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RESUMO COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES ZULEYKA LAGE M. BRANDÃO INTRODUÇÃO Uma das funções atribuídas ao profissional de ciências da nutrição é a prescrição de dietas. Essa prescrição é algo individual que leva em consideração necessidades nutricionais, pedidos do paciente e objetivos, ou seja, é algo individualizado e pensado para cada paciente, e tem caráter técnico e científico. Dentro disso tudo, entra a biodisponibilidade dos nutrientes. Os estudos de biodisponibilidades foram iniciados na aérea da farmacologia para estudar a interação entre drogas- nutrientes, iniciados pela FDA. Apenas em 1980, passou a ser utilizado também na nutrição. A determinação da biodisponibilidade de um nutriente pode ser apurada pelos seguintes métodos: técnicas in vitro, balanço químico, métodos bioquímicos, atividades enzimáticas e outros. Ao estudar o papel dos compostos bioativos na saúde humana, antes de concluir sobre qualquer efeito potencial para a saúde, é importante considerar os efeitos do processo digestivo, visto que a digestão pode influenciar na biodisponibilidade desses compostos (CARBONELL-CAPELLA et al., 2015; Chen et al., 2016). A biodisponibilidade dos constituintes dos alimentos é um processo complexo, que envolve a digestão, captação intestinal e sua absorção, distribuição para tecidos e sua utilização por eles (BOILEAU et al., 1999; BRAMLEY, 2000: RAO E SHEN, 2002). Para que a consulta de nutrição possa atingir seus objetivos, a avaliação nutricional deve estar presente sempre que possível. Geralmente é composta por exames físicos para identificação de deficiências nutricionais, dados bioquímicos, anamnese, recordatório e antropometria, que indicara a melhor conduta dietoterápica. Recomendações nutricionais passam por atualizações frequentes em relação a diferentes necessidades, de acordo com o estágio de vida, carência ou efeito tóxico relacionado ao consumo em excesso de nutrientes (MOREIRA et al., 2012). A biodisponibilidade é o quanto o nosso organismo irá aproveitar dos nutrientes ingeridos. Para entender claramente sobre a biodisponibilidade precisamos entender sobre outros termos; bioacessibilidade e bioatividade. A determinação de cada uma dessas etapas difere nos seus princípios e nas técnicas que podem ser utilizadas. É importante diferenciar alguns conceitos para tornar a compreensão das técnicas mais clara. (COZZOLINO, 2006). Buscando conhecer melhor como funciona e as necessidades existentes usamos a EAR- necessidade média estimada (do inglês, estimated average requirements) e RDA- ingestão dietética recomendada (do inglês, recommended dietary allowances). OBJETIVOS Este trabalho busca entender melhor sobre o conceito de biodisponibilidade em macronutrientes e micronutrientes utilizando-se determinadas referências bibliográficas nutricionais. RESULTADOS Em alimentos, a denominação de biodisponibilidade, é melhor quantitativamente, onde é calculado o percentual do nutriente na matriz alimentar. Sendo assim, o quanto o alimento está bioacessível no trato gastrointestinal e quanto será absorvido pelas as células do epitélio de superfície do mesmo, é basicamente a correlação entre recomendações nutricionais. O que podemos levar em conta dentro da biodisponibilidade é a forma como o nutriente é ingerido, forma química, quantidade a ser ingerida, outros componentes da dieta, isso agirá diretamente na maneira como a bioacessibilidade funcionará. A bioacessibilidade diz respeito à quantidade de alimento que se torna disponível para absorção liberado na matriz alimentar. A biodisponibilidade consiste na fração de compostos – oriundos de matrizes alimentares – na sua forma original ou metabolizada, que é absorvida pelo o trato gastrointestinal e se torna disponível para utilização por órgãos e tecidos-alvos, visando suprir demandas fisiológicas (CARDOSO et al., 2015). A bioatividade depende da biodisponibilidade dos alimentos, que é realizada quando o nutriente está bioacessível no interior do trato gastrointestinal (CARBONELL-CAPELLA et al., 2014). Podemos dividir em cinco passos: absorção, metabolização, bioconversão, bioeficácia e bioeficiência. Biodisponibilidade de macronutrientes e micronutrientes: Os macronutrientes são aqueles