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Metabolismo do cálcio Objetivos de aprendizagem Objetivo geral 1. Reconhecer os aspectos endócrinos relacionados com o metabolismo do cálcio, vitamina D e PTH. Objetivos específicos 1. Relembrar os aspectos fisiológicos da homeostase do cálcio em relação aos órgãos (paratireoide, tireoide, intestino, rim e osso). 2. Identificar o quadro clínico de hipo e de hipercalcemia e os principais diagnósticos diferenciais. 3. Delinear forma de investigação e conduta em situação de emergência relacionada ao distúrbio metabólico do cálcio– diagnóstico e tratamento clínico e indicação cirúrgica. 4. Diferenciar o diagnóstico de deficiência e insuficiência da vitamina D e delinear um tratamento adequado Objetivo 1¹ ● Concentração plasmática de cálcio → é mantida dentro de limites estreitos, entre 2,20 e 2,60 mmol/L (8,8-10,4 mg/dL). ● O cálcio está presente na circulação em três formas: ○ Ca²+ ionizado: é a forma fisiologicamente ativa, a mais importante (> 50%). ○ Ligado a proteínas: predominantemente à albumina de carga negativa (40%). ○ Em complexo: com compostos tais como citrato e fosfato (10%). ● ↑ concentração plasmática de cálcio (ex.: desidratação) → ↑ cálcio ligado a proteínas e o cálcio sérico total. ● ↓ concentração plasmática de proteínas (ex.: patologias hepáticas, síndrome nefrótica ou desnutrição) → ↓ fração do cálcio ligado a proteínas, ↓ concentração total de cálcio, cálcio ionizado constante. A concentração de albumina diminui em muitas doenças agudas e crônicas → ↓ concentração total de cálcio, mas não afeta a fração ionizda. Concentração “de cálcio ajustada” ● PTH: Medicina 8º semestre ○ O PTH é um peptídeo de 84 aminoácidos de uma cadeia única secretado pelas células principais da glândula paratireoide. ○ ↓ concentração plasmática de cálcio é percebida por um receptor acoplado a uma proteína G sensível ao cálcio (CaSR), presente nas células principais da glândula paratireoide e nos túbulos renais. ↓ Na glândula paratireoide ele leva à secreção do PTH. ○ O PTH se liga a um receptor específico e age por meio do monofosfato de adenosina cíclico (cAMP). ○ ↓ concentração extracelular do cálcio ionizado ou o ↑ no fosfato sérico → estímulo à produção de PTH. ○ O PTH mobiliza cálcio a partir de diversas fontes: ■ ↑ reabsorção óssea mediada por osteoclastos. ■ ↑ reabsorção renal de cálcio → reabsorção de cálcio está ↓ no hipoparatireoidismo. ■ ↑ absorção de cálcio no intestino delgado mediada pelo calcitriol. ■ ↑ atividade da 1-hidroxilase renal → ↑ produção de 1,25OHD3. ○ ↑ cálcio plasmático → ↓ secreção de PTH. ○ Deficiência crônica grave de magnésio → inibição da liberação de PTH pelas vesículas secretoras. ○ ↓ calcitriol → interfere na síntese de PTH. ● Calcitonina: 2 Medicina 8º semestre ○ Peptídeo de 12 aminoácidos secretado predominantemente pelas células C parafoliculares da glândula tireoide. ○ Efeito principal da calcitonina: inibição da reabsorção óssea → ↓ a liberação de cálcio e de fosfato a partir dos ossos. ○ ↑ no cálcio sérico → ↑ proporcional na calcitonina. ○ ↓ no cálcio sérico → ↓correspondente na calcitonina. ● Vitamina D: ○ Vitamina D2 (ergocalciferol): é sintetizada na pele pela irradiação UV do ergosterol. ○ Vitamina D3 (colecalciferol): ■ É sintetizada na pele pela irradiação UV do 7-desidrocolesterol. ■ É encontrado na dieta, em que sua absorção está ligada à absorção de lipídeos. ■ A vitamina D3 e seus metabólitos hidroxilados são transportados no sangue ligados à proteína de ligação de vitamina D (DBP). ■ A vitamina D absorvida é transportada até o fígado em quilomícrons → liberada → hidroxilada → formação do calcidiol (25-hidroxicolecalciferol, 25[OH]D3). ○ Calcidiol e calcitriol: ■ O calcitriol é a principal forma da vitamina encontrada no fígado e na circulação. ■ Uma proporção do calcidiol é submetida à circulação entero-hepática → excretada na bile e reabsorvida no intestino delgado → distúrbio da circulação entero-hepática pode causar deficiência de vitamina D. ■ Nos túbulos renais, o calcidiol (25OHD3) é hidroxilado (pela 1α-hidroxilase), formando o calcitriol (1α,25-dihidroxicolecalciferol; 1,25[OH]2D3). ■ O calcitriol é a mais potente das formas de vitamina D. ■ A vitamina D aumenta o transporte de Ca2+ dos eritrócitos para o plasma. 