Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

TUTORIA 3
1-De�nir e caracterizar vírus e fungos
PROPRIEDADES GERAIS DOS VÍRUS
Vírus são estruturas acelulares, com ciclo de
replicação exclusivamente intracelular, sem
metabolismo ativo fora da célula hospedeira. Ele
necessita do maquinário biossintético de uma célula
hospedeira, que pode ser eucariótica ou procariótica,
para que ele consiga se propagar ou replicar.
• Não podem ser visualizados com microscopia
óptica. É necessário microscopia eletrônica.
• Requerem metabolismo celular ativo para sua
replicação;
• São incapazes de replicação fora da célula
hospedeira;
• Apresentam tropismo (AFINIDADE) : o vírus
possui tropismo por determinados tipos de células
que sejam suscetíveis e permissíveis a eles.
• Genoma DNA ou RNA, nunca ambos;
• Proteínas ou glicoproteínas – Glico Lipoproteína,
fazendo parte do capsídeo e do envelope, quando
presente.
• Quando entram em uma célula hospedeira,
possuem uma replicação logarítmica na base 10.
Vírus
São estruturas intracelulares obrigatórias capazes de
infectar todas as formas de vida e que não se replicam
individualmente, são especí�cas e podem sofrer
mutações.
Características
Os vírus são acelulares, caracterizados como uma
proteínas constituída por ácidos nucleicos, precisam
estar dentro de uma célula para se replicar, o meio de
cultura não pode ser arti�cial, é constituído por
apenas um tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA)
que pode ser haploide ou diploide, �ta simples ou
�ta dupla, circular ou linear, polaridade pode ser
positiva ou negativa.
Hipótese de origem viral
Regressiva: diz que o vírus tem origem em células.
Células pequenas teriam infectado células maiores,
essas células menores perdem a sua capacidade de
metabolizar, passando a depender da maquinaria de
células terceiras.
Escape: a partir de uma célula comum teria ocorrido
o escape de componentes celulares (genes que
codi�cam proteínas) e teriam se tornado agentes
infecciosos.
Coevolução: vírus e células se desenvolveram ao
mesmo tempo e evoluíram de forma independente.
Transmissão
Horizontal: vírus transmitido de um indivíduo para
o outro ou vetorial que é o vírus transmitido através
de vetores, como vírus da dengue, por exemplo.
Vertical: transmissão materna para o bebê através da
gestação, parto ou amamentação.
Estrutura viral
Vírus envelopado (fusão):
O vírus vai invadir a célula alvo, há uma fusão,
processo em que há a união do envelope do vírus
com a membrana da célula alvo, essa interação causa
uma mudança na conformação da membrana
plasmática e, assim, o capsídeo do vírus é liberado no
citoplasma da célula alvo, dando início ao processo
de replicação e criação de novos vírus.
Vírus não envelopado (endocitose)
As partículas virais vão interagir com os receptores
da membrana da célula hospedeira, essa interação
desencadeia uma sinalização celular que modi�ca a
estrutura da membrana fazendo com que ocorra um
processo de endocitose
Capsídeo
Composto por subunidades proteicas responsáveis
por marcar a rigidez e estabilidade do vírus fora da
célula e facilitar a liberação do ácido nucleico dentro
da célula.
Organização do genoma viral
Os vírus apresentam genoma de tamanho reduzido,
esse fator desencadeia uma maior e�ciência na síntese
dos conteúdos.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS
Os vírus foram primeiramente descritos como
“agentes in�ltráveis”. Seu pequeno tamanho
permite-lhes passar através de �ltros projetados para
reter bactérias. Aos vírus, falta a capacidade de gerar
energia ou substratos e de fazer suas próprias
proteínas, além de não terem a capacidade de replicar
seu genoma independentemente da célula do
hospedeiro. Dessa forma, não há metabolismo ativo
fora da célula hospedeira. Por conta disso,
diferentemente da maioria das bactérias, dos fungos
e dos parasitas, os vírus são agentes infecciosos
conhecidos como parasitas intracelulares
obrigatórios.
Os vírus mais simples consistem em um genoma de
ácido desoxirribonucleico (DNA) ou ácido
ribonucleico (RNA) empacotado em um envoltório
protetor de proteína e, em alguns vírus, em uma
membrana. A função básica do vírion (partícula do
vírus) é carregar o genoma viral para dentro da
célula, a �m de ser replicado e ampli�cado.
2. MORFOLOGIA VIRAL
Os vírus clinicamente importantes variam de 18 a
300 nm. Estes últimos são quase visíveis em
microscópio óptico e têm aproximadamente um
quarto do tamanho das bactérias esta�locócicas.
A arquitetura dos vírus ou sua simetria é
de�nida pela forma e pela composição das
subunidades protéicas que compõem o capsídeo,
assim como as interações dessas proteínas com o
ácido nucleico viral.
Ao contrário das células procarióticas e
eucarióticas nas quais o DNA é sempre o
material genético principal (o RNA tem um
papel auxiliar), os vírus podem possuir tanto
DNA como RNA, mas nunca
ambos. O ácido nucleico dos vírus pode ser de
�ta simples ou dupla. Assim, existem vírus que
apresentam o familiar DNA de dupla-�ta, DNA
de �ta simples, RNA de dupla-�ta e RNA de �ta
simples. Dependendo do vírus, o ácido nucléico pode
ser linear ou circular, e há alguns em que ele é
segmentado.
A camada externa do vírion é o capsídeo ou
envelope. Essas estruturas são o pacote, a proteção e o
veículo de liberação durante a transmissão do vírus
de um hospedeiro para outro e para a dispersão para
a célula-alvo dentro do hospedeiro. As estruturas da
superfície do capsídeo e do envelope que medeiam a
interação do vírus com a célula-alvo por meio de
uma proteína de �xação viral (VAP).
O capsídeo é uma estrutura rígida capaz de resistir a
severas condições ambientais. Os vírus com capsídeos
sem cobertura são geralmente resistentes ao
ressecamento, ao ácido e a detergentes, incluindo o
ácido e a bile do trato gastrointestinal. Muitos desses
vírus são transmitidos pela rota fecal-oral e podem
preservar a capacidade de transmissão mesmo no
esgoto.
Os vírus cujos capsídeos não são envoltos por um
envelope são conhecidos como vírus não
envelopados, “nus” ou “descobertos”. Nesse caso,
o capsídeo protege o ácido nucleico viral do
ataque das nucleases presentes nos �uidos
biológicos e promove a ligação da partícula às
células suscetíveis.
Cada capsídeo é composto de subunidades
protéicas, denominadas capsômeros. Em alguns
vírus, as proteínas que compõem os capsômeros
são de um único tipo; em outros, vários tipos de
proteínas podem estar presentes. Em geral, os
capsômeros são visíveis nas microgra�as
eletrônicas e sua organização é característica para
cada tipo de vírus.
Por outro lado, o envelope é uma membrana
composta de lipídios, proteínas e glicoproteínas,
que pode ser mantida apenas em soluções aquosas.
É prontamente rompida por ressecamento,
condições ácidas, detergentes e solventes, tais
como éter, o que resulta na inativação do vírus.
Como consequência, vírus envelopados devem
permanecer úmidos e são geralmente transmitidos
em �uidos, sangue e tecidos. A maioria não pode
sobreviver às condições severas do trato
gastrointestinal.
Dependendo do vírus, os envelopes podem ou não
apresentar espículas, constituídas por complexos
carboidratos – proteína que se projetam da
superfície do envelope. Alguns vírus se ligam à
superfície da célula hospedeira através das espículas,
que são características tão marcantes de alguns vírus
que podem ser utilizadas para a sua identi�cação.
A aquisição do envelope é realizada por um processo
denominada brotamento, e requer primeiramente o
direcionamento das espículas para uma membrana
celular (local de brotamento) e, posteriormente,
ocorre a interação entre proteínas virais
intracitoplasmáticas com essas proteínas virais
inseridas na membrana celular.
Características gerais
• Reino Fungi
• Possuem células eucarióticas, diferenciando da dos
animais por algumas especi�cidades da membrana
plasmática e parede celular.
• Uni ou pluricelulares
• Respiração: A maioria apresenta a respiração
aeróbia, mas alguns são anaeróbios ou anaeróbios
facultativos.
• Metabolismo: Heterotró�co, se alimentando de
matéria orgânica
• O seu metabolismo pode produzir metabólitosde
interesse comercial e médico, como o etanol,
utilizado na fermentação de cerveja, a Penicilina
como um importante antibiótico e o ácido cítrico.
Importância
• São organismos ubíquos, ou seja, estão presentes
em todas as partes, em animais, plantas, ar, árvores
entre outros. Possui um grande espectro.
• O seu objetivo principal é a degradação da matéria
orgânica em decomposição, o que possibilita a
reciclagem de nutrientes na natureza.
Existem na forma de:
• Heterotró�cos ou sapró�tos, se alimentando da
matéria orgânica
• Comensais: relação interespecí�ca onde o fungo se
bene�cia, mas não traz prejuízo para a outra espécie.
