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Sistema digestório Tem função de prover os nutrientes e água necessários ao organismo, suprindo, assim, suas necessidades energéticas. Nos carnívoros as refeições são ocasionais e possuem alto valor energético - ricas em proteínas e gordura, sua digestão é principalmente enzimática enquanto que em herbívoros que consomem grande quantidade de alimento pouco energético que não é totalmente digestível por enzimas animais por isso deve haver uma fase de fermentação que pode ser pré-gástrica ou pós-gástrica. Coordenação nervosa: O trato digestório possui inervação simpática e parassimpática e, ao contrário da maioria dos outros órgãos, o sistema parassimpático estimula enquanto que o sistema simpático deprime. Os neurônios e gânglios que inervam o trato gastrointestinal constituem um “sistema nervoso próprio”, o SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO, composto pelo PLEXO MIOENTÉRICO OU MIOMÉTRICO que coordenam as contrações do peristaltismo aumentando a contração tônica da parede muscular, aumento da frequência e intensidade de contrações e aumento da velocidade de transmissão de ondas excitatórias; e pelo PLEXO SUBMUCOSO que controla a parede interna, coordena a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo no local, contração local do músculo submucoso aumentando as vilosidades e permitindo maior absorção. Inervação parassimpática: Estimulante. É feita, quase completamente, pelo nervo vago = inervação vagal mediada por acetilcolina. Inervação simpática: Deprimente, diminui os movimentos do trato gastrointestinal. É feita por gânglios partidos da região cervical e toracolombar da medula mediada por noraepinefrina. Fibras nervosas sensoriais: SENSORIAIS = levam informação do TGI para o cérebro. São 80% provenientes do nervo vago, podendo ser estimuladas por irritação da mucosa, distensão excessiva ou por resposta à substâncias químicas o que pode levar a respostas de inibir ou excitar os movimentos do TGI. Fome: É controlada pelo HIPOTÁLAMO, que possui os centros de controle da fome, sede, temperatura, comportamentos sexuais e sono. A fome pode ser estimulada por hormônios como a leptina, por estímulo visual, olfativo ou mesmo por alguma necessidade do organismo o que gera o apetite por certo tipo de alimento. Preensão: A preensão do alimento é como o animal faz a coleta do seu alimento, podendo ser pelos dentes, lábios, língua e pelo bico nas aves. Dentes: Divididos em incisivos, caninos, pré-molares e molares, variam em número de espécie para espécie e têm função de preensão dos alimentos, rasgá-los e fazer sua trituração ou digestão mecânica convertendo o alimento em partículas menores com maior superfície de contato o que facilita sua digestão química e/ou fermentação além de prevenir lesões no TGI. A mastigação também tem função de misturar os alimentos à saliva, lubrificando-os facilitando sua descida pelo esôfago e, em algumas espécies que possuem ptialina, a amilase salivar, pode até mesmo começar a digestão química além da física, porém é pouco efetiva pelo pouco tempo em que o alimento permanece na cavidade oral. O REFLEXO DA MASTIGAÇÃO ocorre de forma que não é necessário executar todos os movimentos de descida e subida da mandíbula voluntariamente: a primeira descida da mandíbula é voluntária; A mandíbula sobe involuntariamente para manter a boca fechada; Quando fecha a presença do alimento na boca faz com que ela volte a descer de forma involuntária e assim sucessivamente. A mastigação possui movimentos diferenciados dependendo da forma de alimentação, os carnívoros possuem movimentos verticais enquanto que os herbívoros possuem o vertical e o horizontal para destruição das células e fibras vegetais. A DEGLUTIÇÃO do alimento é coordenada por um centro de deglutição localizado no quarto ventrículo do cérebro. Esse centro é estimulado por impulsos aferentes originados na porção posterior da boca, faringe e epiglote. O início da deglutição é voluntário, mediado por língua e bochechas, o segundo estágio é involuntário e chamado de faríngeo, é nele que ocorre o fechamento da epiglote, o terceiro estágio é também involuntário e é o esofágico, é o que permite a descida do alimento pelo esôfago até o estômago. Glândulas salivares: Produzem muco que lubrifica o bolo alimentar e enzimas que