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Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Terapia nutricional na Obesidade - A obesidade é uma doença que é fator de risco para várias doenças - Enfermidade crônica caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal em uma extensão tal que traz prejuízos a saúde Sobrepeso ≠ Obesidade Vigitel 2016 – estima-se que mais da metade da população esteja com sobrepeso/obesidade Vigitel 2018 – 18,9% obesos / 54% sobrepeso Vigitel 2019 – 20,3% obesos / 55,4% sobrepeso Massa gorda – gorduras “essenciais” + de “armazenamento” Massa livre de gordura – água +PTN + componentes corporais Massa corporal magra – músculos Gordura corporal Gordura essencial – armazenado em órgãos vitais Gordura de armazenamento – se acumula sobre a pele e ao redor dos órgãos internos Meta individual do %GC Mulheres: 25 a 31%, sendo 12% gordura essencial Homens: 18 a 24% sendo 3% gordura essencial Tecido adiposo branco (TAB) – proteção, calor e reserva de energia [caroteno] Tecido adiposo marrom (TAM) – calor [bebês] [ferro – mitocôndrias] Ganhos de tecido adiposo Adipócitos: células de gordura – sintetiza e armazena Hiperplasia – ↑ nº de células – lactação, infância, adolescência Hipertrofia – ↑ tamanho de células Nº de células é maior em crianças obesas Armazenamento de gordura A maior parte dos depósitos de gordura vem do TG alimentar Lipogênese: Síntese de ácidos graxos e triglicerídeos Regulada por elementos/fatores nutricionais, hormonais e genéticos Enzima: Lipase lipoprotéica (LPL) Lipólise: Hidrólise do triglicerídeo em ácido graxo e glicerol que ocorre no tecido adiposo Enzima: Lipase hormônio sensível (LHS) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Hormônios que afetam a atividade da Lipase lipoprotéica (LPL) Estrogênio → estimulação da atividade da LPL nos adipócitos gluteofemorais Redução de hormônios sexuais → tendência para aumentar obesidade central (ABESO 2016; Krause, 2018) Etiologia da Obesidade Componentes do sistema neuroendócrino envolvidos com a obesidade: Sistema aferente Unidade de processamento do SNC Sistema eferente O balanço energético pode ser alterado por aumento do consumo calórico, pela diminuição do gasto energético ou por ambos O gasto energético é composto por 3 constituintes: CONSTITUINTES DO GASTO ENERGÉTICO PERCENTUAL Metabolismo basal 60 – 70% Efeito Térmico do Alimento (ETA) 5 – 10% Atividade Física 10 – 30% Influência do ambiente: Redução da atividade física e aumento da ingestão calórica Estilo de vida urbana moderno: Maior taxa de aumento da obesidade em populações com maior grau de pobreza e menor nível educacional Refeições em curto espaço de tempo Tabagismo [relacionado ao abandono ao tabagismo – ↑ peso – tratamento medicamentoso, troca de vício, estresse] Casamento Genética A obesidade é uma das manifestações descritas em 24 doenças mendelianas e em 9 tipos de doenças monogênicas, que causam obesidade precoce na infância Obesidade comum tem herança poligênica Efeito do estresse no apetite: Obesidade não é classificada como um transtorno psiquiátrico! Sintomas de estresse → ansiedade, depressão, nervosismo e hábito de se alimentar quando problemas emocionais estão presentes Hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (ABESO 2016) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) HIPERATIVIDADE ↑ EIXO HPA → FEEDBACK NEGATIVO – BUSCA POR COMIDAS PLATÁVEIS / ENDOCABENOIDES OREXIGENO INIBIR BUSCA DE COMIDA PALATÁVEL, CALÓRICA QUE TEM PROPRIEDADE DE RECOMPENSA PODEROSA NO SISTEMA HEDÔNICO NÃO HOMEOSTÁTICO (DE RECOMPENSA ALIMENTAR) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Etiologia da Obesidade Iatrogenia farmacêutica [medicamentos] Antidepressivos, anti-histamínicos, hipoglicemiantes orais Redução do sono e a produção de melatonina: Privação do sono crônica → diminuição da secreção de leptina e