• Simbiontes: ambas as espécies ganham, se ajudam a
sobreviver no ambiente.
• Parasitas oportunistas: Pessoas imunossuprimidas
ou com doenças de bases graves, como a AIDS,
câncer ou que estão hospitalizadas com cateteres
vasculares ou intubadas. Com isso é necessário
cuidados especiais nesses casos para evitar esse tipo
de infecção.
Estrutura
• Parede Celular: Composta por quitina e glicana,
diferente da parede celular das bactérias, por
exemplo.
• A Membrana Plasmática não possui colesterol, que
é substituído por ergosterol.
Grupamento mais simples baseado na morfologia
Leveduras
• Se reproduz por brotamento �ssão
• As células-�lhas se alongam e �cam em formato de
salsicha Pseudo hifas
• Unicelulares e produzem colônias redondas
pastosas ou mucóides.
Fungos �lamentosos
• Multicelulares
• Formados por estruturas tubulares. As hifas são
células com vários núcleos, podem ser cenocíticas
(Asseptada ou com poucos septos) e septadas (cada
núcleo separado do outro).
• Várias hifas formam o micélio
• colônias podem ser �lamentosos, aveludadas ou
algodonosas.
• Hifas vegetativas crescem sobre ou entre a
superfície do meio de Cultura.
• Hifas aéreas projetam-se acima da superfície do
meio e podem produzir conídios, que são estruturas
de reprodução assexuada
Fungos dimór�cos: podem existir na forma de
leveduras como de fungo �lamentoso
Reprodução
• Formação de esporos, podem ser sexuados (meiose)
ou assexuados (mitose)
• Forma teleomór�ca: esporos sexuados
• Forma anamorfa: Esporos assexuados, apresenta
uma alta capacidade de rápida dispersão e adaptação
a novos habitats em relação ao estágio sexual ou
teleomór�co. Na prática Clínica refere-se a forma
anamorfa.Pode possuir duas formas
esporangiosporos e conídios
CLASSIFICAÇÃODOS FUNGOS
No planeta existe um número enorme de seres vivos
que são classi�cados como integrantes dos reinos
Monera, Plantae, Fungi, Protista e Animalia. O
Reino Fungi é dividido em seis �los ou divisões dos
quais quatro são de importância médica:
Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e
Deuteromycota.
Divisão zygomycota
Nessa divisão temos os fungos de micélio cenocítico.
A reprodução deles pode ser sexuada, pela formação
de zigosporos e assexuada com a produção de
esporos, os esporangiósporos, no interior dos
esporângios. Os fungos de interesse médico se
encontram nas ordens Mucorales e
Entomophthorales.
Divisão ascomycota
É nesse grupo que estão inclusos os fungos de hifas
septadas. A sua principal característica é o asco,
estrutura em forma de saco ou bolsa, no interior do
qual são produzidos os ascósporos, esporos sexuados,
com forma, número e cor variáveis para cada espécie.
As espécies patogênicas para o homem se classi�cam
em três classes: Hemiascomycetes,
Loculoascomycetes e Plectomycetes.
Divisão basidiomycota
Compreendem fungos de hifas septadas, que se
caracterizam pela produção de
esporos sexuados, os basidiósporos, típicos de cada
espécie. A espécie patogênica
mais importante se enquadra na classe Teliomycetes.
Divisão deuteromycota
Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam
apenas por conídios e por isso são conhecidos como
Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser exógenos
ou estar contidos em estruturas como os picnídios.
Entre os Deuteromycota se encontra a maior parte
dos fungos de importância médica.
2-Compreender o ciclo viral, sua
replicação e agressão
VÍRUS
O ciclo viral é o processo pelo qual os vírus se
replicam e infectam as células hospedeiras. O ciclo
viral geralmente envolve os seguintes estágios:
Estágios do ciclo de replicação de vírus
o Adsorção
o penetração
o desnudamento
o síntese de ácidos nucleicos e proteínas
o maturação
o liberação
• Adsorção: Ligação entre as proteínas da superfície
viral e dos receptores localizados na membrana
plasmática
•Penetração: Por endocitose ou por fusão de
envelope viral
o Na endocitose o vírus se liga ao receptor no
hospedeiro -> ocorre invaginação da membrana ->
formação de uma vesícula endocítica -> liberação do
virion no citoplasma
o Na fusão o vírus envelopado se liga ao receptor da
membrana citoplasmática no hospedeiro -> ocorre a
fusão do envelope com a MC -> nucleocapsídeo
entra na célula
• Desnudamento
- Ocorre a degradação do capsídeo seguido de
exposição do material genético do vírus no sítio
replicativo
• Síntese de ácidos nucleicos e proteínas:
Replicação de novas cópias do genoma viral e a
síntese de proteínas especí�cas do vírus. Os genes
virais codi�cam dois tipos de proteínas
▪ Proteínas não estruturais – precoces
▪ Proteínas estruturais – tardias \
•Maturação
o Montagem das subunidades proteicas e
empacotamento do ácido nucleico viral, com
formação de novas partículas virais completas
em um determinado sítio da célula
• Liberação
o Vírus não envelopado: ocorre o rompimento da
célula hospedeira
– lise
o Vírus envelopado: brotamento – a membrana é
preservada
ETAPAS DA REPLICAÇÃO DOS VÍRUS
As principais etapas de replicação viral são as mesmas
para todos os vírus. A célula age como uma fábrica,
fornecendo os substratos, a energia e o maquinário
necessários para a síntese de proteínas virais e para
replicação do genoma. Os processos não providos
pelas células devem ser codi�cados no genoma do
vírus. A maneira pela qual cada vírus cumpre essas
etapas e supera as limitações bioquímicas da célula é
distinta para diferentes estruturas do genoma e do
vírion (seja ele envelopado ou tenha ele o capsídeo
descoberto).
Para que um vírus se multiplique, ele precisa invadir
a célula hospedeira e assumir o comando da sua
maquinaria metabólica. Um único vírion pode dar
origem, em uma única célula hospedeira, a algumas
ou mesmo milhares de partículas virais iguais;
contudo somente 1 a 10% dessas partículas podem
ser infecciosas. As partículas não infecciosas
(partículas defeituosas) resultam de mutações e erros
na fabricação e montagem do vírion. Esse processo
pode alterar drasticamente a célula hospedeira,
podendo causar sua morte. Em algumas infecções
virais, a célula sobrevive e continua a produzir vírus
inde�nidamente.
Adsorção
A replicação dos vírus se inicia com a adsorção, etapa
em que haverá reconhecimento e �xação à
célula-alvo. A ligação das VAPs ou estruturas na
superfície do capsídeo do vírion ao receptores na
célula inicialmente determina quais células podem
ser infectadas por um vírus. Os receptores para o
vírus na célula podem ser proteínas ou carboidratos
em glicoproteínas ou glicolipídeos. Os vírus que se
ligam aos receptores expressos e tipos especí�cos de
célula podem ser restritos a certas espécies (espectro
de hospedeiros) (p. ex., humanos, camundongos ou
tipos especí�cos de células.
A estrutura de �xação viral num capsídeo do vírus
pode ser parte do capsídeo ou uma proteína que se
estende a partir desse capsídeo. Os sítios de ligação
dos vírus estão distribuídos ao longo de toda a
superfície da partícula viral, e os sítios em si variam
de um grupo de vírus para outro.
Na maioria dos vírus envelopados, como o vírus
in�uenza, os sítios de adesão são espículas localizadas
na superfície do envelope. Logo que uma espícula se
liga ao receptor da célula hospedeira, sítios receptores
adicionais da mesma célula migram em direção ao
vírus. A ligação de muitos sítios completa o processo
de adsorção.
Penetração
Interações entre múltiplas VAPs e os receptores
celulares iniciam a internalização do vírus para
dentro da célula.
Muitos vírus penetramnas células eucarióticas por
endocitose mediada por receptor. A membrana
plasmática está constantemente sofrendo
invaginações para formar vesículas. Essas vesículas
contêm elementos originados do exterior da célula e
que são levados para o seu interior para serem
digeridos. Se um vírion se liga à membrana
plasmática de uma potencial célula hospedeira, a
célula envolverá o vírion e formará uma vesícula.
Os vírus envelopados podem penetrar por um
processo alternativo, chamado de fusão, no qual o
envelope viral se funde à membrana plasmática e
libera o capsídeo no citoplasma da célula. O pH ideal
para a fusão determina se a penetração ocorre na
superfície celular em pH neutro ou se o vírus deve
ser internalizado por endocitose e a fusão ocorrer em
um endossomo em pH ácido. A atividade de fusão
pode ser provida pela VAP ou por outra proteína.
Descapsidação
Uma vez internalizado, o nucleocapsídeo deve ser
transferido para o sítio de replicação dentro da célula
e o capsídeo ou o envelope, é removido. O genoma
dos vírus DNA, exceto os do tipo poxvírus, deve ser
transferido para o núcleo, enquanto a maioria dos
vírus RNA permanece no citoplasma. O processo de
descapsidação pode ser iniciado por uma �xação ao
receptor ou promovido por ambiente ácido ou por
proteases encontradas em um endossomo ou
lisossomo.
