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Recursos materiais e patrimoniais - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Herbert Gonçalves Espuny
Colaboradores: Prof. Fabio Ricardo Brandão dos Santos
 Prof. André Galhardo Fernandes
Recursos Materiais 
e Patrimoniais
Professor conteudista: Herbert Gonçalves Espuny
Administrador registrado no Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), é graduado em Direito e foi 
aprovado no XXV Exame de Ordem Unificado da OAB. É doutor na área de Engenharia de Produção, área de concentração 
em Gestão de Sistemas de Operação e Linha de Pesquisa centrada nas Redes de Empresas e Planejamento da Produção, com 
pesquisa específica na área de Produção de Conhecimento Estratégico (Inteligência) pela Universidade Paulista – UNIP. É 
também mestre no Programa Interdisciplinar Adolescentes em Conflito com a Lei pela Universidade Bandeirante de São Paulo 
e especialista nas áreas de Segurança Empresarial (Universidade Anhembi-Morumbi), Segurança Pública (Fundação Escola 
de Sociologia e Política de São Paulo), Inteligência de Segurança Pública (Universidade Sul de Santa Catarina), Educação a 
Distância (Universidade Federal Fluminense) e História das Culturas Afro-Brasileiras (FTC). Está se especializando em Direito 
Constitucional e Administrativo e em Direito Corporativo e Compliance pela Escola Paulista de Direito (EPD). É membro 
da Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (Abraic) e da Associação Brasileira de Profissionais de 
Segurança (ABSEG).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
E77r Espuny, Herbert Gonçalves
Recursos Materiais e Patrimoniais. / Hebert Gonçalves Espuny. - 
São Paulo: Editora Sol, 2021.
104 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Gestão de estoques. 2. Gestão de compras. 3. Gestão de 
Patrimônio. I. Título
CDU 658.7
U512.09 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Vitor Andrade
Sumário
Recursos Materiais e Patrimoniais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 A ÁREA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO ..........................................................9
1.1 Conceitos iniciais .....................................................................................................................................9
1.2 Noções históricas da administração de materiais .................................................................. 13
1.3 Visão sistêmica das organizações .................................................................................................. 16
1.3.1 Definições e conceitos .......................................................................................................................... 17
1.3.2 Recursos materiais e patrimoniais ................................................................................................... 17
1.3.3 Outros recursos: humano, capital e tecnológico ....................................................................... 18
2 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS .............................................................................................................. 21
2.1 Conceitos gerais .................................................................................................................................... 21
2.2 Aspectos importantes ......................................................................................................................... 23
2.2.1 Responsabilidades éticas e sociais ................................................................................................... 23
2.2.2 Qualidade ................................................................................................................................................... 25
3 GESTÃO DE ESTOQUES .................................................................................................................................. 26
3.1 Estoque de segurança ou estoque mínimo ............................................................................... 26
3.2 Tipos de estoques ................................................................................................................................. 29
3.3 Aspectos importantes no gerenciamento de estoques ........................................................ 31
3.4 Previsão de demanda .......................................................................................................................... 35
4 CUSTOS DE ESTOQUES .................................................................................................................................. 43
4.1 Custos de capital .................................................................................................................................. 43
4.2 Outros custos ......................................................................................................................................... 45
4.2.1 Custo de armazenagem ....................................................................................................................... 45
4.2.2 Custos com pessoal ................................................................................................................................ 47
4.2.3 Custos com edificação .......................................................................................................................... 48
4.2.4 Custos de manutenção ......................................................................................................................... 48
4.3 Ferramentas de otimização .............................................................................................................. 48
4.3.1 Just in Time – JIT ..................................................................................................................................... 48
4.3.2 Kanban ........................................................................................................................................................ 53
Unidade II
5 GESTÃO DE COMPRAS ................................................................................................................................... 60
5.1 Pontos principais da atividade de compras ............................................................................... 60
5.2 Objetivos da atividade de compras ............................................................................................... 64
5.3 Dicas para uma boa gestão de compras ..................................................................................... 66
6 COMPRAS NA ÁREA PÚBLICA ....................................................................................................................68
6.1 Tipos de licitação .................................................................................................................................. 70
6.2 Modalidades de licitação ................................................................................................................... 70
7 PONTOS COMPLEMENTARES DA GESTÃO DE PATRIMÔNIO ........................................................... 73
7.1 Inventário ................................................................................................................................................ 74
7.2 Propriedade intelectual ...................................................................................................................... 75
7.2.1 Proteção sui generis ............................................................................................................................ 81
8 BOAS PRÁTICAS E ÉTICA NOS NEGÓCIOS ............................................................................................. 81
8.1 Governança corporativa .................................................................................................................... 81
8.2 Compliance ............................................................................................................................................. 84
8.3 Ombudsman e outros ......................................................................................................................... 86
7
APRESENTAÇÃO
O mercado e as organizações passam por transformações profundas: novas técnicas, novas formas 
de desenvolvimento das diversas formas de gestão e a busca constante pela qualidade e excelência.
O gestor de materiais e patrimônio trabalha particularmente numa área multidisciplinar. Princípios 
de contabilidade, de direito e de administração estão na base de quem cuida dessa área.
O presente material permite que o aluno aprenda os princípios básicos de cada um desses temas, 
além de permitir que se aprofunde – através das diversas referências – na área que desejar e/ou 
necessitar. O material traz também uma série de conceitos importantes, que fazem parte da construção 
da imagem da organização no mercado, como o respeito estrito à legislação do consumidor e aos 
princípios da governança corporativa e do compliance. O aluno fará uma imersão nos temas relevantes 
desta disciplina, que vão capacitá-lo a enfrentar um mercado competitivo e dinâmico.
INTRODUÇÃO
De uma forma geral, todas as áreas de gestão estão vinculadas a algumas atividades básicas. Tais 
atividades são documentadas e estudadas pela ciência da administração.
Há várias nomenclaturas, mas a ideia central está baseada nos três passos que todo gestor 
precisa dominar:
• Planejar: o planejamento está baseado naquilo que se espera da atividade, no ponto em que se 
pretende chegar. O bom planejamento permite chegar ao objetivo de forma mais rápida e efetiva.
• Executar: é o próximo passo. Após planejar, seguindo os caminhos previamente traçados, o gestor 
deve dar andamento ao que previamente foi definido.
• Controlar: o controle está relacionado às fases anteriores. O planejamento foi bem realizado? 
Há pontos em que pode ser corrigido? Após analisar o planejamento, deve-se analisar também a 
execução. Os passos foram executados conforme o planejado? Algo deve ser tirado ou acrescentado?
Enfim, o gestor deve levar em conta que todas as atividades estão relacionadas aos três pilares 
mencionados. Neste livro-texto, o gestor obterá subsídios importantes para planejar, executar e controlar 
a importante área de materiais e patrimônio.
Detalhes essenciais: o conhecimento não se esgota. Além das informações obtidas neste material, 
lembre-se de consultar os links! Outro detalhe importante: as coisas mudam! Atualize-se constantemente!
9
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Unidade I
1 A ÁREA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO
É importante saber que a área da Administração de Materiais e Patrimônio tem relação com alguns 
conceitos importantes. A primeira ideia que o nome sugere é a de planejar, executar e controlar a área 
de materiais e patrimônio. Substituir a palavra administração pelos verbos planejar, executar e controlar 
caracteriza bem esta atividade. Observe estes conceitos:
• Planejar para que o dia a dia da empresa não se ressinta com a falta de materiais, por exemplo, 
para a fabricação de seus produtos.
• Executar é colocar em prática o que foi estabelecido no planejamento.
• Controlar é verificar se o planejamento está correto e se a execução também transcorreu sem 
qualquer problema. Se houve qualquer erro no planejamento ou na execução, o controle entra em 
cena, no sentido de corrigir o que for pertinente.
É necessário, também, compreender que a vida da organização depende, em boa parte, de providências 
adequadas por parte do gestor nessa área: providências mal tomadas, como estoques desorganizados, 
compras fora de prazos adequados e seleção deficiente de fornecedores podem, efetivamente, causar a 
perda de clientes e transformar qualquer empreendimento num grande fracasso.
Para evitar isso, esta disciplina proporcionará os conceitos e as ferramentas adequadas para uma 
excelente gestão de materiais e patrimônio! Mãos à obra!
1.1 Conceitos iniciais
A área abordada neste material está vinculada à atividade na “elaboração de um pedido de compras, ou 
ainda à determinação assertiva das quantidades adquiridas, evitando-se perdas por aquisições excessivas ou 
por desperdício de oportunidades devido a reposições insuficientes” (HARA, 2012, p. 13). Isso quer dizer que o 
gestor precisa saber quantificar adequadamente o que comprar, para usar e estocar de forma racional.
Administrar patrimônio e materiais é entender a importância desta área para a organização e, 
consequentemente, desenvolver uma rotina que propicie um funcionamento harmonizado e que atenda às 
necessidades. Um dos pontos mais importantes da administração de estoques é controlar seus níveis (POZO, 2010, 
p. 25). Esse processo influencia razoavelmente no desempenho e no resultado financeiro de toda a organização.
