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ANTROPOLOGIA FORENSE Prof. Paulo Bilynskyj INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANTROPOLOGIA FORENSE Prof. Paulo Bilynskyj Antropologia Forense é o ramo da Medicina Legal que estuda a identificação e a identidade dos seres humanos. Podemos conceituar identidade como sendo o conjunto de elementos que caracterizam uma pessoa, tornando-a única e, consequentemente distinguindo-a das demais pessoas. Identificação, por sua vez, é o processo técnico e científico utilizado para se chegar a uma identidade; para se determinar uma identidade ou não de uma pessoa. INTRODUÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj INTRODUÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj ANTROPOLOGIA IDENTIDADE É o conjunto de elementos que caracterizam uma pessoa. IDENTIFICAÇÃO É o processo técnico e científico utilizado para se chegar a uma identidade. INTRODUÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A identidade possui grande importância seja para efeitos civis seja para efeitos criminais já que toda e qualquer responsabilização somente é possível após a prévia identificação. CLASSIFICAÇÃO DA IDENTIDADE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A identidade pode ser classificada em: Identidade Subjetiva Objetiva CLASSIFICAÇÃO DA IDENTIDADE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Identidade subjetiva: quando diz respeito à consciência, à capacidade do ser humano de compreender que existe como indivíduo na estrutura da realidade. Identidade objetiva: diz respeito às qualidades físicas do indivíduo. CLASSIFICAÇÃO DA IDENTIDADE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A identificação pode ser feita através do corpo vivo ou do cadáver, ainda que em partes e através de coisas (unha, cabelo, ossos...). Todo ser humano possuí características físicas Todo ser humano possuí características únicas Cada ser humano é único MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Para ser considerado um bom método de identificação, o método deve ter algumas características: • Unicidade: o elemento identificador deve ser único para cada pessoa. (Critério biológico) • Imutabilidade: o elemento identificador não sofre a ação do tempo, ou seja, permanece o mesmo com o passar do tempo. (Critério biológico) MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Perenidade: o elemento deve estar presente durante toda a vida e até após a morte (até certo tempo). (Critério biológico) • Praticabilidade: o elemento deve ser obtido e registrado de forma fácil. (Critério técnico) • Classificabilidade: o elemento deve ser de fácil classificação permitindo assim, seu arquivamento o qual permitirá uma busca rápida e fácil do registro. (Critério técnico) MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Assim, um bom método de identificação deve atender a essas características. Esse elemento ficará então registrado e arquivado e, quando necessário será utilizado como padrão de comparação (ponto de partida). Será colhido o elemento da pessoa que se pretende identificar e então se fará a comparação entre os dois registros. FASES DA PERÍCIA DE IDENTIFICAÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Registro do elemento Coleta e registro do mesmo elemento do indivíduo que se pretende identificar Comparação dos dois registros FASES DA PERÍCIA DE IDENTIFICAÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A identificação se dará quando da comparação, se positivo trata- se da mesma pessoa de quem foi colhido o elemento quando do primeiro registro. Assim, percebe-se que se não houver um registro anterior do elemento característico ou se não for possível coletar o mesmo elemento para o confronto será impossível a identificação, já que não haverá padrão para o confronto. Daí podemos inferir que: TODO MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO É COMPARATIVO CLASSIFICAÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO Prof. Paulo Bilynskyj A identificação é classificada em: CLASSIFICAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Id e n ti fi ca çã o Identificação médico-legal, pericial ou antropológica Identificação judiciária Identificação criminal É aquela realizada pelos médicos legistas, exige conhecimentos médicos e de ciências biológicas e afins. Ela, de acordo com Flamínio Favero, divide-se em três partes: física, funcional e psíquica. Identificação Médico-legal, Pericial ou Antropológica Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Identificação Médico Legal Física Funcional Psíquica Assim, a identificação física seria aquela que tem como objetivo determinar qual a espécie (se animal ou humano), raça, o sexo, a idade, a altura, o peso, sinais, cor, etc. A identificação funcional tem seu foco voltado para o modo como o indivíduo se apresenta, com suas atitudes, assim preocupa-se com dados como a voz, a escrita, a força, a forma de andar, gestos entre outros. Identificação Médico-legal, Pericial ou Antropológica Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Já a identificação psíquica preocupa-se com a consciência individual, com as manifestações psíquicas normais e anormais (patológicas), identifica as oligofrenias, psicoses, neuroses, etc. Dito isso vamos verificar as principais identificações médico-legais. Identificação Médico-legal, Pericial ou Antropológica Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Suponha que o perito médico legista esteja diante de pedaços de ossos ou de fragmentos de corpos que não se tenha certeza se são de ser humano ou de animal. Nesses casos, antes de qualquer outro exame será necessário identificar a espécie dos restos mortais, se humana ou animal. Todos os ossos, tanto humanos como de animais possuem em seu interior canalículos microscópicos – os canais de Havers. O que difere um osso humano de um osso de animal é a quantidade e a largura desses canais, assim, nos humanos temos menor quantidade e maior largura dos canais de Havers. 1. Identificação da Espécie Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Se houver sangue nos fragmentos, será submetido a testes para indicar se é humano ou animal e, em sendo humano serão feito testes individuais de tipagem sanguínea. (A, B, AB, O, Rh positivo ou negativo etc...). 1. Identificação da Espécie Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Primeiramente temos que frisar que não existem raças puras, superiores ou inferiores. Sabemos que se admite como tipos étnicos fundamentais os caucasianos, mongólicos indianos, negroides e australoides. Existem alguns elementos que permitem a diferenciação das raças, os principais são: a forma do crânio; o índice cefálico (relação entre largura e comprimento do crânio), o ângulo facial, as dimensões da face, o tipo de cabelo e a cor da pele. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Assim, o tipo caucasiano tem como característica a pele branca, cabelos lisos ou crespos, castanhos ou louros, íris azul ou castanha e contorno crânio- facial ovoide ou ovoide poligonal e perfil facial ortognata e ligeiramente prognata. O tipo mongólico, por outro lado, apresenta pelo amarela, cabelos lisos, face achatada, arcada superciliar pouco saliente, pálpebras amendoadas, nariz curto e largo e maxilares pequenos. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Já o tipo negróide apresenta como características a pele negra, cabelos crespos, perfil facial prognata, íris castanha, nariz pequeno de perfil côcavo e narinas curtas e afastadas. Com relação ao tipo indiano podemos dizer que se caracteriza por pele amarela trigueira, tendente para o avermelhado, alta estatura, cabelos lisos e pretos,íris castanha, ausência de barba e bigode, orelhas pequenas e nariz saliente, longo e estreito. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Por fim o tipo australoide pode ser caracterizado como sendo de estatura alta, pele trigueira, cabelos pretos, ondulados e longos, nariz curto com narinas afastadas. Para a caracterização da raça são levados em conta os seguintes exames: a) Formato do crânio. Avaliam-se os contornos vertical, anterior, posterior e laterais, que formarão figuras geométricas correspondentes a cada tipo; 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj b) Índices cefálicos. Se subdividem em: (i) índice cefálico horizontal – obtido por meio da relação entre a largura e o comprimento do crânio, fixa-se na puberdade e é menos homogêneo na mulher; (ii) índice cefálico vertical; (iii) índice cefálico transverso ou vertical posterior – obtido pela média do índice cefálico horizontal e vertical; e (iv) índice nasal – obtido por meio da relação centesimal entre a largura máxima das fossas nasais e a altura násio-espinhal. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj c) Capacidade do crânio. Dada pela quantidade de chumbo necessária para encher a cavidade craniana após tapado seus orifícios. A quantidade de chumbo (quantitas plumbem) obtida é posta em frasco graduado em centímetros cúbicos, determinando-se, o seu volume em capacidade. A capacidade do crânio é maior no sexo masculino. E de forma decrescente é maior em indivíduos da raça branca, amarela, vermelha e negra. d) Ângulo facial. Determina o prognatismo (proeminência dos maxilares); quanto mais agudo for o ângulo facial maior o prognatismo, na raça branca esse ângulo é máximo e na raça negra é mínimo. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj É possível aferir as medidas por meio dos goniômetros (o de Broca, p. ex). Existem diversos critérios para aferí-lo; para Jacquart, O ângulo é obtido por uma linha vertical que passa pela fronte e pela espinha nasal anterior — linha facial — e por uma outra que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha biauricular — linha aurículo- espinal; já de acordo com Cloquet: Essas duas linhas se encontram no rebordo alveolar; Curvier, por sua vez utiliza a intersecção dessas duas linhas na margem cortante dos incisivos; 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O método de Rivet, por outro lado, consiste em se traçar um triângulo facial por intermédio das linhas facial e aurículo-espinal como foram descritas no método de Jacquart, e uma outra linha tangente ao mento e aos incisivos mediais inferiores. A partir do comprimento dos três lados do triângulo obtido, calcula-se os seus ângulos por meio de tábuas logarítmicas. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Com base nas medidas do ângulo facial (método de Camper o qual compreende um plano aurículo-orbitário que passa pelos bordos inferiores das órbitas e pelas bordas superiores dos orifícios do conduto auditivo e por uma reta que, partindo do ponto de inserção dos incisivos, passa pelo começo do nariz), classificamos em: I. ortognatas: ângulo com mais de 85º; II. mesognatas: ângulo com mais de 80º a 85º; III. prognatas: ângulo com menos de 80º. As partes moles (os lábios, p. ex) impedem a determinação do prognatismo no vivo e no cadáver recente. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj e) Dimensões da face. É obtida por meio da relação entre a largura e a altura da face (Largura máxima X 100 – altura násio -alveolar / altura máxima da face – diâmetro bizigomático máximo). A partir das dimensões da face classificam-se em braquifacial, mesofacial, dolicofacial, conforme seja o índice facial superior encontrado. Levando em consideração os diâmetros bizigomático e násio-alveolar, os amarelos têm a face mais larga, seguidos pelos negros e, depois, pelos brancos, (mais estreitas). f) Envergadura. É um sinal étnico. As pessoas da raça negra em regra têm os membros superiores mais longos em relação aos inferiores. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Índice R. Negra R. Branca Tibiofemoral sup. a 83 inf. a 83 Radioumeral sup. a 80 inf. a 75 g) Cabelos. É um sinal étnico. É possível identificar através de exame de DNA se se trata de animal ou ser humano, a raça; o sexo, a idade, a região de onde saíram, se foram arrancados, se caíram, se foram cortados. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Aqui no Brasil não temos um tipo racial definido em razão da grande miscigenação. Assim, temos branco, negro, índio, mulato (branco + negro), mameluco (branco + índio) e os cafuzos (negro + índio). Importante dedicarmos um tempinho ao estudo dos pontos anatômicos cranimétricos utilizados na determinação dos índices cefálicos. Conforme ensinam L. Testut e A. Latarjet, Anatomia humana, Salvat Ed., 1954, p.284 e s, citados por Dalton Croce em seu Manual de Medicina Legal temos os seguintes pontos anatômicos craniométricos: 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Gnation: que se localiza entre os forames mentonianos bilaterais, na parte mais anterior e inferior do mento ósseo; Próstion ou ponto alveolar: que se localizam no rebordo alveolar dos dentes incisivos centrais superiores; Násion ou ponto nasal: que se localiza no centro da articulação nasofrontal; Ponto subnasal ou espinal: que se localiza no centro virtual da espinha nasal anterior; 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Glabela: é aquela protuberância frontal entre as cristas superciliares; Bregma: é o ponto de convergência das suturas sagital, metópica e coronária; Obelion: localiza-se na altura dos buracos parietais; Lambda: é o ponto de junção da sutura lambdoide com a sagital; Ínion: localizado na base da protuberância occipital externa; Metalambda: localizado no centro mais posterior do crânio; Opístion: situado na margem posterior do forame occipital; Básion: localizado no ponto médio da borda anterior do buraco occipital. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Os pontos anatômicos laterais que merecem destaque são: a) Gonion: localizado no lado externo do ângulo mandibular; b) Dacrion: o ponto de encontro das suturas vertical lacrimomaxilar e nasofrontal. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Por ser bastante cobrado em provas vamos aprofundar os estudos dos índices cefálicos. Assim, temos: - Índice cefálico horizontal — Obtido pela relação entre a largura e o comprimento do crânio. Esse índice como já dissemos fixa-se durante a puberdade e é mais homogêneo no homem do que na mulher. De acordo com Retzius, temos a seguinte fórmula: ICH =Largura máxima X100 --------------------------- Comprimento máximo 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Onde o comprimento máximo é composto pela longitude glabelo- metalambda. Com base no índice cefálico horizontal denominamos os crânios como sendo: a) dolicocéfalos: em que o ICH é igual ou inferior a 75; b) subdolicocéfalos: em que o ICH vai de 75,01 a 77,77; c) mesaticéfalos: em que o ICH vai de 77,78 a 80; d) sub-braquicéfalos: em que o ICH vai de 80,01 a 82,33; e) braquicéfalos: em que o ICH é de 82,34 ou maior. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj - Índice vertical (perfil) — Obtido pela fórmula: IV.Pe = Altura basiobregma x 100 ------------------------------------ Longitude glabelo-metalambda Com base no índice vertical denomina-se o crânio como: a) hipsicéfalos (crânios altos): o índice é maiordo que 75; b) mesocéfalos (crânios médios): o índice varia entre 75 e 69; c) platicéfalos (crânios baixos): o índice é menor que 69. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Índice transverso ou vertical posterior — Obtido pela média do índice cefálico horizontal e índice vertical (perfil). IV.Po = Altura basiobregmática X 100 ----------------------------------- Diâmetro transverso máximo De acordo com esse índice os crânios se Dividem em: a) tapinocéfalos: o índice é de até 91,99; b) metriocéfalos: o índice varia de 91,99 a 97,99; c) estenocéfalos: o índice é de 98 ou mais. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj - Índice nasal — Obtido por meio da relação centesimal entre a largura máxima das fossas nasais e a altura násio-espinal. IN = Largura máxima nasal X 100 --------------------------------- Altura násio-espinal De acordo com esse índice classifica-se em: a) nariz platirrino: característico de negros africanos e da Oceania; b) nariz mesorrino: característico de amarelos; c) nariz leptorrino: característico dos brancos. 2. Identificação da Raça Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Importante destacar que a classificação em branco, pardo ou negro não é designação etnográfica, é sim uma classificação baseada na tonalidade da pele segundo a concentração de melanina. 3. Identificação do Sexo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Existem diversas formas de identificação do sexo. Obviamente o sexo na pessoa viva e no cadáver recente e sem mutilações do aparelho reprodutor e dos caracteres sexuais é muito fácil. Porém existem algumas situações em que não será tão simples a identificação, abaixo elencamos algumas dessas situações: I. Putrefação avançada, se a putrefação houver destruído os genitais externos ainda é possível identificar através dos ovários presentes nas mulheres ou da próstata presente nos homens. Obs.: É possivel encontrar o útero preservado em corpos carbonizados; II. Intersexuais (anomalias que dificultam a determinação do sexo); 3. Identificação do Sexo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj III. Hermafroditismo (pseudo) o indivíduo possui gônada de um sexo e características físicas do outro, assim o pseudo-hermafroditismo masculino apresenta testículos, mas a continuação e aspectos genitais externos se assemelham ao do sexo feminino. O pseudo- hermafroditismo feminino se caracteriza por possuir ovários, mas a genitália externa tem aparência masculina. O sexo real do indivíduo é atestado através de exame cuidadoso conforme o caso, através de cirurgias, bem como pelo estudo da cromatina sexual. 