TSH, aumento dos níveis de grelina Redução na produção de melatonina → induz resistência à insulina, intolerância à glicose (reduz a expressão do GLUT-4), perturbações do sono Leptina – saciedade; Grelina – fome Disruptores endócrinos Substâncias lipofílicas ambientalmente estáveis que podem alterar a função endócrina: Podem causar ganho de peso → perturbação da regulação hormonal endógena Ambiente termoneutro Zona de termoneutralidade → intervalo de temperatura ambiente em que o gasto de energia não é necessário para a homeotermia Diminuição do tabagismo Nicotina → efeitos termogênicos e redutores de apetite Aumento da idade das grávidas: O risco de obesidade na criança aumenta em cerca de 15% para cada incremento de 5 anos na idade materna Origem infecciosa Existem 5 vírus animais e 3 vírus humanos documentados como causadores de obesidade Os 3 vírus humanos afetam diretamente os adipócitos. Estimulam as enzimas e fatores de transcrição → acúmulo de TG (ABESO 2016) Vírus Humanos Obesogênicos Adenovírus (Ad) 36 Ad-37 Ad-5 Vírus Animais Obesogênicos Vírus da cinomose Vírus 7 Rous-associado Vírus da doença de Borna Agente de tremor epizoóticoprionscrapie SMAM-1 Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Poluição Exposição a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos Microbiota intestinal Firmicutes e bacteriodetes → relação simbiótica e atuam como microbiotas engordativas ou emagrecedoras a depender da condição nutricional do indivíduo, ingestão alimentar e capacidade de absorção dos alimentos Firmicutes → maior eficiência na degradação de nutrientes e na absorção de energia (ABESO 2016) Fatores que influenciam na associação entre as mudanças na microbiota e mudanças no peso corporal induzidos pelo tratamento com probióticos. Fonte: adaptada de Nova et al, 2016 Fisiopatologia da Obesidade FATORES AMBIENTAIS POF – Despesas com alimentação (2017 – 2018): Maior peso: Carne, vísceras e pescados Queda: leguminosas, cereais e oleaginosas. (ABESO 2016; POF 2019) Glicotoxicidade: Consumo de carboidratos de alto índice glicêmico [↓ saciedade; resistência à insulina; ↑ TG no sangue; ↑ cortisol] Lipotoxicidade: Consumo de lipídios saturados e ácido linoleico Menor sensibilidade à insulina; maior produção de eicosanoides pró-inflamatórios (ABESO 2016) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) (ABESO 2016) Regulação neuroendócrina Controle de impulsos inibitórios e estimulantes do SNC e hormônios produzidos perifericamente Hipotálamo Principal responsável pelo equilíbrio: ingestão x gasto energético Onde os sinais do estado de requerimento e reserva de energia são interpretados Regiões envolvidas na regulação da ingestão alimentar: o Núcleo arqueado o Núcleo paraventricular o Núcleo lateral o Núcleo ventromedial (ABESO 2016; Krause, 2018) Menor nº de receptores de insulina e mais receptores beta- adrenérgicos Mais lipólise AGL voltam à circulação pela veia porta → produtos intermediários (diacilglicerol e ceramida) Ativação de ptns cinases de serina/treonina Fosforilam o receptor de insulina em serina ou treonina Inativação da capacidade tirosina- cinase Receptores de insulina NÃO são deflagrados! Enzimas que modificam outras PTN Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Saciedade (anorexígenos) Sinais PERIFÉRICOS: HORMÔNIO LIBERAÇÃO/PRODUÇÃO AÇÃO GLP-1 (Glucagon- like-peptideo-1) Células intestinais Reduz a secreção de glucagon Retarda o esvaziamento gástrico CCK (Colecistoquinina) Receptores no intestino e cérebro Contração da vesícula biliar Estimula a liberação de enzimas pancreáticas No cérebro inibe a ingestão alimentar Bombesina Neurônios entéricos Reduz a ingestão alimentar Aumenta a liberação de CCK PYY (Polipeptídeo YY) Células que revestem o intestino delgado Ação oposta a grelina Induz saciedade Oxintomodulina Células-L do intestino delgado Ativação do GLP-1 Libera GLP-1 