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07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Módulo: Crimes em Espécie 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 4 Crimes Contra a Vida Aula 01 – Homicídio - I Introdução No art. 5º, da Constituição da República, no qual estão elencados os direitos fun- damentais da pessoa humana, assegura-se que todos os homens têm direito à vida: “in- violabilidade do direito à vida”. Punido nos mais variados Estados, o homicídio é definido de vários modos. Se- gundo a clássica definição de Carmignani, o homicídio é “ocisão violenta de um homem injustamente praticada por outro homem” (apud Hungria, 1979, p. 27). Para Delmanto, “é a eliminação da vida de uma pessoa praticada por outra” (Delmanto, 2016, p. 433). Bem jurídico Não por acaso, o homicídio inaugura a Parte Especial do Código Penal, pois se trata do crime que lesa o mais relevante dos bens jurídicos, a vida humana. Sujeitos do crime Crime comum, o homicídio pode ser cometido por qualquer pessoa, não se exigin- do qualquer condição especial do sujeito ativo. Já o sujeito passivo é a pessoa humana. Como já dito, qualquer vida humana é tutelada, razão pela qual, para Hungria, o sujeito passivo é o “ser vivo nascido de mulher”, querendo com isso consignar que não importa a condição da pessoa humana, configurando-se o crime de homicídio mesmo que a vítima seja o “recém-nascido inviável” ou que tenha ocorrido “a supressão do minuto de vida que reste ao moribundo” (Hungria, 1979, p. 36). Espécies de homicídio Há, segundo a definição do Código Penal Brasileiro, três espécies de homicídio: doloso, simples (art. 121, caput), privilegiado (art. 121, § 1º) e qualificado (art. 121, § 2º). Tipo objetivo A conduta típica é matar, que significa extinguir a vida. Trata-se de crime de forma livre, que pode ser praticado por qualquer meio idôneo para a ocisão da vida humana, mediante ação ou omissão (nas hipóteses em que o agente, tendo o dever de impedir o resultado, sendo possível fazê-lo, abstém-se de impedir a morte - art. 13, § 2o, CP). Os meios de execução podem ser diretos, quando o próprio agente usa o instru- mento letal, ou indiretos, quando se vale de um irresponsável ou de um animal. Podem ser, também, físicos, quando os meios são mecânicos, químicos ou patogênicos, ou morais. A última hipótese, embora bastante improvável e de difícil comprovação, não é impossível. Tema 01: 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 5 Crimes em Espécie Imagine-se a situação de alguém que, pretendendo matar um cardiopata, lhe dá uma falsa notícia da morte de seu filho, provocando-lhe um colapso cardíaco, com a consequente morte. Tratando-se de crime material, é necessária a verificação o nexo causal, nos termos do art. 13, CP, para a configuração do crime de homicídio. Tipo subjetivo O crime de homicídio pode ser cometido tanto com dolo direto como eventual. Na primeira hipótese, o agente tem a intenção de matar, ou seja, o propósito direto de eliminar a vida humana (animus necandi ou occidendi). Além do dolo, não se exige qualquer ele- mento subjetivo do tipo. Na hipótese de dolo eventual, o agente assume o risco, que significa aceitar a pro- dução do resultado morte. Consumação e tentativa Consuma-se o crime com a produção do resultado naturalístico, a morte. Trata-se de um crime instantâneo de efeitos permanentes. Instantâneo porque a consumação se dá em um momento preciso e não se prolonga no tempo, e é de efeitos permanentes porquan- to a consequência do crime não se restaura. Atualmente, não há porque existir controvér- sia sobre o momento em que se dá a morte, já que a Lei 9.434/97 estabeleceu que o fim da atividade cerebral, ou seja, a morte encefálica, significa o fim da vida (Queiroz, 2013, p. 60). É admissível a tentativa, por tratar-se de crime material, bem como por ser plu- rissubsistente, que pode ter o iter criminis fracionado. Uma vez iniciado o ataque ao bem jurídico tutelado, através da execução, haverá tentativa se o resultado não se concretizar por circunstâncias alheias à vontade do agente. Para não se confundir a tentativa de ho- micídio com a lesão corporal, devem ser analisadas as circunstâncias objetivas do caso concreto para se deduzir o dolo do agente. Haverá tentativa de homicídio se inequívoco o dolo de matar. Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º) O homicídio privilegiado nada mais é que uma causa de diminuição da pena do ho- micídio (1/6 a 1/3), por ter sido ele cometido por um motivo considerado menos reprovável. São três as hipóteses previstas no § 1º, todas contendo circunstâncias subjetivas, relativas à motivação do delito. Motivo é a causa psicológica que impulsiona o agir da pessoa. A primeira situação de privilégio ocorre quando o autor mata impelido por motivo de relevante valor social. O texto legal fala em relevante, o que significa um motivo impor- tante. Valor social é o que se refere à coletividade. É exemplo da doutrina o crime cometi- do por motivos patrióticos, contra o “traidor da pátria” (Fragoso, 1962, p. 40). Mayrink da Costa cita o caso de Milone, assassino de Cláudio, que teria matado por interesses patrió- ticos (Mayrink da Costa, 2008, p. 105). 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 01 - Aula 01 6 Já a segunda hipótese se refere ao motivo de relevante valor moral, que se re- laciona a um interesse pessoal, particular (compaixão, piedade, desespero, humilhação prolongada), (Mirabete, 2001, 744) (Mayrink da Costa, 2008, p. 105) como a eutanásia, por exemplo. O fato de o agente ter assassinado a vítima a pedido de suas filhas, que se diziam por ela subjugadas, não caracteriza o homicídio privilegiado pelo re- levante valor moral, pois a reprovabilidade da conduta da vítima não forne- ce ao crime motivação aprovada pela moral pátria, nem demonstra nobreza e altruísmo por parte do agente (TJMG – 1.ª C. – AP 1.0525.01.002117- 4/001 – Rel. Edelberto Santiago – j. 14.12.2004 – JM 170/325). A última causa de privilégio ocorre quando o agente mata “sob domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima”. Para que ocorra o privilégio, ne- cessária a presença de três elementos: a) emoção intensa e dominadora; b) a provocação injusta da vítima; c) a reação imediata. Configurado o privilégio, haverá redução da pena de um sexto a um terço. Reco- nhecido o privilégio pelo Conselho de Sentença, o juiz será obrigado a fazer a redução da pena. Primeiro porque a Constituição garante a soberania do Júri, segundo porque o Di- reito Penal é incompatível com o arbítrio, de modo que se foi reconhecida a circunstância, não pode o juiz deixar de aplicá-la. Homicídio qualificado No § 2º, o Código estabelece uma série de circunstâncias que qualificam o homi- cídio, cominando pena de doze a trinta anos de reclusão. Dentre as qualificadoras, muitas estão previstas na parte geral, como agravantes (art. 61, II, a, b, c e d). Obviamente, nesses casos, para evitar o bis in idem, as agravantes não são aplicadas, como, aliás, explicita- mente, preceitua o art. 61, caput (“quando nãoconstituem ou qualificam o crime”). Deve ser ressaltado que do rol de circunstâncias qualificadoras, não constam nem o parricídio (parricídio, ao contrário do que se pensa comumente, não é apenas o homi- cídio contra o pai, mas também contra a mãe ou qualquer ascendente) nem a premedita- ção (STF, HC 69.524, DJU 4.12.92, p. 23059; TJMG, RT 534/396). Isso porque o Código deu maior importância ao motivo, ao meio e modo de execução. A relação de parentesco torna- -se secundária ante o motivo do crime. Quanto à premeditação, a demora na execução do crime pode ser sinal de relutância na sua prática, o que não merece maior reprovabilidade. “É mais perigoso aquele que mata ex improviso, mas por um motivo tipicamente perverso, do que aquele que mata depois de longa reflexão, mas por um motivo de particular valor moral ou social” (Hungria, 1979, p. 33). Qualificadoras relativas ao motivo No inciso I, há a qualificadora quando o homicídio é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe. O chamado homicídio mercenário sempre mereceu uma maior reprovabilidade, pela inexistência de motivo pessoal para matar. O 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 7 Crimes em Espécie executor age motivado por pagamento ou por promessa de recompensa, que deve ter um valor econômico. É sempre uma circunstância que causa maior repulsa, matar em razão de recompensa. O homicídio mercenário é extremamente reprovável, razão pela qual a re- provabilidade é maior. É irrelevante saber se o pagamento ou a promessa se concretizou, bastando que seja esse o motivo do delito (Fragoso, 1962, p. 46). Questão controvertida refere-se ao alcance da qualificadora ao mandante. Muito embora alguns autores (Jesus, 1999, p. 67) (Fragoso, 1962, p. 46) (Mirabete, 2004, p. 70) e julgados entendam que o mandante, tanto quanto o executor, responde pela qualificadora, entendemos que tal incidirá apenas na pena do executor. Homicídio qualificado. Motivo torpe. Caracterização. Crime praticado me- diante paga ou promessa de recompensa. Responsabilidade tanto do exe- cutor como do mandante – “O chamado homicídio mercenário, praticado por promessa de pagamento de recompensa, caracteriza a qualificadora do motivo torpe, devendo ser responsabilizados tanto o executor como o mandante” (TJSP – 2.