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Livro Digital de Gestão Patrimonial e Logística no Setor Público

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Prévia do material em texto

GESTÃO PATRIMONIAL E 
LOGÍSTICA NO SETOR PÚBLICO
ORGANIZADOR GUSTAVO BARCELLOS PUGGINA
Gestão patrim
onial e logística no setor público
GRUPO SER EDUCACIONAL
O livro Gestão patrimonial e logística no setor público é direcionado para 
estudantes de Gestão Pública.
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo especí�co da área.
Após a leitura da obra, o leitor vai aprender a de�nição de cadeia de supri-
mento; como a de�nição se adequa a esfera pública; a aplicação de ERP na 
esfera privada e na administração pública; as principais atividades dos 
gestores de patrimônio. Será introduzido aos princípios da administração 
pública na gestão de patrimônio e às principais atribuições dos órgãos de 
patrimônio; entender os diferentes tipos de patrimônio; conhecer a logísti-
ca na plani�cação de um projeto; aprender como dimensionar o ponto 
econômico do pedido.
 
E não é só isso. Há muitos assuntos importantes e interessantes abordados 
nesta obra. 
Agora é com você! Bons estudos!
GESTÃO 
PATRIMONIAL E 
LOGÍSTICA NO 
SETOR PÚBLICO
ORGANIZADOR GUSTAVO BARCELLOS PUGGINA
gente criando futuro
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
GESTÃO 
PATRIMONIAL E 
LOGÍSTICA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Puggina, Gustavo Barcellos.
 Gestão patrimonial e logística no setor público / Gustavo Barcellos Puggina:
Cengage – 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580211
 
 1. Gestão pública
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Gustavo Barcellos Puggina
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Luterana do Brasil de Canoas, Pós Graduado 
Em Engenharia de Segurança do Trabalho Pela mesmo Instituição, Auditor certificado ISO9001, 
ISO14001 & OHSAS18001, atua à mais de 20 anos na esfera pública e de economia mista gerindo 
projetos e contratos licitatórios.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Gestão de patrimônio para organização pública e privada ........................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Conceitos e Importância da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais 
para as Organizações Públicas e Privadas ............................................................................................. 11
2 Administração de materiais ............................................................................................................... 15
3 Planejamento estratégico do patrimônio .......................................................................................... 20
4 Controle do imobilizado ..................................................................................................................... 24
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................33
UNIDADE 2 - Sistemas de controle e gestão ...................................................................................35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Usando a curva ABC para a gestão ..................................................................................................... 37
2 Atribuições dos sistemas na gestão do patrimônio ........................................................................... 46
3 Supply Chain Management – SCM – no serviço público: estratégias e decisões da logística pública 50
4 A logística de suprimentos na administração pública e sua adaptação à administração patrimonial ...57
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................63
UNIDADE 3 - Aplicando definições e conceitos ...............................................................................65
Introdução.............................................................................................................................................66
1 Cadeia de Suprimento: definição ....................................................................................................... 67
2 Principais atividades da área de patrimônio ...................................................................................... 75
3 Classificação de materiais de consumo e permanentes.....................................................................83
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................88
UNIDADE 4 - Controle patrimonial e aquisição de materiais ..........................................................89
Introdução.............................................................................................................................................90
1 Controle patrimonial .......................................................................................................................... 91
2 Introdução às etapas de controle ...................................................................................................... 92
3 Aquisição de materiais ....................................................................................................................... 98
4 Movimentação do estoque ................................................................................................................ 105
5 O uso da informática para gerenciamento de estoque ......................................................................107PARA RESUMIR ..............................................................................................................................112
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................113
Direcionado à área de de Gestão pública, este livro, Gestão patrimonial e logística 
no setor público, ensina ao leitor tanto conceitos básicos da área como também 
conteúdo específico dada matéria.
A primeira unidade tem o objetivo de iniciar o aluno nos conceitos de administração 
de recursos materiais patrimoniais, verificando as diferenças entre administração 
voltada para gestão patrimonial para empresas públicas e a administração patrimonial 
voltada para empresas privadas. 
A segunda unidade trata o conceito sobre o potencial da curva ABC. Além disso, 
os autores aprofundam a matéria referente à gestão de estoque, principalmente na 
distribuição de bens que são de responsabilidade de órgãos públicos. O conceito 
de Supply Chain Management, voltado aos órgãos públicos, citando tipo de relação 
horizontal da empresa pública suas vantagens e desvantagens, também é abordado.
A terceira unidade aborda a classificação de bens mais comuns no setor público, 
suas áreas de interações interdisciplinares e como tratá-los na esfera pública. 
Para fechar o livro, a quarta unidade trata do controle patrimonial - como se faz o 
controle do patrimônio de uma empresa, como se trata diferenças entre o patrimônio 
registrado e levantada, e como os departamentos de auditoria e controle internos de 
uma empresa mista tratam estes quesitos. 
Esta é apenas uma amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. Como 
todos sabem, o segredo para se ter uma carreira de sucesso é muito trabalho e estudo. 
Aos leitores, sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Gestão de patrimônio para 
organização pública e privada
Olá,
Você está na unidade Gestão de patrimônio para organização pública e privada. Os 
principais objetivos desta unidade são iniciar o aluno nos conceitos de administração de 
recursos materiais patrimoniais, verificando as diferenças entre administração voltada 
para gestão patrimonial para empresas públicas e a administração patrimonial voltada 
para empresas privadas. Iremos iniciar o aluno nos principais pontos de planejamento, 
demonstrando como se dá a construção planificada do processo em que ele está engajado 
– essa etapa contará com exemplos profissionais e principais pontos para a planificação 
estratégica da gestão de patrimônio. Quais são as principais atribuições da gestão de 
patrimônio e logística dentro de uma visão macro em uma empresa ou organização em 
qual ele trabalha ou está inserido, e iremos demonstrar um fluxograma que exemplificaria 
o layout do início de uma nova demanda: a administração de seu fluxo até a sua disposição 
no ponto de uso.
Dentro das organizações públicas, iremos focar o atendimento da nova lei 13303 de 
2016 à qual, diga-se de passagem, a maioria das organizações públicas ainda não está 
adequada, porém estão em processo de sidecar, e a lei 8666 de 1994, conhecida como lei 
das licitações.
Bons estudos!
Introdução
11
1 CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO 
DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS PARA 
AS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
Em primeiro lugar, precisamos definir exatamente o que significa “patrimônio”, para depois 
desenvolvermos modos de sua gestão. Conforme o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua 
Portuguesa na sua décima primeira edição (1983, p. 909) patrimônio é:
Herança paterna; bens de família; dote dos originandos; conceito jurídico, complexo de bens 
materiais ou não, direitos, ações. posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa e seja suscetível à 
apreciação Econômica; definição Contábil, parte jurídica e material da azienda.
Agora que temos o significado global do que é Patrimônio, vamos afunilar para uma definição 
mais voltada para nós, para o nosso programa de ensino. Conforme Ribeiro e Lacombe (2013, p. 
012), patrimônio é:
O patrimônio, no sentido de propriedade econômico-financeira da pessoa física ou jurídica, é o 
valor do conjunto de bens físicos tais como dinheiro, joias, obras de arte, móveis, imóveis, veículos, 
máquinas, ferramentas etc. e direitos tais como títulos e contas a receber, aplicações financeiras, etc.
 (equação 1)
Onde:
PL = Patrimônio líquido
A = Ativo patrimonial
P = Passivo exigível
Por exemplo, uma pessoa tem uma casa. Qual é o patrimônio que isso representa? Faz-se a 
avaliação da casa e chega-se a um valor, porém, essa casa está com impostos atrasados, diversas 
infiltrações, necessitando urgentemente de uma reforma para enquadrar-se nos requisitos 
mínimos das normas de habitabilidade. Então, o valor dessa casa, mesmo ela estando em 
uma área nobre de alta valorização, deve receber o desconto do passivo exigível, ou seja, das 
obrigações que o dono tem com ela. De uma forma simples, isso seria o passivo exigível.
Por sua vez, o ativo patrimonial é o valor nominal do bem. Em tese, seria o valor que nos é 
informado no documento do famigerado IPTU (Imposto Patrimonial Territorial Urbano). Ele não 
leva em consideração todas as obrigações do proprietário.
12
Assim, o patrimônio líquido, ou seja, o patrimônio real é a subtração do patrimônio ativo pelo 
passivo exigível.
A partir do exemplo da residência, podemos concluir que existem diversos componentes que 
devem ser considerados para que se tenha o valor real de um patrimônio, pois patrimônio é tudo 
o que se tem menos tudo o que se deve.
