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TUTORIA 3 1-De�nir e caracterizar vírus e fungos PROPRIEDADES GERAIS DOS VÍRUS Vírus são estruturas acelulares, com ciclo de replicação exclusivamente intracelular, sem metabolismo ativo fora da célula hospedeira. Ele necessita do maquinário biossintético de uma célula hospedeira, que pode ser eucariótica ou procariótica, para que ele consiga se propagar ou replicar. • Não podem ser visualizados com microscopia óptica. É necessário microscopia eletrônica. • Requerem metabolismo celular ativo para sua replicação; • São incapazes de replicação fora da célula hospedeira; • Apresentam tropismo (AFINIDADE) : o vírus possui tropismo por determinados tipos de células que sejam suscetíveis e permissíveis a eles. • Genoma DNA ou RNA, nunca ambos; • Proteínas ou glicoproteínas – Glico Lipoproteína, fazendo parte do capsídeo e do envelope, quando presente. • Quando entram em uma célula hospedeira, possuem uma replicação logarítmica na base 10. Vírus São estruturas intracelulares obrigatórias capazes de infectar todas as formas de vida e que não se replicam individualmente, são especí�cas e podem sofrer mutações. Características Os vírus são acelulares, caracterizados como uma proteínas constituída por ácidos nucleicos, precisam estar dentro de uma célula para se replicar, o meio de cultura não pode ser arti�cial, é constituído por apenas um tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA) que pode ser haploide ou diploide, �ta simples ou �ta dupla, circular ou linear, polaridade pode ser positiva ou negativa. Hipótese de origem viral Regressiva: diz que o vírus tem origem em células. Células pequenas teriam infectado células maiores, essas células menores perdem a sua capacidade de metabolizar, passando a depender da maquinaria de células terceiras. Escape: a partir de uma célula comum teria ocorrido o escape de componentes celulares (genes que codi�cam proteínas) e teriam se tornado agentes infecciosos. Coevolução: vírus e células se desenvolveram ao mesmo tempo e evoluíram de forma independente. Transmissão Horizontal: vírus transmitido de um indivíduo para o outro ou vetorial que é o vírus transmitido através de vetores, como vírus da dengue, por exemplo. Vertical: transmissão materna para o bebê através da gestação, parto ou amamentação. Estrutura viral Vírus envelopado (fusão): O vírus vai invadir a célula alvo, há uma fusão, processo em que há a união do envelope do vírus com a membrana da célula alvo, essa interação causa uma mudança na conformação da membrana plasmática e, assim, o capsídeo do vírus é liberado no citoplasma da célula alvo, dando início ao processo de replicação e criação de novos vírus. Vírus não envelopado (endocitose) As partículas virais vão interagir com os receptores da membrana da célula hospedeira, essa interação desencadeia uma sinalização celular que modi�ca a estrutura da membrana fazendo com que ocorra um processo de endocitose Capsídeo Composto por subunidades proteicas responsáveis por marcar a rigidez e estabilidade do vírus fora da célula e facilitar a liberação do ácido nucleico dentro da célula. Organização do genoma viral Os vírus apresentam genoma de tamanho reduzido, esse fator desencadeia uma maior e�ciência na síntese dos conteúdos. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS Os vírus foram primeiramente descritos como “agentes in�ltráveis”. Seu pequeno tamanho permite-lhes passar através de �ltros projetados para reter bactérias. Aos vírus, falta a capacidade de gerar energia ou substratos e de fazer suas próprias proteínas, além de não terem a capacidade de replicar seu genoma independentemente da célula do hospedeiro. Dessa forma, não há metabolismo ativo fora da célula hospedeira. Por conta disso, diferentemente da maioria das bactérias, dos fungos e dos parasitas, os vírus são agentes infecciosos conhecidos como parasitas intracelulares obrigatórios. Os vírus mais simples consistem em um genoma de ácido desoxirribonucleico (DNA) ou ácido ribonucleico (RNA) empacotado em um envoltório protetor de proteína e, em alguns vírus, em uma membrana. A função básica do vírion (partícula do vírus) é carregar o genoma viral para dentro da célula, a �m de ser replicado e ampli�cado. 2. MORFOLOGIA VIRAL Os vírus clinicamente importantes variam de 18 a 300 nm. Estes últimos são quase visíveis em microscópio óptico e têm aproximadamente um quarto do tamanho das bactérias esta�locócicas. A arquitetura dos vírus ou sua simetria é de�nida pela forma e pela composição das subunidades protéicas que compõem o capsídeo, assim como as interações dessas proteínas com o ácido nucleico viral. Ao contrário das células procarióticas e eucarióticas nas quais o DNA é sempre o material genético principal (o RNA tem um papel auxiliar), os vírus podem possuir tanto DNA como RNA, mas nunca ambos. O ácido nucleico dos vírus pode ser de �ta simples ou dupla. Assim, existem vírus que apresentam o familiar DNA de dupla-�ta, DNA de �ta simples, RNA de dupla-�ta e RNA de �ta simples. Dependendo do vírus, o ácido nucléico pode ser linear ou circular, e há alguns em que ele é segmentado. A camada externa do vírion é o capsídeo ou envelope. Essas estruturas são o pacote, a proteção e o veículo de liberação durante a transmissão do vírus de um hospedeiro para outro e para a dispersão para a célula-alvo dentro do hospedeiro. As estruturas da superfície do capsídeo e do envelope que medeiam a interação do vírus com a célula-alvo por meio de uma proteína de �xação viral (VAP). O capsídeo é uma estrutura rígida capaz de resistir a severas condições ambientais. Os vírus com capsídeos sem cobertura são geralmente resistentes ao ressecamento, ao ácido e a detergentes, incluindo o ácido e a bile do trato gastrointestinal. Muitos desses vírus são transmitidos pela rota fecal-oral e podem preservar a capacidade de transmissão mesmo no esgoto. Os vírus cujos capsídeos não são envoltos por um envelope são conhecidos como vírus não envelopados, “nus” ou “descobertos”. Nesse caso, o capsídeo protege o ácido nucleico viral do ataque das nucleases presentes nos �uidos biológicos e promove a ligação da partícula às células suscetíveis. Cada capsídeo é composto de subunidades protéicas, denominadas capsômeros. Em alguns vírus, as proteínas que compõem os capsômeros são de um único tipo; em outros, vários tipos de proteínas podem estar presentes. Em geral, os capsômeros são visíveis nas microgra�as eletrônicas e sua organização é característica para cada tipo de vírus. Por outro lado, o envelope é uma membrana composta de lipídios, proteínas e glicoproteínas, que pode ser mantida apenas em soluções aquosas. É prontamente rompida por ressecamento, condições ácidas, detergentes e solventes, tais como éter, o que resulta na inativação do vírus. Como consequência, vírus envelopados devem permanecer úmidos e são geralmente transmitidos em �uidos, sangue e tecidos. A maioria não pode sobreviver às condições severas do trato gastrointestinal. Dependendo do vírus, os envelopes podem ou não apresentar espículas, constituídas por complexos carboidratos – proteína que se projetam da superfície do envelope. Alguns vírus se ligam à superfície da célula hospedeira através das espículas, que são características tão marcantes de alguns vírus que podem ser utilizadas para a sua identi�cação. A aquisição do envelope é realizada por um processo denominada brotamento, e requer primeiramente o direcionamento das espículas para uma membrana celular (local de brotamento) e, posteriormente, ocorre a interação entre proteínas virais intracitoplasmáticas com essas proteínas virais inseridas na membrana celular. Características gerais • Reino Fungi • Possuem células eucarióticas, diferenciando da dos animais por algumas especi�cidades da membrana plasmática e parede celular. • Uni ou pluricelulares • Respiração: A maioria apresenta a respiração aeróbia, mas alguns são anaeróbios ou anaeróbios facultativos. • Metabolismo: Heterotró�co, se alimentando de matéria orgânica • O seu metabolismo pode produzir metabólitosde interesse comercial e médico, como o etanol, utilizado na fermentação de cerveja, a Penicilina como um importante antibiótico e o ácido cítrico. Importância • São organismos ubíquos, ou seja, estão presentes em todas as partes, em animais, plantas, ar, árvores entre outros. Possui um grande espectro. • O seu objetivo principal é a degradação da matéria orgânica em decomposição, o que possibilita a reciclagem de nutrientes na natureza. Existem na forma de: • Heterotró�cos ou sapró�tos, se alimentando da matéria orgânica • Comensais: relação interespecí�ca onde o fungo se bene�cia, mas não traz prejuízo para a outra espécie. • Simbiontes: ambas as espécies ganham, se ajudam a sobreviver