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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
NOME DA ADVOGADA (O), brasileira, advogada, inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil – Secção XXXXXX sob o nº XXXXX, e Secção de São Paulo sob o nº 217.083, com escritório profissional à XXXXXXXXXXXXX, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição da Republica, e nos artigos 647 e 648, inciso I, do Código de Processo Penal impetrar a presente ordem de
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
em favor de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, portador do documento de identidade RG nº XXXXXXX, inscrito no CPF/MF sob o nº XXXXXXXXXXXXXX, atualmente recolhido preso no Centro de Detenção Provisória XXXXXXXXXXXXX, com endereço na XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, apontando como autoridade coatora o MMº. Juízo da XX Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP, nos autos do Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, pelos motivos que passa a expor:
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR
PACIENTE: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
IMPETRANTE: XXXXXXXXXXXXXX
AUTORIDADE COATORA: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da XX Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP
ORIGEM: Processo n.º xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria
I – SÍNTESE FÁTICA
Cuida-se de prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, em decisao de 28/12/2019, proferida pelo magistrado de plantão da XX Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP.
O Auto de Prisão em Flagrante nº xxxxxxxx, foi lavrado em xx/xx/2022 pela Autoridade Policial da xxª Delegacia de Polícia do Município de São Paulo Capital, ocasião em que o Paciente foi preso por supostamente ter descumprido as condições impostas em a Medida Protetiva.
A justificativa do nobre magistrado para manutenção da medida privativa de liberdade, que o paciente teria enviado mensagens de cunho ameaçador para sua ex-companheira XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, incidindo na conduta prevista no art. 24-A da Lei nº 11.340/06.
Ocorre que a manutenção da prisão preventiva do Paciente é ilegal e, de antemão cabe destacar que o próprio membro do Ministério Público na cota de fls. 15, opinou pelo relaxamento da prisão enquanto não houvesse indícios contundentes do descumprimento da cautelar, a saber:
COLOCAR TRECHO DO ATO COATOR
Contudo, o MM Juízo, proferiu a decisão para a conversão da prisão em flagrante em preventiva, onde salientou que não havia nos autos documento que demonstrasse possuir o Paciente residência fixa, tampouco ocupação lícita, conforme trecho abaixo:
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx INSERIR TRECHO DA DECISÃO DE PISO
Em face do exposto, CONVERTO A PRISÃO FLAGRANTE DO INDICIIADO EM PRISDÃO PREVENTIVA, com fulcro no art. 310 e 313, ambos do CPP, com redação da pela Lei nª 12.403/2011.(...)”
Pois bem, realizada a audiência de custódia no dia xx de novembro de 2021, mesmo após a juntada de documentos comprobatórios de que o Paciente possui residência fixa e de que seu filho menor impúbere xxxxxxx é autista e necessita de cuidados especiais e apoio do Paciente, a prisão preventiva foi mantida pelos próprios fundamentos.
Desde então, o Paciente encontra-se recolhido no Centro de Detenção Provisória xxxxxx, de São Paulo/SP, a disposição da justiça em virtude de em tese ter praticado o delito previsto no artigo 24-A da Lei 11.340/06.
Ocorre Excelências, que a pena tipificada no crime supostamente praticado pelo acusado não supera 4 (quatro) anos, sendo passível de pagamento de fiança ou liberdade provisória. Além disso, o paciente tem residência fixa, trabalho com carteira assinada conforme documentos anexos. (declaração de residência anexa) (cópia da CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social anexa).
Destaca-se a importância do feito ser julgado com a perspectiva de gênero, conforme o Protocolo do Conselho Nacional de Justiça de Outubro de 2021, a saber: “Esses conceitos são pilares do direito e são fundamentais para o bom funcionamento e para a própria legitimidade do Estado Democrático de Direito como um todo. Juristas comprometidas e comprometidos com julgamentos com perspectiva de gênero devem estar, entretanto, sempre atentas (os) ao fato de que, em larga medida, a existência de desigualdades estruturais pode atuar como obstáculo para a concretização desses propósitos.” Portanto, a imparcialidade deve ser respeitada, conforme trecho extraído do documento, a seguir: “No que toca à imparcialidade, na concepção clássica, exige-se a ausência de interesse egoístico e pessoal de quem julga como a garantia de uma decisão justa, enfatizando-se os motivos ensejadores da quebra da imparcialidade como causas de abstenção da pessoa que julga ou de sua recusa pelas partes”.