3 Medicina 8º semestre ■ O calcitriol estimula a reabsorção óssea pelos osteoclastos → ↑ as concentrações plasmáticas de cálcio e de fosfato. ■ A deficiência de calcitriol desorganiza a mineralização do osteoide → raquitismo em crianças e de osteomalacia em adultos. ● Absorção intestinal e excreção renal de cálcio ○ O cálcio é absorvido pelo intestino delgado e é excretado pela urina e pelas fezes. ○ Absorção de cálcio no intestino delgado proximal: regulada por sua quantidade na dieta e por processos de transporte celular de cálcio: a absorção transcelular ativa e a absorção paracelular. ○ Criança durante o crescimento → balanço de cálcio positivo, enquanto uma pessoa idosa → pode estar em balanço de cálcio negativo. ○ O cálcio é excretado pelos rins. ○ Hipercalcemia → filtração renal de cálcio ↑ e a reabsorção tubular ↓. ○ Hipocalcemia → ↓ da excreção urinária. ● Outros hormônios: ○ Hormônios tireoidianos → estimulam a reabsorção óssea. ○ Esteroides suprarrenais e gonadais: ■ Estimulam os osteoblastos e inibem os osteoclastos. ■ ↑ absorção intestinal de cálcio e ↓ excreção renal de cálcio e de fosfato. ○ Hormônio do crescimento: ↑ excreção urinária de cálcio e ↓ excreção urinária de fosfato. 4 Medicina 8º semestre (Tabela extraída da referência 2) Objetivo 2² Hipocalcemia ● Hipocalcemia: cálcio total < 8,5 mg/dL ou 2,2 mM ou cálcio ionizado inferior a 4,4 mg/dL ou 1,10 mmol/L. ● Etiologias: ○ As principais causas de hipocalcemia na emergência são hipoparatireoidismo, deficiência ou metabolismo anormal da vitamina D, doença renal e hipomagnesemia. ○ Hipoparatireoidismo: ■ Distúrbio clínico que se manifesta quando o montante de PTH produzido pela paratireoide é insuficiente. ■ Retirada cirúrgica das glândulas paratireoides secundária as tireoidectomias → causa mais comum de hipoparatireoidismo em adultos. ■ Edema ou hemorragia nas paratireoides → hipoparatireoidismo transitório. ■ Síndrome do osso faminto → após paratireoidectomia, hipomagnesemia pós-operatória. ■ Destruição autoimune das glândulas paratireoides → ex.: doença poliglandular autoimune. ■ Doenças infiltrativas das paratireoides → hemocromatose, doença de Wilson e doenças granulomatosas. ■ Causas congênitas → ex.: Síndrome de Di George. ○ Pseudohipoparatireoidismo → hipoparatireoidismo com hipocalcemia e hiperfosfatemia, com níveis de PTH aumentados e falta de resposta dos tecidos-alvo ao paratormônio. ○ Outras causas → hipoalbuminemia, hiperfosfatemia, infusão de citrato, metástases osteoblásticas, pancreatite aguda, sepse, medicações (ex.: bifosfonados, anticonvulsivantes, furosemida, drogas antineoplásicas). 5 Medicina 8º semestre (Tabelas extraídas da referência 2) ● Quadro Clínico: ○ Manifestações agudas: ■ Hiperexcitabilidade neuromuscular (Ca total < 7 mg/dL e iônico < 2,8 mg/dL). ■ Parestesias de extremidades e perioral, espasmos musculares em particular espasmo carpopedal e laringoespasmo. 