O controle de estoque recebe informações dos diversos setores da organização e, a partir de tais informações, 
consegue fazer o planejamento da área. Por exemplo, se a organização for uma indústria, o planejamento da 
10
Unidade I
produção é fundamental, pois envolve a compra de insumos, a programação do que será produzido e a própria 
comercialização dos produtos.
A área de Planejamento e Controle da Produção (PCP) deve estar constantemente monitorada pelo 
gestor de patrimônio e materiais, pois “um planejamento feito sem os devidos cuidados impossibilita a 
adequada coordenação das atividades afins” (POZO, 2010, p. 99). Em outras palavras, imagine um gestor 
que resolve adquirir um lote maior de insumos para um determinado produto que está sendo fabricado, 
apenas porque há uma promoção no preço desse insumo, sem pensar em outros fatores, como:
• local para o estoque adequado desse insumo;
• seu prazo de validade;
• possível substituição do item em função de atualização ou modernização do produto final.
Analisando apenas esses aspectos, entre outros possíveis, será que foi um bom negócio? Será que a 
economia feita no desconto do insumo não seria “perdida” com possíveis problemas ocasionados pelos 
outros itens analisados?
Como podemos perceber, a área de Administração de Materiais e Patrimônio exige que o gestor tenha 
visão sistêmica, ou seja, que não se concentre apenas em itens isolados. Essa visão sistêmica, ou visão do 
todo, permite evitar erros que podem ocasionar perda de faturamento ou gastos excessivos e desnecessários.
Pontos importantes a serem sempre observados:
• Administrar materiais e patrimônio é uma atividade contínua, que exige conhecimentos específicos.
• O gestor deve utilizar o planejamento como instrumento para minimizar problemas nas áreas que 
sustentam a organização, como a de suprimentos e fabricação.
• O planejamento,a execução e o controle devem ser utilizados harmonicamente, um 
complementando o outro.
 Saiba mais
Planejar é uma das mais importantes atividades da administração. Muito 
do sucesso de cada área da organização depende de um bom planejamento. 
Sobre o tema, leia o texto a seguir:
SOARES, D. Qual a importância do planejamento? Por que planejar? 
Administradores, 11 dez. 2016. Disponível em: https://bit.ly/3zzgghy. 
Acesso em: 12 dez. 2018.
11
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Observe a figura a seguir:
Figura 1 – Exemplo de supermercado
Observe que se trata de um supermercado. Veja a distribuição das mercadorias, por setores e a 
quantidade disponível de cada um dos itens. Essa distribuição e o estoque ali demonstrado não são 
aleatórios. O gestor responsável deve estar atento para uma série de detalhes: a quantidade média de 
vendas (para que o estoque seja adequado), o prazo de validade de cada mercadoria, a devida exposição 
no cenário de vendas, entre outras preocupações. O exemplo dado é apenas para caracterizar o que 
ocorre no campo do varejo.
Com as devidas variações e especificidades de cada área, os estudos também são importantes tanto 
na indústria como na prestação de serviços.
Na indústria, por exemplo, há estoques de diversas naturezas: há estoques de insumos, há estoques 
de produtos semiacabados (quando falta, por exemplo, uma peça específica para serem completados), 
há estoques de produtos acabados (prontos para serem entregues aos clientes), entre outros tipos de 
estoques específicos.
Na área de serviços, de acordo com as características da organização, pode haver estoques de 
máquinas e equipamentos utilizados num determinado serviço, além de insumos para eles e materiais 
necessários à prestação de determinado serviço (por exemplo, materiais de limpeza).
Agora, observe a figura seguir:
12
Unidade I
Figura 2 – Exemplo de indústria
A figura mostra um exemplo de indústria, no caso, de produtos de alta tecnologia. Observe que, nesse 
caso, as preocupações do gestor serão tanto com os estoques dos insumos utilizados na fabricação de 
cada produto como com o estoque de cada produto fabricado que será comercializado.
E, a propósito, insumo é todo o produto necessário para a fabricação do produto final. Por exemplo, 
determinada fábrica produz refresco de laranja. Quais são os insumos? Provavelmente, laranjas + água 
+ açúcar. Pode haver conservantes, também.
De forma geral, no mercado, insumo muitas vezes é o nome que se dá para a matéria-prima. Há, 
entretanto, aqueles que preferem distinguir um do outro: “matéria-prima é o material base de um 
produto. Insumo é o conjunto de todos os ‘fatores’ necessários para a fabricação de um produto” (PAULA, 
2013). Em outras palavras, matéria-prima faz parte do produto: por exemplo, o algodão, em relação ao 
tecido, ou a laranja, para o exemplo anterior do suco de laranja. Já o insumo é um componente, como a 
água para o refresco de laranja.
Observe aqui as diferenças: para o refresco de laranja (por exemplo, feito de água, laranjas 
e açúcar), a água e o açúcar são certamente os insumos. E a laranja? Há autores que entendem 
tratar-se de matéria-prima. Outros tratam por insumo, também. Portanto, o aluno precisa tomar o 
cuidado de identificar o que o autor quer dizer.
Na língua portuguesa, insumo e matéria-prima também têm definições parecidas. Observe as 
definições a seguir:
13
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Quadro 1 – Definições
Insumo Matéria-prima
Todo tipo de elemento que entra no 
processo de produção de mercadorias e/ou 
serviços, matérias-primas, equipamentos, 
capital, trabalho humano etc.; input.
1 Substância bruta principal, insumo básico 
a partir do qual se fabrica determinado 
produto ou bem.
2 FIG Aquilo a partir do qual se inicia 
alguma coisa que ainda se encontra em 
estado bruto; base, fundamento.
Fonte: Michaelis (1998).
Esses são apenas alguns conceitos básicos. No transcorrer das unidades que compõem esta disciplina, 
o aluno encontrará os principais conceitos de gestão que parametrizam a administração de materiais 
e patrimônio, além de ferramentas que possam auxiliar nesse processo, como fórmulas e cálculos que 
auxiliam na gestão de estoques, por exemplo.
 Lembrete
Gerir materiais é monitorar para nunca faltar o necessário, mas também 
evitar qualquer desperdício. A sazonalidade é um dos maiores desafios para 
a gestão de materiais. Um exemplo é a venda de sorvetes nas diferenças no 
verão e no inverno.
1.2 Noções históricas da administração de materiais
Administrar materiais e patrimônio não é exatamente uma atividade nova. Desde os tempos mais 
antigos há notícias de obras, grandes construções e atividades que necessitavam de princípios logísticos 
para serem viabilizadas. Note-se que para cada ramo de atividade, a administração sempre foi necessária.
A história da Administração iniciou-se num tempo muito remoto, mais 
precisamente no ano 5000 a.C, na Suméria, quando os antigos sumerianos 
procuravam melhorar a maneira de resolver seus problemas práticos, 
exercitando assim a arte de administrar.
Depois no Egito, Ptolomeu dimensionou um sistema econômico planejado 
que não poderia ter-se operacionalizado sem uma administração pública 
sistemática e organizada.
Em seguida, na China de 500 a.C, a necessidade de adotar um sistema 
organizado de governo para o império, a Constituição de Chow, com 
seus oito regulamentos e as Regras de Administração Pública de 
Confúcio exemplificam a tentativa chinesa de definir regras e princípios 
de administração.
14
Unidade I
Apontam-se, ainda, outras raízes históricas. As instituições otomanas, pela 
forma como eram administrados seus grandes feudos. Os prelados católicos, já 
na Idade Média, destacando-se como administradores natos. A Alemanha e a 
Áustria, de 1550 a 1700, através do aparecimento de um grupo de professores 
e administradores públicos chamados os fiscalistas ou cameralistas. Os 
mercantilistas ou fisiocratas franceses, que valorizavam a riqueza física e o 
Estado, pois ao lado das reformas fiscais preconizavam uma administração 
sistemática, especialmente no setor público (GOMES, 2005).
Os sumérios foram pioneiros por desenvolverem “barragens para impedir o avanço da água dos 
rios durante o período de cheia e por construírem reservatórios para armazenamento de água e canais 
de irrigação para utilização na agricultura e para o consumo em suas cidades” (SILVA, 2018). Essas 
atividades envolviam a administração adequada dos materiais utilizados nesses empreendimentos.
No Antigo Egito, os sacerdotes exerciam a função de administradores das riquezas dos faraós: “Os 
sacerdotes tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual como material, pois administravam as 
riquezas e os bens dos grandes e ricos templos. Eram também os sábios do Egito” (SILVA, 2009).
A China possui inúmeros exemplos em que a administração em geral e a administração de materiais 
e patrimônio, em particular, foram extremamente significativas, muito especialmente na construção de 
algumas obras, como a Muralha da China: “A gigantesca muralha da China foi construída no século III a.C., 
na dinastia Tsing, para defender o império chinês das invasões dos hunos. Ela mede aproximadamente 
2.400 km de comprimento e atualmente se tornou uma grande atração turística” (SILVA, 2009).