3. Identificação do Sexo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj IV. Ossada (quando visto o esqueleto, em conjunto, é possível conseguir dados que auxiliam na identificação). Nas pessoas do sexo masculino os ossos do crânio são mais espessos quando comparados aos das pessoas do sexo feminino, as quais possuem ossos mais delicados, os malares são mais salientes nos homens, o tórax tem formato cônico, com a parte superior mais larga, enquanto nas mulheres o tórax é ovóide, na bacia as dimensões verticais predominam, já nas mulheres a bacia tem maior diâmetro transversal, nos homens o sacro é mais alto, já nas mulheres é mais baixo 3. Identificação do Sexo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj V. Sexo genético ou cromossomial: faz-se a análise dos cromossomos, por meio dos corpúsculos de Borr e pelo corpúsculo fluorescente; VI. Sexo gonadal: identificado pela presença de testículos e ovários. 3. Identificação do Sexo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Tanto o crânio como o tórax trazem elementos que permitem se presumir qual o sexo do indivíduo. O crânio da pessoa do sexo feminino tem a fronte mais verticalizada, a articulação fronto nasal curva, saliências ósseas e as apófises mastoides e estiloides menos desenvolvidas quando comparadas ao crânio do indivíduo do sexo masculino. Em regra a capacidade do crânio feminino corresponde a nove décimos da capacidade do masculino. Em indivíduos do sexo feminino, a capacidade torácica é menor e as apófises transversas das vértebras dorsais mostram-se mais dirigidas para trás. 3. Identificação do Sexo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Obs.: É possível que o útero se mantenha preservado em caso de incêndio e em caso de putrefação avançada. Devemos ter em mente, no entanto, que embora crânio e tórax permitam identificar o sexo; é a bacia que nos fornece as características diferenciais mais importantes. Curiosidade: A inclinação da sínfise vertical é menos pronunciada no sexo feminino. As dimensões verticais da bacia masculina ultrapassam as da bacia feminina. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A vida humana tem as seguintes fases etárias, de acordo com Croce: Vida intrauterina (embrião até o 3º mês, feto até o parto); Infante nascido (nascido que não recebeu cuidados higiênicos); Recém nascido (nascido que recebeu cuidados higiênicos); 1ª Infância (até os 07 anos de idade); 2ª Infância (dos 08 aos 11 anos de idade); Adolescência (dos 12 aos 18 anos de idade); Mocidade (dos 19 aos 21 anos de idade); Idade adulta (dos 22 aos 60 anos de idade); Velhice (dos 61 aos 80 anos de idade); Senilidade (após os 80 anos de idade). 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Tem forma específica para o feto e a partir do nascimento. No feto, verifica- se o aspecto morfológico e a estatura. Assim, temos: Do primeiro ao terceiro mês de vida intra-uterina: crescimento de 0,6 cm/mês; A partir do quarto mês: crescimento de 5,5 cm/mês. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A partir do nascimento, serão utilizados os seguintes parâmetros: Aparência: somente é útil para identificar como bebê, jovem e idoso, já que nas transições de faixas etárias haverá dificuldades em razão da mudança que se dará ano a ano; Pele: rugas que geralmente aparecem entre 25 e 30 anos. Pêlos pubianos: em pessoas do sexo feminino surgem por volta dos 12 a 13 anos e os axilares aos 15 a 16 anos. Nas pessoas do sexo masculino surgem entre os 13 e 15 anos. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A partir do nascimento, serão utilizados os seguintes parâmetros: • Globo ocular: presença do arco sênil (faixa acinzentada ao redor da íris) com incidência comum em pessoas acima de 80 (oitenta) anos, mas pode aparecer em poucos casos em pessoas na faixa dos 40 (quarenta anos). • Dentes: verifica-se se se trata de 1ª ou 2ª dentição. • Radiografia dos ossos: através da ossificação das cartilagens de crescimento. Geralmente utiliza-se a radiografia do punho. • Crânio: sistema de suturas do palato duro. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Existem algumas fórmulas para cálculo da idade que vocês devem conhecer: Fórmula de Balthazard-Dervieux: fórmula para cálculo da idade fetal em dias pela estatura, que é calculada pelos comprimentos das diáfises do fêmur, tíbia e úmero. (I = Ex5,6; E=5,6Cf + 8; E=6,5Ct + 8; E=6,5Cu + 8). Tabela de Ernestino Lopes: tabela que estima a idade tendo como base as alterações do ângulo mandibular. Tabela de Ema de Azevedo: tabela utilizada para determinação da idade de 0 a 14 anos, fazendo-se uma correlação entre peso, idade e sexo. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj E qual a importância da determinação da idade? A idade tem desdobramentos na esfera cível e criminal. E o que fazer se não há Certidão de Nascimento? No indivíduo vivo e no cadáver preservado e íntegro é possível a partir do exterior se chegar a uma idade aproximada. Não é difícil diferenciar uma criança,de um adulto e de um idoso. O problema está no período de transição entre as fases etárias da vida humana, já que a aparência não se modifica da noite para o dia e sim aos poucos. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O arco senil, semitranslúcido, composto de colesterol, triglicérides e fosfolípides, mais constantes nos diabéticos, hipertensos e desnutridos, que se manifesta por uma faixa acinzentada circular na periferia da íris, pode ou não aparecer acima dos 45 anos (20%), mas está presente em 100% dos octogenários. Esse arco tem maior frequência na raça negra, no sexo masculino e nos brasileiros. Esse arco é de difícil constatação no cadáver se não houver acesso aos recursos de coloração específica. Caso esteja presente estará mais acentuado no cadáver do que na pessoa viva, isoladamente não é suficiente para determinação da idade mas ao lado de outros meios de prova tem valor para a determinação da idade. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Também pode ser levado em conta para determinar a idade a diminuição da acuidade visual pela presbiopia a partir dos 40 anos e a opacificação dos cristalinos (possuem valor relativo e devem ser levados em conta com os demais meios de prova). A partir dos 50 anos (cinquenta anos) é possível notar uma diminuição na audição. No cadáver é possível se identificar a idade a partir do desenvolvimento e das lesões dos órgãos; assim, por exemplo, é característica da senilidade a diminuição do peso dos órgãos e o aumento da próstata nos homens. 4. Identificação da Idade Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Curiosidade: As moleiras (seis fontanelas no crânio infantil) desaparecem entre 1 ano e 1 ano e meio em razão da interpenetração dos ossos, dando lugar às suturas. Como já dissemos anteriormente a radiologia do sistema ósseo (punho, cotovelo, úmero, fêmur, joelho, bacia, crânio) tem grande importância na determinação da idade. Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Prova: Instituto Acesso – 2019 – PC-ES – Delegado de Polícia Em junho de 2011, um menino de 11 anos de nome Juan foi morto na Grande Vitória. Seu desaparecimento durou duas semanas. Um corpo de criança foi encontrado, no mesmo período, em estado de putrefação, nas margens de um córrego, cerca de alguns quilômetros de distância do local do crime. Na perícia de local, a antropóloga forense identificou o cadáver como sendo de uma menina. Posteriormente, por meio de exame genético, comprovou-se que aquele cadáver era do menino de 11 anos. A antropóloga forense, para identificação daquele corpo, de acordo com sua faixa etária, não poderia utilizar o(s)/a(s): a) desenvolvimento de pelos pubianos. b) parâmetros morfológicos confiáveis. c) radiografias das mãos. d) crânio braquicéfalo. e) suturas cranianas afastadas. Gabarito: D 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Estatuta corresponde à altura total do indivíduo. A estatura varia em razão da raça, sexo, idade, desenvolvimento, hormônios etc. Em geral as mulheres possuem menor estatura quando comparadas aos homens. A estatura é medida na pessoa viva, de pé, já no cadáver e nas crianças as medidas são tomadas em decúbito dorsal por dois planos verticais que passam pelo vértice e pela planta dos pés. 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Obs.: No cadáver, deve-se subtrair 16mm da medida total, correspondente ao achatamento natural dos discos intervertebrais sobre as cartilagens intra- articulares, e, no esqueleto em posição normal, deve-se aumentar, nessa medida total, 6cm correspondentes às partes moles destruídas. Existem tabelas próprias para comparação de ossos longos, então mesmo que não se tenha todo o esqueleto ainda assim é possível identificar a estatura. 