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GERENCIAMENTO DE COMPRAS

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Disciplina: Gerenciamento de compras, estoques e formação de preços 
Autor: Rogério Guelfi
Unidade de Educação a Distância
GERENCIAMENTO DE COMPRAS, ESTOQUES E FORMAÇÃO DE PREÇOS
Autor: Rogério Guelfi 
Belo Horizonte / 2011
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA
REITOR
LUÍS CARLOS DE SOUZA VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO
SUDÁRIO PAPA FILHO
COORDENAÇÃO GERAL
AÉCIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TECNOLÓGICA
EDUARDO JOSÉ ALVES DIAS
COORDENAÇÃO DE CURSOS GERENCIAIS E ADMINISTRAÇÃO 
HELBERT JOSÉ DE GOES
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/ LETRAS 
LAILA MARIA HAMDAN ALVIM
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/PEDAGOGIA 
LENISE MARIA RIBEIRO ORTEGA
INSTRUCIONAL DESIGNER
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL
KELLY DE SOUZA RESENDE
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA
EQUIPE DE WEB DESIGNER
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR
GABRIELA SANTOS DA PENHA
LUCIANA REGINA VIEIRA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO
AUXILIAR PEDAGÓGICO
ARETHA MARÇAL DE MACÊDO SILVA
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA
REVISORA DE TEXTO
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO
SECRETARIA
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES
MONITORIA
ELZA MARIA GOMES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
THAYMON VASCONCELOS SOARES
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA
AUXILIAR DE TUTORIA
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS
MIRIA NERES PEREIRA
RENATA DA COSTA CARDOSO
Sumário
5Unidade 1: Função Estoque
26Unidade 2: Função Logística
42Unidade 3: Função Compras
61Unidade 4: Função Fornecedores
79Unidade 5: Função Preços
Ícones
	Comentários
	
	Reflexão
	
	Dica
	
	Lembrete
	
Unidade 1: Função Estoque
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requisiçõe
de
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atendidas
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Número
1. Nosso Tema 
A nossa proposta com o presente trabalho é esclarecer a importância que a gestão dos estoques têm no sucesso ou no fracasso das empresas atualmente. 
Para tanto, iremos conhecer como são formados os estoques, suas diversas finalidades e como eles devem ser controlados para que gerem lucros e possam, dessa forma, deixar de ser um setor que na atualidade é entendido como um centro de custo para ser um departamento que, sendo bem trabalhado, passará a desempenhar papel preponderante na lucratividade da empresa. 
Entretanto, essa tarefa não é em absoluto fácil e se torna necessário o uso de algumas “ferramentas” de gestão para que se possa desenvolver um controle dinâmico e eficaz tanto da quantidade como da qualidade da mercadoria estocada. Em outras palavras, as “ferramentas” de gestão têm por finalidade primordial controlar os valores estocados (quantidade) e quais os itens que deverão estar estocados (qualidade), facilitando sobremaneira o setor de compras quanto o que comprar, quando comprar e como comprar. 
Por último, iremos também dar uma olhada nos equipamentos que se fazem necessários para que o cotidiano do setor de estoques consiga “dar conta” das exigências a ele feito. 
SEJA BEM VINDO!
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Para Refletir
“OS HOMENS DE NEGÓCIOS FRACASSAM EM SEUS EMPREENDIMENTOS PORQUE GOSTAM TANTO DA ANTIGA FORMA QUE NÃO CONSEGUEM PROMOVER UMA MUDANÇA”
 HENRY FORD (1863-1947) 
“DAQUI A DIANTE, OS ANALFABETOS SERÃO AQUELES QUE NÃO DESENVOLVEREM A SUA CAPACIDADE DE APRENDER, DESAPRENDER E REAPRENDER”
 A.TOFFLER (citado por SCHRUM, 2004)
Com base nas afirmações acima de três homens envolvidos com as empresas, um industrial, um consultor de empresas e um “guru” da administração, reflita sobre as seguintes questões:
1) Como devemos tratar as mudanças que ocorrem no mundo empresarial?
2) As mudanças introduzidas na gestão de estoques podem apresentar quais conseqüências para a empresa como um todo, caso não sejam compreendidas rapidamente? 
3) Quais seriam as melhores estratégias que podemos adotar num cenário de mudança constante? 
Bem, agora vamos iniciar..., no decorrer de nosso conteúdo, você encontrará as possíveis respostas para essas e muitas outras questões.
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Conteúdo Didático
3.1. A finalidade dos estoques dentro das empresas
Os estoques, dentro das empresas, são um dos setores que vem sofrendo mudanças não só conceituais, mas também de administração, em decorrência direta das alterações econômicas havidas no país. 
Atualmente, tem-se por definição de estoques aquela que é proposta por Martins (2006), que pode ser entendido como: 
SETOR QUE AGE COMO REGULADOR DO FLUXO DE NEGÓCIOS DA EMPRESA 
Essa definição é, no mínimo, curiosa uma vez que normalmente as pessoas não conseguem fazer a ligação entre os negócios da empresa em geral com um setor específico dela. No entanto, se pararmos para pensar um pouco vamos ver que a definição está coerente, pois a função primordial dos estoques atualmente é de servir de “amortecedor” entre os setores de compras e de vendas. 
 Partindo do principio de que as vendas são decorrência direta dos negócios de uma empresa desenvolvidos com seus clientes, e que as empresas têm – obrigatoriamente – de comprar materiais diversos, insumos, matéria-prima, etc., o estoque passa a ser realmente o setor intermediário entre compras e vendas e assume a responsabilidade de regular as demandas com as ofertas. Essa situação é criada quando a velocidade de entrada dos itens é maior que a da saída, ou quando o número de unidades recebidas é maior que o número de unidades expedidas. 
Todo o processo de gestão de estoques gira em torno das velocidades destas duas situações: chegada e saída de itens. 
Conseguir fazer com que as duas velocidades se igualem é o grande objetivo e desafio da filosofia Just-in-time aplicada à gestão de estoques, em que os estoques passariam a ser nulos. 
Os estoques têm por finalidade, na visão de Ballou (1995): 
( Melhorar o serviço ao cliente uma vez que a velocidade de atendimento dos pedidos é cada vez mais exigida e passou a ser considerado um diferencial competitivo em muitas ocasiões; 
( Aumento da economia de escala na proporção em que os custos tendem a diminuir proporcionalmente na medida em que o produto é fabricado continuamente e em quantidades constantes; 
( Proteger contra inflação alta porque um alto volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços pelos fornecedores; 
( Proteger contra incertezas na demanda e no tempo de entrega toda vez em que, tanto a demanda quanto a entrega, não têm condições de serem previstas e, como decorrência, controladas; 
( Proteger contra contingências : nesse caso, a gama de situações que fogem do controle da empresa é enorme e, em todos os casos, ela corre riscos sérios de ter sua produção interrompida durante um bom tempo. Como exemplo, podemos citar: greves, incêndios, inundações, instabilidades políticas, etc.
A conclusão que podemos chegar sobre a finalidade do estoque dentro da empresa é que ele assume as funções de controlador das relações entre diversos setores da empresa. 
3.1.1. As mudanças de paradigmas na gestão de estoques
Primeiro, é importante entendermos o significado da palavra “paradigma”, que segundo o novo Dicionário básico da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1988), é sinônimo de padrão, modelo. 
Portanto, quando analisamos o comportamento dos estoques, através dos tempos, devemos ter o cuidado de não taxar de certo ou errado o comportamento dos gestores daquelas épocas. 
Assim, vamos analisar o comportamento dos estoques em duas fases distintas; até 1995 e atualmente. 
Até o ano de 1995, a economia nacional era especulativa, ou seja, os ganhos vinham em sua maioria da aplicação de capital em atividades que gerassem possibilidade de lucros advindos do mercado de capitais ou da inflação que na época era astronômica. Com isso, o estoque era visto como um investimento da empresa, uma vez que qualquer quantidade que fosse adquirida em pouco tempo teria o seu valor dobrado ou triplicado. 
Aliado a esse fator conjuntural, existia um baixo volumede opções de produtos similares. 
Diante desse cenário, o comportamento geral dos estoques pode ser resumido como um estoque: 
ESTREITO E FUNDO
Ou seja, havia um leque restrito de mercadorias em estoque com uma grande quantidade de peças para cada item, fazendo com que o estoque se tornasse um espelho da economia nacional. 
Entretanto, com o advento do plano econômico conhecido como “Plano Real”, a situação da economia nacional modificou-se por completo sendo que os ganhos que passaram para o primeiro plano foram os ganhos de produção. 
Com isso, o estoque passou a ser encarado de outra maneira, de investimento ele passou a ser considerado custo, pois o capital empatado em mercadorias não tinha mais o ganho anterior. Além disso, o leque de ofertas dos produtos cresceu vertiginosamente e obrigou as empresas a aumentar seus estoques de maneira exponencial, não mais em quantidade de produtos, mas sim em opções de produtos similares. 
Diante dessa nova visão de mercado, os estoques também mudaram seu perfil, tornando-se: 
LARGO E RASO
Em outras palavras, os estoques passaram a ter um leque de ofertas muito maior, diminuindo, ao mesmo tempo, consideravelmente a quantidade de peças por cada item, uma vez que o importante é fazer com que a mercadorias saiam o mais rápido possível do estoque, fazendo com que o capital empatado nele retorne à empresa. 
Essa mudança de paradigmas obrigou a administração das empresas a despender um controle muito maior nos custos do setor e desenvolver formas de minimizá-los. 
