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Profa. Dra. Marilia Patrão UNIDADE I Biomedicina Integrada A disciplina aborda técnicas laboratoriais inovadoras e atuais utilizadas na pesquisa científica, no diagnóstico e no tratamento de doenças. O objetivo da disciplina é formar profissionais atualizados quanto às novas tecnologias utilizadas nas ciências da saúde. Objetivos da disciplina Revisar as novas técnicas laboratoriais utilizadas no campo da Biologia Molecular, da Microbiologia, da Imunologia, da Farmacologia e da Hematologia; Promover a avaliação crítica das vantagens e das desvantagens de cada técnica; Promover revisão e aprofundamento de conteúdos trabalhados durante o curso de Biomedicina; Incentivar a atualização contínua acerca dos principais temas de relevância na atualidade. Unidade I Maldi-Tof-MS Novas tecnologias em Hematologia e Hemoterapia Microarranjos de DNA (Microarrays) O sistema Crispr-Cas9 Unidade II Ciências Ômicas: Exoma e Metaboloma Microbioma Nanobiotecnologia Imunoterapia contra o câncer Conteúdo programático Unidade I Maldi-Tof-MS Novas tecnologias em Hematologia e Hemoterapia Microarranjos de DNA (Microarrays) O sistema Crispr-Cas9 Conteúdo programático Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization Time-Of-Flight Mass Spectometry (ionização/dessorção a laser assistida por matriz acoplada à espectrometria de massa por tempo de voo). Técnica de análise proteômica que possibilita diferenciar as espécies de microrganismos contidas em uma amostra. Criada para identificar moléculas no âmbito da química. A partir de 1975: passou a ser utilizada para identificar diferentes espécies de bactérias, no campo da pesquisa básica. Atualmente: perspectiva de uso no diagnóstico clínico de doenças de origem microbiana. Maldi-Tof-MS Vantagens do uso do Maldi-Tof no diagnóstico clínico de infecções microbianas: Alta sensibilidade e especificidade; Diminuição das etapas experimentais; Resultados mais rápidos e confiáveis. Maldi-Tof-MS Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:C0293233- Oral_bacteria.jpg> Componentes do equipamento: matriz polimérica, fonte de laser, tubo a vácuo acoplado a um espectrômetro de massa. A técnica permite a obtenção do espectro de massas das proteínas presentes na amostra analisada. Fundamentos da técnica de Maldi-Tof-MS Fonte: adaptado de: https://doi.org/10.3390/jof5010004 A B C D 24002200200018001600140012001000800 0 % 100 783.04 818.59 857.48 947.66 1125.10 1200.10 1285.82 1384.73 1500.40 1637.49 1803.12 2007.78 2269.08 1639.41 m/z Etapas do Maldi-Tof-MS: Isolamento da amostra biológica infectada; Cultivo dos microrganismos contidos na amostra biológica; Deposição do material cultivado em uma placa e adição de uma matriz polimérica; Irradiação do material com feixes de laser; Determinação do tempo de voo de cada proteína; Aquisição do espectro de massas. Fundamentos da técnica de Maldi-Tof-MS Fonte: adaptado de: https://doi.org/10.3 390/jof5010004 Fundamentos da técnica de Maldi-Tof-MS Fonte: adaptado de: https://commons.wikimedia.org/ wiki/File:MALDI-TOF_MS.png O que acontece dentro do equipamento de Maldi-Tof? COMPONENTE ETAPA Resultado (espectro) Detecção Separação; análise do tempo de voo Aceleração Dessorção/ionização por laser assistida em matriz (MALDI) Detector Tubo de voo Laser Amostra biológica adicionada à matriz O que acontece dentro do equipamento de Maldi-Tof? Deposição do material cultivado em uma placa e adição de uma matriz polimérica; Irradiação do material com feixes de laser, o que faz com que as proteínas que compõem os microrganismos presentes nele sofram dessorção (vaporização) e ionização; Aceleração dos vapores e passagem por um tubo a vácuo (“tubo de voo”), que separa as diferentes proteínas e as direciona para um detector; Determinação do tempo de voo de cada proteína (tempo que demora para cada uma delas alcançar o detector); Aquisição do espectro de massas e comparação com um banco de dados que contém o perfil proteico de diferentes microrganismos. Fundamentos da técnica de Maldi-Tof-MS Exemplo: espectro de massas