Assim, a administração de materiais passou por várias fases na história da humanidade. Três dessas 
fases merecem ainda destaque:
A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concorrência de 
mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo 
com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período 
foi marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação 
e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi 
em parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para 
[que] um estágio tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a 
ser vistossob outro prisma pelas administrações. A constante evolução fabril, 
o consumo, as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e novas 
tecnologias deram novo impulso à Administração de Materiais, fazendo com 
que a mesma fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes 
para o alcance dos objetivos de uma organização seja ela qualquer que fosse 
(FRANCISCHINI; GURGEL, 2002).
Além da Revolução Industrial, as fases da Primeira e Segunda Guerras Mundiais foram particularmente 
importantes no tocante aos aspectos logísticos em geral e nos aspectos de administração de materiais 
em particular, sejam materiais bélicos, sejam materiais de apoio para as tropas.
15
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Mais recentemente, Francischini e Gurgel (2002) estabeleceram algumas etapas importantes 
para a administração profissional de materiais nas organizações. Resgatando alguns conceitos 
mais modernos, observe-se que as fases especificadas a seguir não são necessariamente históricas, 
pois expressam situações que podem ser vividas por qualquer empresa atual, dependendo da 
sua estrutura:
• Fase da atividade exercida pelo proprietário: essa fase representa aquele que por conta 
própria fazia praticamente tudo; logo, a parte de administração de materiais também era exercida 
somente pelo dono. Comprar era a essência do negócio.
• Fase das compras integradas à produção: essa fase representa um período em que as compras 
estavam tão somente ligadas à área produtiva.
• Coordenação dos serviços envolvendo materiais: essa fase representa um avanço, pois a área 
de compras passa a ter uma visão sistêmica da organização. Ela começa com o planejamento 
das matérias-primas e a entrega dos produtos acabados, em uma organização independente da 
área produtiva.
• Fase da agregação à área logística: a área de compras passa a fazer parte das atividades 
logísticas, inclusive dando suporte também ao Marketing.
• Fase da administração de materiais: representa a fase atual. A administração de materiais está 
cada vez mais especializada.
O gestor deve observar em que fase a organização se encontra e se é possível promover 
melhorias pertinentes. Por exemplo, se uma determinada empresa está numa fase de crescimento 
e ainda se as compras de materiais estão nas mãos de uma única pessoa, tal situação pode 
representar um gargalo que prejudica a administração do setor e, consequentemente, de toda 
a organização.
 Saiba mais
Você sabe o que é um gargalo? Nas empresas, é algo que atrapalha a 
administração. Leia o artigo:
BUZZI, E. M.; RIBEIRO, M. E. O. R.; CARLESSO, R. E. C. A Teoria 
das Restrições na identificação de gargalos no setor produtivo: a 
indústria Uniformes 1000 Cores. [s.d.]. 
Disponível em: https://bit.ly/3zxpbA8 Acesso em: 28 out. 2018.
16
Unidade I
1.3 Visão sistêmica das organizações
Visão sistêmica tem a ver com a visão geral, a visão do todo. É muito importante que o gestor 
aprenda a analisar qualquer problema dentro desse conceito, senão, corre o risco de não adotar a 
solução correta. Por exemplo: houve um determinado fato dentro da empresa com a participação de 
quatro funcionários. É importante o gestor analisar os relatos dos quatro envolvidos, principalmente 
se houver diferentes interesses envolvidos, como uns acusando outros de irregularidades. Se o 
gestor ouvir apenas um funcionário, ou uma das partes, pode deixar de tomar as providências 
adequadas que o problema requer.
Karl Ludwig von Bertalanffy (1901-1972) foi o primeiro autor na área da Administração a conceituar 
a visão sistêmica, baseado na Teoria dos Sistemas. Bertalanffy foi biólogo e desenvolveu a Teoria Geral 
dos Sistemas, que
[...] constitui-se na busca da melhor compreensão e unificação dos 
conhecimentos de uma ampla variedade de áreas altamente especializadas. 
Para ele, não somente os pontos de vistas e os aspectos gerais são iguais 
em diferentes ciências, mas frequentemente encontramos leis formalmente 
idênticas em campos diferentes, que se aplicam a qualquer sistema, 
independentemente de suas propriedades específicas (COLOSSI; BAADE, 
2015, p. 11).
Derivada das concepções de Bertalanffy, a visão sistêmica busca entender a organização como um 
todo. Oderich, Avelino e Queiroz (2015, p. 32) comentam:
Sistema é um “todo”, conjunto de elementos inter-relacionados. Existem 
sistemas orgânicos, a exemplo do corpo humano, e sistemas inorgânicos, 
como um avião. Existem sistemas sociais, por exemplo, bairros, cidades, 
estados, países. Elementos agrupados por quaisquer afinidades formam 
subsistemas dentro de sistemas maiores, que, por sua vez, integram subsistemas 
de outros sistemas. O organismo vivo é a metáfora para a visão sistêmica, 
não mecanicista.
O gestor da área de materiais e patrimônio precisa trabalhar com visão sistêmica, pois suas decisões 
envolvem uma série de vertentes da organização, que interagem constantemente.
Essa visão sistêmica busca integrar os recursos de várias áreas, tais como os recursos materiais, os 
recursos patrimoniais, os recursos humanos e os recursos tecnológicos, entre outros.
A visão sistêmica é importante porque não adiantaria, por exemplo, ter equipamentos com alta 
tecnologia e de última geração (recursos materiais) se não houvesse pessoas qualificadas (recursos 
humanos) para operá-los, nem a organização contratar recursos humanos supercompetentes em operar 
recursos tecnológicos modernos se a organização não dispõe e não pretender adquirir tais recursos.
17
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
1.3.1 Definições e conceitos
Os bens de uma forma geral podem ser divididos em bens tangíveis e bens intangíveis, como pode ser 
observado no quadro a seguir. Os bens tangíveis são aqueles que podem ser tocados, ou seja, possuem 
materialidade. Já os bens intangíveis são incorpóreos.
Os recursos materiais da organização podem ser definidos como os bens tangíveis que ela possui e 
com os quais trabalha para desenvolver a sua produção.
Aqui cabe uma observação: normalmente, o gestor de materiais e patrimônio pode gerir tanto 
os bens materiais como imateriais. Isso depende muito do nível em que esteja inserido o gestor no 
contexto da organização. Por exemplo, uma editora trabalha com os direitos autorais, tanto dos autores 
que fomentam as obras como das edições patrocinadas pela editora. Esses são itens incorpóreos dos 
quais, muitas vezes, o gestor de patrimônio é o responsável pela administração. O mesmo ocorre com 
indústrias que trabalhem com produtos patenteados ou licenciados.
Mais adiante, serão abordadas essas formas de patrimônio, inclusive a legislação específica com a 
qual o gestor deve estar sempre atualizado, pois as leis e os regramentos mudam constantemente.
Quadro 2 – Bens tangíveis e intangíveis
Bens tangíveis Bens intangíveis
Também conhecidos como bens materiais, corpóreos.
Características: podem ser tocados. Possuem concretude 
física. Exemplos: objetos, automóveis, prédios etc.
Os bens tangíveis podem ser móveis ou imóveis.
Também conhecidos como bens imateriais, incorpóreos.
Características: não podem ser tocados. Não possuem 
concretude física. Exemplos: direitos autorais, softwares etc.
Os exemplos demonstrados no quadro explicam a divisão entre aqueles tangíveis e intangíveis. 
Observe, ainda, que os bens tangíveis podem fazer parte tanto dos aspectos materiais como dos aspectos 
patrimoniais da organização. Por exemplo, o prédio próprio em que está instalada a empresa é um 
recurso patrimonial. Já o estoque de matéria-prima é um recurso material. Isso será mais bem explicado 
logo a seguir.
1.3.2 Recursos materiais e patrimoniais
Ainda a respeito de conceitos iniciais, é importante que o aluno saiba que alguns autores podem 
não diferenciar recursos materiais daqueles considerados patrimoniais. Alguns tendem a utilizar o termo 
materiais para classificar todos os bens tangíveis de uma organização.
Por exemplo, Brandão (2010) classifica os recursos materiais da seguinte maneira: “são os recursos 
físicos, como edifícios,prédios, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, matérias-primas etc.”. 
Ou seja, é o conjunto do que se possui como propriedade e do que se possui como instrumentos para a 
produção (matéria-prima, equipamentos e máquinas). Assim, para essa autora não há diferença entre o 
que se pode classificar como material ou patrimonial.
18
Unidade I
Apesar disso, outros autores preferem a distinção entre materiais e patrimoniais, que permite uma 
análise mais diferenciada. Observe o quadro a seguir:
Quadro 3 – Recursos
Definição: sempre escassos. Precisam ser administrados.
Tipos: materiais, patrimoniais, humanos, tecnológicos e de capital.
Exemplos de recursos materiais Exemplos de recursos patrimoniais
• Matérias-primas
— Materiais de uso cotidiano
— Produtos acabados
— Produtos semiacabados
— Materiais auxiliares
• Prédios
• Galpões
• Máquinas e equipamentos
• Veículos
— Terrenos
Adaptado de: Felini (2013, p. 10).
Para completar o raciocínio, pode-se considerar, ainda, que alguns bens que fazem parte do 
patrimônio da organização podem não ser exatamente tangíveis (ou materiais), por exemplo, a 
marca ou uma patente. Nesse caso, tais bens são intangíveis, mas fazem parte dos recursos patrimoniais 
da empresa. Por causa desse exemplo, a utilização da divisão de bens materiais e patrimoniais pode 
evitar confusões.