1.1 Principais Atribuições da Gestão do Patrimônio
As principais atribuições da gestão de patrimônio são os registros de todas as operações da 
empresa, seja ela pública ou privada. São os registros de todas as vendas, de todas as entradas, de 
todas saídas, dos bens, do estoque; é o registro econômico financeiro, dos bens imobilizados, é o 
tratamento contábil, o acompanhamento da depreciação e, no final, das contas a receber. Dentro 
das contas a receber há os cuidados com compras e vendas a prazo, com as faturas e duplicatas, 
enfim, com os registros das operações de venda e, ao final, pelo menos uma vez em cada ano 
fiscal, deve-se fazer um inventário dos bens patrimoniais, incluindo os estoques e efetuando os 
devidos ajustes, corrigindo eventuais falhas e registrando no inventário as discrepâncias com a 
realidade auditada.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.2 Tipos Patrimoniais
Como patrimônio é tudo o que você tem, existem diversos tipos do que se tem. Dentro de 
uma empresa, por exemplo, veículos, computadores maquinários, ferramentarias, instalações 
fabris, instalações administrativas, estoque, tudo são componentes de seu patrimônio. Agora, 
vamos dar noções sucintas dos tipos de patrimônio, acompanhe suas definições clicando nas 
abas abaixo.
13
Patrimônio financeiro
Patrimônio financeiro de uma maneira geral é tudo aquilo que pode se transformar ou estar 
prontamente disponível para ser utilizado para um fim, para um propósito, como comprar algo 
ou suprir uma necessidade; ou seja, dinheiro é o principal patrimônio financeiro. São também 
considerados patrimônios financeiros: depósitos à vista, saldo de credores, dinheiro que se tem 
no caixa da empresa ou em conta corrente dela, ouro, prata, joias de fácil comercialização, fundos 
que não tenham prazo de saque, poupança, enfim, todo o recurso que possa estar prontamente 
disponível para a empresa utilizar.
Muitas vezes, confunde-se que ações, investimentos em renda fixa que não podem ser 
prontamente disponibilizados (como recursos de investimentos a longo prazo) e bens imóveis fazem 
parte do patrimônio financeiro; não o fazem, pois não estão prontamente disponíveis para uso.
Alguns desses recursos, historicamente muito utilizados no Brasil, são investimentos em 
moeda estrangeira, o que faz parte do patrimônio financeiro; no entanto, existe um risco nesse 
patrimônio, pois o câmbio é flutuante.
No Brasil,mesmo não havendo a cultura de investimento em ouro ou joias por diversos 
motivos, é preciso reconhecer que esses bens são patrimônios financeiros e também sofrem 
flutuações de mercado.
Patrimônio realizável
O estoque é um patrimônio realizável, pois, somente após a sua venda, ele vai para o caixa da 
empresa, onde será realizado em dinheiro. Porém, não só de estoque se especifica o patrimônio 
realizável, que também inclui as contas a receber, ou melhor dizendo, as duplicatas. Patrimônio 
realizável, em suma, é tudo aquilo que gerará dinheiro, não agora mas em um futuro – de 
preferência próximo.
Patrimônio intangível
Patrimônios realizáveis e patrimônios financeiros são facilmente contabilizados de forma 
exata e precisa com números praticamente inquestionáveis, porém, alguns tipos de patrimônio 
se designam como intangíveis, tais como o know-how de uma empresa. Vemos a toda hora 
empresas como Google, Samsung e Apple adquirindo outras empresas pelo seu know-how. Um 
bom exemplo foi a aquisição da AKG pela Samsung. A AKG era uma renomada empresa produtora 
de fone de ouvido. Outro patrimônio intangível que devemos citar de uma empresa são suas 
patentes. Não vamos nos aprofundar muito nesse tipo de patrimônio – como ele se forma, como 
ele é avaliado –, pois os resultados não são precisos e divergem um pouco do objetivo da nossa 
disciplina.
14
Ações
Outro patrimônio que uma empresa pode ter são ações, os títulos de uma empresa; o 
grande objetivo de se terações/títulos é obter o ganho dos lucros realizados ou gerados por uma 
empresa. Muitas empresas para captar recursos a um custo baixo lançam ações no mercado; 
o mercado avalia por diversos critérios os títulos ofertados e os compra. Há riscos nesse tipo 
de negócios. São investimentos que geraram os famosos casos de quebra, que inclusive viraram 
diversos filmes; alguns exemplos de quebra são a recente bolha imobiliária dos Estados Unidos e 
a bolha da internet do ano 2000, entre muitas outras crises de mercado que a história já registrou.
Uma empresa, para adquirir esse tipo de ativo financeiro, deve fazer opções criteriosas e 
seguras para seu negócio.
Patrimônio imobilizado
Patrimônio imobilizado pode ser considerado o patrimônio mais importante pois chega a 
vencer todos os tipos de patrimônio de uma empresa. Esse patrimônio é o que da vida a uma 
empresa; tudo aquilo que compõe a empresa é seu patrimônio imobilizado – por óbvio, excluindo 
a mão de obra –, constituído pelos seus imóveis (ou seja, instalações industriais para fabricar 
qualquer coisa), por todas as instalações administrativas para gerenciar o que é fabricado, 
incluindo móveis, carros, computadores, utensílios de escritório, máquina de xerox, programas 
de computador, caminhões, áreas de atuação (como manejo florestal de corte, jazidas, gado, 
animais), ferramentas, máquinas industriais, o maquinário, etc. Enfim, tudo aquilo que a empresa 
tem para operar constitui seu patrimônio imobilizado.
O patrimônio imobilizado é contabilizado pelo valor do bem instalado, o que inclui o frete 
e tudo o que for necessário para sua instalação. Assim sendo, para considerar o valor de um 
bem imobilizado devemos considerar: o custo de aquisição do bem – o quanto efetivamente 
pagamos por ele, incluindo os descontos que conseguimos através de negociação ou acréscimo 
que sofremos pelo parcelamento o financiamento dele.
Devemos considerar a vida útil do bem; é muito importante avaliarmos a depreciação do bem 
adquirido. Podemos ainda acrescentar nessa análise o índice de manutenção preventiva prevista 
pelo fabricante, o histórico de mercado de manutenções e a garantia total ou parcial.
Assim, o valor do bem imobilizado não é fixo no decorrer do tempo, ele varia; alguns 
patrimônios podem sofrer valorização, tais como terrenos que quando adquiridos estavam em 
locais ermos e, com o desenvolvimento urbano, encontram-se em locais valorizados; outros tem 
uma depreciação histórica já registrada, tais como veículos, incluindo veículos de carga. Todas 
essas variáveis são utilizadas para compor o valor real do patrimônio imobilizado.
15
O valor do imóvel é o valor do terreno somado ao custo de construção e ao lucro que foi pago pela 
operação. Esse valor muitas vezes não representa o valor do patrimônio imobilizado, pois ele pode ser 
maior ou menor. Vai depender do que o mercado pagar por esse patrimônio no ato da venda.
2 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Figura 1 - Administração de materiais 
Fonte: Gorodenkoff, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem mostra duas pessoas em ambiente de trabalho, a mulher segura 
um tablete e o homem segura uma caixa de papelão. Imagem para lembrar o aluno que sempre 
haverá um inventário e que deve ser utilizada uma ferramenta de gestão integrada.
O planejamento é uma parte fundamental na gestão patrimonial. Imagine uma base que será 
instalada na Antártida e, no momento da instalação, percebe-se que falta uma porca cuja ausência 
impede toda a estrutura de ser montada. Leve em consideração que a loja de venda de materiais 
de construção mais próxima está a 50.000km de distância. Essa seria a porca mais cara do mundo.
Muitos alunos irão dizer: “basta levar um monte dessas porcas para que, mesmo que uma 
quebre, não falte.” Esse raciocínio não está considerando que qualquer espaço em um navio que vai 
ser utilizado para o transporte para a instalação de uma base na Antártida – que não é qualquer tipo 
de navio – é muito restrita e cada metro cúbico é extremamente caro; o raciocínio desconsidera que 
há inúmeros outros materiais e suprimentos que devem ser transportados, além da referida porca.
Então concluímos que é responsabilidade da gestão do material se dar de forma superlativa 
com o simples objetivo de garantir a operação. A gestão não deve ser delgada em demasia, de 
modo a não prever quebras ou alguns desvios na produção cuja ocorrência paralise a instalação 
e inviabilize a operação.
16
Então, qual é a solução? Essa solução está na planificação do processo em seus mínimos 
detalhes.
Vejam que o exemplo dado foi hipotético, porém, ele é muito real e se aplica a qualquer 
indústria.
Por outro lado, a compra de materiais não pode ser pequena demais que falte na operação. A 
compra de material deverá ser exata para o seu consumo sem que falte ou sobre material.
O planejamento de materiais afeta inclusive o crescimento do patrimônio. No mundo 
hospitalar, o que mais gera dinheiro são as operações de alta complexidade, pois são 
procedimentos que utilizam mão de obra especializada, equipamentos de altíssimo custo e 
diversos materiais e profissionais, como anestesistas, enfermeiras instrumentalistas e auxiliares 
que complementam o que é necessário para viabilizar essa ou aquela operação. Imaginem o 
que ocorreria na falta de uma simples gaze? Isso pode inviabilizar a operação. A falta de local de 
armazenamento de uma simples gaze pode inviabilizar o negócio de um hospital; pode parecer 
brincadeira, mas 9 de cada 10 cursos de gestão hospitalar dão exemplos históricos como esses, 
em que a falta de gestão dos recursos e materiais consumiu o investimento de milhões feitos 
em patrimônio físico, construindo inúmeras salas para procedimentos cirúrgicos sem aumentar 
locais para armazenamento de toalhas, gazes e instrumentos. Em alguns hospitais, essa é a atual 
situação – digo “é” pois recentemente cirurgiões me relataram que são eles que levam seus 
materiais para os hospitais onde há frequentes falhas na administração de materiais. Então, fica 
configurado que o crescimento desordenado, onde não há a planificação das atividades entre a 
parte física e a parte material, inverte a curva lucrativa e transforma a empresa de lucrativa, que 
gera lucros, a uma empresa que amarga prejuízos. Obviamente, isso também ocorre com a gestão 
de recursos humanos.