3.1.2. Tipos de estoque
Quando falamos em estoques, a idéia geral é de que esse setor é uma unidade padrão, sem qualquer estrutura diferenciada e que pode ser tratada de uma maneira geral, sem qualquer tipo de especificidade. 
No entanto, a situação não é bem essa, pois, em decorrência da parte contábil da empresa, os estoques precisam ser desdobrados, sendo assim, os seus controles passam a poder ser executados de forma diferenciada. Essa tipificação é feita em cinco categorias distintas:
a) Estoques de materiais ( são todos os itens utilizados nos processos de transformação em produtos acabados. Todos os materiais armazenados que a empresa compra para usar no processo produtivo fazem parte do estoque de materiais, independentemente de serem materiais diretos, que se incorporam no produto final. Aqui também se enquadram os materiais auxiliares, ou seja, itens utilizados pela empresa, mas que pouco ou nada se relacionam com o processo produtivo, como os materiais de limpeza ou de escritório. 
b) estoques de produtos em processos ( correspondem a todos os itens que já entraram no processo produtivo, mas que ainda não são produtos acabados. São materiais que começaram a sofrer alterações sem, contudo, estar finalizados. 
c) estoques de produtos acabados ( são todos os itens que já estão prontos para ser entregues aos consumidores finais. 
d) estoques em transito ( correspondem a todos os itens que já foram despachados de uma unidade fabril para outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram ao destino final. 
e) estoques em consignação ( são os materiais que continuam sendo propriedade do fornecedor até que sejam vendidos. Caso isso não ocorra, eles são devolvidos sem ônus. 
Em relação aos materiais propriamente ditos, podem ser classificados da seguinte maneira: 
Materiais diretos: também denominados materiais produtivos ou matérias-primas. São aqueles que se agregam ao produto final, isto é, saem com o produto final. 
Materiais indiretos: também denominados materiais não produtivos ou auxiliares. São aqueles que não se agregam, isto é, não saem com o produto final. Exemplos: óleo de corte das máquinas-ferramentas que são utilizados na usinagem de um material direto; folhas de lixa utilizados no alisamento de madeiras em uma carpintaria; material de escritório em uma fábrica, etc. (MARTINS, 2006, p.170).
3.2. Formas de gestão de estoques
Pelo que vimos acima, o estoque tem uma importância capital para que a empresa consiga ter sucesso. 
Por esse motivo, torna-se necessário fazer com que os estoques sejam muito bem controlados e administrados. Acontece que nem todas as empresas apresentam o mesmo perfil ou trabalham no mesmo segmento. A administração dos estoques tem que ser desenvolvida de tal maneira que o controle seja o mais eficaz possível. 
Para Dias (2006, p.25), a gestão dos estoques tem por finalidade:
a) Determinar “o que” deve permanecer em estoque ( número de itens; 
b) Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques ( periodicidade; 
c) Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período pré-determinado ( quantidade de compra; 
d) Acionar o departamento de compras para executar a aquisição de estoque ( solicitação de compras; 
e) Receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as necessidades; 
f) Controlar as quantidades e valores ( informações sobre posição do estoque; 
g) Manter controles para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; 
h) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados ( ação de descarte. 
Para que a gente consiga atingir as propostas acima, Martins (2006) cita que os controles mais viáveis são: 
( Inventário físico: consiste na contagem física dos itens em estoque. Caso haja diferenças entre o inventário físico e os registros de controle de estoques, devem ser feitos os ajustes necessários conforme recomendações contábeis e tributárias. 
É importante lembrar sobre a importância desse ajuste, pois independente dos problemas fiscais que surgem dessa diferença, também precisamos levar em consideração a necessidade de sabermos realmente o que os nossos estoques têm em mercadorias.
Esse tipo de controle é chamado de periódico quando executado em determinados períodos – normalmente no encerramento dos períodos fiscais. Há também o inventário rotativo, quando a contagem dos itens em estoque é feita permanentemente; nesse caso, faz-se um programa de trabalho de tal forma que todos os itens sejam contados pelo menos uma vez dentro do período fiscal (normalmente dentro de um ano). 
Um critério usual é contar a cada três meses 100% dos itens mais caros (classe “A”), 50% dos itens considerados intermediários (classe “B”) e 10% dos mais baratos (classe “C”). 
Mais adiante veremos sobre a Curva ABC, que representa bem esse critério.
( Acurácia dos controles: tendo-se terminado o inventário, é interessante se calcular a acurácia dos controles que nada mais é do que a mensuração dos itens contados corretamente no estoque. 
Uma pergunta que pode ser feita é: PARA QUE ISSO É NECESSÁRIO? 
 É importante que a gente saiba qual é o grau de confiabilidade que se pode ter dentro de uma contagem de milhares de itens, como são compostos normalmente os estoques da empresas. 
É por intermédio da acurácia que é feito o ajuste necessário para a formulação de novos pedidos. 
As fórmulas que calculam o porcentual de acurácia dos controles são simples. Vejamos:
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( Nível de serviço ou Nível de atendimento: este indicador tem por finalidade mostrar o nível de eficácia que o estoque apresenta para satisfazer as necessidades dos setores solicitantes. Assim quanto mais requisições forem atendidas nas quantidades e especificações solicitadas, tanto maior será o nível de serviço prestado. 
Este indicador é importante porque não basta se ter uma quantidade de itens em estoque se os mesmos não forem àqueles demandados pelos usuários.
 Em outras palavras: QUANTIDADE DE ESTOQUE É DIFERENTE DE ESTOQUE DE QUALIDADE! 
A fórmula para se calcular o nível de serviço também é muito simples: 
3.2.1. Curva ABC
A curva ABC é um importante instrumento para o quem vai administrar um setor de estoque, ela permite identificaraqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. 
Essa “ferramenta” de gestão ganha maior importância quando percebemos que não se têm condições de administrar todos os itens de um estoque de forma única, linear uma vez que dependendo do tipo de atividade desenvolvida pela empresa, podem-se encontrar dez ou vinte mil itens em estoque. 
O princípio que elege essa forma de controle é da ADMINISTRAÇÃO POR EXCEÇÃO. Mas o que é isso?
Administrar por exceção significa que não devemos tentar usar o nosso tempo e esforços para gerir o estoque todo de uma só maneira. É muito mais prático e eficaz darmos maior atenção e desenvolver um controle mais efetivo nos itens que mais representam monetariamente, desenvolvendo ao mesmo tempo um controle mais “frouxo” (sem tanto rigor) nos demais itens. A aplicação da curva ABC é feita por intermédio da ordenação dos itens conforme parâmetros previamente definidos e que se pautam em valores (faturamento, lucratividade, rentabilidade, giro, etc.). 
Após os itens terem sido ordenados dentro dos parâmetros predefinidos, as classes da curva ABC podem ser classificadas das seguintes maneiras: 
Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção bem especial pela administração. 
Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C. 
Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração.
A definição das classes ABC obedece apenas a critérios de bom-senso e conveniência dos controles a serem estabelecidos. Em geral são colocados, no máximo 20% do total de itens na categoria A, 30% na categoria B e os 50% restantes na categoria C. É importante sempre lembrar que essas porcentagens podem variar de caso para caso, de acordo com as diferentes necessidades decorrentes da realidade de cada empresa. 
Na sua aula on line você encontra uma representação gráfica do que é a Curva ABC, não deixe de conferir!
3.2.2. Sazonalidade
Uma outra forma de se controlar os estoques é tratar os itens baseando-se em seu comportamento de saída. Significa que o tratamento a ser dado a cada item dependerá basicamente de como ele é procurado pelo mercado consumidor. 
A esse tipo de controle damos o nome de: 
CURVA DE DEMANDA
A curva de demanda (procura) favorece a gestão de estoques não muito caros, mas que tem um tipo de procura muito diferenciado dentro de um período de 12 meses como, por exemplo, o estoque de um sacolão ou de um pequeno supermercado. 
Chamamos de sazonalidade esse tipo de controle porque o elemento chave dele é o produto que tem uma saída desigual durante o ano, mas que cujo comportamento de procura se repete de forma cíclica. 
Podemos, então, classificar os produtos em quatro categorias. São elas: 
a) perenes (evolução horizontal): são produtos cuja demanda apresenta uma tendência invariável ou constante, ou seja, a sua saída durante o período de um ano não sofre alterações consideráveis. São produtos de uso constante no cotidiano das pessoas. 
b) sazonais (evolução de picos): são produtos que apresentam uma demanda de grande procura em determinada época do ano em detrimento do restante do período. Como exemplo, lembre-se do panetone na época do natal, ou dos ovos de páscoa. 
c) circunstanciais (tendência): existem alguns produtos que normalmente apresentam uma pequena demanda, mas em determinados momentos tem uma procura muito grande. Muitas vezes esse aumento de demanda é originado em informações verdadeiras ou não que são veiculadas. Nesta situação também a mídia exerce uma forte influência. Como exemplo, imagine uma atriz de novela que apresenta uma cor de cabelo diferenciada, durante todo o período em que a novela estiver sendo exibida a tendência é que a cor de cabelo da atriz tenha uma procura maior que o resto de período. 
d) ocasionais: são produtos que praticamente não tem qualquer procura, a não ser de forma específica. Identificamos esses produtos pelo tempo em que eles ficam no estoque sem qualquer saída. (DIAS, 2006, p.30) 
3.2.3. Ciclo de vida dos produtos
Outra forma de se controlar o estoque é utilizar uma “ferramenta” de gestão muito utilizada na área de marketing, que é o: 
CICLO DE VIDA DO PRODUTO
Segundo essa teoria, todos os produtos tendem a passar por quatro fases distintas em sua vida útil, ou seja, enquanto estão sendo comercializados. Dependendo da fase em que o produto se encontra, a sua gestão de estoque deve ser desenvolvida de uma maneira específica. 
