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Sistema digestório 
 
Tem função de ​prover os         
nutrientes e água necessários ao         
organismo​, suprindo, assim, suas       
necessidades energéticas. Nos     
carnívoros as refeições são ocasionais e           
possuem alto valor energético - ricas           
em proteínas e gordura, ​sua digestão é             
principalmente enzimática enquanto     
que em ​herbívoros que consomem         
grande quantidade de alimento pouco         
energético que ​não é totalmente         
digestível por enzimas animais por isso           
deve haver uma fase de ​fermentação           
que pode ser pré-gástrica ou         
pós-gástrica.  
 
Coordenação nervosa: 
O trato digestório possui       
inervação simpática e parassimpática e,         
ao contrário da maioria dos outros           
órgãos, o ​sistema parassimpático       
estimula enquanto que o sistema         
simpático deprime​. 
Os neurônios e gânglios que         
inervam o trato gastrointestinal       
constituem um ​“sistema nervoso       
próprio”, o ​SISTEMA NERVOSO       
ENTÉRICO​, ​composto pelo ​PLEXO       
MIOENTÉRICO OU MIOMÉTRICO que       
coordenam as contrações do       
peristaltismo aumentando a contração       
tônica da parede muscular, aumento         
da frequência e intensidade de         
contrações e aumento da velocidade de           
transmissão de ondas excitatórias​; e         
pelo ​PLEXO SUBMUCOSO ​que controla         
a parede interna, coordena a secreção           
gastrointestinal e o fluxo sanguíneo no           
local, contração local do músculo         
submucoso aumentando as vilosidades       
e permitindo maior absorção. 
 
Inervação parassimpática: 
Estimulante​. É feita, quase       
completamente, pelo ​nervo vago =         
inervação vagal mediada por       
acetilcolina​. 
 
Inervação simpática: 
Deprimente​, diminui os     
movimentos do trato gastrointestinal. É         
feita por ​gânglios partidos da região           
cervical e toracolombar da medula         
mediada por noraepinefrina​. 
 
Fibras nervosas sensoriais: 
SENSORIAIS = levam informação       
do TGI para o cérebro​. São ​80%             
provenientes do nervo vago​, podendo         
ser ​estimuladas por irritação da         
mucosa, distensão excessiva ou por         
resposta à substâncias químicas o que           
pode levar a respostas de inibir ou             
excitar os movimentos do TGI​. 
 
Fome: 
É controlada pelo ​HIPOTÁLAMO​,       
que possui os centros de controle da             
fome, sede, temperatura,     
comportamentos sexuais e sono. A         
fome ​pode ser estimulada por         
hormônios como a leptina, por         
estímulo visual, olfativo ou mesmo por           
alguma necessidade do organismo o         
que gera o apetite por certo tipo de               
alimento​. 
 
Preensão: 
A preensão do alimento ​é como           
o animal faz a coleta do seu alimento​,               
podendo ser pelos ​dentes, lábios,         
língua e pelo bico nas aves​. 
 