das bactérias Escherichia coli e Shigella flexneri. Fundamentos da técnica de Maldi-Tof-MS Fonte: adaptado de: YU, J. et al. Chinese Journal of Analytical Chemistry, v. 46, p. 463-470, 2018. E. coli S. flexneri 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 12000 m/z 1 2 3 4 5 6 7 8 In te n s id a d e 4 1 6 6 4 3 6 5 4 8 7 2 5 0 9 6 5 3 8 1 6 2 5 5 7 1 5 8 7 7 0 8 8 3 2 7 9 0 6 6 9 7 4 2 1 0 3 0 0 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 12000 m/z 4 1 6 6 4 3 6 5 5 0 9 6 5 3 8 1 6 2 5 5 7 1 5 8 7 7 0 8 8 3 2 7 9 7 4 2 9 0 6 6 1 0 3 0 0 4 8 7 2 0 2 4 6 8 10 12 0 14 In te n s id a d e Relação m/z: relação entre a massa e a carga da proteína. Intensidade: relativa ao íon mais intenso do espectro (íon-base) Fundamentos da técnica de Maldi-Tof-MS Fonte: adaptado de: YU, J. et al. Chinese Journal of Analytical Chemistry, v. 46, p. 463-470, 2018. Determinação da suscetibilidade a antimicrobianos Outras aplicações do Maldi-Tof Fonte: adaptado de: https://doi.org/10.3389/fcimb. 2020.572909 Antibiótico beta-lactâmico + bactérias Incubação (1,5-3h, 37 ºC) Centrifugação Análise do sobrenadante no equipamento de Maldi-Tof Produtos da hidrólise do antibiótico pela beta-lactamase Antibiótico beta- lactâmico intacto Bactéria resistente Bactéria suscetível Diagnóstico de infecções virais Espectro de massas de amostras de pacientes positivos (preto) e negativos (vermelho) para a Covid-19. Outras aplicações do Maldi-Tof Fonte: adaptado de: https://doi.org/ 10.1016/j.jviromet.2020.113991 3372 3442 3488 3465 3500 0 1 2 3 4 5 In te n s id a d e m/z Avaliação da expressão proteica em diferentes tecidos Outras aplicações do Maldi-Tof Fonte: adaptado de: BALLUF, B. et al. Histochem Cell Biol. v. 136, n. 3, p. 227- 244, 2011. Secção do tecido revestido pela matriz Marcação com Hematoxilina e Eosina Espectro de massas Laser MALDI-IMS 5000 10000 15000 20000 m/z 0.0 0.5 1.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 X Y m/z y x 5 mm O Maldi-Tof possibilita a análise proteômica de diferentes amostras biológicas. Com relação a essa técnica, assinale a alternativa incorreta. a) Realiza a separação das proteínas da amostra de acordo com sua relação massa/carga após ionização. b) Permite o diagnóstico clínico de infecções bacterianas de maneira rápida, sensível e específica. c) É usada apenas para a caracterização de células procarióticas, como, por exemplo, as bactérias e os vírus. d) Uma das principais vantagens do seu uso no diagnóstico das infecções bacterianas é a rapidez na aquisição dos resultados. e) Permite a obtenção do espectro de massas das proteínas que constituem a amostra. Interatividade O Maldi-Tof possibilita a análise proteômica de diferentes amostras biológicas. Com relação a essa técnica, assinale a alternativa incorreta. a) Realiza a separação das proteínas da amostra de acordo com sua relação massa/carga após ionização. b) Permite o diagnóstico clínico de infecções bacterianas de maneira rápida, sensível e específica. c) É usada apenas para a caracterização de células procarióticas, como, por exemplo, as bactérias e os vírus. d) Uma das principais vantagens do seu uso no diagnóstico das infecções bacterianas é a rapidez na aquisição dos resultados. e) Permite a obtenção do espectro de massas das proteínas que constituem a amostra. Resposta Unidade I Maldi-Tof-MS Novas tecnologias em Hematologia e Hemoterapia Microarranjos de DNA (Microarrays) O sistema Crispr-Cas9 Conteúdo programático Hematologia laboratorial: visa à análise pormenorizadados componentes do sangue, a fim de detectar alterações na composição desse tecido. Principal exame realizado: hemograma. Novas tecnologias em hematologia e hemoterapia Fonte: autoria própria. O hemograma pode ser realizado manualmente, com a utilização de centrífuga, espectrofotômetro e microscópio óptico, ou de maneira semiautomatizada, com o auxílio de um contador hematológico. Novas tecnologias em hematologia e hemoterapia Fonte: https://commons.wikimedia.org/wi ki/File:Blood_cell_counter.jpg. Contador hematológico diferentes tipos celulares do sangue são