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Introdução da Pele A pele e seus derivados constituem um órgão complexo composto de numerosos tipos diferentes de células. A diversidade dessas células e a sua capacidade de trabalhar em conjunto proporcionam muitas funções que possibilitam ao indivíduo lidar com o ambiente externo. As principais funções da pele incluem as seguintes: 1. Atua como barreira que protege contra agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente externo (barreira mecânica, barreira de permeabilidade, barreira para os raios ultravioleta) 2. Fornece informações imunológicas obtidas durante o processamento de antígenos para as células efetoras apropriadas no tecido linfático 3. Participa na homeostasia ao regular a temperatura corporal e a perda de água 4. Transmite a informação sensorial do ambiente externo para o sistema nervoso. 5. Desempenha funções endócrinas por meio da secreção de hormônios, citocinas e fatores de crescimento, e converte moléculas precursoras em moléculas hormonalmente ativas (vitaminas D3) 6. Funciona na excreção por meio da secreção exócrina das glândulas sudoríparas, sebáceas e apócrinas. A pele (cútis ou tegumento) e seus derivados constituem o sistema tegumentar. A pele forma a cobertura externa do corpo e representa o seu maior órgão, constituindo 15 a 20% da massa total. Consiste em duas camadas principais: Camada da pele - Epiderme A epiderme é composta de epitélio estratificado pavimentoso, no qual podem ser identificadas quatro camadas distintas. No caso da pele espessa, observa se uma quinta camada denominada estrato córneo. Começando a partir da camada mais profunda, essas cinco camadas são as seguintes: O estrato basal, também denominado estrato germinativo em virtude da existência de células mitoticamente ativas, as células tronco da epiderme O estrato espinhoso, também denominado camada espinhosa ou camada de células espinhosas, devido à identificação, na microscopia óptica, de prolongamentos citoplasmáticos curtos que se estendem de uma célula para outra O estrato granuloso, que contém numerosos grânulos de coloração intensa O estrato lúcido, que se limita à pele espessa e é considerado uma subdivisão do estrato córneo O estrato córneo, composto de células queratinizadas. Células da Epiderme Existem quatro tipos diferentes de células na epiderme: Os queratinócitos são células presentes na epiderme, constituída pelo epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Estas células organizam-se em camadas de diferentes estágios de maturação celular (camada basal ou germinativa, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea) e tem a função de revestimento desses tecidos. Os melanócitos são células situadas na camada basal da pele, entre a epiderme e a derme. A produção da melanina pelos melanócitos é feita a partir da oxidação progressiva do aminoácido tirosina. São denominadas células dendríticas porque o corpo celular arredondado reside na camada basal e emite prolongamentos longos entre os queratinócitos do estrato epinhoso. Células de Langerhans presente na camada espinhosa, são células procedentes de precursores da medula óssea vermelha que faz parte do sistema fagocitário mononuclear. Está localizado entre os queratinócitos e tem formato de estrela, responsável por participar do sistema imunitário, podendo organizar e acumular na superfície os antígenos cutâneos mostrando aos linfócitos. Células de Merkel: Está localizada na célula epidérmica modificada e na camada basal e presente na pele espessa. É um queratinócito, especializada na função neurossensorial que interpreta estímulos mecânicos. São numerosas na ponta dos dedos e na mucosa oral e na base dos folículos pilosos. Com a presença de grânulos citoplasmático, a base dessa célula está em contato com fibras nervosas é chamada de mecanoreceptor. 2. Derme A derme é a camada viva de tecido conjuntivo abaixo da epiderme. Ela é quase 25 vezes mais grossa que a epiderme e consiste em duas camadas: a papilar e a reticular. Essa camada viva é uma estrutura de suporte que nutre a epiderme, é constituída dos tecidos conjuntivos compostos de proteínas de colágeno e fibras de elastina, contém vasos linfáticos e sanguíneo, que fornecem a nutrição dentro da pele. Os vasos capilares, glândulas sebáceas e sudoríparas, nervos receptores adicionais e músculos eretores dos pelos estão todos localizados na derme. Camada papilar: Essa camada conecta a derme à epiderme formando a junção de ambas. Os receptores do toque, vasos sanguíneos e capilares estão localizados aqui. As papilas dérmicas são membranas de picos e sulcos conectadas a epiderme. Anexados às papilas dérmicas estão os vasos capilares em loop que nutrem a epiderme, ou corpúsculos táteis, terminações nervosas sensíveis ao toque e à pressão. Camada reticular: essa camada é a mais profunda da derme, é constituída da base dos folículos pilosos, glândulas, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, colágeno e elastina. Ela fornece oxigênio e nutrientes para a pele. O colágeno é uma substância proteica que dá força a pele e é necessário para cicatrização dos ferimentos, é produzido pelos fibroblastos e constitui 70% da derme. Os fibroblastos ajudam na produção de colágeno e elastina. A elastina é proteína fibrosa que forma o tecido elástico e fornece elasticidade à pele. O dano a essas fibras enquanto elas se descompoe é a principal