crescem no tecido de granulação, produzindo a contração, ou seja, as bordas da ferida vão se unir. Com a formação do tecido fibroso, vai chamar macrófagos e vai ter fibroblastos. Os epitélios é uma barreira muito importante. São quando as bordas são juntas, sem muito espaço vazio e o tecido de epitelização é pequeno, tendo a cicatriz. O epitélio novo é mais visível em feridas grandes que demorar a cicatrizar, como nas queimaduras. Etapas: mobilização, multiplicação das células do epitélio, vão para dentro do vazio e se multiplicam formando um novo tecido (ficam mais espessas). Uma ferida suturada vai epitelizar muito mais rápidoque uma ferida aberta. A migração de células é aleatória, vendo de tudo que é lugar, vão aumentar de tamanho para preencher o vazio, o mais rápido possível. Elas se movem. Para que pare essa epitelização, é quando o vazio é preenchido, a mitose para. Ainda tem apitelização JULIA LOZINSKY 3 quando se tem crosta, a diferença é que a ferida é bem mais seca. Essa crosta é solta pelo macrófago, por produzir a colagenose, que vai solta-lá a fazer a epitelização (forma mais lenta de cicatrização). A fase de reparação acaba por inibição por contato, ou seja, quando uma começa a bater na outra porque a ferida está cheia de célula, então não precisa mais ter mitose. A epitelização sempre vai acontecer melhor em ambientes úmidos, então curativos devem ter pomada. Só que a umidade em excesso prejudica. Se tem muita umidade, devemos fazer o curativo 2 a 3 vezes ao dia e conforme ela for diminuída, vamos fazer menos vezes o curativo. Contração da ferida Vai acontecer através dos miofibroblastos. É visualizada quando ao redor dele fica com um efeito de sol, como se fossem raios de sol. A contração vai ocorre junto a epitelização e a granulação, e quanto mais rápida elas ocorrerem, melhor. A contração acaba quando as bordas da ferida se encontram, os fibroblastos param. Limites da contração: ! Local da ferida: Extremidade -> a contração trabalha menos Medicamento -> podem inibir a contração Fase de maturação Temos muito colágeno nessa fase, mas deixa de ser colágeno do tipo 1 e passa a ser do tipo 3, que forma uma teia organizada. Ela teia traz sustentação a ferida, dando segurança, para que não se rompa mais. Ela ocorre por muito tempo, bem além de depois tirar os pontos. Não tem vasos sanguíneos, nem tecido de granulação. A cicatriz é branca por ela não ter mais vascularização. Fatores que interferem na cicatrização ! Umidade: O ambiente úmido favorece a cicatrização, mas não em excesso, ela tem que ser controlada. Quando mais jovem a ferida, mais úmida ela é (por causa do processo inflamatório), ou seja, não devemos por a pomada e a frequência de curativo tem que ser maior por causa da umidade que ela já tem. A ferida úmida, nesse líquido está cheio de células inflamatórias e os fatores de crescimento, que são necessários para a cicatrização. A epitelização é bem mais rápida quando úmida, porque as células passam uma por cima da outra bem mais rápida. O debridamento vai ser mais rápido e seletivo, porque em uma ferida úmida tem líquido inflamatório, ou seja, tem mais macrófagos, conseguindo eliminar bactéria e tecido morto. O tecido ósseo é um dos piores para cicatrizar, porque ele não granula, não sangra. A umidade é provida da ferida ao redor, então não pode secar. Além disso tem que por creme no tecido ósseo para manter úmido e fazer o curativo mais vezes ao dia. Creme X pomada -> tem que usar creme por ter mais úmida que a pomada. Vantagens: medicamento tópico penetra mais facilmente, a velocidade de repitelização é 2x mais rápida, o antibiótico sistêmico chega na ferida e é menos dolorida e pruriginosa. Desvantagens: maceração da borda da ferida (enrugada), prejudicando a tensão, e pode dar foliculite. ! Hospedeiro: Fatores sistêmicos que podem atrapalhar a cicatrização. Animais idosos tem dificuldade de cicatrização, além das doenças concomitante (cardíaca, renal diabetes). A desnutrição, que causa a baixa de proteína, também pode ser um fator, até porque a proteína carreia todas as células inflamatórias. A doenças hepáticas podem prejudicar na cicatrização porque é o fígado que produz os fatores de coagulação do organismo. Os diabéticos têm propensão a processo infecciosos, dificuldade circulatória nas extremidades. A cicatrização do cão é diferente do gato, sendo o gato pior, porque eles formam pouco tecido de granulação, ou seja, não tem colágeno, nem neovascularização. ! Ferida: Superfícies intactas como ossos, que não possuem tecido de granulação, ou seja, vai ter uma dificuldade de cicatrização porque não sangra. Corpos estranho, como fios, capim, grama que podem gerar uma contaminação, uso antissépticos, podem ser tóxicos de acordo com a %. O aquecimento e a umidade ajudam, mantendo uma vascularização melhor. O material cirúrgico, tem que ter cuidado com as pinças, a allys machuca mais que que a bachaus, assim como os fios adequados para o animal. JULIA LOZINSKY 4 Uma ferida com muita secreção, é capaz de ir para o tecido começando superficial e podendo entra, vindo a sepse. A irrigação sanguínea em extremidades é importante para a oxigenação, assim como em outros lugares é importante, tem que ter cuidado com os pontos, garrotilhos, as pinças. O seroma é um espaço vazio que se forma pelo animal se mexer muito ou o paciente ser muito gordo. É o acúmulo de líquido inflamatório morto que impede a passagem de células de um lado para o outro. Os drenos são importantes para que não ocorra o seroma em cirurgias em que vá ter o espaço morto. Além disso, o fornecimento de oxigênio é importante, porque estimula a produção de fibroblastos, consequentemente tendo o aumenta de colágeno. Ex: Câmara hiperbárica. ! Medicamentos: Quimioterápicos, corticoides (estabiliza as células e elas não fazem mitose), radioterapia. Vai esperar ocorrer a cicatrização para começar qualquer tipo de tratamento oncológico. Feridas Aula 2 Uma ferida é uma interrupção na continuidade de um tecido corpóreos (pele, osso e vísceras). Tal interrupção pode ser provocada por algum trauma (mordida), ou ainda ser desencadeada por uma infecção que acione as defesas do organismo (doença sistêmica – ex: esporotricose) àFeridas em com osso perto vão ter dificuldade de cicatrização porque ele não granula e se deixar o