Além daqueles já citados, há os recursos humanos, tecnológicos e de capital.
 Observação
O gestor de materiais e patrimônio precisa conhecer aplicações de 
Administração e Contabilidade. Dependendo do tipo da organização, o 
gestor pode ter que administrar níveis variados de estoques de materiais.
1.3.3 Outros recursos: humano, capital e tecnológico
Além da gestão dos recursos materiais e patrimoniais, há outros recursos que a organização precisa 
gerir. Tais recursos estão vinculados a outras gestões e/ou diretorias da organização. São eles:
Recursos Humanos
Área tradicional nas organizações, Recursos Humanos é a que trata de pessoas. Especialistas na área 
costumam enfatizar que as pessoas podem ser meramente tratadas como parte da organização ou de 
forma mais abrangente, como parceiros:
19
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Os empregados podem ser tratados como recursos produtivos das 
organizações: os chamados recursos humanos. Como recursos, eles precisam 
ser administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e 
controle de suas atividades, já que são considerados sujeitos passivos da 
ação organizacional. Daí a necessidade de administrar os recursos humanos 
para obter deles o máximo rendimento possível [...].
Mas as pessoas podem ser visualizadas como parceiros das organizações. 
Como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, 
sobretudo, o mais importante aporte para as organizações – a inteligência, 
que proporciona decisões racionais e imprime o significado e rumo aos 
objetivos globais. Desse modo, as pessoas constituem o capital intelectual 
da organização (CHIAVENATO, 1999, p. 7).
Observe que apesar do nome “recursos”, quando se trata da área humana, os gestores modernos tendem 
a considerar os funcionários como colaboradores que, envolvidos na empresa, conseguem alcançar mais 
facilmente os objetivos. Várias são as funções do Departamento de Recursos Humanos (RH) das organizações. 
Os mais comuns são: seleção, recrutamento, treinamento e reciclagem, além de tratar da parte documental 
dos funcionários (registros e baixas nas carteiras de trabalho, documentos comprobatórios de estado civil, 
formação etc.).
Capital
Sinônimo de dinheiro. O recurso de capital é o dinheiro que a organização dispõe para investimentos 
e/ou manutenção. Contabilmente, ou seja, pelos princípios utilizados pela Contabilidade, o item que 
reúne o capital das empresas é o do ativo circulante (RIBEIRO, 2011, p. 34). O capital pode ser representado 
pelo dinheiro físico (o que está em caixa na própria empresa), o que está disponível em contas bancárias 
ou o que está em investimentos (aplicações financeiras) com liquidez imediata.
Normalmente, os recursos de capital são gerenciados pelo departamento financeiro da organização. 
O gestor de finanças (que pode ser o diretor, o gerente ou o encarregado, conforme o organograma 
e/ou porte da empresa) é a quem compete planejar os recursos financeiros. Muitos dos projetos 
do gestor de materiais, como a aquisição de estoques e/ou equipamentos, devem ser planejados e 
executados com o setor financeiro da empresa para terem viabilidade (conseguirem alcançar os objetivos).
Tecnológico
Os recursos tecnológicos são aqueles com os quais as organizações conseguem desenvolver tanto as 
suas atividades-fim como as atividades-meio de forma mais eficaz e eficiente.
Em outras palavras, a tecnologia pode dinamizar os processos produtivos e, também, a parte 
administrativa, por exemplo.
20
Unidade I
Atualmente as empresas vêm investindo na tecnologia, sendo a mesma uma 
ferramenta importante para facilitar e agilizar nos processos administrativos 
dentro das organizações reduzindo custos em longo prazo. Na tecnologia, 
quanto mais conhecimento produzido, mais rápido é sua evolução. Com a 
inovação tecnológica é possível oferecer um produto/serviço de qualidade.
O crescimento dos negócios vem acontecendo por causa desta ferramenta 
que é utilizada para planejar, organizar e controlar os funcionamentos, se 
utilizados adequadamente. Com isto pode-se minimizar as possíveis falhas 
que podem ocorrer na empresa (FRANÇA, 2013).
O gestor de materiais e patrimônio deve trabalhar, também, em consonância com o gestor 
de tecnologia. Normalmente, a Tecnologia da Informação (TI) é um setor que se envolve com toda 
a organização, pois desenvolve controles de entrada e saída de materiais e também cadastro de 
fornecedores e clientes, entre outras importantes funcionalidades.
Leia as definições de eficiência e eficácia (MARQUES, 2018):
Entenda o que é eficiência
A eficiência é o processo de executar aquilo que foi planejado, ou seja, é 
colocar a “mão na massa”. Considere, por exemplo, o processo de construção 
de uma casa: o tempo que demorou para a obra ser concluída, a quantia 
gasta, e equação entre recursos planejados e os usados, entre outros pontos. 
Caso você tenha conseguido fazer tudo a tempo, gastando menos tempo e 
recursos, então você foi eficiente.
Um líder eficiente é capaz de coordenar, planejar e organizar o trabalho 
de seus subordinados da melhor maneira, respeitando a competência de 
cada um. A capacidade de conduzir pessoas com eficiência é um dos grandes 
diferenciais competitivos do mercado, pois garante o aumento da produtividade, 
redução dos conflitos e aceleração dos resultados.
Entenda o que é eficácia
Ser eficaz é conseguir atingir seu objetivo. Utilizando o mesmo exemplo 
da construção, se você conseguiu construir a sua casa e finalizar a obra da 
maneira como foi planejada, então você foi eficaz. A eficácia está relacionada 
diretamente ao resultado.
Quando um líder é eficaz, ele impulsiona sua equipe a alcançar os objetivos 
da organização. Desse modo, certamente ele irá tornar a equipe mais eficaz 
e melhor preparada para enfrentar os desafios.
21
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
 Observação
Todas as tarefas e atividades precisam ser empreendidas com foco na 
eficiência e na eficácia.
2 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Vários são os tipos de materiais que o gestor vai administrar na organização. Um dos mais 
importantes é o relacionado à gestão de estoques. O estoque exerce uma importância fundamental na 
organização, na medida em que propicia uma segurança no desenvolvimento das atividades.
2.1 Conceitos gerais
Um estoque mal dimensionado e mal administrado pode trazer vários prejuízos:
• Prejuízo por estocar quantidade desnecessária de mercadorias: nesse caso, o excesso de mercadorias 
no estoque é capital imobilizado que poderia ser aplicado em outras áreas. Além disso, estoque 
envolve despesas, com armazenamento, limpeza e segurança, por exemplo.• Prejuízo por estocar quantidade que não supra a demanda. Nesse caso, em vez do excesso, o 
estoque poderá dar prejuízo pela falta de mercadorias: a organização deixa de vender porque 
não dispõe do produto. Isso pode gerar perda definitiva de clientes. Além disso, há questões 
relacionadas às demandas sazonais. São aquelas demandas que ocorrem somente em períodos 
específicos ao longo do ano. Se o gestor não se preparar para elas, certamente perderá clientes e 
poderá perder mercado.
• Além do que já foi citado, em relação ao estoque de produtos a serem comercializados, o gestor 
de materiais precisa se preocupar, também, com os estoques de insumos, ou seja, os componentes 
que são utilizados para a confecção de seus produtos. Há organizações com um número grande 
de insumos. Imagine uma indústria automobilística: quantos insumos, isto é, quantas partes de 
um veículo são necessárias para que ele tome a forma final? Milhares de itens.
• Outros itens também podem fazer parte da rotina do gestor de materiais: itens necessários à 
manutenção cotidiana da organização, como materiais de limpeza, produtos utilizados para 
a manutenção de máquinas e equipamentos, uniformes de determinados funcionários, produtos 
alimentícios para os setores de alimentação da empresa, produtos farmacêuticos ou médicos, para 
eventuais setores de emergência ou enfermagem, entre outros.
De uma forma geral, as preocupações na área de administração de materiais podem ser resumidas 
em quatro itens fundamentais, que estão expressos a seguir:
22
Unidade I
Quadro 4 – Atividades primárias relacionadas com a gestão de estoques
C Compras P Pedidos
Especificação correta dos pedidos de compra.
Avaliação, seleção e monitoramento dos fornecedores.
Definição das condições de compras: momento (quando), 
quantidade (quanto) e local de entrega (onde).
Definição das formas de pagamento.
Acompanhamento do comportamento da demanda 
juntamente com o estoque.
Registro do pedido/ordem de compra ou prestação de 
serviço.
Verificação da disponibilidade dos produtos requeridos 
no estoque.
Conferência do produto separado com ordem do 
pedido solicitado antes de seu processo de expedição/
distribuição.
Rastreamento e acompanhamento do pedido até o 
momento da entrega ao cliente.
M Manutenção estoques D Distribuição
Cálculo dos níveis ideais de estoque.
Definição dos parâmetros de ressuprimento do estoque.
Monitoramento e controle dos níveis de estoques, bem 
como inventário físico-financeiro.
Classificação dos materiais (curva ABC).
Monitoramento da saída e da entrada de materiais.
Definição de indicadores gerenciais.