iniciam a digestão química na boca, a ação dessas enzimas é reduzida devido ao curto tempo em que o alimento permanece na boca o que torna essa digestão pouco efetiva porém ajuda nos processos digestivos seguintes. As glândulas são estimuladas pela presença do alimento na boca que causa pressão, pela visão do alimento, cheiros e sons ligados à alimentação. Carnívoros não possuem ptialina na saliva. Esôfago: É um tubo muscular formado por músculos estriados esqueléticos com controle autônomo. Forma um anel de constrição antes e depois do bolo alimentar que começa no esfíncter esofágico superior e vai se movendo caudalmente em direção ao esfíncter gastroesofágico ou cárdia = espreme o alimento até o estômago. Estômago: É um saco de fundo cego formado por um fundo, corpo e antro pilórico. Seu fundo é a parte mais cranial, é a porção que recebe e armazena inicialmente o alimento. O corpo armazena e mistura o bolo alimentar junto do suco gástrico, faz os movimentos de mistura para permitir que todo o alimento entre em contato com as enzimas secretadas na parede gástrica. O antro pilórico é a porção final antes de passar para o duodeno, nele há a regulação da propulsão e passagem do alimento através dos piloro para o intestino delgado, partículas maiores que necessitem de mais digestão gástrica são impedidas de passar e permanecem no estômago, durante essa propulsão o alimento é jogado contra o piloro o que diminui ainda mais o tamanho das partículas. Na medida em que o estômago enche ele distende mediado por reflexos vagais que reduzem o tônus muscular. Seus movimentos podem ser PROPULSIVOS, com velocidade apropriada para digerir e absorver, e podem ser de MISTURA, para garantir o contato de todo bolo alimentar com o suco gástrico. As ondas de mistura seguem do corpo para o antro na forma de aneis consecutivos que empurram o alimento contra o piloro o que promove o esvaziamento do estômago por meio da BOMBA PILÓRICA, na medida em que o estômago esvazia essascontrações passam a se restringir apenas ao corpo e se aproximam do antro. A velocidade do esvaziamento depende do volume dentro do estômago = quando mais distendido, maior a motilidade gástrica, e depende de receptores no duodeno que respondem a composição química do quimo (como é chamado o alimento pós digestão gástrica), no caso de muita proteína o estímulo é para diminuição da velocidade de esvaziamento para que possa ocorrer melhor digestão gástrica. Na mucosa de quase todo o corpo gástrico existem glândulas gástricas responsáveis pela produção de ácido clorídrico(HCl), enzimas e muco, que se misturam formando o suco gástrico. Duodeno: Porção seguinte ao estômago, monitora a passagem do alimento do estômago para o duodeno, além da bomba pilórica feita pelo estômago, através do grau de distensão causado no duodeno (quanto mais distendido, maior a velocidade de passagem), da irritação da mucosa causada por substâncias químicas presentes no alimento, pela acidez do quimo (quanto mais ácido, mais lenta a passagem para o duodeno para que este possa neutralizar adequadamente o pH), osmolaridade do quimo, presença de proteínas, carboidratos e gorduras no quimo. Controle hormonal da motilidade: - Secretina: produzida pelo duodeno em resposta ao quimo muito ácido, estimula a secreção pancreática de HCO3 para neutralizá-lo. Inibe a secreção de gastrina pelo estômago. - Peptídeo inibidor gástrico: produzido no intestino delgado superior (duodeno e jejuno) em resposta a ácidos graxos e, em pequena extensão, aos carboidratos, causa a diminuição da motilidade gástrica e estimula a secreção de insulina. - Gastrina: produzida no antro em resposta à distensão gástrica e proteínas, estimula a secreção de suco gástrico e tem efeitos brandos na intensificação da bomba pilórica. - Colecistocinina: é antagônico à gastrina na motilidade. Produzida no jejuno em resposta a substâncias gordurosas no quimo, inibe o aumento da motilidade pela gastrina e contrai a vesícula biliar. - Motilina: produzida no duodeno superior durante o jejum aumentando a motilidade gastrointestinal = roncar. Motilidade do intestino delgado: Possui movimentos de mistura e propulsão, os e mistura são mais intensos principalmente no início do intestino para que todo o quimo tenha contato com as enzimas e substâncias provenientes do próprio intestino, fígado e