Entende-se que é um trabalho coletivo a luta por um país mais equânime em relação as questões de gênero, e a conscientização também de todos os atores envolvidos na ação penal, tais como vítimas, acusados, advogados, juízes e promotores.
Nesse sentido, destaca-se a ciência do paciente em relação a essa temática, porém o presente remédio constitucional vem para demonstrar a desnecessidade da médica cautelar extrema, ou seja, a prisão preventiva.
II – DA PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES
Infere da decisão da autoridade coatora, embasamento que não justifica a prisão cautelar. Até porque sustenta a manutenção da medida privativa de liberdade apenas nas declarações prestadas pelos policiais militares, conforme segue:
“as declarações colhidas em sede policial trazem informações sobre a prática de ameaças no curso do procedimento policial. Assim sendo, as declarações dos policiais civis envolvidos na diligência revelam a existência de ameaças proferidas por mensagens encaminhadas pelo suposto agressor, sendo certo que já existe medida protetiva deferida em seu desfavor. Logo, há elementos de possível reiteração da prática criminosa contra a vítima, sendo certo que a presunção de legitimidade das declarações prestadas pelos agentes públicos não deve ser desprezada”
Excelências, não se encontram nos autos as referidas mensagens, e não é possível se valer apenas de declarações genéricas dos agentes públicos para instruir uma medida privativa de liberdade, destaca-se que a pena de segregação é exceção em nosso ordenamento jurídico, em que existem medidas alternativas a serem aplicadas antes da decretação da prisão de qualquer cidadão brasileiro.
Apenas elementos informativos de investigação não são suficientes para o magistrado fundamentar sua decisão, tampouco embasar com testemunhos de uma prisão em flagrante, situação em que a única coisa que o paciente tem é a sua palavra contra a de agentes do Estado – No processo penal não cabe presunção, tendo em vista que o bem jurídico que está em jogo é a Liberdade.
E se o Paciente tiver todas as características de um delinquente, rotulado pelo controle social que determina esse ou aquele como o estereótipo do criminoso, neste sentido a palavra desse cidadão tem valor algum.
Portanto, nota-se o desequilíbrio das armas quando a única prova da ocorrência de conduta ilícita é a declaração de quem conduziu o paciente à cadeia, pois a condução já indica o teor do interesse dos agentes do Estado – em contribuir com a acusação.
Válido mencionar, que os policiais diligenciaram até a residência do Paciente e não o encontram. Quando este chegou em sua residência, e teve conhecimento que policias estavam a sua procura, imediatamente compareceu a distrital para saber qual o motivo pela sua procura, sendo foi preso em flagrante.
Se culpado fosse, ou tivesse cometido referidas ameaças, jamais, nunca em tempo algum teria se apresentado a autoridade policial voluntariamente, se apresentou pelo fato, de não ter cometido qualquer ilícito.
O princípio do contraditório deve ser respeitado, não apenas como a oportunidade de poder falar sua versão, mas a possibilidade de, efetivamente, influenciar na formação da convicção do julgador.
É antidemocrático viver num país onde a restrita prova oral de alguém é o bastante para encarcerar um indivíduoque, para todos os efeitos, resguardado pela Constituição Federal, dispõe da Presunção de Inocência até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Ressalta-se que o Paciente possui residência fixa e ocupação lícita, diferente do que a autoridade coatora inseriu em sua decisão, quando afirmou que “De igual modo, importante se faz salientar que não há nos autos documento que demonstre possuir o investigado residência fixa, tampouco ocupação lícita”.
O paciente ostenta primariedade e bons antecedentes, uma vez que ficou comprovado em sua folha de antecedentes criminais (fls. 20) que NADA CONSTA em seu desfavor exceto esta acusação de sua ex-companheira.
III - DA NULIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
Excelência, a prisão em voga é nula, pois não estão presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, o paciente não é pessoa perigosa, que ofereça qualquer tipo de risco. Além disso, foi de LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE até a delegacia, quando procurado em sua residência e não estava, assim que soube que os policiais estavam em sua busca, compareceu no Distrito Policial, a fim de demonstrar que está totalmente à disposição da justiça e não se esquiva da aplicação da lei penal.