Essa forma de controle é indicada para estoques que são definidos, preferencialmente por ações de marketing. As quatro fases são:
( Introdução: é quando o produto é lançado no mercado. Normalmente se gasta valor considerável para se lançar produtos e marcas no mercado consumidor, sem haver a contrapartida nos lucros que esse produto pode vir a fornecer.
O comportamento do estoque dos produtos nesse estágio deverá ser de pequenas quantidades em estoque, porém com reposição contínua, uma vez que o produto está sendo apresentado ao mercado consumidor o qual não poderá deixar de ser atendido. 
( Crescimento: depois que o produto foi lançado - e se foi aceito pelos consumidores - existe um outro período em que ele vai gradativamente ganhando espaço, desbancando outros produtos similares e vai achando nichos específicos em que possa se postar de forma competitiva.
Nessa fase o estoque do produto poderá ser aumentado gradativamente, porém sem muito ênfase, pois ele ainda não está sedimentado no mercado, podendo haver, portanto um retrocesso em sua demanda. 
Além disso, o investimento ainda é relativamente alto em comparação ao retorno do lucro. 
( Maturidade: é a melhor fase do ciclo. É aquele período em que o conceito do produto já se encontra consolidado junto aos consumidores, não sendo mais necessário fazer grandes investimentos de propaganda. É nessa fase em que os lucros são maiores e podemos aproveitar e colher aquilo que foi semeado nas fases anteriores.
Quando o produto chega à fase de maturidade, o seu estoque pode ser bem maior, uma vez que sua venda é certa e o investimento em divulgação é relativamente baixo. Nesse cenário, o retorno de lucros é alto. 
No entanto, alguns administradores consideram, com base nos argumentos expostos, não haver necessidade de um aumento considerável do estoque; preferindo o contrário: manter os estoques relativamente baixos e aumentar consideravelmente o fluxo de pedidos. Eles alegam que assumindo essa estratégia, não empatam capital em um produto de saída certa. 
( Declínio: é quando o produto já “deu tudo que podia”, ou seja, já está sendo superado por outros similares mais modernos, que oferecem maiores valores agregados aos consumidores. Nessa fase não adianta fazer mais nada, tudo o que for feito será considerado “dinheiro jogado fora”, o mais sensato é acabar com o estoque do produto e não comprá-lo mais.
Atualmente, os produtos que se encontram nessa fase são os que demandam atenção e cuidados, pois, ao se manter esses produtos em nossos estoques, estamos perdendo um capital que muitas vezes nos falta quando vamos comprar produtos que se encontram em outras fases muito mais lucrativas. 
Para facilitar a identificação dos produtos dentro de cada fase, foi elaborada uma analogia que é a seguinte:
Introdução ( criança
Crescimento ( estrela
Maturidade ( vaca leiteira
 Declínio ( abacaxi
3.3. Manuseio dos estoques
A influência dos equipamentos e sistemas para a armazenagem no processo de estocagem de produtos pode ser observada em todos os momentos. Um método adequado para estocar matéria-prima, produtos em processo e produtos acabados permite diminuir os custos de operação, melhorar a qualidade dos produtos em si, acelerar o ritmo dos trabalhos. Além disso, provoca redução nos acidentes de trabalho, redução no desgaste dos equipamentos de movimentação e menor número de problemas administrativos. 
A importância desses fatores cresce pela valorização da mão-de-obra e acirramento da concorrêncianos diferentes setores. Nesse sentido, mede-se um processo produtivo pelo grau de mecanização das suas diversas unidades, incluindo armazenagem e movimentação do material. O capital imobilizado nesses equipamentos pode ser recuperado em curto prazo, pelo melhor aproveitamento da mão-de-obra e por ganho de produtividade. 
Pelo fato de serem os ganhos de produtividade que determinam as possibilidades reais de melhoria, são eles os fatores que servem de base na escolha do sistema de armazenagem de cargas e da operação do almoxarifado (DIAS, 2006).
3.3.1. Equipamentos necessários
O armazenamento evoluiu para adaptar-se às mudanças e à evolução do mercado. Antes, os processos e espaços de armazenamento eram relegados a um segundo plano, sem grandes preocupações com investimentos neste. Hoje se torna fundamental um grande cuidado com a definição do espaço a ele destinado. Busca-se até a verticalização, objetivando o melhor aproveitamento da área, de modo a reduzir os custos com imóveis e a preocupação com o melhor local tanto na loja quanto para os CDs (centros de distribuição), que tomaram lugar de destaque no planejamento estratégico das empresas.
No cenário atual, os procedimentos de armazenamento evoluíram em função dos altos custos que representam e das dificuldades crescentes de gerenciamento. Por questões operacionais e por procedimentos de segurança tornaram-se extremamente complexos exigindo que os profissionais do setor se capacitem a uma excelente performance e para atuar segundo as mais modernas técnicas disponíveis.
Não se pode desconsiderar que mercadoria armazenada ocupa espaço e gera custos com mão de obra, manutenção, controles administrativos, perdas, danos e extravios.
Os cuidados com o armazenamento devem se estender às operações dos vários ramos produtivos, pois os custos de estoque são de grande influência e representatividade/ impacto no lucro, que se compõem basicamente de:
Do recebimento até a distribuição dos produtos, é essencial que todos os procedimentos utilizados estejam de acordo com as normas para garantir que produtos de qualidade cheguem ao consumidor final com o menor custo possível.
O armazenamento eficaz possibilita a garantia da continuidade do fornecimento e o equilíbrio do estoque, apesar dos efeitos da sazonalidade, além de favorecer o aumento da velocidade na movimentação das mercadorias.
Para se conseguir fazer com que os depósitos atinjam a sua finalidade, faz-se necessário lançarmos mão de inúmeras formas de prateleiras e de embalagens, como de vários equipamentos que sirvam para deslocar o material o mais rápido e com a menor perda de produtos. 
A introdução do conceito de carga unitizada no sistema de manuseio de materiais permitiu uma maximização dos vários equipamentos de transporte, principalmente da empilhadeira de garfos, que pode tornar-se o mais importante meio de transporte e armazenagem de cargas nos diversos tipos de carga nas empresas. 
Os dispositivos que permitem não só a formação de cargas como seu armazenamento são vários, mas o conhecido entre eles é o palete, que consiste num estrado de madeira de dimensões diversas. 
Existem diversos tipos de paletes, mas eles podem ser divididos da seguinte forma: 
 
· Os paletes de duas entradas são usados quando o sistema de movimentação de material não exige o “cruzamento” de equipamentos de manuseio
· Os paletes de quatro entradas são usados quando é necessário o cruzamento de equipamentos de manuseio (é necessário mais de um equipamento para manusear o palete ao mesmo tempo). 
· Os paletes de uma face são aplicados quando a operação não exige estocagem, ou quando o palete pode dispensar reforços (é considerada face o lado debaixo do palete). 
· Os paletes de duas faces são escolhidos quando se precisa de uma unidade mais reforçada, ou quando se quer aproveitar por mais tempo. 
O palete, entretanto, não é a única nem a melhor forma de portar materiais. Desse modo, o manuseio correto de peças a granel (parafusos, porcas, etc. em grande quantidade) demandou recipientes de madeira ou de metal, sempre elaborados dentro do conceito inicial do palete, que permite ser apanhado por algum equipamento, são as caçambas. 
Grandes peças, conjuntos montados, podem ser dispostas em racks, que são estruturas metálicas nas quais os dispositivos especiais montados sobre o tampo da base oferecem fácil acomodação ao conjunto, o que por sua vez facilita o manuseio. 
Como qualquer tipo de equipamento ou implemento para a manipulação de materiais, os estrados de madeira e as prateleiras rendem muito quando lhes são dispensados cuidados especiais. Se devidamente desenhados e construídos para uso em condições especificas tem uma vida útil longa e rentável (DIAS, 2006, p.194)
3.4. Custos inerentes aos estoques
Todo e qualquer armazenamento de materiais gera determinados custos e que, segundo DIAS (2006), são:
Juros; Depreciação; Aluguel; Equipamentos; movimentação; Deterioração; 
Obsolescência; Seguros; Salários; Conservação. 
Todos eles podem ser agrupados nas seguintes modalidades: 
(custos de capital (juros, depreciação); 
(custos com pessoal (salários, encargos sociais); 
(custos com edificação (aluguéis, impostos, luz, conservação); 
(custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento). 
Existem duas variáveis que aumentam esses custos, que são a quantidade em estoque e o tempo de permanência em estoque. Grandes quantidades em estoque tendem a gerar maiores custos, no entanto também existem custos inerentes à falta de estoques, conforme veremos adiante.
3.4.1. Custos inerentes à falta de estoques
Com a modificação dos paradigmas que norteiam a gestão de estoques, a quantidade de mercadoria passou a ser considerada um custo em decorrência do capital empatado nessas mercadorias. Com isso, a tendência natural é de que se procure comprar o mínimo possível, porém, ao pensar desse modo, o administrador precisa levar em consideração os custos que poderão surgir como decorrência direta dessa estratégia.
Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor. Podemos determinar os custos de falta de estoques ou custo de ruptura das seguintes maneiras: 
( Por meio de lucros cessantes, devido à incapacidade do fornecimento. Perdas de lucros, com cancelamentos de pedidos; 
( Por meio de custeios adicionais, causados pelos fornecimentos em substituição com material de terceiros; 
( Por meio de custeios causados pelo não-cumprimento dos prazos contratuais, como multas, prejuízos, bloqueios de reajuste; 
( Por meio do aumento dos custos de pedido e dos fretes conseqüentes do aumento de lotes encomendados; 
( Por meio da quebra da imagem da empresa, e, em conseqüência, beneficiando a imagem do concorrente. 
3.4.2. Custos inerentes ao excesso de estoques
O processo de desenvolvimento industrial, intensificando a concorrência em todas as áreas, faz com que o empresário ataque decididamente a minimização dos custos. Entre os custos que afetam diretamente a rentabilidade, é o custo decorrente da estocagem e armazenamento dos materiais. 
Até alguns anos atrás eram poucas as empresas que se preocupavam de modo particular com seus estoques. A grande preocupação era minimizar os custos de fabricação através do aumento da produção; os custos de produção baixavam, mas, em contrapartida, os problemas começaram a surgir na área de armazenamento da produção. 
O custo de armazenagem que antes parecia pequeno, ou sem importância, era na realidade um custo considerável, tendo-se em vista que representava uma parcela de grande valor e cuja redução iria incidir diretamente no custo total de empresa, e, conseqüentemente, era uma arma poderosa para enfrentar a concorrência. 
No caso dos custos de estoque alto, precisamos avaliá-los por duas vertentes distintas:
A QUANTIDADE DA MERCADORIA EM ESTOQUE E O TEMPO DE SUA PERMANÊNCIA EM ESTOQUE.
Cada uma dessas vertentesirá gerar custos específicos, que somados podem onerar a empresa consideravelmente. 
Dentre os custos inerentes aos estoques altos podemos considerar: 
( Custos de pessoal: grandes quantidades de estoque somente podem ser manuseadas por um número maior de colaboradores; 
( Custos de equipamentos: as grandes quantidades normalmente exigem equipamentos específicos ou em maior quantidade; 
( Custos de instalações: quanto maior for maior seu estoque, maiores deverão ser as instalações que os abrigam; 
 ( Custos de manutenção: a idéia de manutenção também segue o raciocínio anterior; 
No que concerne ao tempo de mercadoria parada no estoque, incorrem os seguintes custos: 
( Custos de deterioração: fácil de ser identificado quando se trata de produtos alimentícios; 
( Custos de obsolescência: o produto sai de linha, ou de produção e você o tem em grande quantidade em estoque; 
( Custos de danificação: o material que fica por muito tempo em estoque corre o risco de se quebrar, ou de ter a sua embalagem danificada pelo tempo. 
4. Teoria na Prática 
“EXTRA INVESTE EM HIPERMERCADO COMPACTO”
Um novo modelo de hipermercado compacto, de custo menor e estoque mais ajustado, irá ser testado pela rede Extra, do Grupo Pão de Açúcar, na zona leste de São Paulo - SP. A nova loja da rede, além de menor, com 5. 500 metros quadrados de área – em média as últimas lojas inauguradas do Extra ocupam um espaço de 9000 metros quadrados – usará inovações tecnológicas, como sistema de radiofreqüência e um scanner para ler preços de produtos no carrinho, que descarrega o valor da compra de uma só vez no caixa, reduzindo filas. 
O novo formato intermediário de hiper, de custo reduzido, será mais uma opção de loja estratégica para o Grupo Pão de Açúcar que pode acelerar seu projeto de expansão. O hipermercado compacto é uma tendência do setor, porque os terrenos grandes estão cada vez mais escassos e têm custo muito alto, a concorrência entre os hiper é maior e o giro dos produtos nas lojas muito mais rápido, o que não exige áreas enormes para estoques. 
O Carrefour, maior concorrente do Extra, já vem reduzindo sua área de loja desde o segundo semestre do ano passado (2002). As cinco lojas do Carrefour inauguradas este ao têm em média 8000 metros quadrados. As mais antigas ocupam espaços de 13000 metros quadrados. 
O Extra hoje tem apenas três hipermercados com tamanho próximo ao da loja de São Paulo. Mas são unidades adaptadas da antiga Rede Barateiro, comprada pelo Pão de Açúcar. 
O Extra São Miguel custou R$ 15 milhões, terá 30 caixas e 50 mil itens à venda, o dobro de um supermercado padrão. Um Extra clássico exige um investimento em obras em torno de R$ 25 milhões, trabalha em média com 50 caixas e um estoque de 70 mil a 80 mil itens. 
Um dos seus concorrentes mais próximos na região, o Supermercado Rossi, com 22 caixas, aguarda a abertura do Extra com preocupação. “No primeiro e segundo mês poderemos perder consumidores. Afinal eles são a novidade no bairro. Depois vamos ver como fica a briga de preços”, diz gerente. 
Fonte: O Estado de São Paulo, Economia, 20 de novembro 2003. disponível em <www. Estadao. Com. Br>
5. Recapitulando 
Bem, caro aluno, pelo que foi visto até agora já deu para perceber a importância da gestão de estoques, como o setor é importante para que a empresa como um todo tenha uma boa “saúde econômico-financeira’”. Acredito também que você tenha percebido que a gestão de estoques deixou de ser algo empírico para se tornar um instrumento de precisão que necessita estar muito bem regulado e definido para conseguirmos atingir a “acurácia” desejada. 
Quanto ao cotidiano dos estoques, o uso de processos de racionalização de estocagem nos obriga a repensar a utilização dos espaços disponíveis, fazendo com que novos equipamentos de armazenagem sejam utilizados, bem como seja desenvolvida uma nova forma de aproveitamento dos equipamentos existentes. 
Por último, porém não menos importante, temos de nos lembrar da questão dos custos. É comum as pessoas se preocuparem com os custos que são derivados dos estoques altos, mas aqui você viu com a gente que trabalhar com estoques baixos também é oneroso, muitas vezes com implicações mais danosas para as empresas. 
A pergunta que você poderá fazer é: 
QUAL É A MELHOR ESTRATÉGIA A SER ADOTADA?
A resposta que tenho para esse questionamento é a seguinte: 
NÃO EXISTE ESTRATÉGIA PREDEFINIDA E CORRETA!
São os aspectos mais abrangentes da empresa como um todo é que definirão qual a melhor maneira de se lidar com os valores empatados no estoque. Mas em quaisquer circunstâncias, o que vai ajudá-lo a tomar a decisão são os conceitos que você aprendeu nesta unidade. 
S U C E S S O ! ! !
6. Amplie seus Conhecimentos 
Para você ter outras visões do assunto “gestão de estoques” , ou se tiver interesse em aprofundá-lo, seguem alguns sites: 
No www. cezarsucupira. com. Br, tem uma análise geral sobre gestão de estoques no varejo com comentários sobre a influência dos estoques nos outros setores da empresa. 
Em www. cel. coppead. ufrj. br – artigos, você encontrará uma série de artigos sobre diversos assuntos na área de materiais envolvendo: logística, tomada de decisão, canais de distribuição, processo de compras, etc. 
A tese de mestrado de Marcos Rogério Campos, contido no site www. unitar. br, aborda, entre outros assuntos, a finalidade dos estoques, bem como a importância de se ter condições de rastrear itens em estoque. 
7. Referências
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial. São Paulo, Atlas, 1995. 
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva. 2006. 509 p. 
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais, princípios conceitos e gestão. São Paulo: Atlas. 2006. 336 p. 
MARTINS, Petrônio Garcia e ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva. 2006, 441 p. 
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil, gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000. 388 p. 
SCHRUM, L. (2004). Tecnologia para educadores: desenvolvimento, estratégias e oportunidades. Ministério da Educação e Cultura. Disponível em:<http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/livro11.pdf >. Acesso em 20/05/2004.
Unidade 2: Função Logística
1. Nosso Tema
Nesta unidade, vamos falar de logística e da sua importância junto à função estoque. 
A logística não se restringe ao setor de compras ou de estoques, ele na verdade é o grande “alinhavador” de todo o processo de negócios da empresa. Vamos encontrar a logística nas vendas, nas compras, no setor financeiro e até mesmo na diretoria. 
É um assunto muito amplo, que não temos a pretensão de esgotá-lo nesse nosso “bate-papo”. Caso você tenha interesse em aprofundar um pouco mais nesse assunto, tenho algumas dicas de site interessantes para serem navegados. 
Aqui também abordaremos um conceito relativamente novo e que vem ganhando cada vez mais adeptos no varejo, é a idéia do ECR (Efficient Consumer Response) ou Resposta Eficiente ao Consumidor. 
O conceito de ECR tem tudo a ver com as atuais tendências de mercado, em que se pretende estimular as parcerias e as co-responsabilidades visando satisfazer plenamente as necessidades dos clientes que se apresentam cada vez mais exigentes. 
Para que esse conceito saia do Plano Conceitual e entre efetivamente nos parâmetros operacionais das empresas envolvidas, é necessário que a logística desenvolvida seja efetivamente aplicada. 
Se a logística nas empresas como um todo é importante, no setor de estoques ela passa a ter um perfil de fundamental relevância, uma vez que vamos lidar nesse setor com produtos que sempre estarão em transito, com risco de perecibilidade e também de perdas ocasionadas por manuseio indevido. 
Dessa forma, só nos resta entender como utilizar, da melhor maneira possível, a logística na gestão de estoques. 
SEJA BEM VINDO! !