pâncreas, ocorrem em toda sua extensão ao contrário do estômago no qual só ocorrem no corpo e antro. A peristalse (movimentos de propulsão) se dá na forma de um anel contrátil que se forma atrás do quimo e, relaxando à sua frente, segue empurrando o alimento em direção ao fim do tubo. Assim como na bomba pilórica, a peristalse é regulada pela composição química e/ou física do quimo, além de por sinais parassimpáticos. A mucosa intestinal possui pregas, vilosidades, que com a contração ou relaxamento dos músculos longitudinais no intestino aumentam ou diminuem sua superfície de contato. A movimentos desses músculos pode ser estimulada por reflexos nervosos e pela resposta à presença do quimo. Após chegar na válvula ileocecal o quilo (como o quimo é chamado após ter recebido a bile e suco pancreático) para, devido à diminuição da peristalse até que se faça uma nova refeição que aumente novamente a peristalse e empurre o quilo do íleo para o ceco. Cólon: Faz a reabsorção de água e eletrólitos. Não há digestão química. Possui movimentos de propulsão que são mais lentos e não possui movimentos de mistura. Seus reflexos são ativados por movimentos do trato gastrointestinal e também por agentes irritantes = diarreia, aumento dos movimentos. Defecação: Os movimentos de propulsão forçam as fezes (como o quilo é chamado após passar pelo cólon e ter a maior parte de sua água absorvida) para o reto, parte do intestino grosso com grande capacidade armazenadora, porém a saída das fezes é controlada pelo esfíncteres anais interno - controlado pelo sistema nervoso autônomo, e pelo externo que é voluntário. Fluxo sanguíneo: Os vasos que irrigam o trato gastrointestinal são da circulação esplâncnica e irrigam também o baço, pâncreas e fígado, além do estômago e intestino. O sangue que passa pelo baço, intestino e pâncreas vai para o fígado através da veia porta e depois de sair do fígado vão para a circulação geral levando os nutrientes. O fluxo é diretamente relacionado ao nível de atividade no TGI = durante a digestão e absorção o fluxo aumenta cerca de 8 vezes. Além disso, a correta irrigação é necessária para que se tenha uma correta oxigenação dos enterócitos, uma vez que a mucosa intestinal é sensível a hipóxia bem facilmente. Funções secretoras: A estimulação das glândulas é feita por estimulação tátil, irritação química, e distensão da parede (presença do alimento), pela estimulação parassimpática e hormônios. São estimuladas a secretar enzimas ou muco, dependendo da glândula. Muco: Composto por água e glicoproteínas lubrifica e protege o TGI ao permitir o deslizamento do bolo alimentar evitando danos mecânicos ou químicos à mucosa. Saliva: Pode ser serosa ou mucosa, A serosa contém ptialina e a mucosa contém mucina. É produzida pelas glândulas salivares PARÓTIDAS, SUBMANDIBULARES E SUBLINGUAIS, nas quais as parótidas são quase que completamente mucosas enquanto que as submandibulares e sublinguais são mucosas e serosas. Sua produção é feita nos ácinos das glândulas e é semelhante ao líquido extracelular = uma solução iônica contendo ptialina e/ou mucina (secreção primária). Na medida em que a secreção primária passa pelos ductos a maioria dos íons são reabsorvidos ativamente enquanto que os íons K+ e HCO3- são secretados para compor a solução final com a ptialina e mucina. Sem a presença do alimento a saliva é quase completamente mucosa e é produzida para higienizar a boca, uma vez que possui íons tiocianato e enzimas proteolíticas que combatem bactérias, além de conterem imunoglobulinas de mucosa, IgA, e outros anticorpos. Secreções esofágicas: Exclusivamente mucosas = sem enzimas, apenas para lubrificação do tubo. Em aves, o papo, dilatação esofágica possui o “leite do papo” que também não possui enzimas, apenas papel de lubrificar. Secreções gástricas: O estômago possui 3 tiposcelulares que compõem as glândulas gástricas: - Células oxínticas ou parietais: produção de ácido clorídrico (HCl) que é controlada por sinais nervosos e endócrinos - aumento do cortisol estimula a produção de ácido clorídrico; células enterocromafins secretam histamina que estimula as células oxínticas a produzir HCl; gastrina estimula a produção de HCl. - Células zimogênicas ou principais: produção de pepsinogênio, forma inativa da enzima proteolítica pepsina, que é secretada na forma inativa para que