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Questão 1/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Talvez reconheçamos, nas ações daquelas pessoas falecidas há cerca de dois milênios, determinados comportamentos que, com algumas adaptações, preenchem nosso próprio dia a dia, em nossa própria época”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.8 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano, quais são os perigos em relação à locução adjetiva "do cotidiano" presente na expressão história do cotidiano? Assinale a alternativa correta. Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Um dos principais perigos é que o termo é pouco erudito e, por isso, é de facilmente entendido pelo público leigo. B Este adjetivo é oriundo das ciências humanas por isso os historiadores correm o risco de utilizá-lo erroneamente. C Um pesquisador ingênuo pode confundir história do cotidiano com algo que não é mais do que uma enciclopédia de curiosidades. Comentário: “O que nos leva a um segundo perigo em relação à ideia de “cotidiano”. Se tomarmos este termo ingenuamente, ignorando a especificidade dos comportamentos das sociedades do passado, não escreveremos nada mais do que uma enciclopédia de curiosidades. Nós vamos ao cinema, os romanos iam a anfiteatros; nós temos penteados variados, os antigos egípcios preferiam perucas; comemos com garfo e faca, os europeus até o período moderno comiam apenas com as mãos. Não há nada errado, em si, com essas afirmações. Mas trabalhando de forma ingênua com a história do cotidiano, corremos o sério risco de transmitir uma ideia de universalismo, quase de biologicismo, nas análises sociais” (livro-base, p.9). D Trata-se de um adjetivo carregado de juízos de valor devendo, por isso, ser evitado. E O perigo do termo história do cotidiano é que ele é muito amplo e, por isso, não se presta a recuperar os verdadeiros costumes do passado. Você assinalou essa alternativa (E) Questão 2/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Há, porém, que se tomar cuidado com este termo – cotidiano. Para historiadores e historiadoras, este termo carrega perigos”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR., Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.29 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano assinale a alternativa que aponta corretamente as relações entre os historiadores e o passado: Nota: 10.0 A Para reconstruir o passado exatamente como ele existiu os historiadores devem se envolver ao máximo com ele. B O passado é útil aos historiadores porque os ajuda a justificarem suas próprias visões de mundo no presente. C O(a) historiador(a) deve mergulhar no passado para restaurar e regatar comportamentos tradicionais esquecidos no presente. D O(a) historiador(a) deve apenas mergulhar no passado das sociedades que deixaram registros escritos. E O(a) historiador(a) deve guardar certo distanciamento em relação ao passado, pois é uma realidade sociocultural diferente da dele(a). Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: "deve haver por parte de historiadoras e historiadores um determinado distanciamento em relação ao passado, pois se trata de uma realidade sociocultural diferente à nossa, e ainda mais diferente quanto mais retornarmos no tempo. Igualmente, deve haver determinadas identidades e pontos de contato entre nós e este passado: são estes pontos que nos permitirão tornar inteligíveis estas diferentes realidades, permitindo a escrita de um texto histórico." (livro-base, p.8) Questão 3/10 - História do Cotidiano Leia o fragmento a seguir: “É bem verdade que a chamada História vista de baixo pode ser citada como uma historiografia sobre o cotidiano apenas com alguma boa vontade. Suas preocupações são outras.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 44. Considerando o fragmento acima e os conteúdos abordados no livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que descreve corretamente a diferença entre a História vista de baixo e a História do Cotidiano: Nota: 10.0 A As incorporações de conceitos antropológicos tornaram a História passível de mais possibilidades analíticas, bem como mais interessante e isso garante um lugar no espaço considerado científico. B A História vista de baixo busca trazer a luz das análises sobre o passado camadas da sociedade desprivilegiadas, tanto na sociedade como nas discussões acadêmicas, como banqueiros e latifundiários. C A compreensão de costumes oferece pouca carga de peso histórico se descolado das análises estruturalmente econômicas e esse é o grande foco da História vista de baixo. D A História vista de baixo busca trazer ao centro das discussões os sujeitos e camadas da sociedade que estão na contramão dos grandes feitos e grandes líderes. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: Essa resposta está correta, uma vez que: “Centra-se, principalmente, em demonstrar que o povo, especialmente aquelas pessoas usualmente desconsideradas pelos estudos históricos, não é determinado pela estrutura ou apenas reativo às grandes mudanças históricas, mas importante agente das mudanças sociais, dentro das condições possíveis de existência. Neste sentido, inverte a perspectiva da história tradicional que colocava o destino das sociedades sobre os ombros dos “grandes líderes”.” (Livro-base, p. 44.) E Os indícios de manifestações sociais são importantes elementos reveladores acerca da realidade que atrapalha o progresso social, tendo grande espaço nessa vertente historiográfica. Questão 4/10 - História do Cotidiano Leia o fragmento a seguir: “Sem problematização, com temas escolhidos arbitrariamente, sem apresentar uma visão abrangente de outras sociedades: por estas razões, este modelo de escrita de história do cotidiano pode ser caracterizado enquanto uma ‘história antiquária’.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 40. Considerando o fragmento acima e os conteúdos abordados no livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que explica corretamente o sentido do termo “história antiquária”: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Os diferentes arquivos dispostos para análise em espaços como museus. B As diferentes interpretações sobre o passado no decorrer do tempo C As caracterizações antiquadas sobre personagens do passado feitas de maneira anacrônica na atualidade Você assinalou essa alternativa (C) D Uma busca pelos objetos do passado que possibilitam uma interpretação sobre o cotidiano. Comentário: Essa resposta está correta, uma vez que: “O termo se refere aos antiquaristas da Renascença europeia. Fundamentais para a preservação de uma infinidade de documentos históricos, eram colecionadores eruditos que selecionavam e preservavam em seus gabinetes de curiosidades todo tipo de material antigo que considerassem valioso. Suas motivações e métodos se assemelhavam, portanto, aos de muitos autores da coleção La vie quotidienne: a busca pelo anedótico e curioso enquanto uma forma de se aproximar do passado pela empatia, sem a produção de um conhecimento mais abrangente.” (Livro-base, p. 40- 41) E Os objetos pertencentes às famílias de influência política mantidos para preservação de um passado glorioso. Questão 5/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Explicita a relação dialógica, muitas vezes conflituosa, entre as exigências sociais, por um lado, e as possibilidades criativasde existência, por outro [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 23 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre as características do que chamamos de História do Cotidiano, assinale a alternativa correta. Nota: 10.0 A A história do cotidiano nos permite recuperar as experiências vividas de indivíduos do passado, não os reduzindo a caricaturas, encarando-os como atores efetivos de sua narrativa histórica. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: “A história do cotidiano nos permite recuperar as experiências vividas de indivíduos do passado, não os reduzindo a caricaturas e salientando sua possibilidade de agência: ou seja, vendo-os agir conforme suas crenças, possibilidades, interesses, efetivamente enquanto atores de sua narrativa de vida. Explicita a relação dialógica, muitas vezes conflituosa, entre as exigências sociais, por um lado, e as possibilidades criativas de existência, por outro, nas relações com sanções, poderes, identidades, diferenças sociais.” (livro-base, p.23) B A história do cotidiano permite que os indivíduos construam grupos de resistência histórica às ideologias das quais discordam. C Criada pelos historiadores econômicos a história do cotidiano permite aos historiadores recuperarem registros econômicos seriados de organizações históricas. D A história do cotidiano surgiu com o objetivo de trazer um estatuto científico para a história. E A história do cotidiano é um dos ramos mais elitizados da história já que são as elites que, por excelência, deixaram registros de seu dia a dia. Questão 6/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “O que Agostinho dizia sobre a ideia de tempo para se aplicar à perfeição ao significado de cotidiano: se não me perguntarem eu sei; se me pedirem para explicar, já não sei.