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Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 1 HALLIDAY, RESNICK, WALKER, FUNDAMENTOS DE FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 19 – TEMPERATURA 05. Um termômetro de resistência é aquele que utiliza a variação da resistência elétrica com a temperatura de uma substância. Podemos definir as temperaturas medidas por esse termômetro, em Kelvins (𝐾), como sendo diretamente proporcionais à resistência 𝑅, medida ohms (Ω). Um certo termômetro de resistência, quando seu bulbo é colocado na água à temperatura do ponto triplo (273,16 K), tem uma resistência 𝑅 de 90,35 Ω. Qual a leitura do termômetro, quando sua resistência for 96,28 Ω? (Pág. 180) Solução. Para um termômetro de resistência, a temperatura medida em função da resistência é dada pela Eq. (1), 𝑇𝑅 = 𝑘𝑅 (1) onde 𝑘 é uma constante de proporcionalidade. Nesse termômetro, a temperatura do ponto tríplice da água (𝑇3) é dada por (2), onde 𝑅3 é a medida da resistência no mesmo ponto tríplice. 𝑇3 = 𝑇𝑅3 = 𝑘𝑅3 (2) Dividindo-se (1) por (2): 𝑇𝑅 𝑇3 = 𝑅 𝑅3 𝑇𝑅 = 𝑇3 𝑅 𝑅3 = (273,16 K) (96,28 Ω) (90,35 Ω) = 291,088 ⋯ K 𝑇𝑅 ≈ 291,1 K 06. Dois termômetros de gás a volume constante são usados em conjunto. Um deles usa nitrogênio e o outro, hidrogênio. A pressão de gás em ambos os bulbos é 𝑝3 = 80 mmHg. Qual é a diferença da pressão nos dois termômetros, se colocarmos ambos em água fervendo? Em qual dos termômetros a pressão será mais alta? (Pág. 180) Solução. Este problema deve ser resolvido com o auxílio do gráfico apresentado na Fig. 19-6 (pág. 173). Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 2 (a) A Fig. 19-6 mostra que um termômetro de gás a volume constante que usa H2 como substância termométrica a uma pressão de 80 mmHg, mede uma temperatura para a água fervente aproximadamente igual 𝑇𝐻2 = 373,15 K. Usando-se N2 à mesma pressão, a medida da temperatura será 𝑇N2 = 373,35 K. Para um termômetro de gás a volume constante, vale a seguinte relação: 𝑇 = (273,16 K) 𝑝 𝑝3 Logo: 𝑇𝐻2 = (273,16 K) 𝑝𝐻2 𝑝3 𝑝𝐻2 = 𝑝3𝑇𝐻2 (273,16 K) (1) De maneira idêntica, temos: 𝑝𝑁2 = 𝑝3𝑇𝑁2 (273,16 K) (2) Fazendo-se (2) − (1): Δ𝑝 = 𝑝𝑁2 − 𝑝𝐻2 = 𝑝3 (273,16 K) (𝑇𝑁2 − 𝑇𝐻2) Δ𝑝 = (80 mmHg) (273,16 K) [(373,35 K) − (373,15 K)] = 0,058573 ⋯ mmHg Δ𝑝 ≈ 0,059 mmHg (b) A pressão será mais alta no termômetro de N2, pois 𝑇N2 > 𝑇H2. Isto se deve ao fato de o N2 ter um comportamento menos ideal do que o H2. 08. Um termistor é um componente semicondutor cuja resistência elétrica depende da temperatura. Costuma ser usado em termômetros clínicos e para detectar superaquecimento em equipamentos eletrônicos. Dentro de uma faixa limitada de temperatura, a resistência é dada por 𝑅 = 𝑅𝑎𝑒 𝐵(1/𝑇−1/𝑇𝑎) onde 𝑅 é a resistência do termistor à temperatura 𝑇 e 𝑅𝑎 é a resistência à temperatura 𝑇𝑎; 𝐵 é uma constante que depende do material semicondutor utilizado. Para um tipo de termistor, 𝐵 = 4.689 K, e a resistência a 273 K é 1,00 × 104 Ω. Que temperatura o termistor mede quando sua Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 3 resistência é 100 Ω? (Pág. 180) Solução. A resistência do termistor (𝑅) em função da temperatura (𝑇) é dada por: 𝑅(𝑇) = 𝑅𝑎𝑒 𝐵(1/𝑇−1/𝑇𝑎) Aplicando-se logaritmo natural, têm-se: ln 𝑅(𝑇) = ln 𝑅 = ln 𝑅𝑎 + 𝐵 ( 1 𝑇 − 1 𝑇𝑎 ) ln 𝑒 1 𝑇 − 1 𝑇𝑎 = ln 𝑅 − ln 𝑅𝑎 𝐵 𝑇 = ( 1 𝐵 ln 𝑅 𝑅𝑎 + 1 𝑇𝑎 ) −1 = [ 1 (4.689 K) ln (100 Ω) (1,00 × 104 Ω) + 1 (273 K) ] −1 = 373,0116 ⋯ K 𝑇 ≈ 373 K 10. A que temperatura a escala Fahrenheit indica uma leitura igual a (a) duas vezes a da escala Celsius e (b) metade da escala Celsius? (Pág. 180) Solução. (a) O enunciado exige que: 𝑇𝐹 = 2𝑇𝐶 A regra de conversão da escala Celsius para Fahrenheit é: 𝑇𝐹 = 9 5 𝑇𝐶 + 32 Logo: 𝑇𝐹 = 9 5 ( 𝑇𝐹 2 ) + 32 𝑇𝐹 = 320 °F (b) Agora o enunciado exige que: 𝑇𝐹 = 𝑇𝐶 2 Logo: 𝑇𝐹 = 9 5 (2𝑇𝐹) + 32 𝑇𝐹 = −12,3076 ⋯ °F 𝑇𝐹 ≈ −12 °F 14. A que temperatura os seguintes pares de escalas dão a mesma leitura: (a) Fahrenheit e Celsius (veja Tabela 19-2), (b) Fahrenheit e Kelvin e (c) Celsius e Kelvin? Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 4 (Pág. 180) Solução. (a) Fahrenheit e Celsius: 𝑇𝐹 = 9 5 𝑇𝐶 + 32 𝑇F=C = 9 5 𝑇F=C + 32 𝑇F=C = −40 ∘ (b) Fahrenheit e Kelvin: 𝑇𝐹 = 9 5 𝑇𝐶 + 32 𝑇𝐹 = 9 5 (𝑇𝐾 − 273,15) + 32 𝑇F=K = 9 5 (𝑇F=K − 273,15) + 32 𝑇F=K = 574,5875 𝑇F=K ≈ 575 ∘ (c) Celsius e Kelvin: 𝑇𝐾 = TC − 273,15 A equação acima não tem solução. Logo, as escalas Celsius e Kelvin nunca apresentam a mesma leitura. 15. Suponha que, numa escala de temperatura X, a água ferva a −53,5 °X e congele a −170 °X. Qual o valor de 340 K, na escala X? (Pág. 180) Solução. Considere o seguinte esquema: Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 5 Comparando-se as escalas X e Kelvin, pode-se afirmar que: (−53, 5 ∘X) − (−170 ∘X) (−53, 5 ∘X) − 𝑇𝑋 = (373,15 K) − (273,15 K) (373,15 K) − (340 K) (116, 5 ∘X) (−53, 5 ∘X) − 𝑇𝑋 = (100 K) (33,15 K) 𝑇𝑋 = −92,11975 ∘X 𝑇𝑋 ≈ −92, 1 ∘X 26. Logo depois que a Terra se formou, o calor causado pelo decaimento de elementos radioativos aumentou a temperatura interna média de 300 para 3.000 K, que é, aproximadamente, o valor atual. Supondo um coeficiente de dilatação volumétrica médio de 3,0 × 10−5 K−1, de quanto aumentou o raio da Terra, desde a sua formação? (Pág. 181) Solução. A razão entre o raio inicial da Terra 𝑅0 e o raio atual 𝑅 pode ser calculado a partir da variação do volume da Terra, que é dada por: Δ𝑉 = 𝑉 − 𝑉0 = 𝛽𝑉0Δ𝑇 𝑉 = 𝑉0(𝛽Δ𝑇 + 1) 𝑉 𝑉0 = 𝛽Δ𝑇 + 1 4 3 𝜋𝑅 3 4 3 𝜋𝑅0 3 = 𝑅3 𝑅0 3 = 𝛽Δ𝑇 + 1 𝑅 𝑅0 = (𝛽Δ𝑇 + 1)1/3 = [(3,0 × 10−5 K−1)(2.700 K) + 1]1/3 = 1,026302 ⋯ 𝑅0 = 𝑅 (1,026302 ⋯ ) Logo: Δ𝑅 = 𝑅 − 𝑅0 = 𝑅 − 𝑅 (1,026302 ⋯ ) Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 6 Δ𝑅 = (6,37 × 106 km) [1 − 1 (1,026302 ⋯ ) ] = 163.250,74 ⋯ km Δ𝑅 ≈ 170 km 34. Uma caneca de alumínio de 100 cm3 está cheia de glicerina a 22 °C. Quanta glicerina derramará, se a temperatura do sistema subir para 28 °C? (O coeficiente de dilatação da glicerina é 𝛽Glic = 5,1 × 10 −4 °C−1) (Pág. 181) Solução. O volume de líquido derramado corresponderá à diferença entre o seu volume final e o volume final do recipiente. O volumefinal da caneca de alumínio 𝑉Al é: 𝑉Al = 𝑉0(1 + 3𝛼AlΔ𝑇) O volume final da glicerina 𝑉Glic é: 𝑉Gli = 𝑉0(1 + 𝛽GliΔ𝑇) O volume derramado Δ𝑉 será: Δ𝑉 = 𝑉Gli − 𝑉Al = 𝑉0(1 + 𝛽GliΔ𝑇) − 𝑉0(1 + 3𝛼AlΔ𝑇) = 𝑉0(1 + 𝛽GliΔ𝑇 − 1 − 3𝛼AlΔ𝑇) Δ𝑉 = 𝑉0(𝛽Gli − 3𝛼Al)Δ𝑇 Δ𝑉 = (100 cm3)[(5,1 × 10−4 ∘C−1) − 3(2,3 × 10−5 ∘C−1)][(28 ∘C) − (22 ∘C)] = 0,2646 cm3 Δ𝑉 ≈ 0,26 cm3 36. Uma barra de aço a 25 °C tem 3,00 cm de diâmetro. Um anel de latão tem diâmetro interior de 2,992 cm a 25 °C. A que temperatura comum o anel se ajustará exatamente à barra? (Pág. 181) Solução. A solução do problema baseia-se em calcular separadamente os diâmetros finais da barra (𝑑𝑏) e do anel (𝑑𝑎) e igualá-los posteriormente. O diâmetro final do anel é: 𝑑𝑎 = 𝑑𝑎0[1 + 𝛼𝑎(𝑇 − 𝑇0)] (1) De forma semelhante, o diâmetro final da barra será: 𝑑𝑏 = 𝑑𝑏0[1 + 𝛼𝑏(𝑇 − 𝑇0)] (2) Igualando-se (1) e (2): 𝑑a0[1 + 𝛼𝑎(𝑇 − 𝑇0)] = 𝑑𝑏0[1 + 𝛼𝑏(𝑇 − 𝑇0)] Resolvendo-se a equação acima para 𝑇: 𝑇 = 𝑑𝑏0 − 𝑑𝑎0 + (𝑑𝑎0𝛼𝑎 − 𝑑𝑏0𝛼𝑏)𝑇0 𝑑𝑎0𝛼𝑎 − 𝑑𝑏0𝛼𝑏 𝑇 = (3,00 cm) − (2,992 cm) + [(2,992 cm)(1,9 × 10−5 °C−1) − (3,00 cm)(1,1 × 10−5 °C−1)](25 °C) (2,992 cm)(1,9 × 10−5 °C−1) − (3,00 