2. Para Refletir
“NÃO VENDEMOS APENAS PRODUTOS. NA REALIDADE PRODUZIMOS CLIENTES ENCANTADOS”
 Funcionários da Milliken, uma empresa têxtilnorte-americana
“VOCÊ NUNCA”FECHA” UMA VENDA, NA REALIDADE VOCÊ ABRE UMA NOVA RELAÇÃO A LONGO PRAZO”
 Dennis Waittley
“AS IDÉIAS NADA PODEM REALIZAR. PARA REALIZAR AS IDÉIAS SÃO NECESSÁRIOS HOMENS QUE PONHAM A FUNCIONAR UMA FORÇA PRÁTICA”.
Com base nos conceitos de logística no estoque, procure responder às seguintes questões: 
1) Qual a importância dos estoques para que a primeira assertiva se torne realidade e não um mero discurso? 
2) Como a logística pode fazer com que as afirmações acima se tornem uma realidade? 
3) Quais são os cuidados que devemos ter para que a 2a afirmativa seja verdadeira, utilizando apenas os princípios preconizados pelo ECR? 
3. Conteúdo Didático
3.1. Definição e finalidade
A ciência da logística tem a sua origem na guerra. Uma das definições que encontramos no dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa (1994) é a seguinte:
Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de projetos e desenvolvimento dos mesmos visando à obtenção, ao armazenamento, ao transporte, à distribuição, à reparação, à manutenção e à evacuação de material (para fins operativos ou administrativos)
Se você gosta de história, temos dois exemplos de generais imbatíveis que foram derrotados pela falta de logística em seus exércitos lutando contra o mesmo país e perdendo para o mesmo inimigo em situações semelhantes. 
Esses generais foram Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler que, ao tentarem invadir a Rússia, foram derrotados não pelas tropas inimigas, mas sim pelo inverno extremamente rigoroso do país. Acontece que ambos não estavam preparados para enfrentar um frio tão intenso (eles tentaram invadir a Rússia no final do verão) e seus exércitos estavam com roupas relativamente leves e com mantimentos não especificados para o inverno. 
Da mesma maneira que os generais sofreram suas derrotas, na nossa empresa também podemos vir a nos defrontar com prejuízos consideráveis caso não venhamos a tomar cuidado com a nossa logística. 
Segundo Ballou (1995), a logística estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo para atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. No entanto, nem sempre ela foi encarada dessa forma. Antigamente, a logística era entendida apenas como forma de transporte ou de estrutura para abastecimento de uma linha de produção. 
Com a crise do petróleo nos fins da década de 70, o início dos anos 80 apresentou um novo perfil da logística. Agora, além das atividades tradicionalmente designadas, ela passou a ter a responsabilidade de auxiliar na administração integrada dos processos de suprimentos, produção e distribuição física. Com essa nova dimensão, a logística passou a ser vista como logística integrada. 
O resultado dessa mudança foi uma melhoria substancial no nível de produtividade, ao mesmo tempo em que se detectaram também melhorias substanciais no nível de atendimento aos clientes. Assim, a logística passou a ser considerada o melhor instrumento de interligação de toda a cadeia de negócios, envolvendo clientes, fornecedores e todos aqueles relacionados direta ou indiretamente com a organização. 
A logística pode ser o diferencial para a empresa se tornar competitiva e suas atividades primárias são: transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos. Envolve todo o movimento, desde a saída da cadeia de produção até os consumidores. Nesse contexto, o armazenamento é uma das atividades de apoio às atividades primárias.
Pelo que você pode ver, a logística está permeando toda a empresa e, além disso, ela liga a empresa como um todo, fornecendo a ela um perfil próprio e que acaba distinguindo a organização das suas semelhantes. 
A importância da logística pode ser medida numericamente. Para você ter uma idéia, segundo levantamento da Associação Européia de Logística, cerca de 10% do preço final de um produto representa o custo de logística da empresa com esse produto. 
Para se ter o desempenho da logística satisfatório é necessário o desenvolvimento de uma atividade que no Brasil não tem muitos adeptos, que é o planejamento. 
Por que faço essa afirmação?
Porque, no nosso país, fomos condicionados a agir de forma “reativa”, ou seja, esperamos primeiro que as coisas aconteçam para depois tomar as devidas providencias. 
Entretanto, quando estamos lidando com a questão de logística como um todo, a reatividade não tem lugar, uma vez que cada medida tomada sempre acaba repercutindo em outros setores da empresa. Assim, a forma mais acertada de se desenvolver o processo de logística de uma empresa é desenvolver simultaneamente a cultura da proatividade, cujo exemplo acabado é o planejamento das atividades. 
 Uma das características que diferenciam o novo empreendedor é a capacidade deste em planejar as atividades, visando com essa atitude tomar as decisões mais adequadas no momento correto e, assim, otimizar os recursos disponíveis. 
Para se desenvolver um planejamento seguro e de fácil acompanhamento, devem ser seguidas algumas regras, que são as seguintes: 
SIMPLES ( Fácil de se entender
CLARO ( Preciso e detalhado para evitar confusão
PRÁTICO ( Realista na aplicação e nas metas traçadas
FLEXÍVEL ( Adaptável a mudanças
COMPLETO ( Cubra todos os fatores significantes
OPERACIONAL ( Identificar responsabilidades de: quem faz, o que, quando, onde e como. 
Quando lidamos com a função logística, não podemos nos ater à relação “causa ( efeito”, porque toda e qualquer ação despenderá, necessariamente, de outras ações que validem a primeira ou que a auxiliem a ser desenvolvida.
Para você entender melhor esse conceito, vamos recorrer à definição proposta por Martins (2006, p. 330) de “dimensões” da Logística.
Segundo o autor, a logística tem três dimensões principais: uma dimensão de fluxo, onde estão englobados os processos de suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao cliente; uma outra dimensão de atividades, onde estariam inclusos os processos operacionais, administrativos, gerenciais e de engenharia; e, por fim, a dimensão de domínio,s onde estariam localizados a gestão de fluxos, tomada de decisão, gestão de recursos e o modelo organizacional. 
É importante sempre pensarmos a logística nesses termos, porque a cada ação desenvolvida neste universo não há o perigo de incorrermos na falha do “reducionismo”, em outras palavras, não devemos tomar decisões isoladas sem antes avaliar as conseqüências produzidas em todas as dimensões do processo logístico. 
A AÇÃO DA LOGÍSTICA EM UMA ORGANIZAÇÃO: 
 DIMENSÃO DE ATIVIDADES
 PROCESSOS OPERACIONAIS
 PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
 PROCESSOS GERENCIAIS
Se, por ventura, a empresa não atente para essa visão ampla, podem ocorrer os seguintes problemas: 
1) Empresas que não consideram a dimensão de fluxo:
 Existem algumas empresas que valorizam a tecnologia de informação, investindo satisfatoriamente em sistemas de informação, comércio eletrônico, etc., sendo também criteriosas no que tange à questão financeira. Porém, em decorrência do excesso de economia, ou da falta de visão holística do todo, não investem de forma suficiente na infra-estrutura da movimentação e estocagem dos produtos que vendem. O resultado dessa distorção é que acabam tendo sérias dificuldades no atendimento das necessidades dos clientes, pois esse desvio interfere diretamente na operacionalização do negócio, na qualidade dos produtos ofertados e no tempo de atendimento da demanda. 
2) Empresas que não consideram a dimensão de domínios:
Em uma situação como esta, a empresa investe grandes quantias na compra de modernas tecnologias de movimentação e estocagem de materiais, utilizando coerentemente os recursos financeiros. Entretanto, consideram desnecessário investir em tecnologia de informação, na maior parte das vezes por considerarem que já conhece suficiente omercado de atuação e que não terão necessidades diferentes das que já conhecem sobejamente e das quais já sabem as possíveis soluções. 
O resultado dessa atitude gera invariavelmente má ocupação dos recursos operacionais, falta de acuracidade na identificação das novas necessidades oriundas das inovações tecnológicas, falta de renovação de mercadorias em estoque, perda da sensibilidade de mercado, demora nas tomadas de decisões e a inevitável “perda do passo” em relação à concorrência direta e indireta, tornando-se totalmente defasada e, por esse motivo, acaba saindo do mercado.
3) Empresas que não consideram a dimensão de atividades: 
Nesse cenário, iremos encontrar as empresas obcecadas com a modernidade dos sistemas de movimentação e de armazenagem, bem como as tecnologias de informação disponíveis do mercado, normalmente são empresas que se preocupam com os modismos e com sua imagem perante a concorrência. 
Esses investimentos são necessários, porém precisam ser acompanhados de adequação dos colaboradores que irão lidar com as inovações no cotidiano. Um outro ponto que sempre deve ser levado em consideração é até que ponto essas inovações são necessárias para o melhor desempenho da empresa junto ao mercado-alvo, assim como se dispomos de recursos financeiros suficientes para a aquisição dessas inovações e em quanto tempo teremos o retorno do investimento despendido.
Em outras palavras: 
POR QUE COMPRAR UMA CALCULADORA CIENTÍFICA, SE PRECISO SOMENTE EXECUTAR AS 4 OPERAÇÕES BÁSICAS? 