O Paciente foi vítima de um descontrole emocional, em virtude de desentendimento entre casal e jamais teve a intenção de praticar qualquer ato de violência contra a ex-companheira, pois durante todos esses anos de convivência, nada parecido jamais ocorreu, tratando-se de um fato isolado provocado por violenta emoção, diante de um possível deslize de infidelidade cometido pela ex-mulher, que ocasionou tais atitudes por parte do paciente.
O fato é que sua permanência na prisão trará grandes consequências de ordem pessoal, psicológica e financeira, bem como para toda sua família.
Tais circunstâncias depõem contra a permanência da custódia cautelar, a qual vem recebendo o enérgico repúdio dos Tribunais Superiores, porquanto, importa e sempre no cumprimento antecipada da pena, (isto, na hipótese de remanescer condenado o réu), violando-se aqui o princípio da inocência, com sede Constitucional, por força do artigo 5º, LVII.
Nesse norte, imperiosa a transcrição de jurisprudência, a qual guarda pertinência fidalga à hipótese in exame:
"A prisão provisória, como cediço, na sistemática do Direito Positivo é medida de extrema exceção. Só se justifica em casos excepcionais, onde a segregação preventiva, embora um mal, seja indispensável. Deve, pois, ser evitada, porque é sempre uma punição antecipada" (RT 531/301).
HABEAS CORPUS – Pedido de revogação da prisão preventiva – Violência doméstica – Desproporcionalidade entre a medida cautelar e a pena vislumbrada em hipótese de condenação. Delitos punidos com pena de detenção, com probabilidade de aplicação de regime aberto. Medidas protetivas que ainda não haviam sido aplicadas e que se mostram adequadas para proteção da vítima. Ordem concedida. (Relator (a): Leme Garcia; Comarca: Taboão da Serra; Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal; Data do julgamento: 12/04/2016; Data de registro: 13/04/2016)
HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. Paciente acusado da prática do delito previsto no artigo 147 Código Penal, com cominações da Lei 11.340/06. Pedido de revogação, com concessão de liberdade provisória. Prisão cautelar. Imposição situacional. Periculum libertatis que não mais se encontra presente. Pena máxima cominada ao delito inferior a 4 (quatro) anos. Constrangimento ilegal configurado. ORDEM CONCEDIDA. (Relator (a): Camargo Aranha Filho; Comarca: São Paulo; Órgão julgador: 15ª Câmara de Direito Criminal; Data do julgamento: 31/03/2016; Data de registro: 04/04/2016).
 Portanto, verifica-se a desproporcionalidade da manutenção da prisão preventiva diante do cenário particular do paciente, notadamente por ser primário, possuir residência fixa, conforme documentação anexa, chefe de recepção, possuir família que depende economicamente da sua renda, sendo um filho especial, não possui personalidade agressiva.
Além do que, não se pode subjugar os benefícios da lei, apenas pela prática de um suposto delito, quando a pena máxima não suporta o prazo de 4 (quatro) anos, pois, dificilmente o Paciente receberia a pena em sua totalidade, levando em consideração ser primário, bons antecedente, permitindo assim, caso condenado fosse em cumprir sua reprimenda em liberdade.
Dessa forma, é de se questionar qual a finalidade da prisão preventiva no presente caso, se mesmo com uma possível condenação, a lei não conseguirá atingir o encarceramento que hoje se aplica, podendo desde já proceder a aplicação da fiança e um medida cautelar, o que desonera o sistema carcerário e a própria sociedade, além de atender os ditames legais.
Ademais, a prisão cautelar reverte-se de caráter excepcionalidade, pois somente deve ser decretada quando ficarem demonstrados os requisitos do art. 312 e 313 do CPP, os quais, no presente caso, inexistem para justificar a prisão preventiva.
IV – CONCLUSÃO
Assim, conclui-se que os delitos imputados paciente, previstos no artigo 24-A da Lei 11340/06, não condizem com a realidade dos fatos, pois se trata de um desentendimento acontecido entre casal, provocado no calor da emoção, mas que jamais seria cometido pelo acusado em face da mãe dos seus filhos.
 É bem sabido que a todos é garantido o direito individual de locomoção, bem como é consagrado pela Carta Magna o Princípio da Inocência, que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
A Constituição Federal permite em algumas hipóteses como medidas privativas de liberdade: a prisão em flagrante e o mandado judicial expedido por juiz competente, em circunstâncias extremamente justificáveis e necessárias.
No entanto, diante das Garantias Constitucionais expressas no art. 5º, incisos LIII, LIV, LV, LVII e LXVI e com o advento do art. 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal, não mais se justifica o encarceramento do indiciado.