Apolipoproteína A-IV Células intestinais Entra no SNE e suprime a ingestão alimentar Insulina Pâncreas Envolvimento na síntese e armazenamento de lipídeos Sua atividade prejudicada pode levar à termogênese insatisfatória Serotonina Neurônios serotoninérgicos e intestino Níveis da ingestão alimentar de triptófano e de CHO Sua redução → aumento de apetite por CHO CART (fator de transcrição cocaína- anfetamina dependente) Núcleo arqueado Reduz apetite Aumenta após administração de leptina CRH (hormônio liberador de corticotrofina) Hipotálamo Liberação do hormônio adrenocorticotrófico Enfraquece a resposta alimentar Anorexígeno (ABESO 2016; Krause, 2018) Fome (orexígenos) Sinais CENTRAIS: HORMÔNIO LIBERAÇÃO/PRODUÇÃO AÇÃO NPY (Neuropeptídeo Y) Núcleo arqueado, paraventricular e lateral do hipotálamo Aumenta na privação alimentar Inibe a lipólise Mais potente orexígeno Cortisol Glândulas adrenais Reduz a queima calórica Dopamina Sistema nervoso simpático Controla a atividade das áreas do hipotálamo que governam o comportamento alimentar Orexina (Hipocretina) Hipotálamo Regulador central de glicose e homeostase energética Estimulante de apetite MCH (Hormônio concentrador de melanina) Hipotálamo Se projetam nos centros do olfato e outras áreas do córtex cerebral (ABESO 2016; Krause, 2018) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Obesidade e inflamação: A obesidade está associada a um estado crônico subclínico de inflamação Produção anormal de citocinas pró-inflamatórias: TNF-α; IL-1; IL-6 Obesos → acúmulo de macrófagos → expressam altos níveis de fatores inflamatórios Efeitos: o Sensibilidade à insulina, dislipidemia, perda de proteínas musculares, estresse oxidativo TNF-α Diretamente associada com a regulação da sensibilidade à insulina → mecanismos que incluem alteração na capacidade do receptor de insulina para fosforilação e redução da expressão do GLUT-4 IL-6 Citocina multifatorial Responsáveis pelo aumento nas proteínas de fase aguda Leptina X Obesidade Hormônio produzido pelas células adiposas Responsável pelo controle da ingestão alimentar Atua a nível de SNC Reduz a ingestão alimentar: Inibe (orexígenos) → NPY e AgRP Estimula → CART e POMC Grelina → Magros + Obesos - → Obeso + sensível Leptina → Magros – Obesos + → Obeso - sensível (ABESO 2016; GRIMBLE, 2010; Krause, 2018) Adiponectina X Obesidade Anti-inflamatória → reduz a produção de TNF-α, IL-6 e a produção de citocinas anti-inflamatórias (IL-10) Contribui com aumento da sensibilidade periférica à insulina Resistina X Obesidade Citocina pró-inflamatória → aumenta à resistência à insulina Cortisol X Obesidade Obesidade central é caracterizada por aumento na produção de cortisol (ABESO 2016) Formas Clínicas da Obesidade OBESIDADE ANDROIDE Gordura subcutânea e no tronco Associada ao DM2, HAS, risco cardiovascular, dislipidemia Fator de risco de morbidade e mortalidade OBESIDADE GINECOIDE/GINOIDE Gordura ao redor das coxas e nádegas Não é associada a eventos mórbidos da obesidade androide OBESIDADE GENERALIZADA Riscos aumentados para DCV, endócrinas, musculoesqueléticas (ABESO 2016; Krause, 2018) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Métodos de Avaliação Nutricional Peso corporal: Peso ideal pela COMPLEIÇÃO FÍSICA → Tabelas do Metropolitan Life Insurance (1983) Associam-se valores de peso com relação à estatura de pessoas identificadas como sadias, considerando gênero e compleição física 1. Compleição física= 2. Classificação da compleição: pequena, média ou grande 3. Obtenção do peso ideal Circunferência da cintura Reflete o conteúdo de gordura visceral Ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela Indivíduos com maior volume abdominal: cicatriz umbilical Pontos de corte propostos (OMS, 1998) Homens Mulheres ≥ 94 (risco aumentado) ≥ 102 (risco muito aumentado) ≥ 80 (risco aumentado) ≥ 88 (risco muito aumentado) Relação