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AS AMBIGUIDADES, CONTRADIÇÕES E DILEMAS DA MODERNIDADE Paulla Stefanny Oliveira Braga, 1463184, Coreu – Noite Texto 1: A modernidade e suas insatisfações. Texto 2: Conflitos culturais nas democracias capitalistas. “[...] o que é modernidade? O termo se aplica à ordem social que emergiu depois do Iluminismo [...]”. (Lyon, p. 35). Lyon, defende a modernidade como revolução à identidade, cultura e convencionalismo, substituindo-os por uma construção econômica, científica e livre-arbitraria. Segundo expressa, a modernidade está diretamente ligada a vida social, as pessoas e seus comportamentos em sociedade. Composta por uma autoridade religiosa, política e econômica, estável e enraizada, em contrate a uma identidade familiar e histórica imutáveis. Em sua visão, o conhecimento define a autoridade moderna e a identidade é construída socialmente, diante de uma sociedade meritocrata, na qual os indivíduos são diferenciados pelo mérito individual e profissional. Assim, marcada pela divisão do trabalho e individualização. Para ele, o futuro está relacionado ao progresso e liberdade. O autor caracteriza a modernidade como uma síntese de processos sociais e políticos. Ainda no capítulo, Lyon expressa a visão de Peter Berger sobre a modernidade, como cultura, política e economia; além da expressividade de uma modernidade inevitável e formulista (dotando da possibilidade de uma fórmula para solucionar o subdesenvolvimento de determinadas nações). Por fim, Berger menciona o conflito entre modernidade e tradição, que acarreta numa discussão sobre identidade e autoridade. O escritor faz considerações as contribuições de Marx para a sociedade na época, descrevendo o capitalismo, suas decorrências, como a urbanização, trazendo consigo melhores condições de vida e acesso, principalmente ao dinheiro. Por outro lado, esse fator gera um crescimento desordenado, altera o estilo de vida, antes pacato, para agitado. Cobrando disciplina, criando mais burocracias, profissionais cada vez mais especializados e um estado em processo civilizatório, que, privilegia o cálculo, racionalizado e individualista. Ainda na linha filosófica, o Lyon descreve sobre as ideologias de Durkheim, sua crença numa integração por obrigação e relações de interdependência nas relações de trabalho. Para o sociólogo, quanto maior os efeitos do capitalismo, menos o indivíduo tinha vontade de trabalhar, levando a uma desintegração social, na qual o sujeito se isola e não consegue se inserir de uma forma saudável na sociedade, auxiliando assim numa fragmentação social e uma sociedade heterogênea. Lyon, em sua breve caracterização da visão urbanística de Simmel, cita o trecho “[...] a sociedade de estranhos tinha aparecido e florescia nas cidades [...].” (p. 43) referindo-se a nova organização da cidade, pós revolução Industrial, êxodo rural, revolução Francesa e racionalização do meio urbano. A sociedade se tornou classificatória e sem identidade. O autor do texto utiliza de comparações e visões de diferentes autores, como Weber, Durkheim e Marx para construir seu texto comparativo e contraditório, apresentando defesas e críticas na opinião geral desses sociólogos. Ao mesmo tempo em que uma modernidade é desintegrada é também uma modernidade diversa e rica. Em sua visão o grande feito da modernidade foi introduzir “[...] uma mudança em grande escala, sem precedentes e em geral irreversível [...].” (p. 47). Em contrapartida, Sorj, em seu texto, revela uma polarização política, derivada de insatisfações religiosas, políticas, etc., gerando tensões na modernidade, dividida entre tradição e religião. “[...] Até os tempos modernos, os valores políticos se sustentavam em narrativas religiosas e na tradição, e as inovações eram justificadas em nome dos textos sagrados [...].” (Sorj, p. 43). “[...] A influência das crenças e das instituições religiosas no espaço público gerou e permanece como fonte de diversos conflitos [...].” Para o autor, essa insatisfação da contemporaneidade e a necessidade de diminuir a influência da religião gerou uma secularização que permuta aos dias atuais. Em toda estrutura textual, Sorj expressa essa polarização religiosa e seus efeitos. “[...] O conflito cultural entre os valores seculares e os promovidos pelas instituições religiosas acompanhou a história da modernidade. Conflito que tem como epicentro a estrutura da família, o lugar da mulher e a sexualidade [...].” (Sorj, p. 46). Apesar de um posicionamento nítido quanto a oposição das imposições religiosas, o autor concorda que ela foi crucial em momentos da história da modernidade “[...] em muitos casos, religiosos contribuiriam para a formação do mundo moderno e estiveram na linha de frente na luta contra a escravidão e contra as condições desumanas dos trabalhadores no início da Revolução Industrial [...].” (Sorj, p. 47). O autor afirma que ainda hoje, a religião influencia diretamente na política, para exemplificação, ele cita alguns países, seus líderes e crenças, além da forma como isso afeta diretamente a cultura do país, “[...] o nacionalismo xenofóbico se associou, em variadas configurações, a identidades religiosas, de forma que a “defesa dos valores da pátria” é fundida à defesa da “civilização” cristã, islâmica, judaica, hindu ou budista, propondo formas diversas de estados etnocráticos [...].” (Sorj, p. 49). No texto, a nação é produto do sistema, globalizada e falsamente laicizada “[...] existe uma tensão constante entre o universalismo dos valores democráticos e capitalistas e seus alicerces no Estado Nacional [...].” (Sorj, p. 50), além disso “[...] o nacionalismo é a figura problemática das principais tradições políticas, tanto a liberal quanto a socialista [...].” (Lyon p. 51). Para finalizar o capítulo, o autor traz à tona um tema muito atual, em que representa-se uma contradição que afeta gravemente uma das partes, tanto na visão liberal quanto tradicional, “[...] o niilismo político, que se apropria dos temas da tradição conservadora numa direção puramente destrutiva, centrada em mensagens de ódio. A crítica da racionalidade se transforma em ataque à vida intelectual e em desprezo ao argumento racional, e a valorização da cultura nacional se transmuta em xenofobia e racismo [...].” (Sorj, p. 52). Nitidamente Sorj expressa, em um texto de fácil leitura, sua opinião de uma forma coesa e coerente, o leitor compreende sua visão e ainda assim consegue criar sua própria ideia, visão e compreendimento do texto. REFERÊNCIAS: LYON, D. PÓS-MODERNIDADE. Cap. 3 A MODERNIDADE E SUAS INSATISFAÇÕES. SP – Paulus, 1998. SORJ, B. EM QUE MUNDO VIVEMOS? P. 43-52. Revista Plataforma democrática – 2ª ed., São Paulo, 2020.
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