Definição do modal de transportes em função das 
disponibilidades e custos.
Estudos de viabilidade de transporte intermodal.
Definição das melhores rotas e trajetos a partir de 
cálculos de minimização de distância, tempo e custos.
Cálculo dos custos de frete e tempo de transporte.
Fonte: Tadeu e Rocha (2017, p. 23).
A área de Compras é a que alimenta a organização. Os fornecedores devem ser selecionados por 
alguns critérios específicos (por exemplo, pelas certificações de qualidade que possui). Além disso, o 
gestor de materiais pode fazer visitas técnicas aos fornecedores habituais, com o objetivo de verificar 
se eles produzem de forma condizente. Os fornecedores devem ser avaliados constantemente, no 
que se refere à qualidade dos produtos que entregam, na pontualidade do atendimento e, também 
um item muito importante, nas situações em que há uma necessidade urgente, como uma situação 
de demanda inesperada.
Por outro lado, outros aspectos também devem ser avaliados com o devido cuidado: a especificação 
correta dos pedidos de compra. O fornecedor deve receber a informação correta, para atender 
corretamente o pedido. Outras definições, como as formas de pagamento e os prazos, devem ser 
previamente acertados.
Outro aspecto a ser acompanhado pelo gestor de materiais é em relação aos pedidos que a empresa 
recebe. Todo e qualquer pedido deve ser devidamente registrado. Antes de aceitar o pedido, a empresa 
deve verificar se há disponibilidade do produto solicitado; se não houver disponibilidade imediata, 
quando haverá, para que a entrega possa ser marcada com segurança. Além disso, todo pedido deve ser 
expedido sob a fiscalização – direta ou indireta – do gestor e rastreado até a entrega ao cliente.
A manutenção dos estoques é fundamental. Há cálculos específicos para que isso possa ser realizado 
com segurança, além de outros indicadores que serão abordados mais adiante.
23
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Outros conceitos importantes, como o Just in Time (JIT), o Kanban, entre outros, também 
serão abordados na seção de Controle de Estoques, que complementarão alguns dos temas 
abordados até aqui.
Completando os quatro itens, a distribuição deve e precisa ser acompanhada. A entrega adequada 
do pedido ao cliente muitas vezes está relacionada à utilização correta de um determinado modal. 
Via de regra há o transporte rodoviário para cumprir essa missão. Contudo, há regiões nas quais a 
utilização de outro modal é necessária, como no interior do estado do Amazonas. Nesses casos, o estudo 
antecipado de gastos extras com as entregas precisa ser desenvolvido para que a organização não arque 
com eventuais prejuízos.
2.2 Aspectos importantes
A seguir serão abordados alguns tópicos que o gestor de materiais e patrimônio deve ficar atento. 
A administração moderna trouxe novos enfoques que poderão auxiliar na imagem da empresa no 
mercado, além de produzir relações de confiança entre os colaboradores e clientes da empresa.
2.2.1 Responsabilidades éticas e sociais
Um aspecto importante do qual nenhum gestor pode abrir mão é o respeito às responsabilidades 
éticas e sociais. Sobre uma organização moderna, Marques (2017) afirma:
No mundo dos negócios cada vez mais está se falando sobre a questão 
da ética. As empresas que querem ser bem-sucedidas e ter uma marca 
reconhecida como confiável e honesta, estão orientando sua cultura 
organizacional para um modelo ético que respeite os padrões morais 
da sociedade.
Além das questões éticas, que envolvem negócios corretos, sem negociatas ou corrupção, o gestor 
deve se comprometer com as questões da responsabilidade pessoal. Bortotto (2015) lembra:
A responsabilidade social é um conceito que deve perpassar toda a empresa, 
desde a criação de produtos que valorizem os quatro “érres” (reduzir, 
reutilizar, reciclar e respeitar a biodiversidade), passando pela fabricação 
dos produtos de uma forma alinhada com conceitos verdes, até o ponto de 
venda e a relação ética e transparente com clientes e consumidores. Todas 
as áreas e os níveis devem ser envolvidos.
Observe que a questão do respeito ao meio ambiente, que está embutido nas ideias de reutilizar e 
reciclar produtos, ocupa uma área central nas responsabilidades das organizações com a sociedade.
Uma empresa que não se preocupa com esses fatores pode cair no descrédito e sofrer consequências, 
como a desvalorização de suas ações no mercado (no caso de empresas com capital aberto).
24
Unidade I
A empresa ambientalmente responsável pode, por exemplo, obter a certificação pela norma 
ISO 14000.
Um dos maiores problemas certamente é o da poluição, que exige ações corretivas e preventivas. 
Barros (2013, p. 90) observa:
Do ponto de vista ambiental, as soluções voltadas exclusivamente para o 
controle da poluição são fundamentais, mas insuficientes. Sem esse controle, a 
humanidade e a maioria dos outros seres vivos já teriam desaparecido, 
a quantidade e a toxidade dos poluentes ultrapassariam, em muito, a 
capacidade de assimilação da Terra.
Em outras palavras, as ações precisam ter o viés da prevenção, mas também da correção, quando 
necessário. Um gestor que trate de materiais e patrimônio em qualquer organização deve ter em 
mente, sempre, que as responsabilidades éticas e sociais são relevantes e determinantes. E, numa ação 
conjunta – se for o caso – com os gestores de finançase da área produtiva, deve estimular as ações de 
desenvolvimento sustentável, além daquelas que possam prevenir e, até mesmo, corrigir eventuais danos 
ambientais, antes mesmo de provocados por qualquer órgão governamental. Tais ações certamente 
valorizam a organização.
 Lembrete
O meio ambiente é direito de todos. Preservá-lo é obrigação de todas 
as organizações.
 Saiba mais
Conheça mais a respeito da Ilha do Lixo em meio ao paraíso das Ilhas 
Maldivas, através dessas duas reportagens:
PALETTA, G. Ilha de lixo no meio das Ilhas Maldivas mede o equivalente a 
70 campos de futebol. Globo, 4 jun. 2017. Disponível em: https://glo.bo/3gBehRe. 
Acesso em: 9 jul. 2018.
ITO, M. O luxo e o lixo nas Ilhas Maldivas. Brasileiras pelo Mundo, 
11 nov. 2016. Disponível em: https://bit.ly/3vueVoR. Acesso em: 5 out. 2018.
25
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
2.2.2 Qualidade
Outro aspecto importante ao qual o gestor de materiais e patrimônio deve estar sempre atento 
é a qualidade. A qualidade deve ser observada em todos os aspectos da organização. Há programas 
específicos de qualidade, conforme o tipo de organização.
• Indústrias alimentícias: as indústrias no ramo da alimentação podem ter a certificação pela norma 
ISO 22000, que trata da gestão da segurança alimentar.
• Indústrias automobilísticas: baseada na norma ISO 9000 há a norma IATF 16949, que foi criada 
por fabricantes mundiais de automóveis.
Pode haver, ainda, normas específicas para inúmeros setores. Contudo, há uma norma que trata da 
gestão da qualidade como um todo, a ISO 9000, que pode ser desenvolvida em qualquer organização. 
Uma das características é a ênfase no processo:
Cabem aqui algumas observações. Se perguntarmos a várias pessoas 
leigas, “O que é Qualidade?”, provavelmente receberemos várias respostas 
diferentes. A Qualidade está ligada a sentimentos subjetivos que refletem 
as necessidades internas de cada um. Muitas pessoas avaliam a Qualidade 
pela aparência; outras se voltam à qualidade do material com que é feito 
o produto. Outras, ainda, avaliam a Qualidade de alguma coisa pelo preço. 
Existem várias dimensões da Qualidade.
O aspecto objetivo, mensurável da Qualidade, é o processo. É através dele 
que se pode implantar sistemas como o da ISO 9000, por exemplo. Isto pode 
ser aplicado desde a fabricação de um automóvel até a confecção de um 
sanduíche. Utilizemo-nos de dois exemplos de Qualidade nas atividades 
citadas: o veículo Rolls-Royce e os sanduíches McDonald’s. Tanto um quanto 
o outro têm todas as suas etapas de desenvolvimento bem estabelecidas. É a 
valorização dos processos. A tinta na coloração exata, as máquinas da linha 
de produção perfeitamente reguladas, os parafusos nos lugares corretos, 
o tempo de fabricação perfeitamente controlado, um veículo exatamente 
igual ao outro. Da mesma forma, os componentes do sanduíche sempre 
do mesmo fornecedor, a chapa de fritura aquecida na mesma temperatura, 
a forma do manuseio do sanduíche sempre com higiene resultando num 
produto final bastante parecido, independentemente da lanchonete que se 
utilize. É o chamado padrão de Qualidade (ESPUNY, 2008).
Portanto, a organização da empresa em processos que possam ser rastreados, além de fornecerem 
subsídios para treinamento e avaliação de desempenho de pessoal, possibilita que a organização possa 
racionalizar as suas atividades, através de um planejamento e de um controle mais eficazes, permitindo 
uma certificação pela norma de qualidade ISO 9001.
26
Unidade I
De uma forma geral, e claro, sempre de acordo com as características da organização, o gestor pode 
pensar em implantar normas de qualidade e normas ambientais que, em tese, podem ser adequadas a 
qualquer tipo de atividade. Já as normas específicas dependem do segmento.