identificados de acordo com seus valores de impedância Novas tecnologias: permitem a obtenção de resultados com maior rapidez, sensibilidade e especificidade análise automatizada do sangue. Citometria de fluxo; Laboratório modular de hematologia. Novas tecnologias em hematologia e hemoterapia Fonte: https://www.labnetwork.com.br/noticias/automacao-diminui- riscos-e-otimiza-processos-laboratoriais-hematologicos/ Equipamento de análise multiparamétrica realiza a contagem e a identificação das células e permite a identificação das moléculas em sua superfície, entre outros parâmetros. Utilizado em laboratórios de grande porte. Principais usos: Determinação de parâmetros hematológicos; Contagem de reticulócitos; Diagnóstico das leucemias e da hemoglobinúria paroxística noturna; Determinação do perfil funcional e do estágio de maturação dos diferentes subtipos de leucócitos; Identificação de subpopulações de células malignas no sangue; Avaliação dos linfócitos T CD4+ e CD8+ em sangue de indivíduos HIV positivos. Citometria de fluxo Feixe de laser é direcionado à amostra, que se encontra em fluxo laminar em um meio líquido condutor de eletricidade. Cada partícula suspensa nesse meio dispersa a luz de uma maneira diferente, ao ser atingida pelo laser. Fundamentos da citometria de fluxo Fonte: adaptado de: MARTINS, D. M.; GAGLIANI, L. H. UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 5, n. 8, p. 5-23, 2008. LASER Amostra Detectores FL1 FL2 FSC SSC FL3 Fluido Envoltório Digitalização Fundamentos da citometria de fluxo Exemplo de gráfico de citometria de fluxo de uma amostra de sangue. Fonte: adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flow_cytometry_scatterplot.png Detectores, posicionados na linha do laser (forward scatter, FSC-H) e perpendicular a esse (side scatter, SSC-H) captam a luz dispersa pelas células. FSC-H: indicativo do volume celular. SSC-H: indicativo da complexidade interna (granulosidade). FSC-H 2550 0 S S C -H 2 5 5 Fundamentos da citometria de fluxo É possível utilizar fluorocromos ou anticorpos acoplados a fluoróforos para facilitar as análises. Fonte: adaptado de: http://www.sbpc.org.br/upload/ congressos/2_Novos_parametros_em _hematologia.pdf Luz dispersa lateral F lu o re s c ê n c ia ( c o n te ú d o d e R N A /D N A ) Integra as etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica, com o objetivo de aumentar a precisão dos resultados. Laboratório modular de hematologia Fonte: adaptado de: PLEBANI, M. Journal of Laboratory and Precision Medicine, v. 3, n. 0, 2018. Enfermarias de hospitais Laboratórios remotos 1. Estação pré-analítica 2. Analisador modular 3. Processador automático de lâminas 4. Analisador de imagens 1 2 2 2 3 4 Posicionamento das amostras de sangue + EDTA na estação pré-analítica volume de sangue necessário é significativamente menor. O sangue percorre os analisadores (citômetro de fluxo para contagem e diferenciação dos leucócitos; contador hematológico para a contagem das hemácias e das plaquetas; espectrofotômetro para a dosagem de hemoglobina). O processador automático de lâminas produz esfregaços para análise por um software imagens são digitalizadas e analisadas por redes neurais artificiais, que se baseiam em bancos de dados de elementos do sangue. As imagens digitalizadas apresentam alta definição é possível aumentá-las muitas vezes sem que haja prejuízo na resolução. Laboratório modular de hematologia O advento do laboratório modular de hematologia permitiu o desenvolvimento de novos parâmetros hematológicos: Novos parâmetros hematológicos Contagem automatizada de granulócitos imaturos (IG) sepse. Contagem de plaquetas reticuladas (IPF) trombocitopenia por hiperdestruição periférica. Conteúdo de hemoglobina dos reticulócitos (RET-He) anemias. Fonte: https://www.sysmex.es/es- pt/academia/knowledge-centre/parametros- sysmex/contagem-de-granulocitos- imaturos-ig.html O laboratório modular de hematologia permite a análise automatizada do sangue. A respeito dessa plataforma e dos parâmetros que podem ser obtidos com sua aplicação, assinale a alternativa correta. a) O