Transcrição, tradução e replicação
Uma vez dentro da célula, o genoma deve dirigir a
síntese de RNAm viral e de proteínas e gerar cópias
idênticas de si próprio. O genoma é inutilizado a
menos que possa ser transcrito em RNAm
funcionais capazes de se ligar aos ribossomos e serem
traduzidos em proteínas. O modo pelo qual cada
vírus cumpre essas etapas depende da estrutura do
genoma.
Em geral, os vírus de DNA replicam seu genoma no
núcleo da célula hospedeira, usando enzimas virais, e
sintetizam as proteínas do capsídeo e outras
proteínas no citoplasma, usando enzimas do
hospedeiro.
Já no caso dos vírus de RNA, eles multiplicam-se
essencialmente da mesma forma que os vírus de
DNA, com exceção de que os vírus de RNA se
multiplicam no citoplasma da célula hospedeira.
Diversos mecanismos distintos de produção de
RNAm são observados entre os diferentes grupos de
vírus de RNA. As principais diferenças entre os
processos de multiplicação residem na forma como o
RNAm e o RNA viral são produzidos. Estes vírus
têm uma RNA-polimerase dependente de RNA. Os
genes virais induzem a produção dessa enzima pela
célula hospedeira. Essa enzima catalisa a síntese de
outra �ta de RNA, complementar à sequência de
bases da �ta infecciosa original.
Para a síntese de proteína viral, todos os vírus
dependem dos ribossomos da célula do hospedeiro,
do RNAt e dos mecanismos para a modi�cações
pós-traducionais. A ligação do RNAm ao ribossomo
é mediada por uma estrutura de guanosina metilada
ou uma estrutura especial em alça de RNA, que se
liga internamente junto com o ribossomo para
iniciar a síntese de proteínas.
Algumas proteínas virais requerem modi�cações
pós-traducionais, tais como fosforilação, glicosilação,
acilação ou sulfatação. A fosforilação da proteína é
realizada por proteínas quinases celulares ou virais e
é um modo de modular, ativar ou inativar proteínas
Maturação
A montagem do capsídeo proteico constitui o
primeiro passo no processo de maturação viral. Essa
montagem, em geral, é um processo espontâneo
análogo a um quebra-cabeça tridimensional
entrelaçado que se coloca junto como uma caixa. O
vírion é construído a partir de partes pequenas e
facilmente fabricadas, que incluem o genoma em um
pacote funcional. Cada parte do vírion possui
estruturas de reconhecimento que permitem ao vírus
formar as interações apropriadas proteína-proteína,
proteína-ácido nucleico e (nos vírus envelopados)
proteína-membrana, necessárias para a montagem na
estrutura �nal. O processo de montagem começa
quando as peças necessárias são sintetizadas e a
concentração de proteínas estruturais na célula é
su�ciente para dirigir o processo
termodinamicamente, muito parecido com a reação
de cristalização. O processo de montagem pode ser
facilitado por proteínas de armação ou outras
proteínas, algumas das quais são ativadas e liberam
energia na proteólise.
O sítio e o mecanismo de montagem do vírion na
célula dependem de onde ocorre a replicação do
genoma, e se a estrutura �nal é um capsídeo
descoberto ou um vírus envelopado. A montagem
dos vírus de DNA, exceto os poxvírus, acontece no
núcleo e requer transporte das proteínas do vírion
para dentro do núcleo. A montagem dos vírus de
RNA e dos poxvírus ocorre no citoplasma.
Os capsídeos dos vírus podem ser montados como
estruturas vazias (pró capsídeos) para serem
preenchidos com o genoma ou podem ser montados
em volta do genoma.
Nos vírus envelopados, as glicoproteínas virais
recém-sintetizadas e processadas são transferidas para
membrana celular pelo transporte vesicular. A
aquisição de um envelope ocorre após a associação do
nucleocapsídeo com regiões contendo glicoproteínas
virais das membranas celulares do hospedeiro, em
um processo chamado brotamento.
Liberação
Os vírus podem ser liberados das células após a lise
celular, por exocitose ou pelo brotamento da
membrana plasmática. Os vírus de capsídeo
descoberto são geralmente liberados depois da lise
celular. A liberação de muitos vírus envelopados
acontece após o brotamento da membrana
plasmática, sem matar a célula. A sobrevivência da
célula permite a liberação contínua de vírus a partir
dessa fábrica. A lise e o brotamento da membrana
plasmática são meios e�cientes de liberação.
Durante o ciclo viral, os vírus podem causar danos
ou agressão à célula hospedeira de várias maneiras.
Eles podem interferir na função normal da célula,
roubar recursos e energia da célula para a replicação
viral e causar alterações na estrutura ou função
celular. Em alguns casos, a infecção viral pode levar à
morte celular. Além disso, a resposta imunológica do
organismo à infecção viral também pode causar
danos aos tecidos e órgãos. A gravidade da agressão
viral pode variar dependendo do tipo de vírus, do
estado imunológico do hospedeiro e de outros
fatores.
FUNGOS
Ciclo de Vida: fungos �lamentosos podem se
reproduzir assexuadamente por fragmentação das
hifas. Além disso, tanto a reprodução sexuada
quanto a assexuada ocorrem pela formação de
esporos. Após um fungo �lamentoso formar um
esporo, o mesmo se separa da célula parental e
germina, originando um novo fungo �lamentoso. Os
esporos são formados a partir das hifas aéreas,
podendo ser sexuais ou assexuais. Os assexuais são
formados pelas hifas do fungo e, quando germinam,
são geneticamente idênticos ao fungo parental. Os
esporos sexuais resultam da fusão de núcleos de duas
linhagens opostas de cruzamento de uma mesma
espécie de fungo. Os organismos que crescem a partir
de esporos sexuais apresentaram características de
ambas as linhagens parentais.
No ciclo de vida dos fungos geralmente há duas fases
que se alternam, distinguindo-se uma fase assexual
(envolve apenas mitose) e uma fase sexual (envolve
meiose), em ambas há a formação de células
especializadas, os esporos.
Reprodução dos fungos
Os fungos reproduzem-se de forma assexuada
(brotamento, divisão binária, entre outros) ou
sexuada.
Os fungos são organismos uni ou multicelulares,
heterotró�cos e que se reproduzem de forma sexuada
ou assexuada, principalmente por meio da produção
de esporos.
→Esporos
Os esporos são células que, por mitose, originam
novos indivíduos. Em geral, são imóveis, com exceção
dos encontrados em quitrídios, e produzidos por
estruturas que se elevam acima do micélio (massa
enovelada formada por um conjunto de hifas),
denominadas de esporângios, ou em células de hifas
(�lamentos de células), sendo denominados de
conídios.
Os esporos consistem em um método bastante e�caz
de propagação, pois podem ser carregados pelo
vento, água e animais a grandes distâncias. Quando
eles caem em um local propício, com água e
nutrientes, desenvolvem-se. Essa facilidade de
propagação ajuda a explicar a ampla distribuição demuitas espécies.
→Reprodução assexuada
A reprodução assexuada pode ocorrer de diversas
formas. Uma forma comum de reprodução
apresentada por organismos unicelulares, como as
leveduras, é o brotamento, no qual ocorre o
crescimento de um broto a partir da célula-mãe.
Leveduras também podem reproduzir-se por divisão
celular simples.
Os mofos, ou bolores, bastante encontrados em
alimentos em decomposição, produzem esporos
assexuadamente, o que origina novos fungos. No
entanto, muitas espécies também podem
reproduzir-se sexuadamente.
→Reprodução sexuada
A reprodução sexuada ocorre em três etapas:
plasmogamia, cariogamia e meiose.
Plasmogamia: nessa etapa, ocorre a fusão do
citoplasma de dois micélios. Como em muitas
espécies os núcleos não se fundem imediatamente, os
dois núcleos haplóides permanecem aos pares na
célula. Esse micélio é denominado de dicariótico.
Com o passar do tempo, esses núcleos passam a
dividir-se sem que haja a fusão;
Cariogamia: essa fase pode demorar horas e até
mesmo anos. Aqui ocorre a fusão dos núcleos
haplóides, o que forma células diplóides. No ciclo de
vida dos fungos, apenas o zigoto é uma fase diplóide;
Meiose: essa etapa é de extrema importância, pois
restabelece a forma haplóide e origina esporos com
maior variabilidade genética.
3-Entender os mecanismos de defesa
frente a infecção viral e fúngica
Imunidade contra fungos
As infecções fúngicas, também chamadas de micoses,
são importantes causas de morbidade e mortalidade
em seres humanos. Algumas infecções fúngicas são
endêmicas e estas infecções são normalmente
causadas por fungos presentes no ambiente e cujos
esporos penetram nos humanos. Outras infecções
fúngicas são chamadas de oportunistas, pois os
agentes causadores causam doenças brandas ou não
manifestam doença em indivíduos sadios, mas
podem infectar e causar doença grave em pessoas
imunode�cientes. A imunidade comprometida é o
fator predisponente mais importante para infecções
fúngicas clinicamente signi�cativas. A de�ciência de
neutró�los como um resultado da supressão ou de
dano na medula óssea é frequentemente associada a
tais infecções. Infecções por fungos oportunistas
também estão associadas à imunode�ciência causada
pelo HIV e à terapia para o câncer disseminado e
rejeição ao transplante. Uma infecção fúngica
oportunista grave associada à AIDS é a pneumonia
por Pneumocystis jiroveci, mas muitos outros
contribuem para a morbidade e mortalidade
causadas pelas imunode�ciências.