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Assim, é possível determinar a altura aproximada do indivíduo multiplicando- se o comprimento de um dos ossos longos pelos seguintes números: TÁBUA OSTEOMÉTRICA DE BROCA Fêmur Tíbia Perônio Úmero Rádio Cúbito Homens 3,66 4,53 4,58 5,06 6,86 6,41 Mulheres 3,71 4,61 4,66 5,22 7,16 6,66 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Outra tabela muito usada é a tabela de Étienne-Rollet que indica o comprimento dos ossos conforme as estaturas. Membro Inferior Membro Superior Estatura Fêmur Tíbia Fíbula Úmero Rádio Ulna HOMENS 1,52m 415mm 334mm 330mm 298mm 223mm 233mm 1,54m 421mm 338mm 333mm 302mm 226m 237mm 1,56m 426mm 343mm 338mm 307mm 228mm 240mm 1,58m 431mm 348mm 343mm 311mm 231mm 244mm 1,60m 437mm 352mm 348mm 315mm 234mm 248mm 1,62m 442mm 357mm 352mm 319mm 236mm 252mm 1,64m 448mm 361mm 357mm 324mm 239mm 255mm 1,66m 453mm 366mm 362mm 328mm 242mm 259mm 1,68m 458mm 369mm 366mm 331mm 244mm 261mm 1,70m 462mm 373mm 369mm 335mm 246mm 264mm 1,72m 467mm 376mm 373mm 338mm 249mm 266mm 1,74m 472mm 380mm 377mm 342mm 251mm 269mm 1,76m 477mm 383mm 380mm 346mm 253mm 271mm 1,78m 481mm 386mm 384mm 348mm 255mm 273mm 1,80m 486mm 390mm 388mm 352mm 258mm 278mm 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Outra tabela muito usada é a tabela de Étienne-Rollet que indica o comprimento dos ossos conforme as estaturas. Membro Inferior Membro Superior Estatura Fêmur Tíbia Fíbula Úmero Rádio Ulna MULHERES 1,40m 373mm 299mm 294mm 271mm 200mm 214mm 1,42m 379mm 304mm 299mm 275mm 202mm 217mm 1,44m 385mm 309mm 305mm 278mm 204mm 219mm 1,46m 391mm 314mm 310mm 281mm 206mm 221mm 1,48m 397mm 319mm 315mm 285mm 208mm 224mm 1,50m 403mm 324mm 320mm 288mm 211mm 226mm 1,52m 409mm 329mm 325mm 292mm 213mm 229mm 1,54m 415mm 334mm 330mm 295mm 215mm 231mm 1,56m 420mm 338mm 334mm 299mm 217mm 234mm 1,58m 424mm 343mm 339mm 303mm 219mm 236mm 1,60m 429mm 347mm 343mm 307mm 222mm 239mm 1,62m 434mm 352mm 346mm 311mm 224mm 242mm 1,64m 439mm 356mm 352mm 315mm 226mm 244mm 1,66m 444mm 360mm 356mm 319mm 228mm 247mm 1,68m 448mm 365mm 360mm 323mm 230mm 250mm 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Tábua de Manouvier é aquela que estabelece uma relação entre os ossos longos e a estatura do indivíduo. Há autores que entendem possível a determinação da estatura através dos dentes. Nesse caso as medições são feitas em milímetros, dos dentes incisivos medial e distal e canino, por suas faces externa e interna. A tomada de medida externa aplica-se à determinação da altura máxima do examinando e a interna à sua altura mínima (assim temos: altura máxima = a x 6 (em mm) x Pi/2 (em cm) e altura mínima = a x 6 (em mm) x Pi/2 (em cm)). Então somam-se os resultados e divide-se por dois. 5. Identificação da Estatura Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Em 1985, o Instituto Médico Legal de São Paulo, em perícia de determinação de identidade procedida em cadáver identificaram a ossada como sendo do criminoso de guerra Joseph Mengele, conhecido como o “anjo da morte”, carrasco que atuava nos campos nazistas e promoveu centenas de experiências no judeus, em especial em gêmeos. 6. Identificação por Sinais Individuais Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj São sinais que diferenciam a pessoa, como manchas, verrugas, cicatrizes. Vale dispensar especial atenção às cicatrizes. Elas se dividem em: Traumáticas: aquelas que aparecem em razão de ferimento causado por instrumentos mecânicos, queimaduras ou lesões; Patológicas: aquelas que aparecem em razão de vacinas ou doenças ou acne; Cirúrgicas: aquelas que aparecem em razão de cirurgias. 6. Identificação por Sinais Individuais Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj As cicatrizes inicialmente aparentam coloração vermelha ou rósea e, quando antigas, são esbranquiçadas. É possível que as cicatrizes emrazão do crescimento do indivíduo, mudem de localização, forma, dimensões e etc. Sinal do “Ferrete”: Consiste em uma marca de ferro ao rubro (ferrete), usado no passado para marcar criminosos ou escravos fugitivos (como é feito com o gado). O sinal mais conhecido é a chamada “flor de liz”. 6. Identificação por Sinais Individuais Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Obs.: A tatuagem também é empregada na identificação, mas não é critério médico-legal e em razão disso não é considerada antropológica. A tatuagem teve origem na polinésia e o significado da palavra tatuagem é desenho. Acredita-se que no início era utilizada como forma de se distinguir o clã, a casta ou a profissão. Através da perícia é possível identificar eventual desenho coberto por outra tatuagem, também, mesmo nos casos em que se realiza a “retirada” da tatuagem é possível à perícia identificar que no local havia uma tatuagem. 7. Identificação por meio de Malformações e Sinais Profissionais Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Malformações são aqueles “defeitos” côngênitos e os calos formados em razão de fratura antiga, dedos supranuméricos, pé torto, falta de um membro, lábio leporino dentre outras. Algumas profissões deixam marcas, estigmas; como as marcas nas mãos de sapateiros e alafaiates, calígrafos, pintores entre outras profissões. Orla de Burton é uma linha azulada, na gengiva daqueles que trabalham com chumbo. Para quem trabalha com cobre a linha é de colaração verde-azulada ou verde-amarelada. 8. Identificação pelo Dentes Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj É possível desde que haja uma ficha dentária prévia para se fazer a comparação. Muito comum a utilização em situações de corpos carbonizados. 9. Identificação por Palatoscopia Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Identificação através do ceú da boca (pregas palatinas), é necessário que haja um registro prévio. 10. Identificação por Queiloscopia Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Essa identificação é feita por meio da comparação dos sulcos dos lábios com impressões deixadas em pontas de cigarro, guardanapos, copos etc... 11. Identificação por Superposição de Imagens Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Pode ser feita por meio de imagens fotográficas, ou imagens fotográficas e oriundas de radiografia ou ainda analisando a altura da implantação das orelhas. Prosopografia significa descrição da face e é o processo de identificação feito a partir da superposição de fotografias do indivíduo, tiradas quando ainda vivo, sobre foto do crânio. Faz-se então a correspondência dos pontos ósseos e das partes moles da face, principalmente no rosto, nas órbitas e supercílios, no nariz. Modernamente usa-se o computador e o resultado tem sido muito semelhante. 12. Identificação por DNA Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O DNA está presente em todos os nossos tecidos. Como dissemos acima, em se tratando de célula nucleada é possível realizar a análise do DNA. As características provenientes do DNA são únicas em cada indivíduo, salvo com relação aos gêmeos univitelinos, pois estes se originam de um único óvulo e de um único espermatozóide. Porém a probabilidade de duas pessoas possuírem o mesmo DNA é de um em trilhões. No núcleo de cada célula existem 23 pares de cromossomos (46 cromossomas) que carregam nossas informações genéticas (DNA). 12. Identificação por DNA Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Os óvulos e espermatozóides carregam apenas 23 cromossomos; e ao fundirem-se formam o zigoto que carregará 46 cromossomos, 23 do pai e 23 da mãe. Obs.: Glóbulos vermelhos não possuem núcleo. Idiograma é o exame dos cromossomos de uma célula. O DNA é muito resistente, porém em situações de carbonizados (alta temperatura) e corpos imersos durante muito tempo em água salgada (variação do PH) a identificação por DNA é quase impossível. Por outro lado o DNA em razão da sua resistência pode ser arquivado por longos períodos e ainda sim pode ser usado para identificação. 12. Identificação por DNA Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Curiosidade: A pessoa que possuí 03 cromossomos no par 21 é portador de síndrome de down ou mongolismo. Uma grande vantagem da identificação via DNA em relação aos outros métodos é que o padrão de confronto, o elemento que será usado para comparação, pode ser colhido do próprio indivíduo e de seus familiares. 12. Identificação por DNA Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Vale lembrar que ninguém será obrigado a fornecer material genético. Então podemos dizer que o DNA nuclear (herdado do pai e da mãe) só pode ser analisado nas células que têm núcleo; permite a identificação, caso não haja material da própria pessoa, por meio de parentes próximos (pais e filhos). Curiosidade: A técnica PCR é utilizada em casos de identificação de DNA em que se tenha pequenos fragmentos. Quando existe bastante material a análise se dá no comprimento dos segmentos do DNA e na sequencia de seus elementos 12. Identificação por DNA Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Antes de encerrarmos a questão de identificação por meio do DNA, temos que lembrar que existe o chamado DNA mitocondrial, proveniente somente da mãe, o qual também permite a identificação, mas nesse caso, ausente o material da própria pessoa, para identificação será necessário material de parentes da linha materna. Hoje acredita-se que a probabilidade de acertos do exame de DNA é de 99,99%, mas como não existe uma padronização nos laboratórios esse índice pode não ser nesse patamar, mas ainda assim é uma das formas mais seguras de identificação. 