no ambiente. • Parasitas oportunistas: Pessoas imunossuprimidas ou com doenças de bases graves, como a AIDS, câncer ou que estão hospitalizadas com cateteres vasculares ou intubadas. Com isso é necessário cuidados especiais nesses casos para evitar esse tipo de infecção. Estrutura • Parede Celular: Composta por quitina e glicana, diferente da parede celular das bactérias, por exemplo. • A Membrana Plasmática não possui colesterol, que é substituído por ergosterol. Grupamento mais simples baseado na morfologia Leveduras • Se reproduz por brotamento �ssão • As células-�lhas se alongam e �cam em formato de salsicha Pseudo hifas • Unicelulares e produzem colônias redondas pastosas ou mucóides. Fungos �lamentosos • Multicelulares • Formados por estruturas tubulares. As hifas são células com vários núcleos, podem ser cenocíticas (Asseptada ou com poucos septos) e septadas (cada núcleo separado do outro). • Várias hifas formam o micélio • colônias podem ser �lamentosos, aveludadas ou algodonosas. • Hifas vegetativas crescem sobre ou entre a superfície do meio de Cultura. • Hifas aéreas projetam-se acima da superfície do meio e podem produzir conídios, que são estruturas de reprodução assexuada Fungos dimór�cos: podem existir na forma de leveduras como de fungo �lamentoso Reprodução • Formação de esporos, podem ser sexuados (meiose) ou assexuados (mitose) • Forma teleomór�ca: esporos sexuados • Forma anamorfa: Esporos assexuados, apresenta uma alta capacidade de rápida dispersão e adaptação a novos habitats em relação ao estágio sexual ou teleomór�co. Na prática Clínica refere-se a forma anamorfa.Pode possuir duas formas esporangiosporos e conídios CLASSIFICAÇÃODOS FUNGOS No planeta existe um número enorme de seres vivos que são classi�cados como integrantes dos reinos Monera, Plantae, Fungi, Protista e Animalia. O Reino Fungi é dividido em seis �los ou divisões dos quais quatro são de importância médica: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota. Divisão zygomycota Nessa divisão temos os fungos de micélio cenocítico. A reprodução deles pode ser sexuada, pela formação de zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os esporangiósporos, no interior dos esporângios. Os fungos de interesse médico se encontram nas ordens Mucorales e Entomophthorales. Divisão ascomycota É nesse grupo que estão inclusos os fungos de hifas septadas. A sua principal característica é o asco, estrutura em forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascósporos, esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie. As espécies patogênicas para o homem se classi�cam em três classes: Hemiascomycetes, Loculoascomycetes e Plectomycetes. Divisão basidiomycota Compreendem fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção de esporos sexuados, os basidiósporos, típicos de cada espécie. A espécie patogênica mais importante se enquadra na classe Teliomycetes. Divisão deuteromycota Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser exógenos ou estar contidos em estruturas como os picnídios. Entre os Deuteromycota se encontra a maior parte dos fungos de importância médica. 2-Compreender o ciclo viral, sua replicação e agressão VÍRUS O ciclo viral é o processo pelo qual os vírus se replicam e infectam as células hospedeiras. O ciclo viral geralmente envolve os seguintes estágios: Estágios do ciclo de replicação de vírus o Adsorção o penetração o desnudamento o síntese de ácidos nucleicos e proteínas o maturação o liberação • Adsorção: Ligação entre as proteínas da superfície viral e dos receptores localizados na membrana plasmática •Penetração: Por endocitose ou por fusão de envelope viral o Na endocitose o vírus se liga ao receptor no hospedeiro -> ocorre invaginação da membrana -> formação de uma vesícula endocítica -> liberação do virion no citoplasma o Na fusão o vírus envelopado se liga ao receptor da membrana citoplasmática no hospedeiro -> ocorre a fusão do envelope com a MC -> nucleocapsídeo entra na célula • Desnudamento - Ocorre a degradação do capsídeo seguido de exposição do material genético do vírus no sítio replicativo • Síntese de ácidos nucleicos e proteínas: Replicação de novas cópias do genoma viral e a síntese de proteínas especí�cas do vírus. Os genes virais codi�cam dois tipos de proteínas ▪ Proteínas não estruturais – precoces ▪ Proteínas estruturais – tardias \ •Maturação o Montagem das subunidades proteicas e empacotamento do ácido nucleico viral, com formação de novas partículas virais completas em um determinado sítio da célula • Liberação o Vírus não envelopado: ocorre o rompimento da célula hospedeira – lise o Vírus envelopado: brotamento – a membrana é preservada ETAPAS DA REPLICAÇÃO DOS VÍRUS As principais etapas de replicação viral são as mesmas para todos os vírus. A célula age como uma fábrica, fornecendo os substratos, a energia e o maquinário necessários para a síntese de proteínas virais e para replicação do genoma. Os processos não providos pelas células devem ser codi�cados no genoma do vírus. A maneira pela qual cada vírus cumpre essas etapas e supera as limitações bioquímicas da célula é distinta para diferentes estruturas do genoma e do vírion (seja ele envelopado ou tenha ele o capsídeo descoberto). Para que um vírus se multiplique, ele precisa invadir a célula hospedeira e assumir o comando da sua maquinaria metabólica. Um único vírion pode dar origem, em uma única célula hospedeira, a algumas ou mesmo milhares de partículas virais iguais; contudo somente 1 a 10% dessas partículas podem ser infecciosas. As partículas não infecciosas (partículas defeituosas) resultam de mutações e erros na fabricação e montagem do vírion. Esse processo pode alterar drasticamente a célula hospedeira, podendo causar sua morte. Em algumas infecções virais, a célula sobrevive e continua a produzir vírus inde�nidamente. Adsorção A replicação dos vírus se inicia com a adsorção, etapa em que haverá reconhecimento e �xação à célula-alvo. A ligação das VAPs ou estruturas na superfície do capsídeo do vírion ao receptores na célula inicialmente determina quais células podem ser infectadas por um vírus. Os receptores para o vírus na célula podem ser proteínas ou carboidratos em glicoproteínas ou glicolipídeos. Os vírus que se ligam aos receptores expressos e tipos especí�cos de célula podem ser restritos a certas espécies (espectro de hospedeiros) (p. ex., humanos, camundongos ou tipos especí�cos de células. A estrutura de �xação viral num capsídeo do vírus pode ser parte do capsídeo ou uma proteína que se estende a partir desse capsídeo. Os sítios de ligação dos vírus estão distribuídos ao longo de toda a superfície da partícula viral, e os sítios em si variam de um grupo de vírus para outro. Na maioria dos vírus envelopados, como o vírus in�uenza, os sítios de adesão são espículas localizadas na superfície do envelope. Logo que uma espícula se liga ao receptor da célula hospedeira, sítios receptores adicionais da mesma célula migram em direção ao vírus. A ligação de muitos sítios completa o processo de adsorção. Penetração Interações entre múltiplas VAPs e os receptores celulares iniciam a internalização do vírus para dentro da célula. Muitos vírus penetramnas células eucarióticas por endocitose mediada por receptor. A membrana plasmática está constantemente sofrendo invaginações para formar vesículas. Essas vesículas contêm elementos originados do exterior da célula e que são levados para o seu interior para serem digeridos. Se um vírion se liga à membrana plasmática de uma potencial célula hospedeira, a célula envolverá o vírion e formará uma vesícula. Os vírus envelopados podem penetrar por um processo alternativo, chamado de fusão, no qual o envelope viral se funde à membrana plasmática e libera o capsídeo no citoplasma da célula. O pH ideal para a fusão determina se a penetração ocorre na superfície celular em pH neutro ou se o vírus deve ser internalizado por endocitose e a fusão ocorrer em um endossomo em pH ácido. A atividade de fusão pode ser provida pela VAP ou por outra proteína. Descapsidação Uma vez internalizado, o nucleocapsídeo deve ser transferido para o sítio de replicação dentro da célula e o capsídeo ou o envelope, é removido. O genoma dos vírus DNA, exceto os do tipo poxvírus, deve ser transferido para o núcleo, enquanto a maioria dos vírus RNA permanece no citoplasma. O processo de descapsidação pode ser iniciado por uma �xação ao receptor ou promovido por ambiente ácido ou por proteases encontradas em um endossomo ou lisossomo. Transcrição, tradução e replicação Uma vez dentro da célula, o genoma deve dirigir a síntese de RNAm viral e de proteínas e gerar cópias idênticas de si próprio. O genoma é inutilizado a menos que possa ser transcrito em RNAm funcionais capazes