Diferentes fungos infectam os seres humanos e
podem viver em tecidos extracelulares e dentro de
fagócitos. Portanto, as respostas imunológicas a estes
microrganismos são frequentemente combinações
das respostas a bactérias extracelulares e
intracelulares. No entanto, pouco se sabe sobre a
imunidade antifúngica quando comparada à
imunidade contra bactérias e vírus. Esta falta de
conhecimento é em parte devido à escassez de
modelos animais para micoses e em parte devido ao
fato de que estas infecções ocorrem normalmente em
indivíduos que são incapazes de oferecer resposta das
imunológicas e�cazes.
Imunidade Inata e Adaptativa contra Fungos
Os principais mediadores da imunidade inata contra
fungos são os neutró�los e macrófagos. Os pacientes
com neutropenia são extremamente suscetíveis a
infecções por fungos oportunistas. Os fagócitos e
células dendríticas reconhecem os organismos
fúngicos através dos TLRs e dos receptores do tipo
lectina chamados dectinas (Cap. 4). Os neutró�los
presumivelmente liberam substâncias fungicidas, tais
como as espécies reativas de oxigênio e enzimas
lisossomais e fagocitam os fungos para a morte
intracelular. As cepas virulentas de Cryptococcus
neoformans inibem a produção de citocinas, tais
como o TNF e a IL-12 por macrófagos e estimulam a
produção de IL-10, inibindo assim a ativação dos
macrófagos.
A imunidade celular é o principal mecanismo de
imunidade adaptativa contra infecções fúngicas.
Histoplasma capsulatum, um parasita intracelular
facultativo que vive em macrófagos, é eliminado
pelos mesmos mecanismos celulares que são e�cazes
contra bactérias intracelulares. As células T CD4 + e
CD8 + cooperam para eliminar a forma de levedura
de C. neoformans, que tendem a colonizar os
pulmões e o cérebro de hospedeiros
imunode�cientes. Pneumocystis jiroveci é outro
fungo que causa infecções graves em indivíduos com
a imunidade celular defeituosa.
Muitos fungos extracelulares provocam fortes
reações TH17, impulsionadas em parte pela ativação
de células dendríticas, pela ligação de glucanas
fúngicas à dectina-1, um receptor para este
polissacarídeo fúngico. As células dendríticas
ativadas através deste receptor de lectina produzem
citocinas indutoras de TH17, como IL-6 e IL-23
(Cap. 10). As células TH17 estimulam a in�amação e
os neutró�los e monócitos recrutados destroem os
fungos. Os indivíduos com respostas TH17
defeituosas são suscetíveis a infecções por Candida
mucocutânea crônica. As respostas TH1 são
protetoras em infecções fúngicas intracelulares, como
a histoplasmose, mas estas respostas podem provocar
a in�amação granulomatosa, que é uma importante
causa de lesão tecidual no hospedeiro nessas
infecções. Fungos também induzem respostas
especí�cas de anticorpos que podem ser protetoras.
Imunidade contra vírus
Os vírus são os microrganismos intracelulares
obrigatórios que utilizam os componentes do ácido
nucleico e a maquinaria da síntese de proteínas do
hospedeiro para se replicar e se espalhar. Os vírus
tipicamente infectam diversos tipos de células,
utilizando moléculas de superfície de células normais
como receptores para entrar nas células. Depois de
entrar nas células, os vírus podem causar lesão
tecidual e doença por uma série de mecanismos. A
replicação viral interfere na síntese de proteína e
função de células normais e leva à lesão e por �m à
morte da célula infectada. Este resultado é um tipo
de efeito citopático do vírus e a infecção é dita lítica
porque a célula infectada é lisada. Os vírus também
podem causar infecções latentes, que serão discutidas
mais tarde.
Respostas imunes inatas e adaptativas contra os
vírus têm como objetivo bloquear a infecção e
eliminar as células infectadas (Fig. 16-7). A infecção é
prevenida por interferons do tipo I como parte da
imunidade inata e os anticorpos neutralizantes
contribuem para a imunidade adaptativa. Uma vez
que a infecção é estabelecida, as células infectadas são
eliminadas pelas células NK na resposta inata e pelos
CTL na resposta adaptativa.
Figura 16-7 Respostas imunológicas inata e
adaptativa contra vírus.
A, cinética das respostas imunológicas inata e
adaptativa para uma infecção viral. B, mecanismos
pelos quais a imunidade inata e adaptativa preveni e
erradica as infecções de vírus. A imunidade inata é
mediada por interferons do tipo I, que impedem a
infecção e pelas células NK, que eliminam as células
infectadas. A imunidade adaptativa é mediada por
anticorpos e pelos CTLs, que bloqueiam a infecção e
destroem as células infectadas, respectivamente.
Imunidade Inata contra Vírus
Os principais mecanismos de imunidade inata
contra os vírus são a inibição da infecção por
interferons do tipo I e a destruição das células
infectadas mediada pelas células NK. A infecção
por diversos vírus está associada à produção de
interferons tipo I por células infectadas,
especialmente por células dendríticas do tipo
plasmocitóide (Cap. 4). Várias vias bioquímicas
desencadeiam a produção de interferon (Fig. 4-16).
Estas vias incluem o reconhecimento de RNA e
DNA viral pelos TLRs endossomais e ativação de
receptores citoplasmáticos tipo RIG e da via de
STING pelo RNA e DNA virais, respectivamente.
Estas vias convergem para a ativação de proteínas
quinases o que por sua vez ativa os fatores de
transcrição de IRF que estimulam a transcrição do
gene de interferon tipo I. Os interferons tipo I têm a
função de inibir a replicação viral em ambas as
células infectadas e não infectadas. Os mecanismos
pelos quais os interferons bloqueiam a replicação
viral foram discutidos no Capítulo 4(Fig. 4-17).
As células NK destroem outras células infectadas
por uma variedade de vírus e são um importante
mecanismo de imunidade contra os vírus no início
do curso da infecção, antes das respostas imunes
adaptativas terem se desenvolvido. A expressão do de
MHC de classe I é muitas vezes desligada nas células
infectadas por vírus como um mecanismo de fuga
dos CTLs. Isso permite que as células NK destruam
as células infectadas porque a ausência da molécula
de classe I libera as células NK de um estado normal
de inibição (Fig. 4-7).
Imunidade Adaptativa contra Vírus
A imunidade adaptativa contra as infecções virais
é mediada pelos anticorpos, que bloqueiam a
ligação do vírus e entram nas células hospedeiras,
e por CTLs, que eliminam a infecção matando as
células infectadas (Fig. 16-7). Os anticorpos mais
e�cazes são os anticorpos de alta a�nidade
produzidos nas reações do centro germinativo
dependente de célula T (Cap. 12). Os anticorpos são
e�cazes contra os vírus apenas durante a fase
extracelular das vidas desses microrganismos. Os
vírus podem ser extracelulares no início do curso da
infecção, antes que eles infectem as células
hospedeiras, ou quando são liberados de células
infectadas por vírus por brotamento ou se as células
infectadas morrerem. Os anticorpos antivirais
ligam-se ao envelope viral ou aos antígenos do
capsídeo e funcionam principalmente como
anticorpos neutralizantes para impedir a �xação e a
entrada do vírus nas células hospedeiras. Assim, os
anticorpos evitam tanto a infecção inicial quanto a
disseminação célula a célula. Os anticorpos
secretados do isotipo IgA são importantes para a
neutralização dos vírus no trato respiratório e
intestinal. A imunização oral contra o vírus da
poliomielite funciona através da indução de
imunidade das mucosas.
Além da neutralização, os anticorpos podem
opsonizar partículas virais e promover a sua
depuração por fagócitos. A ativação do complemento
também pode participar da imunidade viral mediada
por anticorpos, principalmente através da promoção
de fagocitose e possivelmente pela lise direta de vírus
com envoltórios lipídicos.
A importância da imunidade humoral na defesa
contra infecções virais é sustentada pela observação
de que a resistência a um vírus em particular,
induzida por infecção ou pela vacinação, é muitas
vezes especí�ca para o tipo sorológico de vírus
(de�nido pelo anticorpo). Um exemplo é do vírus da
in�uenza, em que a exposição a um tipo sorológico
não confere resistência a outros sorotipos do vírus.
Os anticorpos neutralizantes bloqueiam a infecção
viral de células e a disseminação de vírus de célula a
célula, mas uma vez que os vírus entram nas células e
começam a replicar intracelularmente, eles se tornam
inacessíveis aos anticorpos. Por isso, a imunidade
humoral induzida por infecção ou vacinação prévia é
capaz de proteger as pessoas contra a infecção viral,
mas não pode, por si só, erradicar uma infecção
estabelecida.