cm)(1,1 × 10−5 °C−1) 𝑇 = 360,4579 ⋯ °C 𝑇 ≈ 360 °C 37. A área 𝐴 de uma placa retangular é 𝑎𝑏. O coeficiente de dilatação linear é 𝛼. Depois de um aumento de temperatura Δ𝑇, o lado 𝑎 aumentou de Δ𝑎 e 𝑏 de Δ𝑏. Mostre que, desprezando a Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 7 quantidade pequena Δ𝑎 × Δ𝑏/𝑎𝑏 (veja Fig. 19-15), Δ𝑎 = 2𝛼𝐴 Δ𝑇. (Pág. 181) Solução. A grandeza procurada é: Δ𝐴 = 𝐴 − 𝐴0 (1) A área da placa expandida, 𝐴, é dada por: 𝐴 = (𝑎 + Δ𝑎)(𝑏 + Δ𝑏) (2) Enquanto a área da placa original, 𝐴0, é dada por: 𝐴0 = 𝑎𝑏 (3) Substituindo-se (2) e (3) em (1): Δ𝐴 = (𝑎 + Δ𝑎)(𝑏 + Δ𝑏) − 𝑎𝑏 (4) Os valores de Δ𝑎 e Δ𝑏 são dados por: Δ𝑎 = 𝛼𝑎Δ𝑇 (5) Δ𝑏 = 𝛼𝑏Δ𝑇 (6) Substituindo-se (5) e (6) em (4): Δ𝐴 = (𝑎 + 𝛼𝑎Δ𝑇)(𝑏 + 𝛼𝑏Δ𝑇) − 𝑎𝑏 Desenvolvendo-se a expressão acima, teremos: Δ𝐴 = 𝑎𝑏 + 2𝛼𝑎𝑏Δ𝑇 + 𝛼2𝑎𝑏Δ𝑇2 − 𝑎𝑏 Δ𝐴 = 2𝛼𝑎𝑏Δ𝑇 + 𝛼2𝑎𝑏Δ𝑇2 O termo 𝛼2𝑎𝑏Δ𝑇2 pode ser identificado como sendo Δ𝑎Δ𝑏, que corresponde à área do pequeno retângulo no extremo inferior direito da placa expandida. Esse termo é muito pequeno em comparação a 2𝛼𝑎𝑏Δ𝑇, e pode ser desprezado. Identificando o produto 𝑎𝑏 como a área 𝐴0, chega- se ao final da demonstração: Δ𝐴 ≈ 2𝛼𝐴0Δ𝑇 49. Um tubo de vidro vertical de 1,28 m está cheio até a metade com um líquido a 20 °C. Qual a variação da altura da coluna líquida, se aquecermos o tubo até 30 °C? Considere 𝛼Vidro = 1,0 × 10−5 °C−1 e 𝛽Líq = 4,0 × 10 −5 °C−1. (Pág. 182) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 8 A variação da altura da coluna líquida Δ𝐻 vale: Δ𝐻 = 𝐻 − 𝐻0 = 𝐻 − 𝐿0 2 (1) Como 𝐿0 é conhecido, precisamos determinar 𝐻. Vamos começar o cálculo de 𝐻 pela expressão do volume final do líquido, 𝑉𝐿í𝑞: 𝑉Líq = 𝜋𝑅 2𝐻 𝐻 = 𝑉Líq 𝜋𝑅2 (2) Agora dependemos de 𝑉𝐿í𝑞, que pode ser obtido pela análise da expansão térmica do líquido: 𝑉Líq = 𝑉Líq,0(1 + 𝛽Δ𝑇) Na expressão acima, 𝑉𝐿í𝑞,0 corresponde ao volume inicial do líquido. Logo: 𝑉Líq = 𝜋𝑅0 2𝐻0(1 + 𝛽Δ𝑇) = 𝜋𝑅0 2 𝐿0 2 (1 + 𝛽Δ𝑇) (3) Substituindo-se (3) em (2): 𝐻 = ( 𝑅0 𝑅 ) 2 𝐿0 2 (1 + 𝛽Δ𝑇) (4) A razão entre os raios do tubo antes (𝑅0) e depois (𝑅) da variação térmica pode ser obtida pela análise da dilatação linear do tubo: 𝑅 = 𝑅0(1 + 𝛼Δ𝑇) Logo: 𝑅0 𝑅 = 𝑅0 𝑅0(1 + 𝛼Δ𝑇) = 1 1 + 𝛼Δ𝑇 (5) Substituindo-se (5) em (4): 𝐻 = 𝐿0 2 (1 + 𝛽Δ𝑇) (1 + 𝛼Δ𝑇)2 (6) Finalmente, podemos substituir (6) em (1): Δ𝐻 = 𝐿0 2 (1 + 𝛽Δ𝑇) (1 + 𝛼Δ𝑇)2 − 𝐿0 2 = 𝐿0 2 [ (1 + 𝛽Δ𝑇) (1 + 𝛼Δ𝑇)2 − 1] Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 9 Δ𝐻 = (1,28 mm) 2 { [1 + (4,0 × 10−5 °C−1)(10 °C)] [1 + (1,0 × 10−5 °C−1)(10 °C)]2 − 1} = 0,1279 ⋯ mm Δ𝐻 ≈ 0,13 mm 51. Uma espessa barra de alumínio e um fio de aço estão ligados em paralelo (Fig. 19-19). A temperatura é de 10,0 °C. Ambos têm comprimento 85,0 cm e nenhum dos dois está tensionado. O sistema é aquecido até 120,0 °C. Calcule a tensão resultante no fio, supondo que a barra se expande livremente. (Pág. 182) Solução. Considere o seguinte esquema: O problema pede para determinar a tensão no fio de aço após a expansão do cilindro de alumínio. Devido à natureza do problema, sua solução requer a utilização do módulo de Young do fio, 𝐸Aço. Veja maiores detalhes sobre o módulo de Young na seção13-6 - Elasticidade. O valor do módulo de Young para o aço foi extraído da Tab. 13.1, pag. 13. O módulo de Young (𝐸) é definido como a constante de proporcionalidade entre 𝐹/𝐴 e Δ𝐿/𝐿0, onde 𝐹 é a força exercida sobre um objeto, 𝐴 é a área da seção transversal do objeto na direção de 𝐹 e 𝐿0 se refere ao comprimento original do objeto, medido na direção de 𝐹. Ou seja: 𝐹 𝐴 = 𝐸 Δ𝐿 𝐿0 (1) De acordo com a Eq. (1), a pressão (𝐹/𝐴) exercida sobre uma barra, na direção do seu