Sabemos que ninguém nasce com conhecimento, então, formar cultura e acumular experiência 
é algo na gestão que deve muito ser valorizado, pois é a partir da análise das experiênciasque 
o processo se torna dinâmico. São essas expediências que antecipam problemas. Antecipar 
problema é o que destaca um bom profissional gestor.
Por exemplo, quando é dada a um gestor a gestão de um novo produto do qual ele não sabe 
absolutamente nada, a primeira atitude é se informar sobre suas características e como geri-lo 
e armazená-lo. Cada produto tem suas características; alguns são mais complexos e outros mais 
simples, mas cada um tem sua característica. Cerveja, por exemplo: quem gosta de cerveja sabe 
que não é bom que ela fique armazenada por mais de 6 meses; as artesanais pasteurizadas por 
mais de 3 meses; as filtradas vivas por mais de 1 mês; e as não filtradas por mais de 15 dias.
O dono do estabelecimento atribuiu a gestão do estoque de cerveja a esse gestor; claro que 
essa é uma entre as suas diversas atribuições, mas ele não conhece o produto, não sabe quanto 
17
tempo decorre entre o pedido e a chegada do pedido, não tem noção do espaço que é necessário 
para armazenar o produto e tampouco qual a temperatura adequada para o armazenamento.
Que informação está faltando?
Está faltando o nível de consumo, e mais especificamente: quanto de cada tipo de cerveja 
é consumido e quanto é consumido por dia; no caso das cervejas vivas não filtradas, quais os 
dias de pico, pois estas somente poderão ser servidas por duas semanas e depois são perdidas, 
gerando prejuízo.
Como se calcula isso?
Isso é muito importante, pois essas informações são vitais para determinar todo o restante.
Infelizmente não há uma fórmula mágica para obter essas respostas, elas dependem 
principalmente da experiência. Em alguns lugares da cidade de Porto Alegre, o dia de maior 
movimento é sexta-feira; em outros lugares, os picos são aos sábados e, em outros lugares, por 
incrível que possa parecer, são em dia de jogo de futebol e às quintas-feiras. Então, mesmo dentro 
uma única cidade, há regionalizações, o que reforça a teoria da experiência local.
Há alguns tipos de injeções hospitalares que custam mais de 5 mil reais a dose; elas têm 
um tempo de 24h de vida e, se não forem utilizadas, são descartadas e demoram mais de duas 
semanas para serem entregues.
Pode-se considerar esta a pior situação na gestão do estoque: quando o tempo de pedido supera 
o tempo de consumo. Como essas injeções custam muito caro e como foi detectada uma altíssima 
taxa de descarte, o poder público atualmente envia enfermeiros(as) na residência do paciente para 
aplicar a injeção com agendamento prévio, e a única obrigação do paciente é estar em casa no 
horário agendado. Pode não parecer, mas a adoção dessa estratégia foi o resultado da gestão de 
materiais. Imagine: paga-se o quilômetro rodado para um enfermeiro, o tempo de deslocamento 
e o tempo de aplicação, pois a experiência levou à conclusão que essa é a melhor saída para o 
ambiente público. No ambiente privado, o paciente paga antecipadamente pelo procedimento na 
clínica, agenda o dia e a hora da aplicação. Qual a diferença? O ambiente privado é muito mais 
econômico, pois não há a necessidade de pagar pelo deslocamento de toda uma estrutura para 
aplicar uma injeção quando o paciente é quem irá amargar o prejuízo caso ele falte.
No ambiente público, se não houver todo esse aparato, a injeção é jogada fora, ou melhor, 
descartada sem utilização, e o sistema todo sofre o prejuízo. Assim, torna-se mais econômico não 
descartar a dose e pagar pelo deslocamento de toda uma estrutura para a aplicação da injeção.
18
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.1 Administração patrimonial no ambiente público
No ambiente público, temos ainda que verificar o tempo de aquisição pois, diferentemente 
do ambiente privado, a aquisição de bens pela esfera pública deve seguir toda uma legislação 
extremamente rígida e complexa, com diversas ramificações e tribunais de controle, auditorias 
externas e internas.
Existe toda uma cadeia de controle e fiscalização para garantir, acima de qualquer suspeita, 
que as aquisições e serviços prestados para o ambiente público sejam transparentes e cristalinos; 
que os procedimentos da administração pública sejam isentos de ilegalidade. Independentemente 
das denúncias e de todos os processos de que temos notícias, diante de um volume de milhares 
de municípios na esfera pública – mais de 5.600 da última vez que ouvi sobre essa contagem, 26 
capitais e 26 estados – os casos de ilegalidade representam uma minoria.
2.2 Os princípios na aquisição de bens na esfera pública
A publicidade: todo ato da administração pública deve ser formal e público; trocando em 
miúdos, deve ser publicado em sites, periódicos, diários oficiais, enfim, em todos os meios de 
comunicação de alta circulação para que todo cidadão tenha acesso. Ao meu ver, o que torna os 
processos com a maior garantia de legalidade é o amplo conhecimento da população produtiva 
de um modo geral, dos atos da administração pública.
Quando falamos que o processo deve ser formal, ele deve ser escrito. Todas as etapas de 
compra devem ser descritas como se fossem atas, relatando todo o ocorrido.
Porém, a administração pública tem também outros princípios constitucionais. Eles são 
descritos no Artigo 37 da Constituição Federal de 1988, que citamos: “Administração pública 
direta e indireta de qualquer dos poderes da união, estados, do Distrito Federal e dos municípios 
19
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”
Como já falado, a meu ver, o que torna o processo cristalino é o da publicidade.
Acompanhe no recurso abaixo a definição de outros princípios.
• Princípio da legalidade
O título já é autoexplicativo, pois ele diz que todas as ações das administrações públicas 
devem seguir as leis que lhes são atribuídas; a meu ver, isso não é restritivo ao funcionário 
público; protege-o, na verdade, pois se o funcionário está amparado em lei, ele não só pode 
como deve segui-la; é o que garante que ele não estará sendo abusivo em sua tomada de decisão. 
Isso quer dizer para a gestão de patrimônio que a compra deve correr de forma legal e de um 
fornecedor legal. Nada de comprar de camelô ou barraquinhas de esquina que não pagam os 
devidos encargos sociais a seus funcionários.
• Princípio da impessoalidade
Esse é possivelmente o mais complicado, pois dificulta muito o processo de compra. O 
mercado, seja qual for o ramo, tem bons fornecedores e maus fornecedores; assim, fica a questão: 
como separar o joio do trigo? É uma tarefa muito difícil. Como fazer uma boa compra tendo como 
fornecedor um mau fornecedor? Essa é a etapa mais difícil na compra, porém, geralmente essa 
atribuição advém das especificações dos órgãos demandantes ou de setores de suporte e/ou 
colaboração técnica, tais como engenharia, almoxarifado, telecomunicações e infraestrutura, e 
também é muito comum o auxilio técnico da tecnologia da informação (TI). São eles que vão 
fazer as especificações do que será comprado, e o departamento de licitações fará a seleção 
do fornecedor, independentemente de quem seja esse fornecedor, bom ou mau, desde que ele 
atenda aos critérios estabelecidos pelos órgãos assessores, eles serão contratados para fornecer 
e/ou prestar os serviços descritos no processo.
• Princípio da moralidade
Esse é difícil princípio de ser descrito, pois a meu ver, depende do bom senso e do julgamento 
pessoal pois, o bem e o mal, só interpretações de cada pessoa, o justo e o injusto também 
são interpretações de cada pessoa, o honesto e o desonesto, muitas vezes caracterizado pelo 
descumprimento direto de uma lei muitas vezes também é a interpretação de algo pessoal. Assim, 
a moralidade é o resultado processo de construção de nossa base cultural social. Antigamente 
usar um biquíni na praia era imoral e hoje é normal, então no processo de construção cultural a 
cultura diferentemente da história é algo mutável e sempre atual.
• Princípio da eficiência
Diferentemente do que mais é alardeado pelos noticiários, existem muitosserviços públicos 
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que são muito eficientes, como por exemplo: eu considero a Receita Federal muito eficiente, os 
bancos públicos muito eficientes, também considero os serviços cartoriais muito eficientes, a 
publicação do diário oficial também é muito eficiente. Basicamente, o princípio da eficiência é a 
prestação de serviços rápidos, perfeitos, mas se é difícil de se obter isso na esfera privada, imagina 
na pública. Ainda assim temos exemplos de diversas tentativas de tornar o serviço público mais 
rápido e eficiente.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO PATRIMÔNIO
Da mesma forma que no ambiente privado, o ambiente público também deve planejar o 
seu crescimento ordenado, sustentável por assim dizer. Em outras palavras, o gestor público 
deve evitar o que aconteceu por diversas vezes no ambiente privado, que registrou crescimento 
desordenado e transformou empresas lucrativas, que registraram lucro e crescimento, em 
empresas deficitárias, que registraram e amargaram prejuízos patrimoniais e resultados 
financeiros negativos.