necessitam ser consumidos em maiores quantidades, como os carboidratos, lipídios e proteínas. Muitos fatores podem influenciar na disponibilidade desses macronutrientes, como a estrutura química, processamentos, métodos de cocção entre outros. As proteínas são as mais estudadas e mais afetadas pela digestibilidade, e quanto menor a complexidade maior sua biodisponibilidade. Podemos levar em conta o tratamento térmico que leva a desnaturação, e consequentemente aumenta a sua digestibilidade por inativar toxina e enzimas (Figura 1). Existem os fatores antinutricionais, que são compostos presentes naturalmente nos alimentos, que atuam nas enzimas digestivas reduzindo a digestibilidade das proteínas. Em alimentos como a soja são encontrados compostos inibidores enzimáticos, que atuam nas enzimas digestivas (quimiotripsina e tripsina) reduzindo a digestibilidade das proteínas. Uma maneira de reduzir esses efeitos é por meio do processamento térmico (Figura 2). Mas esse procedimento de pode desencadear a Reação de Mailard, conhecido como escurecimento não enzimático. Muitas vezes é alcançado de forma desejável, por alterar de forma benéfica suas características sensoriais, levando a formação de melanoidinas, reação entre açucares e o grupamento amina. (Figura 3). O nitrito (NO2), é um aditivo químico utilizado para potencializar a cor vermelha em carnes, principalmente embutidos, porem ele pode interagir com aminas secundarias e formar estruturas N-nitrosaminas, que é cancerígeno. (Figura 4) Figura 1. Diagrama de Mudança Estrutural Proteica após Tratamento Térmico (Cocção). Figura 2. Escurecimento enzimático. Figura 3. Escurecimento não enzimático / Reação de Mailard. Figura 4. Dados Estatísticos sobre à relação de Câncer de Colorretal e Nitrato. Nos carboidratos, o amido pode sofrer alterações na sua digestão, afetando sua biodisponibilidade. A estrutura de grãos e sementes integrais diminuem a amilase pancreática, diminuindo a digestibilidade. As fibras alimentares são constituídas majoritariamente por polissacarídeos não digeríveis ao longo do trato gastrointestinal, que alcançam o intestino grosso quase intactos, sendo, então, fermentados pela microbiota intestinal. Nessa fermentação, são produzidos compostos, ou metabólitos, como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), como o ácido butírico, o ácido propiônico e o ácido acético. Os AGCC, por si, já apresentam efeitos benéficos comprovados controlando a obesidade e a diabetes, além de beneficiar o crescimento de Lactobacillus e Bifidobacterium, gêneros bacterianos importantes na microbiota intestinal (ZHANG et al., 2020). As hemiceluloses captam íons Zn 2+, Cu2+, Fe2+, que reagem com grupos C=O (carbonila) ou OH (hidroxila); Gomas e mucilagens formam complexos com metais Zn2+ E Ca2+; Ligninas - Contém sítios específicos (6) de alta afinidade por metais (Fe, Cu e Zn). Um fator que influencia no processo de absorção de micronutrientes é o local ou sítio de absorção, que varia de acordo com a vitamina ou mineral ao longo do trato gastrointestinal. A maior parte dos micronutrientes é absorvida na porção duodenal do intestino delgado, porém, alguns minerais, como cobre e selênio, podem ser absorvidos também no estômago. No cólon, é concentrada a absorção de sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo e magnésio. (Figura 6) Figura 5. Topografias Anatômicas de sítios-alvos absortivos para macronutrientes e micronutrientes. Figura 6. Tabelade Fatores que influenciam a biodisponibilidade micronutrientes. CONCLUSÃO Os compostos bioativos são substâncias encontradas em alimentos e plantas que possuem propriedades benéficas para a saúde. Eles podem ter efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antimicrobianos. A inclusão de alimentos ricos em compostos bioativos na dieta pode ajudar a prevenir doenças e melhorar a saúde. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente seus efeitos e a quantidade deles nos alimentos pode variar. É importante buscar orientação profissional para uma alimentação equilibrada e adequada às necessidades individuais. BIBLIOGRAFIA PIMENTEL, Carolina; ELIAS, Maria; PHILIPPI, Sonia. ALIMENTOS FUNCIONAIS e compostos bioativos. 1ª edição. Barueri- SP: Manole, 2019.
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