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.17. Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que aponta considerações corretas sobre a definição de cotidiano. Nota: 10.0 A Atividades que as pessoas realizam aleatoriamente sem raciocinar. B Tudo aquilo que ocorre na vida de um trabalhador comum. C Cotidiano é um termo universal que define todas as ações da humanidade. D Atividades específicas exercidas pelos indivíduos da elite. E Atividades, mais ou menos obrigatórias, definidas pelos diferentes papéis sociais que as pessoas exercem em sua realidade. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: “Os trabalhos historiográficos tendem a definir o cotidiano enquanto as atividades, mais ou menos obrigatórias, definidas pelos diferentes papéis sociais que as pessoas exercem em sua realidade. E, se nosso modelo de cotidiano não é universal, pode-se sem dúvida encontrar ações rotineiras, atividades obrigatórias, ações esperadas, em todas as sociedades humanas. Todas têm, sob diferentes formas, cotidianidade.” (livro-base, p.25.) Questão 7/10 - História do Cotidiano Considere a imagem a seguir: Após esta avaliação, caso queira encontrar a imagem, ela está disponível em: Propaganda Au Petit Trianon apud FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019, p. 69. A imagem acima é uma propaganda de loja do século XIX, revelando alguns hábitos e costumes da época. Considerando esses elementos e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre as características da moda, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A A moda se refere estritamente às vestimentas e roupas utilizadas por determinada população. B A moda está sempre relacionada às vestimentas e a um ritmo lento e desacelerado de mudanças. C No Brasil, a moda pode ser pensada com relação as vestimentas da população, um exemplo é no final do século XIX, quando a tendência era as mulheres utilizarem roupas indígenas. D A moda não se refere apenas a vestimentas, mas também às mudanças de costumes que se difundem e deixam de ter significado relativamente rápido. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: Esta alternativa é correta, pois: “O que caracteriza a moda? Neste item tratamos especialmente daquela ligada às vestimentas, mas se pode afirmar que o termo se refere a mudanças de costumes que se difundem de maneira relativamente rápida, mas que também deixa rapidamente de ter significado. Dentro das temporalidades do cotidiano, a moda se caracteriza por sua velocidade e dinâmica. Porém, seu rápido desaparecimento parece indicar que não produz relações mais significativas com a sociedade que a adota.” (livro-base, p. 69) E A moda ainda que possa ser pensada para costumes e hábitos, não somente para as roupas, está relacionada sempre a um ritmo devagar e vagaroso de mudanças. Questão 8/10 - História do Cotidiano Leia o seguinte trecho de texto: “É bastante comum as pessoas desejarem compreender ‘como era a vida no passado’ tentando descobrir ‘o que realmente aconteceu’.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019, p. 62. Considerando o extrato de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano, a frase “o que realmente aconteceu” sintetiza uma forma tradicional, oriunda do século XIX, de pensar a História, que supostamente daria conta de relatar exatamente o que ocorreu no passado. Assinale a alternativa que apresenta o autor que compartilhava dessa ideia: Nota: 10.0 A Fernand Braudel. B Marc Bloch. C Carlo Ginzburg. D Leopold von Ranke. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: Esta alternativa é correta, pois: “Recriar o passado como “realmente aconteceu”: essa expressão em aspas não se refere apenas aos livros de história do cotidiano que discutimos aqui, pois é mais conhecida por ter sido enunciada famosamente pelo historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886), ainda nas primeiras décadas do século XIX. Ranke acabaria muito criticado, especialmente no século seguinte, por sua suposta ingenuidade (hoje, sabe-se, Ranke se expressou mal e não era ingênuo) de tentar estabelecer um projeto de compreensão do que seria a verdade sobre o passado. Trata-se de um projeto inviável por diferentes razões.” (livro-base, p. 63) E Nathalie Davis. Questão 9/10 - História do Cotidiano Leia o fragmento de texto a seguir: “Ainda que possa parecer tentador buscar reconstruir a vida de personagens do passado, há limites que não devem ser transpostos sob pena de se incorrer no anacronismo – e, portanto, deixando-se de construir um efetivo conhecimento do passado.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019, p. 62. Considerando o extrato de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre a escrita de uma história do cotidiano, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Ao historiador é impossível reconstruir uma história “como realmente aconteceu” ou como se vivesse o cotidiano de algum contexto pretérito, pois ele está sempre ligado ao seu tempo presente. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: Esta alternativa é correta, pois: “Mesmo que pudéssemos entrar em uma máquina do tempo, não teríamos condições de saber “como era” ser um egípcio no tempo de Ramsés II, um camponês vivendo sob o reinado do Rei Sol, um escravo no Segundo Império, um indígena vivendo em uma missão jesuítica. Mesmo que fôssemos a professora de história da charge de Tom Gauld,continuaríamos sendo nós mesmos, frutos que somos de nossa época, crenças, condição social, lendo e interpretando os dados da realidade [...] As tentativas desta ingênua história do cotidiano de reconstruir um passado como se lá vivêssemos, ou de supor que saberíamos o que é 'ser um medievo' levam, invariavelmente, ao erro do anacronismo. (livro-base, p. 62) B Os historiadores são incapazes de escrever uma história do cotidiano, pois não há vestígios históricos suficientes para amparar as pesquisas. C A História do Cotidiano requer que o historiador escreva os fatos pretéritos do dia a dia exatamente como aconteceram. D A História do Cotidiano é a única que permite ao historiador cometer o anacronismo, pois só assim será possível compreender o dia a dia das sociedades do passado. E Ao historiador é irrelevante escrever uma História do Cotidiano, pois não é considerada uma perspectiva válida academicamente e o tema é considerado cientificamente desnecessário. Questão 10/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Historiadores ligados à escola francesa de Annales foram responsáveis por um grande número de estudos sobre história do cotidiano, embora com resultados variáveis.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.17. Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano assinale a alternativa que nomeia corretamente obra e autor da “Escola dos Annales” que abordaram a história do cotidiano. Nota: 10.0 A Leopold von Ranke; obra Os Papas. B Emmanuel Le Roy Ladurie; obra: Montaillou. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! Comentário: “Montaillou, publicada em 1975 por Emmanuel Le Roy Ladurie, com sua extensiva e algo imóvel análise de uma pequena comunidade francesa medieval, e que se tornou best-seller.” (livro-base, p.17) C Keneth Maxwell; obra: A Devassa da Devassa. D Edward P. Thompson; obra: Costumes em Comum. E Edward P. Thompson; obra: Montaillou. Questão 1/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “E eis o mistério da história do cotidiano: se não existe uma mão invisível que guia as mudanças históricas, devem ser as próprias pessoas que, vivendo suas vidas aparentemente sempre iguais, possibilitam de alguma forma as mudanças que estudamos na história Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.17. Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano assinale a alternativa que aponta considerações corretas sobre as possibilidades metodológicas da história do cotidiano. Nota: 10.0 A Por meio de evidências escritas esta abordagem é útil ao historiador que deseja compreender aspectos mais teóricos da história. B Tal abordagem, por ser bastante minuciosa, permite ao historiador recuperar o passado exatamente como ele ocorreu. C Tal abordagem ao recuperar aspectos curiosos de nosso cotidiano é muito atrativa ao mercado editorial sendo, portanto, interessante aos historiadores que desejam repercussão midiática D Tal abordagem permite que a história recupere seu estatuto científico ao revelar verdades importantes sobre o passado. E Esta abordagem permite recuperar as experiências vividas de indivíduos do passado, conforme suas crenças, possibilidades, interesses, efetivamente focando-os como sujeitos de suas próprias histórias. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: “A história do cotidiano nos permite recuperar as experiências vividas de indivíduos do passado, não os reduzindo a caricaturas e salientando sua possibilidade de agência: ou seja, vendo-os agir conforme suas crenças, possibilidades, interesses, efetivamente enquanto atores de sua narrativa de vida” (livro-base, p.23.) Questão 2/10 - História do Cotidiano Leia o trecho de texto a seguir: “Mas nos depararíamos com dois obstáculos. O primeiro, mais singelo, é que nos faltariam documentos históricos que nos permitissem reconstituir cada um dos instantes da vida de Gôndolo ou de quem quer que fosse.