Assim sendo, a empresa privada aprendeu que, para seu crescimento, ela deve planificar 
suas ações – adotaram-se amplamente as técnicas de gestão em que são discriminados os fluxos 
dentro de um planejamento para atingir uma meta. Primeiro, define-se a meta; depois, configura-
se a situação presente. É traçada uma linha reta entre os dois pontos, e são anexadas dentro 
dessa linha todas as necessidades que se deve ter para atingir o objetivo, situação desejada no 
final. Porém, os objetivos traçados devem ser tangíveis, isso quer dizer reais; essa é a principal 
diferença entre o objetivo de uma empresa privada e o objetivo traçado em uma empresa pública 
– onde muitas vezes o resultado que se quer é algo não palpável. Hoje, a administração pública 
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mudou esse cenário principalmente na educação, efetuando índices e testes para acompanhar 
o desenvolvimento; um exemplo disso é o Enem. Infelizmente, a educação nos últimos anos tem 
tido resultados em que, ao invés de crescimento no conhecimento da população, tem-se obtido 
cada vez mais uma população com menos conhecimento (ou seja, cada vez notas piores). Não 
é objetivo aqui polemizar a respeito da educação; deseja-se apenas tornar claro que dinheiro 
muitas vezes não é o problema, pois durante os últimos 20 anos houve o crescimento do 
investimento em educação, e o resultado apontou para o lado oposto, em todos os índices. É 
difícil obter na esfera privada exemplos de alto investimento e péssimos resultados, isso porque 
nessa esfera quem cria seus índices é a própria empresa; eles não passam pelo conhecimento 
popular. Porém, isso se registra em diversas startups, as queridinhas do mercado econômico hoje 
em dia – as startups iniciam com a proposta de um projeto, o qual geralmente tem o intuito 
de tornar um item também acessível a uma maior parcela da população. Existe o exemplo 
de uma startup que tinha o objetivo de fazer sucos naturais, pegando o néctar da fruta – ou 
melhor, extraindo o suco da fruta desidratando-a, embalando-o em sachês e passando-os por 
uma máquina que iria reidratar o suco – para atingir uma parcela da população que não tinha 
acesso a um pomar ou a frutas do suco que se queria consumir. O diferencial é que seriam sucos 
100% naturais e orgânicos, isso quer dizer que, mesmo que uma pessoa não tivesse acesso a uma 
fruta, ele poderia prova-la – por exemplo, o consumidor poderia tomar suco de graviola mesmo 
não tendo acesso a essa fruta. A aceitação da ideia foi estrondosa e essa startup recebeu uma 
enormidade de fundos (muito maior do que o projeto necessitaria) de pessoas com interesse no 
produto. A administração tentou fazer um produto proporcional à quantidade de recursos que 
tinha recebido do mercado, obtendo como resultado um produto extremamente caro, um sachê 
igualmente caro, com uma quantidade de frutas limitadas, e absolutamente não teve sucesso em 
suas vendas. Assim sendo, esse é um dos casos que se pode demonstrar dentro da esfera privada, 
onde o excesso de recursos desvirtuou o projeto e obteve o resultado inverso do traçado.
Esses são exemplos difíceis de serem encontrados no mercado, pois diferentemente da esfera 
pública, a privada não tem índices que devam ser atingidos: ou a iniciativa dá certo ou dá errado, 
e é o mercado que se regula para isso. É assim que funciona a esfera privada.
A esfera pública gera registro de índices, assim podemos acompanhar o seu progresso, pois 
o governo, ou melhor, o estado, é algo que transcende o governo e nos acompanhará durante 
toda a nossa vida. A esfera privada aprende pela falha da gestão pública, mas o inverso é difícil.
Aqui estamos tentando exemplificar um modo, dos vários que existem, de como planificar um 
processo dentro da esfera privada, porém, ainda falta um item.
Existe a etapa da captação de recursos uma vez que o processo esteja planificado, da 
situação atual até o objetivo desejado, incluindo todas as etapas intermediárias e necessárias 
para chegar ao objetivo final. Aí vem o que costumamos chamar de “a dolorida”, a conta, a 
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estimativa orçamentária que será destinada para esse projeto. Os orçamentos são itens técnicos 
que se obtêm diretamente junto ao mercado que oferta os itens quantificados na planificação 
do processo. Por exemplo, o projeto da construção de uma residência se inicia com o terreno, 
sendo essa nossa situação atual, e no final do projeto temos o orçamento que vem junto com o 
cronograma físico-financeiro.
Peço desculpas por ter citado política – foi apenas um exemplo didático, pois caracteriza 
uma situação palpável, onde podemos aprender e expor objetivos reais. Não estamos aqui 
criticando a política, apenas analisando com critérios técnicos a situação real e aplicando-a à 
gestão patrimonial. Não vamos entrar no campo da análise, julgar se a política adotada foi certa 
ou errada; apenas pegamos os dados e os trazemos para nosso trabalho.
3.1 Planejamento no setor público
Bem, a essa altura o aluno já tem pleno conhecimento de como iniciar uma planificação e 
analisar criticamente todas as necessidades intermediárias para almejar o objetivo final; sabe que 
deverão ser destinados recursos para que esse objetivo seja atingido, e também ficou informado de 
que ele deve criar seus índices a fim de aferir se seus resultados estão sendo atingidos. Deve, além 
disso, efetuar algumas correções para sanar desvios que esses índices criados por ele apontem.
Quando falamos de esfera pública, o assunto é mais complicado, pois além de termos todos 
esses processos da esfera privada também temos que passar pela etapa de captação de recursos 
que, diferentemente da esfera privada, onde se apresenta a ideia para a diretoria ou para o 
gestor de recursos então implementá-la, no setor público não se pode proceder da mesma forma. 
Conforme a constituição, todos os gastos do setor público devem ser planificados, projetados e 
formalizados através de leis específicas; estamos falando aqui do PPA – plano plurianual, da LDO 
– lei de diretrizes orçamentárias, ou dá LOA – lei orçamentária anual.
O plano plurianual é gerado pelos macro desafios, visão estratégica das diretrizes e bases 
das políticas adotadas. Consiste em situações temáticas gerais das políticas públicas, áreas 
multidisciplinares que se espalham por todo o território nacional. Temas como energia, infraestrutura, 
agricultura e sistema de saúde são abordados no PPA e são tratados como painéis temáticos.
Assim, o projeto deve ser priorizado e estar dentro da escolha da política pública adotada, 
que deve ter um conhecimento total, profundo e detalhado de todo o projeto, do início ao seu 
objetivo final. Trata-se de construções de estradas, hidrelétricas e programas estruturantes de 
uma maneira geral, as quais são obras que transcendem a duração de um governo e devem, 
portanto, constar no PPA.
• Conclui-se que, da mesma forma como ocorre no ambiente privado, o planejamento no 
setorpúblico deve ter:
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• A política pública a ser adotada, incluindo as instituições relacionadas, a estimativa de 
custos e um conhecimento profundo de todo o projeto.
• A orientação técnica, metas tangíveis e objetivos claros, incluindo o local onde será reali-
zado o investimento, com uma aceitação prévia do projeto pelos organismos intermediá-
rios.
• A exposição do impacto do projeto nessa situação atual contrastando com objetivo após 
a implantação.
• Conclusão acerca da executabilidade do projeto dentro da conjuntura econômica quando 
de sua apresentação, e o que se pretende com ele.
• Objetivos claros de como o serviço ou bem será ofertado à população, tais como a incor-
poração de novos valores para política pública e como isso irá afetar a organização e os 
agentes que receberão esses instrumentos.
• Declaração dos índices que serão criados para seu acompanhamento, incluindo os impac-
tos na sociedade.
Para além do que ocorre na iniciativa privada, é necessário ainda que o projeto seja 
apresentado de forma muito convincente para o congresso, no caso da esfera Federal, e que seja 
aprovado pelos deputados, senadores e sancionado pelo presidente, o qual poderá então ter 
acesso aos recursos para dar início ao projeto.
3.2 Organização o patrimônio
A essa altura, é bom que façamos um balanço de todas as informações que foram passadas 
até aqui.
Iniciamos com o conceito do que é patrimônio, a definição de patrimônio e as principais 
responsabilidades e atribuições na gestão do patrimônio, listando diversos tipos de patrimônio. 
Como concluímos que popularmente as pessoas acreditam que patrimônio sejam “coisas”, 
objetos, ampliamos essa noção para patrimônios dos mais diversos tipos, incluindo patrimônios 
intangíveis e imobilizados. Expusemos a importância da gestão dos materiais dentro de um 
crescimento sustentável, dando exemplos de como crescimentos desordenados foram caóticos, 
tanto na esfera pública como na esfera privada, e apresentamos exemplos reais de situações 
registradas historicamente que embasam a importância de um crescimento sustentável.
Dentro da gestão, exemplificamos os principais itens que devem ser constantemente 
acompanhados pelo gestor patrimonial, os quais muitas vezes são suprimidos de suas planilhas 
– itens como garantia e controle de estoque com uma curva de seu consumo a fim de evitar 
prejuízos. Expusemos os princípios da administração pública e, no vídeo, elencamos todas as 
etapas de um processo de aquisição de bens pela esfera pública.