contador hematológico que integra a plataforma realiza a contagem e a diferenciação dos leucócitos a partir da determinação da impedância dessas células. b) Não prescinde a análise ao microscópio dos esfregaços de sangue. c) Possibilita a contagem de granulócitos imaturos, o que é importante no diagnóstico das anemias. d) Possibilita a contagem de plaquetas reticuladas, que estão diminuídas na trombocitopenia por hiperdestruição periférica. e) Integra as etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica da análise do sangue. Interatividade O laboratório modular de hematologia permite a análise automatizada do sangue. A respeito dessa plataforma e dos parâmetros que podem ser obtidos com sua aplicação, assinale a alternativa correta. a) O contador hematológico que integra a plataforma realiza a contagem e a diferenciação dos leucócitos a partir da determinação da impedância dessas células. b) Não prescinde a análise ao microscópio dos esfregaços de sangue. c) Possibilita a contagem de granulócitos imaturos, o que é importante no diagnóstico das anemias. d) Possibilita a contagem de plaquetas reticuladas, que estão diminuídas na trombocitopenia por hiperdestruição periférica. e) Integra as etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica da análise do sangue. Resposta Unidade I Maldi-Tof-MS Novas tecnologias em Hematologia e Hemoterapia Microarranjos de DNA (Microarrays) O sistema Crispr-Cas9 Conteúdo programático Avaliação simultânea de vários loci de DNA, de modo a determinar o perfil de polimorfismos nos genes de um indivíduo. Avaliação do perfil de transcrição da célula (RNAs mensageiros). Permite determinar os genes envolvidos em diferentes patologias. Microarranjos de DNA Fonte: https://eng.thesaurus.rusn ano.com/wiki/article813 Etapas experimentais. Fundamentos dos ensaios de microarranjos de DNA Fonte: adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/Fi le:DNA_microarray.png Extração do mRNA Transcrição reversa e adição de fluoróforo ao cDNA Adição do cDNA à placa e hidridização com as sondas Análise dos resultados Célula controle Célula alterada mRNA eDNA As sondas são fabricadas e adicionadas à placa, formando os microarranjos; A amostra biológica é coletada e seu mRNA é extraído e submetido à transcrição reversa; Ao cDNA resultante, é adicionado um fluoróforo; As moléculas de cDNA marcadas são adicionadas à placa com os microarranjos; Nos pontos onde houve hibridização do cDNA com a sonda, há geração de um sinal fluorescente; A placa é escaneada e processada por um software, o que permite determinar quais genes são diferencialmente expressos nas condições analisadas. Fundamentos dos ensaios de microarranjos de DNA Análise dos resultados Fonte: https://commons.wiki media.org/wiki/File:D NA_microarray.svg Exemplo de uma placa de microarranjos de DNA. Cada ponto corresponde a um spot, que contém sondas com sequências específicas. Os pontos coloridos indicam que houve hibridização da sonda com sequências- alvo do DNA. Outrostipos de microarranjos Fonte: adaptado de: https://doi.org/10.3892/wasj.2019.15 Microarranjos de proteínas 1. Adição de proteínas, anticorpos e/ou peptídeos à placa 4. Visualização da fluorescência 2. Incubação com a amostra (amostra) 3. Ligação específica Outros tipos de microarranjos chIP-on-chip Fonte: adaptado de: https://en.wikipedia.org/wiki/Fil e:ChIP-on-chip_wet-lab.png Hibridização Processamento do DNA genômico Imunoprecipitação Matriz Anticorpo Microarranjos de DNA DNA genômico Pesquisa científica: identificação de genes e de mutações envolvidos em diferentes patologias. Diagnóstico clínico: análise cromossômica de polimorfismos de nucleotídeos (autismo, anomalias congênitas, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, malformações fetais, perdas gestacionais etc.); perfil farmacogenético; análise de ancestralidade; diagnóstico molecular de neoplasias. Uso dos microarranjos de DNA Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Molecular_Diagnostics.jpg DNA Os microarranjos de DNA permitem a avaliação simultânea de vários loci de DNA. Com