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Curso Nova Previdência - Juiz Victor Souza - Decisão do TRF 2 sobre aposentadoria por tempo de contribuição para PCD

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EMENTA 
PREVIDENCIÁRIO. APELAÇÃO CÍVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
PESSOA COM DEFICIÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES NECESSÁRIAS ALCANÇADAS. SEM NOVA
PERÍCIA.
- Apelação interposta em face de sentença, que julgou procedente o pedido e para condenar o
INSS a conceder aposentadoria por tempo de contribuição ao segurado com deficiência, nos
moldes da Lei Complementar nº 142/2013, a partir da data do requerimento administrativo do
benefício, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros de mora.
- Com base no artigo 3º, II da referida Lei Complementar nº 142/2013, é assegurada a
concessão de aposentadoria pelo RGPS ao segurado com deficiência, aos 29 (vinte e cinco)
anos de tempo de contribuição, se homem, e 24 (vinte) anos, se mulher, no caso de segurado
com deficiência moderada.
- Atestando o laudo pericial que a autora é portadora de deficiência moderada e restando
comprovado tempo de contribuição de 24 anos, 02 meses e 20 dias, tem direito ao beneficio, eis
que foram preenchidos os requisitos legais.
- Verifica-se que não há prova no processo administrativo anexado pelo apelante de que a
apelada teria sido notificada para comparecimento em perícia a ser realizada pelo INSS.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma
Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por unanimidade, negar provimento
 à Apelação, nos termos do Voto do Relator.
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2018.
DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ESPIRITO SANTO
Relator
Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0102361-33.2017.4.02.5101 (2017.51.01.102361-0)
RELATOR : Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO
APELANTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
APELADO : MARCIA MARIA CORTINES HORA MARTINS
ADVOGADO : RJ053782 - MARCELO DAVIDOVICH E OUTRO
ORIGEM : 25ª Vara Federal do Rio de Janeiro (01023613320174025101)
1
 
RELATÓRIO
Trata-se de Apelação Cível interposta por INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 
contra sentença proferida às fls. 233/239, pelo MM. Juiz Federal EDUARDO ANDRÉ BRANDÃO
DE BRITO FERNANDES, que julgou procedente o pedido para condenar o INSS a conceder
aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência, a partir da data de entrada
do requerimento administrativo (DER), em 26/03/2015, antecipando os efeitos de tutela, na
forma do artigo 300 do CPC, para que o benefício seja implantado em até 30 (trinta) dias da
intimação da AADJ/INSS. corrigidos monetariamente e acrescidos de juros de mora.
 
Condenou ainda o INSS no pagamento de honorários advocatícios, no percentual de 10% (dez
por cento) sobre o valor da condenação, excluída as prestações vencidas após a sentença
(Súmula nº111 do STJ), nos moldes dos artigos 85, § 2º e § 3º, I e §4º, I do NCPC, pois, apesar
de ilíquida a sentença, não se vislumbra na espécie a possibilidade de que a causa resulte em
proveito econômico superior a 200 (duzentos) salários mínimos (art. 85, § 4º, I e II do NCPC).
 
Em suas razões de apelação (fls. 250/255), o Réu, ora Apelante, requer urgentemente a
suspensão da tutela antecipada concedida na r. sentença e a extinção do processo sem
resolução de mérito, conforme disposto no artigo 485, inciso VI, do NCPC, em virtude de
estar ausente o interesse de agir pela falta de comprovação de requerimento administrativo,
visto que a Autora não compareceu à perícia médica agendada pelo INSS para o dia
09/06/2015. 
Contrarrazões de MARCIA MARIA CORTINES HORA MARTINS, às fls. 261/266.
Manifestação do Ministério Público Federal, à fl. 272, concluindo ser desnecessária sua
intervenção na presente demanda.
É o relatório.
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2018.
DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ESPIRITO SANTO
Relator
Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0102361-33.2017.4.02.5101 (2017.51.01.102361-0)
RELATOR : Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO
APELANTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
APELADO : MARCIA MARIA CORTINES HORA MARTINS
ADVOGADO : RJ053782 - MARCELO DAVIDOVICH E OUTRO
ORIGEM : 25ª Vara Federal do Rio de Janeiro (01023613320174025101)
1
 
 
VOTO
 
No caso dos autos, a parte autora, MARCIA MARIA CORTINES HORA MARTINS, ajuizou
demanda em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, na qual alega
apresentar deficiência severa, conforme laudo médico (fls. 30/31).
 
Nesse passo, alega a Autora que segundo o artigo 3º e seus incisos, da Lei Complementar nº
142/2013, o tempo de contribuição necessário para obtenção do benefício, se mulher, seria de
20 anos, no caso de segurada com deficiência grave, e 24 anos, no caso de deficiência
moderada. Sustenta, então, que a Autora, que possui mais de 24 anos de contribuição, deveria
ter esse benefício concedido.
 
O douto juízo a quo, por sua vez, julgou procedente o pedido formulado, sob o fundamento de
que se constata que a Autora conta com os requisitos necessários para perceber a pleiteada
aposentadoria prevista na Lei Complementar nº 142/2013.
 
No que tange ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com
deficiência, verifica-se que o mesmo encontra-se regulamentado na Lei Complementar nº
142/2013, conforme se pode observar nos artigos transcritos a seguir:
 
 “Art. 2 o Para o reconhecimento do direito à aposentadoria de que trata
esta Lei Complementar, considera-se pessoa com deficiência aquela que
tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
 
Art. 3o É assegurada a concessão de aposentadoria pelo RGPS ao
segurado com deficiência, observadas as seguintes condições:
 
I - aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, se homem, e 20
(vinte) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave.
 