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Por fim, expusemos a importância de um planejamento estratégico dando um exemplo de 
como fazer a planificação de um projeto que constará no planejamento estratégico de uma 
empresa. Tratando do setor público, apontamos para o PPA (Plano Plurianual), para a LDO (Lei 
de Diretrizes Orçamentárias), e para a LOA (Lei Orçamentária Anual), e indicamos que todos os 
projetos a serem implantados pelo setor público devem ser priorizados no PPA e aprovados nas 
leis orçamentárias dentro de um cronograma físico financeiro ou, muitas vezes, apenas financeiro, 
como um orçamento de simples aplicação.
Agora vamos dar início a exemplos de controle efetuados pela gestão de patrimônio; o aluno 
deve manter em foco as principais responsabilidades do gestor de patrimônio.
4 CONTROLE DO IMOBILIZADO
Primeiramente, devemos ter em mente como se dá o controle do patrimônio. De uma 
maneira geral, todo o controle patrimonial é feito através de tabelas, as quais, por mais simples 
que sejam, devem apresentar no mínimo o assunto de que tratam: geralmente, tabela veículos se 
refere a veículos, cadeiras se referem a cadeiras, etc. Esse seriam basicamente os títulos utilizados 
para cada tabela feita.
A cada vez que se realiza uma compra, o gestor patrimonial deverá registrar a data em que 
foi feita a compra, a nota fiscal com seu número pelo menos, e o quanto foi gasto para adquirir 
esse bem. Normalmente, as empresas irão revender esse produto, então também é necessária 
uma coluna com a devida denominação do valor da venda; geralmente, a coluna que indica 
o valor que foi pago por um produto deve ser uma coluna chamada “débito” - pois foi tirado 
o dinheiro do caixa para adquirir um produto. Geralmente, a coluna que indica os valores de 
venda é denominada “crédito”. Lembrem que estamos falando de uma quantidade mínima de 
informações que devem ser registradas.
Figura 2 - Imagem da curva de depreciação de patrimônio 
Fonte: Doubletree Studio, Shutterstock, 2020
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#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro pilhas de moedas em ordem decrescente, da esquerda para 
a direita. Uma seta acompanha a curva decrescente das pilhas e sobre ela há a palavra “depreciação”.
A imagem acima serve para nos lembrar que os itens imobilizados têm uma coluna própria, 
a qual não devemos esquecer: ela se chama depreciação. É aquela coluna que gera frustração a 
cada vez que vamos vender o nosso carro, mas é assim mesmo no processo contábil: um bem que 
já ultrapassou sua vida útil não tem valor. Digamos que carro é um item de conhecimento comum; 
geralmente na vida de uma pessoa, em algum momento, ela vai adquirir um carro. A forma como 
se adquire um carro é tida como padrão de mercado, considerando que o tempo de vida útil do 
automóvel é de cinco anos, então, contabilmente após esse período o item não tem mais valor.
“Professor, mas há carros que funcionam durante trinta anos, quarenta anos”! Verdade, 
porém há o gasto com manutenção; se forem feitas todas as manutenções corretivas, todas as 
revisões em todas as quilometragens obedecendo o tempo e a quilometragem, irá se investir 
mais em peças e consertos do que permite a rentabilidade do item na função do serviço para 
o qual foi adquirido. Maquinário pesado obviamente tem tempo de vida maior, como tratores, 
caminhões, escavadeiras, retroescavadeiras e bombadeiras; estes são maquinários que têm o 
tempo de vida muito maior do que um carro, no entanto o tempo de vida desses bens não é do 
conhecimento público, enquanto o do carro é. Assim convencionou-se que após 5 anos o carro 
empatou sua curva de depreciação com a curva de manutenção; esse seria o ponto crítico em 
que essas duas curvas gráficas se cruzam, e assim considera-se que o bem não tem mais valor.
Vale relembrar que geralmente os patrimoniais imobilizados têm o que se chama de número 
imobilizado; na maioria das esferas públicas aparecem na forma de placas de alumínio com um 
código de barras ou com o número de patrimônio.
Dentro do registro no número de patrimônio, há todos os registros contábeis de que falamos 
anteriormente: número da nota fiscal da compra, data da aquisição, tipo do bem, onde ele está ou 
deveria estar alocado e índice de depreciação. Sistemas mais completos ainda teriam o registro 
do empenho ou do pagamento e, além dos dados contábeis, podem constar também dados de 
rastreamento, inclusive de quem recebeu o bem. Porém, os dados de rastreamento geralmente 
estão em sistemas que leitura de código “Qwerty” e, ao invés de placas coladas ou rebitadas, 
constam em selos adesivos, alguns já pré-picotados evitando que alguém os rasgue ou retire.
4.1 Inventário
Temos que lembrar que todo o estoque deve ter um controle de entrada, saída e saldo, 
estamos falando de registros mínimos que devem constar no controle de estoques.
Até onde eu sei, não existe uma lei que obriga ou indique a periodicidade com que inventários devem 
ocorrer. Porém, a projeção de mercado ocorre no mínimo uma vez por ano. Os inventários são basicamente 
direcionados aos estoques ou, tecnicamente falando, aos controles contábeis da gestão física.
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É comum ocorrerem divergências na ocasião do inventário; se for o caso, no ambiente público 
é obrigatória a investigação ou o levantamento causador da divergência, que pode ou não gerar 
um processo administrativo disciplinar, conforme estatuto do funcionalismo público, documento 
regulador da atuação do funcionário e que descreve direitos e deveres.
Essas diferenças são registradas como valor da aquisição, não com o valor do bem considerando 
sua depreciação. Em outras palavras, você comprou 30 carros, cada um a R$ 10.000,00 o vendeu 
eles por 5 anos a R$ 15.000,00 cada.
Como já citamos, o valor do carro nominal deprecia R$ 2.000,00 por ano. Digamos que, no 
inventário, observou-se uma discrepância de cinco carros. Um carro é um bem que vai ter que 
gerar uma investigação para apurar os fatos, porém, independentemente do ano em que se 
verificou a discrepância, o valor lançado na planilha é o valor de aquisição, os R$ 10.000,00.
Entre as diversas contas contábeis, geralmente essa discrepância será um valor que entrará 
na conta de perdas do inventário.
4.2 Cuidado com perecível
Dependendo do tipo de estoque, o gestor de patrimônio tem como principal atribuição a 
gestão de um patrimônio que é perecível, onde existe uma vigilância sanitária extremamente 
exigente e diversas regras e leis que devem ser obedecidas para que resulte em uma prestação 
de serviço ou oferta de produto dentro dos padrões salutares de mercado. É responsabilidade 
de um gestor a gestão e o aferimento das condições de armazenamento e controle das datas de 
vencimento dos produtos adquiridos.
Na esfera pública, existe também armazenamento de bens perecíveis, chamado em grande 
parte de estoques reguladores, e muito foi noticiado que a falta de gestão desses estoques 
reguladores culminaram na destruição de toneladas de alimento que, ao invés de serem 
consumidos, foram descartados, por isso essa observação específica.
4.3 Controle de contas a pagar e a receber
Contas a receber e contas a pagar têm exatamente a mesma planilha com exatamente os mesmos 
campos, só que em uma geralmente está escrito “vendas”, que significam as “vendas” realizadas, e a 
outra leva o nome de “compras”, que são as aquisições obrigatórias para beneficiar um bem e depois 
revender. Por exemplo, para fabricar salsicha necessita-se comprar carne, então compra-se a carne se 
beneficia a carne, a qual é então vendida para os mercados. A operação de compra da carne, quando é 
comprada a prazo, é registrada um uma planilha de contas a pagar, que geralmente inicia com o prazo 
de 7 dias a vencimentos de até 90 e até 120 dias. Isso igualmente ocorre nas contas a receber.
Mesmo sendo planilhas extremamente iguais com exatamente as mesmas colunas e mesmas 
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linhas, elas têm responsabilidades diferentes distintas.
É muito comum no Brasil fazer vendas a prazo que geram um documento chamado de 
“duplicatas”; esse tipo de operação tem respaldo em uma antiga lei, a número 5474 de 1968.
Há risco na venda a prazo e na quitação do bem no prazo prometido, por isso o mercado lança 
mão de algumas ferramentas e cede um crédito a seu computador. Claro que no final sempre é uma 
relação de confiança entre ambas as partes, porém, é feito um levantamento cadastral e verificado 
junto aos órgãos de controle, tais como SPC e SERASA, a presença de registros com aquele CPF.
Atualmente, também existe algo chamado de credit score, que é mais utilizado junto aos 
bancos. Em suma, trata-se do acompanhamento de sua vida junto ao crédito que lhe foi concedido, 
o que quer dizer que quanto mais crédito você tira do mercado e quanto mais você paga seu crédito 
em dia sem atrasos, maior é seu score. Isso resulta no fato de que pessoas que nunca tomaram 
empréstimos não têm um score alto, pois para essas pessoas o crédito será baseado apenas em 
patrimônio próprio, e pessoas que tomam crédito e o pagam corretamente têm um score maior.
