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SEMINARIO DE MICROBIOLOGIA

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Introdução
 O planeta é repleto de microrganismos, devido a isso existem inúmeras patologias, com base na pesquisa realizada sobre o assunto, em artigos e revistas científicas, busca-se adquirir um conhecimento cientifico sobre a zigomicose, através dos estudos realizados pelos microbiólogos. Nesse contexto, se questiona sobre o que é a zigomicose, o que gera essa infecção, qual o seu tratamento. Portanto, assim podendo adquirir o conhecimento especifico sobre a infecção e como uma matéria orgânica afeta a saúde, assim possibilitando a prevenção contra a zigomicose. 
 
 O QUE É?
A zigomicose (mucormicose) é uma infecção fúngica invasiva, também conhecida como fungo negro, é uma doença infecciosa rara provocada por vários fungos da classe mucormicetos - antigamente, conhecido por zigomicetos.
A mucormicose é causada por patógenos oportunistas, raramente gerando doença em pacientes com algum tipo de comorbidade, que são aqueles que apresentam algum tipo de doença crônica, diabetes, mellitus, hipertensos e principalmente os imunosuprimidos originando principalmente processos que levam à neutropenia ou à disfunção dos neutrófilos. 
Na mucormicose, o gênero fúngico mais frequente é Rhizopus; A apresentação clínica correlaciona-se com as condições predisponentes do hospedeiro. O curso clínico da doença e a evolução costumam ser fulminantes, devido ao crescimento rápido do fungo e a destruição paralela dos tecidos, o que demanda diagnóstico precoce e pronto tratamento clínico e cirúrgico. A maioria dos casos ocorre em pacientes leucêmicos. No que se refere à mucormicose rinocerebral, caracteristicamente o paciente é diabético com cetoacidose, que no Brasil corresponde à principal manifestação descrita da micose.
 A infecção ocorre após a inalação, ao inalar os esporos acabam virando hifas no organismo, essas que invadem os vasos sanguíneos e causam trombose e necrose do tecido, após a invasão do vaso sanguíneo, a doença pode se disseminar para os demais órgãos. (Caroline Thomaz) 
TrANSMISSÃO
Não há transmissão de mucormicose entre seres humanos e nem de animais para seres humanos.
Os principais meios de contaminação são:
· Inalação de esporos das fontes ambientais;
· Por via cutânea ou mucosa, quando há ruptura da barreira da pele ou da mucosa por ferida, por trauma ou grandes queimaduras;
· Por via digestiva com a ingestão de produtos contaminados.
FATORES DE RISCO
Trata-se de uma infecção oportunista e sua ocorrência é mais comum entre pessoas com diabetes mellitus descompensada. Atualmente está em expansão e acomete indivíduos com outros fatores de risco, tais como: quimioterapia, transplantes de órgãos, imunoterapia, uso prolongado de antibióticos, procedimentos cirúrgicos e infecções que promovem enfraquecimento do sistema imunológico.
A falta de insulina é uma condição que favorece o desenvolvimento do fungo, não apenas em indivíduos imunodeprimidos, mas também entre os indivíduos saudáveis. Por essa razão a diabetes mellitus é o principal fator de risco para adoecimento por mucormicose.
Sintomas e prevenção
A mucormicose se apresenta principalmente nas formas rino-órbito-cerebral (nariz, olhos e cabeça), pulmonar, gastrointestinal, cutânea e outras formas. É uma doença extremamente grave e de rápida evolução para óbito, em razão do acelerado crescimento do fungo e destruição de tecido. Por isso, deve ser diagnosticada e tratada precocemente.
Os principais sinais e sintomas são lesões necróticas invasivas no nariz e no palato acompanhadas de dor e febre. Infecção nos olhos, deslocamento do globo ocular e secreção nasal com pus também podem ser indicativos da doença.
Podem ocorrer sintomas pulmonares graves que incluem tosse com secreção, febre alta, falta de ar ou dificuldade para respirar, além de infecção disseminada em pessoas que tenham comprometimento grave do sistema imunológico.