II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuição, se homem, e 24
(vinte e quatro) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência
Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0102361-33.2017.4.02.5101 (2017.51.01.102361-0)
RELATOR : Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO
APELANTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
APELADO : MARCIA MARIA CORTINES HORA MARTINS
ADVOGADO : RJ053782 - MARCELO DAVIDOVICH E OUTRO
ORIGEM : 25ª Vara Federal do Rio de Janeiro (01023613320174025101)
1
moderada. ”
 
Com isso, em sede de apelação, o INSS, ora Apelante, alega que a Autora não compareceu à
perícia médica agendada por ele, sendo, então, obrigado a indeferir o pedido do benefício por
falta de requisitos mínimo.
 
Entretanto, sustenta a Autora que não há que se falar em falta de interesse de agir por sua
parte, já que não há prova no processo administrativo anexado pelo apelante de que a apelada
teria sido notificada para comparecimento em perícia a ser realizada pelo INSS. Dessa forma,
embora tenha sido lançada a anotação de que a apelada foi comunicada via telegrama em
15/05/2015 e certificado tal ato nos autos do processo administrativo por agente público,
conforme revelam os documentos de fls. 153/155, não foi juntado qualquer AR ou outro
documento que comprovasse que a apelada, de fato, tomou ciência da data agendada para
perícia. Essa ausência do AR não pode ser suprida pelo documento de fl. 155, como pretende o
apelante, razão pela qual não há que se falar em qualquer falta de interesse de agir por parte da
apelada. Pugna, ainda, pela concessão da gratuidade de justiça.
 
No caso em testilha, a demandante logrou êxito em comprovar que está incapacitada para o
exercício de sua atividade laborativa, consoante o laudo médico judicial, às fls. 215/224, do qual
ressalto os seguintes trechos:
 
“Quesitos do Juízo:
 
b) A parte Autora possui alguma deficiência/impedimento? Qual?
Mencionaro CID.
 
R: Sim, é portadora de sequelas nos membros inferiores devido a uma
doença chamada Raquitismo Hipofostatêmico. Apresenta importante 
deformidade em varo dos joelhos CID M21-1, Gonartrose bilateral M17-4,
Coxoartrose bilateral M16-7.
 
(...)
 
f) A deficiência/impedimento dificulta o desempenho das tarefas da
atividade profissional da pessoa periciada? Fundamente.
 
R: Sim, pois a Autora é portadora de sequelas em ambos os membros
inferiores, que vem se agravando com o passar dos anos, gerando uma
série de dificuldades, como dores nos joelhos e quadris, devido a posição
sentada por período prolongado, mesmo que seja oferecida as facilidades
para realizar seu trabalho a postura prejudica suas lesões. Além disso as
dificuldades relatadas para se deslocar de casa para o trabalho e vice
versa usando diversas conduções para ir e vir ao trabalho.
 
 
2
h) Na hipótese de ter sido possível confirmar a deficiência/impedimento da
parte autora, informe se, quanto ao grau, esta/este pode ser classificada
(o) como leve, moderada ou grave, conforme pontuação prevista na
Portaria Interministerial nº 1/2014. (...)
 
R: (...) Sua doença vem desde a infância mesmo já tendo sofrido diversas
cirurgias para tentar corrigir as deformidades que se instalaram, estas
porém são progressivas e pioram com o passar dos anos. Considero um
Grau Moderado.”
 
Em análise ao laudo pericial, vê-se que os principais quesitos formulados pela Autarquia-Ré
foram integralmente respondidos, sendo evidente que a perícia afirma haver deficiência desde a
infância e que está piorando com o passar dos anos, considerando a segurada com deficiência
moderada.
 
Diante disso, verifica-se que a autora tem, portanto, direito ao benefício. Isto porque os
documentos juntados indicam o tempo de contribuição de 24 anos, 02 meses e 20 dias, às fls.
10/22, preenchendo os requisitos do artigo 3º, II da Lei Complementar nº 142/2013. De fato, o
resumo de documentos fornecido pelo INSS (fl.33) comprova o labor da autora nos seguintes
estabelecimentos: MARLU CONSULTORIA DE IMÓVEIS LTDA (no período de 01/07/1988 a
30/09/1988), OSÓRIO DA SILVA PINTO (01/06/1989 a 31/05/1994), UNIDADE EDUCACIONAL
NASCISO CAVALCANTE LTDA. (06/03/1995 a 08/12/1995), SOCIEDADE AMIGOS DO
DEFICIENTE FÍSICO (01/04/1996 a 06/12/1999), ASSOCIAÇÃO NITEROIENSE DOS
DEFICIENTES FÍSICOS (04/12/1999 a 01/06/2007) E LIGHT - SERVIÇOS DE ELETRICIDADE
S/A (04/06/2007 a 26/03/2015, sendo essa última data do requerimento do benefício da
aposentadoria). Nesse contexto, torna-se evidente, ao levar em conta o laudo pericial, o qual
indica que MARCIA MARIA CORTINES HORA MARTINS possui deficiência moderada, o direito
da Autora quanto à recepção do benefício pleiteado.
 
Assim sendo, em acordo com a documentação juntada aos autos, com o tempo de contribuição
demonstrado pela parte autora, aliada à deficiência verificada pela perícia judicial, confirma-se
que esta faz jus à concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição ao
segurado com deficiência.
 
Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO à Apelação do INSS e mantenho a r. sentença in
totum por seus próprios fundamentos.
É como voto.
Rio de janeiro, 10 de maio de 2018.
DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ESPIRITO SANTO
Relator
3
	VOTO

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