3 GESTÃO DE ESTOQUES
A Gestão de Estoques tem por objetivo fazer os registros, estabelecer a fiscalização e controlar a entrada 
e saída dos produtos, seja numa indústria, seja num estabelecimento varejista. Preocupa-se tanto com os 
materiais que serão utilizados para a fabricação (matéria-prima) quanto com as mercadorias que serão 
vendidas (OLIVEIRA; SILVA, 2013 p. 2-3). Segundo esses autores, as principais funções do estoque são:
• Garantir o abastecimento de materiais à empresa, prevenindo possíveis demora de fornecimento, 
problemas originados em sazonalidades, entre outros.
• Proporcionar economias através de compras adequadas, pela eficiência no atendimento às 
necessidades ou outras razões do próprio processo produtivo.
A utilização de estoques sempre será uma questão controversa, na medida em que as organizações 
discutem a utilização de ferramentas como o Just in Time, conforme abordamos anteriormente. Contudo, 
há situações em que a manutenção de certo estoque pode ser estratégica para a organização.
Tadeu e Rocha (2017, p. 15) avaliam que há vantagens e desvantagens na utilização de estoques 
e que isso está vinculado às “necessidades, capacidades e restrições reais da empresa, ou seja, sua 
condição atual de operações”.
3.1 Estoque de segurança ou estoque mínimo
Quantidade de produtos (matérias-primas para a produção ou mercadorias prontas para serem 
comercializadas) necessária para que o gestor evite riscos operacionais.
Autores como Pozo (2010, p. 55-62) citam vários métodos de cálculos para o estoque de segurança. 
Há alguns bem complexos, como o Método com Grau de Atendimento Definitivo (MGAD). Contudo, o 
gestor pode se utilizar de um modelo mais simples, baseado num fator de risco observável no mercado, 
que é o Método do Grau de Risco (MGR). Se a organização trabalhar com produtos de alto valor agregado 
ou de grande complexidade, o gestor deverá implantar métodos mais precisos.
Outro método bastante simples é aquele que calcula em função do histórico de consumo: o estoque 
mínimo é calculado com a multiplicação entre a diferença do consumo máximo e o consumo médio de 
determinado período pelo tempo de ressuprimento (HARA, 2012, p. 87).
Outros autores preferem um cálculo bastante simplificado, que leve em conta tão somente a 
demanda e o tempo de espera (lead time para o fornecimento).
27
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Observe a seguinte fórmula:
ES = DMD X TE
Ou seja:
ES = Estoque de Segurança
DMD = Demanda Média Diária
TE = Tempo de Entrega (em dias)
Exemplos:
a) Uma empresa qualquer produz 200 produtos por dia e vende todos no mesmo dia. O tempo de 
entrega das matérias-primas para confeccionar cada um desses produtos é de 3 dias. Qual seria o 
estoque mínimo recomendado?
ES = DMD X TE
ES = 200 X 3
ES = 600
Resposta: o estoque de segurança ou estoque mínimo seria de 600 produtos.
b) Uma empresa vende 300 produtos por dia. Trata-se de um varejista, que compra no atacado esses 
produtos de um distribuidor. Considerando que o distribuidor demora 10 dias para entregar as 
encomendas para o varejista, qual seria o estoque de segurança recomendado?
ES = DMD X TE
ES = 300 X 10
ES = 3000
Resposta: o estoque de segurança ou estoque mínimo seria de 3000 produtos.
Nem sempre o gestor deve se basear nas margens da fórmula recomendada. Ávilla (2015) fornece 
um exemplo bastante pertinente, com a representação gráfica do estoque de segurança.
A lógica para entender o estoque mínimo é simples. No gráfico abaixo 
você vai ver que o eixo x (horizontal) corresponde ao tempo e que o eixo y 
(vertical) corresponde a quantidade em estoque de determinado produto. 
28
Unidade I
Vamos dizer que estamos falando aqui de uma loja de roupas e que esse seja 
o gráfico de estoque mínimo de bonés. Vamos ver alguns dados:
Estoque máximo: 200 bonés
Estoque médio (ou mínimo): 150 bonés
Estoque de reserva: 100
Prazo de Abastecimento: 5 dias
Prazo de Renovação: 8 dias
Vendas diárias: 10 bonés
Veja como esses dados ficariam no gráfico:
Estoque médio
Estoque máximo
Quantidade em 
estoque
EMax
EMe
ER
RecebimentoRecebimento
Pedido Pedido
Q Q Q
Pedido
RecebimentoRecebimento RecebimentoRecebimento Recebimento
Tempo
Prazo de 
abastecimento5 dias
Prazo de 
renovação
8 dias
Estoque de reserva
150
200
100
0
Figura 3 – Gráfico estoques
Dois outros conceitos foram agregados neste exemplo, que o autor esclarece:
Prazo de abastecimento: é o tempo de reposição de itens entre o pedido 
realizado, a entrega, o recebimento e os procedimentos finais para deixar o 
item disponível para uso ou venda. Também é conhecido como lead time.
Estoque máximo: vai variar de acordo com o espaço para armazenamento 
disponível, o custo de ter o estoque, prazo de validade e cuidados especiais 
necessários (ÁVILLA, 2015).
29
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Observando o gráfico, o autor comenta:
Observe que em um mundo ideal e com vendas constantes, teríamos o 
processo se repetindo continuamente. A partir do momento do primeiro 
recebimento de 80 bonés, o nosso estoque sobe de 100 para 180 bonés. 
Depois de 3 dias (e vendendo 30 bonés nesse período), atingimos 150 bonés, 
que é o nosso estoque mínimo, também conhecido como o ponto de pedido. 
Nesse momento uma nova remessa é solicitada para os fornecedores.
Como o prazo de entrega é de 5 dias (50 bonés vendidos), veja que o nosso 
estoque sai de 150 até chegar a 100. Nesse momento acaba ocorrendo mais 
uma reposição e o estoque volta para os 180 bonés. A partir desse ponto, no 
gráfico, tudo se repetirá normalmente (já na vida real, sabemos que essas 
linhas não seriam tão uniformes) (ÁVILLA, 2015).
No exemplo apresentado, o tempo total de reposição é de 8 dias, considerando que o comerciante faz 
o pedido em 3 dias depois que recebe o pedido de reposição. Contudo, o tempo que o mesmo espera 
para o recebimento é de 5 dias. No total, ao longo de 8 dias ele já vendeu 80 bonés. Observe que, nesse 
caso, o estoque mínimo ou de segurança será de 150 bonés, 70 a mais que a fórmula inicial estipula, 
ou quase duas vezes a quantidade vendida durante o prazo de reposição (80 unidades = 10 vendas 
ao dia X 8 dias).
As organizações podem estabelecer margens de segurança adequadas, de acordo com o contexto 
em que estiverem inseridas.
 Saiba mais
Há fórmulas mais complexas para o cálculo do estoque mínimo ou de 
segurança. Leia no texto a seguir:
COELHO, L. C. O que é e como calcular o estoque de segurança – com 
planilha para download. Logística Descomplicada, 20 fev. 2011. Disponível 
em: https://bit.ly/35t5rQd. Acesso em: 3 out. 2018.
3.2 Tipos de estoques
Pozo (2010, p. 30) estabelece cinco tipos de estoque, os quais podem ser mantidos num mesmo 
almoxarifado ou em almoxarifados diferentes. São eles:
• Matérias-primas: componentes que serão utilizados no processo de fabricação da organização, 
que vão gerar o produto acabado. Por exemplo, uma chapa metálica que será utilizada para 
fabricar um carro.
30
Unidade I
• Materiais auxiliares: materiais que ajudam na fabricação. Por exemplo, óleos lubrificantes.
• Materiais de manutenção: peças que servem de apoio à manutenção geral. Por exemplo, 
parafusos, pregos, ferramentas, entre outros.
• Materiais intermediários: conhecidas como peças em processos (WIP – work in process). 
Constituem-se nos produtos ainda não acabados. Por exemplo, a carcaça de um veículo.
• Materiais acabados: estoque de produtos prontos. Já podem ser enviados aos clientes. Por 
exemplo, uma caixa de refrigerantes.
Observe a figura a seguir. Nela é possível observar produtos já engarrafados, em embalagens com 
grandes quantidades, provavelmente para serem entregues para atacadistas ou varejistas. É um exemplo 
de estoque de produtos prontos.
Figura 4 – Armazenagem
 Saiba mais
Leia o artigo:
CAMPOS, M. R. R. Gestão de estoques com rastreabilidade de 
materiais – estudo de caso de impactos no inventário de uma indústria 
eletroeletrônica. Revista de Ciências Gerenciais, v. XII, n. 15, 2008. 
Disponível em: https://bit.ly/3q15MTG. Acesso em: 2 out. 2018.
31
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
3.3 Aspectos importantes no gerenciamento de estoques
A organização precisa e depende de seus estoques para que possua um bom desempenho no mercado. 
A questão básica é a da competitividade. Uma empresa competitiva deve ser capaz de oferecer produtos 
de qualidade com bons preços. Cada setor da organização deve estar empenhado nesse objetivo.
