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ALEITAMENTO MATERNO

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INTRODUÇÃO 
O aleitamento materno exclusivo (AME) é o melhor alimento para os primeiros meses de vida da criança, pois oferece as quantidades necessárias de energia, macro nutrientes e micronutrientes, garantindo saúde física, mental e psíquica, além da proteção contra morte infantil e diversas morbidades, como infecções respiratórias e diarreia infantil (MARQUES; LOPEZ; BRAGA, 2004).   Um segundo momento importante no início da vida envolve o início da introdução de alimentos de forma complementar ao aleitamento materno. A definição para a alimentação complementar compreende qualquer alimento com valor nutritivo que é oferecido à criança além do leite materno, e, como alimento de transição, todo alimento preparado especialmente para a criança antes de passar a receber os igualmente consumidos pela família (GIUGLIANI; VICTORA, 2000).  O processo de alimentação da criança é crucial e de extrema importância, pois será a base que influenciará nos hábitos alimentares da vida adulta, os quais são consolidados durante o primeiro ano de vida (OSORIO; WEISSTAUB; CASTILLO, 2002). Os hábitos alimentares são formados nos indivíduos ao longo da vida, o que justifica que muitos adultos tendem a ter preferência pelos alimentos como lhes foram apresentados inicialmente. O que ressalta a importância de oferecer alimentos com baixo teor de sal, açúcar e gordura, dando preferência aos alimentos in natura e minimamente processados, nas diferentes fases de desenvolvimento das crianças (WHO, 2000) 
No método de introdução tradicional, além de todos esses pontos, é importante observar a textura em que esse alimento será oferecido, evitando alimentos muito sólidos, dando preferência à consistência branda, com o oferecimento dos alimentos separados e evoluindo gradativamente a dieta, até o ponto em que a composição e a consistência da refeição da criança esteja equiparada com a de seus familiares (BIRCH, 1998).   Dentre os fatores determinantes que podem influenciar diretamente no processo de introdução alimentar temos o contato visual, a insegurança da mãe, a falta de campanhas, o estímulo das propagandas, a escolaridade, fator socioeconômico e acesso à informação são determinantes e influenciam diretamente no processo de introdução alimentar, no que diz respeito à quantidade, qualidade e tipos de alimentos oferecidos, assim como a aceitação da criança, que muitas vezes não consegue comer alimento além do leite materno, dificultando o desmame (OLIVEIRA et al., 2005). 
ALEITAMENTO MATERNO
O aleitamento materno é a estratégia que isoladamente mais previne mortes em crianças menores de cinco anos, visto que o leite materno é superior a qualquer outro leite nessa fase da vida, pois é um alimento completo que possui todos os nutrientes que o bebê precisa sendo de mais fácil digestão. Além de alimentar o bebê, o leite materno possui anticorpos que o protegem contra diversas doenças, como diarreia, infecções respiratórias e alergias.
Para a criança, o aleitamento materno reduz o risco de diabetes, hipertensão, hipercolesterolêmica e obesidade na vida adulta, favorece o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento da face e da fala, bem como da respiração, e para a mãe fornece vantagens como proteção contra câncer de mama e diabetes tipo 2, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho.
A Secretaria de Estado da Saúde fomenta diversas estratégias que buscam promover, proteger e apoiar o aleitamento materno até os dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros 6 meses de vida.
As estratégias vão desde a Atenção Primária à Saúde (APS) até a Atenção Hospitalar. Na APS a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) capacita profissionais das Unidades Básicas de Saúde e da Estratégia Saúde da Família com o objetivo de promover a prática do aleitamento materno e alimentação complementar saudável em crianças até dois anos, e também melhorar o hábito alimentar das famílias.
EVITA MORTES INFANTIS: Duas em cada três mortes de bebês de até 1 ano poderiam ser evitadas no Brasil com ações como vacinação, amamentação e acesso à atenção básica de saúde.
EVITA DIARREIA: Ao viajar para áreas subdesenvolvidas, siga as medidas abaixo para evitar a diarreia: Beba somente água mineral e não use gelo, a menos que ele seja feito com água mineral. Evite vegetais não cozidos ou frutas com casca. Evite frutos do mar crus ou carne mau passada.
EVITA INFECÇÕES RESPIRATÓRIA: Assim, as principais medidas para prevenir as infecções respiratórias, são:
- Lavar bem as mãos. ...
- Evitar aglomerações e locais fechados. ...
- Não fumar. ...
- Manter a rinite alérgica sob controle. ...
- Tomar a vacina da gripe. ...
- Manter-se hidratado. ...