Dentes: 
Divididos em ​incisivos, caninos,       
pré-molares e molares​, variam em         
número de espécie para espécie e têm             
função de ​preensão dos alimentos,         
rasgá-los e fazer sua trituração ou           
digestão mecânica ​convertendo o       
alimento em partículas menores com         
maior superfície de contato o que           
facilita sua digestão química e/ou         
fermentação além de prevenir lesões         
no TGI​.  
A mastigação também tem       
função de ​misturar os alimentos à           
saliva, lubrificando-os facilitando sua       
descida pelo esôfago e, em algumas           
espécies que possuem ptialina, a         
amilase salivar​, pode até mesmo         
começar a digestão química além da           
física, porém ​é pouco efetiva pelo           
pouco tempo em que o alimento           
permanece na cavidade oral​. 
O ​REFLEXO DA MASTIGAÇÃO       
ocorre de forma que não é necessário             
executar todos os movimentos de         
descida e subida da mandíbula         
voluntariamente: ​a primeira descida da         
mandíbula é voluntária​; ​A mandíbula         
sobe involuntariamente para manter a         
boca fechada​; ​Quando fecha a         
presença do alimento na boca faz com             
que ela volte a descer de forma             
involuntária e assim sucessivamente​. 
A mastigação ​possui     
movimentos diferenciados   
dependendo da forma de alimentação​,         
os ​carnívoros possuem movimentos       
verticais enquanto que os ​herbívoros         
possuem o vertical e o horizontal para             
destruição das células e fibras vegetais. 
A ​DEGLUTIÇÃO do alimento é         
coordenada por um centro de         
deglutição localizado no quarto       
ventrículo do cérebro. Esse centro é           
estimulado por impulsos aferentes       
originados na porção posterior da         
boca, faringe e epiglote​. O ​início da             
deglutição é voluntário​, ​mediado por         
língua e bochechas​, o ​segundo estágio           
é involuntário e chamado de faríngeo​, é             
nele que ocorre o fechamento da           
epiglote​, o ​terceiro estágio é também           
involuntário e é o esofágico, é o que               
permite a descida do alimento pelo           
esôfago até o estômago​. 
 
Glândulas salivares: 
Produzem ​muco que lubrifica o         
bolo alimentar e enzimas que iniciam a             
digestão química na boca​, a ​ação           
dessas enzimas é reduzida devido ao           
curto tempo em que o alimento           
permanece na boca o que torna essa             
digestão pouco efetiva porém ajuda         
nos processos digestivos seguintes. As         
glândulas ​são estimuladas pela       
presença do alimento na boca que           
causa ​pressão, pela visão do alimento,           
cheiros e sons​ ligados à alimentação. 
Carnívoros não possuem ptialina na         
saliva​. 
 
Esôfago: 
É um tubo muscular formado         
por ​músculos estriados esqueléticos       
com ​controle autônomo​. ​Forma um         
anel de constrição antes e depois do             
bolo alimentar que começa no esfíncter           
esofágico superior e vai se movendo           
caudalmente em direção ao esfíncter         
gastroesofágico ou cárdia = espreme o           
alimento até o estômago​. 
 
Estômago: 
É um saco de fundo cego           
formado por um ​fundo, corpo e antro             
pilórico​. Seu ​fundo é a parte mais             
cranial, é a porção que recebe e             
armazena inicialmente o alimento​. O         
corpo armazena e mistura o bolo           
alimentar junto do suco gástrico, faz os             
movimentos de mistura para permitir         
que todo o alimento entre em contato             
com as enzimas secretadas na parede           
gástrica​. O ​antro pilórico é a porção             
final antes de passar para o duodeno,             
nele há a regulação da propulsão e             
passagem do alimento através dos         
piloro para o intestino delgado​,         
partículas maiores que necessitem de         
mais digestão gástrica são impedidas         
de passar e permanecem no estômago,           
durante essa propulsão o alimento é           
jogado contra o piloro o que diminui             
ainda mais o tamanho das partículas​. 
Na medida em que o ​estômago           
enche ele distende ​mediado por         
reflexos vagais que reduzem o tônus           
muscular​. 
Seus movimentos podem ser       
PROPULSIVOS​, com velocidade     
apropriada para digerir e absorver​, e           
podem ser de ​MISTURA​, para garantir           
o contato de todo bolo alimentar com o               
suco gástrico​. As ondas de mistura           
seguem do corpo para o antro na             
forma de ​aneis consecutivos que         
empurram o alimento contra o piloro o             
que ​promove o esvaziamento do         
estômago por meio da ​BOMBA         
PILÓRICA​, na medida em que o           
estômago esvazia ​essascontrações       
passam a se restringir apenas ao corpo             
e se aproximam do antro​. A ​velocidade             
do esvaziamento depende do volume         
dentro do estômago = quando mais           
distendido, maior a motilidade gástrica​,         
e ​depende de receptores no duodeno           
que respondem a composição química         
do quimo (como é chamado o alimento             
pós digestão gástrica), no caso de           
muita proteína o estímulo é para           
diminuição da velocidade de       
esvaziamento para que possa ocorrer         
melhor digestão gástrica. 
Na ​mucosa de quase todo o           
corpo gástrico existem glândulas       
gástricas responsáveis pela produção       
de ​ácido clorídrico(HCl), enzimas e         
muco, que ​se misturam formando o           
suco gástrico​.  
 