relação a essa técnica, assinale a alternativa incorreta. a) Possibilitam a avaliação dos polimorfismos e a expressão gênica de diferentes tecidos. b) Para a avaliação da expressão gênica, é necessário extrair o RNA e realizar sua transcrição reversa. c) Microarranjos que permitem o diagnóstico e a avaliação de diferentes patologias já estão disponíveis comercialmente. d) A técnica é realizada a partir da incubação de anticorpos monoclonais que reconhecem especificamente as regiões mutadas do DNA. e) A análise das diferentes cores de fluorescência geradas após a realização do ensaio permite verificar em quais tipos celulares determinado gene é expresso. Interatividade Os microarranjos de DNA permitem a avaliação simultânea de vários loci de DNA. Com relação a essa técnica, assinale a alternativa incorreta. a) Possibilitam a avaliação dos polimorfismos e a expressão gênica de diferentes tecidos. b) Para a avaliação da expressão gênica, é necessário extrair o RNA e realizar sua transcrição reversa. c) Microarranjos que permitem o diagnóstico e a avaliação de diferentes patologias já estão disponíveis comercialmente. d) A técnica é realizada a partir da incubação de anticorpos monoclonais que reconhecem especificamente as regiões mutadas do DNA. e) A análise das diferentes cores de fluorescência geradas após a realização do ensaio permite verificar em quais tipos celulares determinado gene é expresso. Resposta Unidade I Maldi-Tof-MS Novas tecnologias em Hematologia e Hemoterapia Microarranjos de DNA (Microarrays) O sistema Crispr-Cas9 Conteúdo programático Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeat/ Crispr Associated 9 (repetições palindrômicas curtas agrupadas e regularmente interespaçadas/ proteína 9 associada ao Crispr). Ferramenta baseada no sistema de defesa das bactérias e das árqueas contra a inserção de DNA exógeno em seu genoma. Edição do DNA. O sistema Crispr-Cas9 Fonte: https://doi.org/10.5935/abc.20160200. Adaptação Expressão Interferência Etapas do funcionamento do sistema Crispr em bactérias Fonte: adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_Hegasy_ Cas9_Immun_Wiki_E_CCBYSA.png 1. Incorporação do DNA do bacteriófago no locus Crispr 2. Defesa contra reinfecções pelo bacteriófago Cas1 Cas2 DNA do bacteriófago Aquisição do DNA protoespaçador Integração do DNA protoespaçador Spacer 3 Spacer 1 Spacer 2 Cromossomo bacteriano Clivagem do DNA do bacteriófago Ligação ao DNA do bacteriófago Ligação do crRNA ao Cas9 Cas9 Transcrição Cas9 Etapa de adaptação: DNA exógeno (por exemplo, de bacteriófago) entra na célula hospedeira pela primeira vez. Locus Crispr é ativado, o que culmina na produção das nucleases Cas1 e Cas2. Cas 1 e Cas 2 associam-se para cortar o DNA estranho em pequenos fragmentos de, aproximadamente, 20 nucleotídeos (protoespaçadores). Protoespaçadores são inseridos entre as sequências palindrômicas que caracterizam os arranjos Crispr. Etapas do funcionamento do sistema Crispr em bactérias Fonte: autoria própria. Etapa de expressão: Ocorre quando a célula é reinfectada pelo bacteriófago. Transcrição das sequências dos protoespaçadores (crRNAs), da nuclease Cas9 e da sequência tracr, que formam um complexo. Etapas do funcionamento do sistema Crispr em bactérias Fragmentos de crRNA servem como um “guia” para o reconhecimento do DNA do vírus que acabou de reinfectar a bactéria. Fonte: autoria própria. Etapa de interferência: Reconhecimento e fragmentação do DNA do vírus invasor pelo sistema Crispr-Cas. Se o DNA viral apresentar sequência complementar ao crRNA complexado à Cas9, significa que já houve infecção prévia pelo bacteriófago e, portanto, sua sequência de DNA está na “biblioteca”. Nesses casos, ocorre ligação entre o crRNA e a sequência correspondente no DNA viral, o que resulta na clivagem desse último pela Cas9, o que “livra” a bactéria de uma nova infecção. PAM (protospacer adjacent motif) sequências de 2 a 5 nucleotídeos que garantem que a nuclease Cas9 não corte o DNA da bactéria em sítios inespecíficos. Etapas do funcionamento do sistema Crispr em bactérias O sistema