6 Medicina 8º semestre ■ Sinal de Trousseau → espasmo carpopedal ao se manter insulflado o manguito de pressão arterial 20-30 mmHg acima da pressão arterial sistólica por 3 minutos. ■ Sinal de Chvostek → contração de músculos faciais ipsilaterais ao se percutir o trajeto do nervo facial em um ponto situado 2 cm anteriormente ao lobo da orelha. ■ Convulsões, hipertensão intracraniana com papiledema. ■ Manifestações cardíacas → disfunção sistólica, ↑ QT. ○ Manifestações crônicas: ■ Calcificações ectópicas ■ Parkinsonismo ■ Distonias, hemibalismo, coreoatetose ■ Demência ■ Catarata ■ Alterações dentárias ■ Eczema cutâneo Hipercalcemia ● Hipercalcemia: cálcio sérico maior que 10,5 mg/dL e cálcio iônico acima do valor normal (4,68 a 5,28 mg/dL). ● Etiologias: ○ 90% dos casos: hipercalcemiaé consequência de hiperparatireoidismo ou de malignidade. ○ A maioria dos casos de hipercalcemia é ocasionada por aumento da reabsorção óssea. ○ Hiperparatireoidismo primário: ■ Adenomas (80-85%), hiperplasias (15%) e carcinomas de paratireoides (<0,5%). ○ Malignidade: ■ Prognóstico ruim + desfechos adversos. ■ Relacionado a: produção tumoral de PTHrp (peptídeo relacionado ao PTH) → ↓ da concentração sérica do iPTH (PTH intacto endógeno). ■ Hipercalcemia osteolítica local: reabsorção óssea mediada por metástases esqueléticas. ■ Secreção ectópica de PTH (extremamente raro). ■ Produção aumentada de 1,25-di-hidróxi-vitamina D (ex.: linfomas). ○ Hipercalcemia associada a doenças granulomatosas: ■ Produção aumentada de 1,25-di-hidróxi-vitamina D → absorção intestinal aumentada de cálcio. ○ Outras causas: ■ Intoxicação por vitamina. ■ Uso excessivo de álcalis. ■ Hipertireoidismo: ↑ turn-over ósseo (10 a 20% dos pacientes com hipertireoidismo; é usualmente leve). 7 Medicina 8º semestre ○ Insuficiência renal crônica → hiperparatireoidismo terciário → função autônoma das paratireoides. ○ Medicações. 8 Medicina 8º semestre (Tabelas extraída da referência 2) ● Quadro Clínico: ○ Manifestações renais: ■ Poliúria ■ Polidipsia ■ Nefrolitíase ■ Nefrocalcinose ■ Acidose tubular renal distal ■ Diabetes insipidus nefrogênico ■ Insuficiência renal ○ Manifestações gastrointestinais: ■ Anorexia, náuseas e vômitos ■ Constipação ■ Pancreatite ○ Manifestações musculoesqueléticas: ■ Fraqueza muscular ■ Miopatia grave (rara, ocorre em hiperparatireoidismo primário) ■ Osteíte fibrosa cística ■ Osteoporose ○ Manifestações neurológicas: ■ Alteração de concentração e memória (principalmente no hiperparatireoidismo primário) ■ Confusão mental ○ Manifestações cardiovasculares: ■ Encurtamento do intervalo QT 9 Medicina 8º semestre ■ Bradicardia ■ Hipertensão (rara, principalmente no hiperparatireoidismo primário) ○ Crise hipercalcêmica: ■ Cálcio corrigido > 14 mg/dL + disfunção de múltiplos órgãos. ■ Profunda desidratação, anorexia, náuseas, vômitos e confusão mental ou sonolência, bradiarritmias, bloqueios atrioventriculares ou de ramos e parada cardiorrespiratória. Objetivo 3² Hipocalcemia ● Exames complementares: ○ Repetir exame, mensurar cálcio ionizado. ○ Fórmula de correção da calcemia de acordo com a albumina. ○ Dosagem de magnésio → hipomagnesemia pode induzir resistência ou deficiência de secreção do PTH, levando a hipocalcemia. ○ Dosagem de fósforo: ■ Presença de hipofosfatemia: direciona o diagnóstico para excesso de secreção de PTH → hiperparatireoidismo secundário ou dieta extremamente deficiente em fósforo. ■ Presença de hiperfosfatemia → hipoparatireoidismo ou pseudo-hipoparatireoidismo. ○ Dosagem de PTH: ■ ↓ no hipoparatireoidismo. ■ ↑ em pacientes com pseudo-hipoparatireoidismo ou anormalidades do metabolismo da vitamina D. ■ PTH pode ser alto, normal ou baixo em pacientes com hipomagnesemia. ■ PTH é na maioria das vezes normal na hipocalcemia autossômica dominante. ○ Dosagens de calcidiol e calcitriol: ■ ↓ calcidiol em pacientes com hipocalcemia → baixa absorção ou ingesta de vitamina D, uso de fenitoína, doença hepatobiliar e síndrome nefrótica com perda da proteína carreadora da vitamina D. ■ Calcidiol normal ou ↑ + baixa concentração de calcitriol → doença renal crônica ou osteomalácia vitamina D-dependente. ■ ↓ calcitriol → hipoparatireoidismo. ○ Outros exames: ■ ECG: prolongamentos do intervalo QT (prolongamento do segmento ST com onda T normal); prolongamento de QRS e alterações de segmento ST. ■ Tomografia de crânio: pacientes com hipoparatireoidismo ou pseudo-hipoparatireoidismo podem apresentar calcificações de gânglios da base. 10 Medicina 8º semestre (Fluxograma extraído da referência 2) ● Tratamento: ○ Hipocalcemia leve sintomática ■ Cálcio iônico > 3,2 mg/dL (0,8 mmol/L) ou cálcio total entre 8,0 e 8,5 mg/dL (2 mmol/L) → em geral assintomáticos → reposição de cálcio pela dieta ou com formulações de cálcio por via oral (carbonato de cálcio ou citrato de cálcio) → aumento em 1.000 mg ao dia na ingesta. ○ Hipocalcemia sintomática ■ Indicações de reposição endovenosa de cálcio: - Presença de sintomas. - QT prolongado. - Ca corrigido < 7,5 mg/dL. ■ Reposição endovenosa inicial: 100 a 200 mg de cálcio elementar (equivalentes a 1-2 g de gluconato de cálcio). ■ Reposição em 10 a 20 minutos, diluída em solução de dextrose ou salina, e preferencialmente administrada via acesso central. ■ Após reposição inicial emergencial → reposição lenta endovenosa com 0,5 a 1,5 mg/kg de cálcio elementar por hora → progressivamente diminuída → reposição de cálcio por via oral. ■ Reposição de vitamina D: calcitriol, 0,25 a 0,5 μg, duas vezes ao dia. Na alta hospitalar, o paciente pode receber carbonato de cálcio 1.000 a 1.500 mg ao dia (2 ou 3 cps de 500 mg). ■ Correção da hipomagnesemia: reposição de 2 g de sulfato de magnésio (2 ampolas a 10% de 10 mL) em 100 mL de salina fisiológica em 10 minutos. ○ Pacientes com doença renal crônica: ■ Quelante de fósforo (carbonato de cálcio). 11 Medicina 8º semestre ■ Reposição de calcitriol. Hipercalcemia ● Exames complementares: ○ Segunda dosagem de cálcio para confirmação. ○ Descartar o uso de medicações associadas a hipercalcemia. ○ Se hipoalbuminemia → fórmula do cálcio corrigido. ○ Investigação etiológica: ■ Verificar o PTH - PTH ↑ : hiperparatireoidismo primário ou hiperparatireoidismo terciário (se DRC), uso de lítio, hipercalcemia hipocalciúrica familiar. - PTH ↓: outras causas de hipercalcemia. ■ Verificar o PTHrp - Se ↑ : hipercalcemia da malignidade. ■ Níveis de vitamina D e seus metabólitos - ↑ calcidiol: ingestão excessiva de vitamina D. - ↑ 1,25-di-hidróxi-vitamina D: ingesta direta desse metabólito, produção deste por doenças granulomatosas ou linfoma e produção renal aumentada da 1,25-di-hidróxi-vitamina D secundária ao hiperparatireoidismo. ■ Procurar outras causas - Se ↓ PTH, PTHrp e de vitamina D e seus metabólitos: investigar hipertireoidismo, doença de Paget ou intoxicação por vitamina A. ○ Achados de exames complementares aparecem na hipercalcemia: ■ ECG: intervalo QT curto. ■ Exame oftalmológico: ceratopatia em banda (depósito subendotelial de fosfato de cálcio na córnea). ■ Níveis de fósforo: podem estar elevados, normais ou diminuídos em pacientes com hipercalcemia. 12 Medicina 8º semestre (Fluxograma retirado da referência 2) ● Tratamento: ○ A hipercalcemia pode ser classificada em: ■ Leve: cálcio iônico de até 6 mg/dL (1,5 mmol/L). Cálcio total > 12 mg/dL. ■ Moderada: cálcio iônico de 6 a 7 mg/dL (1,5 a 1,75 mmol/L). Cálcio total: 12 a 14 mg/dL. ■ Grave: cálcio iônico > 7 mg/dL (3,5 mmol/L). Cálcio total: acima de 14 mg/dL. ○ Hipercalcemia aguda: ■ Calcemia > 14 mg/dL ou calcemia > 12 mg/dL + sintomas → atendimento imediato e agressivo. ■ Hidratação vigorosa (salina fisiológica) - 4 a 6 litros nas primeiras 24 horas. ■ Diuréticos de alça: podem prevenir a hiper-hidratação (20 a 40 mg de furosemida EV ao dia). ■ Terapia antirreabsortiva óssea: bifosfonados → diminuição da calcemia demora de 1 a 3 dias. ■ Pamidronato: agente de escolha (60-90 mg EV em 2 a 4 horas) ■ Ácido zolendrônico: mais potente bifosfonado disponível. Normalização do cálcio em menos de 3 dias (4 mg EV em 15 minutos). ■ Calcitonina: início rápido (em poucas horas). Taquifilaxia. 