A eliminação dos vírus que residem dentro das
células é mediada por CTL, que matam as células
infectadas. Conforme mencionamos nos capítulos
anteriores, a principal função �siológica dos CTLs é
a vigilância contra infecção viral. A maioria dos
CTLs especí�cos para vírus são células T CD8 + que
reconhecem peptídeos virais, citosólicos, geralmente
sintetizados endogenamente e que são apresentados
por moléculas de classe I do MHC. Se a célula
infectada é uma célula de tecido e não uma célula
apresentadora de antígenos pro�ssional (APC), tais
como células dendríticas, a célula infectada pode ser
fagocitada pelas células dendríticas, que processa os
antígenos virais e os apresenta para as células T CD8
+ imaturas. Descrevemos este processo de
apresentação cruzada ou preparação cruzada no
Capítulo 6 (Fig. 6-20). A diferenciação completa de
CTLs CD8 + muitas vezes requer as citocinas
produzidas pelas células T CD4 + auxiliares ou os
coestimuladores expressos nas células infectadas
(Cap. 11). Como discutido nos Capítulos 9 e 11, as
células T CD8 + sofrem uma proliferação maciça
durante a infecção viral e a maioria das células em
proliferação são especí�cas para alguns peptídeos
virais. Algumas das células T ativadas diferenciam-se
em CTL efetores, que podem matar qualquer célula
nucleada infectada. Os efeitos antivirais de CTLs são
principalmente devidos à morte de células infectadas,
mas outros mecanismos incluem a ativação de
nucleases dentro de células infectadas que degradam
genomas virais e a secreção de citocinas, tais como
IFN-γ, que ativa fagócitos pode apresentar alguma
atividade antiviral.
A importância de CTLs na defesa contra as
infecções virais é demonstrada pelo aumento da
susceptibilidade a tais infecções observadas em
pacientes e animais de�cientes em linfócitos T e pela
observação experimental de que camundongos
podem ser protegidos contra algumas infecções por
vírus através da transferência adotiva de CTLs
restritos de classe I, especí�cos para vírus. Além
disso, muitos vírus são capazes de alterar seus
antígenos de superfície, tais como as glicoproteínas
do envelope, e assim escapar do ataque por
anticorpos. No entanto, as células infectadas podem
produzir algumas proteínas virais que são
invariantes, de modo que a defesa mediada por CTLs
continua a ser e�caz contra esses vírus.
Em infecções latentes, o DNA viral persiste nas
células do hospedeiro, mas o vírus não se replica
ou destrói as células infectadas. A latência é
frequentemente um estado de equilíbrio entre a
infecção e a resposta imune. Os CTLs são
produzidos em resposta ao vírus que pode controlar
a infecção, mas não erradicá-la. Como resultado, o
vírus persiste nas células infectadas, por vezes,
durante toda a vida do indivíduo. Qualquer
de�ciência na resposta imune do hospedeiro pode
resultar na reativação da infecção latente, com a
expressão de genes virais que são responsáveis pelos
efeitos citopáticos e pela propagação do vírus. Estes
efeitos citopáticos podem incluir a lise de células
infectadas ou a proliferação descontrolada das
células. Tais infecções latentes são comuns com o
vírus de Epstein-Barr, e vários outros vírus de DNA
da família dos herpesvírus.
Em algumas infecções virais, a lesão no tecido
pode ser causada por CTLs. Um modelo
experimental de uma doença na qual a patologia é
decorrente da resposta imune do hospedeiro é a
infecção em camundongos pelo vírus da
coriomeningite linfocítica (LCMV), que induz a
in�amação das meninges da medula espinhal. O
LCMV infecta as células meníngeas, mas isso não é
citopático e não fere as células infectadas
diretamente. O vírus estimula o desenvolvimento de
CTLs especí�cos para vírus que destroem células
meníngeas infectadas durante uma tentativa
�siológica de erradicar a infecção. Portanto, a
meningite se desenvolve em camundongos normais
com sistemas imunológicos intactos, mas os
camundongos de�cientes em células T não
desenvolvem a doença e, em vez disso, tornam-se
portadores do vírus. Esta observação parece
contradizer a situação normal, na qual os indivíduos
imunode�cientes são mais suscetíveis a doenças
infecciosas do que os indivíduos normais. A infecção
pelo vírus da hepatite B em humanos mostra
algumas semelhanças com o LCMV murino em que
pessoas imunode�cientes que foram infectadas não
desenvolvem a doença, mas tornam-se portadores
que podem transmitir a infecção para pessoas
saudáveis. Os fígados de pacientes com hepatite ativa
aguda e crônica contêm grandes números de células
T CD8 + , e a hepatite especí�ca do vírus, CTLs de
MHC restrito de classe I podem ser isolados a partir
de espécimes da biópsia hepática propagadas in vitro.
As respostas imunológicas a infecções virais podem
estar envolvidas na produção de outras formas de
doença. Uma consequência da infecção persistente
com alguns vírus, como a hepatite B, é a formação de
complexos imunes circulantes compostos de
antígenos virais e anticorpos especí�cos (Cap. 19).
Estes complexos são depositados nos vasos
sanguíneos e levam à vasculite sistêmica. Algumas
proteínas virais contêm sequências de aminoácidosque também estão presentes em alguns antígenos
próprios. Foi postulado que, devido a este
mimetismo molecular, a imunidade antiviral pode
levar a respostas imunes contra auto antígenos.
4-Entender o período de incubação viral
O período de incubação é o tempo requerido para a
bactéria e/ou a resposta do hospedeiro para causar
injúria su�ciente e causar desconforto ou interferir
em funções essenciais.
Período de incubação consiste no intervalo entre a
data de contato com o vírus até o início dos
sintomas.
O período de incubação pode evoluir sem sintomas
(assintomáticos) ou produzir sintomas precoces
inespecí�cos como febre, dor de cabeça, dor no corpo
ou calafrios, em um quadro denominado pródromo.
Frequentemente a infecção viral é debelada pelas
respostas inatas do hospedeiro, sem sintomas. Os
sintomas da doença são causados por danos teciduais
e os efeitos sistêmicos são causados pelo vírus e pela
resposta imunológica do hospedeiro. Esses sintomas
podem persistir durante a fase de convalescença,
enquanto o corpo repara os danos. Geralmente, o
indivíduo desenvolve uma memória imunológica que
confere proteção futura contra uma segunda
infecção por esse mesmo vírus.
5-Entender doenças oportunistas
Uma infecção oportunista é aquela causada por
um organismo capaz de causar doença apenas em
um hospedeiro cuja resistência é reduzida por
outras doenças ou drogas.
• Para se ter uma infecção oportunista deve-se ter;
o CD4 < 200 cels/mm³;
o Presença do agente infeccioso.
“Interação entre a virulência do organismo e o grau
de imunode�ciência.”
Obs.: Organismos mais virulentos podem causar
doenças em contagens mais elevadas de CD4.
• A depender do grau de de�ciência imunológica,
pode haver mais de uma IO;
• Manifestações da doença podem diferir em
pacientes com HIV+ com base no grau de
imunossupressão
Uma infecção oportunista é uma infecção causada
por micro-organismos que se aproveitam da
debilidade das defesas do organismo para causar
dano. Infecções oportunistas ocorrem em pessoas
com sistemas imunológicos comprometidos,
permitindo que tais organismos causem uma
infecção generalizada.
O que são infecções oportunistas?
Infecções oportunistas são infecções causadas por
microrganismos que comumente estão presentes no
corpo sem causar problemas, mas que se aproveitam
da debilidade ocasional das defesas do organismo
para causar dano.
Quais são as causas das infecções oportunistas?
As infecções oportunistas ocorrem principalmente
em pessoas com sistemas imunológicos
comprometidos, permitindo que microrganismos
que vivem normalmente no corpo sem causar
doenças causem uma infecção generalizada.
O sistema imunológico de uma pessoa pode estar
debilitado por várias razões. As duas principais e
mais incisivas são a contaminação pelo HIV e pessoas
recebendo quimioterapia. Outras razões podem ser
um estado de debilidade física, ansiedade, depressão
e uso de certos medicamentos.
Qual é o mecanismo �siológico das infecções
oportunistas?
Normalmente todas as pessoas carregam no corpo
muitas bactérias, protozoários, fungos e vírus
patógenos, mas que não causam doenças porque
esses germes são controlados pelo sistema
imunológico. No entanto, se a infecção for muito
massiva ou o sistema imune estiver enfraquecido
pelo HIV ou por outra condição qualquer, esses
germes podem �car fora de controle e causar
doenças, chamadas de infecções oportunistas. Essas
infecções costumam ser muito graves e de difícil
tratamento, e podem mesmo ser letais.
Quais são as principais características clínicas das
infecções oportunistas?