Os indivíduos com suspeita de mucormicose devem procurar atendimento médico para investigação da causa da doença, diagnóstico e tratamento adequado o mais rápido possível, a fim de impedir a evolução da doença e suas complicações.
Recomenda-se evitar exposição à poeira proveniente de escavação do solo e realizar manipulação de vegetais, terraplanagem, jardinagem e de local de construção utilizando de equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas, sapatos), quando disponíveis.
A principal medida de prevenção e controle da mucormicose é a correção de alterações relacionadas à doença de base, como, por exemplo, a correção dos índices glicêmicos em pacientes diabéticos, ou controle dos fatores que levem ao enfraquecimento do sistema imunológico.
Em caso de mucormicose, não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de prevenção e controle de infecção devem ser de uso hospitalar rotineiro.
DIAGNOSTICO 
Considerando o atual cenário de pandemia da Covid-19 e o possível surgimento de casos de mucormicose associados a pacientes infectados pelo coronavírus, a identificação correta e em tempo oportuno desse fungo é crucial para correto manejo dos casos e para determinação do tratamento adequado.
O diagnóstico laboratorial dessa micose é comumente realizado em laboratórios com estrutura adequada para realizar exame micológico direto e cultura de fungos.
O Laboratório de Referência Nacional (LRN) de Micoses Sistêmicas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da FIOCRUZ (INI/Fiocruz) recomenda o envio das amostras biológicas ou isolados fúngicos para identificação e/ou confirmação do diagnóstico até o nível de espécie do agente etiológico. O LRN em Micoses Sistêmicas realizará as técnicas necessárias para identificação e diagnóstico/confirmação laboratorial.
As amostras de tecido humano direcionadas à pesquisa de mucormicose associada à Covid-19 devem ser encaminhados ao Serviço de Anatomia Patológica (INI/Fiocruz) para identificação e/ou confirmação do diagnóstico.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
O diagnóstico precoce dessa infecção, na sua forma crânio-facial, é importante, pois a evolução da mesma pode ter caráter fulminante, atingindo os seios da face, órbita, globo ocular e S.N.C.
Temos que pensar em mucormicose frente a um paciente diabético ou debilitado, com dor e edema facial, geralmente unilateral, acompanhado de ptose palpebral, protusão do globo ocular, perda de visão, midríase e olho imóvel.
Se houver comprometimento do S.N.C., o que é freqüente, pode surgir letargia, coma e morte por lesão extensa desse órgão nobre.
A mortalidade então é alta em mais de 50% dos casos. A alta mortalidade deve-se basicamente a 3 fatores: evolução fulminante, diagnóstico tardio ou tratamento mal-orientado.
À rinoscopia anterior, podemos encontrar desde secreção mucopurulenta , à secreção nasal parda e sangüinolenta ou crostas escuras (pelo processo necrótico).
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O simples achado do fungo na fossa nasal não é dado conclusivo, pois pode ser habitante natural dessa cavidade. Só um fragmento de tecido colhido para histopatologia pode ser elemento de diagnóstico seguro.
A cultura é feita facilmente em ágar-Sabouraud e o gênero do fungo é determinado pelas características macro e microscópicas das colonias
O líquor deve ser feito na suspeita de lesão do S.N.C.
DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO
Podemos usar o Rx simples dos seios da face, a politomografia multidirecional, o C.T., a arteriografa cerebral e, se possível e com grandes vantagens,a ressonância magnética nuclear.
Esses três últimos exames são importantes, especialmente no diagnóstico e acompanhamento das lesões cerebrais.
O que a diferencia dos tumores é o comprometimento simultâneo de vários seios e a evolução fulminante da micose.
TRATAMENTO
Estando os Mucorales presente nas fossas nasais, a doença instala-se mais freqüentemente .
Diante da suspeita clínica de mucormicose, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, independentemente do resultado dos exames laboratoriais específicos (exame micológico direto, cultura e histopatologia).