tecido ressecar, teremos uma área de necrose. Nessa foto temos: necrose, osso exposto, presença de infecção por miíase, ferida em região de focinho àFístula de 4ª pré-molar, que fez um abscesso peri apical, ou seja, na raiz. É uma ferida porque tem perda de continuidade de tecido, mas que não é causada por um trauma. Agentes traumático: ! Colisões ! Mordeduras ! Objetos penetrantes Classificação de acordo: ! Quanto a natureza – cutâneos (feridas mais externas) ou de mucosa (cálculo que fazem atrito na mucosa da bexiga – sinal de hematúria) ! Quanto a extensão – superficial (pele e subcutâneo) ou profunda (pele, subcutâneo, músculo e osso) ou penetrante (vai dentro da cavidade, podendo pegar um órgão) ! Quanto a produção – cirúrgica ou acidentais (mordedura ou atropelamento) ! Quando ao grau de contaminação – contaminada ou infeccionada (a diferença está no número de bactérias) Contaminada = 10ˆ5 micro-organismos por grama de tecido. Infeccionada = mais que 10ˆ5 micro-organismos por grama de tecido. Se o trauma acontecer em menos de 6 horas é uma ferida contaminada, se for mais 6 horas é uma ferida infeccionada. ! Tipos de ferida: Incisional É por uma incisão, que tem como exemplo a ferida cirúrgica. Sua grande característica é ter os bordos retilíneos, perfeitos. Quanto mais profundo for a incisão, mais vai sangrar por atingir vasos maiores, mas se for superficial terá pouco sangue e o mesmo acontece para a dor, quanto mais profunda mais dor. Laceração A sua característica é o inverso da incisão, nestes casos teremos as bordas da ferida irregulares. Acontece o mesmo, de quanto mais profundo mais sangue e mais dor. Ex: mordeduras Avulsão É um fragmento de pele solto do ponto de inserção, ou seja, ele não foi arrancado totalmente. A pele é arrancada do ponto de inserção. Ex: atropelamento, o pneu gruda na pele do animal e puxa, arrancando a pele e fazendo uma ferida por avulsão. Abrasão Ferida muito superficial com pouco sangramento, como se fosse um ralado. É um atrito na pele, arranhando. É chamada de cizariamento. Podem dor, mais pelo impacto. É muito comum quando os animais são atropelados e os animais são arrastados. Perfurantes Chegam até cavidadeóssea, normalmente provocadas por um objeto (bala ou faca). Não tem as bordas regulares, tem que procurar o caminho que foi feito pelo objeto. Teremos uma ferida de entrada e uma de saída. É muito comum ter ferida por bala e elas tem aspectos diferentes, porque depende da distância que o tiro aconteceu, de acordo com o calor que ela gera. Quando a bala entra, o calor que ela gera, queima a ferida de entrada e é uma ferida que geralmente fica JULIA LOZINSKY 5 invaginada, invertida para dentro do corpo que cicatriza, porque o calor queima e cauteriza. Se a bala sair do corpo, é uma ferida evaginada, as bordas da ferida vão ficar viradas para fora, embeiçadas. Avulsão e esmagamento: Ferida múltipla. Atropelamento -> fraturas, ruptura de tendões e arrancamento da pele. Queimaduras: ! Térmicas – fogo ou frio. ! Químicas – substâncias ! Elétrica – choque, geralmente filhotes e em região de boca Lesão esta relacionado com o tempo de exposição e concentração ao calor, choque ou substância. São feridas que são tratadas de forma diferente, o grande diferencial é: A ferida de queimadura de 48-72h é uma ferida limpa, ou seja, porque o calor mata tudo (fungo, bactéria e tecido). O tecido morre e tem crescimento bacteriana e fúngico nessa região, mas o tecido não vai conseguir se defender, porque todos os vasos sanguíneos da região de queimadura foram obliterados pelo calor. Não ocorre o processo de cicatrização. Vamos tirar toda a crosta que fica na ferida no animal o mais rápido possível, porque embaixo dessa crosta vai ter crescimento bacteriano que vai penetrar no tecido, podendo levar o animal ao sepse, ter falência múltipla dos órgãos e vir a óbito. Vamos manter em curativo fechados, trocado diariamente. A ferida por queimadura tem um estímulo de dormito grande, quando mais profunda maior a dor que os animais vão ter. Não tem crescimento piloso por causa da profundidade da queimadura, ou seja, os folículos foram queimados. A pele cicatrizada, é uma pele sensível, é uma cicatriz grande que deve ser evitado tomar sol para evitar o câncer de pele. Tratamento das feridas àImportante é separa o animal do tutor na chegada do animal, porque o tutor está em estado de desespero, sujo e muitas vezes ele vai atrapalhar no procedimento. O objetivo é cuidar de um ferimento aberto e converter o ferimento contaminado aberto em cirurgicamente limpo, que possa ser fechado. Todo exame clínico deve ser feito, anamnese, auscultação, ver a temperatura, avaliação do paciente, etc. as vezes é necessário fazer um acesso para a ventilação, acesso venoso, hemostasia temporário (animal que caiu do 5º andar) ou definitiva, reposição de volume sanguíneo, controle da dor e previnir a contaminação adicional. Tudo isso depende do estado do animal, por exemplo um animal com fratura de costela que está com um ferimento na pata, o importante é tirar a dor do animal antes de começar a tratar. Manejo da ferida ! Tricotomia Elas devem ser feitas ao redor da ferida. O uso da máquina de tosa faz com que caia pelo dentro da ferida, o que é ruim para tirar depois. Vamos usar a tesoura para tirar os pelos ou se for usar a máquina usar o KY gel, que é um lubrificante hidrossolúvel estéril, porque assim quando lavar a ferida, todo o pelo vai sair junto ao lubrificante. Podem ser feito pontos provisórios, aproximando os bordos da ferida (isso com o animal anestesiado) para fazer a tricotomia e depois retirar os pontos, assim o pelo não cai dentro da ferida. Pode usar a lâmina da gilete na borda da ferida (mais grossa) presa a uma pinça hemostática. ! Lavagem da ferida Pode ser feita apenas com soro, tendo a tendência em usar o soro ringer por ter o pH mais neutro. O soro fisiológico tem o pH mais ácido. Quanto mais acidificar a ferida, não é bom. Além disso, podemos usar produto de lavagem, como o clorexidine (0,05%) e o povidine (iodo-povidona 0,1-1%). O clorexidine ele tem um tempo residual maior, ou seja, fica mais tempo no organismo, já o povidine, teríamos que usar mais vezes por ter o tempo residual menor. Além disso, existe o PHMB, que é um produto no mercado. Pode se encontro em forma de curativo