de se ligar aos ribossomos e serem traduzidos em proteínas. O modo pelo qual cada vírus cumpre essas etapas depende da estrutura do genoma. Em geral, os vírus de DNA replicam seu genoma no núcleo da célula hospedeira, usando enzimas virais, e sintetizam as proteínas do capsídeo e outras proteínas no citoplasma, usando enzimas do hospedeiro. Já no caso dos vírus de RNA, eles multiplicam-se essencialmente da mesma forma que os vírus de DNA, com exceção de que os vírus de RNA se multiplicam no citoplasma da célula hospedeira. Diversos mecanismos distintos de produção de RNAm são observados entre os diferentes grupos de vírus de RNA. As principais diferenças entre os processos de multiplicação residem na forma como o RNAm e o RNA viral são produzidos. Estes vírus têm uma RNA-polimerase dependente de RNA. Os genes virais induzem a produção dessa enzima pela célula hospedeira. Essa enzima catalisa a síntese de outra �ta de RNA, complementar à sequência de bases da �ta infecciosa original. Para a síntese de proteína viral, todos os vírus dependem dos ribossomos da célula do hospedeiro, do RNAt e dos mecanismos para a modi�cações pós-traducionais. A ligação do RNAm ao ribossomo é mediada por uma estrutura de guanosina metilada ou uma estrutura especial em alça de RNA, que se liga internamente junto com o ribossomo para iniciar a síntese de proteínas. Algumas proteínas virais requerem modi�cações pós-traducionais, tais como fosforilação, glicosilação, acilação ou sulfatação. A fosforilação da proteína é realizada por proteínas quinases celulares ou virais e é um modo de modular, ativar ou inativar proteínas Maturação A montagem do capsídeo proteico constitui o primeiro passo no processo de maturação viral. Essa montagem, em geral, é um processo espontâneo análogo a um quebra-cabeça tridimensional entrelaçado que se coloca junto como uma caixa. O vírion é construído a partir de partes pequenas e facilmente fabricadas, que incluem o genoma em um pacote funcional. Cada parte do vírion possui estruturas de reconhecimento que permitem ao vírus formar as interações apropriadas proteína-proteína, proteína-ácido nucleico e (nos vírus envelopados) proteína-membrana, necessárias para a montagem na estrutura �nal. O processo de montagem começa quando as peças necessárias são sintetizadas e a concentração de proteínas estruturais na célula é su�ciente para dirigir o processo termodinamicamente, muito parecido com a reação de cristalização. O processo de montagem pode ser facilitado por proteínas de armação ou outras proteínas, algumas das quais são ativadas e liberam energia na proteólise. O sítio e o mecanismo de montagem do vírion na célula dependem de onde ocorre a replicação do genoma, e se a estrutura �nal é um capsídeo descoberto ou um vírus envelopado. A montagem dos vírus de DNA, exceto os poxvírus, acontece no núcleo e requer transporte das proteínas do vírion para dentro do núcleo. A montagem dos vírus de RNA e dos poxvírus ocorre no citoplasma. Os capsídeos dos vírus podem ser montados como estruturas vazias (pró capsídeos) para serem preenchidos com o genoma ou podem ser montados em volta do genoma. Nos vírus envelopados, as glicoproteínas virais recém-sintetizadas e processadas são transferidas para membrana celular pelo transporte vesicular. A aquisição de um envelope ocorre após a associação do nucleocapsídeo com regiões contendo glicoproteínas virais das membranas celulares do hospedeiro, em um processo chamado brotamento. Liberação Os vírus podem ser liberados das células após a lise celular, por exocitose ou pelo brotamento da membrana plasmática. Os vírus de capsídeo descoberto são geralmente liberados depois da lise celular. A liberação de muitos vírus envelopados acontece após o brotamento da membrana plasmática, sem matar a célula. A sobrevivência da célula permite a liberação contínua de vírus a partir dessa fábrica. A lise e o brotamento da membrana plasmática são meios e�cientes de liberação. Durante o ciclo viral, os vírus podem causar danos ou agressão à célula hospedeira de várias maneiras. Eles podem interferir na função normal da célula, roubar recursos e energia da célula para a replicação viral e causar alterações na estrutura ou função celular. Em alguns casos, a infecção viral pode levar à morte celular. Além disso, a resposta imunológica do organismo à infecção viral também pode causar danos aos tecidos e órgãos. A gravidade da agressão viral pode variar dependendo do tipo de vírus, do estado imunológico do hospedeiro e de outros fatores. FUNGOS Ciclo de Vida: fungos �lamentosos podem se reproduzir assexuadamente por fragmentação das hifas. Além disso, tanto a reprodução sexuada quanto a assexuada ocorrem pela formação de esporos. Após um fungo �lamentoso formar um esporo, o mesmo se separa da célula parental e germina, originando um novo fungo �lamentoso. Os esporos são formados a partir das hifas aéreas, podendo ser sexuais ou assexuais. Os assexuais são formados pelas hifas do fungo e, quando germinam, são geneticamente idênticos ao fungo parental. Os esporos sexuais resultam da fusão de núcleos de duas linhagens opostas de cruzamento de uma mesma espécie de fungo. Os organismos que crescem a partir de esporos sexuais apresentaram características de ambas as linhagens parentais. No ciclo de vida dos fungos geralmente há duas fases que se alternam, distinguindo-se uma fase assexual (envolve apenas mitose) e uma fase sexual (envolve meiose), em ambas há a formação de células especializadas, os esporos. Reprodução dos fungos Os fungos reproduzem-se de forma assexuada (brotamento, divisão binária, entre outros) ou sexuada. Os fungos são organismos uni ou multicelulares, heterotró�cos e que se reproduzem de forma sexuada ou assexuada, principalmente por meio da produção de esporos. →Esporos Os esporos são células que, por mitose, originam novos indivíduos. Em geral, são imóveis, com exceção dos encontrados em quitrídios, e produzidos por estruturas que se elevam acima do micélio (massa enovelada formada por um conjunto de hifas), denominadas de esporângios, ou em células de hifas (�lamentos de células), sendo denominados de conídios. Os esporos consistem em um método bastante e�caz de propagação, pois podem ser carregados pelo vento, água e animais a grandes distâncias. Quando eles caem em um local propício, com água e nutrientes, desenvolvem-se. Essa facilidade de propagação ajuda a explicar a ampla distribuição demuitas espécies. →Reprodução assexuada A reprodução assexuada pode ocorrer de diversas formas. Uma forma comum de reprodução apresentada por organismos unicelulares, como as leveduras, é o brotamento, no qual ocorre o crescimento de um broto a partir da célula-mãe. Leveduras também podem reproduzir-se por divisão celular simples. Os mofos, ou bolores, bastante encontrados em alimentos em decomposição, produzem esporos assexuadamente, o que origina novos fungos. No entanto, muitas espécies também podem reproduzir-se sexuadamente. →Reprodução sexuada A reprodução sexuada ocorre em três etapas: plasmogamia, cariogamia e meiose. Plasmogamia: nessa etapa, ocorre a fusão do citoplasma de dois micélios. Como em muitas espécies os núcleos não se fundem imediatamente, os dois núcleos haplóides permanecem aos pares na célula. Esse micélio é denominado de dicariótico. Com o passar do tempo, esses núcleos passam a dividir-se sem que haja a fusão; Cariogamia: essa fase pode demorar horas e até mesmo anos. Aqui ocorre a fusão dos núcleos haplóides, o que forma células diplóides. No ciclo de vida dos fungos, apenas o zigoto é uma fase diplóide; Meiose: essa etapa é de extrema importância, pois restabelece a forma haplóide e origina esporos com maior variabilidade genética. 