Ao terminar esse assunto, gostaria de destacar os pontos centrais, pelos quais a logística deve sempre responder em qualquer empresa:
( Visão integrada e sistêmica de todos os processos da Empresa. A ausência desse conceito faz com que cada área / departamento da empresa pense e trabalhe de forma isolada. Isso gera conflitos internos por poder e faz com que os maiores concorrentes de uma empresa estejam dentro dela mesma;
(Fazer com que as "coisas" (materiais e informações) se movimentem o mais rápido possível, conseguindo assim otimizar os investimentos em ativos (estoques); 
(Enxergar toda a cadeia de suprimentos como parte importante do seu processo. Seus Fornecedores, Colaboradores, Comunidade e Clientes são como elos de uma corrente e estão intimamente interligados. Por isso, devemos sempre avaliar se suas necessidades e expectativas estão sendo plenamente atendidas; 
( O uso de sistemas de informação (ERP, WMS, TMS...) que forneçam suporte às decisões que precisam ser cada vez mais velozes num ambiente de incertezas e competição muito grande;
( O uso de sistemas de informação (ERP, WMS, TMS...) que forneçam suporte as decisões que precisam ser cada vez mais velozes e em um ambiente de incertezas e competição muito grande; 
( O aumento da colaboração entre Fornecedor e Consumidor através do compartilhamento de informações relevantes para o nível de serviço desejado.
3.2. Aplicação da logística na função estoque
Ao entrar neste tópico, você precisa lembrar que a finalidade das empresas sempre será de maximizar os lucros e, ao mesmo tempo, reduzir substancialmente os custos. 
Conforme já foi visto anteriormente, o setor de estoque apresenta-se como fator fundamental para que o empresário consiga atingir seus intentos, no entanto não basta controlar, administrar e saber o quê e quanto comprar, pois o estoque não é um setor “fim”, mas um setor “meio”. Para você entender melhor, dê uma olhada no esboço abaixo; 
 CONTAS A PAGAR
 COMPRAS ESTOQUE
 VENDAS
 CONTAS A RECEBER
Pelo esboço acima, fica claro que, se quisermos ter sucesso na gestão da empresa como um todo, não podemos tratar o estoque de forma isolada, sem se preocupar com os setores de compras e de vendas. 
Caso não tenhamos esse cuidado, o resultado poderá ser fatal tanto para o setor de contas a pagar quanto o de contas a receber, pois o valor do estoque não se restringe apenas ao capital empatado em mercadorias e guardado lá. Mas, sendo bem administrado, ele passa a ser considerado uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes diretos, na medida da rapidez de repostas que será possível dar ao cliente de forma eficiente. Essa medida é conhecida como ECR, ou Efficient Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Consumidor. 
O ECR resulta de uma parceria entre o varejo e o setor produtivo a ele vinculado, cujo objetivo final é otimizar e sincronizar a cadeia de valores, a qual partiria do produtor chegando até o consumidor final. 
As bases de desenvolvimento do ECR nas empresas estão alicerçadas em três pilares, que são: 
( ABASTECIMENTO CONTÍNUO E EFICIENTE
( MIX DE PRODUTOS EFICIENTE E COM RESPOSTA RÁPIDA DE AJUSTE
( PROMOÇAO EFICIENTE
( INTRODUÇÃO CONTÍNUA E EFICIENTE DE NOVOS PRODUTOS
Para Bertaglia (2006), devemos considerar dois aspectos na determinação da velocidade na reposta ao cliente, a qual é uma medida em que se contrapõe demanda x volume movimentado de produtos. 
Você pode perguntar: 
O que a logística tem a ver com tudo isso? 
O papel da logística passa a ter importância fundamental, uma vez que será por intermédio dela que os diversos setores envolvidos passam a “ter vida” de forma coesa e com auto sustentabilidade.
Para Dias (2006, p.14): 
“A cadeia de atendimento ao cliente deverá estar integrada, de forma que os custos não possam inviabilizar os negócios da empresa. Esse gerenciamento que é a Administração de Materiais está tomando uma forma mais ampla, com mais atribuições e responsabilidades, sendo chamada de logística”. 
“Um sistema logístico integrado que começa no planejamento das necessidades de materiais e termina com a colocação do produto acabado no cliente final deve ser desenvolvido dentro de uma realidade de vendas e com os recursos financeiros disponíveis. Esse sistema deve preocupar-se com um dos fatores básicos para o dimensionamento de estoques e com a eficácia do processo produtivo, que é o’ quando repor os estoques’, ao contrário do tradicional ’quanto comprar’”. 
POSSUIR A QUANTIDADE CERTA NO TEMPO ERRADO RESULTA EM NADA! 
A conclusão a que chegamos é que a logística está presente em todos os momentos da gestão de estoques. Quando digo “em todos os momentos”, afirmo que a logística começa na determinação do espaço físico ideal / disponível para o armazenamento do estoque; até a distribuição dos itens aos clientes finais. 
Ao tomarmos o espaço físico ideal /disponível, precisamos avaliar o quanto de itens podem ser guardados versus os itens que temos para vender. Precisamos também desenvolver um “layout” do setor de tal forma que seja otimizado os espaços disponíveis, visando com isso reduzir os custos de estocagem e do espaço utilizado. 
No processo de estocagem, a logística atua nos equipamentos que devem constar dentro do setor. Isso vai desde as calculadoras, equipamento de selagem que se fizerem necessários, etc., até computadores e seus respectivos programas de controle. 
Ainda nessa parte do processo de estocagem, devem ser incluídos os equipamentos de manuseio de cargas e os de controle de recebimento. 
Quanto ao local em que os produtos deverão ficar guardados, a logística também interfere, pois ela é a responsável por dizer se iremos utilizar gôndolas ou prateleiras, paletes de duas ou quatro entradas, de uma ou duas faces, hacks, etc. 
E no momento de saída dos produtos do estoque, quer seja para a produção, ou para o cliente; a responsabilidade de como isso será feito também cabe ao setor de logística que definirá o tipo de veículo a ser utilizado – carro, motos, caminhão – para a entrega ao cliente. Também é de responsabilidade dela definir os critérios de distribuiçãodos produtos, quer seja por roteiros pré-definidos e sendo como serão definidos; ou não.
Retornaremos a esse assunto quando formos falar dos canais de distribuição na função compras. 
Você pode chegar à conclusão de que a administração de estoques, atualmente chega a ser considerada quase uma arte, e a grande ferramenta de auxilio para o desempenho dessa difícil empreitada é a logística.
Uma “tentação” que poderá acometê-lo é pensar que, se a estocagem é tão onerosa e trabalhosa, por que não trabalhar sem estoques, adotando o modelo preconizado pelo Just-in-time? 
Para diminuir essa vontade, vamos nos basear no artigo de José Mauricio Banzato, diretor da IMAM Consultoria Ltda, que se encontra no site www. portaldelogística. com. br. 
Segundo esse consultor especializado em logística, ela ainda tem uma grande importância dentro do cenário varejista. A serventia da armazenagem apresentada pelo autor é a de conseguir consolidar o relacionamento com diversos fornecedores, sendo também fundamental na divisão do que e do quanto fornecer para as lojas de varejo. 
Para se atingir esse objetivo, são necessários armazéns próprios, desenvolvidos sob orientação de projetos próprios, contemplando nesse momento os dispositivos específicos visando propiciar uma reposição rápida aos setores que demandam os produtos. 
Para se atingir essa competência de fornecimento, torna-se necessário o desenvolvimento de processos de automação dos estoques. Entretanto, as primeiras automações de estoques se deram no início da década de 60, muitos administradores, ainda hoje, apresentam relutância em aplicar os procedimentos. Essa resistência pauta-se em dois argumentos de peso, que são o alto custo de automação e a continuidade do número elevado de erros no sortimento de mercadorias, mesmo o estoque estando automatizado. 
Um setor de estoques que seja bem projetado, de tal forma que tenha condições de movimentar o fluxo de entrada de mercadorias, consiga disponibilizar rapidamente esses produtos nas prateleiras, gôndolas ou paletes, alimentando ao mesmo tempo software correspondente, e, ao mesmo tempo, desenvolva um fluxo de saída rápido, continuo e confiável, acaba gerando redução de custos importantes, e, mais do que isso, se torna uma arma de grande força perante a concorrência em uma época em que literalmente “tempo é dinheiro”. 
É interessante a analogia feita pelo autor, em que ele compara o estoque como um pulmão da empresa, pois é graças a esse setor que a empresa pode desenvolver um certo “fôlego” para ter sucesso no mercado onde atua. 
Na contramão desse raciocínio, apresenta-se a tendência de redução dos estoques visando otimizar os custos, ao mesmo tempo em que se tenta fazer um repasse de estoques do varejo para os distribuidores e fabricantes em geral, tendo como propósito reduzir seus próprios custos.
Essa “queda-de-braço” entre os elementos da cadeia de distribuição talvez não seja tão atual, tendo sido mudado apenas o foco de atenção. 
Como exemplo, podemos citar uma tendência desenvolvida no inicio dos anos 60, era o conceito chamado de “slim” e que varreu o mundo do varejo. 
Segundo esse conceito, os produtos que se encontrassem no fundo das lojas não teriam venda. Assim, a solução era remodelar as lojas de tal forma que ficassem o menos profunda possível, ampliando o espaço da frente das lojas. 
Todos os conceitos novos têm a tendência de serem entendidos de forma exagerada, e, por esse motivo, propenso a falhas. Pois bem, no caso do “slim” constatou-se que o problema não era o dimensionamento físico da loja, mas sim a falta de atenção dos comerciantes na oferta e nos cuidados de venda dos produtos que não ficassem ao alcance dos seus olhos. 
Agora, a história se repete. Algumas lojas pretendem simplesmente eliminar seus estoques de controle, eliminando dessa forma seus “pulmões” e pretendem confiar nas entregas programadas dos seus fornecedores. 
É interessante fazer uma reflexão sobre a seguinte afirmação: 
PIONEIRISMO, ANTES DE TODA REESTRURAÇÃO COMPROVADA TIVER SIDO APLICADA, É IRRESPONSÁVEL! 