- Dormir 7 a 8 horas por noite. ...
- Manter a umidade no ar.
DIMINUI O RISCO DE ALERGIAS: Lista de alimentos antialérgicos
- Cebola. Muito usada como tempero, a cebola contém uma substância importante no combate a alergia, a quercetina. 
- Couve. As couves, como couve flor, couve manteiga e outras, contêm agentes protetores que atuam contra as crises alérgicas. 
- Abacate. 
- Brócolis. 
- Laranja. 
- Salsa. 
- Maçã.
- Farelo de trigo.
DIMINUI O RISCO DE HIPERTENSÃO, COLESTEROU AULTO E DIABETES: A prevenção é feita através da adoção de um estilo de vida saudável: prática de atividades físicas e alimentação adequada, ou seja, rica em frutas, legumes e verduras e com baixos teores de sal, gorduras, frituras e açúcar.
REDUZ A CHENCE DE OBESIDADE: Tenha uma vida ativa e previna a obesidade. Levar uma vida sedentária é um dos fatores de risco para a obesidade, principalmente em pessoas que já possuem predisposição genética para engordar. ...
- Mude seus hábitos alimentares. ...
- Controle seu peso. ...
- Faça acompanhamento médico.
MELHOR NUTRIÇÃO: A linhaça virou a protagonista de um estilo de vida mais saudável, e não é para menos. ...
- Frutas vermelhas. ...
- Vegetais verdes escuros. ...
- Azeite de oliva. ...
- Oleaginosas. ...
- Feijão. ...
- Vegetais crucíferos. ...
- Suco de uva tinto.
EFEITO POSITIVO NA INTELIGÊNCIA: Há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo e inteligência. A maioria dos estudos concluiu que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento. Essa vantagem foi observada em diferentes idades. Alguns defendem a presença de substâncias no leite materno que otimizam o desenvolvimento cerebral; (ANDERSON; JOHNSTONE; REMLEY) inclusive em adultos (HORTENSEN et al.).
TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO
Posição para amamentar e pega da mama:
– O bebê deve estar virado para a mãe, bem junto de seu corpo, completamente apoiado e com os braços livres;
– A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo;
– Só coloque o bebê para sugar quando ele abrir bem a boca;
– Quando o bebê pega o peito, o queixo deve encostar na mama, os lábios ficam virados para fora e o nariz fica livre;
– Ele deve abocanhar, além do mamilo, o máximo possível da parte escura da mama (aréola);
– Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.
ATENÇÃO AOS SINAIS INDICATIVOS DE TÉCNICA INADEQUADA DE AMAMENTAÇÃO
Atenção para os sinais que são indicativos de técnica inadequada de amamentação: bochechas do bebê encovadas a cada sucção; ruídos da língua; mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama, apresenta dores na amamentação.
TRAUMA MAMILAR
O trauma mamilar tem sido identificado como uma ocorrência decorrente do posicionamento e pega incorretos da criança durante o aleitamento materno. Nesse sentido, a conduta mais importante para sua diminuição é a educação das mulheres, desde a gestação, em relação à técnica correta de amamentação. 
PREVENÇÃO DE TRAUMA MAMILAR
Manter os mamilos secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar é uma ação preventiva nas ocorrências de traumas mamilares. Atualmente tem-se recomendado o tratamento úmido das fissuras como uso do próprio leite materno. Contudo o enfermeiro deve sempre estar atualizado, possibilitando o acesso a informações à mulher durante o período de pré-natal e puerpério de modo que esteja preparado para atuar na prevenção, na resolução de fissuras mamárias e na promoção de ações educativas, facilitando o início da lactação e contribuindo para a minimização dos traumas mamilares.
CASO HAJA PRESENÇA DE TRAUMATISMO
Antes de abordarmos os traumas mamilares, será feita uma rápida revisão anatômica do mamilo.
Mamilo ou papila da mama é uma proeminência de forma cilindro-cônica, frequentemente na altura do quarto espaço intercostal. Pode ser de coloração castanho claro, castanho escuro, rosa ou negra. É abundantemente inervado, contendo diminutas aberturas dos ductos lactíferos dos respectivos lobos mamários. Externamente é revestido por um epitélio estratificado, queratinizado. A estrutura do mamilo é constituída por fibras circulares e longitudinais, o que permite sua protrusão frente a um estímulo, como por exemplo, o ato de sucção.
Classificação dos mamilos:
Mamilo protruso ou normal: - quando se apresenta saliente, bem delimitado e
se protrai com facilidade, após estimulação; na junção mamilo-areolar, forma
um ângulo quase reto. 