não ocorram lesões na mucosa gástrica. Ao ser secretado entra em contato, no lúmen, com o HCl e se torna ativo, pepsina, ou seja ativa apenas em pH ácido, pH acima de 5 é inativo. - Células mucosas: produzem muco levemente alcalino que forma uma camada espessa que protege as células contra o ácido clorídrico e enzimas proteolíticas. As células oxínticas e zimogênicas estão presentes principalmente no corpo e fundo do estômago, no piloro são mais mucosas e poucas as zimogênicas = pouco pepsinogênio e muito muco. A secreção gástrica possui fases: a secreção cefálica, que ocorre antes mesmo de comer, ocorre devido ao cheiro, visão ou até lembrança do alimento; Fase gástrica, na qual há a presença do alimento, compõe 70% da secreção gástrica, é estimulada, também, pela gastrina; E fase intestinal, na qual parte do alimento já está no duodeno. Essas secreções são inibidas quando há completa passagem do quimo para o duodeno através do REFLEXO ENTEROGÁSTRICO (inibe as contrações gástricas e fecha o esfíncter pilórico) por presença de ácido no duodeno, gordura, produtos da digestão de proteínas ocorrida no estômago, ou por presença de líquidos hiper ou hiposmóticos. São inibidas, também pela secretina, que inibe a gastrina e sua ação de estimular a produção de suco gástrico. Secreções pancreáticas: Compostas de enzimas pancreáticas e bicarbonato (HCO3-) que passa por ductos pancreáticos que se encontram com o ducto hepático antes de saírem no intestino delgado. O pH do intestino é alcalino (entre 7 e 8) devido ao bicarbonato produzido e secretado pelo pâncreas, ele neutraliza o HCl vindo do estômago. As enzimas produzidas pelo pâncreas são proteases - tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase, lipases - colesterol esterase e fosfolipase, e amilases - amilase pancreática. A secreção pancreática é estimulada pela acetilcolina, colecistocinina e secretina. Secreções do intestino delgado: A mucosa do intestino delgado, por meio das criptas de Lieberkuhn, ou criptas intestinais, também produz enzimas, peptidases, sucrase, maltase, isomaltase, lactase e lipase intestinal que finalizam a digestão iniciada na boca/estômago, além de muco pelas células caliceformes. No duodeno também há produção de muco alcalino pelas glândulas de Brunner, que produzem o muco em resposta a estímulos táteis, vagais ou irritantes devido a chegada do quimo ácido. Enzimas: Proteases: Tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidases são enzimas pancreáticas, produzidas e secretadas na forma inativa para que não haja lesões aos órgão, tripsinogênio, quimiotripsinogênio e procarboxipolipeptidase são ativadas nos ductos ou ao chegarem no duodeno, completando a digestão das proteínas iniciada no estômago. O tripsinogênio é clivado pela enzima enteroquinase que o ativa tornando-o tripsina que pode fazer feedback positivo, ativando outros tripsinogênios e, também, o quimiotripsinogênio e a procarboxipolipeptidase no final do tubo pancreático. Nos ácinos pancreáticos é secretado inibidor de tripsina, para que não haja ativação no pâncreas. O último estágio da digestão proteica é feito pelos enterócitos no duodeno e jejuno, e, caso haja absorção de tripeptídeos ou dipeptídeos, os próprios enterócitos fazem a degradação em aminoácidos utilizando peptidases que possuem em seu citoplasma. Carboidratos: Amilase salivar, que pode ser chamada de alfa-amilase ou ptialina, possui menor ação devido ao menor tempo de contato com o alimento antes de ser deglutido e a menor quantidade secretada. Amilase pancreática leva de 15 a 30 minutos para digerir completamente os carboidratos. Lactase, sacarase, maltase e 𝛼-dextrinase, são produzidas pelos enterócitos e digerem dissacarídeos em monossacarídeos. Os monossacarídeos são hidrossolúveis o que proporciona sua absorção pelo sangue portal ou utilizando cotransporte com moléculas de Na+. Lipídeos: Lipases pancreáticas que converte triglicerídeos em ácidos graxos livres e monoglicerídeos, colesterol esterase e fosfolipase são pancreáticas. Sua digestão inicia e termina no intestino delgado, no estômago pode haver quebra física das moléculas pela ação do ácido clorídrico, porém a digestão química ocorre apenas no ID. A bile possui grande importância na digestão e absorção de lipídeos, não possui nenhuma enzima, mas faz o processo de EMULSIFICAÇÃO dos lipídeos = as moléculas lipídicas são hidrofóbicas e se aglomeram em gotas de emulsão grandes na luz intestinal, a bile age como um detergente e fragmenta essas micelas em micelas menores, o que aumenta sua superfície de contato para ação das lipases em sua superfície externa. O colesterol é precursor da bile, sua produção se dá no fígado que produz uma solução primária contendo grande concentração de sais/ácidos biliares (mesma coisa), na medida em que passa pelos ductos hepáticos é acrescida de colesterol e outros constituintes orgânicos, além de Na+ e HCO3- durante o percurso até a vesícula biliar = ducto hepático → ducto biliar → vesícula biliar. A bile é produzida continuamente e armazenada na vesícula biliar, nela, água, sódio, cloro e outros eletrólitos são reabsorvidos por transporte ativo. A presença de alimento gorduroso no ID estimula a vesícula a contrair assim como a colecistocinina. As micelas são pequenas e ajudam no carregamento de moléculas lipídicas do lúmen para a superfície celular, monoglicerídeos e ácidos graxos livres são endocitados pelas superfície apical das células e são reconvertidos em triglicerídeos e saem para a linfa na forma de quilomícrons = triglicerídeos + colesterol + proteínas, da linfa são levados para a circulação sanguínea e tecidos. O colesterol pode ser absorvido sem micelas. Cálculos biliares são formados ou por grande concentração de colesterol na bile ou por maior produção de bile do que a vesículapode suportar. Quando se produz mais colesterol do que a bile pode dissolver esse excesso pode precipitar na forma de cristais que formam as pedras. Quando a produção de bile é maior que o suportado pela vesícula, devido a constante absorção de água, essa bile pode se tornar concentrada e precipitar os sais biliares e colesterol formando os cristais e, depois pedras. Secreções do intestino grosso: Também possuem criptas de Lieberkuhn, porém não produzem enzimas digestivas e possuem maior concentração de células caliciformes = menos enzimas e mais muco. A diarreia é o aumento do trânsito das fezes no IG por conta de uma irritação severa o que leva a uma perda de eletrólitos e água. Absorção: É baixa no estômago, que absorve água, vitaminas, álcool e alguns medicamentos em pequenas quantidades. No intestino é onde ocorre a maior parte da absorção, porém depende da isosmoticidade para que ocorra efetivamente. Monossacarídeos e aminoácidos é feita por cotransporte de íons. A frutose é convertida em glicose no enterócito e absorvida. De tri, dipeptídeos e aminoácidos é feita por cotransporte e absorvida diretamente pelos enterócitos. Os ácidos graxos e monoglicerídeos são absorvidos e convertidos em triglicerídeos nos enterócitos e depois vão para a linfa na forma de quilomícrons. Ácidos graxos pequenos podem ir diretamente pelo sangue portal. O intestino grosso reabsorve principalmente água e eletrólitos. Digestório de ruminantes: Rúmen: É uma dilatação do esôfago, sem capacidade de produzir enzimas digestivas. É a câmara onde ocorre a maior parte da fermentação e onde os ácidos graxos voláteis provenientes dessa fermentação são absorvidos. O alimento chega pelo cárdia e vai para a região cranial do rúmen, contrações caudo-craniais transferem o conteúdo para o retículo para que siga para o omaso ou seja ruminado, ou então volte para o rúmen. Na superfície boiando ficam as partículas mais grosseiras que são ruminadas; no meio é o local de maior atividade da microbiota que agem nas partículas médias; no fundo ficam partículas mais pesadas e pequenas além dos microrganismos já mortos. Os movimentos são feitos em ciclos de um ou mais movimentos por minuto. Esses movimentos são auxiliados pelos pilares ruminais. O desenvolvimento do rúmen está diretamente ligado a alimentação do animal, alimentação com concentrados estimula o crescimento das papilas ruminais; alimentação com volumoso desenvolve o tamanho do rúmen. A RUMINAÇÃO é a volta do alimento para a boca para ser remastigado, ou seja, o alimento é regurgitado e remastigado o que promove maior ingestão de saliva com bicarbonato que regula o pH ruminal. A fermentação, além de produzir os ácidos graxos voláteis, produz metano (CH4) e CO2 no volume de 0,5 a 1L por minuto, na qual uma pequena parte é absorvida porém o resto é eructado (igual a arrotar). A dilatação do rúmen proporcionada pelos