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Santo Agostinho

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Confissões – Santo Agostinho
“Aurelius Augustinus nasceu em Tagaste, a treze de novembro de 354 d.C., era filho de Patrício e Mônica. O pai era pagão e a mãe cristã. Teve dois irmãos. Estudou em Madaura, e por motivos financeiros voltou a Tagaste. Depois, foi para Cartago, capital da África romana. Tornou-se professor e como tal viveu por muito tempo. Foi adepto do Maniqueísmo, participou das academias ceticistas, procurou se encontrar através de textos neo-platônicos. Viveu em concubinato, amando tal mulher e com ela tendo um filho, Adeodato, que faleceu por volta de seus dezesseis anos de idade. Ficou noivo de outra, de quem depois também se afastou. Viveu de acordo com sua natureza humana, e como tal, buscava os prazeres da carne, sem, contudo, se sentir feliz e realizado. Seus melhores amigos na juventude e na vida monástica, foram Nebrídio e o fiel Alípio. Converteu-se ao Cristianismo, radicalizando seu modo de vida, vivendo uma vida totalmente espiritual. Foi bispo de Hipona e hoje é considerado “Doutor da Igreja” Escreveu várias obras de cunho moral-religioso. Morreu em vinte e oito de agosto de 430 d. C., aos setenta e seis anos. ” ¹
Em seu livro autobiográfico, Santo Agostinho narra sua história de vida desde quando criança até a vida adulta, passando por sua infância, sua adolescência, o ingresso na vida acadêmica e os caminhos errados que decidiu trilhar. O questionamento sobre pecado contra Deus está presente em todas as passagens, até mesmo levantando dúvidas sobre a capacidade ou não de existir o pecado mesmo em idade tenra.
Em sua narrativa durante a infância, Santo Agostinho relata que mesmo um recém-nascido poderia pecar, usando como exemplo um caso presenciado por ele, onde uma criança lançava olhares de inveja contra o próprio irmão de leite. Ele justifica que a criança não é censurada por tal comportamento devido a sua falta de razão, e que mesmo o pecado sendo “pequeno” nessa idade, ele pode ser refletido de forma pior na vida adulta. 
Agostinho não estaria sendo muito severo ao acusar uma criança, que tecnicamente não entende o que está acontecendo a sua volta, de ser pecadora? Ou o correto seria repreender desde cedo com finalidade de ensinar o que é certo e errado dentro da visão dos homens?
Isso remete ao ambiente totalmente permissivo que os pais criam para os filhos, onde muitas das vezes é mais fácil abrir mão da severidade do que corrigir e ensinar uma criança de baixa idade. Isso faz com que atualmente uma grande parcela de crianças e jovens se caracterizam como “mimados”, devido à falta de controle de seus tutores na sua criação.
Destaca se também todo o processo de aprendizado por qual ele passou, começando pelo processo de fala, onde ele narra que não foi ensinado pelo mais velho tal ato e sim graças a sua inteligência, fazendo com que a vontade de expressar sentimentos ou se referir a objetos acabasse por se transformar em um processo por qual ele retinha as palavras na memória. Ele também deixa claro que a comunicação com os seus iguais foi o ponta pé inicial para sua inserção no mundo dos homens.
Agostinho também questiona algo que até hoje é discutido dentro do ensino de crianças e jovens: A obrigação do aprendizado. Isso porque ele se questiona sobre a necessidade de aprender tudo aquilo que lhe era passado, juntamente com sua recusa por aprender a língua Grega, insinuando que tudo aquilo era um desperdício de sua inteligência. Também é relatado seu vicio por jogos e seu amor pelo teatro, sendo ambos responsáveis por suas tentativas de fugas do processo de aprendizado que lhe era imposto por seus mestres, os quais o puniam severamente por sua falta de disciplina. Toda essa passagem pode ser transferida para os dias atuais, onde ainda se tem uma dificuldade em conduzir o aprendizado para crianças, afinal, como exigir maturidade de uma para entender o quão necessário é o estudo? Ainda mais com métodos didáticos muito das vezes ultrapassados, que aguçam o desinteresse por parte do aluno. E ainda se soma todo um diverso “mundo lá fora”, cheio de atrações muito mais interessantes do que o monótono cotidiano de uma sala de aula. Com isso, Santo Agostinho deixa claro que o aprendizado não forçado, o que é desperto pela curiosidade, é bem mais efetivo do que o aprendizado obrigatório e regrado por castigos e punições. O aprender por aprender não deve ser o foco, e sim uma dinâmica que busque o aprendizado com proposito, despertando o interesse das crianças. Indo um pouco além, podemos citar aqui também a questão do aprendizado de crianças e jovens que vivam em ambientes marginalizados, onde a luta pela sobrevivência é muito mais importante do que qualquer conhecimento que possa ser dado em uma sala de aula.