Duodeno: 
Porção seguinte ao estômago,       
monitora a passagem do alimento do           
estômago para o duodeno, além da           
bomba pilórica feita pelo estômago,         
através do ​grau de distensão causado           
no duodeno (quanto mais distendido,         
maior a velocidade de passagem​), da           
irritação da mucosa causada por         
substâncias químicas presentes no       
alimento, pela acidez do quimo (quanto           
mais ácido, mais lenta a passagem para             
o duodeno para que este possa           
neutralizar adequadamente o pH​),       
osmolaridade do quimo​, ​presença de         
proteínas, carboidratos e gorduras no         
quimo. 
 
 
Controle hormonal da     
motilidade: 
- Secretina: produzida pelo     
duodeno ​em resposta ao quimo         
muito ácido​, ​estimula a secreção         
pancreática de HCO​3 para       
neutralizá-lo​. ​Inibe a secreção de         
gastrina pelo estômago​. 
- Peptídeo inibidor gástrico:     
produzido no ​intestino delgado       
superior (​duodeno e jejuno​) ​em         
resposta a ácidos graxos e​, em           
pequena extensão, aos     
carboidratos​, causa a ​diminuição       
da motilidade gástrica e estimula         
a secreção de insulina​. 
- Gastrina: ​produzida no ​antro ​em         
resposta à distensão gástrica e         
proteínas​, ​estimula a secreção       
de suco gástrico e tem efeitos           
brandos na ​intensificação da       
bomba pilórica​. 
- Colecistocinina: é ​antagônico à       
gastrina na motilidade​.     
Produzida no ​jejuno ​em resposta         
a substâncias gordurosas no       
quimo​, ​inibe o aumento da         
motilidade pela gastrina e       
contrai a vesícula biliar​. 
- Motilina: produzida no ​duodeno       
superior durante o jejum       
aumentando a motilidade     
gastrointestinal = roncar​. 
 
Motilidade do intestino     
delgado: 
Possui ​movimentos de mistura e         
propulsão​, os e ​mistura são mais           
intensos principalmente no início do         
intestino para que todo o quimo tenha             
contato com as enzimas e substâncias           
provenientes do próprio intestino,       
fígado e pâncreas​, ​ocorrem em toda           
sua extensão ao contrário do estômago           
no qual só ocorrem no corpo e antro. A                 
peristalse (movimentos de propulsão)       
se dá na forma de ​um anel contrátil               
que se forma atrás do quimo e,             
relaxando à sua frente, segue         
empurrando o alimento em direção ao           
fim do tubo​. Assim como na bomba             
pilórica, a ​peristalse é regulada pela           
composição química e/ou física do         
quimo, além de por sinais         
parassimpáticos​.  
A ​mucosa intestinal possui       
pregas, vilosidades​, que com a         
contração ou relaxamento dos       
músculos longitudinais no intestino       
aumentam ou diminuem sua superfície         
de contato. A movimentos desses         
músculos ​pode ser estimulada por         
reflexos nervosos e pela resposta à           
presença do quimo​. 
Após chegar na válvula ileocecal         
o quilo (como o quimo é chamado após               
ter recebido a bile e suco pancreático)             
para, devido à diminuição da peristalse           
até que se faça ​uma nova refeição que               
aumente novamente a peristalse e         
empurre o quilo do íleo para o ceco​. 
 
Cólon: 
Faz a ​reabsorção de água e           
eletrólitos​. Não há digestão química.         
Possui ​movimentos de propulsão que         
são mais lentos e ​não possui           
movimentos de mistura​. Seus reflexos         
são ativados por movimentos do trato           
gastrointestinal e também por agentes         
irritantes = diarreia​, aumento dos         
movimentos. 
 