3-Entender os mecanismos de defesa frente a infecção viral e fúngica Imunidade contra fungos As infecções fúngicas, também chamadas de micoses, são importantes causas de morbidade e mortalidade em seres humanos. Algumas infecções fúngicas são endêmicas e estas infecções são normalmente causadas por fungos presentes no ambiente e cujos esporos penetram nos humanos. Outras infecções fúngicas são chamadas de oportunistas, pois os agentes causadores causam doenças brandas ou não manifestam doença em indivíduos sadios, mas podem infectar e causar doença grave em pessoas imunode�cientes. A imunidade comprometida é o fator predisponente mais importante para infecções fúngicas clinicamente signi�cativas. A de�ciência de neutró�los como um resultado da supressão ou de dano na medula óssea é frequentemente associada a tais infecções. Infecções por fungos oportunistas também estão associadas à imunode�ciência causada pelo HIV e à terapia para o câncer disseminado e rejeição ao transplante. Uma infecção fúngica oportunista grave associada à AIDS é a pneumonia por Pneumocystis jiroveci, mas muitos outros contribuem para a morbidade e mortalidade causadas pelas imunode�ciências. Diferentes fungos infectam os seres humanos e podem viver em tecidos extracelulares e dentro de fagócitos. Portanto, as respostas imunológicas a estes microrganismos são frequentemente combinações das respostas a bactérias extracelulares e intracelulares. No entanto, pouco se sabe sobre a imunidade antifúngica quando comparada à imunidade contra bactérias e vírus. Esta falta de conhecimento é em parte devido à escassez de modelos animais para micoses e em parte devido ao fato de que estas infecções ocorrem normalmente em indivíduos que são incapazes de oferecer resposta das imunológicas e�cazes. Imunidade Inata e Adaptativa contra Fungos Os principais mediadores da imunidade inata contra fungos são os neutró�los e macrófagos. Os pacientes com neutropenia são extremamente suscetíveis a infecções por fungos oportunistas. Os fagócitos e células dendríticas reconhecem os organismos fúngicos através dos TLRs e dos receptores do tipo lectina chamados dectinas (Cap. 4). Os neutró�los presumivelmente liberam substâncias fungicidas, tais como as espécies reativas de oxigênio e enzimas lisossomais e fagocitam os fungos para a morte intracelular. As cepas virulentas de Cryptococcus neoformans inibem a produção de citocinas, tais como o TNF e a IL-12 por macrófagos e estimulam a produção de IL-10, inibindo assim a ativação dos macrófagos. A imunidade celular é o principal mecanismo de imunidade adaptativa contra infecções fúngicas. Histoplasma capsulatum, um parasita intracelular facultativo que vive em macrófagos, é eliminado pelos mesmos mecanismos celulares que são e�cazes contra bactérias intracelulares. As células T CD4 + e CD8 + cooperam para eliminar a forma de levedura de C. neoformans, que tendem a colonizar os pulmões e o cérebro de hospedeiros imunode�cientes. Pneumocystis jiroveci é outro fungo que causa infecções graves em indivíduos com a imunidade celular defeituosa. Muitos fungos extracelulares provocam fortes reações TH17, impulsionadas em parte pela ativação de células dendríticas, pela ligação de glucanas fúngicas à dectina-1, um receptor para este polissacarídeo fúngico. As células dendríticas ativadas através deste receptor de lectina produzem citocinas indutoras de TH17, como IL-6 e IL-23 (Cap. 10). As células TH17 estimulam a in�amação e os neutró�los e monócitos recrutados destroem os fungos. Os indivíduos com respostas TH17 defeituosas são suscetíveis a infecções por Candida mucocutânea crônica. As respostas TH1 são protetoras em infecções fúngicas intracelulares, como a histoplasmose, mas estas respostas podem provocar a in�amação granulomatosa, que é uma importante causa de lesão tecidual no hospedeiro nessas infecções. Fungos também induzem respostas especí�cas de anticorpos que podem ser protetoras. Imunidade contra vírus Os vírus são os microrganismos intracelulares obrigatórios que utilizam os componentes do ácido nucleico e a maquinaria da síntese de proteínas do hospedeiro para se replicar e se espalhar. Os vírus tipicamente infectam diversos tipos de células, utilizando moléculas de superfície de células normais como receptores para entrar nas células. Depois de entrar nas células, os vírus podem causar lesão tecidual e doença por uma série de mecanismos. A replicação viral interfere na síntese de proteína e função de células normais e leva à lesão e por �m à morte da célula infectada. Este resultado é um tipo de efeito citopático do vírus e a infecção é dita lítica porque a célula infectada é lisada. Os vírus também podem causar infecções latentes, que serão discutidas mais tarde. Respostas imunes inatas e adaptativas contra os vírus têm como objetivo bloquear a infecção e eliminar as células infectadas (Fig. 16-7). A infecção é prevenida por interferons do tipo I como parte da imunidade inata e os anticorpos neutralizantes contribuem para a imunidade adaptativa. Uma vez que a infecção é estabelecida, as células infectadas são eliminadas pelas células NK na resposta inata e pelos CTL na resposta adaptativa. Figura 16-7 Respostas imunológicas inata e adaptativa contra vírus. A, cinética das respostas imunológicas inata e adaptativa para uma infecção viral. B, mecanismos pelos quais a imunidade inata e adaptativa preveni e erradica as infecções de vírus. A imunidade inata é mediada por interferons do tipo I, que impedem a infecção e pelas células NK, que eliminam as células infectadas. A imunidade adaptativa é mediada por anticorpos e pelos CTLs, que bloqueiam a infecção e destroem as células infectadas, respectivamente. Imunidade Inata contra Vírus Os principais mecanismos de imunidade inata contra os vírus são a inibição da infecção por interferons do tipo I e a destruição das células infectadas mediada pelas células NK. A infecção por diversos vírus está associada à produção de interferons tipo I por células infectadas, especialmente por células dendríticas do tipo plasmocitóide (Cap. 4). Várias vias bioquímicas desencadeiam a produção de interferon (Fig. 4-16). Estas vias incluem o reconhecimento de RNA e DNA viral pelos TLRs endossomais e ativação de receptores citoplasmáticos tipo RIG e da via de STING pelo RNA e DNA virais, respectivamente. Estas vias convergem para a ativação de proteínas quinases o que por sua vez ativa os fatores de transcrição de IRF que estimulam a transcrição do gene de interferon tipo I. Os interferons tipo I têm a função de inibir a replicação viral em ambas as células infectadas e não infectadas. Os mecanismos pelos quais os interferons bloqueiam a replicação viral foram discutidos no Capítulo 4(Fig. 4-17). As células NK destroem outras células infectadas por uma variedade de vírus e são um importante mecanismo de imunidade contra os vírus no início do curso da infecção, antes das respostas imunes adaptativas terem se desenvolvido. A expressão do de MHC de classe I é muitas vezes desligada nas células infectadas por vírus como um mecanismo de fuga dos CTLs. Isso permite que as células NK destruam as células infectadas porque a ausência da molécula de classe I libera as células NK de um estado normal de inibição (Fig. 4-7). Imunidade Adaptativa contra Vírus A imunidade adaptativa contra as infecções virais é mediada pelos anticorpos, que bloqueiam a ligação do vírus e entram nas células hospedeiras, e por CTLs, que eliminam a infecção matando as células infectadas (Fig. 16-7). Os anticorpos mais e�cazes são os anticorpos de alta a�nidade produzidos nas reações do centro germinativo dependente de célula T (Cap. 12). Os anticorpos são e�cazes contra os vírus apenas durante a fase extracelular das vidas desses microrganismos. Os vírus podem ser extracelulares no início do curso da infecção, antes que eles infectem as células hospedeiras, ou quando são liberados de células infectadas por vírus por brotamento ou se as células infectadas morrerem. Os anticorpos antivirais ligam-se ao envelope viral ou aos antígenos do capsídeo e funcionam principalmente como anticorpos neutralizantes para impedir a �xação e a entrada do vírus nas células hospedeiras. Assim, os anticorpos evitam tanto a infecção inicial quanto a disseminação célula a célula. Os anticorpos secretados do isotipo IgA são importantes para a neutralização dos vírus no trato respiratório e intestinal. A imunização oral contra o vírus da poliomielite funciona através da indução de imunidade das mucosas. Além da neutralização, os anticorpos podem opsonizar partículas virais e promover a sua depuração por fagócitos. A ativação do complemento também pode participar da imunidade viral mediada por anticorpos, principalmente através da promoção de fagocitose e possivelmente pela lise direta de vírus com envoltórios lipídicos. A importância da imunidade humoral na defesa contra infecções virais é sustentada pela observação de que a resistência a um vírus em particular, induzida por infecção ou pela vacinação, é muitas vezes especí�ca para o tipo sorológico de vírus (de�nido pelo anticorpo). Um exemplo é do vírus da in�uenza, em que a exposição a um tipo sorológico não confere resistência a outros sorotipos do vírus. Os anticorpos neutralizantes bloqueiam a infecção viral de células e a disseminação de vírus de célula a célula, mas uma vez que os vírus entram nas células e começam a replicar intracelularmente, eles se tornam inacessíveis aos anticorpos. Por isso, a imunidade humoral induzida por infecção ou vacinação prévia é capaz de proteger as pessoas contra a infecção viral, mas não pode, por si só, erradicar uma infecção estabelecida. A eliminação dos vírus que residem dentro das células é mediada por CTL, que matam as células infectadas. Conforme mencionamos nos capítulos anteriores, a