gases estimula o nervo vago a contrair a parede do rúmen e empurrar os gases da direção do esôfago. Quando há algum impedimento da saída desses gases, ou falha no mecanismo de eructação ocorre o TIMPANISMO que pode ser mecânico quando há algo obstruindo a saída para o esôfago, ou espumoso quando se alimentam de algo que produz uma substância que aumenta a tensão superficial da água presente no rúmen e forma bolhas que tampam a cárdia impedindo a saída dos gases. A fermentação que ocorre no rúmen é anaeróbica, feita por bactérias (1011/mL = 80%) e por protozoários (106/mL = 20%) que produzem ácidos graxos voláteis a partir dos nutrientes. - Ácido acético: produzido pela fermentação de volumosos, de 60 a 70% do total de gases produzidos. - Ácido propiônico: produzido a partir de concentrados, de 15 a 10%. - Ácido butírico: 10 a 15%. O líquido ruminal é verde com cheiro levemente avinagrado, devido ao ácido acético, e adocicado. Para testar a qualidade da microbiota ruminal é pega uma pequena quantidade do líquido e coloca-se azul de metileno o que faz o líquido ficar azul; As bactérias e protozoários possuem a capacidade de degradar o azul de metileno o que faz a solução voltar a sua cor original; quanto mais rápido volta a sua cor original melhor a saúde do rúmen = boa microbiota. Além disso pode-se olhar a viabilidade dos protozoários ao microscópio. As bactérias do rúmen podem ser CELULOLÍTICAS = degradam celulose, AMILOLÍTICAS = degradam amido, PROTEOLÍTICAS E LÁTICAS, e suas populações variam de acordo com a alimentação do animal, por exemplo, um animal que vive a pasto possui mais bactérias celulolíticas enquanto que um animal no confinamento à concentrado tem mais amilolíticas. Por isso a alimentação de um ruminante não pode ser mudada drasticamente, deve ser mudada de maneira gradativa para que as populações possam variar apropriadamente. A alimentação com concentrado ou volumoso altera os balanços energéticos do animal uma vez que o ácido propiônico é transformado em glicose no fígado diretamente enquanto que os acético e butírico necessitam de metabólitos do ciclo de krebs para gerarem energia, o que pode leva a um desequilíbrio ácido-base, ou uma acidose ruminal. O rúmen pode absorver glicose e ácidos graxos voláteis. Após absorvidos os AGV sofrem gliconeogênese. Essa glicose é usada para produção de energia além da conversão de proteínas e gorduras da dieta para acetil CoA ou outros metabólitos do ciclo de krebs. Porém a elevada produção de acetil CoA pode levar a uma cetose, quando o animal está com escore um pouco elevado e ocorre um balanço energético negativo o organismo metaboliza gordura e gera mais acetil CoA do que o necessário para o ciclo de krebs, assim são transformados em corpos cetônicos levando a uma cetogênese, uma cetose pode levar a uma acidose e até morte do animal. Durante a fermentação ruminal as bactérias usam os nitrogênios para produção de proteínas próprias que quando a bactéria morre são levados ao abomaso para serem digeridos = aminoácidos disponibilizados para o animal. Fazer a suplementação com amônia é possível em ruminantes devido a sua utilização pelas bactérias, mesmo se essa suplementação for feita com ureia é possível se obter amônia devido a enzima urease ativa que existe no líquido ruminal. Os triglicerídeossão absorvidos na forma de glicerol e ácidos graxos. O glicerol é convertido em ácido propiônico, principalmente. Os lipídeos insaturados são convertidos em saturados no rúmen. As bactérias do rúmen produzem, além das proteínas, vitaminas do complexo B, porém a vitamina B12 depende da suplementação de cobalto que é necessário para a síntese da cobalamina ou cianocobalamina (B12). Retículo: Faz a seleção do que passa para o omaso ou o que volta para o rúmen. Omaso: Reabsorção de água. Abomaso: É o estômago químico dos ruminantes, da mesma forma possui os movimentos de mistura e propulsão. Intestino grosso: Assim como no rúmen, possui uma microbiota e não realiza digestão química, porém realiza fermentação. Coelhos produzem dois tipos diferentes de fezes, duras durante o dia, e moles durante a noite que contém nutrientes essenciais que o animal deve comer = CECOTROFAGIA. Aves: O papo armazena e umedece. O proventrículo digestão química e a moela a quebra mecânica.
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