Defecação: 
Os movimentos de propulsão       
forçam as fezes (como o quilo é             
chamado após passar pelo cólon e ter a               
maior parte de sua água absorvida)           
para o reto​, parte do intestino grosso             
com grande capacidade armazenadora​,       
porém a saída das fezes é controlada             
pelo esfíncteres anais interno -         
controlado pelo sistema nervoso       
autônomo, e pelo externo que é           
voluntário. 
 
Fluxo sanguíneo: 
Os vasos que irrigam o trato           
gastrointestinal são da ​circulação       
esplâncnica e irrigam ​também o baço,           
pâncreas e fígado, além do estômago e             
intestino​. ​O sangue que passa pelo           
baço, intestino e pâncreas vai para o             
fígado através da veia porta e depois             
de sair do fígado vão para a circulação               
geral levando os nutrientes.  
O ​fluxo é diretamente       
relacionado ao nível de atividade no           
TGI = ​durante a digestão e absorção o               
fluxo aumenta cerca de 8 vezes​. Além             
disso, ​a correta irrigação é necessária           
para que se tenha uma correta           
oxigenação dos enterócitos​, uma vez         
que a mucosa intestinal é sensível a             
hipóxia bem facilmente. 
 
Funções secretoras: 
A ​estimulação das glândulas é         
feita por estimulação ​tátil, irritação         
química, e distensão da parede         
(presença do alimento), pela       
estimulação parassimpática e     
hormônios​. São estimuladas a secretar         
enzimas ou muco​, dependendo da         
glândula. 
 
Muco:  
Composto por ​água e       
glicoproteínas ​lubrifica e protege o TGI           
ao permitir o deslizamento do bolo           
alimentar evitando danos mecânicos       
ou químicos à mucosa​. 
 
Saliva:  
Pode ser ​serosa ou mucosa​, A           
serosa contém ptialina e a ​mucosa           
contém mucina​. É produzida pelas         
glândulas salivares ​PARÓTIDAS,     
SUBMANDIBULARES E SUBLINGUAIS​,     
nas quais as ​parótidas são quase que             
completamente mucosas enquanto     
que as ​submandibulares e sublinguais         
são mucosas e serosas​. Sua produção é             
feita nos ácinos das glândulas e é             
semelhante ao líquido extracelular =         
uma solução iônica contendo ptialina         
e/ou mucina (secreção primária)​. Na         
medida em que ​a secreção primária           
passa pelos ductos a maioria dos íons             
são reabsorvidos ativamente enquanto       
que os íons K​+ e HCO​3​- são secretados               
para compor a solução final com a             
ptialina e mucina​.  
Sem a presença do alimento a           
saliva é quase completamente mucosa         
e é produzida para ​higienizar a boca​,             
uma vez que ​possui íons tiocianato e             
enzimas proteolíticas que combatem       
bactérias​, além de ​conterem       
imunoglobulinas de mucosa, IgA, e         
outros anticorpos​. 
 
Secreções esofágicas: 
Exclusivamente mucosas = sem       
enzimas​, apenas para ​lubrificação do         
tubo. Em aves, o papo, dilatação           
esofágica possui o “​leite do papo​” que             
também não possui enzimas, apenas         
papel de lubrificar. 
 