principal função �siológica dos CTLs é a vigilância contra infecção viral. A maioria dos CTLs especí�cos para vírus são células T CD8 + que reconhecem peptídeos virais, citosólicos, geralmente sintetizados endogenamente e que são apresentados por moléculas de classe I do MHC. Se a célula infectada é uma célula de tecido e não uma célula apresentadora de antígenos pro�ssional (APC), tais como células dendríticas, a célula infectada pode ser fagocitada pelas células dendríticas, que processa os antígenos virais e os apresenta para as células T CD8 + imaturas. Descrevemos este processo de apresentação cruzada ou preparação cruzada no Capítulo 6 (Fig. 6-20). A diferenciação completa de CTLs CD8 + muitas vezes requer as citocinas produzidas pelas células T CD4 + auxiliares ou os coestimuladores expressos nas células infectadas (Cap. 11). Como discutido nos Capítulos 9 e 11, as células T CD8 + sofrem uma proliferação maciça durante a infecção viral e a maioria das células em proliferação são especí�cas para alguns peptídeos virais. Algumas das células T ativadas diferenciam-se em CTL efetores, que podem matar qualquer célula nucleada infectada. Os efeitos antivirais de CTLs são principalmente devidos à morte de células infectadas, mas outros mecanismos incluem a ativação de nucleases dentro de células infectadas que degradam genomas virais e a secreção de citocinas, tais como IFN-γ, que ativa fagócitos pode apresentar alguma atividade antiviral. A importância de CTLs na defesa contra as infecções virais é demonstrada pelo aumento da susceptibilidade a tais infecções observadas em pacientes e animais de�cientes em linfócitos T e pela observação experimental de que camundongos podem ser protegidos contra algumas infecções por vírus através da transferência adotiva de CTLs restritos de classe I, especí�cos para vírus. Além disso, muitos vírus são capazes de alterar seus antígenos de superfície, tais como as glicoproteínas do envelope, e assim escapar do ataque por anticorpos. No entanto, as células infectadas podem produzir algumas proteínas virais que são invariantes, de modo que a defesa mediada por CTLs continua a ser e�caz contra esses vírus. Em infecções latentes, o DNA viral persiste nas células do hospedeiro, mas o vírus não se replica ou destrói as células infectadas. A latência é frequentemente um estado de equilíbrio entre a infecção e a resposta imune. Os CTLs são produzidos em resposta ao vírus que pode controlar a infecção, mas não erradicá-la. Como resultado, o vírus persiste nas células infectadas, por vezes, durante toda a vida do indivíduo. Qualquer de�ciência na resposta imune do hospedeiro pode resultar na reativação da infecção latente, com a expressão de genes virais que são responsáveis pelos efeitos citopáticos e pela propagação do vírus. Estes efeitos citopáticos podem incluir a lise de células infectadas ou a proliferação descontrolada das células. Tais infecções latentes são comuns com o vírus de Epstein-Barr, e vários outros vírus de DNA da família dos herpesvírus. Em algumas infecções virais, a lesão no tecido pode ser causada por CTLs. Um modelo experimental de uma doença na qual a patologia é decorrente da resposta imune do hospedeiro é a infecção em camundongos pelo vírus da coriomeningite linfocítica (LCMV), que induz a in�amação das meninges da medula espinhal. O LCMV infecta as células meníngeas, mas isso não é citopático e não fere as células infectadas diretamente. O vírus estimula o desenvolvimento de CTLs especí�cos para vírus que destroem células meníngeas infectadas durante uma tentativa �siológica de erradicar a infecção. Portanto, a meningite se desenvolve em camundongos normais com sistemas imunológicos intactos, mas os camundongos de�cientes em células T não desenvolvem a doença e, em vez disso, tornam-se portadores do vírus. Esta observação parece contradizer a situação normal, na qual os indivíduos imunode�cientes são mais suscetíveis a doenças infecciosas do que os indivíduos normais. A infecção pelo vírus da hepatite B em humanos mostra algumas semelhanças com o LCMV murino em que pessoas imunode�cientes que foram infectadas não desenvolvem a doença, mas tornam-se portadores que podem transmitir a infecção para pessoas saudáveis. Os fígados de pacientes com hepatite ativa aguda e crônica contêm grandes números de células T CD8 + , e a hepatite especí�ca do vírus, CTLs de MHC restrito de classe I podem ser isolados a partir de espécimes da biópsia hepática propagadas in vitro. As respostas imunológicas a infecções virais podem estar envolvidas na produção de outras formas de doença. Uma consequência da infecção persistente com alguns vírus, como a hepatite B, é a formação de complexos imunes circulantes compostos de antígenos virais e anticorpos especí�cos (Cap. 19). Estes complexos são depositados nos vasos sanguíneos e levam à vasculite sistêmica. Algumas proteínas virais contêm sequências de aminoácidosque também estão presentes em alguns antígenos próprios. Foi postulado que, devido a este mimetismo molecular, a imunidade antiviral pode levar a respostas imunes contra auto antígenos. 4-Entender o período de incubação viral O período de incubação é o tempo requerido para a bactéria e/ou a resposta do hospedeiro para causar injúria su�ciente e causar desconforto ou interferir em funções essenciais. Período de incubação consiste no intervalo entre a data de contato com o vírus até o início dos sintomas. O período de incubação pode evoluir sem sintomas (assintomáticos) ou produzir sintomas precoces inespecí�cos como febre, dor de cabeça, dor no corpo ou calafrios, em um quadro denominado pródromo. Frequentemente a infecção viral é debelada pelas respostas inatas do hospedeiro, sem sintomas. Os sintomas da doença são causados por danos teciduais e os efeitos sistêmicos são causados pelo vírus e pela resposta imunológica do hospedeiro. Esses sintomas podem persistir durante a fase de convalescença, enquanto o corpo repara os danos. Geralmente, o indivíduo desenvolve uma memória imunológica que confere proteção futura contra uma segunda infecção por esse mesmo vírus. 5-Entender doenças oportunistas Uma infecção oportunista é aquela causada por um organismo capaz de causar doença apenas em um hospedeiro cuja resistência é reduzida por outras doenças ou drogas. • Para se ter uma infecção oportunista deve-se ter; o CD4 < 200 cels/mm³; o Presença do agente infeccioso. “Interação entre a virulência do organismo e o grau de imunode�ciência.” Obs.: Organismos mais virulentos podem causar doenças em contagens mais elevadas de CD4. • A depender do grau de de�ciência imunológica, pode haver mais de uma IO; • Manifestações da doença podem diferir em pacientes com HIV+ com base no grau de imunossupressão Uma infecção oportunista é uma infecção causada por micro-organismos que se aproveitam da debilidade das defesas do organismo para causar dano. Infecções oportunistas ocorrem em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, permitindo que tais organismos causem uma infecção generalizada. O que são infecções oportunistas? Infecções oportunistas são infecções causadas por microrganismos que comumente estão presentes no corpo sem causar problemas, mas que se aproveitam da debilidade ocasional das defesas do organismo para causar dano. Quais são as causas das infecções oportunistas? As infecções oportunistas ocorrem principalmente em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, permitindo que microrganismos que vivem normalmente no corpo sem causar doenças causem uma infecção generalizada. O sistema imunológico de uma pessoa pode estar debilitado por várias razões. As duas principais e mais incisivas são a contaminação pelo HIV e pessoas recebendo quimioterapia. Outras razões podem ser um estado de debilidade física, ansiedade, depressão e uso de certos medicamentos. Qual é o mecanismo �siológico das infecções oportunistas? Normalmente todas as pessoas carregam no corpo muitas bactérias, protozoários, fungos e vírus patógenos, mas que não causam doenças porque esses germes são controlados pelo sistema imunológico. No entanto, se a infecção for muito massiva ou o sistema imune estiver enfraquecido pelo HIV ou por outra condição qualquer, esses germes podem �car fora de controle e causar doenças, chamadas de infecções oportunistas. Essas infecções costumam ser muito graves e de difícil tratamento, e podem mesmo ser letais. Quais são as principais características clínicas das infecções oportunistas? As principais infecções oportunistas são: ● Infecções causadas por vírus Herpes simplex: uma infecção viral que pode causar lesões nos lábios, boca, face e órgãos genitais. Em pessoas saudáveis, essas infecções são bastante comuns e sem gravidade, mas se a pessoa estiver contaminada pelo HIV, podem ser muito mais frequentes e graves. ● Infecções causadas por Salmonella: infecção bacteriana que afeta os intestinos e causa, entre outros sintomas, diarreia grave. ● Infecções por Cândida albicans (candidíase): pode atingir a boca, a garganta, esôfago e órgãos genitais. ● Infecções pelo Toxoplasma gondii (toxoplasmose): infecção protozoária que, no paciente imunodeprimido, pode ocorrer principalmente no cérebro e, menos frequentemente, na retina, miocárdio e pulmões. As lesões podem ser fatais. ● Infecções pelo Citomegalovírus (CMV): infecção viral que causa doença ocular e pode levar à cegueira. ● Infecção pelo Plasmodium (malária): sem complicações já é uma infecção grave, mas torna-se muito mais comum e mais grave em pessoas com infecção pelo HIV. ● Infecções pelo Mycobacterium avium: infecção bacteriana que pode causar febres recorrentes, problemas intestinais, problemas com a digestão e grave perda de peso. ● Infecção pelo Pneumocystis (pneumonia): é uma infecção fúngica que pode causar uma pneumonia fatal. ● Infecção pelo Mycobacterium tuberculosis (tuberculose): infecção bacteriana que ataca os pulmões e pode causar meningite. 