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 94 Considerando o extrato de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano, sobre as relações entre passado e presente na escrita da História, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Com o avanço da historiografia e o acesso que temos às todas as fontes históricas existentes, é possível atualmente acessarmos o passado em sua totalidade. B A História acaba sendo, de certa forma, sempre contemporânea, pois ainda que abordemos temáticas do passado, partimos de questionamentos, teorias e técnicas do nosso presente. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! Comentário: “Mas nos depararíamos com dois obstáculos. O primeiro, mais singelo, é que nos faltariam documentos históricos que nos permitissem reconstituir cada um dos instantes da vida de Gôndolo ou de quem quer que fosse. Um segundo obstáculo, porém, é mais fundamental: a história é mais do que uma coleção infinita de tais dados objetivos. A história, devemos nos lembrar, não se confunde com o passado; nem com a totalidade do passado. A história é o estudo que toma o passado humano e suas mudanças como seus objetos. A questão crucial é que questões fundadas no presente são lançadas ao passado para que se possa melhor conhecê-las. E é bastante possível – na verdade, diria que provável – que muitas das questões que historiadores e historiadoras formulem no presente não poderiam ser respondidas facilmente por um “nativo” do passado. Afinal, são justamente questões do próprio presente, preocupações da atualidade. (...) O conhecimento de uma infinidade de dados sobre o passado seria decididamente bastante útil. Mas não se confundiria com a história: esta se trata de questões formuladas no presente sobre o passado. E estas perguntas são sempre mutáveis, dependente das circunstâncias e a partir de diferentes e sempre novas perspectivas. Assim, tanto o objetivo de recriar o passado, quanto a crença de que se pode atingir uma suposta totalidade da história a partir da soma destes detalhes individuais, são miragens. (livro-base, p. 64-65). C Podemos dizer que o historiador consegue acessar completamente o passado, pois as fontes históricas são abundantes. D História é uma coleção de dados objetivos sobre o passado e, sendo assim, ela é um estudo sobre esse passado, pautado na análise desses dados objetivos. E O historiador não consegue acessar de forma objetiva o passado e, por isso, não pode ser considerada ciência, visto que está contaminado com os pensamentos do presente. Questão 3/10 - História do Cotidiano Leia o seguinte excerto de texto: “É muito indelicado esgaravatar as narinas com os dedos e ainda mais insuportável pôr na boca o que se tirou do nariz [...]. É vil limpar o nariz com a mão nua ou assoar-se na manga ou nas roupas.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: LA SALLE apud FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019, p. 77. Considerando o extrato de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre os hábitos de higiene ao longo da História, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A As recomendações sobre boas maneiras, ligadas à construção de novos hábitos, revelam o caráter histórico e não natural desses hábitos. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: Esta alternativa é correta, pois: “De nossa pequena experiência com as escarradeiras, é possível estabelecer algumas relações entre os comportamentosensinados por esse guia e a sociedade francesa do período. Inicialmente, se De La Salle está preocupado em ensinar meninos a não 'pôr na boca o que se tirou do nariz' é porque esta era uma prática comum entre os jovens da época. Sua obra está repleta de condenações a hábitos e costumes que precisavam ser modificados, em direção a um comportamento que se considerava mais bem educado. [...] Sua sensibilidade para estas questões era, evidentemente, diferente da nossa. Ao mesmo tempo, é em um guia de boas maneiras que encontramos a descrição destes hábitos. Isso significa claramente que De La Salle desejava sua modificação. Desejava que aqueles meninos desenvolvessem um comportamento que ele considerava mais refinado e educado. [...] Flagramos neste documento, portanto, determinado processo histórico. Um processo do qual, espero que você tenha adivinhado, participamos e somos consequência". (livro-base, p. 77-78) B Os hábitos de higiene e asseio mantiveram-se os mesmos ao longo da História, pois são aspectos naturais. C O único elemento de mudança dos hábitos de higiene é a tecnologia envolvida no processo, mas os hábitos coletivos permanecem os mesmos. D Os hábitos de higiene são hoje os mesmos que existiam desde a Antiguidade, não houve uma abordagem educacional para a mudança. E A historiografia não se debruça sobre temáticas de hábitos de higiene, pois essas são questões da área da saúde pública. Questão 4/10 - História do Cotidiano Leia o fragmento a seguir: “Sem problematização, com temas escolhidos arbitrariamente, sem apresentar uma visão abrangente de outras sociedades: por estas razões, este modelo de escrita de história do cotidiano pode ser caracterizado enquanto uma ‘história antiquária’.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 40. Considerando o fragmento acima e os conteúdos abordados no livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que explica corretamente o sentido do termo “história antiquária”: Nota: 10.0 A Os diferentes arquivos dispostos para análise em espaços como museus. B As diferentes interpretações sobre o passado no decorrer do tempo C As caracterizações antiquadas sobre personagens do passado feitas de maneira anacrônica na atualidade D Uma busca pelos objetos do passado que possibilitam uma interpretação sobre o cotidiano. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: Essa resposta está correta, uma vez que: “O termo se refere aos antiquaristas da Renascença europeia. Fundamentais para a preservação de uma infinidade de documentos históricos, eram colecionadores eruditos que selecionavam e preservavam em seus gabinetes de curiosidades todo tipo de material antigo que considerassem valioso. Suas motivações e métodos se assemelhavam, portanto, aos de muitos autores da coleção La vie quotidienne: a busca pelo anedótico e curioso enquanto uma forma de se aproximar do passado pela empatia, sem a produção de um conhecimento mais abrangente.” (Livro-base, p. 40- 41) E Os objetos pertencentes às famílias de influência política mantidos para preservação de um passado glorioso. Questão 5/10 - História do Cotidiano Leia o fragmento a seguir: “As pessoas constroem o próprio cotidiano dentro das condições socioculturais em que estão inseridas; mas (e esse mas é tão importante que será negritado), mas há possibilidade de que os indivíduos atuem sobre as próprias condições socioculturais, mesmo em suas ações cotidianas.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 44. Considerando o fragmento acima e os conteúdos abordados no livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que informa corretamente a importância de se reconhecer a atuação dos indivíduos dentre as possibilidades que se tem a partir do lugar que lhe cabe nas organizações sociais: Nota: 10.0 A Quando os indivíduos passaram a escolher qual posição ocupam dentro das organizações sociais modernas, as suas escolhas se tornaram interessantes aos olhos da História. B Os diferentes posicionamentos individuais de cada sujeito são importantes para a compreensão dos séculos que antecedem cada sociedade. C As diferentes organizações privadas geraram uma forma determinante, no condicionamento do trabalho, então uma vez que se entenda os dilemas de um professor é possível compreender os dilemas de todos os professores na mesma sociedade. D As esferas dominantes exauriram qualquer possibilidade de compreensão das camadas desprivilegiadas, portanto apenas a análise das elites sociais é de interesse para a construção da historiografia. E Embora o indivíduo não consiga escolher o lugar que ocupa dentro da sociedade, o cotidiano revela as opções que este tem dentro de seu contexto social, que, por sua vez, é o motor da própria História. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: Essa alternativa está correta, uma vez que: “Mesmo ao escolher comprar um guarda-roupa em MDF, ao adquirir uma cópia do último livro de Paulo Coelho, ao preferir comer peixe neste final de semana. Se isso não fosse verdade, aliás, sequer teríamos mudanças, sequer teríamos história.” (livro-base, p. 44.) Questão 6/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Explicita a relação dialógica, muitas vezes conflituosa, entre as exigências sociais, por um lado, e as possibilidades criativas de existência, por outro [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 23 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre as características do que chamamos de História do Cotidiano, assinale a alternativa correta. Nota: 10.0 A A história do cotidiano nos permite recuperar as experiências vividas de indivíduos do passado, não os reduzindo a caricaturas, encarando-os como atores efetivos de sua narrativa histórica. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: “A história do cotidiano nos permite recuperar as experiências vividas de indivíduos do passado, não os reduzindo a caricaturas e salientando sua possibilidade de agência: ou seja, vendo-os agir conforme suas crenças, possibilidades, interesses, efetivamente enquanto atores de sua narrativa de vida. Explicita a relação dialógica, muitas vezes conflituosa, entre as exigências sociais, por um lado, e as possibilidades criativas de existência, por outro, nas relações com sanções, poderes, identidades, diferenças sociais.” (livro-base, p.23) B A história do cotidiano permite que os indivíduos construam grupos de resistência histórica às ideologias das quais discordam. C Criada pelos historiadores econômicos a história do cotidiano permite aos historiadores recuperarem registros econômicos seriados de organizações históricas. D A história do cotidiano surgiu com o objetivo de trazer um estatuto científico para a história. E A história do cotidiano é um dos ramos mais elitizados da história já que são as elites que, por excelência, deixaram registros de seu dia a dia. Questão 7/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Para a Micro-história, o cotidiano se torna elemento fundamental para a compreensão da realidade social em que se dão as experiências individuais.” Após esta avaliação caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.17. Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano assinale a alternativa que aponta considerações corretas sobre a Micro-história. Nota: 10.0A Surge na Itália nos anos de 1970, buscando compreender determinada realidade histórica limitada (um indivíduo, uma pequena vila) relacionando-a com processos históricos mais amplos. Você assinalou essa alternativa (A) Você acertou! Comentário: “Já a Micro-história, por sua vez, originou-se na Itália, na década de 1970. Sua perspectiva centra-se na busca por compreender, extensivamente, uma determinada realidade bastante limitada, como as experiências de uma pequena comunidade ou um único indivíduo. Para a Micro-história, o cotidiano se torna elemento fundamental para a compreensão da realidade social em que se dão as experiências individuais, em um interessante diálogo entre o micro (a pessoa ou a pequena comunidade) e o macro (a sociedade como um todo).” (livro-base, p.17.) B A micro-história foi criada na Itália com o objetivo de criar uma metodologia historiográfica autenticamente italiana. C Trabalhando com uma boa quantidade de dados a micro-história buscou recuperar séries de dados quantitativos para compreender experiências históricas singulares. D Criada na França a micro-história tinha por objetivo central ampliar as possibilidades temáticas no campo historiográfico. E Tal abordagem historiográfica surge, especialmente, na Alemanha com o intuito de recuperar a realidade cotidiana das elites monárquicas. Questão 8/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Historiadores não são antropólogos do passado, mas é também sua tarefa traduzir a realidade do passado para os leitores do presente”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.8 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História Regional assinale a alternativa correta sobre a postura dos historiadores em relação ao passado: Nota: 10.0 A Os historiadores devem escolher um tema que lhes permita uma identificação total com o passado. B O historiador necessita de um distanciamento total do passado, por isso deve estudar uma temática que lhe seja completamente estranha. C Os historiadores devem resistir às tentações de opinar sobre o passado para não se envolverem demais com ele. D O historiador deve considerar que as sociedades do passado são diferentes da sua, mas compreender que há pontos de contato entre presente e passado. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: “Deve haver por parte de historiadoras e historiadores um determinado distanciamento em relação ao passado, pois se trata de uma realidade sociocultural diferente à nossa, e ainda mais diferente quanto mais retornarmos no tempo. Igualmente, deve haver determinadas identidades e pontos de contato entre nós e este passado: são estes pontos que nos permitirão tornar inteligíveis estas diferentes realidades, permitindo a escrita de um texto histórico. (livro-base, p. 8.) E Os historiadores devem estar identificados com o passado para defender as verdades que desejam incutir ao público. Questão 9/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Talvez reconheçamos, nas ações daquelas pessoas falecidas há cerca de dois milênios, determinados comportamentos que, com algumas adaptações, preenchem nosso próprio dia a dia, em nossa própria época”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.8 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano, quais são os perigos em relação à locução adjetiva "do cotidiano" presente na expressão história do cotidiano? Assinale a alternativa correta. Nota: 10.0 A Um dos principais perigos é que o termo é pouco erudito e, por isso, é de facilmente entendido pelo público leigo. B Este adjetivo é oriundo das ciências humanas por isso os historiadores correm o risco de utilizá-lo erroneamente. C Um pesquisador ingênuo pode confundir história do cotidiano com algo que não é mais do que uma enciclopédia de curiosidades. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Comentário: “O que nos leva a um segundo perigo em relação à ideia de “cotidiano”. Se tomarmos este termo ingenuamente, ignorando a especificidade dos comportamentos das sociedades do passado, não escreveremos nada mais do que uma enciclopédia de curiosidades. Nós vamos ao cinema, os romanos iam a anfiteatros; nós temos penteados variados, os antigos egípcios preferiam perucas; comemos com garfo e faca, os europeus até o período moderno comiam apenas com as mãos. Não há nada errado, em si, com essas afirmações. Mas trabalhando de forma ingênua com a história do cotidiano, corremos o sério risco de transmitir uma ideia de universalismo, quase de biologicismo, nas análises sociais” (livro-base, p.9). D Trata-se de um adjetivo carregado de juízos de valor devendo, por isso, ser evitado. E O perigo do termo história do cotidiano é que ele é muito amplo e, por isso, não se presta a recuperar os verdadeiros costumes do passado. Questão 10/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “A crise dos grandes modelos explicativos, destes paradigmas que até então haviam sido fundamentais nas Ciências Humanas, levaram a reformulações que atingiram também a história.” Após esta avaliação caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA JR. Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.16 Considerando essas informações e de acordo com o livro História do Cotidiano sobre a corrente historiográfica alemã Alltagsgeschichte (Alltags: Cotidiano; Geschichte: história), assinale a alternativa correta. Nota: 10.0 A Tal corrente estava interessada em recuperar o arianismo para justificar a teoria do espaço vital. B Trata-se de uma corrente criada pelo alemão Leopold Von Ranke, que objetivava garantir um estatuto científico para a história. C Procurava compreender o passado alemão, especialmente em relação às resistências e vivências cotidianas da população sob o regime nazista. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Comentário: “Surgida na Alemanha na década de 1970, procurava compreender de forma original o passado alemão, centrando sua atenção especialmente nas resistências e vivências cotidianas da população comum sob o regime nazista.” (livro-base, p.16) D Tal vertente histórica foi criada para defender o colonialismo alemão durante a partilha da África pelas nações europeias. E Tal corrente praticava o negacionismo buscando esconder fatos vergonhosos da história alemã recente. Questão 1/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “A relação que o Brasil teria estabelecido com o açúcar, segundo Freyre, manteria íntima relação, mas se estenderia para além da presença dos engenhos e da exportação desde o período colonial.