comprimento, é diretamente proporcional à variação fracional do comprimento (Δ𝐿/𝐿0). A pressão nos extremos da barra pode ser no sentido de comprimi-la ou expandi-la. No presente caso, tem-se um fio ao invés de uma barra e o processo é de expansão. Como o problema não forneceu a área da seção transversal do fio de aço, somente será possível determinar a razão 𝐹/𝐴, e não 𝐹, como foi pedido. Inicialmente, à temperatura 𝑇0, tanto o fio quanto o cilindro possuem comprimento 𝐿0. Portanto, o fio encontra-se inicialmente relaxado. Quando o sistema é aquecido, o fio e o cilindro expandem-se, Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 10 sendo que o alumínio expande-se mais do que o fio de aço (coeficiente de dilatação térmica maior para o alumínio). A diferença entre os comprimentos finais do cilindro e do fio é que gera a tensão no fio, sendo essa diferença, Δ𝐿, que entra em (1). Assim, o comprimento do cilindro de alumínio após a expansão térmica será: 𝐿 = 𝐿0(1 + 𝛼AlΔ𝑇) = (85,0 cm)[1 + (2,3 × 10 −5 °C−1)(110𝑜𝐶)] = 85,21505 cm Se o fio de aço não estivesse conectado ao cilindro, seu comprimento após a expansão térmica seria: 𝐿′ = 𝐿0(1 + 𝛼AçoΔ𝑇) = (85,0 cm)[1 + (1,1 × 10 −5 °C−1)(110𝑜𝐶)] = 85,10285 cm Em relação à situação do fio de aço no problema, a Eq. (1) pode ser reescrita da seguinte forma: 𝐹 𝐴 = 𝐸Aço Δ𝐿 𝐿′ = 𝐸Aço 𝐿 − 𝐿′ 𝐿′ Substituindo-se pelos valores numéricos fornecidos: 𝐹 𝐴 = (200 × 109 N/m2) (85,21505 cm) − (85,10285 cm) (85,10285 cm) = 2,6368 ⋯ × 108 Pa 𝐹 𝐴 ≈ 2,64 × 108 Pa 53. Duas barras de materiais diferentes, mas com o mesmo comprimento 𝐿 e seção reta igual à 𝐴 são colocadas, como na Fig. 19-20a. A temperatura é 𝑇 e não há tensão inicial. A temperatura é aumentada em Δ𝑇. (a) Mostre que a interfaceentre as barras é deslocada de uma quantidade dada por Δ𝐿 = ( 𝛼1𝐸1 − 𝛼2𝐸2 𝐸1 + 𝐸2 ) 𝐿Δ𝑇 onde 𝛼1 e 𝛼2 são os coeficientes de dilatação linear e 𝐸1 e 𝐸2 são os módulos de Young dos materiais. Despreze mudanças nas seções retas. (b) Ache a tensão na interface após o aquecimento? (Pág. 182) Solução. O esquema a seguir mostra quais seriam os comprimentos finais das barras 1 e 2, caso elas não estivessem alinhadas e pudessem expandir-se livremente. Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 11 Os termos Δ𝐿1 e Δ𝐿2 correspondem às compressões sofridas pelas barras 1 e 2, respectivamente. De acordo com o esquema, temos as seguintes relações para estas grandezas: Δ𝐿1 = 𝐿1 − 𝐿 − Δ𝐿 (1) Δ𝐿2 = 𝐿2 − (𝐿 − Δ𝐿) = 𝐿2 − 𝐿 + Δ𝐿 (2) A equação que define o módulo de Young é: 𝐹 𝐴 = 𝐸 Δ𝐿 𝐿 Nesta equação, 𝐹 é a tensão aplicada sobre a área 𝐴 de uma barra, Δ𝐿 é a variação observada no comprimento da barra, devido à tensão aplicada, 𝐿 é o comprimento inicial da barra e 𝐸 é o módulo de Young do material da barra. No ponto de contato entre as barras 1 e 2, na temperatura 𝑇 + Δ𝑇, temos: 𝐹1 𝐴1 = 𝐹2 𝐴2 Logo: 𝐸1 Δ𝐿1 𝐿 = 𝐸2 Δ𝐿2 𝐿 𝐸1Δ𝐿1 = 𝐸2Δ𝐿2 (3) Substituindo-se (1) e (2) em (3): 𝐸1(𝐿1 − 𝐿 − Δ𝐿) = 𝐸2(𝐿2 − 𝐿 + Δ𝐿) Na expressão acima, os termos 𝐿1 − 𝐿 e 𝐿2 − 𝐿 podem ser substituídos pelos equivalentes 𝐿𝛼1Δ𝑇 e 𝐿𝛼2Δ𝑇. 