já pronto. Ele deixa a ferida com um grau de umidade correto, tem ação fungicida e bacteriana, mantendo a ferida limpa, não intoxica. Devemos evitar o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) quanto tiver um bom tecido de granulação, mas se tivermos uma ferida profunda cheia de sujeira dentro, a água oxigenada faz uma efervescência que vai no fundo e limpa/tira toda a sujeira. Se tiver bactéria vai matá-las. Não é nunca usar, é SABER usar. O líquido de Dakin, é hipoclorito de sódio, não é evitar, é saber usar. Ele tem a função de esterilização de matérias. JULIA LOZINSKY 6 A lavagem de uma ferida de qualquer forma, também pode lesioná-la. O ideal é termos uma seringa de 20ml e uma agulha 25x7 (cinza). A pressão que a agulha faz, o jato de soro, povidine, clorexidine que sair vai ter uma pressão capaz de limpar e sem gerar lesão no tecido. ! Debridamento São feitos quanto tivermos tecido necrosado em grande quantidade ou em pontos delicados. Temos que entender como e quanto fazer esse debridamento, que deve ser feito de forma rápida e sem machucar. Existem 3 tipos: excisão cirúrgica, enzimas (colagenase) ou ataduras. Quando usar cada uma? O debridamento cirúrgico é rápido, mas é necessário que o animal esteja anestesiado e tem que ter uma condição clínica boa. Se um animal for anêmico, 18 anos com insuficiência renal, não vai ser usado o cirúrgico, usaremos outro método. O debridamento de enzimas, com uso de pomadas, é mais indicado em um debridamento seletivo, como um ferido muito delicada, ou uma região de orelha ou focinho em que tem que ter muito cuidado. A colagenase é muito seletiva, então ela só vai mexer com aquilo que se quer tirar. As ataduras, normalmente são usadas quando os animais não têm condições de ir para uma mesa de cirurgia. Uma compressa seca é posta ao redor da ferida, junto a gases durante 24 horas. Essa compressa chupas toda a umidade e a gaze gruda na ferida. Depois que tirar, a seco, vai arrancar a compressão levando toda a sujeira e o tecido necrosado com ela. Não é a forma mais delicada de tratamento, mas é a forma mais viável em animais que não tem condições cirúrgicas. Cicatrização da ferida – direcionamento da cicatrização (como) ! 1ª intenção Ferida cirúrgica – bordas perfeitas – sem necrose ! 1ª intenção com retardo Ferida com a borda boa, mas com muito hematoma que pode vir a necrosar. Se a circulação da pele melhorar, ai sim será feito os pontos. ! 2ª intensão Ferida aberta que vai cicatrizar por granulação, contração e epitelização. O organismo que vai trabalhar. ! 3ª intensão É uma ferida muito grande que vai diminuindo com o tempo, tecido de granulação, epitelização. Se for possível anestesiar o animal, soltar as bordas da ferida e fechar. Então é quando temo uma ferida de 2ª intensão que vamos transformar em 1ª intensão. É o animal que está cicatrizando muito tempo, com um bom tecido de granulação, saudável, no qual vamos acelerar o processo. É necessário que a pele esteja boa, elástica para ser feito, Fechar a ferida agora? deixa para fechar mais tarde? Ou fechar sozinha? Se houver dúvida é melhor deixar a ferida aberta. A única ferida que deve ser feito o debridamento é a queimadura, as outras pode pensar no que ser feito. Medicamentos: ! Uso de antibióticos sistêmicos – deve ser usado quando tem uma ferida sem ser cirúrgica, só traumática, que vão controlar a infecção, controlando o processo inflamatório. ! Medicação tópica em feridas – alta variedade. Creme para manter a umidade, sem outra ação. Antimicrobianos: clorexidina (mertiolate/furanil), sulfadiazina de prata (silvadene – passa tecido necrosado, ação em gram positivas e negativas – uso em queimaduras), pomada antibiótico tripla (bacitracina, neomicina e polimixina - nebacetin),nitrofurazona (furacin) e calêndula (antimicrobiana). Debridantes químicos à colagenase (iruzol) ou desoxirribonucleico (fibrase) Drenos de PenRose à canudo feito de látex. É um dreno passivo, no qual o líquido vai sair por gravidade. Os drenos nunca ficam na mesma ferida, ou seja, deve ser feito uma nova incisão para que ele passe pela ferida e a drene. Dreno ativos à uma sonda; torneira de 3 vias; seringa que vai fazer um vácuo, abre a torneira e o vácuo puxa o ar e líquido de dentro da ferida. Com esse tipo de dreno o animal não vai para casa Ataduras – curativos São divididos em 3 camadas. A 1ª que é a que vai ficar em contato direto com a ferida (pomada com gaze), a 2ª (gaze, algodão [para absorção ou evitar pressão]) e depois a 3ª (esparadrapo – mantém as outras no lugar). Vantagens do curativo: ! Proporciona limpeza do ferimento – quanto mais úmida, maior tem que ser a frequência de troca do curativo. ! Reduzem edema e menorragia – por compressão ! Elimina o espaço morto – aproxima a pele do tecido JULIA LOZINSKY 7 ! Deve ser confortável – roupa cirúrgica; Ex: em uma mastectomia usar uma roupa 1 número menor para manter o tecido junto, fixo para não causar um seroma. Cuidado com curativo de cabeça em animais braqueocefálicos. Ataduras primárias: ! Aderente seca Compressa estéril seca para tirar todo o tecido necrosa. Serve para por em animais que não tem condições de receber uma anestesia para tirar o tecido necrosado. O problema dele é que põe a seco e tira a seco, ou seja, dói. ! Aderente úmida É parecido com o seco, mas pode ser posto um soro ou clorexidine e fazer o curativo. Qual a intenção dessa umidade na compressa? Na ferida temos pus grosso, espesso, a compressa molhada faz com que esse pus fique mais fluido, absorva e não hora de tirar o curativo sai tudo junto. Pode por um pouco de soro para tirar a compressa. ! Não aderente É quando não tem tecido necrosado, nem secreções. É quando temos um curativo com granulação lindo e perfeito. O curativo não pode ficar grudada a ferida, tem que ter a creme para manter a umidade de um a jeito que não grude. Quando puxar um curativo aderido a um tecido de granulação, terá sangramento. A ferida muda de necessidade com o passar dos dias. Se o protocolo de curativo é o mesmo por 4-5 dias, é porque algo está sendo feito errado. Camada terciária: ! Curativo semi-oclusivo É quando terão apenas algumas fitas de esparadrapo fechado. É usado mais em feridas que tem muito umidade para ter acesso ao ar e não abafar. ! Curativo ocluviso É quando terão esparadrapo