Crispr-Cas9 aplicado à edição genética de células eucarióticas Fonte: adaptado de: https://doi.org/10.1016/j.trsl.2015.09.008 Fusão do crRNA e do tracrRNA sgRNA (single guide RNA). crRNA tem sequência complementar ao gene que se deseja editar formação de dupla fita com o DNA genômico clivagem da sequência-alvo pela Cas9. DNA genômico sgRNA Cas9 Sequência PAM Quebra do DNA na porção complementar ao sgDNA Inserções/deleções aleatórias (NHEJ) Oligonucleotídeo Incorporação da sequência de oligonucleotídeos (HDR) Após a clivagem sistema de reparo do DNA é ativado, o que resulta em dois cenários diferentes: HDR (homology-directed repair): a sequência correta do gene é administrada juntamente com o sistema Crispr/Cas9. Esse fragmento é incorporado ao local da clivagem correção. NHEJ (nonhomologous end joining): nenhuma sequência é administrada. Ocorre inserção ou deleção de nucleotídeos de maneira aleatória nocaute. O sistema Crispr-Cas9 aplicado à edição genética de células eucarióticas Fonte: adaptado de: https://doi.org/10.10 16/j.trsl.2015.09.008 Quebra do DNA na porção complementar ao sgDNA Inserções/deleções aleatórias (NHEJ) Oligonucleotídeo Incorporação da sequência de oligonucleotídeos (HDR) Potenciais usos do sistema Crispr-Cas9: Pesquisa básica nocaute de genes e direcionamento da célula para a produção de proteínas específicas. Medicina correção de genes mutados relacionados a doenças genéticas, combate do câncer, cura de infecções por retrovírus e indução da compatibilidade em transplantes de órgãos originalmente não compatíveis. Agricultura tecnologia barata e relativamente simples para a criação de plantas transgênicas resistentes a pragas ou com características fenotípicas e nutricionais mais vantajosas. Indústria facilitar a produção de fármacos, de biocombustíveis e de biomateriais. O sistema Crispr-Cas9 aplicado à edição genética de células eucarióticas Aspectos éticos relacionados ao uso do sistema Crispr-Cas9 Potencial uso para selecionar características fenotípicas no embrião que os pais achem desejáveis proibido pela Lei de Biossegurança (Lei n. 11105/2005); Não se conhecem os riscos a médio prazo e a longo prazo da edição do genoma de embriões. Exemplo: geração de mutações fora do alvo desejado; A edição do DNA que atinge as células germinativas será herdada pelas próximas gerações, com efeitos imprevisíveis sobre elas; A edição do genoma de plantas pode levar à perda da biodiversidade e gerar problemas ambientais, assim como jáobservado em relação a outros organismos geneticamente modificados. A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética recessiva ligada ao cromossomo X. Ela é causada por mutações no gene da distrofina, de modo que a proteína não é produzida, o que resulta em fraqueza muscular progressiva em indivíduos do sexo masculino. Diversos estudos realizados em animais têm mostrado que o sistema Crispr/Cas9 tem potencial para corrigir o gene defeituoso e, assim, promover a cura da doença. Nesses estudos, a estratégia mais indicada seria: a) O NHEJ (nonhomologous end joining). b) O HDR (homology-directed repair). c) O uso do crDNA isoladamente, no lugar do sgDNA. d) O uso do Cas9 na ausência do crDNA e do sgDNA. e) A infecção das células do embrião com bacteriófagos. Interatividade A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética recessiva ligada ao cromossomo X. Ela é causada por mutações no gene da distrofina, de modo que a proteína não é produzida, o que resulta em fraqueza muscular progressiva em indivíduos do sexo masculino. Diversos estudos realizados em animais têm mostrado que o sistema Crispr/Cas9 tem potencial para corrigir o gene defeituoso e, assim, promover a cura da doença. Nesses estudos, a estratégia mais indicada seria: a) O NHEJ (nonhomologous end joining). b) O HDR (homology-directed repair). c) O uso do crDNA isoladamente, no lugar do sgDNA. d) O uso do Cas9 na ausência do crDNA e do sgDNA. e) A infecção das células do embrião com bacteriófagos. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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