𝐸1(𝐿𝛼1Δ𝑇 − Δ𝐿) = 𝐸2(𝐿𝛼2Δ𝑇 + Δ𝐿) 𝐸1𝐿𝛼1Δ𝑇 − 𝐸1Δ𝐿 = 𝐸2𝐿𝛼2Δ𝑇 + 𝐸2Δ𝐿 (𝐸1 + 𝐸2)Δ𝐿 = (𝐸1𝛼1 + 𝐸2𝛼2)𝐿Δ𝑇 Δ𝐿 = ( 𝐸1𝛼1 + 𝐸2𝛼2 𝐸1 + 𝐸2 ) 𝐿Δ𝑇 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 12 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 22 – TEMPERATURA 09. Observa-se que objetos quentes ou frios esfriam ou esquentam, respectivamente, para atingir a temperatura do ambiente. Se a diferença de temperatura Δ𝑇 entre o objeto e sua vizinhança (Δ𝑇 = 𝑇obj − 𝑇viz) não for grande, a taxa de esfriamento ou aquecimento do objeto será aproximadamente proporcional à diferença de temperatura, isto é, 𝑑Δ𝑇 𝑑𝑡 = −𝐴(Δ𝑇) onde 𝐴 é uma constante. O sinal menos aparece porque se Δ𝑇 for positivo, ele decresce com o tempo e, se for negativo, cresce. Esta é a lei de Newton para o resfriamento. (a) De que fatores 𝐴 depende? (b) Se no instante 𝑡 = 0 a diferença de temperatura for Δ𝑇0, mostre que num instante 𝑡 ela será Δ𝑇 = Δ𝑇0𝑒 −𝐴𝑡 (Pág. 176) Solução. (a) A constante 𝐴 depende da massa, da área superficial e do calor específico do corpo. A unidade de 𝐴 é s−1. (b) Partindo-se da função fornecida, 𝑑Δ𝑇 𝑑𝑡 = −𝐴Δ𝑇 pode-se rearranjá-la da seguinte forma: −𝐴𝑑𝑡 = 1 𝑑𝑡 𝑑Δ𝑇 (1) Integrando-se (1) dentro dos limites apropriados, obtém-se: −𝐴 ∫ 𝑑𝑡 𝑡 𝑡0=0 = ∫ 1 𝑑𝑡 𝑑Δ𝑇 Δ𝑇 Δ𝑇0 −𝐴𝑡 = 𝑙𝑛Δ𝑇 − 𝑙𝑛 Δ𝑇0 Δ𝑇 Δ𝑇0 = 𝑒−𝐴𝑡 Finalmente Δ𝑇 = Δ𝑇0𝑒 −𝐴𝑡 12. Um termômetro a gás especial consiste em dois bulbos que contém gás, cada um colocado em um reservatório de água, como mostra a Fig. 13. A diferença de pressão entre os dois bulbos é medida por um manômetro de mercúrio, também representado na figura. Reservatórios apropriados, que não são mostrados na figura, mantém constante o volume de gás nos bulbos. Quando os dois banhos estão no ponto tríplice da água, não há diferença de pressão. Quando um banho está no ponto tríplice e o outro no ponto de ebulição da água, a diferença de pressão é de 120 mmHg. Finalmente, a diferença de pressão é de 90,0 mmHg, quando um banho está no ponto tríplice da água e o outro numa temperatura desconhecida que desejamos medir. Que Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 13 temperatura é esta? (Pág. 176) Solução. Considerando-se que a diferença de pressão observada no manômetro de mercúrio seja proporcional à temperatura, podemos construir o seguinte gráfico da dependência entre estas grandezas, em que𝑇3 e 𝑝3 são a pressão e a temperatura do ponto tríplice da água, 𝑇𝐸 e 𝑝𝐸 são a pressão e a temperatura do ponto de ebulição da água, 𝑇 é a temperatura que se quer medir e 𝑝 é a pressão do observada para a temperatura 𝑇: Como a declividade da curva vale Δ𝑇/Δ𝑝, podemos escrever: Δ𝑇1 Δ𝑝1 = Δ𝑇2 Δ𝑝2 𝑇 − 𝑇3 𝑝 − 𝑝3 = 𝑇𝐸 − 𝑇3 𝑝𝐸 − 𝑝3 𝑇 − (273,16 K) (90,0 mmHg) = (373,15 K) − (273,16 K) (120 mmHg) 𝑇 = 355,6517 ⋯ K = 82,5017 ⋯ °C 𝑇 ≈ 82,5 °C 25. O comprimento de uma barra, medido com uma régua de ferro à temperatura ambiente de 20 °C, é de 20,05 cm. A barra e a régua são colocadas em um forno a 270 °C e a medida da barra com a régua é agora de 20,11 cm. Calcule o coeficiente de dilatação térmica do material da barra. (Pág. 177) Solução. Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 14 Considere o seguinte esquema da situação: T0 T L0 L Régua Barra Régua Barra Régua T0 T T0 L’ L’ Para calcular o coeficiente de dilatação da barra, é preciso determinar seu comprimento após a expansão térmica, medindo-a com uma régua que esteja à temperatura 𝑇0. No presente caso, o comprimento final da barra foi medido com uma régua à temperatura 𝑇, que resultou na medida 𝐿′. T Régua Barra T L’ Como conhecemos o coeficiente de expansão linear da régua, podemos determinar o quanto a régua expandiu. Ou seja, à temperatura 𝑇 a marca 𝐿′ (20,11 cm) da régua coincide com o comprimento da barra. Se a régua for resfriada à temperatura 𝑇0, mas a barra não, a régua irá marcar 𝐿 como sendo o comprimento da barra. T L Barra RéguaT0 L’ A expansão térmica da régua é dada por (𝑇0 → 𝑇; 𝐿 ′ → 𝐿): Δ𝐿 = 𝐿 − 𝐿′ = 𝛼𝑅𝐿 ′𝛥𝑇 𝐿 = 𝐿′(𝛼𝑅𝐿 ′Δ𝑇 + 1) (1) A expansão térmica da barra é dada por: Δ𝐿 = 𝐿 − 𝐿0 = 𝛼𝐵𝐿0Δ𝑇 𝐿 = 𝐿0(𝛼𝐵𝐿0Δ𝑇 + 1) (2) Igualando-se (1) e (2): 𝐿0(𝛼𝐵𝐿0Δ𝑇 + 1) = 𝐿 ′(𝛼𝑅𝐿 ′Δ𝑇 + 1) 𝐿0 + 𝛼𝐵𝐿0Δ𝑇 = 𝐿 ′(𝛼𝑅𝐿 ′Δ𝑇 + 1) 𝛼𝐵 = 𝐿′(𝛼𝑅Δ𝑇 + 1) − 𝐿0 Δ𝑇𝐿0 = (20,11 cm)[(1,1 × 10−5 °C−1)(250 °C) + 1] − (20,05 cm) (250 °C)(20,05 cm) Na expressão acima, utilizou-se o coeficiente de dilatação térmica do aço para o ferro, pois são praticamente iguais. 