fechando toda a ferida. Ferida por mordedura de gato -> um gato quando morde, é diferente do cão, ele morde várias vezes no mesmo lugar. Quando faz isso, inocula as bactérias dos dentes do gato na ferida por isso tem a formação de abcessos. Ferida por mordedura de cachorro -> O cão quando morde, segura e sacode, fazendo um estrago maior e são feridas profundas. É necessário o uso de antibiótico se não infecciona. Temos que analisar a ferida por baixo, porque o estrago dentro de uma mordedura de cão é bem pior por dentro. Recursos adicionais no tratamento de feridas difíceis Enxertos de pele e técnicas de anaplastias à fechamento de uma ferida mais rápido. Piometra Aula 3 Definição: é o cúmulo de pus dentro do útero, que vai estar aumentado de tamanho e de volume. A secreção tem cor é variada. É a doença reprodutiva mais frequente que existe e ela pode ser fatal se não é bem tratada de forma correta e rápida. Ela acontece normalmente ela ocorre na época do diestro, ou seja, logo após ao cio, que tem a liberação da progesterona. A progesterona atua sobre o útero, aumentando a quantidade de glândulas, que aumentam a produção de líquido para dentro do útero. Esse útero, muitas vezes diminui sua motilidade e por conta disso, todo o líquido inflamatório oque foi secretado ali, fica parado. Isso ocorre todo cio, de 6 em 6 meses a cadela tem aumento de útero, tendo a produção de exsudato inflamatório, é um processo fisiológico (complexo hiperplasia endometrial cística). Quando a cadela é jovem, esse processo ocorre de forma natural, mas quanto mais velho o animal, o sistema imunológico diminui, a própria progesterona diminui o sistema imune do útero. A presença de líquido inflamatório e muco, leva a facilidade do das bactérias que são originais da região da vagina, a ascender pela cérvix e vão encontrar no útero uma região extremamente favorável para se multiplicar. A mais comum de se encontrar é a E.coli. O que encontramos? ! Útero muito grandes ! Endométrio aumentado ! Pus A progesterona diminui a contratilidade e inibe a resposta leucocitária, ou seja, o útero não consegue se defender da infecção. É uma doença rara em gatas, porque a gata só tem a formação de corpo lúteo se cruzar, então ela só tem a produção de progesterona se tiver o coito. JULIA LOZINSKY 8 Histórico e sinais clínicos: ! Houve tratamento com hormônio? – principalmente em cadelas jovens ! Estro há 2 meses (fase do diestro) ! Secreção vaginal – pode ou não ter ! Anorexia ! Dor abdominal ! Letargia ! Poliúria/polisipsia – por causa da infecção ! Desidratação ! Hipertermia ! Vomito ! Choque e sepse É um quadro clínico que evolui e piora a cada dia. Classificação: ! Aberta – mais fácil de fazer diagnóstico ! Fechada – não tem a secreção então o tutor vai levar a clínica quando estiver com sinais de infecção (abdômen dilatado, febre, dor). Exame físico: Em cães grandes a secreção pode ficar agarrada nos pelos da cauda ou ao redor da vagina, e o tutor nem nota. Aumento de volume do abdômen, vai estar distendido, pode ter ou não hipertermia, desidratação (estabilizar antes da cirurgia) e a secreção que pode ou não estar presente. Exames laboratoriais: ! Anemia – perda de hemácias por conta do processo infeccioso ou perda de sangue para o útero (secreção sanguinolenta) e pelo aumenta da circulação dos ligamentos largos, parede do útero aumenta, etc. ! Azotemia – desidratação e ação de bactérias, vai ter imunocomplexos presente nos glomérulos, podendo ter uma lesão renal. ! Hiperproteinemia – sinal de desidratação ! Leucocitose/leucopenia ! Alt, ast, fa – toxemia; sepse ! Hipoglicemia – todo processo infeccioso tem um sequestro de glicose periférica. ! Raiox – não é bom ! Ultrassonografia – da um bom diagnóstico Os resultados podem estar concentrados por causa da desidratação à Hemoconcentração Diagnóstico diferencial: todas as doenças de trato reprodutivo (tumor de útero, vagina), infecção na vagina, prolapso. Hidrometra à formação alta de líquido inflamatório, sem mais nada. Hemometra à sangue no útero. Tratamento clínico: ! Prostaglandina – aumenta a contração da musculatura uterina, mas em um piometra fechada pode acontecer de ter uma ruptura do útero. ! Fluido – ringer lactato ! Cefalosporina – antibiótico de amplo espectro ! Caprofeno/maloxicam – AINE – ação no rim, que causam lesão renal. ! Avaliação de glicose e produção de urina ! Corticosteróide no pré-operatório – dose única com função de interromper a ação dos imunocomplexos nos glomérulos. ! Opióides (tramadol/morfina) Tratamento cirúrgico: OSH – quando operar? O quanto antes é melhor. Tem que por ela em fluido, antibiótico e analgésicos. Faz os exames pré-operatório e faz a cirurgia no dia. A técnica de castração é a mesma, é um celiotomia mediana pré umbilical. A incisão não pode ser pequena por causa do tamanho do útero. O órgão é escorregadia e se ficar tentando pegar toda hora, pode ocasionar a ruptura do ligamento largo que nesse momento está com os vasos com um calibre grande, ou seja, essa manipulação vai gerar uma hemorragia, que é chata de parar por causa da gordura do ligamento que vai rasgando, rasgando os outros vasos. Os riscos são: a ruptura dos vasos, a ruptura do útero (pus no abdômen todo). Podem ser encontrados cistos ovarianos, o que denotamalterações hormonais na cadela. É muito comum encontrarmos cadelas inteiras que tem outro problema no trato reprodutivo associado além da piometra. Uma hiperemia, aumento da pequena vascularização do ligamento largo, denota uma peritonite (na ultra vai ter líquido livre abdominal). null JULIA LOZINSKY 9 O corno do útero pode estar dando volta dentro do abdômen, então tem que retirar devagar, um pouco de cada vez para tirar ele inteiro. O uso da compressa seca é importante para aderir ao corno e não correr o risco de escorregar e romper. Complicações: ! Peritonite – líquido serossanguinolento; vasos sanguíneos dilatados pelo processo inflamatório. O abdômen tem que ser lavado varas vezes com antibióticos de gram negativas e positivas. ! Piometra de coto uterino – cadela que foi castrada com um corte pequeno. Em um cão grande, tem um abdômen grande, então tem o útero longo também, os ovários são bem craniais, aderidos na porção dorsal do abdômen, escondidos atra do rim. Os ovários ainda ficam no animal, então a cadela ainda