 Para Banzato, a conclusão acima está pautada em dois motivos principais:
1) Pioneirismo é caro. Novas técnicas e procedimentos raramente funcionam da primeira vez que são tentados. Fazer um protótipo é obrigatório. Os responsáveis pela logística recorrem ao custo da indecisão quando exercem o papel de Cristóvão Colombo, em vez de estudar, aprender e avaliar soluções conhecidas e depois explicar à alta administração para aprovação.
2) Não existe referencial de comprovação. Muitas das histórias de sucesso falam de empresas que ainda não aplicaram e dominaram ferramentas e técnicas já em utilização por outros negócios. 
O papel que cabe à logística é que ela deve estudar, avaliar e apresentar resultados consistentes antes de promoverem mudanças tanto operacionais, quanto conceituais na gestão dos estoques. 
4. Teoria na Prática
“BIC E MARTINS: REPOSIÇÃO CONTÍNUA”
A multinacional francesa BIC, produtora de canetas, isqueiros e barbeadores, sempre contou com a força do setor de distribuição para alcançar e manter a sua posição privilegiada nos mercados do Brasil. 
Com o objetivo de aumentar vendas e distribuição e melhorar os serviços aos pequenos pontos de vendas em todo o país, a BIC e a MARTINS aliaram-se em um projeto inovador. As duas empresas desenvolveram e implementaram um projeto de reposição contínua, incluindo a troca de informações de estoques e ajustes diários entre a Demanda do Martins e o suprimento da Bic. 
Essa pratica elevou o nível de serviço, saltando de 80% para aproximadamente 95%. Foi obtido expressivo ganho na cobertura do estoque, ocorrendo uma redução significativa de 40 dias para apenas 7 dias. Outro indicador importante foi a redução do ciclo de geração do pedido, reduzido de 8 para apenas 1 dia. 
Esse é um conceito de colaboração que requer esforço de todos os componentes da cadeia. . 
Outros fatores fundamentais no projeto foram o compromisso gerencial de ambas as organizações, a escolha de líderes capazes, experientes e com visão de negócio e, finalmente, a utilização pratica de conceitos que há tempos vem sendo apregoados, mas que poucas organizações tem tido a oportunidade de implementar.
Fonte: BERTAGLIA, Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento, São Paulo, Saraiva, 2006, p. 205. 
5. Recapitulando 
Neste unidade, você entendeu um pouco de logística, quais as suas origens e como ela tem sido utilizada atualmente na empresa em todos os setores. 
Você também teve a oportunidade de avaliar a aplicação da logística especificamente nos setores de estoque da empresa como um todo, e quais as implicações de seu uso correto para o desenvolvimento do ECR. 
Teve ainda uma noção do significado da logística na operacionalização dos estoques, onde ela entra e quais são as suas responsabilidades. 
S U C E S S O ! ! !
6. Amplie seus Conhecimentos 
Para você ampliar seus conhecimentos e matar uma possível curiosidade sobre esse assunto interessante, seguem alguns sites de pesquisa: 
No www.guiadelogistica.com.br, você encontrará assuntos e reportagens sobre a logística em suas mais diversas aplicações. 
Em www.culog.net,você terá acesso a uma revista eletrônica que aborda diversos assuntos somente sobre logística. 
Para ter uma visão geral e análise dos pontos positivos e negativos do conceito de ECR – resposta eficiente ao consumidor, acesse o site www. portaldelogistica. adm. br. 
O site www.logweb.com.br apresenta uma série de artigos sobre logística, estoques e a correlação entre ambos. 
7. Referências
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1995. 
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. 509 p. 
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais, princípios conceitos e gestão. São Paulo: Atlas, 2006. 336 p. 
MARTINS, Petrônio Garcia e ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2006, 441 p. 
PARENTE,Juracy. Varejo no Brasil, gestão e estratégia. São Paulo: Atlas, 2000. 388 p.
Unidade 3: Função Compras
1. Nosso Tema
Nesta aula, iremos abordar a função compras, como ela é vista dentro do contexto empresarial, quais são as suas responsabilidades e o que se espera dela, visando não só melhorar performance do estoque, mas também desenvolver uma sistemática segura, flexível e que se ajuste à realidade das empresas. 
Vamos desenvolver uma abordagem diferente, mais próxima do cenário atual das empresas, qual seja a de abordar a função compras dentro da visão dos canais de distribuição. 
Os canais de distribuição é uma parte dos estudos de vendas e de marketing, porém, como a nossa proposta é de aproximar esses dois setores o máximo possível do setor de compras, porque os dois são intimamente interligados, vamos mostrar a você a interferência direta que eles produzem na definição do que comprar, quanto comprar e como comprar. Além de lembrá-lo da importância desse quesito no momento de definir quais serão os nossos fornecedores principais e os secundários. 
SEJA BEM-VINDO! !
2. Nosso Tema
 “A FUNÇÃO DE COMPRAR É QUASE TÃO ANTIGA QUANTO A HISTÓRIA DO HOMEM”
Wilbur B. England (1973)
“CADA NOVO AVANÇO NA ARTE E CIÊNCIA DAS COMPRAS TEM SE APOIADO SOBRE SÓLIDAS BASES”
Stuart F. Heinritz(1977)
Com base nas afirmações acima, reflita sobre as seguintes questões: 
1) Como uma atividade tão antiga quanto a de comprar precisa ser ainda nos dias de hoje ser estudada e ajustada? 
2) Pode uma área ser considerada, ao mesmo tempo, arte e ciência? Por quê?
3) Quais são as formas que podemos usar para ajustar a função compras à atualidade?
3. Conteúdo Didático 
3.1. Uma nova visão do setor de compras
Da mesma forma que o setor de estoques sofreu uma enorme mudança com a alteração dos paradigmas que norteiam a gestão de uma empresa, o setor de compras também se viu impelido a se adequar às novas exigências das empresas. 
Assim, se antes a função compras se resumia praticamente a repor as mercadorias que haviam sido vendidas durante determinado período, atualmente essa função está intimamente ligada aos fatores de redução de custos, aumento de competitividade e maior inserção da empresa junto ao mercado consumidor. 
Nos dias de hoje, tanto as compras como os estoques são considerados como “pontos-chave” de qualquer empresa varejista, pois essas duas funções são as responsáveis pelo maior volume de movimentação do capital dentro da empresa. Quer seja em termos de custos quer seja em termos de imobilização, pois se de um lado os estoques são os responsáveis maiores pela imobilização de um capital que se mostra a cada dia mais escasso, são as compras que se apresentam como o maior setor de despesas dentro de qualquer empresa, na medida em que é ela a responsável primeira pelo surgimento de duplicatas e boletos a serem pagos pelo setor financeiro. 
Graças a essa nova importância adquirida, ambas as funções passaram a receber uma atenção toda especial por parte dos administradores de empresas do varejo. 
Dentro desse novo cenário, DIAS (2006, p.236) afirma que os objetivos básicos da função compras atualmente é: 
( Obter fluxo contínuo de suprimentos; 
( Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado o mínimo de investimento com o máximo de retorno; 
( Comprar produtos aos menores preços, obedecendo a padrões de quantidade e de qualidade pré-definidos; 
( Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honrada as melhores condições para a empresa. 
3.2. As atividades da função compras
 Com base no que foi dito no tópico anterior, as atividades da função compras não se restringem mais ao simples “repor o que foi vendido”. 
Esse setor, dentro da expectativa criada pelos novos paradigmas, assumiu uma série de responsabilidades. Em linhas gerais, primordialmente podemos considerar, segundo Dias (2006, p.236) como responsabilidade da função compras: 
( pesquisa;
( aquisição; 
 ( administração;
( controles.
Preparado para conhecer cada um deles?
3.2.1. A Pesquisa e a Aquisição
Atualmente, a pesquisa se tornou a “pedra-angular” para o sucesso de qualquer processo de compras. 
Muitos dos antigos compradores tinham em folhas de caderno ou, então, na sua própria memória meia dúzia de nomes de fornecedores e a eles recorriam quando queriam fazer uma compra. 
Hoje, em decorrência da violenta concorrência que se encontra em praticamente todos os setores, o surgimento de novos fornecedores passou a ser quase que diariamente, obrigando-nos, portanto, a estar sempre atualizado com o que o mercado nos oferece em termos de novas empresas. 
Fica claro que o comprador necessita desenvolver estratégias específicas para que tenha contato permanente com fornecedores potenciais. 
Uma das fontes interessantes a serem utilizadas na prospecção de novos fornecedores são as feiras especializadas no ramo de atividade. Para muitos dos compradores visitar feiras é mera perda de tempo, tempo esse que eles realmente não tem, uma vez que é absorvido nas atividades burocráticas da sua função. 
Entretanto, há de se considerar que, na verdade, ninguém tem tempo! Ou seja, você utiliza o tempo que lhe é disponibilizado conforme prioriza as suas atividades. Caso considere que preencher papel é mais importante do que descobrir novos fornecedores e que, provavelmente, irão lhe trazer maior lucratividade, então a atividade de prospecção realmente será relegada ao segundo plano.
Outra fonte interessante a ser utilizada nas suas pesquisas sobre novos fornecedores é a própria concorrência, que muitas vezes consegue praticar preços melhores que os nossos em produtos similares, graças a fornecedores diferentes dos nossos. 
É interessante também mantermos a assinatura de revistas especializadas onde muitas empresas anunciam. Pode ser que encontremos nessa fonte algo interessante. 
Existe ainda muita confusão nas empresas sobre qual é o número ideal de fornecedores para cada produto. Em algumas, é obrigatório ter dois fornecedores, em outras três, e por aí vai. 