𝛼𝐵 = 2,30029 ⋯ × 10 −5 °C−1 𝛼𝐵 ≈ 2,3 × 10 −5 °C−1 28. Uma barra de comprimento 𝐿0 = 3,77 m e coeficiente de dilatação térmica 25 × 10 −6 por grau C é fixada em seus extremos e tem uma rachadura em seu centro. Como consequência de um aumento de temperatura de 32 °C ela se eleva no centro, como mostra a Fig. 15. Determine a elevação 𝑥. Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 15 (Pág. 177) Solução. O comprimento final da barra é: 𝐿 = 𝐿0(1 + 𝛼Δ𝑇) (1) Aplicando-se o teorema de Pitágoras ao triânguloindicado na figura abaixo: ( 𝐿 2 ) 2 = 𝑥2 + ( 𝐿0 2 ) 2 (2) Resolvendo-se (2) para 𝑥 e substituindo-se o valor de 𝐿 dado por (1): 𝑥2 = 𝐿0 2 (1 + 𝛼Δ𝑇)2 4 − 𝐿0 2 4 = 𝐿0 2 4 [(1 + 𝛼Δ𝑇)2 − 1] 𝑥 = 𝐿0 2 √(1 + 𝛼Δ𝑇)2 − 1 𝑥 = (3,77 m) 2 √[1 + (2,5 × 10−5 °C−1)(32 °C)]2 − 1 = 0,07541 ⋯ m 𝑥 ≈ 7,5 cm 33. A densidade é obtida dividindo-se a massa pelo volume. Como o volume 𝑉 depende da temperatura, a densidade 𝜌 também deve depender dela. Mostre que a variação da densidade Δ𝜌 com a variação da temperatura Δ𝑇 é dada por Δ𝜌 = −𝛽𝜌Δ𝑇, onde 𝛽 é o coeficiente de dilatação volumétrica. Explique o sinal menos. (Pág. 178) Solução. Seja 𝜌0 a densidade à temperatura 𝑇0 e 𝜌 a densidade à temperatura 𝑇, definidas por: 𝜌0 = 𝑚 𝑉0 𝜌 = 𝑚 𝑉 A variação do volume Δ𝑉 devida à variação de temperatura Δ𝑇 é dada por: Δ𝑉 = 𝛽𝑉0Δ𝑇 (1) A variação de densidade devida à variação de temperatura será: Δ𝜌 = 𝜌 − 𝜌0 = 𝑚 𝑉 − 𝑚 𝑉0 = 𝑚(𝑉0 − 𝑉) 𝑉𝑉0 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 16 Δ𝜌 = −𝑚 (𝑉 − 𝑉0) 𝑉𝑉0 = −𝑚 Δ𝑉 𝑉𝑉0 (2) Substituindo-se (1) em (2): Δ𝜌 = −𝑚 𝛽𝑉0Δ𝑇 𝑉𝑉0 = −𝑚 𝛽Δ𝑇 𝑉 Δ𝜌 = −𝜌𝛽Δ𝑇 (3) O sinal negativo em (3) é consequência de uma variação positiva da temperatura resultar numa variação negativa da densidade. 41. O pêndulo de um relógio é feito de latão e é projetado para dar o tempo com precisão a 20 °C. Qual será o erro, em segundos por hora, se o relógio funcionar a 0 °C? (Pág. 178) Solução. Considere o seguinte esquema para a situação: O erro pedido no problema é a variação observada no período do relógio de pêndulo (Δ𝑃), durante uma hora. Utilizou-se a abreviação 𝑃 para o período para não confundir com a temperatura 𝑇. A variação do período do relógio de pêndulo devida à variação de temperatura ΔT é dada por: Δ𝑃 = 𝑃 − 𝑃0 (1) onde 𝑃0, o período do relógio de pêndulo à temperatura 𝑇0, e 𝑃, o período à temperatura 𝑇, são definidos por: 𝑃0 = 2𝜋√ 𝐿0 𝑔 𝑃 = 2𝜋√ 𝐿 𝑔 (2) Na equação (2), 𝑔 é a aceleração local da gravidade. O comprimento da haste do pêndulo, à temperatura 𝑇 é: 𝐿 = 𝐿0(1 + 𝛼Δ𝑇) (3) Substituindo-se (3) em (2): 𝑃 = 2𝜋√ 𝐿0(1 + 𝛼Δ𝑇) 𝑔 = 2𝜋√ 𝐿0 𝑔 √(1 + 𝛼Δ𝑇) = 𝑃0√(1 + 𝛼Δ𝑇) (4) Substituindo-se (4) em (1): Δ𝑃 = 𝑃0√(1 + 𝛼Δ𝑇) − 𝑃0 = 𝑃0 [√(1 + 𝛼Δ𝑇) − 1] Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 17 Em uma hora, o que implica em 𝑃0 = 3.600 s, o erro será: Δ𝑃 = (3.600 s) (√[1 + (1,9 × 10−5 °C−1)(−20 °C)] − 1) = −0,68406 ⋯ s Δ𝑃 ≈ −0,68 s O sinal negativo de Δ𝑃 significa que houve diminuição no período do relógio que, em uma hora, acumulou 0,68 s. Como uma diminuição no período faz com que o relógio ande mais rápido, a consequência é que o relógio vai adiantar 0,68 s em uma hora. 45. Três barras retas de alumínio, invar e aço, de mesmo comprimento, formam a 20 °C um triângulo equilátero com articulações nos vértices. A que temperatura o ângulo oposto ao lado de invar será de 59,95 °C? (Pág. 