causa da flacidez, rugas e da perda de elasticidade da pele decorrente do envelhecimento. O colágeno e a elastina são decompostos pelos danos da luz ultravioleta (UV) e outros fatores. Na derme, existe uma matriz de líquidos chamada de substância fundamental. Líquidos hidratantes benéficos como o ácido hialurônico, são encontrados entre as fibras da camada reticular. As substâncias intercelulares são constituídas de água e outros componentes para manter o equilíbrio, além de ajudar na migração, no metabolismo e crescimento das células. Os ingredientes que duplicam esses líquidos intercelulares naturais são importantes na estética e nos produtos para os cuidados com a pele. CÉLULAS DA DERME Fibroblasto: São originalmente consequentes do mesênquima primitivo que expõe proteínas filamento vimentina, que age como marcador de princípio mesodérmica Responsáveis por ser as principais células envolvidas na cicatrização e tem a função de manutenção da integridade do tecido conjuntivo, pelos componentes da matriz extracelular. Fibrócitos: O fibroblastos velho, e mais delgado, fusiforme e são em menor número que o fibroblastos. Contém menos prolongamento citoplasmático é um núcleo menor, mais escuro e alongado, quando necessário, podem retornar ao estágio de fibroblasto. A função de fagocitar, secretar substâncias que contribuem o processo imunológico de defesa e agem como célula apresentadora de antígenos. Macrófagos: São células originalmente da medula óssea com o monócito que circula no sangue, e vão para o tecido conjuntivo, para que amadurecer, e se transformam um macrófago. Mas dependendo do lugar, o macrófago pode receber diferentes nome, exemplos: célula de kupffer (está no fígado) ou micróglia (no sistema nervoso). Tem como função fagocitam restoscelulares, elementos anormais na matriz extracelular, células neoplásticas, bactérias, secretam citocinas que ajudam na resposta inflamatória. Plasmócito Os plasmócitos são células pouco numerosas no conjuntivo. Têm formato grande e ovóide que possuem um citoplasma basófilo que reflete a sua riqueza em retículo endoplasmático rugoso. O complexo de Golgi e os centríolos se localizam em uma região próxima ao núcleo, a qual aparece clara nas preparações histológicas rotineiras. O núcleo apresenta-se esférico com cromatina em grumos, que se alternam regularmente com áreas claras, dando ao núcleo, aspecto de roda de carroça. São células que sintetizam e secretam anticorpos e imunoglobulinas. Aparece em grande número nos locais onde há inflamação crônica e em locais sujeitos a penetração de microorganismos, como por exemplo, na mucosa intestinal. Os plasmócitos derivam do linfócito tipo B ativado e produz o anticorpo necessário para a resposta do organismo frente à penetração de moléculas estranhas (antígenos) Mastócito Os mastócitos são células altamente nutritivas, grandes, globosas, com o citoplasma repleto de grânulos e com núcleo esférico central. Eles têm a função de produzir e armazenar mediadores químicos do processo inflamatório. A liberação desses mediadores químicos como a histamina, heparina e fator quimiotático dos eosinófilos, promove reações alérgicas, as chamadas reações de sensibilidade imediata. A superfície dos mastócitos contém receptores específicos para a imunoglobulina E (IgE), produzida pelos plasmócitos. A maior parte das moléculas de IgE fixa-se na superfície dos mastócitos e dos grânulos basófilos; muito pouco permanentes no plasma. https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/07/Captura-de-Tela-2020-07-28-%C3%A0s-12.29.00.png Células Adiposas Adipócitos, lipócitos ou células adiposas são células que armazenam gorduras e regulam a temperatura corporal. São células que fazem parte do tecido adiposo, os adipócitos são responsáveis pelo armazenamento de gordura no corpo humano. Cada célula adiposa armazena determinada quantidade de gordura. Células Leucócitos (glóbulos brancos) Os glóbulos brancos constituem um conjunto de células produzidas na medula óssea e que fazem parte do sistema imunológico do organismo. Também chamadas de leucócitos, os glóbulos brancos podem ser encontrados no sangue, linfa, órgãos linfóides e vários tecidos conjuntivos 3. Hipoderme Também chamado de tecido subcutâneo, é formado por tecido conjuntivo frouxo. É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre estruturas na qual se apóia. Dependendo do grau e nutrição do organismo, a hipoderme poderá ter uma camada variável de tecido adiposo que, quando desenvolvida, constitui o panículo adiposo. O panículo adiposo proporciona proteção contra o frio. A hipoderme é rica em células que armazenam gordura (adipócito) e tem como função principal a reserva energética, proteção contra choque mecânico e isolante térmico. Células humanas em esfregaço de mucosa oral observadas no microscópio material utilizado: Palito Lâmina Azul de metileno (reagente) Guardanapo de papel Lamínula Microscópio Procedimento Com o palito raspou levemente a parte interna da bochecha Fez um esfregaço espalhando sobre a lâmina de vidro o material coletado Com a lâmina sob a bancada, aplicou uma gota de azul de metileno (reagente) sobre a região do esfregaço Com a lamínula cobriu a preparação Com o papel guardanapo retirou o excesso do reagente (azul de metileno) Posicionamento da lâmina no microscópio com as diferentes objetivas de aumento conseguimos as diferentes imagens das células da mucosa oral.