As principais infecções oportunistas são:
● Infecções causadas por vírus Herpes
simplex: uma infecção viral que pode causar
lesões nos lábios, boca, face e órgãos
genitais. Em pessoas saudáveis, essas
infecções são bastante comuns e sem
gravidade, mas se a pessoa estiver
contaminada pelo HIV, podem ser muito
mais frequentes e graves.
● Infecções causadas por Salmonella: infecção
bacteriana que afeta os intestinos e causa,
entre outros sintomas, diarreia grave.
● Infecções por Cândida albicans
(candidíase): pode atingir a boca, a
garganta, esôfago e órgãos genitais.
● Infecções pelo Toxoplasma gondii
(toxoplasmose): infecção protozoária que,
no paciente imunodeprimido, pode ocorrer
principalmente no cérebro e, menos
frequentemente, na retina, miocárdio e
pulmões. As lesões podem ser fatais.
● Infecções pelo Citomegalovírus (CMV):
infecção viral que causa doença ocular e
pode levar à cegueira.
● Infecção pelo Plasmodium (malária): sem
complicações já é uma infecção grave, mas
torna-se muito mais comum e mais grave
em pessoas com infecção pelo HIV.
● Infecções pelo Mycobacterium avium:
infecção bacteriana que pode causar febres
recorrentes, problemas intestinais,
problemas com a digestão e grave perda de
peso.
● Infecção pelo Pneumocystis (pneumonia): é
uma infecção fúngica que pode causar uma
pneumonia fatal.
● Infecção pelo Mycobacterium tuberculosis
(tuberculose): infecção bacteriana que ataca
os pulmões e pode causar meningite.
6-Explicar imunode�ciência e seus tipos
Imunode�ciência é quando o sistema imunológico
do corpo está de alguma forma prejudicado. Não
funciona como deveria, o que signi�ca que as pessoas
com essa condição são muito mais vulneráveis a
infecções virais, bacterianas e/ou fúngicas. Esta
condição é normalmente dividida em duas categorias
chamadas primária/congênita ou adquirida, e
qualquer condição que cause imunode�ciência pode
funcionar de diferentes maneiras, de modo que
diferentes aspectos da imunidade são de�cientes.
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/743342/infeccao+pelo+hiv+o+que+precisamos+saber.htm
https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/345234/quimioterapia+o+que+e+quem+deve+fazer+como+agem+as+medicacoes.htm
https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/220225/transtorno+de+ansiedade+generalizada+o+que+e.htm
https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/324185/depressao+maior+ou+transtorno+depressivo+reativo.htm
https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/519847/o+que+sao+bacterias+onde+elas+vivem+o+que+elas+podem+causar+aos+seres+humanos+elas+podem+ser+uteis+o+que+e+um+antibiograma.htm
https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/526509/fungos+como+sao+eles+podem+causar+doencas+como+evita+las.htm
https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/520097/o+que+sao+virus+quais+sao+as+principais+doencas+que+eles+causam+como+evitar+uma+infeccao+viral.htm
https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/181810/herpes+simples+o+que+e.htm
https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/181810/herpes+simples+o+que+e.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/341249/herpes+genital+o+que+e+como+evitar+existe+tratamento.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/341249/herpes+genital+o+que+e+como+evitar+existe+tratamento.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/350239/diarreia+intensa+pode+ser+salmonelose.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/535159/candidiase+o+que+e+quais+as+causas+e+os+sintomas+como+e+o+tratamento+e+a+prevencao.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/818469/tratamento+da+toxoplasmose.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1299543/citomegalovirus+o+que+sente+uma+pessoa+infectada+pelo+citomegalovirus+tem+como+evitar.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/310720/conhecendo+a+malaria.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/743342/infeccao+pelo+hiv+o+que+precisamos+saber.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/750757/pneumocistose+uma+infeccao+oportunista+que+pode+causar+problemas+em+imunocomprometidos.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1316928/tuberculose+tratando+direito+tem+cura.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/244985/tuberculose+pulmonar+voce+conhece.htm
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/245080/meningites+causas+sintomas+diagnostico+tratamento+e+prevencao.htm
Algumas doenças ou estados adquiridos que
resultam em um sistema prejudicado são
extremamentegraves e outros apenas resultam em
menor comprometimento, de modo que, com uma
pequena quantidade de intervenção, a vida
permanece relativamente normal.
A integridade do sistema imune é essencial para a
defesa contra organismos infecciosos e seus produtos
tóxicos e, portanto, para a sobrevivência de todos os
indivíduos. Defeitos em um ou mais componentes
do sistema imune podem desencadear distúrbios
graves e muitas vezes fatais, que são chamados
conjuntamente de imunode�ciências. Estas doenças
são amplamente classi�cadas em dois grupos. As
imunode�ciências congênitas ou primárias são
defeitos genéticos que resultam no aumento da
susceptibilidade à infecção, que frequentemente se
manifesta na infância e início da adolescência, mas
às vezes é clinicamente detectada mais tarde na
vida. Estima-se que nos Estados Unidos, cerca de 1
em cada 500 indivíduos nasce com um defeito em
algum componente do sistema imune, embora
apenas uma pequena proporção seja afetada de forma
grave o su�ciente para desenvolver complicações com
risco de vida. As imunode�ciências adquiridas, ou
secundárias, não são doenças hereditárias, mas
ocorrem como consequência de desnutrição,
câncer disseminado, tratamento com fármacos
imunossupressores ou infecção das células do
sistema imune, especialmente pelo vírus da
imunode�ciência humana (HIV), agente
etiológico da síndrome da imunode�ciência
adquirida (AIDS).
Visão geral das doenças por imunode�ciências
Antes de iniciar a discussão sobre as doenças
individualmente, é importante resumir algumas
características gerais das imunode�ciências.
• A principal consequência da imunode�ciência é
o aumento da susceptibilidade à infecção. A
natureza da infecção em um determinado paciente
depende em grande parte do componente do sistema
imune que está defeituoso (Tabela 21-1). A
imunidade humoral defeituosa normalmente
desencadeia o aumento da susceptibilidade à infecção
por bactérias encapsuladas, formadoras de pus e
alguns vírus, enquanto os defeitos na imunidade
mediada por célula levam à infecção por vírus e
outros microrganismos intracelulares. As de�ciências
combinadas, tanto da imunidade humoral como da
mediada por células, tornam os pacientes susceptíveis
à infecção por todas as classes de microrganismos.
Pacientes imunode�cientes, especialmente aqueles
com defeitos na imunidade celular, geralmente
apresentam infecções por microrganismos
comumente encontrados, mas que são
e�cientemente eliminadas nas pessoas saudáveis; tais
infecções são chamadas de oportunistas. Defeitos na
imunidade inata podem resultar em diferentes
categorias de infecções microbianas, dependendo da
via ou do tipo de células afetadas. Por exemplo, as
de�ciências do complemento e as de�ciências de
anticorpos assemelham-se na sua apresentação
clínica, enquanto as de�ciências das células natural
killer (NK) resultam principalmente em infecções
virais recorrentes. Há evidências crescentes de que
adultos com infecções recorrentes ou graves, muitas
vezes, apresentam mutações em genes que regulam a
função imunológica. A disponibilidade de novas
abordagens de sequenciamento de DNA rápido e
e�ciente tem melhorado exponencialmente a
capacidade de identi�car o lócus genético especí�co
que, quando mutado, confere suscetibilidade aos
patógenos.
• Pacientes com imunode�ciências também são
suscetíveis a certos tipos de câncer.
• Paradoxalmente, algumas imunode�ciências
estão associadas a maior incidência de
autoimunidade.
• A Imunode�ciência pode ser resultado de
defeitos do desenvolvimento ou da ativação dos
linfócitos ou de defeitos nos mecanismos efetores
da imunidade inata e adaptativa.
Imunode�ciências congênitas (primárias)
Em diferentes imunode�ciências congênitas, a
anormalidade etiológica pode estar em componentes
do sistema inato, em diferentes estágios de
desenvolvimento dos linfócitos ou nas respostas dos
linfócitos maduros aos estímulos antigênicos. As
anormalidades herdadas relacionadas à imunidade
inata mais comumente envolvem a via do
complemento ou os fagócitos. Anormalidades no
desenvolvimento dos linfócitos podem ser causadas
por mutações em genes que codi�cam enzimas,
proteínas de transporte, adaptadores e fatores de
transcrição. Estes defeitos hereditários e as anomalias
correspondentes especí�cas em camundongos foram
úteis na elucidação de mecanismos de
desenvolvimento dos linfócitos e sua função (Cap. 8).