Secreções gástricas: 
O estômago possui ​3 tiposcelulares que compõem as glândulas         
gástricas​:  
- Células oxínticas ou parietais:       
produção de ​ácido clorídrico       
(HCl) que é controlada por sinais           
nervosos e endócrinos -       
aumento do ​cortisol estimula a         
produção de ácido clorídrico;       
células enterocromafins   
secretam histamina que estimula       
as células oxínticas a produzir         
HCl; ​gastrina estimula a       
produção de HCl. 
- Células zimogênicas ou     
principais: produção de     
pepsinogênio​, forma inativa da       
enzima proteolítica pepsina, que       
é ​secretada na forma inativa         
para que não ocorram lesões na           
mucosa gástrica. ​Ao ser       
secretado entra em contato, no         
lúmen, com o HCl e se torna             
ativo, pepsina, ou seja ativa         
apenas em pH ácido, ​pH acima           
de 5 é inativo​. 
- Células mucosas: produzem     
muco levemente alcalino que       
forma ​uma camada espessa que         
protege as células contra o ácido           
clorídrico e enzimas     
proteolíticas​. 
As células oxínticas e zimogênicas estão           
presentes principalmente no corpo e         
fundo do estômago, ​no piloro são mais             
mucosas e poucas as zimogênicas =           
pouco pepsinogênio e muito muco. 
A secreção gástrica possui fases:         
a ​secreção cefálica​, que ocorre antes           
mesmo de comer, ocorre devido ao           
cheiro, visão ou até lembrança do           
alimento; ​Fase gástrica​, na qual há a             
presença do alimento​, compõe 70% da           
secreção gástrica, é ​estimulada,       
também, pela gastrina​; E ​fase intestinal​,           
na qual parte do alimento já está no               
duodeno. 
Essas secreções ​são inibidas       
quando há completa passagem do         
quimo para o duodeno através do           
REFLEXO ENTEROGÁSTRICO (​inibe as       
contrações gástricas e fecha o esfíncter           
pilórico) por presença de ácido no           
duodeno, gordura, produtos da       
digestão de proteínas ocorrida no         
estômago, ou por presença de líquidos           
hiper ou hiposmóticos​. São inibidas,         
também pela ​secretina, que inibe a           
gastrina e sua ação de estimular a             
produção de suco gástrico​. 
 
Secreções pancreáticas: 
Compostas de ​enzimas     
pancreáticas e bicarbonato (HCO​3​-​) que         
passa por ductos pancreáticos que se           
encontram com o ducto hepático antes           
de saírem no intestino delgado​. O ​pH             
do intestino é alcalino (entre 7 e 8)               
devido ao bicarbonato produzido e         
secretado pelo pâncreas, ​ele neutraliza         
o HCl vindo do estômago​. 
As enzimas produzidas pelo       
pâncreas são ​proteases - tripsina,         
quimotripsina e carboxipeptidase,     
lipases - colesterol esterase e         
fosfolipase, e amilases - amilase         
pancreática​.  
A secreção pancreática é       
estimulada pela acetilcolina,     
colecistocinina e secretina​.  
 
Secreções do intestino     
delgado: 
A mucosa do intestino delgado,         
por meio das ​criptas de Lieberkuhn, ou             
criptas intestinais​, também ​produz       
enzimas, peptidases, sucrase, maltase,       
isomaltase, lactase e lipase intestinal         
que finalizam a digestão iniciada na           
boca/estômago​, além de muco pelas         
células caliceformes. 
No duodeno também há       
produção de muco alcalino ​pelas         
glândulas de Brunner​, que produzem o           
muco em resposta a estímulos táteis,           
vagais ou irritantes devido a chegada           
do quimo ácido. 
 
Enzimas: 
Proteases: 
Tripsina, quimiotripsina e     
carboxipolipeptidases são ​enzimas     
pancreáticas, produzidas e secretadas       
na forma inativa para que não haja             
lesões aos órgão, ​tripsinogênio,       
quimiotripsinogênio e   
procarboxipolipeptidase ​são ativadas     
nos ductos ou ao chegarem no           
duodeno​, ​completando a digestão das         
proteínas iniciada no estômago​. O         
tripsinogênio é clivado pela enzima         
enteroquinase que o ativa tornando-o         
tripsina que pode fazer feedback         
positivo, ativando outros tripsinogênios       
e, também, o quimiotripsinogênio e a           
procarboxipolipeptidase no final do       
tubo pancreático​. Nos ácinos       
pancreáticos ​é secretado inibidor de         
tripsina​, para que não haja ativação no             
pâncreas. 
O ​último estágio da digestão         
proteica é feito pelos enterócitos no           
duodeno e jejuno​, e, ​caso haja           
absorção de tripeptídeos ou       
dipeptídeos, os próprios enterócitos       
fazem a degradação em aminoácidos         
utilizando peptidases que possuem em         
seu citoplasma​. 
 