No segundo livro, Agostinho narra sua adolescência, que é a fase mais conturbada na vida do ser humano, toda essa transição da vida infantil para esse meio termo cercado por inseguranças e dúvidas acaba por afetar diretamente a formação quando adulto. O papel dos pais nesse estágio é tão importante quanto na fase infantil, pois são eles o modelo no qual o adolescente vai se espelhar na hora de tomar suas decisões, sendo assim uma influência que pode ser tanto positiva quanto negativa. Mas deixando claro que isso não é uma regra absoluta, existem pessoas de ótimo caráter que foram criadas em meios totalmente desfavoráveis assim como o inverso também ocorre. No livro, Agostinho cita seu pai como um homem preocupado com a formação educacional e sua mãe zelosa em relação ao filho, mas que mesmo assim não foi o bastante para afasta ló de más companhias que o levaram aos prazeres, vícios e paixões. Isso pode ser demonstrado atualmente, onde muitos jovens acabam por cometer erro devido à falta de maturidade aliada a companhias erradas.
É nessa fase, dentro do ambiente escolar, que o jovem começa a ser cobrado afim de ter um futuro “bem-sucedido”, sendo que essa exigência cobrada pela sociedade acaba por deixar de lado qualquer vontade própria do ser em questão. Com isso, muitos jovens acabam por seguir carreiras que não os satisfazem como pessoa, afim de agradar algo ou alguém.
No livro sobre seus estudos, Agostinho volta a questão do aprendizado aguçado pela curiosidade, uma vez que ele se mostrou apaixonado pele sabedoria graças a leitura da obra “Hortensius” de Cícero. Aqui também ele mostra muito dividido entre o caminho de Deus que lhe fora ensinado desde pequeno por sua mãe e o culto do Maquineísmo, e por fim acaba por aderir ao último. Essa passagem levanta questões sobre o papel que a religião exerce sobre a construção da moral e do comportamento na vida de uma pessoa, afinal, cabe a religião ditar o que é o certo ou errado? Uma pessoa que não segue um preceito religioso, pecadora, pode ser considerada uma pessoa “errada”? 
A religião é algo de muita influência dentro da sociedade, e assim como Agostinho nasceu em um lar extremamente religioso, sendo seu pai um praticante fervoroso e sua mãe como a própria ponte entre seu filho e Deus, muitas pessoas acabam tendo seu comportamento e caráter moldado por princípios religiosos desde cedo, seja por influência da família ou do ambiente em que vive. Mas a partir do momento que ela passa a seguir um caminho diferente dos dogmas praticados em seu ambiente familiar, ela passa a ser julgada por seus famílias e pessoas de sua convivência.
Por fim, as reflexões de vida feitas por Agostinho demonstram todos os problemas, erros, acertos, dúvidas que um ser humano possa ter durante sua formação como pessoa, desde a idade inicial até a maioridade, e que apesar de uma diferença de época entre o período de em que Agostinho viveu e a época atual, pode se concluir que esse mesmo processo de aprendizado e construção moral perdura até hoje.
Referencias 
¹ Texto retirado de: http://minutoaminutocomsantarita.blogspot.com.br/
Livro Santo Agostinho – Confissões – Editora Vozes
https://forumdediscursus.wordpress.com/
Universidade Federal Fluminense
Paulo Cesar Jesoé Tancredo
Psicologia da EducaçãoSanto Agostinho – Confissões
Santo Antônio de Pádua 2017

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