Monks (1987 apud HARA, 2012, p. 19) elenca alguns fatores pelos quais os estoques existem:
• Atender aos clientes com demandas variáveis (imediatas e sazonais): o autor pretendeu com esse 
item demonstrar que a flexibilidade deve ser uma vertente. O cliente deve ser atendido em suas 
expectativas, mesmo que tenha uma demanda diferente da habitual.
• Proteger contra erros de suprimento, faltas e estoque esgotado: subentende-se aqui que o 
planejamento, a execução e o controle precisam acompanhar as atividades de gestão de estoques. 
O gestor deve corrigir eventuais erros de forma imediata.
• Auxiliar o nivelamento das atividades de produção, estabilizar o emprego e melhorar as relações 
de trabalho: na medida em que o setor produtivo esteja bem alinhado com a demanda da 
organização, o relacionamento fica facilitado, tanto entre os diversos departamentos quanto em 
relação às pessoas. É importante a troca constante de informações para que o gestor de materiais 
e patrimônio possa atender e ser atendido pelos clientes internos.
• Decompor o processo em etapas sucessivas de modo que interrupções não parem todo o sistema: 
organizar a área produtiva de modo compartimentado, de modo que problemas pontuais possam 
ser resolvidos sem repercutir em toda a produção.
• Facilitar a produção de produtos diferentes nas mesmas instalações: aproveitar e valorizar o 
escopo da organização.
• Fornecer um meio de obter e manusear materiais em lotes econômicos e de ganhar descontos por 
quantidade: obter, através de estudos internos, dados e informações que possam gerar otimizações 
no processo de produção.
• Fornecer um meio de proteção contra as incertezas de entregas e preços futuros, tais como greves, 
aumentos de preços e inflação.
 Observação
O gestor deve manter registros atualizados de todas as atividades.
Pozo (2010, p. 28-29) também salienta alguns pontos relevantes, entre outros, que se constituem 
nas políticas de estoque:
32
Unidade I
• Assegurar o suprimento adequado a todos os estoques (matéria-prima, auxiliar, produtos 
acabados etc.).
• Manter o nível de estoque mais baixo possível (o objetivo é não dispender dinheiro de forma 
inútil, porém sempre atendendo adequadamente o cliente).
• Verificar e eliminar itens defeituosos ou obsoletos.
• Prevenção contra danos, perdas, extravios ou mau uso.
Observe que um ponto de grande importância é o treinamento de pessoal envolvido com o trabalho 
em estoques. Ênfase especial deve ser dada aos estoques de medicamentos ou de produtos alimentícios, 
além das especificidades próprias desses segmentos, que podem incluir:
• Cuidados especiais de manuseio: determinados produtos precisam de cuidados especiais ao 
serem manuseados, sob risco de se danificarem ou de se tornarem impróprios para o consumo. 
Por exemplo, caixas de ovos e empilhamento inadequado.
• Prazos de validade: este aspecto envolve, inclusive, problemas legais. Observe que um determinado 
produto, com data de validade vencida, que esteja exposto à venda ou esteja em estoque junto a 
outros produtos disponíveis para a venda, incorre em crime previsto no artigo 7º da Lei nº 8.137 
(BRASIL, 1990b):
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
I — favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados 
os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou 
revendedores;
II — vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, 
peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que 
não corresponda à respectiva classificação oficial;
III — misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou 
expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades 
desiguais para vendê-los ou expô-los à vendapor preço estabelecido para os 
de mais mais alto custo;
IV — fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais 
como denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, 
descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;
33
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda 
em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na 
prestação dos serviços;
V — elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante 
a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais;
VI — sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda 
comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de 
especulação;
VII — induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou 
afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, 
utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação 
publicitária;
VIII — destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o 
fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX — vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de 
qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições 
impróprias ao consumo;
Pena — detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade 
culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa 
à quinta parte.
O inciso IX deixa claro o “vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, 
entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo”. A questão enfocada pela 
lei é complementada pela Lei nº 8.078 (BRASIL, 1990a), Lei de Proteção ao Consumidor, que estabelece 
no parágrafo 6º do inciso III do artigo 18 que:
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I — os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II — os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, 
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, 
34
Unidade I
aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, 
distribuição ou apresentação;
III — os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim 
a que se destinam.
Isso quer dizer que independentemente do estado em que o produto se encontre (mesmo que não 
esteja deteriorado), o simples fato de estar com a data de validade vencida já o coloca na condição de 
produto impróprio para o consumo, condição esta que constitui crime contra as relações de consumo, 
com base na Lei nº 8.137 (BRASIL, 1990b).
Juridicamente há uma discussão bastante recente a respeito deste problema. Por exemplo, o Supremo 
Tribunal de Justiça tem considerado que o simples fato de o prazo de validade estar vencido não deve 
configurar o crime. No entanto, o tema é controverso. Reis (2016) pontua:
O Superior Tribunal de Justiça, no que se refere ao crime tipificado no art. 
7°, IX, da Lei n° 8.137/90, tem decidido no sentido de que não basta a venda 
ou exposição à venda de mercadoria com prazo de validade vencido para 
a configuração de crime contra a relação de consumo, devendo haver, 
necessariamente, a realização de perícia para confirmar se tal produto é 
realmente impróprio ao consumo (assim, p. ex., RHC 60.937/RJ, Rel. Ministro 
Sebastião Reis Júnior, 6ª T, DJe de 01/03/2016).
Ocorre que pelo teor da lei, bem como pela natureza do delito em questão, 
não se pode concordar com a atual jurisprudência do STJ.
O art. 7°, inciso IX, da Lei n° 8.137/90, dispõe que “constitui crime contra 
as relações de consumo vender, ter em depósito para vender ou expor à 
venda, ou de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em 
condições impróprias ao consumo”.
 Observação
Leis podem mudar. Não esqueça de sempre verificar possíveis mudanças.
Portanto, o gestor de materiais e patrimônio por cautela deve adotar dois procedimentos básicos:
• Não permitir qualquer produto com validade vencida na prateleira de vendas ou no estoque de 
produtos para vender. É necessário inspecionar o estoque sempre. Caso seja encontrado um ou 
mais produtos com validade vencida (ou com outros problemas que o tornem impróprios para 
o consumo), é necessário retirá-lo dali imediatamente e, se não descartá-lo na mesma hora, ele 
deve ser deixado acomodado em um local com a inscrição “Produtos para descarte” ou “Produtos 
inadequados para a venda”.
35
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
• Atualizar-se – sempre – em relação à legislação. Mudanças podem ocorrer e é sempre 
importante que a administração de materiais tenha conhecimento delas, para tomar as 
providências pertinentes.
Para finalizar, o gestor também deve se preocupar com situações atípicas em que os produtos com 
validade vencida podem representar problemas: por exemplo, nos restaurantes ou lanchonetes que 
muitas indústrias grandes possuem inseridas em suas instalações, ou ainda nos ambulatórios ou salas 
para pequenos curativos. Por cautela, é preciso verificar os produtos armazenados nessas unidades. 
Mesmo que tais espaços sejam terceirizados, é prudente acordar vistorias de tempos em tempos para 
evitar dissabores. Além de todas as consequências legais, os crimes contra as relações de consumo 
podem ensejar repercussões negativas para a imagem e reputação da organização.
 Saiba mais
Sobre os riscos inerentes à gestão de estoques, leia o artigo:
REALIDADES do risco de estoques. Revista Logística e Supply Chain, 
28 ago. 2015. Disponível em: https://bit.ly/3cMvSVg. Acesso em: 13 dez. 2018.
3.4 Previsão de demanda
Vários são os métodos de previsão de demanda. Hara (2012, p. 25-40) cita os métodos baseados em 
séries temporais históricas, os modelos baseados em regressões e os métodos qualitativos de previsão.
Entre os métodos baseados em séries temporais históricas estão: método do último período, método 
da média aritmética móvel, método da média ponderada móvel, método da ponderação exponencial e 
previsão sazonal.
Os modelos baseados em regressão, conhecidos como modelos causais ou de causa-efeito, são 
confeccionados com o auxílio de ferramentas estatísticas.
Já os métodos qualitativos de previsão são: opinião de especialistas, método Delphi (ou Delfos) e 
pesquisas de mercado.
A seguir, detalhes de alguns desses métodos.
Método da média aritmética móvel
É um método simples. Para prever a demanda do período seguinte, basta tirar a média aritmética 
simples de um determinado número de períodos anteriores.
36
Unidade I
O método é expresso pela equação representada a seguir:
PC
n
Ci
C C C Cn
ni
n
= = + + + +
=
∑1 1 2 3
1
...
A equação relaciona:
PC = previsão de consumo
Ci = consumo (ou vendas) em cada i período
n = número de períodos considerados
Veja um exemplo:
Tabela 1 – Exercício com média aritmética móvel
Meses Unidades 
Janeiro 100
Fevereiro 110
Março 120
Abril 110
Maio 100
Junho 120
Na tabela, observam-se seis meses de consumo de um determinado produto. Pela equação do 
método da média aritmética móvel, nota-se que a soma dos valores das vendas de um determinado 
número de meses, dividido por esse mesmo número, serve de previsão de demanda para o mês seguinte.