13. Identificação Tipo Sanguíneo Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj São imutáveis, assim tem grande valia para exclusão da identidade. Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Prova: Instituto Acesso – 2019 – PC-ES – Delegado de Polícia A respeito da identificação criminal, assinale a alternativa correta: AA fotografia sinalética constitui um método bastante eficaz de identificação e, por sua precisão, pode ser utilizada como método isolado de identificação de pessoas. BA rugopalatoscopia é um método de identificação que leva em consideração as cristas sinuosas existentes do palato duro. CAs tatuagens não possuem valor significativo no processo de identificação de pessoas. DIlhotas, forquilhas e bifurcações são espécies de pontos característicos existentes nos desenhos digitais, sendo que a presença de ao menos quatro destes pontos, sem nenhum ponto de divergência, indica confronto positivo para a identificação do suspeito. EA datiloscopia se constitui um excelente método de identificação e tem como principais características a unicidade, a mutabilidade, a praticidade e a classificabilidade. Gabarito: B IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Prof. Paulo Bilynskyj IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj É aquele realizada com base em documentos, anotações e depoimentos, sem realização de perícia médico-legal. Visa tanto a identificação civil comum como a identificação de criminosos. Na antiguidade eram utilizadas medidas rigorosas e cruéis para identificar os criminosos, tais como símbolos, letras, flor de lis, marcas no corpo feitas com ferro incandescente, mutilações das orelhas, nariz e língua, extração de dentes etc. IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O inglês Benjamin Bentham, já no período contemporâneo, sugeriu nova forma de identificação, menos cruel, empregando-se a tatuagem (sistema dermográfico de Bentham) para identificação de criminosos e de todas as pessoas. Obs.: Icard sugeriu a injeção de parafina em regiões do corpo, gerando-se assim uma saliência perceptível, que revelaria que a pessoa era ou não criminosa, esse processo nunca foiacolhido na prática. IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Assim, dizemos que a identificação policial se divide em 02 (dois) momentos: 1º Momento = técnica de identificação policial FERRETE Marca com ferro em brasa nos: -criminosos (letras e símbolos identificando o crime cometido) -escravos -animais IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • MUTILIAÇÃO Dos órgãos correspondentes ao crime: - mãos. - lingua - narinas • TATUAGEM - Tribos indígenas (Nova Zelândia, Japão, Nigéria) - Nazistas (Waffen SS - Tipo sanguíneo) - Judeus no campo de concentração IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Alphonse Bertillon 1879 - Integrante da polícia francesa, descontente com as técnicas de identificação policial existentes, inventou o “método bertillon” utilizando antropometria (Antropo = homem, metria = medida). Problemas: -equipamentos utilizados na medição = não havia consistência -envelhecimento = modificações corpóreas alteram as medições. IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • 1903 = Caso Will West = inocente mesma identificação antropomórfica Willian West = condenado • Leavenworth Kansas = o caso somente foi esclarecido por utilização de comparação de impressões digitais. Caso Will West – prisioneiros idênticos IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj 2º Momento da história da identificação policial – judicial As curiosas marcas das pontas dos dedos. Desenho formado pelo contato das pontas dos dedos com uma superfície. Ocorre pelo depósito de suor e gordura em um objeto. • 1880 - Henry Faulds Publicou na revista NATURE um artigo científico expondo o potencial das impressões digitais como método de identificação. Faulds descobriu que um litro de álcool puro sumiu do laboratório, com as impressões digitais do frasco, identificou o autor do furto como um assistente de laboratório. IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • 1891 - Juan Vucetich Classificação das impressões digitais. Sistema que poderia ser utilizado para identificar criminosos. • 1892 - Classificação de Vucetich Utilizado para esclarecer um caso em que uma mulher (Francisca Rojas) matou seus 2 filhos e depois cortou a própria garganta para simular a participação de um terceiro. A coleta e comparação de impressões digitais possibilitou a solução do caso. IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Implementação do sistema de identificação por individuais datiloscópicas: Reino Unido: Scotland Yard = 1901 Estados Unidos = FBI = 1924 Brasil = 1903 = Decreto 4764-1903 Identificação Criminal oposto de Identificação Civil. Lei 12.037-09 Art. 5º, inc LVII Hoje não cabe mais aceitar métodos de identificação que segreguem ou mutilem os seres humanos, há que se respeitar a dignidade da pessoa humana. 1. Assinalamento Sucinto Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Feita através das características do indivíduo como a estatura, cor da pele, dos olhos, do cabelo, a idade; etc. A crítica a esse sistema é o uso de expressões imprecisas e subjetivas, como velho, moço, gordo, magro, alto, baixo. 2. Fotografia Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Identifica-se geralmente por meio das fotografias utilizadas nos documentos. A fotografia passou a ter mais importância e começou a ser utilizada como meio subsidiário de identificação no ano de 1882, em razão do método antropométrico de Bertillon, o qual conferiu à identidade judiciária um base científica e estável. 3. Retrato Falado Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Obtido a partir de informações prestadas pelas testemunhas, vítimas ou outra pessoa interessada, as quais descrevem de forma minuciosa as características da pessoa a ser identificada, especialmente, altura, compleição física, cor dos olhos, formato e cor de cabelo, presença ou não de barba ou bigode, presença de rugas. Com a descrição rigorosa do indivíduo é possível ao perito traçar o retrato falado, hoje utiliza-se modernos programas de computador. 3. Retrato Falado Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Obs.: O retrato falado não é meio de prova; mas é um importante método que auxilia as investigações policiais. 4. Sistema Antropométrico de Bertillon Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Esse sistema, também chamado de bertillonagem, é a base dos processos de identificação civil e criminal. Baseia-se na imutabilidade do esqueleto após os 20 (vinte) anos e faz uso de onze medidas e a elas associam-se caracteres complementares. Assim não se aplica aos menores de 20 (vinte) anos, já que neles a ossatura ainda está em desenvolvimento. 4. Sistema Antropométrico de Bertillon Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A antropometria leva em consideração as medidas dos diâmetros longitudinal e transversal do crânio, o diâmetro bizigomático, o tamanho dos dedos médio e mínimo, o tamanho do antebraço e do pé do lado esquerdo do corpo, a altura da orelha direita, a cor da íris esquerda, a estatura, a envergadura e a altura do busto. Mede-se tudo em milímetros e faz-se um assinalamento descritivo de todos os sinais profissionais e individuais, tatuagens, deformidades, malformações e cicatrizes encontradas. 4. Sistema Antropométrico de Bertillon Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Compõem o Sistema Antropométrico de Bertillon: a antropometira (estatura, altura do busto e envergadura), a antroposcopia (cor dos olhos, cabelo, pele, formato do nariz, boca e orelha) e os sinais particulares (cicatrizes, tatuagens e eventuais manchas). Essa técnica é complementada pela fotografia sinalética e pelas impressões digitais. 5. Fotografia Sinalética Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Sistema de identificação que utiliza a fotografia tirada de frente e perfil, com redução de 1/7, faz-se a superposição de imagens e compara-se os mínimos detalhes. Para esse tipo de fotografia existem uma série de cuidados como por exemplo iluminação e distância padronizadas. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O que é dactiloscopia? é a ciência que tem como objeto a identificação de pessoas por meio das impressões digitais ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das pontas dos dedos. Sem dúvida, dentre todos os métodos existentes, a dactiloscopia é o mais fácil, econômico e seguro. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj No Sistema Vucetich temos as seguintes figuras fundamentais: Linhas pretas: impressões das cristas papilares; Linhas brancas: sulcos que existem entre as cristas papilares (são paralelas às linhas pretas); Pontos brancos: encontrados nas linhas pretas (espaços puntiformes que correspondem aos poros). 