A consideração que faço é que não existe um número ideal para fornecedores, mas que exista a qualidade ideal para que as empresas sejam suas fornecedoras. 
Não adianta absolutamente coisa alguma você ter dez fornecedores que não respeitam os prazos, cuja qualidade dos produtos adquiridos deixa a desejar ou que o vendedor passa uma vez na vida e outra na morte, obrigando-o a fazer verdadeiros malabarismos toda vez que precisa comprar alguma coisa dele. 
É muito mais importante termos fornecedores que se identificam com a nossa realidade, com a cultura da nossa empresa e que se mostram interessados em ter a nossa empresa como sua cliente. 
Assim, quando você for se relacionar ou procurar um fornecedor, tenha sempre uma lista do que você considera como sendo importante no relacionamento e o avalie sempre também sob esse quesito.
Já em se tratando de aquisição, esse é o momento em que efetivamente vamos adquirir as mercadorias de que a nossa empresa necessita. É importante lembrar que você está trabalhando com um dinheiro que não é seu, portanto deverá prestar contas do que, como e por que foi gasto. 
Muitas vezes o capital de giro da empresa é escasso, quer dizer, o dinheiro destinado à compra das mercadorias é menor que a necessidade, dessa forma você precisa saber muito bem onde vai aplicá-lo. 
Durante esse processo, o comprador tem por obrigação conferir as solicitações de compras, confirmando a sua aquisição. 
Ainda cabe aqui a necessidade de o comprador conhecer realmente o que está comprando para poder avaliar a qualidade do que está sendo fornecido, além de conhecer a possibilidade de produtos alternativos visando estar preparado para a eventualidade do mercado não disponibilizar aquele produto específico que está sendo demandado. 
É interessante, sempre que houver a possibilidade, dois ou mais fornecedores para um mesmo produto. Ao agir assim, evitamos ficar “refém” de um único fornecedor, situação que nos obriga muitas vezes a assumirmos custosque não são necessários.
3.2.2. A administração e os Controles
Quando falamos em administração de compras, estamos dizendo em administração dos estoques em termos de controle. 
Cabe ao setor de compras avaliar o desempenho dos estoques como uma unidade fechada, significa que as ferramentas de gestão sobre as quais conversamos na função estoque são utilizadas neste momento. 
É de responsabilidade das compras avaliar permanentemente os produtos, para evitar tanto as possíveis rupturas como também os excessos e a possível obsolescência.
Em termos de estoques mínimos, cabe à função compras providenciar a reposição do produto, conforme regras e procedimentos predefinidos. 
Quanto aos excessos e aos produtos obsoletos, não basta suspender as compras desses produtos. O responsável precisa informar o mais rápido possível ao setor de vendas a ocorrência desses fatos para que eles desenvolvam ações que eliminem, ou na pior das hipóteses, minimizem essa situação. 
Essa estratégia é de fundamental importância e uma nova responsabilidade advém com a mudança dos paradigmas. 
Nunca é demais lembrar que: 
ESTOQUE PARADO É DINHEIRO PERDIDO!
E quanto aos controles? Cabem aos responsáveis pela função compras definir, implantar e implementar quais são as formas mais eficazes de controles a serem adotados.
Existe uma confusão entre os termos implantar e implementar e aqui é importante entendermos o significado de ambos. Segundo o dicionário eletrônico Aurélio: 
Implantar ( Introduzir; inaugurar; estabelecer. 
Implementar (Dar execução a (um plano, programa ou projeto). Levar à prática por meio de providências concretas.
Pelas definições acima, fica claro que as duas palavras não podem ser consideradas sinônimas. Na realidade, elas são complementares, não se implanta nada sem a sua conseqüente implementação. 
Você pode me questionar o motivo dessas considerações. Acontece que reside justamente aí um dos maiores problemas dos controles. 
As empresas: 
Preocupa-se em demasia com implantação de sistemas de controles, mas se esquecem de desenvolver sistemas de implementação!
Portanto, gostaria de dar uma “dica” para você. Não se preocupe em desenvolver um número elevado de controles. Procure implantar os controles que você terá condições de implementar posteriormente. 
Agindo dessa forma, a função compras se tornará mais enxuta, ágil e pronta a responder ao comportamento do mercado como um todo, e, ao mesmo tempo, você desenvolverá um sistema mais adequado à realidade da sua empresa, eliminando sensivelmente as perdas.
3.3. As diversas formas de aquisição
A globalização está em todos os lugares. Atualmente, não podemos mais ignorar esse fenômeno que, bem ou mal, afeta a todos nós. 
Esse comportamento se verifica também na função compras. Tanto as pequenas como as grandes empresas de varejo apresentam em seus pontos de venda produtos produzidos do outro lado do mundo, qualquer que seja seu ramo de atividade. 
Portanto, as formas de aquisição também tiveram de se ajustar a essa nova realidade e, como resultado, surgiram novas formas de aquisição de produtos. 
Mesmo que a gente não vá utilizar todas essas formas, entendo ser necessário tomar conhecimento delas, a fim de termos condições de avaliar qual ou quais são as maneiras mais adequadas à nossa realidade, pois a definição correta da estratégia de vendas pode fornecer uma grande vantagem competitiva.
Nunca é demais lembrar que atualmente os ganhos das empresas não são mais oriundos das vendas produzidas, mas sim das compras bem feitas, aliadas a uma administração lógica, proativa e voltada para a manutenção da empresa por um grande período. 
Muitas empresas com mais de uma filial vem apresentando a tendência de ter um setor de compras centralizado, em que são feitas as aquisições para toda a rede. 
Essa estratégia apresenta pontos positivos e negativos. Vejamos
	Pontos Positivos
	Pontos Negativos
	· A redução de custos operacionais; 
· Agilidade nas entregas, uma vez que o volume de compras feito é maior; 
· Aumento dos descontos em decorrência de um volume maior do pedido; 
· Facilidade no controle de qualidade dos produtos fornecidos; 
· Padronização dos produtos ofertados ao consumidor. 
	· Perda da possibilidade de se obter preços mais favoráveis de um pequeno fornecedor local; 
· Perda da identidade regional ou local em detrimento de uma padronização de produtos; 
· Falta de agilidade na reposição de mercadorias em virtude de problemas com a logística de distribuição; 
· Aumento dos custos de estocagem em virtude do grande volume de mercadorias a serem estocadas para serem distribuídas; 
· Aumento com os custos de logística de distribuição. 
Portanto, é interessante avaliarmos se é necessário efetivamente trabalharmos com o conceito de centro de distribuição, pois, a meu ver, ele se torna um empecilho para o atendimento personalizado e, muitas vezes, um aumento de custos desnecessário que irá “inchar” as despesas fixas que devemos pagar todo final de mês.
	Cotação tradicional
Essa é a maneira tradicional de compras e que, ainda hoje, é muito utilizada pelo varejo. 
Trata-se de se levantar possíveis fornecedores e solicitar de cada um deles o preço e o prazo, tanto de entrega quanto de pagamento de uma determinada quantidade de produtos a serem comprados. 
Tão logo se recebem as propostas, é feita uma avaliação e se elege o fornecedor que vier a apresentar as melhores condições de aquisição.
	EDI
O EDI ou electronic data interchange tem sido uma das formas de compras com o maior crescimento atualmente. 
Trata-se de uma tecnologia em que se mantém uma comunicação contínua entre a empresa compradora e seus fornecedores. É para onde as solicitações são enviadas diretamente ao fornecedor selecionado, sem a necessidade de todo o processo burocrático, bem como a eliminação virtual de todos os custos inerentes ao uso do papel. 
Esse sistema já vendo sendo utilizado a um tempo razoável, principalmente por parte dos grandes fornecedores, sendo inclusive o responsável pela implantação da filosofia do ECR (resposta eficiente ao consumidor), em que o principal interesse é de desenvolver uma relação de parceria entre as partes envolvidas. 
Alem do sistema tradicional, em que o computador do cliente está lidado diretamente aos computadores dos fornecedores, vem ganhando força a versão via Internet em que se apresenta uma maior redução dos custos. 
A grande vantagem desse sistema é que a relação entre a empresa compradora e a fornecedora altera o patamar de negociação, uma vez que ambas passam a negociar não pedido a pedido, mas sim por contratos de fornecimento o que acaba gerando confiabilidade contínua entre as partes envolvidas.
Um outro ponto a favor desse sistema reside na rapidez entre o levantamento da necessidade de aquisição e a entrega do produto demandado. Em tempos de estoques reduzidos, essa característica do sistema faz uma grande diferença.
	Internet
Com o advento da Internet, vêm se tornando cada vez mais comum e prático o uso do e-mail como forma de aquisição de uma série de produtos. Quando o utilizamos para fins comerciais, ele passa a ser conhecido como e-commerce. 
Essa forma de aquisição se mostra bastante atrativa em decorrência da facilidade de acesso, da disponibilidade de um numero imenso de pretensos fornecedores e dos baixos custos envolvidos no processo de solicitação dos produtos. 
Existem inclusive empresas que descobriram um novo “filão” de negócios que é de se proporem a procurarem na Internet, através do mundo todo, os melhores preços e as melhores condições de pagamento dos produtos mais variados. Ao acharem as melhores condições, elas entram em contato com os seus clientes e fazem a proposta de venda, intermediando assim o processo de aquisição e ganhando uma porcentagem como lucro. 
Como exemplos bastante comuns e que já se encontram solidamente no mercado, podemos citar o caso das livrarias virtuais, ou das compras dos próprios supermercados que dispõem para a sua clientela um

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