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Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC Estudo Dirigido: Esclerose Múltipla (EM) Aluno: Márcio Melo Costa Esclerose Múltipla (EM) A esclerose múltipla (EM) é uma doença que foi estabelecida no ano de 1868, que tem como característica desmielinizante, inflamatória e crônica que afeta diferentes áreas do sistema nervoso central, desenvolvendo lesões que resultam em déficits neurológico de curso variado. As suas células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Embora a causa da doença ainda seja desconhecida, a EM tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que têm possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes. Sendo uma das causas mais comuns de incapacidade neurológica, associada com lesão da bainha de mielina. A perda de mielina (substância cuja função é fazer com que o impulso nervoso percorra os neurônios) leva a interferência na transmissão dos impulsos elétricos e isto produz os diversos sintomas da doença. Esse processo é chamado de desmielinização. É importante atentarmos que a mielina está presente em todo sistema nervoso central, por isso qualquer região do cérebro pode ser acometida e o tipo de sintoma está diretamente relacionado à região afetada. Com a desmielinização, ocorre um processo inflamatório que culmina, com o decorrer do tempo, no acúmulo de incapacitações neurológicas. Os pontos de inflamação evoluem para resolução com formação de cicatriz. Esta não apresenta a mesma função do tecido original, mas é a forma que o organismo encontra para curar a inflamação. Porém, com isto, perdemos função tecidual que aparecem em diferentes momentos e zonas do sistema nervoso central. Além disso ocorre a destruição da oligodendróglia, inflamação perivascular e alterações químicas nos constituintes lipídicos e proteicos da mielina, dentro e ao redor das placas. Dano axonal é comum, e corpos celulares neuronais também podem ser danificados. Há também um desenvolvimento de gliose fibrosa nas placas que são disseminadas pelo SNC, principalmente na substância branca, em particular nas colunas laterais e posteriores (especialmente nas regiões cervicais), nervos ópticos e áreas periventriculares. Os tratos no mesencéfalo, ponte e cerebelo também são afetados. A substância cinzenta no cérebro e na medula espinhal pode ser afetada, mas em extensão muito menor. É uma doença que tem pré disposição genética, ou seja, os genes como (IL2Ra, IL&R e CD58) são indicativos para o risco de uma pessoa desencadear a doença. É classificada como uma doença autoimune mediada por células-T, como também se tem um subgrupo dessas células T, a Th-17(célula T CD4 + que secreta interleucina-17), e é apontada como protagonista nas patogêneses dessa doença. Estas células conseguem atravessar a barreira hematoencefálica e causar dano axonal e morte neuronal. Há um número aumentado de células de Th-17 em pacientes com recaída aguda dos sintomas da EM e o Interfon Beta, uma das principais terapias, apresentava- se como inibidor da diferenciação das células Th-17. Agora muitos estudos indicam participação das células B também. É uma doença presente em todo o mundo e, sua incidência varia de acordo com a geografia, idade, etnia e sexo, onde os pacientes acometidos por essa patologia, são geralmente jovens e adultos, de cor branca, em especial mulheres de 20 a 40 anos. Clinicamente ocorre sinais e sintomas variáveis tais como: fraqueza muscular, distúrbios da marcha, diminuição da acuidade visual, distúrbio de equilíbrio e fadigabilidade que comprometem a qualidade de vida e provocam perda progressiva de função no paciente. Além disso pode ocorrer alterações respiratórias que são: fraqueza dos músculos respiratórios, disfunção bulbar, apnéia obstrutiva do sono, anormalidades do controle respiratório e hiperventilação paroxística. Cerca de 80% das pessoas melhoram nos dias ou meses após os sintomas iniciais, adquirem certo grau de melhora, que varia de leve até o desaparecimento virtual da disfunção neurológica. Tipos de Esclerose Múltipla O grau de incapacidade observado nos indivíduos portadores de EM pode ser dividido quatro tipos: ▪ Recidivante Remitente: também conhecida por Surto Remissão, é o tipo mais comum de esclerose múltipla, caracterizando-se por uma recuperação total e remissão dos sintomas. No período intervalar entre os surtos, não se observa progressão da doença. Este tipo de esclerose múltipla pode evoluir para Secundária Progressiva. ▪ Secundária Progressiva: a recuperação dos sintomas após um surto não é total, observando-se um agravamento continuado entre os surtos e, consequentemente, um aumento do nível de incapacidade. ▪ Primária Progressiva: os sintomas apresentados pelos indivíduos tendem a agravar de forma constante desde o diagnóstico, observando uma evolução ou estabilização dos sintomas. Pode-se observar uma estagnação da incapacidade do indivíduo ou um agravamento progressivo. ▪ Primária Recidivante: este é um tipo raro de esclerose múltipla, progredindo de forma constante desde o início, com surtos claramente identificáveis. Diagnóstico Clínico da Esclerose Múltipla O diagnóstico clínico da Esclerose Múltipla deve ser realizado da seguinte maneira: ▪ História do paciente; ▪ Critérios diagnósticos (não há teste diagnóstico específico); ▪ Avaliação clínica; ▪ Exames complementares de Ressonância Magnética (RM) de encéfalo e medula espinhal; ▪ Algumas vezes, concentrações de IgG no LCR; ▪ Potencial Evocado > Retardos nas respostas elétricas a estímulos sensoriais, em geral é mais sensível para EM do que os sintomas ou sinais. As respostas visuais evocadas são sensíveis e particularmente úteis em pacientes sem lesões cranianas confirmadas (p. ex., naqueles com lesões apenas na medula espinhal). Os potenciais evocados somatossensoriais e os potenciais evocados do tronco encefálico são medidos algumas vezes. Tratamento Medicamentoso Os medicamentos utilizados na Esclerose Múltipla devem ser indicados pelo médico neurologista que vai analisar caso a caso. Terá como objetivo: Reduzir a atividade inflamatória e a agressão à mielina, imunomoduladores, diminuidor dos surtos em intensidade e frequência, prevenir incapacidade, sintomas urinários, fadiga e reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente. É realizado com os seguintes medicamentos: ▪ Imunosupressores (zatioprina, a ciclosfosfamida, o mitoxantrone, o methotrexatee a ciclosporina); ▪ Crise (Pulsoterapia), metilprednisolona; ▪ Os interferons, juntamente com o acetato de glatirâmer, são utilizados no tratamento da EM para reduzir os surtos e estabilizar a doença. ▪ Anticorpos monoclonais ((Tysabri®). Age na atividade inflamatória, reduzindo surtos e as incapacitações; ▪ Transplante autológico de células-tronco hematopoiéticas (TACT); Imunosupressão, estabiliza a doença; Tratamento Fisioterapêutico Independentemente do tipo clínico da esclerose múltipla, os pacientes geralmente são encaminhados para a fisioterapia quando já perderam sua capacidade de realizar atividades funcionais, ou parte dela, em um ponto em que a doença já provocou danos irreversíveis ao sistema nervoso central. Embora a reabilitação não elimine o dano neurológico, pode atuar no tratamento de sintomas específicos favorecendo a funcionalidade, equilíbrio, na força muscular e nos demais sintomas desencadeados pela doença. O método Pilates é muito utilizado para a reabilitação da EM, e obtém espaço com princípios que envolvem concentração, equilíbrio, ativação de músculos profundos, musculatura estabilizadora de tronco, centro de força e uma melhoria da capacidade respiratória. Outros métodos mais utilizados são: exercícios aeróbicos,anaeróbico ou de cognição, treinamento de resistência progressiva, exercícios aquáticos, fortalecimento do assoalho pélvico e reeducação neuromuscular, sendo que os métodos relacionados a cinesioterapia apresentam maior efetividade, demonstrando melhora na qualidade de vida, funcionalidade e independência dos portadores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Schiwe D, Souza JF, Santos RR, Menezes M, Moraes J, Braun DS, et al. Fisioterapia em pacientes portadores de Esclerose múltipla. Rev. Saú. Int. 2015; 15-16. Disponível em:< http://local.cnecsan.edu.br/revista/index.php/saude/article/view/227 >, Acesso em: 19 de Maio de 2020. ESCLEROSE MÚLTIPLA BRASIL. Conhecendo os mecanismos da esclerose múltipla. Julho, 2014. Disponível em:< https://esclerosemultipla.com.br/2014/07/14/conhecendo-os-mecanismos-da- esclerose-multipla/>, Acesso em: 19 de Maio de 2020. Braga, D. M.; Oliveira, E. M. L. de. Combinações de Técnicas de Reabilitação No Paciente Com Esclerose Múltipla (EM). Revista Neurociências. São Paulo, ed. 20, n. 4. Pag.483-484, 2012. Disponível em:< http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/editorial%2020%2004/e dDouglas.pdf>, Acesso em: 19 de Maio de 2020. http://local.cnecsan.edu.br/revista/index.php/saude/article/view/227 https://esclerosemultipla.com.br/2014/07/14/conhecendo-os-mecanismos-da-esclerose-multipla/ https://esclerosemultipla.com.br/2014/07/14/conhecendo-os-mecanismos-da-esclerose-multipla/ http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/editorial%2020%2004/edDouglas.pdf http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/editorial%2020%2004/edDouglas.pdf
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