6-Explicar imunode�ciência e seus tipos Imunode�ciência é quando o sistema imunológico do corpo está de alguma forma prejudicado. Não funciona como deveria, o que signi�ca que as pessoas com essa condição são muito mais vulneráveis a infecções virais, bacterianas e/ou fúngicas. Esta condição é normalmente dividida em duas categorias chamadas primária/congênita ou adquirida, e qualquer condição que cause imunode�ciência pode funcionar de diferentes maneiras, de modo que diferentes aspectos da imunidade são de�cientes. https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/743342/infeccao+pelo+hiv+o+que+precisamos+saber.htm https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/345234/quimioterapia+o+que+e+quem+deve+fazer+como+agem+as+medicacoes.htm https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/220225/transtorno+de+ansiedade+generalizada+o+que+e.htm https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/324185/depressao+maior+ou+transtorno+depressivo+reativo.htm https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/519847/o+que+sao+bacterias+onde+elas+vivem+o+que+elas+podem+causar+aos+seres+humanos+elas+podem+ser+uteis+o+que+e+um+antibiograma.htm https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/526509/fungos+como+sao+eles+podem+causar+doencas+como+evita+las.htm https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/520097/o+que+sao+virus+quais+sao+as+principais+doencas+que+eles+causam+como+evitar+uma+infeccao+viral.htm https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/181810/herpes+simples+o+que+e.htm https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/181810/herpes+simples+o+que+e.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/341249/herpes+genital+o+que+e+como+evitar+existe+tratamento.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/341249/herpes+genital+o+que+e+como+evitar+existe+tratamento.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/350239/diarreia+intensa+pode+ser+salmonelose.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/535159/candidiase+o+que+e+quais+as+causas+e+os+sintomas+como+e+o+tratamento+e+a+prevencao.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/818469/tratamento+da+toxoplasmose.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1299543/citomegalovirus+o+que+sente+uma+pessoa+infectada+pelo+citomegalovirus+tem+como+evitar.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/310720/conhecendo+a+malaria.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/743342/infeccao+pelo+hiv+o+que+precisamos+saber.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/750757/pneumocistose+uma+infeccao+oportunista+que+pode+causar+problemas+em+imunocomprometidos.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1316928/tuberculose+tratando+direito+tem+cura.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/244985/tuberculose+pulmonar+voce+conhece.htm https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/245080/meningites+causas+sintomas+diagnostico+tratamento+e+prevencao.htm Algumas doenças ou estados adquiridos que resultam em um sistema prejudicado são extremamentegraves e outros apenas resultam em menor comprometimento, de modo que, com uma pequena quantidade de intervenção, a vida permanece relativamente normal. A integridade do sistema imune é essencial para a defesa contra organismos infecciosos e seus produtos tóxicos e, portanto, para a sobrevivência de todos os indivíduos. Defeitos em um ou mais componentes do sistema imune podem desencadear distúrbios graves e muitas vezes fatais, que são chamados conjuntamente de imunode�ciências. Estas doenças são amplamente classi�cadas em dois grupos. As imunode�ciências congênitas ou primárias são defeitos genéticos que resultam no aumento da susceptibilidade à infecção, que frequentemente se manifesta na infância e início da adolescência, mas às vezes é clinicamente detectada mais tarde na vida. Estima-se que nos Estados Unidos, cerca de 1 em cada 500 indivíduos nasce com um defeito em algum componente do sistema imune, embora apenas uma pequena proporção seja afetada de forma grave o su�ciente para desenvolver complicações com risco de vida. As imunode�ciências adquiridas, ou secundárias, não são doenças hereditárias, mas ocorrem como consequência de desnutrição, câncer disseminado, tratamento com fármacos imunossupressores ou infecção das células do sistema imune, especialmente pelo vírus da imunode�ciência humana (HIV), agente etiológico da síndrome da imunode�ciência adquirida (AIDS). Visão geral das doenças por imunode�ciências Antes de iniciar a discussão sobre as doenças individualmente, é importante resumir algumas características gerais das imunode�ciências. • A principal consequência da imunode�ciência é o aumento da susceptibilidade à infecção. A natureza da infecção em um determinado paciente depende em grande parte do componente do sistema imune que está defeituoso (Tabela 21-1). A imunidade humoral defeituosa normalmente desencadeia o aumento da susceptibilidade à infecção por bactérias encapsuladas, formadoras de pus e alguns vírus, enquanto os defeitos na imunidade mediada por célula levam à infecção por vírus e outros microrganismos intracelulares. As de�ciências combinadas, tanto da imunidade humoral como da mediada por células, tornam os pacientes susceptíveis à infecção por todas as classes de microrganismos. Pacientes imunode�cientes, especialmente aqueles com defeitos na imunidade celular, geralmente apresentam infecções por microrganismos comumente encontrados, mas que são e�cientemente eliminadas nas pessoas saudáveis; tais infecções são chamadas de oportunistas. Defeitos na imunidade inata podem resultar em diferentes categorias de infecções microbianas, dependendo da via ou do tipo de células afetadas. Por exemplo, as de�ciências do complemento e as de�ciências de anticorpos assemelham-se na sua apresentação clínica, enquanto as de�ciências das células natural killer (NK) resultam principalmente em infecções virais recorrentes. Há evidências crescentes de que adultos com infecções recorrentes ou graves, muitas vezes, apresentam mutações em genes que regulam a função imunológica. A disponibilidade de novas abordagens de sequenciamento de DNA rápido e e�ciente tem melhorado exponencialmente a capacidade de identi�car o lócus genético especí�co que, quando mutado, confere suscetibilidade aos patógenos. • Pacientes com imunode�ciências também são suscetíveis a certos tipos de câncer. • Paradoxalmente, algumas imunode�ciências estão associadas a maior incidência de autoimunidade. • A Imunode�ciência pode ser resultado de defeitos do desenvolvimento ou da ativação dos linfócitos ou de defeitos nos mecanismos efetores da imunidade inata e adaptativa. Imunode�ciências congênitas (primárias) Em diferentes imunode�ciências congênitas, a anormalidade etiológica pode estar em componentes do sistema inato, em diferentes estágios de desenvolvimento dos linfócitos ou nas respostas dos linfócitos maduros aos estímulos antigênicos. As anormalidades herdadas relacionadas à imunidade inata mais comumente envolvem a via do complemento ou os fagócitos. Anormalidades no desenvolvimento dos linfócitos podem ser causadas por mutações em genes que codi�cam enzimas, proteínas de transporte, adaptadores e fatores de transcrição. Estes defeitos hereditários e as anomalias correspondentes especí�cas em camundongos foram úteis na elucidação de mecanismos de desenvolvimento dos linfócitos e sua função (Cap. 8). Anormalidades no desenvolvimento e na função dos linfócitos B resultam na produção de anticorpos de�ciente e são