Buscar

Dudu e o lápis cor de pele

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O filme Dudu e o lápis cor de pele, curta-metragem foi produzido pela Take a Take Films, com direção de Miguel Rodrigues e roteiro de Cleber Marques. Dudu é um garoto negro, inteligente e imaginativo, estudante de um colégio particular da classe média de São Paulo. Durante uma aula de educação artística, sua professora, Sônia, diz a ele que utilize o que ela chama de “lápis cor da pele” para pintar um desenho. A frase desperta em Dudu uma crise de identidade. Com toda a inocência de uma criança da sua idade, Dudu passa a carregar o lápis em questão consigo para encontrar alguém que possa sanar seus questionamentos. Sua mãe, Marta, logo percebe e resolve ir até a escola da criança tomar satisfações sobre o ocorrido. A professora justifica-se dizendo que falou de forma automática. No meio da discussão, Dudu foge, levando consigo seu "lápis cor da pele". Começa a procurar pelas ruas, alguém que tenha a mesma cor do lápis. Sua mãe e sua professora passam a procurá-lo desesperadamente. Mesmo entre as pessoas caucasianas Dudu não consegue encontrar o que procura. Passa por diversos lugares da cidade até que encontra alguém, seu nome é Madalena, uma antropóloga e curadora de arte. Madalena e Dudu tornam-se amigos e ela, através do seu conhecimento, mostra ao garoto o quanto a raça e a cultura negra são importantes. Madalena conta a Dudu que seu nome (Dudu) em Iorubá significa negro. Dudu identifica-se com as coisas que Madalena diz a ele e desenvolve um sentimento de orgulho por sua raça. Ele resolve que a partir daquele dia não quer que o chamem por seu nome - Eduardo - e sim por Dudu. A pureza e o despertar da consciência de uma criança para a sua própria identidade formam o ângulo ideal para que o espectador possa enxergar a existência de preconceitos velados, mas sem sentir que existe um dedo inquisidor apontado em sua direção. A consciência do espectador é como uma criança que, aos poucos, é trazida para a razão. A ideia é humanizar, personagens e público. Assim como a personagem de Madalena convida Dudu para tomar um sorvete enquanto descortina diante dele um mundo de lucidez e verdade. Entendida a relevância do tema, aplicá-lo em uma obra audiovisual de menor duração faz com que seja necessária a condensação e, consequentemente, encontrar a essência do que precisa ser dito. A busca pela simplicidade é proposital e visa uma permeabilidade mais fácil no contato com o espectador, ampliando os possíveis públicos atingidos. Em suma, Dudu e o Lápis Cor da Pele é o singelo revelando as cores de uma questão profunda e, muitas vezes, deixada de lado. Algo aparentemente dito de forma inocente pode guardar um grave problema social, o racismo. Este é o ponto de partida para o principal conflito do filme. Um tema ainda atual tratado pela ótica de uma criança. Um enredo singelo, verdadeiro e emocional para públicos de todas as idades e capaz de cativar e falar aos públicos mais diversificados. Dudu e o Lápis Cor da Pele pode ser visto como a fala de uma criança sobre um assunto do “mundo dos adultos”. Não existe maior sinceridade do que a de uma criança, certo? Então ninguém melhor do que uma delas para nos falar sobre questões como identidade, valorização da cultura e da raça. O trabalho do assistente social sofre interferências do racismo institucional, que fortalece a naturalização e a culpabilização da população negra por sua permanência majoritária nas camadas mais vulneráveis da sociedade, dificultando a proposição de ações que modifiquem essa realidade racialmente fundada. Concluo que esse filme foi de suma importância, pois me proporcionou um amplo conhecimento na área sobreo racismo e questão social, contudo fiquei bastante esclarecida sobre este tema, tirei todas as minhas dúvidas, pois o Código de Ética Profissional do Assistente Social é o primeiro código profissional do Serviço Social que introduz a questão da não discriminação como um de seus princípios fundamentais. Isso remete a uma reflexão acerca da importância atribuída à ética e aos direitos humanos no interior do projeto ético-político, fortalecendo as bases para o desenvolvimento de um debate sobre a questão étnico/racial no cotidiano do assistente social.

Continue navegando