cintura/quadril (RCQ) Associada a risco de comorbidades Menos válida como medida relativa RCQ= Pontos de corte propostos (OMS, 1998) Sexo Risco aumentado Homens ≥ 1 Mulheres ≥ 0,85 Relação cintura-estatura (RCE) Capaz de detectar melhor o risco cardiometabólicos quando comparado a circunferência abdominal e ao IMC RCE= Pontos de corte ideal: 0,5 (ABESO 2016; Cuppari, 2019) Compleição física Grande Média Pequena Homens < 9,6 9,6 a 10,4 > 10,4 Mulheres < 10,1 10,1 a 11 > 11 Estatura (cm) Circunferência do punho Perímetro da Cintura Perímetro do Quadril Circunferência abdominal (cm) Estatura Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Avaliação combinada Circunferência abdominal + IMC Índice de Conicidade (IC) Avaliação da distribuição de gordura corporal IC= Faixa esperada: 1,0 a 1,73 Limitação: não há ponto de corte específico para graduar risco coronariano Circunferência do pescoço / cervical O acúmulo de gordura cervical está associado à: Maior risco de DCV Infarto do miocárdio Altas concentrações de LDL-colesterol Hipertensão arterial Hiperglicemia Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Marcador de obesidade visceral e resistência periférica à ação da insulina mais eficiente do que a circunferência da cintura Medida da circunferência do pescoço (cm) Risco de sobrepeso ou obesidade Homens Mulheres < 37 < 34 Não identificável ≥ 37 ≥ 34 Investigação adicional ≥ 39,5 ≥ 36,5 Obesidade presente (Bem Noun et al., 2001; Verna et al., 2017 Dobras cutâneas Relação entre gordura localizada nos depósitos debaixo da pele e a gordura interna ou densidade corporal Limitações: VARIEDADE DOS AFERIDORES DA MEDIDA; GRAUS MAIS GRAVES DE OBESIDADE Locais anatômicos em que as dobras refletem melhor adiposidade: Tricipital Bicipital Subescapular Suprailíaca Parte superior da coxa Outras formas de avaliação Outras formas de Avaliação Pesagem hidrostática Composição corporal por absorciometria com raios-x de dupla energia (DEXA) Técnicas de imagem Somatório de dobras cutâneas Ultrassonografia Bioimpedância (modelos octopolares) Calorimetria indireta Circunferência da cintura (m) 0,109 √massa corporal (Kg) /estatura (m) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Tabela de Padrões Percentuais de Gordura Corporal, por Sexo, e Risco de Comorbidades Associadas ao Estado Nutricional (LOHMAN, 1992) HOMENS MULHERS Risco (desnutrição) ≤ 5% ≤ 8% Abaixo da média 6 a 14% 9 a 22% Média 15% 23% Acima da média 16 a 24% 24 a 31% Risco (obesidade) ≥ 25% ≥ 32% Protocolos que levam em consideração a medida das circunferências corporais (Chemin e Mura, 2007): Homens: %G = 0.31457 x (circunferência abdominal) – 0.10969 x (massa corporal) + 10.8336 Mulheres: %G = 0.11077 x (circunferência abdominal) – 0.17666 x (estatura) + 0.14354 x (massa corporal) + 51.03301 Pontos de corte: Homens < 15% e mulheres < 25% Avaliação metabólica Balaço energético = Diferença entra a quantidade de energia metabolizável ingerida (valor energético total consumido – VET) e a quantidade de energia gasta (gasto energético total – GET) BE pode ser positivo, negativo ou neutro GET inclui: 1. Taxa metabólica basal 2. Atividade física 3. Efeito térmico dos alimentos Tratamento da Obesidade Baseia-se em: ↓ da ingestão ↑ do gasto energético Constitui-se: Tratamento dietético Mudanças comportamentais Atividade física Podeser empregado também: Tratamento medicamentoso Tratamento cirúrgico Desenvolvimento do plano de ação nutricional Cuidado com metas de tratamento discrepantes baseados em referências estéticas! Redução de 5 a 10% do peso inicial = melhora metabólica Indicadores importantes na implantação de metas: Perfil glicêmico Pressão arterial Lipídios plasmáticos (ABESO 2016; Cuppari, 2019) Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Tratamento Dietético ABESO, 2016 Dietas de muitas baixas calorias (< 800Kcal/dia): Circunstâncias especificas