Carboidratos: 
Amilase salivar​, que pode ser         
chamada de ​alfa-amilase ou ptialina​,         
possui ​menor ação devido ao menor           
tempo de contato com o alimento           
antes de ser deglutido e a menor             
quantidade secretada. ​Amilase     
pancreática leva de 15 a 30 minutos             
para digerir completamente os       
carboidratos. ​Lactase, sacarase,     
maltase e 𝛼-dextrinase, são produzidas         
pelos enterócitos e ​digerem       
dissacarídeos em monossacarídeos​. Os       
monossacarídeos são hidrossolúveis o       
que proporciona sua absorção pelo         
sangue portal ou utilizando       
cotransporte com moléculas de Na​+​. 
 
Lipídeos: 
Lipases pancreáticas que     
converte triglicerídeos em ácidos       
graxos livres e monoglicerídeos​,       
colesterol esterase e fosfolipase são         
pancreáticas​. Sua ​digestão inicia e         
termina no intestino delgado​, ​no         
estômago pode haver quebra física das           
moléculas pela ação do ácido clorídrico,           
porém a digestão química ocorre         
apenas no ID. A ​bile possui grande             
importância na digestão e absorção de           
lipídeos​, ​não possui nenhuma enzima,         
mas faz o processo de         
EMULSIFICAÇÃO dos lipídeos = ​as         
moléculas lipídicas são hidrofóbicas e         
se aglomeram em gotas de emulsão           
grandes na luz intestinal, a bile age             
como um detergente e fragmenta         
essas micelas em micelas menores, o           
que aumenta sua superfície de contato           
para ação das lipases em sua superfície             
externa​. O ​colesterol é precursor da           
bile​, sua produção se dá no fígado que               
produz uma solução primária contendo         
grande concentração de sais/ácidos       
biliares (mesma coisa), na medida em           
que passa pelos ductos hepáticos é           
acrescida de colesterol e outros         
constituintes orgânicos, além de Na​+ e           
HCO​3​- durante o percurso até a vesícula             
biliar = ducto hepático → ducto biliar →               
vesícula biliar.  
A ​bile é produzida       
continuamente ​e armazenada na       
vesícula biliar​, nela, ​água, sódio, cloro e             
outros eletrólitos são reabsorvidos por         
transporte ativo​. A ​presença de         
alimento gorduroso no ID estimula a           
vesícula a contrair assim como a           
colecistocinina​. As ​micelas são       
pequenas e ajudam no carregamento         
de moléculas lipídicas do lúmen para a             
superfície celular​, ​monoglicerídeos e       
ácidos graxos livres são endocitados         
pelas superfície apical das células e           
são reconvertidos em triglicerídeos e         
saem para a linfa na forma de             
quilomícrons = triglicerídeos +       
colesterol + proteínas, da linfa são           
levados para a circulação sanguínea e           
tecidos. ​O colesterol pode ser         
absorvido sem micelas​.  
Cálculos biliares são formados       
ou por grande concentração de         
colesterol na bile ou por maior           
produção de bile do que a vesículapode suportar. ​Quando se produz mais           
colesterol do que a bile pode dissolver             
esse excesso pode precipitar na forma           
de cristais que formam as pedras​.           
Quando a produção de bile é maior             
que o suportado pela vesícula, devido a             
constante absorção de água, essa bile           
pode se tornar concentrada e precipitar           
os sais biliares e colesterol formando           
os cristais e, depois pedras​. 
 
Secreções do intestino     
grosso: 
Também possuem criptas de       
Lieberkuhn​, porém ​não produzem       
enzimas digestivas e possuem maior         
concentração de células caliciformes =         
menos enzimas e mais muco​. 
A ​diarreia é o aumento do           
trânsito das fezes no IG por conta de               
uma irritação severa o que leva a uma               
perda de eletrólitos e água. 
 