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O que se entende por Desenho digital? é o desenho formado pelas cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos. Faz uso do desenho impresso; isto é, a IMPRESSÃO DIGITAL, que é o reverso do desenho digital. Se você examinar diretamente a ponta dos dedos você verá uma série de linhas. A pele apresenta saliências (papilas) e depressões (cristas). 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A impressão digital é o desenho existente nos dedos humanos constituído pelas chamadas cristas papilares e sulcos interpapilares. Esse desenho formado pelo contato das pontas dos dedos com uma superfície – a conhecida impressão digital – ocorre na maioria dos casos pelo depósito de suor e gordurada mão contra um objeto. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A impressão digital se forma a partir do 6º mês de vida intrauterina e permanece inalterado durante toda a sua vida, perdurando até após a morte, somente desaparecendo quando da putrefação. Caso destruídas, as papilas podem ser regenerar e o desenho se refaz. Diz-se que a primeira utilização prática da impressão digital ocorreu em 1858 como uma forma de assinatura. William Herschel, um Oficial Britânico que trabalhava na Índia passou a utilizá-la com o intuito de evitar fraudes contratuais. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Existem quatro características nas impressões digitais que as fazem ideais como meio de identificação: Característica Descrição Perenidade (Universalidade) Cada pessoa é classificada por um conjunto de características que permanecem por toda vida Imutabilidade (Unicidade) Propriedade dos desenhos digitais onde cada pessoa tem suas características próprias (mesmo que sofram a ação de queimaduras, corrosivos, acetona se refazem em 48 (quarenta e oito horas) 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Existem quatro características nas impressões digitais que as fazem ideais como meio de identificação: Classificabilidade As figuras digitais podem ser classificadas para arquivamento e pesquisas. Estas características digitais podem ser medidas quantitativamente Variabilidade Propriedade dos desenhos digitais em variar de dedo para dedo e de pessoa para pessoa 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Em razão dessas características em 1880 o médico Henry Faulds, publicou um artigo científico na Revista Nature, na qual demonstrava o potencial das impressões digitais como método de identificação. Vale dizer que Faulds foi o primeiro a utilizar a comparação entre digitais para identificar o autor de um delito. Faulds ao notar que um frasco de álcool puro desapareceu de seu laboratório, checou as fichas de identificação de seus funcionários, nas quais existia a impressão digital de cada um deles e identificou o autor do delito como sendo um de seus assistentes. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Apenas em 1891 foi desenvolvido um sistema de classificação de impressões digitais para utilização na identificação de criminosos, o responsável pela criação desse sistema foi o argentino Juan Vucetich. Em 1892 a classificação de Vucetich foi utilizada com sucesso no caso conhecido como o homicídio de Rojas em que uma mulher matou seus dois filhos e cortou a própria garganta simulando a participação de uma 3ª pessoa. Graças à colheita e comparação das impressões digitais esclareceu-se o caso. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A Scotland Yard implementou o sistema de identificação através das digitais em 1901 na Inglaterra e Reino Unido e o FBI - Federal Bureau of Investigation em 1924 nos Estados Unidos. No Brasil a identificação através das digitais teve início com o Decreto 4.764 de 5 de fevereiro de 1903, seu grande defensor foi Félix Pacheco, patrono do Instituto de Identificação do Rio de Janeiro. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Em geral a coleta de impressões datiloscópicas que sejam de interesse para a investigação policial fica a cargo dos Papiloscopistas Policiais e Auxiliares de Papiloscopistas. Ambos os cargos se submetem à Autoridade Policial que é a responsável por requisitar a realização do levantamento das impressões e seu posterior confronto com as Fichas de Identificação de possíveis suspeitos. A identificação datiloscópica é uma das mais importantes técnicas de investigação já que garante absoluta certeza sobre a relação entre a impressão digital e seu possuidor, pois cada conjunto de características é uno, perene e imutável, sendo impossível a negativa por parte do suspeito quanto a sua relação com a impressão deixada. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Nem sempre as impressões digitais estarão visíveis na cena de crime, muitas vezes elas estão ocultas, mas mesmo as impressões ocultas podem ser colhidas. Serão consideradas visíveis aquelas impressões cuja observação e coleta não dependem de agente revelador, já que o contraste entre a superfície e a impressão digital é marcado por algum agente externo como tinta, sujeira ou sangue. Já as impressões ditas ocultas são aquelas não aparentes, cuja visualização dependerá da utilização de uma técnica reveladora como o pó que tem aderência ao suor e à gordura revelando a impressão, o vapor de iodo, comumente utilizado para revelar impressões em objetos pequenos, o nitrato de prata e a ninidrina que reagem quimicamente com a impressão, tornando-a visível. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Já afirmamos que o Sistema de Vucetich tem por base a impressão digital. Vucetich notou que é possível a impressão de 04 (quatro) figuras e que cada um dos dedos pode apresentar qualquer uma dessas figuras. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Também observou que temos, basicamente, 03 (três) sistemas de linhas formando as figuras: Linhas basilares, na base da polpa digital; Linhas marginais, no contorno da polpa digital; Linhas nucleares, situadas entre as duas anteriores. 6. Sistema Dactiloscópico de Vucetich Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O ponto de encontro dos três sistemas é chamado de delta (um triângulo formado pela junção dos três sistemas de linhas). O delta é a base de todo o sistema de Vucetich. Impressão digital Latente ou Invisível é aquela que necessita de técnica especializada para ser visualizada. Não é possível a visualização da digital a olho nu. Você lembra que falamos que os gêmeos univitelinos têm o mesmo DNA? E com relação à impressão digital, é a mesma? NÃO! As digitais são diferentes. O SISTEMA VUCETICH Prof. Paulo Bilynskyj O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Em razão da sua grande importância abriremos um tópico específico para tratar das impressões digitais. Desenho Digital = conjunto de cristas e vales presentes na falange Distal. Impressão digital = reprodução do desenho digital em uma superfície. Impressão palmar = reprodução do desenho da mão inteira. Impressão plantar = reprodução do desenho da planta do pé. Impressão papilar = digital + palmar = plantar O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Elementos formadores da Impressão Digital Linhas pretas = cristas entintadas Linhas brancas = vales Pontos característicos: acidentes que ocorrem nas linhas pretas e brancas. 12 pontos: tridente, arpão, forquilha, ilhota, bifurcação, cortada. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Linha Albodatiloscópica -Interrupção de uma ou mais linhas pretas ou brancas -Aparecem ou desaparecem de acordo com a hidratação da pele e o decurso do tempo *único elemento que não serve para identificar uma impressão digital O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Linha interfalangeana - linha que divide as falanges Podem ser impressas as seguintes figuras fundamentais: A) Verticilo: Apresenta dois deltas e um núcleo central; a parte central do polegar forma um turbilhão que se encontra com as linhas do sistema basal e marginal, formando dois deltas (um do lado esquerdo e outro do lado direito). É representado pela letra “V” quando estiver nos polegares e pelo numeral 04 nos demais dedos. O SISTEMA VUCETICH Antropologia ForenseProf. Paulo Bilynskyj B) Presilha externa: Apresenta um delta à esquerda e o núcleo à direita. As linhas se dividem da direita para o centro e retornam para a direita, formando um delta à esquerda do observador. É representado pela letra “E” quando estiver nos polegares e pelo numeral 03 nos demais dedos. C) Presilha interna: Apresenta um delta à direita e o núcleo à esquerda. As linhas se dividem da esquerda para o centro e retornam para a esquerda, resultando a presença de um delta à direita do observador. É representado pela letra “I” quando estiver nos polegares e pelo numeral 02 nos demais dedos. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj D) Arco: Não apresenta deltas (as linhas nucleares são ausentes). Temos apenas o sistema de linhas marginais e basais, não há o sistema central. É representado pela letra “A” quando estiver nos polegares e pelo numeral 01 nos demais dedos. Obs.: No caso das presilhas externas, se o observador olhar para seu próprio dedo os deltas estarão invertidos. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj À sequência das digitais do polegar, indicador, médio, anular e mínimo, dá-se o nome de fórmula fundamental. A fórmula fundamental corresponde à fração, colocando-se no numerador a mão direita e no denominador a mão esquerda. Aos dedos da mão direita dá se o nome de série e aos da mão esquerda de secção. O polegar da série é chamado de fundamental e os demais dedos de divisão. O polegar da secção chama-se subclassificação e os demais dedos de subdivisão. Exemplo: Fd = A -3221 (mão direita) V -1443 (mão esquerda) O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Para o nosso exemplo teremos: • Mão direita: Arco no polegar, presilha externa no dedo indicador, presilha interna no dedo médio, presilha interna no dedo anular e arco no mínimo. • Mão esquerda: Verticilo no polegar, arco no dedo indicador, verticilo no dedo médio, verticilo no dedo anular e presilha externa no dedo mínimo. E as situações de anomalias, como ficam? Ausência de dedo: representa-se pelo número 0. Cicatriz que altera a impressão digital: representa-se pela letra X. Dedos supranumerários: representa-se por letra minúscula após o polegar. O sistema decadactilar (a figura impressa dos dez dedos) permite variabilidade de combinações e é de fácil arquivamento. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Dactilograma é a impressão de um dedo; a impressão registrada dos dez dedos constitui a individual dactiloscópica. Vucetich dividiu os tipos fundamentais em subtipos: Tipos Arco -simples - angular Presilhas Verticiladas - transversai s - longitudina is Verticilo -circular -espiral -ovoidal - sinuoso - ganchoso O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Porém o que realmente servirá à identificação serão as irregularidades existentes nas diversas linhas, os acidentes, já que é possível duas individuais dactiloscópicas semelhantes. Por isso temos a “regra dos 12 pontos” (doze pontos característicos). No Brasil para que se afirme que a impressão digital é de determinada pessoa é necessário que os mesmos acidentes coincidam em 12 (doze) pontos. Se forem coincidentes de 08 a 12 pontos existe grande probabilidade de ser a pessoa. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Os acidentes mais comuns são: Ponto Ilhota: a linha papilar forma uma espécie de um ponto; Cortada: a linha se interrompe dá um espaço e continua; Bifurcação: a linha se divide em duas, em ângulo aberto e curvilíneo; Confluência (forquilha): muito parecida com a bifurcação, a linha se divide em duas, em ângulo agudo e quase retilíneo; Encerro: resultante de duas cortadas que se opõem, formando um anel oval; Haste: um segmento de linha forma um apêndice na linha, semelhante a uma haste ou uma "fisga de arpão"; Anastomose: duas linhas são ligadas por um seguimento curto formando entre elas uma ponte de ligação. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Papiloscopia: é a ciência que estuda todas as impressões: dactiloscópica, quiroscopia e podoscopia. Datiloscopia: impressão das pontas dos dedos (digitais). Quiroscopia: impressão das plantas palmares (palmas das mãos). Podoscopia: Impressão das pontas solares (sola dos pés). O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Assim que iniciamos o estudo das impressões digitais dissemos que elas se formam aos seis meses de vida uterina. O Estatuto da Criança e do Adolescente regula a identificação do recém- nascido. E estabelece que os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde da gestante estão obrigados a identificar o recém-nascido mediante impressão plantar e digital e sua mãe mediante impressão digital: O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Além disso os registros devem ser guardados por 18 (dezoito) anos. A identificação incorreta é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente: Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Poroscopia: Estuda a presença de pontos claros nas linhas papilares, dos poros feitos para identificar de quem é a impressão digital. Esse estudo tem lugar quando o fragmento da impressão encontrada no local é muito pequeno, de modo que não há pontos característicos suficientes para se estabelecer a identidade ou a não identidade. • Albodactilograma: Estudo da presença de linhas brancas nas impressões digitais. Setenta por cento (70%) dessas linhas são permanentes, fornecendo um resultado seguro. • Impressão plantar: da sola dos pés, de grande importância para identificação do recém nascido, é obrigatória a sua coleta nas maternidades, conforme dispõe o artigo 10, II do Estatuto da Criança e do Adolescente. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj As impressões digitais podem ser visíveis, latentes, moldadas e inversa. Visíveis são aquelas percebidas a olho nu. Invisíveis ou latentes são aquelas que para serem vistas necessitam do emprego de reagentes como o carbonato de chumbo, o grafite, o alumínio em pó, o pó de bronze, o Pongekouk-vermeillionjaponês etc. O carbonato de chumbo geralmente é utilizado para revelar impressões digitais latentes em superfícies de granito, mármore, plásticos de cor escura, vidro, madeira envernizada ou pintada a esmalte; já o grafite em pó tem uso para revelar impressões digitais latentes em superfícies metálicas. Tanto o alumínio como o bronze em pó revelam impressões digitais latentes em superfícies esmaltadas brancas, ferro ágate e louça branca, plásticos e papel couché brancos. Por último o Pongekouk-vermeillion japonês serve para arabescos digitais latentes em papel. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Pulveriza-se o pó cuidadosamente a superfície onde estão os desenhos digitais, o excesso é removido com um pincel de pelos de marta, de cerdas longas, fazendo aparecer, de forma visível, os desenhos latentes. Moldada: Impressão digital produzida contra uma superfície moldável. Inversa: precisa ser analisada de forma negativa (software de imagem). O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O examinador, muitas vezes, não pergunta a regra e sim a exceção por isso vale conhecer algumas especificidades: Síndrome de Nagali - Rara forma de displasia ectodermal, causa: -manchas na pele -função diminuída das glândulas sudoríparas -ausência de dentes -hiperqueratose *Ausência de Impressões Digitais O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Polidactilia - Alteração da quantidade de dedos das mãos ou dos pés. Como o fenômeno gera dedos que podem ou não serem funcionais, o fenômeno deverá ser mostrado pelo papiloscopista que colherá a impressão caso exista. • Sindactilia - Ocorre por fusão dos dedos das mãos ou dos pés, podendo ser óssea ou somente da pele. Anotação do fenômeno. Se existir a possibilidade colher as impressões. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj • Ectrodactilia - Ausência de um ou mais dedos das mãos ou dos pés. - Símbolo na ficha dactiloscópica – 0 - Anotação do fenômeno. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Análise e processamento das impressões digitais Por meio do sistema manual: FBI – 1974 (fichas com as individuais dactiloscópicas). Um pedido demorava de 30-45 dias. Automated Fingerprint Identification System – AFIS (FBI – 1969). Em 2010 foram 61 milhões de pedidos de comparação 27 minutos no Banco de Dados Criminal, 1 hora e 12 minutos no banco civil. O SISTEMA VUCETICH Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Análise e processamento das impressões digitais Quem usa o AFIS: Canadá, Israel, Paquistão, Argentina, Chile. Em São Paulo já está implantado (desde 2014), porém ainda não se tem todos os cadastros, de modo que ainda são utilizadas as fichas, até a completa digitalização. Obs.: A União Européia, em 2008, por meio de resolução, implantou base de dados unificada (PRUM DECISION), que engloba DNA, impressões digitais e veicular. AFIS Automatic Fingerprint Identification System Prof. Paulo Bilynskyj AFIS Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Não que seja impossível, mas um sistema manual de análise e processamento de impressões digitais seria quase impraticável, seria como procurar por uma agulha em um palheiro. Para se ter uma ideia no ano de 1974, através do sistema manual de comparação de impressões digitais o FBI levava de 30 a 45 dias para processar um pedido de identificação de impressão digital. Em razão dessa grande demora no processamento dos dados através do sistema manual o qual acabaria por tornar inviável o uso da análise da impressão datiloscópica, em 1969 o FBI iniciou a implantação de um sistema automático de identificação de impressões digitais, conhecido como AFIS, automated fingerprint identification system. AFIS Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O AFIS permite que a busca de impressões digitais