com cenário adequado e supervisão Cálculo do valor calórico: Calorimetria indireta Taxa metabólica de repouso corrigida para o nível de atividade física 25% do tecido adiposo é metabolicamente ativo – superestimação Utilização do peso ajustado Dieta individualizada e reduzindo ingestão calórica: 1000 a 1500 Kcal por dia para mulheres e 1200 a 1800 Kcal por dia para homens – déficit de 500 a 1000Kcal/dia 1200 a 1500 Kcal por dia para mulheres e 1500 a 1800 Kcal por dia para homens – déficit de 500 a 750Kcal/dia Dieta + aumento de atividade física Substitutos de refeições Dieta DASH, do Mediterrâneo – melhora de fatores de risco cardiometabólicos Dietas de muito baixas calorias: 400 a 800Kcal/dia 0,8 a 1,0g de proteínas por peso IDEAL Vitaminas, minerais e ácidos graxos Consumo de mais calorias pela manhã, ao invés de no final do dia Não está bem estabelecida Tratamento Dietético CUPPARI, 2019 Plano de restrição energética moderada: Valor energético de acordo com situação biológica Redução progressiva da ingestão – entre 500 a 1000Kcal/dia A implementação de um plano que forneça de 15 a 20Kcal/Kg de peso atual/dia (não sendo inferior à estimativa do gasto energético basal), é sugerido para o cálculo direto do teor energético da dieta Nutrientes Distribuição Carboidratos 55 – 60% (com cerca de 20% de absorção simples) Proteínas 15 – 20% (não menos de 0,8g/Kg/dia de peso desejável/dia) Gorduras 20 – 25% Sendo: 7% de gorduras saturadas 10% de gorduras poli-insaturadas 13% de gorduras monoinsaturadas Fibras 20 – 30g/dia Álcool Não é aconselhável sua recomendação Colesterol Não mais que 300mg/dia Vitaminas e minerais Os requerimentos totais são atingidos nos planos de 1200Kcal ou mais Cloreto de sódio Adequados a situação biológica individual Líquidos 1500ml para cada 1000Kcal Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Tratamento Dietético CUPPARI, 2019 Plano de baixo valor energético: 800 a 1200Kcal OU 10 a 19Kcal/Kg de peso desejável/dia Plano de muito baixo valor calórico: Menos de 800Kcal diárias (400 – 800Kcal) OU menos de 10Kcal/Kg de peso desejável/dia Indicado para obesidades massivas e recorrentes. DM descompensados Períodos curtos (3 – 4 semanas) Plano com menos de 400Kcal/dia OU jejum total (menos de 200Kcal/dia) Não se recomenda Efeitos colaterais de dietas de muito baixa valor calórico: Cetose, fadiga, vertigens Transtornos gastrointestinais Irregularidades menstruais Desidratação Intolerância ao frio Mais de 5% da perda de peso é de líquidos Difícil sustentação de resultados Dietas da moda Exemplos: Dieta rica em gordura e pobre em carboidratos Dietas pobres em gordura e muito pobres em gordura (< 19%) Jejum intermitente Dieta isenta de glúten Dieta isenta de lactose Manutenção da dieta por muito tempo A resposta ao tratamento pode ser variável Modificação comportamental (ABESO 2016; Cuppari, 2019) Tratamento Heterodoxo ABESO, 2016 Quitosana Polissacarídeo derivado da quitina Possível redução da absorção intestinal de gordura Psyllium Fibra hidrossolúvel Aumento da saciedade e redução da ingestão calórica Ácido linoleico conjugado Produzido no TGI de ruminantes Redução da ingestão alimentar, aumento do gasto energético Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Terapia Cognitivo – Comportamental CUPPARI, 2019 Baseada na análise e modificação de transtornos de comportamentos associados ao estilo de vida do paciente Estratégias Entrevista motivacional: Conscientizar sobre às principais motivações para adesão ao tratamento Comer intuitivo: Rejeitar a mentalidade da dieta Honrar a fome Fazer as pazes com a comida Desafiar o “policial alimentar” Sentir saciedade Descobrir a satisfação Lidar com emoções sem usar a comida Respeitar seu corpo Exercitar-se Honrar a saúde Comer com atenção plena: Dar atenção ao comer Sem julgamentos ou críticas Controle de estímulos: Controlar fatores que