entra no cio e tem produção de progesterona. É uma cirurgia complexa porque tem que achar do ovário perto do rim sem o corno uterino, que estarão com o omento. Para achar procuramos o rim ou o fio de sutura que foi feita a ligadura, é indicado esperar a cedê-la entrar no cio para que o ovário fique maior. O ovário esquerdo é mais fácil de ser retirado porque o rim esquerdo é mais caudal anatomicamente e o rim direito é mais alto, cranial. Pós-operatório: É importante a avaliação renal depois de algum tempo além da avaliação de pós-operatório. Internação de 24 horas após a cirurgia. Um hemograma após a cirurgia vai ser pior do que estava antes, por ter mexido no foco de infecção, ou seja, a bactéria cai na circulação e a leucometria vai aumentar muito, mas com o passar dos dias, com antibiótico vai diminuir. Prognóstico: depende do quadro clínico cirúrgico. As piometra fechadas são piores que as abertas Neoplasias mamárias Aula 4 São muito comuns nas fêmeas principalmente, acometendo, geralmente cadelas de 7- 12 anos. Em machos, pode ocorrer, mas em % baixas, geralmente acontece naqueles que tem doenças hormonais (próstata e testículos) que pode ter alta de estrogênio, mas não é algo comum de acontecer. É uma variedade grande de tumores que podemos encontrar nas mamas, sendo eles tumores mistos, adenomacarcionomas, carcinomas ou adenoma (benigno). É importante que todas as mamas sejam encaminhadas para histopatologia depois de retirada para ver qual o tumor está presente. Em uma mesma cadeia mamária pode ter diferentes tipos de tumores e isso implica diretamente no pós-operatório do animal, que as vezes se faz necessário uma quimioterapia. 60% dos casos serão de tumores malignos. Esses tumores têm causa desconhecido e eles possuem tanto receptores para estrogênio quanto para progesterona. Isso traz o conhecimento que as cadelas castradas têm menos probabilidade de ter tumores de mamas. Nos dias atuais é recomendado realizar a castração depois do 1 cio. Se uma cadela é castrada antes do seu 1º cio, existe uma relação com a maturidade das cadelas, então elas vão ter uma estrutura anatômica perfeita de todo o trato urinário. Se não deixa ter o cio, existe uma imaturidade dos esfíncteres e eles não são formados de forma correta, por isso ficam incontinentes. Gatas não tem esse problema de incontinência urinária. Ortopedistas relatam que a castração antes do 1º cio também tem relação com problemas articulares. Normalmente esses tumores vão passar para outras áreas do corpo através da circulação sanguínea e linfática, e os primeiros pontos em que podemos encontrar metástases de tumores de mama é nos linfonodos (axilar e inguinal) e pulmão. Quanto mais tarde castrar maior a chance de ter tumor de mama, as raças de grandes porte são mais predispostas, o uso de hormônios de forma exógena(tratamento de pele, gestação e inibir o cio) é um problema, porque podem ocasionar tumor de mama (são 25% mais potentes que os hormônios endógenos). Os tumores de mama têm receptores de cicloxigenase 2 (COX-2), que é uma das partes do processo inflamatório. Ela aumenta a neovascularização para os tumores, inibe a apoptose, aumenta as aderências e favorece o crescimento tumoral. Nos gatos: É o 3º tumor em incidência, perdendo para os tumores de sanguíneos, linfáticos e de pele. 90% dos casos de terão tumores malignos, que possuem alto potencial metastático e por isso alta taxa de mortalidade. É mais frequente em gatas não castradas e que uso fármacos com base de hormônios, ovários remanescentes. Nas gatas, os tumores mais comuns são os adenocarcinomas, que respondem muito mal a quimioterapia. Em gatos não tem um consenso de castração, mas existe uma teoria que se castradas antes dos 6 meses reduz em 91% a chance de ter tumor. null JULIA LOZINSKY 10 Carcinoma inflamatório É um tumor que tem aparecimento clínico defende, além pega na glândula mamária, ele também pega na pele, na derme. Ele se espalha através da derme e por conta disso, ele tem um aspecto inflamatório, ou seja, a pele além da mama fica dura, espesso, pele entremeada, quente e extremante dolorido. O grande problema dele é fato dele impedir uma margem cirúrgica perfeita, ano é possível determinar onde ele começa e onde ele acaba. Após a cirurgia vai ter fragmentos depois, ele é o único tumor de mama que não é operável, sem indicação cirúrgica. É um termo maligno de rápida evolução. Normalmente é feito o diagnóstico e em 20-25 dias o animal vem a óbito por metástase. É importante fazer o diagnóstico para que não seja feita a cirurgia. O tratamento é paliativo neste caso. Sinais clínicos: ! Cadelas e gatas de meia idade e idosas ! Em animais jovens – suspeitar de uso de hormônios ! Número de nódulos varia. ! Nódulos firmes, únicos, múltiplos, ulcerações ou infeccionados ! Dispnéias graves – metástase pulmonar ! Claudicação e edema em caso de linfonodos comprometidos ! Glândulas mamárias abdominais e inguinais são mais atingidos ! Linfonodos mais atingidos são os axilares e inguinal Em gatas temos uma forma única de aparecimento de tumor de mamar. Geralmente são nódulos únicas, pequenos que necrosado e ulceram com muita facilidade. Em cadelas são muito variados, quando ulcerar é por metástase na pele ou porque esticou muito a pele da mama. Diagnóstico: É feito por palpação e exame físico. Pode ser feito uma citologia, mas o tempo esperando o resultado, é o tempo que já poderia ter tirado a mama. Os exames laboratoriais não mostram grandes alterações, principalmente por serem cadelas de meia idade a idosas, que possam ter alterações em decorrência da idade. Alguns tumores causam síndrome paraneoplásica, ou seja, causam uma lesão a distância, longe do foco onde está. Ex: anemia crônica, que ao tirar os nódulos acaba. Diagnóstico diferencias: tumores de pele (mastocitoma), mastites, linfomas em gatas, (tumor no linfonodo inguinal), hiperplasia mamaria felina (gatas jovens – pega todas as mamas) Tratamento clínico: suporte, que não é usado. Uso de analgésicos porque tem dor. Cadelas inteiras podem ter pseudociese, então temos que secar esse leite. Curativo local em tumores ulcerados, uso de anti-inflamatórios seletivo para COX2 (firocoxibe ou piroxicam – podem ser usados por tempo mais prolongado). Tratamento cirúrgico: de escolha, exceto para carcinoma inflamatório. Deve