Anormalidades no desenvolvimento e na função dos
linfócitos B resultam na produção de anticorpos
de�ciente e são diagnosticadas pelos níveis reduzidos
de imunoglobulina (Ig) sérica, respostas defeituosas
dos anticorpos à vacinação e, em alguns casos,
números reduzidos de células B circulantes ou
tecidos linfóides ou ausência de plasmócitos nos
tecidos (Tabela 21-1). Anormalidades na maturação e
na função dos linfócitos T levam à imunidade
mediada por células de�ciente e também podem
resultar na redução da produção de anticorpos
dependentes de células T. Imunode�ciências das
células T primárias são diagnosticadas através da
redução do número de células T no sangue
periférico, baixa resposta proliferativa de linfócitos
sanguíneos a ativadores de células T policlonais,
como �to-hemaglutinina, e reações de
hipersensibilidade cutânea retardada (DTH)
de�ciente antígenos microbianos ubíquos, como
antígenos de Candida. Defeitos tanto na imunidade
humoral como na imunidade mediada por células
são classi�cadas como imunode�ciências combinadas
graves. Nas seções seguintes descreveremos as
imunode�ciências causadas por mutações
hereditárias nos genes que codi�cam componentes
do sistema imune inato ou em genes necessários para
o desenvolvimento e ativação de linfócitos.
Concluiremos com uma breve discussão sobre
estratégias terapêuticas para estas doenças.
Imunode�ciência Primária (ou congênita):
Determinada geneticamente, pode ocorrer de
modo isolado ou como parte de alguma síndrome.
Elas se manifestam tipicamente na infância por
infecções anormalmente frequentes (recorrentes) ou
incomuns.
As síndromes de imunode�ciência primária são
imunode�ciências geneticamente determinadas com
defeitos imunitários e não imunitários. As
manifestações não imunitárias são reconhecidas mais
facilmente do que as de imunode�ciências. Exemplos
são ataxia-telangiectasia, hipoplasia da cartilagem e
pilosa, síndrome de DiGeorge, síndrome de
hiper-IgE e síndrome de Wiskott-Aldrich.
Apesar de ter alguma imunode�ciência, alguns
pacientes também apresentam doenças autoimunes.
Em geral, as imunode�ciências se manifestam pelo
aparecimento de infecções recorrentes. A idade em
que as infecções recorrentes começaram fornece uma
pista quanto ao componente do sistema imunitário
que é afetado. Outros achados clínicos característicos
auxiliam no diagnóstico clínico. Mas testes são
necessários para con�rmar o diagnóstico de
imunode�ciência. Se os achados clínicos ou os testes
iniciais sugerirem um distúrbio especí�co das células
imunitárias ou das funções do sistema complemento,
indicam-se exames laboratoriais especí�cos e
avançados para imunode�ciências.
● Imunode�ciências humorais: são defeitos nas
células B que causam de�ciências de anticorpos que
somam 50 a 60% das imunode�ciências primárias.
Os títulos séricos de anticorpos diminuem,
predispondo a infecções bacterianas. O distúrbio
mais comum de células B é a de�ciência seletiva de
IgA.
● Imunode�ciências celulares: defeitos nas células T,
representam cerca de 5 a 10% das imunode�ciências
primárias e predispõe a infecções por vírus,
Pneumocystis jirovecii, fungos, outros
microrganismos oportunistas e alguns patógenos
mais comuns. Esses distúrbios também causam
de�ciências de Ig porque o sistema imunitário das
células B e T são interdependentes. Os distúrbios de
células T mais comuns são: Síndrome de DiGeorge;
De�ciência associada à proteína Zeta 70 (ZAP-70);
Síndrome linfoproliferativa ligada ao X; Candidíase
mucocutânea crônica. Os defeitos primários das
células NK, que são muito raros, podem predispor a
infecções virais e tumores. Defeitos secundários das
células NK podem ocorrerem pacientes com várias
outras imunode�ciências primárias ou secundárias.
● Imunode�ciências humoral e celular combinadas:
defeitos nas células B e T, são responsáveis por cerca
de 20% das imunode�ciências primárias. A forma
mais importante é: Imunode�ciência combinada
grave (IDCG). Em algumas formas de
imunode�ciência combinada (p. ex., de�ciência de
purina nucleosídeo fosforilase), os níveis de Ig são
normais ou elevados, mas em razão da atividade
de�ciente da célula T ocorre diminuição da formação
de anticorpos.
● Defeitos de fagócitos: defeito de células fagocíticas
representam cerca de 10 a 15% das imunode�ciências
primárias e comprometem a capacidade fagocitária
(monócitos, macrófagos e granulócitos, como os
neutró�los e os eosinó�los) de destruição dos
patógenos. São características as infecções cutâneas
por Staphylococcus e bactérias Gram-negativas. Os
defeitos de células fagocíticas mais comuns (embora
ainda raros) são: Doença granulomatosa crônica;
De�ciência de adesão dos leucócitos (tipos 1 e 2);
Neutropenia cíclica; Síndrome de Chédiak-Higashi.
● De�ciências de complemento: são raras (≤ 2%),
englobam as de�ciências isoladas de componentes ou
os inibidores do complemento e podem ser
hereditárias ou adquiridas. As de�ciências
hereditárias são autossômicas recessivas, exceto nas
de�ciências do inibidor de C1, que são autossômicas
dominantes, e da properdina, ligada ao X. Essas
de�ciências resultam em opsonização defeituosa,
fagocitose e lise de patógenos, além de prejudicarem
a depuração de imunocomplexos. As consequências
mais sérias são: Infecção recorrente, que ocorre por
causa da opsonização defeituosa; Doenças
autoimunes (p. ex., lúpus eritematoso sistêmico,
glomerulonefrite), que ocorrem por causa da
depuração defeituosa de complexos
antígeno-anticorpo. Uma de�ciência em uma
proteína reguladora do complemento causa o
angioedema hereditário.
○De�ciências de complemento podem comprometer
as vias clássica e/ou alternativa do sistema de
complemento. A via alternativa compartilha C3 e C5
até C9 com a via clássica, mas tem componentes
adicionais: fator D, fator B, properdina (P) e fatores
regulatórios H e I.
Imunode�ciências adquiridas (secundárias)
As de�ciências do sistema imunológico, muitas vezes
se desenvolvem devido a normalidades que não são
genéticas, mas adquiridas durante a vida (Tabela
21-6). Doenças de imunode�ciência adquirida são
causadas por diversos mecanismos patogênicos. Em
primeiro lugar, a imunossupressão pode ocorrer
como uma complicação biológica de outro processo
de doença. Em segundo lugar, as chamadas
imunode�ciências iatrogênicas podem se desenvolver
como complicações do tratamento de outras doenças.
Em terceiro lugar, a imunode�ciência pode ser
adquirida por uma infecção que depleta as células do
sistema imune. A mais importante delas é a infecção
pelo HIV.
Doenças nas quais a imunode�ciência é um
elemento complicador frequente incluem
desnutrição, neoplasias e infecções. A desnutrição
proteico calórica é comum nos países em
desenvolvimento e está associada à imunidade celular
e humoral diminuída contra microrganismos.
Grande parte da morbidade e mortalidade que
atingem as pessoas desnutridas deve-se a infecções. A
base para a imunode�ciência não está bem de�nida,
mas é razoável presumir que os distúrbios
metabólicos globais nestes indivíduos, causados pela
ingestão de�ciente de proteína, gordura, vitaminas,
minerais afeta de forma adversa a maturação e a
função das células do sistema imune.
Os pacientes com câncer generalizado avançado,
geralmente, são suscetíveis à infecção por causa do
comprometimento da resposta imune celular e
humoral contra vários organismos. Tumores da
medula óssea, incluindo os cânceres metastáticos
para a medula óssea e as leucemias que se
desenvolvem na medula, podem interferir no
crescimento e desenvolvimento dos linfócitos e
outros leucócitos. Além disso, os tumores podem
produzir substâncias que interferem no
desenvolvimento ou na função dos linfócitos. Um
exemplo de imunode�ciência associada à
malignidade é o comprometimento da função das
células T, normalmente observada em pacientes com
um tipo de linfoma chamado de doença de Hodgkin.
Os pacientes são incapazes de produzir reações DTH
à injeção intradérmica de vários antígenos comuns
aos quais foram previamente expostos, como
Candida ou o toxóide tetânico. Outras medidas in
vitro da função das células T, como a resposta
proliferativa a ativadores policlonais, também são
defeituosas nos pacientes com doença de Hodgkin.
Esta de�ciência generalizada nas respostas imunes
mediadas por células tem sido chamada de anergia. A
causa destas anormalidades das células T é
desconhecida.
Vários tipos de infecções levam à imunossupressão.
Alguns vírus, além do HIV, são conhecidos por
prejudicar as respostas imunes; exemplos deles
incluem o vírus do sarampo e o vírus linfotrópico de
células T humanas tipo 1 (HTLV-1). Ambos os vírus
podem infectar os linfócitos, o que pode ser a base
para os seus efeitos imunossupressores. Tal como o
HIV, ou HTLV-1 é um retrovírus com tropismo para
as células T CD4 + ; no entanto, em vez de matar as
células T auxiliares, ele as transforma e produz uma
neoplasia maligna agressiva chamada de
leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL). Os
pacientes com ATL normalmente desenvolvem uma
imunossupressão grave, com múltiplas infecções
oportunistas. Infecções crônicas por Mycobacterium
tuberculosis e vários fungos frequentemente
resultam em anergia para muitos antígenos.