diagnosticadas pelos níveis reduzidos de imunoglobulina (Ig) sérica, respostas defeituosas dos anticorpos à vacinação e, em alguns casos, números reduzidos de células B circulantes ou tecidos linfóides ou ausência de plasmócitos nos tecidos (Tabela 21-1). Anormalidades na maturação e na função dos linfócitos T levam à imunidade mediada por células de�ciente e também podem resultar na redução da produção de anticorpos dependentes de células T. Imunode�ciências das células T primárias são diagnosticadas através da redução do número de células T no sangue periférico, baixa resposta proliferativa de linfócitos sanguíneos a ativadores de células T policlonais, como �to-hemaglutinina, e reações de hipersensibilidade cutânea retardada (DTH) de�ciente antígenos microbianos ubíquos, como antígenos de Candida. Defeitos tanto na imunidade humoral como na imunidade mediada por células são classi�cadas como imunode�ciências combinadas graves. Nas seções seguintes descreveremos as imunode�ciências causadas por mutações hereditárias nos genes que codi�cam componentes do sistema imune inato ou em genes necessários para o desenvolvimento e ativação de linfócitos. Concluiremos com uma breve discussão sobre estratégias terapêuticas para estas doenças. Imunode�ciência Primária (ou congênita): Determinada geneticamente, pode ocorrer de modo isolado ou como parte de alguma síndrome. Elas se manifestam tipicamente na infância por infecções anormalmente frequentes (recorrentes) ou incomuns. As síndromes de imunode�ciência primária são imunode�ciências geneticamente determinadas com defeitos imunitários e não imunitários. As manifestações não imunitárias são reconhecidas mais facilmente do que as de imunode�ciências. Exemplos são ataxia-telangiectasia, hipoplasia da cartilagem e pilosa, síndrome de DiGeorge, síndrome de hiper-IgE e síndrome de Wiskott-Aldrich. Apesar de ter alguma imunode�ciência, alguns pacientes também apresentam doenças autoimunes. Em geral, as imunode�ciências se manifestam pelo aparecimento de infecções recorrentes. A idade em que as infecções recorrentes começaram fornece uma pista quanto ao componente do sistema imunitário que é afetado. Outros achados clínicos característicos auxiliam no diagnóstico clínico. Mas testes são necessários para con�rmar o diagnóstico de imunode�ciência. Se os achados clínicos ou os testes iniciais sugerirem um distúrbio especí�co das células imunitárias ou das funções do sistema complemento, indicam-se exames laboratoriais especí�cos e avançados para imunode�ciências. ● Imunode�ciências humorais: são defeitos nas células B que causam de�ciências de anticorpos que somam 50 a 60% das imunode�ciências primárias. Os títulos séricos de anticorpos diminuem, predispondo a infecções bacterianas. O distúrbio mais comum de células B é a de�ciência seletiva de IgA. ● Imunode�ciências celulares: defeitos nas células T, representam cerca de 5 a 10% das imunode�ciências primárias e predispõe a infecções por vírus, Pneumocystis jirovecii, fungos, outros microrganismos oportunistas e alguns patógenos mais comuns. Esses distúrbios também causam de�ciências de Ig porque o sistema imunitário das células B e T são interdependentes. Os distúrbios de células T mais comuns são: Síndrome de DiGeorge; De�ciência associada à proteína Zeta 70 (ZAP-70); Síndrome linfoproliferativa ligada ao X; Candidíase mucocutânea crônica. Os defeitos primários das células NK, que são muito raros, podem predispor a infecções virais e tumores. Defeitos secundários das células NK podem ocorrerem pacientes com várias outras imunode�ciências primárias ou secundárias. ● Imunode�ciências humoral e celular combinadas: defeitos nas células B e T, são responsáveis por cerca de 20% das imunode�ciências primárias. A forma mais importante é: Imunode�ciência combinada grave (IDCG). Em algumas formas de imunode�ciência combinada (p. ex., de�ciência de purina nucleosídeo fosforilase), os níveis de Ig são normais ou elevados, mas em razão da atividade de�ciente da célula T ocorre diminuição da formação de anticorpos. ● Defeitos de fagócitos: defeito de células fagocíticas representam cerca de 10 a 15% das imunode�ciências primárias e comprometem a capacidade fagocitária (monócitos, macrófagos e granulócitos, como os neutró�los e os eosinó�los) de destruição dos patógenos. São características as infecções cutâneas por Staphylococcus e bactérias Gram-negativas. Os defeitos de células fagocíticas mais comuns (embora ainda raros) são: Doença granulomatosa crônica; De�ciência de adesão dos leucócitos (tipos 1 e 2); Neutropenia cíclica; Síndrome de Chédiak-Higashi. ● De�ciências de complemento: são raras (≤ 2%), englobam as de�ciências isoladas de componentes ou os inibidores do complemento e podem ser hereditárias ou adquiridas. As de�ciências hereditárias são autossômicas recessivas, exceto nas de�ciências do inibidor de C1, que são autossômicas dominantes, e da properdina, ligada ao X. Essas de�ciências resultam em opsonização defeituosa, fagocitose e lise de patógenos, além de prejudicarem a depuração de imunocomplexos. As consequências mais sérias são: Infecção recorrente, que ocorre por causa da opsonização defeituosa; Doenças autoimunes (p. ex., lúpus eritematoso sistêmico, glomerulonefrite), que ocorrem por causa da depuração defeituosa de complexos antígeno-anticorpo. Uma de�ciência em uma proteína reguladora do complemento causa o angioedema hereditário. ○De�ciências de complemento podem comprometer as vias clássica e/ou alternativa do sistema de complemento. A via alternativa compartilha C3 e C5 até C9 com a via clássica, mas tem componentes adicionais: fator D, fator B, properdina (P) e fatores regulatórios H e I. Imunode�ciências adquiridas (secundárias) As de�ciências do sistema imunológico, muitas vezes se desenvolvem devido a normalidades que não são genéticas, mas adquiridas durante a vida (Tabela 21-6). Doenças de imunode�ciência adquirida são causadas por diversos mecanismos patogênicos. Em primeiro lugar, a imunossupressão pode ocorrer como uma complicação biológica de outro processo de doença. Em segundo lugar, as chamadas imunode�ciências iatrogênicas podem se desenvolver como complicações do tratamento de outras doenças. Em terceiro lugar, a imunode�ciência pode ser adquirida por uma infecção que depleta as células do sistema imune. A mais importante delas é a infecção pelo HIV. Doenças nas quais a imunode�ciência é um elemento complicador frequente incluem desnutrição, neoplasias e infecções. A desnutrição proteico calórica é comum nos países em desenvolvimento e está associada à imunidade celular e humoral diminuída contra microrganismos. Grande parte da morbidade e mortalidade que atingem as pessoas desnutridas deve-se a infecções. A base para a imunode�ciência não está bem de�nida, mas é razoável presumir que os distúrbios metabólicos globais nestes indivíduos, causados pela ingestão de�ciente de proteína, gordura, vitaminas, minerais afeta de forma adversa a maturação e a função das células do sistema imune. Os pacientes com câncer generalizado avançado, geralmente, são suscetíveis à infecção por causa do comprometimento da resposta imune celular e humoral contra vários organismos. Tumores da medula óssea, incluindo os cânceres metastáticos para a medula óssea e as leucemias que se desenvolvem na medula, podem interferir no crescimento e desenvolvimento dos linfócitos e outros leucócitos. Além disso, os tumores podem produzir substâncias que interferem no desenvolvimento ou na função dos linfócitos. Um exemplo de imunode�ciência associada à malignidade é o comprometimento da função das células T, normalmente observada em pacientes com um tipo de linfoma chamado de doença de Hodgkin. Os pacientes são incapazes de produzir reações DTH à injeção intradérmica de vários antígenos comuns aos quais foram previamente expostos, como Candida ou o toxóide tetânico. Outras medidas in vitro da função das células T, como a resposta proliferativa a ativadores policlonais, também são defeituosas nos pacientes com doença de Hodgkin. Esta de�ciência generalizada nas respostas imunes mediadas por células tem sido chamada de anergia. A causa destas anormalidades das células T é desconhecida. Vários tipos de infecções levam à imunossupressão. Alguns vírus, além do HIV, são conhecidos por prejudicar as respostas imunes; exemplos deles incluem o vírus do sarampo e o vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1). Ambos os vírus podem infectar os linfócitos, o que pode ser a base para os seus efeitos imunossupressores. Tal como o HIV, ou HTLV-1 é um retrovírus com tropismo para as células T CD4 + ; no entanto, em vez de matar as células T auxiliares, ele as transforma e produz uma neoplasia maligna agressiva chamada de leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL). Os pacientes com ATL normalmente desenvolvem uma imunossupressão grave, com múltiplas infecções oportunistas. Infecções crônicas por Mycobacterium tuberculosis e vários fungos frequentemente resultam em anergia para muitos antígenos. Infecções parasitárias crônicas também podem levar à imunossupressão. Por exemplo, as crianças africanas com malária crônica apresentam depressão em função das células T, e isso pode ser uma razão pela qual estas crianças têm maior propensão a desenvolver tumores malignos associados ao EBV. A imunossupressão iatrogênica é mais frequentemente causada por terapias com fármacos que eliminam linfócitos ou os inativam funcionalmente. Alguns fármacos são administrados intencionalmente para imunossuprimir os pacientes, seja para o tratamento de doenças in�amatórias ou para evitar a rejeição de aloenxertos de órgãos. Os medicamentos anti-in�amatórios e imunossupressores mais comumente utilizados são os corticosteróides e a ciclosporina, respectivamente, mas atualmente muitos outros estão sendo amplamente utilizados (Caps. 17 e 19). Vários fármacos hemoterápicos são administrados a pacientes com câncer, e esses medicamentos geralmente são citotóxicos para proliferação de células, incluindo linfócitos maduros e em desenvolvimento, bem como para outros precursores de leucócitos. Assim, a quimioterapia para o câncer é quase sempre acompanhada por um período de imunossupressão e risco de infecção. A imunossupressão iatrogênica e os tumores que envolvem a medula óssea são as causas mais comuns de imunode�ciência nos países desenvolvidos. Uma outra forma de imunode�ciência adquirida é causada pela ausência do baço, que pode acontecer por remoção cirúrgica do órgão após um trauma, bem como pelo tratamento de certas doenças hematológicas, ou por infarto na doença das células falciformes. Pacientes sem baço são mais susceptíveis a infecção por alguns organismos, especialmente bactérias encapsuladas, como Streptococcus pneumoniae. Esta susceptibilidade aumentada deve-se, em parte, ao defeito na eliminação fagocitária de microrganismos opsonizados transmissíveis pelo sangue, uma importante função �siológica do baço, e em parte, deve-se às respostas de anticorpos defeituosas resultantes da ausência de células B da zona marginal. Imunode�ciência Secundária (ou adquirida): As causas são: Doenças sistêmicas (p. ex., diabetes, desnutrição, infecção pelo HIV), Tratamentos imunossupressores (p. ex., quimioterapia citotóxica, ablação da medula óssea antes de transplante, radioterapia), Doença grave prolongada, etc. Também ocorrem em pacientes com doenças graves, idosos, ou hospitalizados. As doenças graves prolongadas podem deprimir a resposta imunitária; esse efeito prejudicial pode ser reversível, se a doençase resolver. A imunode�ciência pode resultar da perda de proteínas séricas (particularmente IgG e albumina) por causa de: Rins na síndrome nefrótica, Pele em queimaduras graves ou dermatites, Trato Gl na enteropatia. As enteropatias também podem causar perda de linfócitos, resultando em linfopenia (linfocitopenia). O tratamento é direcionado à doença de base; p. ex., uma alimentação rica em triglicerídeos de cadeia média pode diminuir a perda de imunoglobulinas (lg) e de linfócitos do trato gastrointestinal e ser muito bené�ca. Se houver suspeita clínica de imunode�ciência secundária, os testes devem ter como objetivo o diagnóstico dessa doença (p. ex, diabetes, infecção por HIV, �brose cística, discinesia ciliar primária). 7-Citar exames relacionados a imunode�ciência De uma forma geral, na investigação de um quadro suspeito de IDP, os seguintes exames podem ser solicitados: hemograma completo, dosagem das imunoglobulinas (pois as imunode�ciências humorais são mais comuns, quando comparadas às demais IDPs), radiogra�a do cavum e tórax, teste cutâneo de hipersensibilidade tardia, teste de dihidrorodamina, dosagem de CH50 (complemento total) e sorologia para HIV. Na suspeita de imunode�ciência humoral, os seguintes exames estão indicados: dosagem de imunoglobulinas (IgG, IgA, IgE e IgM) (quadro 1), isoaglutininas, contagem de células B (CD19/20, por citometria de �uxo) e resposta vacinal a pneumococo e tétano. ● Hemograma completo: mede a quantidade de leucócitos e hemoglobina, com base em uma amostra de sangue, para con�rmar uma infecção ou um caso de anemia. Os leucócitos são as células brancas do sangue e, nesse grupo, estão os linfócitos e neutró�los, células muito importantes para o sistema imunológico. Se estiverem em baixa quantidade, facilitam as infecções. A Neutropenia (contagem total de neutró�los < 1.200 células/pl) pode ser congênita ou cíclica, ou ser constatada em casos de anemia aplásica. A linfopenia (linfócitos < 2000/pl ao nascimento, < 4500/µl na idade de 9 meses ou 1000/μl em crianças maiores ou em adultos) sugere um distúrbio de células T, pois 70% dos linfócitos circulantes são células T. A leucocitose que persiste entre episódios de infecções pode estar relacionada com a de�ciência de adesão dos leucócitos. A plaquetopenia em crianças do sexo masculino sugere síndrome de Wiskott-Aldrich. A anemia pode estar relacionada com a anemia da doença crônica ou a anemia hemolítica autoimune, que pode ocorrer na CVID e em outras imunode�ciências. ● Imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA, IgE) e as subclasses de IgG (1, 2, 3 e 4). ● Linfócitos T e B; ● Exame complemento: (C3, C4 e CH50) são feitos para veri�car o que está provocando infecções e alterações na atividade autoimune; ● Respostas vacinais; ● Títulos de anticorpos ● Exame de triagem neonatal TREC e KREC. ● Exames para avaliação de fagocitos como dihidrorodamina ● Testes de pele a maioria dos adultos e crianças imunocompetentes reagem a 0,1 mL do extrato de Candida albicans (1:100 para lactentes, 1:1.000 para crianças maiores e adultos) injetado por via intradérmica. A reatividade positiva, de�nida por um eritema é uma pápula com 5 mm após 24. 48 e 72 h. exclui a possibilidade de um distúrbio de células TA ausência de resposta não con�rma a imunode�ciência em pacientes que não foram anteriormente expostos à Candida TESTE CUTÂNEO DE HIPERSENSIBILIDADE TARDIA ● Radiogra�a de tórax pode ser útil em algumas crianças; a ausência de imagem do timo pode ser um sinal de de�ciência de células T, principalmente se a imagem for obtida antes do aparecimento de infecção ou de outro estresse que possa impedir o crescimento do timo laterais da faringe podem mostrar a ausência da tonsila faríngea (adenóide) 8-Entender o porque é solicitado a contagem de linfócitos T CD4 Em geral, esse exame é usado para avaliar a função do sistema imunológico em pessoas com diagnóstico de infecção pelo HIV. Ocasionalmente pode ser usado com outros problemas. O exame é feito logo após o diagnóstico de infecção pelo HIV, para avaliar o estado basal do sistema imunológico, entre duas a quatro semanas após o início do tratamento antiviral e depois a cada três a quatro meses. O exame determina a quantidade no sangue de linfócitos com marcadores de superfície chamados CD4 e CD8. São tipos de leucócitos que têm funções importantes no sistema imunológico. Formam-se no timo, nos linfonodos e no baço e circulam na corrente sanguínea. Os linfócitos CD4 são também chamados linfócitos “helper” ou auxiliares. Têm um papel importante na identi�cação, no ataque e na destruição de bactérias, fungos e vírus que invadem o corpo. Os linfócitos CD4 são o principal alvo do HIV. Ele se liga à superfície dessas células e as penetra e/ou se replica (produz cópias de si mesmo) imediatamente, destruindo-as, ou permanece em repouso, adiando a replicação. O número de linfócitos CD4 circulantes diminui com o aumento da infecção. Essa diminuição progressiva pode durar anos até o aparecimento dos sintomas associados à AIDS. O tratamento reduz a quantidade de vírus no corpo e retarda a queda dos linfócitos CD4. Os linfócitos CD8, também chamados supressores ou citotóxicos, participam da identi�cação e da destruição de células infectadas por vírus ou afetadas por câncer. Produzem substâncias que di�cultam a replicação do HIV. Esses exames determinam a quantidade de linfócitos CD4 e CD8 no sangue, para avaliar o estado do sistema imunológico em pessoas infectadas pelo HIV. Em geral, são feitos em conjunto com a carga viral do HIV. Com o progresso da doença, o número de linfócitos CD4 diminui. Essa diminuição pode ser expressa em números absolutos ou em relação ao total de linfócitos, como uma percentagem, ou como uma relação entre linfócitos CD4 e CD8. A contagem de linfócitos CD4 e CD8 é usada com maior frequência para monitorar o progresso da infecção pelo HIV, mas pode ser usada em outras ocasiões, como em linfomas e transplantes de órgãos.