ser feito uma cadeia por vez pela dor no pós-operatório, fazendo a segunda 3-4 semana depois. Deve ser feita a OSH associada, mas em casos de tumores grandes em animais grandes, em que o animal vai ficar muito tempo na mesa, deve ser feita a castração e depois de 15 dias a retirada do tumor. Temos que lembrar dos pacientes cardíacos e renais, se valem a pena o risco anestésico que serão submetidos. Pré operatório: raio X em 3 posições (LD, LE e VD); tomografia. Formação miliar – metástase pulmonar em gatos;Forma de bala de canhão (arredondado) – metástase pulmonar em cães Denominação das mamas: M1 – M2 – M3 – M4 – M5 - cadelas M1 – M2 – M – M4 – gatas A M1, M2 drenam para o linfonodo axilar, M4 e M5 drenam para o linfonodo inguinal. A M3 drena para ambos os lados. Técnicas cirúrgicas: ! Lumpectomia – retira apenas do nódulo JULIA LOZINSKY 11 ! Mastectomia simples – retirada no nódulo com a mama ! Mastectomia regional – retraída de um quadrante ! Mastectomia unilateral – retirada das mamas de um lado ! Mastectomia bilateral – retirada das mamas de ambos os lados de uma vez só O animal vai estar em decúbito ventral dorsal (para cima), vamos fazer uma tricotomia bem ampla, porque vai ter a tração de pele. Evitar incidir em glândula mamária porque é uma excisão de mama, quando feito vai causar mais dor e mais processo inflamatório. As glândulas torácicas são mais aderidas, então são mais chatas de serem retiradas, tem pouco tecido gorduroso e tecido de conjuntivo. Intumescência – misto de adrenalina, lidocaína e soro que é posta em toda a região da glândula mamária, diminuindo a hemorragia pós-operatória e por conta da lidocaína e adrenalina, tem mais analgesia. O vaso sanguíneo mais importante em que a ligadura deve ser feita é o epigástrico superficial caudal, feita com fio absorvível. Esse vaso se encontra abaixo da M5, passa no canal inguinal, sendo fácil de encontrar. É ela quem irriga a cadeia de M3-M5, tendo um calibre maior, que se romper vai ter hemorragia. Pode ser usado um dreno, mas é mais comum a aproximação do tecido subcutâneo com pontos. Linfonodo inguinal: Mesmo localização do epigástrico, próximo a M5. Ele é entremeado na gordura, mas é tão pequeno que não possível ver. Quando aumentando ele fica em uma cor meio parda, cinza escura. Se ele é visto, não é um bom sinal. Linfonodo axilar: É difícil visualização mesmo estando aumentando. Para isso é possível usar o azul de metileno ou azul patente (pode ser usado em gato). Azul de metileno 0,5ml até 15kg ou ml para maiores de 15kg. Azul patente 2mg/kg São aplicados na mama mais próxima ao linfonodo, no qual vai ser drenado pela circulação linfática. Essa aplicação geralmente é intradérmica, deixa o animal, paramentação. Quando voltar a aplicação vai ter feito efeito e vamos ver o linfonodo corando de azul. A técnica de uma mastectomia é uma excisão em bloco, ao redor de toda a glândula mamária. Depois que feito a retirada, a pele não tem elasticidade. Vamos juntar as bordas, nessa sutura a pele não pode ficar muito esticada, se não acaba rompendo os pontos. Vamos soltar todo o tecido subcutâneo para que seja possível puxar a pele até a borda na linha média —> técnica de anaplástico, técnica de avanço. Não vamos apenas suturas as bordas da pele. Vamos fazer vários pontos no subcutâneo para que a pele seja mantida no lugar. Esse ponto é feito com fio absorvível, vai passar o ponto no músculo e puxando a pele, em um direcionamento. Depois de feito uma linha, será feita outra linha mais a frente, aderindo a pele na musculatura. Essa técnica é chamada de Walking Suture. Se a pele ainda estiver tensão é porque foi feito de forma errada. O ponto de pele é a apenas estético, quem segura é a walking suture. Cuidado ao passar a agulha na Walking suture para ela não sair para fora da pele e contaminar. Gatas -> cor escura em mamas; é causada por trombo linfático, ou seja, tem tumor em vias linfáticas. Só é possível ver após a tricotomia Mastectomia bilateral -> excisão em Y; vai ser usado o meio como uma forma de ancoragem para a pele. Pontos em U, X ou simples – nunca fazer pontos contínuos Pós-operatório: ! Cinta cirúrgica – uma roupa de 1 número menor ! Curativos compressivos ! Analgésicos (tramal/morfina/metadona) ! Antibiótico – por ser uma excisão muito grande ! AINE (COX2 3-6 meses) – não tem necessidade ! Retirada do dreno depois de 3 dias – sem uso pelo Fernando ! Observado se vai ter necrose, edema ou seroma, Deve ser encaminhada toda a cadeia para histopatologia, avaliação de possíveis metástases e quimioterapia (pós-operatório oncológico). JULIA LOZINSKY 12 Região de isquemia à necrose de pele Dor é uma das maiores complicações do pós-operatório. Se retirado linfonodo, é possível ter um edema de membros ou posterior, depende qual foi tirado. Descendia de sutura à pode ocorrer, mas é difícil. Recorrência tumoral local à vai ter mais aderências Prognóstico: Baseado na histopatologia, vai ver: ! Grau de invasão ! Tamanho do tumor ! Envolvimento dos linfonodos ! Presença de metástase ! Fixação – quando mais fixo ao descido adjacente é um mal sinal; Metaplasia Profilaxia: castração após o 1º cio Sistema reprodutor masculino Aula 5 Anatomia masculino A doença mais frequente é na próstata, que fica dentro da cavidade pélvica, caudal a bexiga, logo acima do púbis com o cólon final passando em cima dela. Uma afecção na próstata pode gerar sinais clínicos referente a ela ou a estruturas próxima a ela. • Hiperplasia prostática benigna (HPB) à é um processo fisiológico gerando alterações hormonais • Cisto prostático (CP) • Abcessos protética (AP) • Neoplasias protética (NP) Hiperplasia prostática benigna (HPB) Vai ocorrer uma proporção inadequada de andrógenos com relação a estrógenos. Vai ter o aumento dos receptores e sensibilidade para a diidrostestosterona (andrógeno), com isso a próstata cresce de forma regular (homogêneo), que conforme não for tratado pode pior com o passar dos anos, se tornando cistos, abcessos ou tumores. A próstata é dividida em dois lobos que irão crescer de forma homogênea Cistos prostáticos (CP) Podem ocorrer dentro do parênquima prostático ou podem estar fora do parênquima da próstata, e de tamanhos diversos. Não se sabe o porquê da formação desses cistos, associasse a patologias congênitas. Cistos são processos