É normal empresas tomarem recursos para alavancarem seu negócio e acelerarem seu 
crescimento. Como mencionado, há diversas formar de tomar recursos do mercado, porém, o 
caso aqui deste item trata do negócio direto com seu fornecedor ou cliente.
Então, quais são os cuidados que a pessoa ou gestor deve ter quanto ao controle das contas a receber?
É fazer uma boa pesquisa do cliente analisando o risco de crédito a ser concedido. Essa pesquisa 
deve ser feita através dos órgãos de controle que existem no país, já citados no item anterior.
O registro da operação deve ser feito na data de sua quitação; o dia em que esse crédito 
deverá entrar ou ser liquidado deve ser anotado na planilha ou na ferramenta de gestão adotada. 
Um setor específico, que é o que controla as contas a receber, deverá acompanhar a quitação 
desse saldo a receber.
A planilha deve ser organizada de forma que fique fácil de ser consultado cada item a partir da 
data de referência. Em outras palavras, sempre que a planilha fora atualizada, comumente usa-se 
o termo rodas a planilha (creio que é porque surge um círculo que fica girando enquanto o sistema 
faz os cálculos). Também é comum que os créditos que irão ser recebidos sejam agrupados em 
colunas de – Créditos Recebíveis em 7 dias, Créditos Recebíveis após 7 dias até 14 dias, Créditos 
Recebíveis após 14 dias até 1 mês, Créditos Recebíveis após 1 mês até 2 meses, Créditos Recebiveis 
após 2 meses até 3 meses e por fim, a última coluna de agrupamento, Créditos Recebíveis após 
3 meses até 4 meses. O nome das colunas pode alterar, porém o contexto é o mesmo, de valor 
que a empresa irá receber e o período em que ela vai receber. Isto é importante para organizar e 
priorizar as compras de insumos que abastecerão a produção.
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Porém, sempre haverá aquelas transações que não são quitadas; elas devem ficar evidenciadas 
em subtotais vencidos e não pagos. A planilha sempre deve ter um saldo que indique os valores 
quitados e pagos e vencidos e não pagos. Geralmente, existe um setor dentro das empresas 
que acompanha a saúde das operações realizadas e vai ajustando-as dentro dos padrões da 
conjuntura econômica, políticas de crédito mais restritivas ou menos restritivas. A partir daí, é 
possível obter a verificação da saúde na eficiência da cedência dos créditos, o que é uma forma 
analítica de verificação dos números.
Se, por um lado, na venda a prazo deve ser feita uma análise de risco do cliente que está 
comprando para verificar se é seguro conceder-lhe crédito, por outro lado, é comum tomar 
crédito também de seus fornecedores de matéria-prima. A empresa deverá observar a correção 
das parcelas a serem pagas, dos valores envolvidos e de toda a descrição do contrato de compra 
com pagamento futuro. Assim, a responsabilidade de quem concede o crédito é analisar o risco 
dessa concessão e a responsabilidade de quem recebe o crédito é analisar no contrato se as 
parcelas estão em de acordo os valores conforme combinados na negociação.
4.4 Layout – dentro da organização – considerando uma empresa 
pública de economia mista
Como exemplo, utilizaremos uma estrutura de empresa pública de economia mista da 
administração direta.
O departamento de patrimônio está ligado a um núcleo de bens e serviços, a qual está ligada 
a uma diretoria administrativa dependendo da organização do layout, conforme figura 3.
Dentro dessa organização, o patrimônio tem uma superintendência própria e subdividida em 
áreas de atuação, gerências, tais como: gerência de patrimônio imobilizado, gerência de contas 
(trata do acompanhamento das contas a receber, contas a pagar), gerência de compras (onde 
é feito todo levantamento e processos e procedimentos para as compras), gerência de bens de 
consumo (é a que controla os estoques dos insumos consumidos), gerência de arquivos, onde se 
organizam e se arquivam os registros de todos os negócios realizados.
A área de arquivo é importante para suprimir dúvidas em processos jurídicos; os arquivos em 
especial têm um custo elevado de implantação, pois exigem em alguns casos guarda de arquivos 
superiores a trinta anos. Isso eleva o custo de implantação.
Uma pequena observação aqui é que, na esfera pública, existe a unidade de licitação, a qual 
é ligada diretamente ao presidente, compõe a diretoria do órgão e responde somente para o 
presidente. Essa unidade não pode, por regimento, estar subordinada a nenhuma outra pessoa 
ou órgão que a impeça de realizar suas funções comisonomia.
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O layout abaixo é um exemplo hipotético, mas muito próximo da realidade. Geralmente 
dentro de uma presidência há um quadro de diretores, com muitas outras atividades, e dentro 
da diretoria administrativa também há diversas outras superintendências além das citadas, 
porém, fiz questão de citar a engenharia, já que ela é um dos centros de cooperação técnica 
obrigatório que garante um bom funcionamento do setor de compras, o qual é um setor dentro 
do setor de patrimônio. Isso não é uma obrigatoriedade, porém, há uma relação de afinidade dos 
trabalhos desenvolvidos pela engenharia. Por exemplo, o setor de engenharia dispõe de um setor 
de avaliação que não é ligado ao setor de patrimônio, pois o setor de avaliação de imóveis está 
muito mais ligado a construção do imóvel que é um item de conhecimento técnico dos setores 
de arquitetura e engenharia, do que do setor de patrimônio então o setor de engenharia fornece 
informações para o setor de Patrimônio. Outro exemplo de interrelação com setores distintos 
é o setor de móveis. Móveis, são itens de patrimônio. Os projetos dos móveis são elaborados 
pela Engenharia, porém é o setor de Patrimônio que adquire o mobiliário. Em ambos os casos 
eles estão ligados à mesma diretoria, que geralmente é uma diretoria paralela, que não atua 
para a atividade fim de um banco por exemplo (a atividade fim de um Banco é vender e comprar 
dinheiro). Estes setores mesmo não tendo relação direta com a atividade fim da empresa são 
muito importantes para que a empresa tenha a estrutura necessária para que funcione. De uma 
maneira geral, o patrimônio compra os insumos que são utilizados na aplicação dos projetos 
de engenharia. É de conhecimento do mercado que todas as experiências de bancos públicos 
que terceirizaram o setor de engenharia amargaram um aumento de custo de implantação e 
manutenção exponenciais em suas instalações.
Na minha análise isso ocorreu, pois quando se tem a obrigação de contratar seguindo os 
princípios constitucionais, o órgão que garanta a qualidade deve existir.
Devemos lembrar que os princípios constitucionais que devem ser obrigatoriamente seguidos 
são: publicidade, legalidade, impessoalidade, moralidade e o da eficiência.
A esfera privada não precisa respeitar absolutamente qualquer um desses princípios; não é 
econômico para ela seguir esses princípios. Ela geralmente contrata quem ela conhece, em quem 
ela confia, com quem ela já teve relações de sucesso e quer aprofundar os laços de trabalho. 
Então, pode pagar mais ou até pagar menos que, mesmo assim, terá uma estrutura muito mais 
barata para sua operação. Além de tudo, não utiliza dinheiro público, sendo ela mesma a ÚNICA 
responsável pelo sucesso ou a única a amargar pelo fracasso de seus investimentos.
A figura 3 apresenta uma proposta de layout da estrutura de uma organização pública fictícia. 
Como uma empresa privada pode contratar profissionais que participem do círculo pessoal da 
diretoria, sem ter que obedecer qualquer regra ou lei, dois setores da figura 3 poderiam ser 
suprimidos, sendo eles a Engenharia e também o setor de licitações.
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Figura 3 - Exemplo de layout na administração pública de economia mista 
Fonte: elaborado pelo autor, 2020
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema de como se dá o layout na administração 
pública de economia mista. No topo está a presidência e as ramificações levam a outros setores, 
como o patrimônio e a engenharia.
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Figura 4 - Exemplo bruto de planificação de processo 
Fonte: elaborado pelo autor, 2020
#ParaCegoVer: A imagem detalha a planificação de um processo ao longo de nove etapas.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender conceitos básicos sobre a importância do patrimônio e sobre a importância 
da gestão de material;
• ser introduzido aos princípios da administração pública na gestão de patrimônio e às 
principais atribuições dos órgãos de patrimônio;
• entender os diferentes tipos de patrimônio;
• conhecer a logística na planificação de um projeto;
• visualizar o layout dentro de uma administração pública da gestão do patrimônio.
PARA RESUMIR
BRASIL. Constituição Federal do Brasil de 1988. 1988. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 3 mar. 2020.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho 1993. Regulamenta o Art. 37, inciso XXI, da Consti-
tuição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, 1993. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 3 mar. 2020.
BRASIL. Lei 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico, da socieda-
de de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distri-
to Federal e dos Municípios. Diário Oficial da União, 2016. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm. Acesso em: 3 mar. 2020.
NASCIMENTO, E. R. Gestão Pública. São Paulo: Saraiva, 2015.