Mamilo semi-protruso ou subdesenvolvido: quando se apresenta pouco saliente, como se estivesse incorporado à região areolar protraindo-se com dificuldadeapós estímulo. Não há delimitação precisa entre o mamilo e a aréola;
na junção mamilo-areolar forma-se um ângulo obtuso.
Mamilo invertido ou umbilicado ou mal formado: quando se apresenta no sentido oposto ao normal (protruso); após estímulos e exercícios não se exterioriza, conservando-se inalterado, com estímulo da sucção pode tornar-se aplanado com a aréola, revelando uma pele semelhante a mucosa. 
Mamilo pseudo invertido ou pseudo umbilicado: quando se apresenta em sentido oposto ao normal ou protruso; após estímulos e exercícios, se protrai pobremente, tornando-se temporariamente semelhante ao semi-protruso e voltando a seguir, à posição de inversão; a pele de sua superfície assemelha-se a mucosa.
Mamilo hipertrófico: quando apresenta todas as características de um mamilo protuso, porém, pelo seu tamanho exagerado, não torna possível a sucção, pois Provoca náusea no RN. 
Trauma Mamilar: Define-se como trauma mamilar como uma solução de continuidade e/ou alteração do tecido mamilar, causada geralmente pela aplicação de força inadequada.
OBJETIVOS
Para a criança, o aleitamento materno reduz o risco de diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia e obesidade na vida adulta, favorece o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento da face e da fala, bem como da respiração, e para a mãe fornece vantagens como proteção contra câncer de mama e diabetes tipo 2, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho.
MATERIAIS E METODOS 
Os dados provem de uma revisão integrativa de literatura nacional. A busca foi realizada em quatro bases de dados nacionais interdisciplinares: Biblioteca Virtual de Saúde, Scielo, Scielo Brasil e Pepsic. Foram realizados cruzamentos triplos entre os descritores “aleitamento materno”, “método canguru”, “amamentação”, “mãe canguru” e “humanização da assistência”.
RESULTADOS E DISCURSSÃO
O amamentar é uma função por excelência da mulher e, de acordo com as expectativas culturais, constitui-se momento de realização plena da feminilidade, de satisfação pessoal, mesmo sob a influência do meio social (CABRAL et al., 2013). O leite materno contribui positivamente para o crescimento e desenvolvimento da criança e apresenta vantagens imunológicas, psicológicas e nutricionais. Adicionalmente, leva a considerável redução na mortalidade infantil por todas as causas e também é importante para a saúde da mulher (SANTANA, BRITO, SANTOS et al., 2013; ROCHA et al., 2013; GIULIANI et al., 2012; MOURA et al., 2017). Segundo a OMS (2015), a duração do AM superior a 20 meses e prevalência de AME em < 6 meses acima de 50,0% caracterizam que o país alcançou um panorama satisfatório em relação à amamentação. Venancio, Saldiva, Monteiro (2013), afirmam que existe tendência crescente da amamentação no Brasil, porém apontam importantes desafios no sentido de acelerar o ritmo de crescimento dessa prática, rumo o alcance das recomendações.
As orientações sobre aleitamento materno durante a gestação e na lactação são de extrema importância para o incentivo e monitoramento da prática de aleitamento materno pelas mães (ROCHA et al., 2013; VENANCIO, SALDIVA, MONTEIRO, 2013)
CONCLUSÃO
A realização deste estudo tornou possível verificar a superioridade do Aleitamento Materno sobre as demais formas de alimentar a criança durante seus primeiros dois anos de vida. Sendo este ainda fundamental para redução da mortalidade infantil, o que permite analisar como necessária a implementação de ações que promovam, incentive e apoiem o aleitamento materno
O presente estudo evidenciou ainda que mesmo de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde as prevalências de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém das recomendadas.
A partir dos seis meses de idade, a alimentação tem a função de complementar a energia e outros nutrientes necessários para o crescimento saudável e pleno desenvolvimento das crianças.
Estudos demonstram que as situações mais comuns relacionadas à alimentação complementar oferecida de forma inadequada são: anemia, deficiência de vitamina A outras deficiências de micronutrientes, excesso de peso e desnutrição.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar /Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica.– 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento deAtenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
PASSANHA, A.; BENÍCIO, M. H. D’A.; VENÂNCIO, S. I.; REIS, M. C. G. dos. Implantação da Rede Amamenta Brasil e prevalência de aleitamento materno Exclusivo.Rev. Saúde Pública, 47(6), p. 1141-8, 2013.

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