inflamatórios, ou seja, vai ter um líquido inflamatório dentro dele. O início, esses cistos são assintomáticos, podendo ter vários e não apenas um. Quando eles começam a crescer, eles podem se juntar, formando um cisto grande e causar complicações. Por ser um processo inflamatório, os cistos podem atrair bactérias que podem vir a causar problemas. As bactérias poderão ir da corrente sanguínea e se instalar no cisto, virando um abcesso. Abscessos prostáticos (AP) Podemos ter uma protatite, ou seja, uma próstata infecciona, muito inflamada ou com abcessos. Em uma cavidade com pus, que se não for resolvido logo, vai ter que fazer uma resolução cirúrgica na próstata (não tem um acesso fácil). O uso de antibiótico e a castração não vão resolver um grande abcesso. Quando a próstata está grande, ela normalmente tende vir cranialmente, ou seja, ela sai da cavidade pélvica, vindo mais para a cavidade abdominal, ajudando a celiotomia. As bactérias que dão origem ao abcesso, normalmente tem origem urinaria (infecção urinaria recorrente) ou do sangue. Neoplasias prostáticas (NP) • Tecido epitelial -> carcionomas/adenocarcinomas • Tecido muscular liso -> Leiomiossarcoma • Estruturas vasculares -> Hemangiossarcoma É a única doença que ocorre em cães castrados por não ter influencia só hormonal, pode ter influência da hipófise ou de adrenal. Esses tumores fazem metástase muito rápido e tem alta capacidade invasiva. Fazem metástases óssea, principalmente em púbis e na coluna vertebral. A castração pode inibir mais precocemente esses tumores, mas tem vezes que eles não terão origem hormonal. JULIA LOZINSKY 13 A hérnia perineal está associada a próstata. Ela acontece por uma fragilidade da musculatura do períneo (musculo elevador do ânus, esfíncter anal e coccídeo) que ficam na base da cauda e fecham o diafragma pélvico. Quando temos um cão mais velha temos a musculatura mais fina, delgada, mais frágil e se a próstata aumenta de tamanho, ela comprime a região de cólon, então o cão vai fazer mais força a defecar.Com isso, força demais a musculatura do perineal emperrando as vísceras através do musculo. O conteúdo pode não ser do o reto, mas a bexiga e o cólon. Na correção de hérnia, o animal tem que ser castrado junto. Sinais predisponentes: • Cães machos inteiros • Qualquer raça • 8-9 anos A neoplasia é o 1º pensamento mesmo quando o animal é castrado. Anamnese: • Tenesmo fecal ou urinário – compressão do cólon e bexiga; neoplasia causa uma infiltração • Hematúria • Sangramento uretral – gotejamento de sangue vivo • Dor – abcessos e neoplasias (metástases) • Ataxia (metástase em osso ou linfonodo) • Dispneia (metástase pulmonar) • Fezes achatadas Exame físico: • Toque retal – nunca em animais jovens; em cães grandes não é fácil o acesso, se for fácil é porque já está aumentada. Vamos perceber o desvio do cólon por causa do aumento da próstata • HPB e CP são assintomáticos, na palpação pode ser indolor e simétrico. • Em abcessos, dependendo do local dele. Em região superficial vai ser flutuante e a próstata não é mole, é dura. Quando é dentro da próstata não vemos. Aumento assimétrico da próstata. Presença de dor. • AP -> rompimento, peritonite, sepse e choque • NP -> assimetria e metástase em órgão adjacentes (aderidos em outros órgãos); aderência são possíveis ver no exame de toque. Palpação de linfonodos (inguinal e poplíteo são reativo a neoplasia de próstata). Diagnostico: • RaioX não é definitivo • Ultrassonografia vê se é um abcesso, um cisto (líquido inflamatório) ou sugerir uma neoplasia pelo tipo de tecido • Laboratorial – alterações em abcesso e cistos com processo infeccioso e leucocitose com desvio. Neoplasia -> síndrome paraneoplásicas, anemias crônicas, linfopenia. • Citologia e histopatologia – punção da próstata guia por ultrassom (lateral ao prepúcio) Diagnóstico diferencial: HPB, CP, AP, NP Tratamento clínico: melhora dos sinais • Constipação – dieta mais pastosa; o uso de medicamento pode levar a quadros de diarreias • HPB à Acetato de medroxiprogesterona (Depoprovera) e cetoconazol (inibe a diidrostestosterona, mas em uso contínuo vai gerar problema no fígado). Esse tratamento pode causar aplasia de medula se feito com frequência. Se parar de usar o hormônio a próstata falta a crescer. • CP e AP à Drenagem; no caso de cistos tem que tomar cuidado para não levar uma bactéria e transformar em um abcesso • AP à Uma drenagem mal feita pode levar o rompimento da capsula, levando a uma peritonite, sepse e choque. Se romper tem que levar o animal para cirurgia. Cultura e antibiograma (metronidasol, sulfa, enro) • NP à tratamento sintomático com cetoconazol para diminuir a diidrostestosterona; finasterida que inibe a diidrostestosterona na sua forma mais ativa; AINE (cox-2) à PALIATIVOS Tratamento cirúrgico: • ORQUIECTOMIA obrigatória • Celiotomia em caso de abcessos e cistos muito grandes • Passagem de sonda uretral em cirurgia de sistema geniturinário • Marsupialização à Cistos, é uma técnica não mais usa. • Omentalização à abertura de cistos ou abcessos, pondo o omento dentro. Ele tem função de cicatrização, revascularização da região. O antibiótico chega na região com mais facilidade por causa da alta vascularização. • NP à Prostatectomia (uma parte da uretra sai e tem que fazer uma nova ligação). • Biopsia para todas as patologias Pós-operatório: JULIA LOZINSKY 14 • Analgésicos – opióide • AINE • Antibiótico – associações • Constipação à tratamento sintomático • Drenos à retirada 1-3 semanas depois, mas com o uso do omento não tem por que usar o dreno • Ultra a cada 3-4 semanas para ver a progressão O exame de sangue no pós-operatório é pior que antes por causa da liberação de bactérias no abdômen. Complicações: • Peritonite disseminada; a focal é esperada no pós-operatório • Incontinência urinária Prognóstico à BOM Cavidade torácica Aula 6 Toracocentese Definição: punção da cavidade torácica Material necessário: scalp 21 ou 19 por causa de coágulos e grumos, seringa de 10 e 20ml e uma torneira de 3 vias (não permite a entrada do ar) à Pode ter líquido ou sangue Vamos entrar com a agulha nos espaços intercostais (6º 7º 8º), normalmente mais baixo, na região do esterno, nas articulações costocondrais. O animal em decúbito esternal, por gravidade o líquido irá descer. Funções: • Aspiração do conteúdo