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p. 168 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre como Gilberto Freyre encaixa a História da Alimentação Brasileira na construção do seu histórico do povo brasileiro, assinale a alternativa correta: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Gilberto Freyre utiliza o estudo sobre a alimentação brasileira para reforçar os conflitos raciais existentes no Brasil e que marcaram o país, deixando consequências até os dias de hoje. B Freyre utiliza a alimentação para reforçar a ideia de que a miscigenação racial brasileira foi mais intensa e, por isso, a escravidão teria sido mais branda. Comentário: “Deve-se contextualizar o entusiasmo de Freyre pela culinária brasileira dentro de seu pensamento intelectual: trata-se do mesmo modelo de interpretaçãodo desenvolvimento histórico que se destacou em obras como Casa Grande & Senzala. A culinária seria, para Freyre, um símbolo da miscigenação racial, característica social e histórica do Brasil. Assim, da mesma forma que o Brasil teria tido uma escravidão branda e seria exemplo de uma integração racial pacífica, também a culinária demonstraria essa propensão à multiculturalidade. Concepções que, como se sabe atualmente, não condizem com a realidade social e histórica do país.” (livro-base, p.169) C A análise da História da Alimentação no Brasil, nas obras de Gilberto Freyre serviram para reforçar a tese de que, no Brasil, não houve escravidão e sim uma troca de favores. pedro Realce D Freyre introduz uma análise da alimentação no Brasil com objetivo de reforçar a tese de que no Brasil não havia conflitos religiosos, sendo a tolerância marca principal da sociedade colonial. E Não é possível dizer que os estudos de Freyre no campo da alimentação se integram com outras obras do autor, como Casa Grande e Senzala. Você assinalou essa alternativa (E) Questão 2/10 - História do Cotidiano Confira o seguinte texto: Uma das primeiras filmagens registradas pelos pioneiros do cinema [...] tem o título Trabalhadores deixando a fábrica Lumière. Datada de 1895, trata-se de um filme de menos de 50 segundos [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 148. p. 141. Considerando o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre o cotidiano e o tempo do trabalho registrado no período final do século XIX, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A No mundo do trabalho da sociedade comunista o controle do tempo é feito de forma estrita, há uma clara diferença entre o tempo do trabalho e o tempo fora dele B No mundo do trabalho da sociedade comunista não há controle do tempo, sendo o tempo do trabalho e o tempo do lazer comandados pelos trabalhadores. C No mundo do trabalho da sociedade capitalista o controle do tempo é feito de forma estrita, há uma clara diferença entre o tempo do trabalho e o tempo fora dele. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! Comentário: Esta é a alternativa correta, pois: “A semelhança entre as duas representações não é, no entanto, uma coincidência, mas resultado de um determinado modelo de relacionamento com o tempo característico do capitalismo. Tanto a filmagem francesa quanto a gravura estadunidense evidenciam que, no mundo do trabalho capitalista, o controle do tempo é feito de maneira absolutamente estrita: afinal, todos saem ao mesmo tempo das fábricas. Além disso, fica visualmente evidenciado, por ambos os documentos, a nítida diferença que existe entre o tempo do trabalho e o tempo fora dele. Usualmente referido como 'tempo da fábrica' nos textos historiográficos, trata-se de uma compreensão da temporalidade, própria do sistema capitalista, que, entre outros fatores, tem como objetivo deixar evidente que os períodos de trabalho seriam diferentes daqueles do cotidiano fora dele.” (livro-base, p. 142-143). D No mundo do trabalho da sociedade capitalista não há controle do tempo, sendo o tempo do trabalho e o tempo do lazer comandados pelos trabalhadores. E No mundo do trabalho da sociedade capitalista o tempo do trabalho, o tempo do cotidiano e do lazer coincidem. Questão 3/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Desde o início do processo de colonização, a mandioca ficou conhecida como 'pão da terra': na ausência de trigo, matéria-prima para o pão que conheciam, os colonizadores adotaram práticas culinárias indígenas integrando a mandioca à base de sua própria alimentação.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p.167 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre a historicidade da alimentação, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A A alimentação está ligada aos costumes e práticas sociais e, por isso, é amplamente estudada pela historiografia, desde que esta disciplina se consolidou como ciência no século XIX. B Pelo fato de ser uma prática ligada unicamente às necessidades biológicas e não se relaciona com costumes e cultura, a alimentação foi deixada de lado pela historiografia. C Mesmo que a alimentação esteja relacionada à cultura e ao costume dos povos, esse é um tema considerado de menor importância pela historiografia dos dias de hoje. D A alimentação vai além de uma prática de necessidade e se liga à cultura e aos costumes da sociedade. Os estudos nesse campo ganham relevância a partir da Escola das Annales. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: “Escrevendo no século XVII, a descrição de Vicente do Salvador evidencia os diálogos que as sociedades mantêm com os alimentos: muito mais do que simples fonte de nutrientes, a alimentação estabelece íntima relação com a história, com as práticas culturais, com a tradição das sociedades. [...] Quando se discute a historicidade ligada à alimentação, o campo de pesquisas é bastante vasto. Pode-se estudar não apenas os alimentos e suas relações com a sociedade que os consome, mas as técnicas de produção, os costumes à mesa, as memórias afetivas, as receitas populares e eruditas, as máquinas e equipamentos da cozinha, as relações de gênero no ato de cozinhar, o surgimento e o significado dos restaurantes, o processo de industrialização dos alimentos. Mas, apesar desta multiplicidade de possibilidades, a construção de uma história da alimentação tem uma origem relativamente recente, associada à pluralidade temática estimulada pelas considerações dos historiadores ligados à história dos Annales. Antes disso, podem ser encontradas apenas algumas referências históricas à alimentação no passado ou, mais comumente, abordagens de estudos folclóricos sobre diferentes tradições culinárias.” (livro-base, p. 167) E A alimentação era um tema popular pela historiografia do século XIX, deixando de ter importância a partir da Escola dos Annales, que focavam seus estudos nos estudos da classe operária. Questão 4/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “A ausência de preocupação com a coisa pública, que era quando muito realizada por particulares e apenas em proveito próprio, não parecia incomodar os colonos”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 110. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que explica corretamente o descaso com a coisa pública no Brasil colonial: Nota: 10.0 A Há uma tendência natural entre os brasileiros de não valorizar o que é nosso. B Como muitos portugueses não iriam estabelecer morada no Brasil, não se ocupavam em cuidar da coisa pública. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! “A ausência de preocupação com a coisa pública, que era quando muito realizada por particulares e apenas em proveito próprio, não parecia incomodar os colonos. O próprio Salvador ensaia uma explicação para esse fenômeno: “tudo isto vem de não tratarem do que há cá de ficar”, diz ele. Ou seja, o Brasil – no caso particular, a cidade de Salvador – não era compreendida pelos colonos do século XVII como um espaço de morada, uma cidade a ser desenvolvida, mas uma região que se procurava explorar visando o enriquecimento (na medida do possível) antes do definitivo retorno ao lar, ou seja, Portugal. Se a colônia era vista enquanto uma realidade provisória, seriam os interesses privados e não os públicos – esses existiriam apenas quando influenciassem os objetivos coloniais portugueses – que prevaleciam”(livro-base, p. 110). C Os altos índices de criminalidade no Brasil explicam esse descaso, que nos acompanha até os dias de hoje. D Havia interesse dos administradores portugueses em sucatear o território brasileiro. E Como não havia nenhum patrimônio digno de preservação durante a era colonial, era natural que não houvesse essa preocupação. Questão 5/10 - História do Cotidiano Analise a imagem a seguir: Fonte: A Brazilian Family. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or8884i6.jpg. Acesso em 17 ago. 2021. Com base na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que aponta corretamente uma característica do modelo patriarcal existente no período colonial brasileiro: Nota: 10.0 A O uso de vestimentas longas para as mulheres. B A representação das crianças com feições adultas. C A presença do homem, à frente, conduzindo a família e os empregados. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! “Em primeiro lugar, a posição masculina, sempre à frente, característica do modelo patriarcal familiar próprio do período colonial: 'O pai toma a dianteira, acompanhado de perto pelos dois filhos mais velhos', indica Chamberlain; 'aos quais se seguem a esposa e a criada [...] mulata, confidente' (Chamberlain, 1943, p. 37-38). A família é acompanhada, ainda, 'à pequena distância [pelos] criados negros, a quem confiam a guarda do caçula, do cãozinho de estimação e do guarda-chuvas' (Chamberlain, 1943, p. 38).” (livro-base, p. 100) D A presença da bengala como símbolo de poder. E A ostentação frente a uma casa-grande. Questão 6/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Em finais do século XX, pesquisas sobre história da vida privada em diferentes épocas e lugares passou a ser um tema, por assim dizer, 'da moda' também entre historiadores e historiadoras brasileiros”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 101. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que apresenta o nome de uma importante coletânea para os estudos sobre a história do cotidiano. Nota: 10.0 A Economia e Sociedade, de Max Weber. B História da Vida Privada, de Georges Duby e Philipe Arriès. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! “Novamente, uma coleção editorial: entre 1985 e 1987 foram lançados na França os cinco volumes da influente Histoire de la vie privée, dirigida por Georges Duby (1919-1996) e Philippe Ariès (1914-1984), historiadores expoentes da escola de Annales. Publicados na década de 1990 no Brasil com o título de História da vida privada, seus artigos abordavam um amplíssimo recorte temporal e geográfico, partindo da antiguidade romana até “os nossos dias”, como indicava o subtítulo do quinto volume” (livro- base, p. 101). C O Outono da Idade Média, de John Huizinga D A Era dos Extremos, de Eric Hobsbawm. E Comédias da Vida Privada, de Luís Fernando Veríssimo. Questão 7/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Refere-se aos elementos culturais, muitos deles inconscientes, compartilhados pelas pessoas de uma determinada sociedade e época, a partir dos quais as pessoas se relacionavam, pensavam a realidade e a organizavam”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 103. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que analisa corretamente a ideia de “mentalidades” no campo histórico: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Este foi um conceito forjado por historiadores marxistas que rejeitavam a supremacia de uma mentalidade burguesa nas análises históricas. B A ideia de “mentalidades” foi fortemente criticada pela Escola dos Annales em virtude da imprecisão do conceito. C A perspectiva histórica das mentalidades é uma herança do positivismo do século XIX. D Trata-se de um conceito, hoje, em desuso, porque reforça uma ideia de homogeneidade cultural. “Trata-se de um conceito muito caro aos historiadores de Annales desde os primeiros momentos desta escola. Refere-se aos elementos culturais, muitos deles inconscientes, compartilhados pelas pessoas de uma determinada sociedade e época, a partir dos quais as pessoas se relacionavam, pensavam a realidade e a organizavam. Ainda que influente nos estudos históricos até finais do século XX, é hoje considerado ultrapassado, pois presume uma determinada ideia cultural homogênea a uma determinada sociedade” (livro-base, p. 103). E O conceito de mentalidades, amplamente aceito pela historiografia atual, mudou a forma como compreendemos as sociedades humanas. Você assinalou essa alternativa (E) Questão 8/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Segundo Duby, a vida privada se definia por um contraste que poderia ser encontrado 'sempre e em toda parte' [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 101. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que analisa corretamente as relações entre história da vida privada e história do cotidiano. Nota: 10.0 A A história da vida privada confunde-se com a história do cotidiano. B A história da vida privada, assim como a história do cotidiano, é restrita ao estudo de aspectos domésticos. C Há diferenças e especificidades em relação ao que chamamos de história da vida privada e aquilo que definimos como história do cotidiano. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! “Surgida no mesmo contexto de discussões historiográficas que pretendiam recuperar o papel dos indivíduos na história, o projeto de criação de uma história da vida privada, ao menos como pretendia um dos organizadores da coleção, Georges Duby, não devia 'se desviar uma vez mais para a vida cotidiana – a casa, por exemplo, o quarto, o leito'; bem como não poderia 'cair numa história do individualismo, numa história da intimidade' (DUBY, 2009). Para atingir esse objetivo, fazia-se necessário definir claramente qual seria a especificidade da vida privada e o que a tornaria diferente, inclusive, da história do cotidiano” (livro-base, p. 101). D Enquanto a história da vida privada centra-se no âmbito doméstico, a história do cotidiano centra-se no âmbito público. E A vida privada, em uma dada sociedade, é separada de seus aspectos cotidianos. Questão 9/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “As relações entre mulheres e amamentação trazem um curioso caso sobre o antigo debate natureza vs. cultura.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p. 162. Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre a prática da amamentação, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A A prática de amamentar os filhos passou a ser comum na sociedade apenas com a consolidação da ciência e o entendimento dos benefícios de tal ato. B A prática da amamentação foi sempre vista como um ato mecânico, corriqueiro e natural, não sendo, de nenhuma forma, sacralizada no imaginário das sociedades. C Ainda que se saiba da existência da amamentação, não há registros históricos dessa prática nas sociedades mais antigas, evidenciando seu caráter secundário. D Devido à diversas evidências históricas é inquestionável que a prática da amamentação seja instintiva e não uma construção social. E Ainda que valorizada em diferentes culturas épocas, eventos históricos que podem ter feitoa prática da amamentação se tornar indesejada seriam uma evidência que se trata de uma construção social e não um instinto inato. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: “Inicialmente, não parece ter havido dúvidas que, desde a Antiguidade as diferentes sociedades conheciam a importância do aleitamento. Pequenas estátuas domésticas da deusa Ísis amamentando seu filho Hórus, deveriam ter sido relativamente comuns entre os egípcios à época em que viveu Shepenese. A imagem, certamente, evidencia a crença nos poderes nutritivos do leite materno, ao mesmo tempo em que se configurava em uma representação da própria maternidade. Representações míticas associando o leite materno a poderes divinos são comuns a diferentes sociedades em diferentes épocas – se, para os antigos gregos, o leite da deusa grega Hera teria criado a Via Láctea, para os cristãos, a amamentação de Jesus por Maria se tornou um dos mais significativos símbolos da maternidade. E embora na maioria das sociedades humanas, a amamentação seja o método mais utilizado de nutrir o recém-nascido, determinados eventos históricos podem fazer com que a prática seja considerada, ainda que brevemente, indesejada. Na França do século XVIII e início do século XIX, por exemplo, tornou-se prática comum de várias mulheres da elite de não apenas negarem a amamentação de seus filhos, mas mesmo rejeitarem criá-los nos primeiros anos. Para a historiadora e filósofa francesa Élisabeth Badinter (1944), tais eventos históricos seriam uma demonstração de que não existiria um instinto inato próprio às mulheres de afeição pelas crianças, sendo assim o “amor materno” uma construção social. Seus argumentos serão discutidos com mais cuidado nas questões de reflexão ao final do capítulo.” (livro-base, p. 162 e 163) Questão 10/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “O escritor romano Plínio (23-79 d.C.) afirmava, em relação à vida, que ‘não devemos considerar os anos da infância, durante os quais não temos consciência de nossa existência, nem os anos da velhice, que se prolongam apenas para a punição daqueles que chegam a ela’.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p. 172 e 173 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre a velhice na História, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Todas as sociedades humanas, ao longo do tempo, buscaram definições e pensamentos sobre a velhice e, em todos os casos, esta era definida como um momento de degradação e degeneração. B Não há, ao longo da história, uma uniformidade de pensamento relacionado ao o que é ser velho, mas podemos afirmar que o conceito de velhice só irá surgir entre o século XIX e XX. C É interessante observar que, ao longo de toda história, há uma uniformidade quanto à ideia do que é estar velho. D Conceitualmente, a velhice surgiu apenas entre os séculos XIX e XX. E Não há uma uniformidade sobre a definição de velhice ao longo da história, mas não podemos afirmar que este é um conceito surgido somente entre o século XIX e XX. Você assinalou essa alternativa (E) Você acertou! Comentário: “Algumas observações feitas em relação à infância podem ser repetidas aqui. O que se definiria como ‘idoso’ ou ‘velhice’ em cada período histórico é variável, bem como os valores sociais associados. Da mesma forma, a velhice enquanto um conceito não é invenção recente, e não há qualquer fundamento em afirmar que ‘a noção de velhice como etapa diferenciada da vida surgiu no período de transição entre os séculos XIX e XX’ (SILVA, 2008). [...] A construção das representações sobre os patriarcas entre os antigos hebreus, o papel dos anciãos na Grécia antiga, a reverência ao pater familias no mundo romano, a velhice como imagem da degeneração e pecado na Idade Média, as diferentes concepções humanistas sobre os idosos, as ações estatais em relação à velhice na contemporaneidade são formas específicas – e, cada uma delas, repleta de nuances – são apenas alguns dos infindáveis exemplos que poderiam ser recuperados para demonstrar que as sociedades humanas buscaram, cada uma a seu modo, discutir a importância e as responsabilidades sobre os membros mais idosos de suas sociedades. ” (livro-base, p.172 e 173)” Questão 1/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Teria surgido na realidade do mundo medieval, momento em que as ideias de público e privado, não tão bem delimitadas, confundiam-se [...]” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 103. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que identifica corretamente o processo histórico descrito no texto acima. Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A Privatização dos costumes. “No terceiro volume da coleção História da vida privada, em um texto bastante influente, o historiador francês Philippe Ariès (1914-1984) procurou construir, em linhas gerais, um modelo de interpretação do processo de privatização dos costumes que seria próprio da realidade europeia. Teria surgido na realidade do mundo medieval, momento em que as ideias de público e privado, não tão bem delimitadas, confundiam-se; pequenas e graduais transformações, ao longo de séculos, acabaram construindo os modelos de sociabilidade contemporânea, com a privacidade individual orbitando o domínio da família” (livro-base, p.103). B Coletivização dos meios de produção. C Expropriação dos trabalhadores. D Circularidade cultural. E Dissolução de fronteiras. Você assinalou essa alternativa (E) Questão 2/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Segundo Duby, a vida privada se definia por um contraste que poderia ser encontrado 'sempre e em toda parte' [...]”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 101. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que analisa corretamente as relações entre história da vida privada e história do cotidiano. Nota: 10.0 A A história da vida privada confunde-se com a história do cotidiano. B A história da vida privada, assim como a história do cotidiano, é restrita ao estudo de aspectos domésticos. C Há diferenças e especificidades em relação ao que chamamos de história da vida privada e aquilo que definimos como história do cotidiano. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! “Surgida no mesmo contexto de discussões historiográficas que pretendiam recuperar o papel dos indivíduos na história, o projeto de criação de uma história da vida privada, ao menos como pretendia um dos organizadores da coleção, Georges Duby, não devia 'se desviar uma vez mais para a vida cotidiana – a casa, por exemplo, o quarto, o leito'; bem como não poderia 'cair numa história do individualismo, numa história da intimidade' (DUBY, 2009). Para atingir esse objetivo, fazia-se necessário definir claramente qual seria a especificidade da vida privada e o que a tornaria diferente, inclusive, da história do cotidiano” (livro-base, p. 101). D Enquanto a história da vida privada centra-se no âmbito doméstico, a história do cotidiano centra-se no âmbito público. E A vida privada, em uma dada sociedade, é separada de seus aspectos cotidianos. Questão 3/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Em finais do século XX, pesquisas sobre história da vida privada em diferentes épocas e lugares passou a ser um tema, por assim dizer, 'da moda' também entre historiadores e historiadoras brasileiros”. Após esta avaliação, caso queira ler o textointegralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 101. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que apresenta o nome de uma importante coletânea para os estudos sobre a história do cotidiano. Nota: 10.0 A Economia e Sociedade, de Max Weber. B História da Vida Privada, de Georges Duby e Philipe Arriès. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! “Novamente, uma coleção editorial: entre 1985 e 1987 foram lançados na França os cinco volumes da influente Histoire de la vie privée, dirigida por Georges Duby (1919-1996) e Philippe Ariès (1914-1984), historiadores expoentes da escola de Annales. Publicados na década de 1990 no Brasil com o título de História da vida privada, seus artigos abordavam um amplíssimo recorte temporal e geográfico, partindo da antiguidade romana até “os nossos dias”, como indicava o subtítulo do quinto volume” (livro- base, p. 101). C O Outono da Idade Média, de John Huizinga D A Era dos Extremos, de Eric Hobsbawm. E Comédias da Vida Privada, de Luís Fernando Veríssimo. Questão 4/10 - História do Cotidiano Analise a imagem a seguir: Fonte: A Brazilian Family. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or8884i6.jpg. Acesso em 17 ago. 2021. Com base na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que aponta corretamente uma característica do modelo patriarcal existente no período colonial brasileiro: Nota: 10.0 A O uso de vestimentas longas para as mulheres. B A representação das crianças com feições adultas. C A presença do homem, à frente, conduzindo a família e os empregados. Você assinalou essa alternativa (C) Você acertou! “Em primeiro lugar, a posição masculina, sempre à frente, característica do modelo patriarcal familiar próprio do período colonial: 'O pai toma a dianteira, acompanhado de perto pelos dois filhos mais velhos', indica Chamberlain; 'aos quais se seguem a esposa e a criada [...] mulata, confidente' (Chamberlain, 1943, p. 37-38). A família é acompanhada, ainda, 'à pequena distância [pelos] criados negros, a quem confiam a guarda do caçula, do cãozinho de estimação e do guarda-chuvas' (Chamberlain, 1943, p. 38).” (livro-base, p. 100) D A presença da bengala como símbolo de poder. E A ostentação frente a uma casa-grande. Questão 5/10 - História do Cotidiano Confira o seguinte trecho de texto: “[...] entre 1902 e 1906, construções de origem colonial no centro carioca, [...], além de acidentes geográficos como morros, foram derrubados para dar lugar a uma nova configuração urbana que aliava ideias higienistas a uma estética burguesa.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 133. Considerando o trecho de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre o conceito de higienismo e as ideias higienistas que acompanharam a estética burguesa nas cidades, é correto afirmar que: Nota: 10.0 A O higienismo foi uma corrente médica de pensamento surgida ainda na Idade Média, que defendia a limpeza constante das cidades pelo poder público. B O higienismo foi uma corrente de pensamento que defendia o uso de itens de higiene por toda a população, defendendo a distribuição dos itens de forma gratuita pelo Estado para evitar a proliferação de doenças. C O higienismo era uma prática social adotada pelas elites que passaram a adotar banhos constantes e uso de cosméticos para exalar melhores odores, buscando também evitar doenças e sua transmissão. D O higienismo era uma corrente que defendia a interferência médica na vida social, como a ação do Estado para acabar com moradias insalubres nos ambientes urbanos, além de combater práticas sociais consideradas perniciosas. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: Esta é a alternativa correta, porque: “O Higienismo, originado na Europa do século XVII, foi uma corrente de pensamento ligada à medicina que defendia a interferência médica na vida social, em busca da melhoria das condições de vida da população. Surgido em um contexto de intenso crescimento urbano por conta da Revolução Industrial, o higienismo defendia a ação do Estado para acabar com moradias insalubres dos ambientes urbanos, responsabilizadas pela propagação de doenças, além de combater práticas consideradas socialmente perniciosas como a prostituição. No caso do Rio de Janeiro, a reforma urbana de Pereira Passos pretendia também intervir nas epidemias de varíola e febre amarela, recorrentes entre a população da cidade.” (livro-base, p. 133). E O higienismo se referia a uma filosofia de vida pregada por gurus e místicos que se tornaram populares entre as camadas altas das grandes cidades entre o fim do século XIX e início do XX. Questão 6/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “Refere-se aos elementos culturais, muitos deles inconscientes, compartilhados pelas pessoas de uma determinada sociedade e época, a partir dos quais as pessoas se relacionavam, pensavam a realidade e a organizavam”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antônio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2020, p. 103. Com base no trecho acima e na leitura do livro-base História do Cotidiano, assinale a alternativa que analisa corretamente a ideia de “mentalidades” no campo histórico: Nota: 10.0 A Este foi um conceito forjado por historiadores marxistas que rejeitavam a supremacia de uma mentalidade burguesa nas análises históricas. B A ideia de “mentalidades” foi fortemente criticada pela Escola dos Annales em virtude da imprecisão do conceito. C A perspectiva histórica das mentalidades é uma herança do positivismo do século XIX. D Trata-se de um conceito, hoje, em desuso, porque reforça uma ideia de homogeneidade cultural. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! “Trata-se de um conceito muito caro aos historiadores de Annales desde os primeiros momentos desta escola. Refere-se aos elementos culturais, muitos deles inconscientes, compartilhados pelas pessoas de uma determinada sociedade e época, a partir dos quais as pessoas se relacionavam, pensavam a realidade e a organizavam. Ainda que influente nos estudos históricos até finais do século XX, é hoje considerado ultrapassado, pois presume uma determinada ideia cultural homogênea a uma determinada sociedade” (livro-base, p. 103). E O conceito de mentalidades, amplamente aceito pela historiografia atual, mudou a forma como compreendemos as sociedades humanas. Questão 7/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “A relação que o Brasil teria estabelecido com o açúcar, segundo Freyre, manteria íntima relação, mas se estenderia para além da presença dos engenhos e da exportação desde o período colonial.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p. 168 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre como Gilberto Freyre encaixa a História da Alimentação Brasileira na construção do seu histórico do povo brasileiro, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Gilberto Freyre utiliza o estudo sobre a alimentação brasileira para reforçar os conflitos raciais existentes no Brasil e que marcaram o país, deixando consequências até os dias de hoje. B Freyre utiliza a alimentação para reforçar a ideia de que a miscigenação racial brasileira foi mais intensa e, por isso, a escravidão teria sido mais branda. Você assinalou essa alternativa (B) Você acertou! Comentário: “Deve-se contextualizar o entusiasmo de Freyre pela culinária brasileiradentro de seu pensamento intelectual: trata-se do mesmo modelo de interpretação do desenvolvimento histórico que se destacou em obras como Casa Grande & Senzala. A culinária seria, para Freyre, um símbolo da miscigenação racial, característica social e histórica do Brasil. Assim, da mesma forma que o Brasil teria tido uma escravidão branda e seria exemplo de uma integração racial pacífica, também a culinária demonstraria essa propensão à multiculturalidade. Concepções que, como se sabe atualmente, não condizem com a realidade social e histórica do país.” (livro-base, p.169) C A análise da História da Alimentação no Brasil, nas obras de Gilberto Freyre serviram para reforçar a tese de que, no Brasil, não houve escravidão e sim uma troca de favores. D Freyre introduz uma análise da alimentação no Brasil com objetivo de reforçar a tese de que no Brasil não havia conflitos religiosos, sendo a tolerância marca principal da sociedade colonial. E Não é possível dizer que os estudos de Freyre no campo da alimentação se integram com outras obras do autor, como Casa Grande e Senzala. Questão 8/10 - História do Cotidiano Leia o seguinte trecho de texto: “Amplas casas comerciais estavam presentes em ambos os lados das ruas, e em suas bem decoradas e iluminadas calçadas desfilavam, com roupas elegantes, os membros das classes privilegiadas da cidade.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 135. A partir do extrato de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre a questão da marginalização após a reforma do centro do Rio de Janeiro pelo prefeito Pereira Passos, assinale a alternativa correta: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A A marginalidade espacial usualmente acompanha a marginalidade social. As novas construções não fizeram desaparecer a pobreza da cidade, mas apenas a relocou, removendo do centro personagens indesejáveis à elite. Comentário: Esta é a alternativa correta porque: “Porque, afinal, as novas construções e as avenidas arborizadas não fizeram desaparecer a pobreza da então Capital Federal, mas apenas a relocou. Tendo o 'bota-abaixo' provocado sensível impacto sobre o mercado local de imóveis, as pessoas desalojadas acabaram por ocupar os morros próximos, dando origem às favelas. Outras tantas procuravam se arranjar nos prédios suburbanos remodelados, muitos em precárias condições de saúde e higiene, para abrigar as famílias que buscavam um teto. [...]. A marginalidade espacial usualmente acompanha a marginalidade social. Se com a reformulação urbana, personagens indesejáveis à elite foram removidos do centro em direção às franjas da cidade, desde o século XIX o movimento higienista, orientando ações políticas e policiais, procurou restringir e enquadrar os comportamentos e práticas considerados inadequados à sociabilidade urbana a certas ruas ou bairros específicos.” (livro-base, p. 136, 137). B As marginalidades social e espacial foram reduzidas, na medida em que as grandes construções, a iluminação, praças e ruas arborizadas tornaram o ambiente da cidade mais bonito e alegre. C Mesmo com a reforma, a marginalidade espacial e social continuou evidente no centro do Rio de Janeiro, pois a prostituição, a mendicância e os delitos continuaram ocorrendo nos novos espaços frequentados pela elite. Você assinalou essa alternativa (C) D A marginalização resultou na ocupação dos subúrbios e periferias da cidade, mas não esteve relacionada ao surgimento das favelas nos morros. E Após a reforma da cidade, a pobreza diminuiu, tendo em vista que as pessoas desalojadas dos prédios ocupados foram realocadas em conjuntos habitacionais bem construídos e lhes foram dadas ofertas de formação profissional e emprego. Questão 9/10 - História do Cotidiano Leia o seguinte fragmento de texto: “Deve-se lembrar que a medicina do século XIX, até as primeiras décadas do século XX, estava profundamente influenciada por um ideal biologicista que considerava as mulheres como seres inferiores comparadas aos homens, [...].” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, Antonio. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes, 2019. p. 138. Considerando o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base História do Cotidiano, na passagem para o século XX, período das reformulações urbanas (como a reforma de Pereira Passos, no Rio de Janeiro), como era vista a questão da prostituição nas cidades? Assinale a alternativa correta. Nota: 10.0 A A prostituição era vista como um mal social e moral que deveria ser extinto da cidade, por isso o governo do Rio de Janeiro acabou com os prostíbulos e conseguiu extingui-la. B A prostituição era vista como um mal menor e por isso bem tolerada nesse período, inclusive nos ambientes frequentados pela elite social, pois muitos frequentadores dos prostíbulos eram homens da alta sociedade. C A prostituição era considerada algo natural e por isso bem tolerada nos ambientes urbanos das mais diversas camadas sociais, não sendo afetada pelas reformas urbanas. D A presença de prostitutas em ambientes considerados de elite era algo socialmente indesejável, assim, sem deixar de existir, a prostituição deveria ser restringida pelo poder público para um melhor controle. Você assinalou essa alternativa (D) Você acertou! Comentário: Esta é a alternativa correta, porque: “O consumo de bebidas alcoólicas, o funcionamento de bares mas, especialmente, a prostituição, não deixariam de existir, mas deveriam ser, da melhor forma possível, restringidos visando um melhor controle. Pois, como deixa explícito um jornalista carioca no início do século XIX, para muitas pessoas, a presença de prostitutas dentro dos ambientes considerados de elite, era algo socialmente indesejável. [...]. Ainda que, durante o dia, muitos dos indivíduos que frequentavam as chamadas zonas de meretrício (que tendem a se consolidar em certos locais urbanos em um curioso combate de forças entre a busca pelos clientes e as restrições dos poderes públicos) exercessem diferentes papéis sociais, à noite os clientes tendiam a se misturar nesses espaços. [...] As políticas higienistas de busca de controle da prostituição começaram ainda no século XIX e foram animadas por duas concepções. A primeira, mais propriamente médica, lançava à prostituição a responsabilidade da disseminação de um sem número de doenças, fossem relacionadas ou não aos atos sexuais. Lançava-se às prostitutas representações de degeneração física, tomando-as como culpadas por levar aos homens, talvez pais de família, à ruína pela transmissão de enfermidades. Porém, para além dos problemas físicos, existiam aqueles morais que não eram considerados menos importantes.” (livro-base, p. 137-138). E As zonas de meretrício eram frequentadas apenas por membros das camadas populares, tendo em vista que a alta sociedade desprezava a condição da prostituição e sua possibilidade de transmissão de doenças. Questão 10/10 - História do Cotidiano Leia o texto a seguir: “No final do século XVII, foi publicado na Inglaterra um manual sexual com o nome de Obra-prima de Aristóteles [...]. O autor [...] visava orientar leitores e leitoras sobre as técnicas ligadas ao parto, mas confessava sua ignorância em aspectos fundamentais do funcionamento do corpo feminino.” Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FONTOURA, A. História do Cotidiano. Curitiba: Intersaberes. 2020. p. 160 Considerando essas informações e conforme os conteúdos do livro-base História do Cotidiano sobre a participação masculina no parto, assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A A participação masculina nos partos sempre foi uma marca das sociedades humanas, desde as primeiras civilizações.
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