Por exemplo, a título de exercício, serão considerados os primeiros seis meses do ano (de janeiro a 
junho), e o objetivo é prever a demanda de julho. Logo, a soma dos produtos vendidos nos seis meses, 
dividida por seis, daria a previsão de demanda:
100 110 120 110 1
PCjulho Ci 110
 100 120
6
 
6
 + + + += =+= ∑
Portanto, a previsão de demanda para o mês de julho é de 110.
Caso os meses muito anteriores representem valores muito baixos ou muito acima dos números dos 
últimos meses, é prudente dispensar os registros mais antigos e calcular apenas pelos últimos.
37
RECURSOS MATERIAIS EPATRIMONIAIS
Por exemplo, se os três primeiros meses tiverem fechado com resultados bem diferentes, os cálculos 
poderiam se concentrar apenas nos últimos meses. A previsão de demanda não mudaria, pois se 
considerarmos a soma de abril, maio e junho, teríamos 330, que divididos por 3 resultariam na mesma 
média aritmética de 110.
Problemas podem ocorrer se os resultados forem muito variados:
Tabela 2 – Exercício com média aritmética móvel 2
Meses Unidades 
Janeiro 150
Fevereiro 45
Março 120
Abril 40
Maio 100
Junho 72
Nesse caso:
150 45 120 401
PCjulho C
 100 
i 87,83
 72
88
6 6
+ + + += =+= =∑
Nesse caso, a demanda prevista seria de 88 unidades. Arriscada, considerando o histórico apresentado.
 Saiba mais
Leia mais sobre o assunto no artigo a seguir:
ARAÚJO, G. C. et al. Previsão de Demanda e Análise Simplificada da 
Gestão de Estoque Aplicada a Uma Empresa do Setor Alimentício. Brazilian 
Journal of Production Engineering, São Mateus, v. 4, n. 2, p. 48-64, 2018. 
Disponível em: https://bit.ly/35qsvzb. Acesso em: 8 set. 2018.
Classificação ABC
O termo classificação ABC foi originado de um gráfico chamado “curva ABC”. Essa ferramenta permite 
identificar certas prioridades, e o gestor deve agir de acordo com a importância delas.
38
Unidade I
Historicamente, o conceito da classificação ABC está vinculado ao chamado princípio de 
Pareto, homenagem ao sociólogo e economista italiano Vilfredo Pareto, que nasceu em 1848 e 
morreu em 1923 (FRAZÃO, 2015).
Em termos práticos, o princípio estabelece uma relação de 80/20, explicada por Luiz (2012):
A Lei de Pareto, nascida dentro da economia, quando levada para o 
campo pessoal, adverte que 80% dos resultados que se alcança é consequência 
de apenas 20% dos esforços empregados. Em outras palavras, determinadas 
ações estratégicas podem oferecer um retorno muito maior do que 
muitas outras.
O Princípio pode ser aplicado por estudantes que desejem ser bem-sucedidos, 
principalmente no que diz respeito à gestão do tempo e da produtividade na 
trajetória para preparação para vestibulares ou concursos públicos.
O Princípio dos 80/20 nos leva a entender que existe um desequilíbrio muito 
significativo entre ações realizadas e objetivos alcançados. Esse é o primeiro 
ensinamento que um estudante tem que ter em mente para se preparar bem 
para o desafio principal, é que a aprovação.
 
Uma realidade irrefutável é que, no cenário dos vestibulares e concursos, 
menos de 20% nos candidatos consegue êxito nos resultados das provas.
Sem desconsiderar os demais fatores importantes que interferem em tal 
resultado, podemos dizer que quase a totalidade desses candidatos tem 
um bom nível de conhecimentos em geral, mas que somente um pequeno 
percentual desse universo consegue alcançar o preparo necessário para 
conquistar sua vaga, ou seja, alcançar o nível de eficácia nos estudos 
adequado para o desafio, a aprovação. De modo geral, muitos estudantes 
(80%) não se preparam como deveriam.
A parte mais importante é que 20% de todas as causas geram 80% dos efeitos. Em outras palavras, se 
o gestor priorizar corretamente as ações corretivas, consegue resolver um número maior de problemas, 
agindo sobre as causas da relação 80/20.
Para isso, é necessário relacionar as ocorrências e classificá-las em três grupos sugeridos pelo 
processo, conforme esclarece Dias (2017, p. 94):
Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com 
uma atenção bem especial da administração.
Classe B: grupo de itens em situação intermediária.
39
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Classe C: grupo de itens menos importante que justificam pouca atenção 
por parte da administração.
Apenas uma pequena observação em relação a essa classificação: o grupo C deve ser motivo de 
intervenção menos urgente. O termo “pouca atenção” deve ser interpretado nesse contexto, para não 
dar a impressão de que os itens elencados numa determinada classificação C não devam justificar ações 
por parte do gestor. Cada situação concreta demanda análise individual. No entanto, a intenção da 
classificação ABC não é deixar qualquer problema de lado e, sim, priorizar ações mais urgentes.
Outra observação importante refere-se ao percentual 80/20. Pareto, quando estabeleceu essa relação, 
motivou-se pelos estudos a respeito da propriedade de terras na Itália. Em termos administrativos, 
aproveita-se tal relação, que não tem a mesma exatidão. Pode-se afirmar que poucas causas provocam 
a grande maioria dos efeitos.
Para entender melhor, alguns exemplos:
Exemplo 1: defeitos na produção de um determinado produto.
Após pesquisas desenvolvidas pelo setor da Qualidade da empresa X, foram constatados os seguintes 
problemas de fabricação de um lote de 100 unidades com defeitos do produto A:
• 47 unidades apresentaram problemas na pintura interna;
• 32 unidades apresentaram problemas na pintura externa;
• 8 unidades apresentaram problemas de montagem;
• 7 unidades apresentaram problemas no código de barras;
• 4 unidades apresentaram problemas de embalagem;
• 2 unidades apresentaram problemas na etiquetagem.
No exemplo, há uma quantidade grande de problemas relacionados à pintura (interna e externa): 
79 unidades, ou 79% do total. Já os problemas de montagem e aplicação do código de barras ocorreram 
em 15 unidades, ou 15% do total. E os problemas relacionados à etiquetagem e à embalagem foram 
vistos em 6 unidades, ou 6% do total. Na hipótese de o gestor não possuir esses dados em mãos e 
saber apenas que há problemas nos itens descriminados, ele pode, por exemplo, dedicar-se a resolver 
o problema da etiquetagem. Ao final, resolvendo-o, terá equacionado tão somente 2% de todos os 
problemas. Em vez disso, conhecendo a classificação ABC, o gestor buscará, primeiramente, resolver 
o problema da pintura. Resolvendo-o, ele terá equacionado 77% dos problemas da organização 
(a soma dos problemas da pintura interna e da pintura externa). Essa reflexão é a motivação para a 
utilização da Classificação ABC na organização.
40
Unidade I
Observe que a relação não foi exatamente 80/20. Se for relacionado o número de causas elencadas, 
mesmo separando as pinturas interna e externa, haverá seis causas de possíveis defeitos, ou seja, cada 
causa (proporcionalmente) representa 16,67%.
No exemplo citado, duas das causas apontadas – ou seja, 33,34% das causas – são responsáveis por 
79% dos efeitos (problemas encontrados). No caso do gestor que enfrentaria apenas o problema da 
etiquetagem, ele estaria lidando com apenas uma causa, ou seja, 16,67%, e teria resolvido tão somente 
2% de todos os efeitos (problemas encontrados).
 Lembrete
A curva ABC é uma importante ferramenta de gestão. Ela estabelece 
prioridades e pode ser utilizada em várias áreas da empresa.
Exemplo 2: administração do estoque.
Observe a questão objeto do Enade 2013 – Tecnologia em Gestão Hospitalar:
No suporte à tomada de decisão em gestão hospitalar, profissionais utilizam-se de sistemas de 
gerenciamento de custos. Uma das estratégias aplicadas, nesse processo, é o método de classificação 
de materiais segundo a curva ABC. Na tabela a seguir, apresentam-se os produtos da farmácia de um 
hospital com as quantidades consumidas, seguidos de informações sobre os percentuais em relação ao 
total das quantidades e valores de cada produto, além do custo total. Sabe-se que o hospital gerencia 
seus estoques subsidiado pelos conceitos da curva ABC, classificada em função das quantidades 
consumidas de cada produto.
Tabela 3 – Consumo de produtos da farmácia do hospital
Produtos Consumo (quantidades)
Consumo 
(percentual) Custo unitário Custo total
1 40.000 40 R$ 120,00 R$ 4.800.000,00
2 35.000 35 R$ 98,00 R$ 3.430.000,00
3 20.000 20 R$ 80,00 R$ 1.600.000,00
4 5.000 5 R$ 35,00 R$ 175.000,00
Totais 100.000 100 R$ 10.005.000,00
Com base nos dados apresentados, os grupos da curva ABC serão:
a) o grupo A, formado pelo item 1; o grupo B, pelos itens 2 e 3; e o grupo C, pelo item 4.
b) o grupo A, formado

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