do tórax • Restabelecer a pressão negativa • Auxilia o diagnostico • Tratamento clínico/cirúrgico Toracostomia Definição: Abertura do tórax para o meio externo Ela é mais complicada que a toracocense. Ela tem que ser feita com o animal anestesiado. A conexão perfeita da cavidade torácica com o meio externo, por meio de drenos, é feita no 10º espaço intercostal. Vai ser feito uma incisão de pele na parte mais dorsal do 10º espaço. Através dessa incisão vai ser fita a técnica de tunelização com uma pinça hemostática curva e fina até o espaço no qual vamos por a sonda. Tem que fazer força para passar na musculatura e não tem como abrir a pinça, porque senão a sonda vai sair. Vai ter o rompimento da fibra muscular do tórax, assim, depois vai abrir a pinça e empurrar a sonda para dentro. Quanto de sonda deve ser posto? Antes de fazer este processo, devemos medir o caminho, do ponto que vamos entrar com a sonda até a entrada do mediastino. Vantagens: drenagem continua, melhor monitoramento e lavagem e/ou medicamentos pela sonda. A fixação da sonda na pele por uma sutura em bailarina e com uma proteção. Alguns animais podem ir para casa, desde que se tenha cuidado. Cavidade pleural 3 tipos de efusão: • Hemotórax – sangue • Piotórax - pus • Quilotórax – líquido gorduroso Hemotórax É a presença e acúmulo de sangue dentro do espaço pleural (entre o pulmão, grandes vasos e coração – onde tem a pressão negativa). Causas: ruptura do parênquima pulmonar ou dos grandes vasos (hemorragia aguda com sangue vivo), coagulopatias (erlichia e alguns venenos) e neoplasias (processo crônico). Sintomas: • Dispneia inspiratória • Sons maciços à percussão • Mucosas palias ou cianóticas • Pulso fraco e rápido – traumas (mecanismo compensatório) • Ausculta pulmonar abafada Diagnóstico: JULIA LOZINSKY 15 • RaioX • Toracocentese Um paciente que caiu de X andar, vai ser feita a toracocentese antes do raio X. Além disso tem que auscultar o paciente e tirar sua dor. Tratamento: • Toratocentese em caso de hemorragias de vasos intercostais • Autotransfusão – 1ml de anticoagulante para 9ml de sangue • Toracostomia • Toracotomia Piotórax Presença de exsudato séptico (pus) dentro da cavidade pleural e tem uma maior incidência em gatos do que em cães. É uma infecção bacteriana (anaeróbicas) mista (fungos) provida de uma ferida perfurante. As infecções podem ser iatrogênicas. Sinais clínicos: • Varia com volume • Rapidez de acúmulo de fluido • Grande capacidade respiratória e limitação da atividade física • Estágio avançado: depressão, anorexia, perda de peso, intolerância ao exercício, dificuldade respiratória Exame físico: • Dispneia inspiratória • Posição em decúbito esternal com os membros anteriores em abdução – o líquido desce por isso o animal prefere essa posição • Respiração de boca aberta • Ausculta torácica com sons cardiacoes e pulmonares abafados • Desidratação • Cianose • Temperatura anormal • Percussão torácica maciça Diagnóstico: Através dos achados físicos • Toracocentese • Raio X lateral em estação para o líquido descer com a gravidade • Laboratorial: associados a uma infecção à anemia, hipoglicemia, leucocitose, desvio, monocitose (crônico) Tratamento emergencial Oxigenação Tratamento: • Toracocentese à cultura e antibiograma para aeróbio, anaeróbio e fungo. • Antibióticos sistêmicos à Enrofloxacino, ampicilina, penicilina e metronidazol • Dreno torácico à só a toracocentese não é o suficiente; Toracostomia e lavagem Irrigação do espaço pleural com soluçãofisiológica 10-20ml/kg por 5/6 dia fazendo QID Se a citologia ainda mostrar um processo infeccioso é porque existe algo que está perpetuando esse processo infeccioso, então teremos que abrir para fazer a retirada. Quilotórax É uma coleção de quilo do espaço pleural, que é um líquido gorduroso branca. É vista em gatos mais idosos por ser uma consequência de doença primárias. Causas: • Miocardiopatia (hipertireoidismo) à aumento da FC e PA, a veia cava não suporta o líquido que vem, acúmulo no ducto e extravasa • Linfossarcoma • Dirofilaria – aumento do coração e compressão do ducto torácico • Idiopático – não tem doença de base associada – paciente crítico Sinais clínicos: • Sem predisposição sexual • Mais frequente em idosos • Siameses (gato) e Afghan (cão) • Tosse – as vezes único sintoma; irritação da pleural e do pericárdio JULIA LOZINSKY 16 • Dispneia inspiratória • Ausculta torácica abafada • Arritmias • Temperatura normal Diagnóstico: • RaioX com toracocentese • Ultrassonografia à líquido fluido, ralo sendo visto na ultra. Diagnóstico diferencial: quilo, hemotórax • Laboratório: Citologia, cultura e antibiograma Teor de triglicerídeos do líquido à maior que o sangue Sangue com dosagem de triglicerídeos Tratamento: • Doenças de base • Toracocentese intermitente • Rações pobres em gordura • Rutina (vitamina P) – Venaruton 250 a 500mg/gato TID à aumenta a contração do ducto torácico fazendo com que tenha uma maior drenagem. Cirúrgico: à Ligadura do ducto torácico: é falho pois pode romper do outro lado. É uma cirurgia intercostal à Desvio pleruoperotonial: é uma sonda posta no tórax, vir por baixo das costelas pelo subcutâneo e entrar no abdômen. No meio dessa sonda tem um dispositivo que é ativado pelo dedo que puxa o líquido do tórax para o abdômen, no qual vai ser melhor absorvido. É contraindicada em cardiopatas pela má circulação de retorno. à Omentalização pleural com ligadura em bloco do ducto torácico sem linfagiografia mesentérica, juntamente com pericardectomia: é uma técnica muito complexa que necessita muita experiência. Ela consiste em traz o omento para dentro da cavidade torácica (função – absorção dos líquidos em pouca quantidade), ligadura do ducto sem contraste e abre o pericárdio (retirada de o pericárdio espesso para o coração não parar). Etapas: incisão no lado direito do tórax no 4 espaço intercostal para fazer e pericardectomia; omentalização torácica e colocação de dreno torácico; lado esquerdo do tórax no nível do 10º espaço intercostal para fazer a ligadura do ducto torácico e fenetração do mediastino; dreno torácico para observar a produção de quilo no pós-operatório Prognóstico à Ruim quando o diagnóstico é tardio. Pleurite fibrosante: é um corpo estranho que causa inflamação na pleural, que vai diminuir de tamanho por causa do líquido