no banco de dados criminal leve cerca de 27 minutos. Esse sistema automático torna a busca muito mais célere; para se ter uma ideia, a busca no banco de dados civil leva cerca de uma hora e 12 minutos. AFIS Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Prof. Paulo Bilynskyj IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A identificação criminal se desenvolve em etapas: 1. Identificação dactiloscópica para fins criminais; 2. Fotografia sinaléptica (frente e perfil);e 3. Vida pregressa. Etapas da identificação criminal Nossa Constituição estabelece que aquele que estiver civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nos casos previstos em lei: Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O que se entende por civilmente identificado? Indivíduo que esteja portando documento hábil de identificação, que nos termos da Lei 12.037/2009 são: Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: I – carteira de identidade; II – carteira de trabalho; III – carteira profissional; IV – passaporte; V – carteira de identificação funcional; VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A Constituição faz uma ressalva quanto a possibilidade de identificação em alguns casos previstos em lei. Qual Lei? A Lei 12.037/2009. E o que diz essa Lei? Ela entre outras coisas estabelece os casos em que mesmo civilmente identificado, haverá a identificação criminal. Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj A Lei ainda estabelece que a identificação criminal incluirá o processo dactiloscópico e o fotográfico, sendo que a autoridade deverá tomar as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj O artigo 109 do Estatuto da Criança e do Adolescente também enfrenta o tema e excepciona a identificação criminal para os casos de o adolescente não estar civilmente identificado ou quando haja fundada dúvida: Art. 109. O adolescentecivilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. Por fim cumpre esclarecer que a vedação constitucional se refere apenas à identificação criminal sendo, possível a exigência de identificação para fins civis. RECONHECIMENTO Prof. Paulo Bilynskyj RECONHECIMENTO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Não utiliza nenhuma das técnicas até aqui estudadas, porém não deixa de ser uma forma de identificação. É uma identificação não científica; é uma identificação empírica. Lembre-se que toda identificação é feita por comparação então até para o reconhecimento vale essa regra. Assim, por exemplo, suponha que uma vítima tenha sido assaltada e quando do registro dos fatos ela relata que o indivíduo que a assaltou tinha cabelos loiros e olhos claros, altura de cerca de 1,70 e pele parda, um indivíduo, com essas características, é capturado pela polícia, a vítima é chamada para realizar reconhecimento e, ao ver o indivíduo entre outros o reconhece. RECONHECIMENTO Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj GENÉTICA FORENSE Prof. Paulo Bilynskyj GENÉTICA FORENSE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Consiste na identificação humana por meio do DNA. O DNA é uma estrutura descoberta em 1953, como já vimos o DNA contém as instruções para o desenvolvimento e funcionamento dos seres humanos. Do ponto de vista da identificação temos o DNA Profiline - Impressão Genética • Utilizado como técnica de identificação policial em 1987. • Utilidade: de ponta a ponta o genoma possui 290 milhões de bases nitrogenadas. (Base: A,C,T,G). GENÉTICA FORENSE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj No exame de DNA profiline, de impressão genética, são analisadas sequências repetitivas dessas bases nitrogenadas = VNTR, variable number tandem repeat. Dois seres humanos terão sequências diferentes, a não ser que sejam gêmeos univitelinos, idênticos, pois estes possuem exatamente o mesmo DNA, conforme já estudado. Amostras utilizadas: -sangue -saliva -sêmen *Probabilidade de existirem dois perfis iguais = 1 em 10 trilhões. GENÉTICA FORENSE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj GENÉTICA FORENSE Antropologia Forense Prof. Paulo Bilynskyj Outras informações importantes: • Sexo das amostras: cromossomos X e Y Mulher: XX Homem: XY • Relação de parentesco entre as amostras -Banco de dados genético. Um problema de bancos de dados genéticos é a dificuldade de se manter a confidencialidade das redes informáticas; e do ponto de vista operacional, um banco de dados genéticos exigiria uma padronização na forma da coleta, análise e armazenamento do DNA. EXAMES DE LOCAIS DE CRIME Prof. Paulo Bilynskyj LOCAL DO CRIME Título da Aula Prof. Nome do Professor É o local ou os locais onde ocorreram os fatos de interesse policial e judiciário. Primeiramente classifica-se o local quanto à sua área, se interna ou externa, após verifica-se a sua localização, se urbana ou rural. Feito este levantamento verifica-se os indícios, faz-se um levantamento do local por meio de descrição, desenhos e fotografias ou filmagens. Com relação aos indícios classifica-se o local em: a) Local preservado: quando os indícios estão preservados desde o momento da ocorrência até o completo registro dos fatos. b) Local contaminado: quando o local foi alterado, seja por adição, subtração ou substituição de elemento incriminador. Nesses casos o local é considerado inidôneo. c) Local referido: quando duas áreas possuem relação na configuração do delito. Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME A Autoridade Policial deve diligenciar para que o local permaneça preservado, sem alterações, até a chegada dos peritos, devendo interditar a área e impedir a entrada de pessoas estranhas ao local a ser periciado. Obs.: Na hipótese de necessidade de socorro é permitido que se altere o estado das coisas, como por exemplo, para retirada de pessoa das ferragens de veículo. Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME E o que podemos encontrar em um local de crime que pode ser de interesse para as investigações? Muitas coisas; dentre elas, destacamos as mais relevantes: Impressões digitais. Mesmo que imperfeitas, pouco nítidas ou fragmentadas são de grande importância para as investigações. Elas podem ser: 1. Coloridas: quando provenientes de mãos sujas, por exemplo de sangue. 2. Moldadas: quando deixadas em uma superfície depressível, como massa de vidraceiro, por exemplo. 3. Latentes: deixadas em razão do suor das mãos. Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME Manchas de esperma. Quando forem encontrados espermatozoides haverá certeza de que se trata de esperma, se ausentes, faz-se a dosagem da fosfatase ácida que é um sinal de probabilidade já que esta substância está presente em outras secreções. Também é possível confirmar a presença de esperma pela dosagem da glicoproteína P30. Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME • Manchas de sangue. É possível a utilização de diversas reações para detecção de manchas de sangue. Podemos dividir essas reações em 04 (quatro) grupos: 1. Provas de orientação. Se negativas, excluem a possibilidade de ser sangue, quando positivas indicam que pode ser sangue (sem certeza, sendo necessário outros testes). Assim as provas de orientação têm valor apenas quando negativas (certeza de que não é sangue). Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME 2. Provas de certeza. Se negativas, não é sangue, quando positivas indicam que é sangue, porém não indicam se é sangue animal ou humano. A identificação de manchas e amostras de sangue se faz pelo uso de microscópio, espectroscopia (luzes especiais) ou por uso de reagentes químicos que fazem surgir as imagens as quais se da o nome de cristais de teichmann. Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME 3. Provas específicas. Identificam a origem do sangue, se animal (boi, cavalo, cachorro etc...) ou humano. Bastante utilizado para identificação de venda de carne proibida, como por exemplo a de cachorro. Obs.: As estruturas morfológicas das hemácias nos humanos são anucleadas e circulares. Como vimos acima para verificar se se trata de sangue humano ou animal se faz necessária a realização de exames específicos, notadamente o processo de UHLENHUTH (reação de soroprecipitação ou albumina reação). A prova de Coombs é uma reação para dosagem de hemácias (inibição de antiglobulina). Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME 4. Provas individuais. Identificam os grupos sanguíneos (A, B, AB, O, Rh+, Rh-...). Pêlos e saliva. Manchas de leite e colostro. Associadas à presença de líquido amniótico ou ao indulto sebáceo podem indicar infanticídio. Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME O artigo 6º do Código de Processo Penal impõe alguns deveres à autoridade policial assim que esta tiver conhecimento da prática de infração penal: Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; Título da Aula Prof. Nome do Professor LOCAL DO CRIME V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI
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