RIBEIRO, O. M.; LACOMBE, F. J. M. Gestão e Controle do Patrimônio. São Paulo: Saraiva, 
2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Sistemas de controle e gestão
Você está na unidade Sistemas de Controle e Gestão. Nesta unidade, vamos aprofundar 
nosso conceito sobre o potencial da já citada curva ABC; verificar algumas ações que 
estão sendo feitas na adoção de sistemas de controle voltados à gestão do patrimônio; 
e tentaremos aprofundar um pouco mais na gestão de estoque, principalmente na 
distribuição de bens que são de responsabilidade de órgãos públicos. Vamos iniciar o 
conceito de supply chain management, voltado aos órgãos públicos, citando o tipo de 
relação horizontal da empresa pública, suas vantagens e desvantagens. Por fim, vamos 
abordar o funcionamento do sistema de suplementos que a administração pública deve 
dar, verificar as decisões de logística e como elas são adaptadas à realidade de um órgão 
público de exemplo. Como situações passadas, somos obrigados a usar como exemplo 
um órgão de grande capilaridade, que tenha diversas preocupações com suas demandas 
de suplementos que inviabilizariam seu funcionamento caso faltassem. 
Vamos fazer a análise dentro do espectro legal das leis aplicáveis, sendo elas históricas de 
2016 e a lei 8666 de 1994. Existem outras leis que também são aplicadas na compra, tais 
como as que regulam os pregões e pregões eletrônicos. Porém, estas têm pouco impacto 
na gestão de patrimônio. Cita-se diversas vezes como tratar o patrimônio, consequências 
de superfaturamento na aquisição de patrimônio e modos de aquisição de patrimônio. 
Verificaremos ao longo desta unidade que diversas decisões devem ser tomadas em sua 
administração.
Bons estudos!
Introdução
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1 USANDO A CURVA ABC PARA A GESTÃO
O que é curva ABC? Como se pode dividir qualquer história em três partes – início, meio e 
fim – a Curva ABC divide o todo em três partes, sendo sempre a Parte “A” a mais significativa e 
parte “C” menos significativa.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Exemplos de aplicação da curva ABC
Para analisar um orçamento de uma construção, usa-se o método da curva ABC. A experiência 
levou à conclusão de que 80% do custo de construção com mais de 3.000 itens converge em 20 
ou 30 itens.
Assim, com o procedimento de agrupar a soma dos valores até que se some 80% do valor orçado 
na construção, chegamos aos itens de maior relevância para o orçamento, pois eles serão responsáveis 
por 80% do total da construção; eles consistem em torno de 20 ou 30 itens de maior relevância.
Após selecionarmos, dos mais de 3000 itens, esses que compreendem os de maior relevância, 
poderemos verificá-los em minúcia, verificando suas quantidades, preço junto ao mercado, valor 
nominal e tempo de aquisição, verificando se será necessário ou não pagar algum tipo de ágio. 
Enfim, para o orçamento, a curva ABC é de extremo valor na verificação de checagem dele.
1.2 Padrões de mercado e seus embasamentosO padrão na construção civil é dividir o todo de 100% em uma curva ABC: 80% do valor da 
construção ficaria alocado na curva “A”, 15% ficaria alocada na curva “B” e 5% ficaria alocada na 
curva “C”. Por incrível que possa parecer, a maior quantidade de itens fica reservada dentro da 
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curva ”B”, representando entre 50 a 70% de todos os itens que compõem o orçamento, porém a 
soma do total dos seus valores gera um inexpressivo.
Aqui devemos ressaltar a relevância mesmo de itens de valor inexpressivo, para que o 
aluno não os menospreze. Vamos exemplificar utilizando o caso de pregos ou arame (insumos 
de agrupamento). É praticamente impossível construir uma estrutura de concreto hoje sem a 
utilização de pregos e/ou arame; em 99% de todas as construções, esses insumos de agrupamento 
servem para pregar uma tábua na outra ou fixar um aço em outro, tanto como montar um andaime, 
fixar um contrapeso. Se o construtor somar todos os insumos de agrupamento – pregos, arames, 
porcas, barras rosqueadas – resultará um valor abaixo do irrisório. Porém, a falta deles poderá 
causar sérios problemas, principalmente em situações onde não há como adquirir esse insumo.
Vamos lembrar que estamos falando de um exemplo no qual o padrão da curva ABC é 80%, 
15% e 5%, e o exemplo didático que enfatiza que mesmo tendo uma menor relevância de valor 
no monetário, os outros itens mesmo não somando um valor relevante também devem ser 
observados, isso porque vários deles são indispensáveis para o sucesso da construção.
Esse tipo de controle é muito eficiente: o método da curva ABC faz saltar aos olhos problemas 
estruturais. Veja detalhes sobre a curva ABC clicando abaixo.
• É inegável que a curva ABC é uma ferramenta essencial em verificações e controles. Po-
rém, não somente voltada à construção civil, também pode ser utilizada no gerenciamen-
to de estoques e em outras funções, o que é muito comum. 
• O padrão de seleção mais utilização da curva ABC no gerenciamento de estoques é 20% 
para a curva “A”, 30% para a curva “B” e 50% para o restante sendo isto a parte “C” da 
curva. 
• Cada gestor pode e deve fazer sua análise levando em consideração sua análise. Porém 
para o caso didático vamos adotar o padrão de mercado, até porque na unidade anterior 
onde utilizamos a curva ABC personalizada aplicada para distribuição de suprimentos em 
função do tempo.
1.3 Curva ABC no apoio da tomadas de decisões
Porém 20%, 30% e 50% de quê? O que é mais relevante? Produtos de maior valor agregado? 
Produtos com maior margem de lucratividade? São produtos de maior quantidade de venda, 
porém margem muito pequena? Como devemos organizar nosso estoque? Qual será a decisão 
estratégica? Não podemos colocar em um grande galpão de estoque produtos de alta circulação 
em locais de difícil acesso, onde podemos localizar ou armazenar itens de maior valor agregado, 
porém com baixa saída na demanda do estoque.
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Compreendem como diversas decisões podem ser evidenciadas com a aplicação da curva A 
B e C?
Vamos criar uma tabela hipotética, uma tabela simples, ela contará com as seguintes colunas: 
produto, margem de lucro, uma quantidade de venda, um valor total vendido e o lucro total desse 
vendido.
Antes de iniciarmos, faltou citar uma coisa muito importante em nossa definição de curva 
ABC. Curva ABC na construção civil é um gráfico curvo indicando variação de valor no lado vertical 
do gráfico e o nome do item no eixo horizontal do gráfico. Normalmente, valor no sentido Y, e o 
nome do item no sentido X.
Outro exemplo que foi dado na unidade anterior foi a aplicação da curva ABC que utilizou a 
quantidade de itens disponíveis em função do tempo de distribuição. Cada gestor poderá e deverá 
personalizar sua curva ABC utilizando os seus critérios pessoais à medida que ele for adquirindo o 
know-how da empresa e seus produtos e serviços (nesse caso, a Curva ABC irá auxiliá-lo mais no 
acompanhamento do que na tomada de decisões). Em nosso curso, mesmo citando aplicações 
personalizadas, estamos passando o que o mercado adota como padrão na construção civil e na 
gestão de estoque, que a meu ver são as aplicações mais comuns da curva ABC.
O mais comum em gestão de patrimônio é a personalização da curva ABC em função de 
suas necessidades correntes de avaliação. Pode ser na gestão de estoque, pode ser na gestão de 
compras, pode ser na gestão de processos, ou simplesmente uma tiragem ou amostragem de 
público alvo de consumo; a curva ABC pode ser aplicada em todos esses diversos casos.
Clique nas abas abaixo e veja os benefícios da curva ABC.
1 Direcionamento de fluxo de estoque.
2 Garantia de abastecimento de acompanhamento no nível 2.
3 Diminuir pedidos de substituição ou complementação de estoque sem necessidade.
4 Organizar a circulação dos bens em conformidade com o volume de vendas.
5 Organizar o armazenamento pela importância – ou valor agregado.
6 Armazenar itens de forma protegida.
A tabela abaixo não foi preparada e nem formatada para algum objetivo específico, foram 
simplesmente lançados valores. Nos itens a seguir, vamos ver como ela nos ajuda na nossa 
tomada de decisão, exatamente como um gestor iria fazer.
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Tabela 1 - Planilha de resultados de vendas básica organizada por produto 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A tabela apresenta a organização pelo nome do produto. A primeira coluna 
apresenta o nome do produto (a, b, c, d, etc.), e a primeira linha lista fatores de distinção: venda, 
lucro por unidade, quantidade, total das vendas, lucro total.
1.4 Análise pela demanda
Para fins didáticos, vamos iniciar a organização do estoque a partir da curva ABC da demanda. 
Escolhi iniciar por esse tópico para fixar junto ao aluno que, mesmo em sua grande maioria a 
curva ABC sendo representada por cores sólidas – veja a amarela e a vermelha – existem também 
os gradientes entre as cores. Veja a tabela abaixo.
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Tabela 2 - Curva ABC organizada pela demanda 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A tabela mostra como é aplicado o gradiente de cores na coluna da extrema 
direita para fins de análise da curva ABC.
Como podemos verificar, temos o produto C, que tem uma demanda muito superior a 
qualquer outra demanda, em estoque. Organizamos pela demanda e pelo giro de um produto. 
Na ponta final, utiliza-se ao invés de demanda o termo venda do produto mais vendido. Existe 
essa distinção para unir o suplemento do fornecedor à loja onde é vendido o produto.