178) Solução. Considere o seguinte esquema para a situação: A resolução deste problema é geométrica. Aplicando-se a lei dos cossenos ao triângulo à temperatura 𝑇: 𝐿𝐼𝑛𝑣 2 = 𝐿𝐴𝑙 2 + 𝐿𝐴ç𝑜 2 − 2𝐿𝐴𝑙𝐿𝐴ç𝑜 cos 𝜃 (1) Mas: 𝐿 = 𝐿0(1 + 𝛼Δ𝑇) (2) Substituindo-se a (2) em (1): 𝐿0 2 (1 + 𝛼𝐼𝑛𝑣Δ𝑇) 2 = 𝐿0 2 (1 + 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇) 2 + 𝐿0 2 (1 + 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇) 2 − 2𝐿0(1 + 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇)𝐿0(1 + 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇) cos 𝜃 Eliminando-se 𝐿0 2 e expandindo-se os termos entre parênteses: 1 + 2𝛼𝐼𝑛𝑣Δ𝑇 + (𝛼𝐼𝑛𝑣Δ𝑇) 2 = 1 + 2𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 + (𝛼𝐴𝑙Δ𝑇) 2 + 1 + 2𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 + (𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇) 2 − 2 cos 𝜃 (1 + 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 + 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 + 𝛼𝐴𝑙𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 2) Reconhecendo-se que os termos envolvendo 𝛼2 são muito menores do que aqueles envolvendo apenas 𝛼, pode-se desprezar os primeiros: 1 + 2𝛼𝐼𝑛𝑣Δ𝑇 = 1 + 2𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 + 1 + 2𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 − 2 cos 𝜃 (1 + 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 + 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇) 2𝛼𝐼𝑛𝑣Δ𝑇 = 2𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 + 1 + 2𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 − 2 cos 𝜃 − 2 cos 𝜃 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 − 2 cos 𝜃 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 𝛼𝐼𝑛𝑣Δ𝑇 − 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 − 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 + cos 𝜃 𝛼𝐴𝑙Δ𝑇 + cos 𝜃 𝛼𝐴ç𝑜Δ𝑇 = 1 2 − cos 𝜃 (𝛼𝐼𝑛𝑣 − 𝛼𝐴𝑙 − 𝛼𝐴ç𝑜 + cos 𝜃 𝛼𝐴𝑙 + cos 𝜃 𝛼𝐴ç𝑜)Δ𝑇 = 1 2 − cos 𝜃 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 22 – Temperatura 18 Δ𝑇 = 1 2 − cos 𝜃 (𝛼𝐼𝑛𝑣 − 𝛼𝐴𝑙 − 𝛼𝐴ç𝑜 + cos 𝜃 𝛼𝐴𝑙 + cos 𝜃 𝛼𝐴ç𝑜) Δ𝑇 = 1 2 − cos (59,95 °C) [(0,7 × 10−6 °C−1) − (23 × 10−6 °C−1) − (11 × 10−6 °C−1) + ⋯ ⋯ ⋯ 1 ⋯ + cos(59,95 °C) (23 × 10−6 °C−1) + cos(59,95 °C) (11 × 10−6 °C−1)] Δ𝑇 = 46,426497 °C Por definição: Δ𝑇 = 𝑇 − 𝑇0 𝑇 = 𝑇0 + Δ𝑇 𝑇 = (20 °C) + (46,426497 ⋯ °C) 𝑇 = 66,426497 ⋯ °C O valor aproximado de 𝑇, com apenas um algarismo significativo, é: 𝑇 ≈ 70 °C Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 5a Ed. - LTC - 2003. Cap. 21 – Temperatura 19 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 5.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 2003. FÍSICA 2 CAPÍTULO 21 - TEMPERATURA 26. Quando a temperatura de um cilindro de metal é aumentada de 60 para 100 °C, o seu comprimento aumenta em 0,092%. (a) Encontre a variação percentual na massa específica. (b) Identifique o metal. (Pág. 221) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: (a) O enunciado do problema pede para calcular a razão (𝜌 − 𝜌0)/𝜌0. 𝜌 𝜌 − 𝜌0 = 𝑚 𝑉 𝑚 𝑉 − 𝑚 𝑉0 = 𝑉0 − 𝑉 𝑉 Aplicando-se a expansão volumétrica do cilindro: 𝜌 𝜌 − 𝜌0 = 𝑉0 − 𝑉0(1 + 𝛽Δ𝑇) 𝑉0(1 + 𝛽Δ𝑇) = − 𝛽Δ𝑇 1 + 𝛽Δ𝑇 ≈ − 3𝛼Δ𝑇 1 + 3𝛼Δ𝑇 (1) Agora precisamos determinar o valor do coeficiente de expansão térmica 𝛼 do metal do cilindro para completar o cálculo. Isso é feito por meio da informação sobre a expansão linear do cilindro, fornecida pelo enunciado. 