4 a 8 unidades a cada 8 a 12 horas. ■ Outras medidas importantes que devem ser mencionadas incluem: - Hemodiálise sem cálcio no fluido: pacientes refratários. - Denosumab: Inibe a ação osteoclástica. - Calcimiméticos: aumentam a sensibilidade do receptor sensor de cálcio da paratireoide (carcinoma de paratireoides ou hemodiálise). Opções: cinacalcet, etelcalcetide. - Menor utilidade: nitrato de gálio, mitramicina. ■ Internação: cálcio total > 12 mg/dL e sintomas. ■ UTI: cálcio > 16 mg/dL. ■ Seguimento ambulatorial: todos os pacientes. 13 Medicina 8º semestre (Tabela e fluxograma retirados da referência 2) ○ Hipercalcemiacrônica: ■ Hiperparatireoidismo e hipercalcemia assintomática leve → manejo clínico → não existem agentes terapêuticos para o tratamento clínico do hiperparatireoidismo que sejam seguros e efetivos. ■ Tratamento cirúrgico do hiperparatireoidismo: - Valores de cálcio sérico > 1 mg/dL acima do limite superior da normalidade. - Calciúria > 400 mg nas 24 horas. - Queda de 30% ou mais no clearance de creatinina. - Presença de osteoporose em qualquer sítio. - Pacientes com < 50 anos de idade. ■ Doenças granulomatosas → dieta pobre em cálcio, corticoesteroides e tratamento específico para causa. Objetivo 4³ ● Deficiência de vitamina D: nível sérico de 25-hidroxivitamina D < a 20 ng por mL (50 nmol por L). ● Insuficiência de vitamina D: nível sérico de 25-hidroxivitamina D de 20 a 30 ng por mL (50 a 75 nmol por EU). Podem estar associados a outras doenças. ● Indicações para a dosagem de 25-OHD: ○ Quadro clínico de osteomalacia ou raquitismo. ○ Osteoporose. ○ Idosos com história de quedas ou fraturas. ○ Obesos; grávidas e lactentes. ○ Pacientes com síndromes de má absorção, hiperparatireoidismo, insuficiência renal ou hepática, doenças granulomatosas ou linfomas. ○ Indivíduos em uso de medicamentos que interfiram no metabolismo da VD. ○ Condições que limitem a exposição solar - considerar. ● Quadro Clínico: ○ Desconforto ósseo ou dor (muitas vezes latejante) na região lombar, pelve, extremidades inferiores. 14 Medicina 8º semestre ○ Aumento do risco de quedas e função física prejudicada. ○ Dores musculares. ○ Fraqueza muscular proximal. ○ Lombalgia simétrica em mulheres. ○ Até o momento, não há relação de causalidade comprovada entre o status de VD e a maioria de seus possíveis efeitos extraesqueléticos. ● Tratamento: ○ Benefícios do tratamento são mais evidentes nas populações em risco para deficiência. ○ A suplementação pode ser realizada tanto com VD3 como com VD2. ○ A VD3 apresenta algumas vantagens: maior disponibilidade no mercado, maior utilização em estudos clínicos, posologias mais versáteis e elevações mais efetivas da 25-OHD. ○ Casos de deficiência → reposiçãomais agressiva, com doses diárias de 7.000 UI ou semanais de 50.000 UI, por 6 a 8 semanas, até que o nível ótimo seja alcançado. ○ O tratamento pode ser repetido, se necessário, e deve ser seguido da dose de manutenção, de acordo com a faixa etária. ○ Em gestantes, devem-se evitar doses semanais de suplementação. ○ Valores de 25-OHD > 60 ng/mℓ não apresentam benefícios comprovados, e os valores > 100 ng/mℓ aumentam o risco de hipercalcemia e intoxicação por VD. (Tabela extraída da referência 3) Referências 1. BAYNES, John W.; DOMINICZAK, Marek H. Bioquímica Médica. 5 ed. Rio de Janeiro Grupo GEN, 2019 2. VELASCO, Irineu T.; NETO, Rodrigo Antonio B.; SOUZA, Heraldo Possolo de; et al. Medicina de emergência: abordagem prática. 16 ed. São Paulo: Editora Manole, 2022. 3. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica . Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020. 15