Continuando na análise, verificamos que toda a curva A e praticamente toda curva B estão 
representadas em um único item. Se todos os itens tiverem o mesmo volume a partir daqui 
sabemos quanto custará o armazenamento desse único produto.
Assim sendo, geramos um gráfico aproximado de como ficaria a distribuição dos itens pelas 
cores padrões (verde, amarelo e vermelho) utilizando uma ferramenta de Gradiente. Isso resultou 
no seguinte gráfico.
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Figura 1 - Distribuição dos itens utilizando a ferramenta de Gradiente 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A figura apresenta um gráfico colorido com as cores do gradiente. Uma linha 
curva corta o gráfico, partindo de 0% até 100%.
Conseguem verificar que apenas parte do produto B estaria localizada dentro da curva 
amarela? Espero que sim.
Assim, dentro do galpão de armazenamento todo o produto C estaria perto da porta; o 
produto B estaria numa segunda etapa que ficaria um pouco menos acessível, porém ainda perto 
da porta; e o estoque assim fica distribuído até o item de menor relevância.
1.5 Análise pelo valor agregado
A análise por valor agregado geralmente também destaca produtos com maior margem de 
lucratividade e que têm tendência de serem produtos mais cobiçados e que agregam diversos 
sub-produtos em sua produção, motivo pelo qual geram o maior ticket de venda. Diferentemente, 
a análise da curva ABC sobre o valor de demanda e tentando ainda manter o foco na organização 
do estoque, desde que o produto se enquadre dentro do perfil analisadona curva ABC pelo valor 
agregado, ele deverá ser armazenado em locais mais seguros, menos propensos a choques e 
danos ao produto, pois você levaria o prejuízo com a quebra dele.
É por isso que para gerenciamento de estoques fazem-se essas duas curvas: uma com o fluxo 
de produtos mais vendidos e outra com o maior valor agregado.
Assim, resultamos na curva ABC apresentada abaixo.
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Tabela 3 - Planilha organizada pelo valor agregado 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A tabela é uma reprodução das anteriores com o acréscimo de duas colunas à 
direita, uma contendo a análise ABC dos produtos mais vendidos, e outra contendo a análise ABC 
dos produtos de maior valor agregado.
Mantendo as observações na tabela anterior, no que tange ao gradiente, que gerou o gráfico, 
geralmente o gestor irá receber de seu funcionário um gráfico parecido com este abaixo.
Tabela 4 - Curva ABC obtida através do valor agregado 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A figura é um gráfico sobre o valor agregado empregando o gradiente da curva ABC.
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Mantendo as observações na tabela anterior, no que tange ao gradiente, que gerou o gráfico, 
geralmente o gestor irá receber de seu funcionário um gráfico parecido com esse apresentado.
Notem que as duas aplicações de curva têm distribuição de itens completamente diferentes: 
quando é aplicada a curva tendo como centro da análise o fluxo de produtos pela sua demanda, 
itens de menor valor agregado geralmente ficam destacados; e quando analisamos uma curva ABC 
destacando itens pelo maior valor agregado, itens com maior fluxo ocupam os últimos lugares. 
Não necessariamente são itens opostos; são apenas duas análises com objetivos completamente 
diferentes. Uma tende a proteger produtos com maior valor agregado protegendo o bem, 
enquanto a outra coloca os itens de maior circulação em um lugar prático de serem pegos.
A maior dificuldade não é a análise dos extremos, mas sim do centro da curva. O que adotar? 
Como organizar seus estoques? Pelo valor agregado ou pelo fluxo? Os produtos que ocupam a 
parte central é que são difíceis de decidir. Esse será o tema de nosso exercício contextualizado.
A meu ver as melhores aplicações da curva ABC na gestão de processos e estoques são as duas 
anteriormente citadas. Basicamente, trata-se da curva ABC organizada através do fluxo de vendas, o que 
é comumente chamado de demanda, e também a curva ABC organizada pelo valor agregado, ou seja, 
o produto de maior valor, pois geralmente ele representa o que também provê o maior valor de lucro.
Existem também outros tipos de organizações da curva ABC, porém, as tomadas de decisões 
em que elas auxiliam estão mais voltadas ao setor administrativo, estratégico e tomada de decisões 
de marketing. Como, por exemplo, destinar mais recursos de propaganda àqueles produtos que 
tem uma margem de lucro maior em sua venda, ou que estão encalhados no estoque. Isso pode 
ser discriminado pela curva ABC organizada pelo lucro unitário sugerido de venda, ou margem de 
lucro, ou simplesmente ticket.
Poderíamos demonstrar outras duas organizações que podem ser feitas através da planilha 
utilizada como exemplo. Lembrando que há inúmeras formas de aplicar curva ABC, tais como: 
fidelização, isso quer dizer o retorno do cliente para aquisição de acessórios ou produtos 
complementares a um principal que foi vendido. No caso de celulares isso é muito comum, 
fones de ouvidos, smartwatches, capinhas, películas, tablets. Há todo um ecossistema de ofertas 
voltado para aquele tipo de plataforma.
Então quando uma pessoa entra em uma loja da Apple ou da Samsung, sendo essas as 
principais lojas referências no Brasil, pode ter absoluta certeza que o estoque exposto ali foi 
organizado tendo como critério o resultado da leitura de uma curva ABC.
Abaixo estão organizadas as planilhas pelo total e pelo valor do ticket e do lucro total.
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Tabela 5 - Organização pelo lucro total 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A tabela mostra a organização dos produtos pelo lucro total.
Tabela 6 - Organização pelo valor do ticket 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#ParaCegoVer: A tabela mostra a organização dos produtos pelo valor do ticket.
A partir da análise, a gestão de patrimônio, que tem uma central de distribuição, poderá 
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setorizar os produtos em dois tipos: os duráveis e os produtos de consumo.
Por exemplo, para um Banco, papel pode ser considerado um item de consumo diário, então 
ele ficaria armazenado dentro um setor específico em uso central de distribuição fracionada, 
estando integrado a uma agenda previamente definida de fornecimento junto com o setor de 
transportes, onde o fornecimento para uma determinada região é programado com antecedência.
Outro setor de armazenamento seria os de bens duráveis, tipo cadeiras, mesas, material 
de propaganda e marketing. Seriam itens de baixa degradação natural onde a entrega seria 
subordinada à agenda dos itens de consumo, utilizando, se possível, o mesmo recurso de 
transporte dos bens de consumo diário.
Um setor final dentro da estratégia de central de estocagem e fornecimento fracionado seriam 
os materiais de informática que têm elevado grau de degradação se armazenados de forma 
inadequada, ou itens que têm algum tipo de regramento mais rígido para seu armazenamento.
Iremos analisar isso em maior profundidade no próximo item que tratará de Supply Chain 
Management.
2 ATRIBUIÇÕES DOS SISTEMAS NA GESTÃO DO 
PATRIMÔNIO
Já vimos o que é a curva ABC – uma poderosa ferramenta para gestão de patrimônio –, já 
vimos diversas organizações dessa ferramenta e como ela ajuda na tomada de decisões em 
diversas situações.
A curva ABC auxilia na tomada de decisões, porém, ela não é uma ferramenta que integra 
os diversos setores pelos quais a gestão de patrimônio deve estar presente para efetuar seus 
trabalhos e desempenhar suas atribuições.
É imperativo que o aluno entenda que hoje, na gestão de patrimônio, há duas situações que devem sempre 
ser gerenciadas com excelência. A primeira delas é o fluxo de informação: hoje, na era da informática, o aluno 
deve ter em mente que a informática na gestão do patrimônio é a gestão da informação. Tanto é necessário 
registrar todas as informações como certificar-se de que a informação seja entregue a quem é destinada. Por 
exemplo, se não chegar a ordem de um pedido ao setor de produção, aquele item jamais será produzido.
O segundo item que deve ser gerido com maestria é o transporte, que algumas vezes 
representa mais de 60% do custo total de um produto! Então, racionalizar esse item é primordial 
para manter os custos de uma empresa competitivos.
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Hoje, o setor de patrimônio deverá registrar não somente o estoque mas também todas as etapas 
de produção, todas as transações financeiras, desde as compras até as entregas. Vão estar sobre 
registro todos os bens da referida empresa na qual o setor atua. O setor de patrimônio registrará 
também as manutenções que um referido bem sofreu, mesmo que sejam manutenções preventivas.
É humanamente impossível que o setor de patrimônio tenha apenas um gestor. Claro que, 
em se tratando de uma empresa de grande porte, esse setor, além de contar com diversos 
colaboradores, cada um em uma área, também deverá ter um suporte de um sistema de 
informática para viabilizar o seu trabalho.
Devem ser evitados os tipos de sistemas onde se têm ilhas de informação. O que seriam ilhas 
de informação?
2.1 ERP
Esse nome se dá quando a empresa tem um sistema informatizado extremamente competente 
que faz todas as contas a pagar com maestria, e a empresa adquire outro sistema extremamente 
competente que facilita o registro de todas as contas a receber, porém, obriga o gestor de 
patrimônio a, quando for hora de fazer um balanço entre as contas a receber e as contas a pagar, 
fazer isso dentro de uma planilha Excel. Da mesma forma, existem excelentes sistemas CRM que 
não dão o retorno de seu resultado de forma integrada na base de

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