Como no Ordenamento Jurídico Brasileiro não se admite a antecipação da pena, o encarceramento só é admissível por razões de extrema necessidade.
Ademais, sendo o Paciente primário e de bons antecedentes, com residência fixa, ocupação licita, além de não pretender furtar-se de sua prestação de contas à Justiça, tem o direito constitucional de se defender solto.
Apenas para efeito de raciocínio, pela previsibilidade do quantum de pena a ser aplicada neste caso, poderia o paciente cumprir a pena em regime aberto, conforme inteligência do artigo 33, § 2º, alínea c, do Código Penal, já que presentes os pressupostos subjetivos, explicitados no artigo 59 da mesma Codificação Penal.
Ante todo o exposto, estando presentes os pressupostos cautelares, requer-se a concessão da medida liminar para que o paciente possa manter-se em liberdade, e que o regime aplicado seja o aberto, até decisão de mérito deste Habeas Corpus.
Nesta esteira, a concessão do WRIT ao paciente é medida que se ajusta perfeitamente ao caso em tela, não havendo, por conseguinte, razões para futura manutenção de sua prisão sem o devido fundamento. O paciente se compromete desde logo a manter distância de sua ex-companheira respeitá-la em todos os atos processuais, até porque nunca teve intenção em causar mal a mãe de seus filhos.
V- DO PEDIDO LIMINAR
No curso da argumentação desenvolvida e nos documentos acostados demonstrou-se, de maneira que se afigura inequívoca, a presença do fumus boni iuris.
Igualmente, verifica-se também o periculum in mora, pois, apesar da celeridade com a qual é regido o processamento do remédio heroico, inevitavelmente, transcorrerão algumas semanas, quiçá meses, até seu julgamento final pelo Juízo a quo, e, estando o Paciente enclausurado quando o crime imputado perfaz pena inferior há 4 anos, e se condenado fosse responderia processo em liberdade, sem que lhe tenha sido assegurado a ampla defesa e o contraditório, em toda a sua plenitude.
No presente feito não foram juntados quaisquer documentos que comprovem as supostas ameaças mencionadas pela vítima,sem qualquer prova efetiva que tenha o paciente realizados referidas mensagens de ameaça.
O periculum in mora e o fumus boni iuris são os pressupostos de toda e qualquer medida cautelar, sendo sua demonstração, com base nos elementos dos autos, indispensável à fundamentação do provimento jurisdicional.
Pelo periculum in mora, a concessão da liminar evitará que o paciente sofra o constrangimento de ter sua liberdade restringida.
 A fumaça do bom direito está demonstrada nas razões acima expostas, eis que a segregação da liberdade do Paciente foi baseada sem qualquer prova, apenas em depoimentos dos policiais que realizaram a prisão em flagrante, além do mesmo possuir três filhos menores, sendo dois deles com menos de doze anos de idade.
VI – DO PEDIDO
Ante todo o exposto, estando presentes os pressupostos cautelares, requer-se a concessão da medida liminar para que a Paciente possa manter-se em liberdade, até decisão de mérito deste Habeas Corpus.
Nesta esteira, a concessão do WRIT ao paciente é medida que se ajusta perfeitamente ao caso em tela, não havendo, por conseguinte, razões para futura manutenção de sua prisão sem o devido fundamento.
Subsidiariamente, requer seja revogada a prisão preventiva, aplicando-se uma das medidas cautelares revistas no artigo 319 do Código de Processo Penal.
Por fim, requer-se, em favor do Paciente, a concessão da presente ordem de HABEAS CORPUS, uma vez que o delito imputado possui pena menor de 4 anos, nos tramites do devido processo legal pelos princípios constitucionais e, sendo pacífica a jurisprudência do STF, sedimentada nas Súmulas 718 e 719 no sentido de que não se admite a imposição do regime de cumprimento mais gravoso do que a pena aplicada permitir sem motivação idônea ou baseada na opinião do julgador sobre a gravidade abstrata do crime, e, para tanto, seja comunicada a autoridade coatora nos autos do processo, nos termos do artigo 648 do Código de Processo Penal, e consequentemente o competente e necessário ALVARA DE SOLTURA em favor do Paciente como medida da mais exaltar e nobre arte de bem distribuir e aplicar a verdadeira JUSTIÇA!
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, xx de janeiro de xxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
OAB/SP XXXXX

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