𝐿 − 𝐿0 𝐿0 = 0,00092 Δ𝐿 = 0,00092 𝐿0 𝐿0𝛼Δ𝑇 = 0,00092 𝐿0 𝛼 = 0,00092 Δ𝑇 (2) Substituindo-se (2) em (1): 𝜌 𝜌 − 𝜌0 ≈ − 3 ( 0,00092 Δ𝑇 )Δ𝑇 1 + 3 ( 0,00092 Δ𝑇 )Δ𝑇 = − 0,00276 1 + 0,00276 = −0,0027524 ⋯ 𝜌 𝜌 − 𝜌0 ≈ −0,0028 Ou: Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 5a Ed. - LTC - 2003. Cap. 21 – Temperatura 20 𝜌 𝜌 − 𝜌0 ≈ −0,28% O sinal negativo indica que houve diminuição na variação percentual da massa específica do cilindro. (b) A identificação do metal é feita pela comparação do valor do coeficiente de expansão térmica do metal com valores tabelados. A Equação (2) permite o cálculo de 𝛼. 𝛼 = 0,00092 𝑇 − 𝑇0 = 0,00092 (100 °C) − (60 °C) = 2,3 × 10−5 °C−1 A Tabela 21-3, Pág. 213, indica que o cilindro é feito de alumínio. 30. (a) Prove que a variação da inércia rotacional 𝐼 de um sólido com a temperatura é dada por Δ𝐼 = 2𝛼𝐼Δ𝑇. (b) Uma haste fina de latão, girando livremente a 230 rev/s em torno de um eixo perpendicular à haste e passando pelo seu centro, é aquecida sem contato mecânicoaté que sua temperatura aumente para 170 °C. Calcule a variação na velocidade angular. (Pág. 221) Solução. (a) Vamos supor que o momento de inércia inicial é 𝐼0 e o final, após o aquecimento, é 𝐼. Vamos supor também que 𝐼0 = 𝑘𝑀𝐿 2, em que 𝑘 é uma fração que depende do corpo e do eixo em relação ao qual 𝐼0 é calculado. Δ𝐼 = 𝐼 − 𝐼0 = 𝑘𝑀𝐿 2 − 𝑘𝑀𝐿0 2 = 𝑘𝑀(𝐿2 − 𝐿0 2 ) Δ𝐼 = 𝑘𝑀[𝐿0 2 (1 + 𝛼Δ𝑇)2 − 𝐿0 2 ] = 𝑘𝑀[𝐿0 2 (1 + 2𝛼Δ𝑇 + 𝛼2Δ𝑇2) − 𝐿0 2 ] O termo 𝛼2Δ𝑇2 é, em geral, muito menor do que 𝛼Δ𝑇. Neste caso, 2𝛼Δ𝑇 ∼ 10−3, enquanto 𝛼2Δ𝑇2 ∼ 10−5. Vamos, portanto desprezar 𝛼2Δ𝑇2. Δ𝐼 ≈ 𝑘𝑀2𝛼Δ𝑇𝐿0 2 = 2𝑘𝑀𝐿0 2 𝛼Δ𝑇 Δ𝐼 ≈ 2𝐼0𝛼Δ𝑇 (b) A variação da velocidade angular é calculada por meio da aplicação da conservação do momento angular (𝐿), dada a ausência de torques externos atuando sobre a haste. 𝐿 = 𝐿0 𝐼𝜔 = 𝐼0𝜔0 Usando-se o resultado obtido no Item (a): (𝐼0 + 2𝐼0𝛼Δ𝑇)𝜔 = 𝐼0𝜔0 𝜔 = 𝜔0 1 + 2𝛼Δ𝑇 = (230 rev/s) 1 + 2(19 × 10−6 °C−1)(170 °C) = 228,5237 ⋯ rev/s Logo: 𝜔 − 𝜔0 = (228,5237 ⋯ rev/s) − (230 rev/s) = −1,4762 ⋯ rev/s 𝜔 − 𝜔0 ≈ −1,45 rev/s O sinal negativo indica que há uma diminuição na velocidade angular da haste como consequência do aumento de temperatura. 40. Gás oxigênio com um volume de 1.130 cm3 a 42,0 °C e à pressão de 101 kPa expande até que seu volume seja 1.530 cm3 e a sua pressão seja 106 kPa. Determine (a) o número de moles de Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 5a Ed. - LTC - 2003. Cap. 21 – Temperatura 21 oxigênio no sistema e (b) a sua temperatura final. (Pág. 221) Solução. (a) Considerando-se que o oxigênio nessas condições apresente comportamento ideal, teremos: 𝑝0𝑉0 = 𝑛𝑅𝑇0 𝑛 = 𝑝0𝑉0 𝑅𝑇0 = (1,01 × 105 Pa)(1,130 × 10−3 m3) (8,314 J/K.mol)(315,15 K) = 0,043558 ⋯ mol 𝑛 ≈ 0,0436 mol (b) Comparando-se os estados inicial e final do sistema teremos: 𝑝0𝑉0 𝑇0 = 𝑝𝑉 𝑇 𝑇 = 𝑝𝑉𝑇0 𝑝0𝑉0 = (106 kPa)(1.530 cm3)(315,15 K) (101 kPa)(1.130 cm3) = 447,8316 ⋯ K 𝑇 ≈ 448 K 10. Considere um termômetro de vidro de mercúrio. Suponha que a seção transversal do capilar 𝐴 é constante e que 𝑉 é o volume do bulbo de mercúrio a 0,00 °C. Mostre que o comprimento 𝐿 da coluna de mercúrio no capilar a uma temperatura 𝑇, em °C, 𝐿 = 𝑉 𝐴 (𝛽 − 3𝛼)𝑇 isto é, proporcional à temperatura, onde 𝛽 é o coeficiente de dilatação volumétrica do mercúrio e 𝛼 é o coeficiente de dilatação linear do vidro. (Pág. 223) Solução. A variação do volume do vidro é dada por: Δ𝑉vidro = 𝑉03𝛼Δ𝑇 A variação do volume do mercúrio é dada por: Δ𝑉Hg = 𝑉0𝛽Δ𝑇 O volume de mercúrio na coluna de vidro é dado pela dilatação aparente do mercúrio. Para isso, está implícito que na temperatura 0,00 °C o nível de mercúrio está na base da coluna (𝐿 = 0). Δ𝑉Hg, ap = Δ𝑉Hg − Δ𝑉vidro 𝐴𝐿 = 𝑉0𝛽Δ𝑇 − 𝑉03𝛼Δ𝑇 = 𝑉0(𝛽 − 3𝛼)Δ𝑇 = 𝑉0(𝛽 − 3𝛼)(𝑇 − 𝑇0) Como 𝑇0 = 0,00 °C: 𝐿 = 𝑉0 𝐴 (𝛽 − 3𝛼)𝑇
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