Absorção: 
É ​baixa no estômago​, que         
absorve água, vitaminas, álcool e         
alguns medicamentos em pequenas       
quantidades​.  
No ​intestino é onde ocorre a           
maior parte da absorção​, porém         
depende da isosmoticidade para que         
ocorra efetivamente. ​Monossacarídeos     
e aminoácidos é feita por cotransporte           
de íons​. A ​frutose é convertida em             
glicose no enterócito e absorvida. De           
tri, dipeptídeos e aminoácidos é feita           
por cotransporte e absorvida       
diretamente pelos enterócitos​. Os       
ácidos graxos e monoglicerídeos são         
absorvidos e convertidos em       
triglicerídeos nos enterócitos e depois         
vão para a linfa na forma de             
quilomícrons. ​Ácidos graxos pequenos       
podem ir diretamente pelo sangue         
portal​. O ​intestino grosso reabsorve         
principalmente água e eletrólitos​. 
 
 
 
Digestório de ruminantes: 
 
Rúmen: 
É uma ​dilatação do esôfago​, ​sem           
capacidade de produzir enzimas       
digestivas. É a câmara onde ocorre a             
maior parte da ​fermentação e onde os             
ácidos graxos voláteis provenientes       
dessa fermentação são absorvidos​. 
O alimento chega pelo cárdia e           
vai para a região cranial do rúmen,             
contrações caudo-craniais transferem o       
conteúdo para o retículo para que siga             
para o omaso ou seja ruminado, ou             
então volte para o rúmen​. ​Na superfície             
boiando ficam as partículas mais         
grosseiras que são ruminadas​; ​no meio           
é o local de maior atividade da             
microbiota que agem nas partículas         
médias​; ​no fundo ficam partículas mais           
pesadas e pequenas além dos         
microrganismos já mortos​.  
Os movimentos são feitos em         
ciclos de um ou mais movimentos por             
minuto​. Esses movimentos são       
auxiliados pelos pilares ruminais. 
O ​desenvolvimento do rúmen       
está diretamente ligado a alimentação         
do animal, alimentação com       
concentrados estimula o crescimento       
das papilas ruminais​; ​alimentação com         
volumoso desenvolve o tamanho do         
rúmen​. 
A ​RUMINAÇÃO é a volta do           
alimento para a boca para ser           
remastigado, ou seja, o alimento é           
regurgitado e remastigado o que         
promove maior ingestão de saliva com           
bicarbonato que regula o pH ruminal​. 
A fermentação, além de produzir         
os ácidos graxos voláteis, ​produz         
metano (CH​4​) e CO​2 no volume de 0,5 a                 
1L por minuto​, na qual ​uma pequena             
parte é absorvida porém o resto é             
eructado (igual a arrotar)​. ​A dilatação           
do rúmen proporcionada pelos gases         
estimula o nervo vago a contrair a             
parede do rúmen e empurrar os gases             
da direção do esôfago​. Quando há           
algum ​impedimento da saída desses         
gases, ou falha no mecanismo de           
eructação ocorre o ​TIMPANISMO ​que         
pode ser mecânico quando há algo           
obstruindo a saída para o esôfago​, ou             
espumoso quando se alimentam de         
algo que produz uma substância que           
aumenta a tensão superficial da água           
presente no rúmen e forma bolhas que             
tampam a cárdia impedindo a saída           
dos gases​. 
A fermentação que ocorre no         
rúmen é ​anaeróbica​, ​feita por bactérias           
(10​11​/mL = 80%) e por protozoários           
(10​6​/mL = 20%) que ​produzem ácidos           
graxos voláteis a partir dos nutrientes​. 
- Ácido acético: produzido pela       
fermentação de volumosos, de       
60 a 70% do total de gases             
produzidos. 
- Ácido propiônico: ​produzido a       
partir de concentrados, de 15 a           
10%. 
- Ácido butírico: ​10 a 15%​. 
O líquido ruminal é verde com ​cheiro             
levemente avinagrado, devido ao ácido         
acético, e adocicado​. Para ​testar a           
qualidade da microbiota ruminal é         
pega uma pequena quantidade do         
líquido e coloca-se azul de metileno o             