O tratamento da mucormicose inclui, obrigatoriamente, remoçãoprecoce cirúrgica de tecidos necróticos,com a finalidade de ilimitar o máximo de tecido necrosado associado ao tratamento antifúngico, preferencialmente com administração de formulação lipídica de anfotericina B ou derivados azólicos (posaconazol ou isavuconazol).
Lembrando que o paciente dever está com boas condições sistêmica para fazer esse procedimento.
O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), disponibiliza o complexo lipídico de anfotericina B para o tratamento das infecções fúngicas graves. O medicamento integra o Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename, 2020).
O complexo lipídico de anfotericina B é liberado após análise dos casos e obedece aos esquemas terapêuticos estabelecidos pelas diretrizes clínicas e consensos de doenças fúngicas.
Se necessário, a exenteração da órbita para impedirmos que o fungo atinja o cérebro..
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Desde 2008, a SVS/MS dispensa medicamentos antifúngicos para tratamento das pessoas diagnosticadas com micoses endêmicas, inclusive a mucormicose.
Segundo informações oriundas dessa dispensação no Brasil, de 2018 até 14 de junho de 2021 foram distribuídos medicamentos para 143 casos da doença.
Em 2021, até o dia 04 de outubro, o Ministério da Saúde registrou 90 casos de mucormicose, dos quais 47 pacientes foram diagnosticados com Covid-19.
	Distribuição dos pacientes com mucormicose que foram notificados ao Ministério da Saúde, Brasil, 2018 a 2022. Última atualização 04/03/2022
	Diagnóstico
	2018
	2019
	2020
	2021
	2022
	Total
	
	n
	n
	n
	n
	n 
	n
	Mucormicose
	27
	31
	35
	99
	 14
	206
Fonte: Vigilância e Controle das Micoses Sistêmicas/CGDR/DCCI/SVS/MS e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS)
· Dados até 04/03/2022;
· 44 casos com coinfecção por SARS-CoV-2 em 2021;
· 04 casos com coinfecção por SARS-CoV-2 em 2022.
A maioria dos pacientes apresentava alguma comorbidade, especialmente diabetes mellitus. Assim como outras micoses endêmicas, a mucormicose não é objeto de vigilância de rotina.
Dessa forma, esses dados não representam o total de registros da doença no Brasil. Tratam-se, portanto, dos casos que chegam ao conhecimento do Ministério da Saúde por meio da solicitação de medicamentos ou pelos Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS) locais.
ovem enfraquecimento do sistema imunológico.
A falta de insulina é uma condição que favorece o desenvolvimento do fungo, não apenas em indivíduos imunodeprimidos, mas também entre os indivíduos.
Caso clinico:
 A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus, confirmou nesta terça-feira (1º) um caso de mucormicose, chamado também de “fungo preto”, em um homem de 56 anos residente na capital amazonense.
Segundo a fundação, o homem, que era diabético, foi internado no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, em Manaus, no dia 12 de abril. Quatro dias depois, porém, ele morreu.
Ele havia recebido a primeira dose da Coronavac no dia 1º de abril, mas dias depois apresentou sintomas de gripe e também prurido – uma espécie de incômodo – no olho direito, que evoluiu para uma infecção local.
De acordo com a fundação, após a confirmação do caso de mucormicose, o material foi enviado ao laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um alerta também foi emitido para os médicos que atendem pacientes com Covid-19 e Diabetes.
· Ao ser internado, o paciente apresentou sintomas gripais, mas o teste RT-PCR teve resultado negativo para Covid-19. Ele apresentou prurido no olho direito, que avançou para uma infecção.
· A comunicação de risco foi feita pelas autoridades responsáveis do Amazonas ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde nacional, após o recebimento do resultado de exames informado pela Fundação de Medicina Tropical na última sexta-feira (28). A investigação será concluída após análise de material coletado pelo Laboratório Central de Saúde Pública, que será enviado também para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

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