Infecções parasitárias crônicas também podem levar à
imunossupressão. Por exemplo, as crianças africanas
com malária crônica apresentam depressão em
função das células T, e isso pode ser uma razão pela
qual estas crianças têm maior propensão a
desenvolver tumores malignos associados ao EBV.
A imunossupressão iatrogênica é mais
frequentemente causada por terapias com
fármacos que eliminam linfócitos ou os inativam
funcionalmente. Alguns fármacos são
administrados intencionalmente para
imunossuprimir os pacientes, seja para o tratamento
de doenças in�amatórias ou para evitar a rejeição de
aloenxertos de órgãos. Os medicamentos
anti-in�amatórios e imunossupressores mais
comumente utilizados são os corticosteróides e a
ciclosporina, respectivamente, mas atualmente
muitos outros estão sendo amplamente utilizados
(Caps. 17 e 19). Vários fármacos hemoterápicos são
administrados a pacientes com câncer, e esses
medicamentos geralmente são citotóxicos para
proliferação de células, incluindo linfócitos maduros
e em desenvolvimento, bem como para outros
precursores de leucócitos. Assim, a quimioterapia
para o câncer é quase sempre acompanhada por um
período de imunossupressão e risco de infecção. A
imunossupressão iatrogênica e os tumores que
envolvem a medula óssea são as causas mais comuns
de imunode�ciência nos países desenvolvidos.
Uma outra forma de imunode�ciência adquirida é
causada pela ausência do baço, que pode acontecer
por remoção cirúrgica do órgão após um trauma,
bem como pelo tratamento de certas doenças
hematológicas, ou por infarto na doença das células
falciformes. Pacientes sem baço são mais susceptíveis
a infecção por alguns organismos, especialmente
bactérias encapsuladas, como Streptococcus
pneumoniae. Esta susceptibilidade aumentada
deve-se, em parte, ao defeito na eliminação
fagocitária de microrganismos opsonizados
transmissíveis pelo sangue, uma importante função
�siológica do baço, e em parte, deve-se às respostas de
anticorpos defeituosas resultantes da ausência de
células B da zona marginal.
Imunode�ciência Secundária (ou adquirida):
As causas são: Doenças sistêmicas (p. ex., diabetes,
desnutrição, infecção pelo HIV), Tratamentos
imunossupressores (p. ex., quimioterapia citotóxica,
ablação da medula óssea antes de transplante,
radioterapia), Doença grave prolongada, etc.
Também ocorrem em pacientes com doenças graves,
idosos, ou hospitalizados. As doenças graves
prolongadas podem deprimir a resposta
imunitária; esse efeito prejudicial pode ser
reversível, se a doençase resolver.
A imunode�ciência pode resultar da perda de
proteínas séricas (particularmente IgG e albumina)
por causa de: Rins na síndrome nefrótica, Pele em
queimaduras graves ou dermatites, Trato Gl na
enteropatia.
As enteropatias também podem causar perda de
linfócitos, resultando em linfopenia (linfocitopenia).
O tratamento é direcionado à doença de base; p. ex.,
uma alimentação rica em triglicerídeos de cadeia
média pode diminuir a perda de imunoglobulinas
(lg) e de linfócitos do trato gastrointestinal e ser
muito bené�ca.
Se houver suspeita clínica de imunode�ciência
secundária, os testes devem ter como objetivo o
diagnóstico dessa doença (p. ex, diabetes, infecção
por HIV, �brose cística, discinesia ciliar primária).
7-Citar exames relacionados a
imunode�ciência
De uma forma geral, na investigação de um quadro
suspeito de IDP, os seguintes exames podem ser
solicitados: hemograma completo, dosagem das
imunoglobulinas (pois as imunode�ciências
humorais são mais comuns, quando comparadas às
demais IDPs), radiogra�a do cavum e tórax, teste
cutâneo de hipersensibilidade tardia, teste de
dihidrorodamina, dosagem de CH50 (complemento
total) e sorologia para HIV.
Na suspeita de imunode�ciência humoral, os
seguintes exames estão indicados: dosagem de
imunoglobulinas (IgG, IgA, IgE e IgM) (quadro 1),
isoaglutininas, contagem de células B (CD19/20, por
citometria de �uxo) e resposta vacinal a pneumococo
e tétano.
● Hemograma completo: mede a quantidade de
leucócitos e hemoglobina, com base em uma amostra
de sangue, para con�rmar uma infecção ou um caso
de anemia. Os leucócitos são as células brancas do
sangue e, nesse grupo, estão os linfócitos e
neutró�los, células muito importantes para o sistema
imunológico. Se estiverem em baixa quantidade,
facilitam as infecções.
A Neutropenia (contagem total de
neutró�los < 1.200 células/pl) pode ser
congênita ou cíclica, ou ser constatada em
casos de anemia aplásica.
A linfopenia (linfócitos < 2000/pl ao
nascimento, < 4500/µl na idade de 9 meses
ou 1000/μl em crianças maiores ou em
adultos) sugere um distúrbio de células T,
pois 70% dos linfócitos circulantes são
células T.
A leucocitose que persiste entre
episódios de infecções pode estar
relacionada com a de�ciência de adesão dos
leucócitos.
A plaquetopenia em crianças do sexo
masculino sugere síndrome de
Wiskott-Aldrich.
A anemia pode estar relacionada com a
anemia da doença crônica ou a anemia
hemolítica autoimune, que pode ocorrer na
CVID e em outras imunode�ciências.
● Imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA, IgE) e as
subclasses de IgG (1, 2, 3 e 4).
● Linfócitos T e B;
● Exame complemento: (C3, C4 e CH50) são
feitos para veri�car o que está provocando
infecções e alterações na atividade
autoimune;
● Respostas vacinais;
● Títulos de anticorpos
● Exame de triagem neonatal TREC e
KREC.
● Exames para avaliação de fagocitos como
dihidrorodamina
● Testes de pele a maioria dos adultos e
crianças imunocompetentes reagem a 0,1
mL do extrato de Candida albicans (1:100
para lactentes, 1:1.000 para crianças
maiores e adultos) injetado por via
intradérmica. A reatividade positiva,
de�nida por um eritema é uma pápula com
5 mm após 24. 48 e 72 h. exclui a
possibilidade de um distúrbio de células TA
ausência de resposta não con�rma a
imunode�ciência em pacientes que não
foram anteriormente expostos à Candida
TESTE CUTÂNEO DE
HIPERSENSIBILIDADE TARDIA
● Radiogra�a de tórax pode ser útil em
algumas crianças; a ausência de imagem do
timo pode ser um sinal de de�ciência de
células T, principalmente se a imagem for
obtida antes do aparecimento de infecção
ou de outro estresse que possa impedir o
crescimento do timo laterais da faringe
podem mostrar a ausência da tonsila
faríngea (adenóide)
8-Entender o porque é solicitado a
contagem de linfócitos T CD4
Em geral, esse exame é usado para avaliar a função do
sistema imunológico em pessoas com diagnóstico de
infecção pelo HIV. Ocasionalmente pode ser usado
com outros problemas.
O exame é feito logo após o diagnóstico de infecção
pelo HIV, para avaliar o estado basal do sistema
imunológico, entre duas a quatro semanas após o
início do tratamento antiviral e depois a cada três a
quatro meses.
O exame determina a quantidade no sangue de
linfócitos com marcadores de superfície chamados
CD4 e CD8. São tipos de leucócitos que têm funções
importantes no sistema imunológico. Formam-se no
timo, nos linfonodos e no baço e circulam na
corrente sanguínea.
Os linfócitos CD4 são também chamados linfócitos
“helper” ou auxiliares. Têm um papel importante na
identi�cação, no ataque e na destruição de bactérias,
fungos e vírus que invadem o corpo. Os linfócitos
CD4 são o principal alvo do HIV. Ele se liga à
superfície dessas células e as penetra e/ou se replica
(produz cópias de si mesmo) imediatamente,
destruindo-as, ou permanece em repouso, adiando a
replicação. O número de linfócitos CD4 circulantes
diminui com o aumento da infecção. Essa
diminuição progressiva pode durar anos até o
aparecimento dos sintomas associados à AIDS. O
tratamento reduz a quantidade de vírus no corpo e
retarda a queda dos linfócitos CD4.
Os linfócitos CD8, também chamados supressores
ou citotóxicos, participam da identi�cação e da
destruição de células infectadas por vírus ou afetadas
por câncer. Produzem substâncias que di�cultam a
replicação do HIV.
Esses exames determinam a quantidade de linfócitos
CD4 e CD8 no sangue, para avaliar o estado do
sistema imunológico em pessoas infectadas pelo HIV.
Em geral, são feitos em conjunto com a carga viral do
HIV. Com o progresso da doença, o número de
linfócitos CD4 diminui. Essa diminuição pode ser
expressa em números absolutos ou em relação ao
total de linfócitos, como uma percentagem, ou como
uma relação entre linfócitos CD4 e CD8.
A contagem de linfócitos CD4 e CD8 é usada com
maior frequência para monitorar o progresso da
infecção pelo HIV, mas pode ser usada em outras
ocasiões, como em linfomas e transplantes de órgãos.

Mais conteúdos dessa disciplina