interferem negativamente nos transtornos comportamentais Automonitoramento: Registrar os alimentos ingeridos e o contexto Tratamento Farmacológico Indicações (para pacientes com falha no tratamento isento de medicações): IMC ≥ 30Kg/m2 IMC ≥ 25Kg/m2 ou ≥ 27Kg/m2 quando associado à presença de comorbidades (dependendo do medicamento) IMC normal (< 25Kg/m2) com aumento de circunferência abdominal (obesidade visceral) Cuppari, 2019 •Bloqueia a recepção de noradrenalina e serotonina •Não causa dependência •Contraindicado: DAC e HAS decompensada Sibutramina •Não atua no SNC •Auxilia na redução da absorção de gordura ingerida •Monitoramento de vitaminas lipossolúveis Orlistate •Atua como antagonista do peptídeo que se assemelha ao GLP-1 •Aumenta a secreção de insulina na presença de glicose e retarda o esvaziamento gástrico Liraglutida Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Tratamento cirúrgico Individuos portadores de Obesidade grau III (IMC > 40Kg/m2) ou ≥ 35 associado a comorbidades Brasil → 3º lugar dos países que mais realizam cirurgias no mundo Técnicas cirúrgicas reconhecidas: Bypass gástrico (BGYR) ou gastroplastia com desvio intestinal em Y de Roux Sleeve gástrico (SG) ou gastrectomia vertical Banda gástrica ajustável Duodenal switch Progressão dietética: Dieta liquida de prova e líquida mínima em resíduos: Dura em média 2 dias No 3º ao 5º dia, podem ser oferecidos refrescos de frutas naturais bem diluídos e coados também se recomenda a oferta de caldos bem cozidos de legumes Mantida por um curto período (entre 5 e 10 dias) Dieta líquida completa: 1 a 2 semanas Não há mais a necessidade de coar preparações, bastando apenas ser liquidificadas Líquidos ainda sem adição de açúcares para evitar síndrome de dumping Geralmente é nesse período que se inicia a suplementação (polivitamínicos e poliminerais mastigáveis ou líquidos) Dieta pastosa: Recomenda-se que seja iniciada de 10 dias a 1 semana antes de se completar 1 mês de pós-operatório Dieta branda: Geralmente ela é mantida por 1 mês Dieta normal: Incentivar o consumo de 80 a 100g de proteínas diariamente Cuppari, 2019 Obesidade Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) Caracterização Repetida obstrução das vias aéreas superiores, resultando em dessaturação da oxihemoglobina, alterações da estrutura do sono e sintomatologia típica Sintomatologia típica Roncos de alta intensidade Sonolência diurna excessiva Pausas respiratórias durante o sono ou despertares Cuppari, 2019 Estudo do sono (POLISSONOGRAFIA) Classificação (nº de episódios de apneia) Leve Moderada Grave Principal fator de risco Obesidade Portadores de SAOS 70% obesidade Obesidade grave → incidência 15x maior Associada Doenças cardiovasculares Distúrbios metabólicos RI DM ↑ Grelina ↓ Leptina → GANHO DE PESO Deposição de gordura perifaríngea, alterações nos ossos da face, amígdalas e adenoides → obstrução de vias aéreas superiores Recomendações e Medidas Comportamentais nos Pacientes com SAOS 1. Perder peso 2. Diminuição gradual do consumo energético3. Evitar álcool no mínimo 4 horas antes de dormir e antes das sonecas 4. Evitar medicamentos sedativos tipo hipnóticos, antialérgicos, anti-histamínicos preferencialmente antes de dormir 5. Evitar dormir de barriga para cima 6. Evitar refeições pesadas antes de dormir 7. Evitar refeições cafeínadas no mínimo 4 horas antes de dormir 8. Evitar fumar, no mínimo 4 horas antes de dormir 9. Evitar comer ou fumar no meio da noite 10. Evitar privação do sono 11. Procurar dormir no mínimo 7,5 horas por noite 12. Procurar manter horário relativamente constante para dormir e acordar 13. Levantar a cabeceira da cama cerca de 15 a 20 centímetros 14. Eventualmente dormir sentado em uma poltrona 15. Controlar infecções, inflamações, principalmente das vias aéreas ABESO, 2016; Cuppari, 2019
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