que faz o líquido ficar azul; ​As bactérias               
e protozoários possuem a capacidade         
de degradar o azul de metileno o que               
faz a solução voltar a sua cor original​;               
quanto mais rápido volta a sua cor             
original melhor a saúde do rúmen =             
boa microbiota. Além disso pode-se         
olhar a viabilidade dos protozoários ao           
microscópio​. 
As bactérias do rúmen podem         
ser ​CELULOLÍTICAS = degradam       
celulose, ​AMILOLÍTICAS = degradam       
amido, ​PROTEOLÍTICAS E LÁTICAS​, e         
suas populações variam de acordo com           
a alimentação do animal​, por exemplo,           
um animal que vive a pasto possui mais               
bactérias celulolíticas enquanto que um         
animal no confinamento à concentrado         
tem mais amilolíticas. Por isso ​a           
alimentação de um ruminante não         
pode ser mudada drasticamente, deve         
ser mudada de maneira gradativa para           
que as populações possam variar         
apropriadamente​. 
A ​alimentação com concentrado       
ou volumoso altera os balanços         
energéticos do animal uma vez que o             
ácido propiônico é transformado em         
glicose no fígado diretamente       
enquanto que os ​acético e butírico           
necessitam de metabólitos do ciclo de           
krebs para gerarem energia​, o que           
pode leva a um desequilíbrio         
ácido-base, ou uma acidose ruminal. 
O rúmen pode absorver glicose e           
ácidos graxos voláteis​. Após absorvidos         
os AGV sofrem gliconeogênese​. Essa         
glicose é ​usada para produção de           
energia além da conversão de         
proteínas e gorduras da dieta para           
acetil CoA ou outros metabólitos do           
ciclo de krebs. Porém ​a elevada           
produção de acetil CoA pode levar a             
uma cetose​, quando o animal está com             
escore um pouco elevado e ocorre um             
balanço energético negativo o       
organismo metaboliza gordura e gera         
mais acetil CoA do que o necessário             
para o ciclo de krebs, assim são             
transformados em corpos cetônicos       
levando a uma cetogênese, uma cetose           
pode levar a uma acidose e até morte               
do animal​. 
Durante a fermentação ruminal       
as bactérias usam os nitrogênios para           
produção de proteínas próprias que         
quando a bactéria morre são levados           
ao abomaso para serem digeridos =           
aminoácidos disponibilizados para o       
animal​. Fazer a ​suplementação com         
amônia é possível em ruminantes         
devido a sua utilização pelas bactérias,           
mesmo se essa suplementação for feita           
com ​ureia é possível se obter amônia             
devido a enzima urease ativa que existe             
no líquido ruminal. 
Os ​triglicerídeossão absorvidos       
na forma de glicerol e ácidos graxos​. O               
glicerol é convertido em ácido         
propiônico, principalmente​. Os lipídeos       
insaturados são convertidos em       
saturados no rúmen​. 
As bactérias do rúmen       
produzem, além das proteínas,       
vitaminas do complexo B​, porém a           
vitamina B12 depende da       
suplementação de cobalto que é         
necessário para a síntese da         
cobalamina ou cianocobalamina (B12). 
 
Retículo: 
Faz a seleção do que passa para             
o omaso ou o que volta para o rúmen​. 
 
Omaso: 
Reabsorção de água​. 
 
Abomaso: 
É o ​estômago químico dos         
ruminantes, da mesma forma possui os           
movimentos de mistura e propulsão. 
 
Intestino grosso: 
Assim como no rúmen, ​possui         
uma microbiota e não realiza digestão           
química, porém realiza fermentação. 
Coelhos produzem ​dois tipos       
diferentes de fezes, duras durante o           
dia, e moles durante a noite que             
contém nutrientes essenciais que o         
animal deve comer = ​CECOTROFAGIA​. 
 
Aves: 
O papo armazena e umedece. O           
proventrículo digestão química e a         
moela a quebra mecânica​.

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