ª C. – AP 285.994-3/6 – Rel. Canguçu de Almeida – j. 26.08.2002 – RT 807/588). O chamado homicídio mercenário (mediante paga ou promessa de recom- pensa) caracteriza a qualificadora do motivo torpe, devendo ser respon- sabilizado por atitude tão baixa e repugnante o seu executor, bem como o mandante do crime (TJSC – AR – Rel. Ernani Ribeiro – RTJE 49/253). O motivo torpe se caracteriza pela singela ocorrência de paga e, não obs- tante seja circunstância de caráter pessoal, comunica-se ao mandante, por ser elementar do crime (art. 26 do CP) (atual art. 30) (TJSP – Rec. – Rel. Dalmo Nogueira – RT 538/348). No § 2o, do art. 121, o Código Penal adotou a técnica da interpretação analógica, quando há a enumeração de circunstâncias casuísticas, seguidas de uma fórmula genéri- ca mais abrangente. Não se pode perder de vista que, após definir o homicídio mercenário, o Código usou a expressão mais genérica “ou outro motivo torpe”. Ora, sendo interpreta- ção analógica, não há como se sustentar que a primeira parte do inciso se refira a modo de execução e a segunda a motivo; além disso, foi usado o pronome “outro”, que possui o significado de “mais um, um novo, um segundo” (Houaiss). Se está escrito “outro motivo”, é imperiosa a conclusão de que a primeira parte também representa um motivo e não modo de execução. Sendo motivo, não há como se negar que a qualificadora só incide no executor, pois ele matou por ter recebido, ou porque receberia, a paga. O executor comete o crime motivado pela paga e o mandante por qualquer outro motivo. “A ratio da qualificadora é o móvel de lucro, considerado especialmente reprovável. Logo, incabível a aplicação da qualificadora àquele que oferece a paga ou a recompensa, já que este atua imbuído de motivação diversa, sendo possível, inclusive, que o faça por 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 01 - Aula 01 8 motivo nobre” (Régis Prado, 2000, p. 46). Assim, é possível que alguém, por motivo de relevante valor moral, resolva con- tratar um pistoleiro para matar. Nesse caso, o crime do pistoleiro é qualificado e o do mandante é privilegiado. Também será possível que o motivo do mandante seja conside- rado fútil ou torpe, qualificando o homicídio praticado pelo mandante. Mas, de todo jeito, o motivo do mandante deve ser analisado independentemente. Acrescente-se a essa controvérsia que motivo qualificador é uma circunstância pessoal e, como tal, não se comunica por não ser elementar (art. 30, CP). Elementar é a cir- cunstância que integra a definição do crime e a tipificação do homicídio é feita no caput do art. 121 (“Matar alguém”). As circunstâncias do § 2º não são elementares do tipo, pois sem elas o homicídio ainda existe, deixando apenas de ser qualificado. Motivo torpe é aquele que contraria fortemente a consciência ética predominante; é o motivo ignóbil, repugnante, amoral (p. ex: matar para receber seguro ou para receber herança; matar por dívida de tráfico): Segundo se sabe, motivo torpe é aquele intensamente reprovável, demons- trativo de depravação espiritual do agente agressor; é o motivo abjeto, des- prezível, repugnante. Prende-se a torpeza à razão soez, baixa, que inten- samente repugna a consciência média do homem. Não se confunde com o motivo reprovável, nem mesmo com o fútil, pois é aquele que se pode dizer ignóbil, ‘que imprime ao crime um caráter de extrema vileza ou imoralidade’ (cf. Nelson Hungria, Comentários, v. 5, p. 161). ‘Torpe é o homicídio que re- vela fim de lucro ou cupidez, o prazer do mal, o desenfreio da lascívia, a vai- dade criminal, o despeito da imoralidade contrariada’ (RT 532/344) (TJSP – 2.ª C. – Rec. 475.018-3/3 – Rel. Canguçu de Almeida – j. 13.12.2004 – JTJ-LEX 288/546 e RT 835/558). Ou porque a vítima era homossexual: No que diz respeito à qualificadora do motivo torpe, verifica-se dos au- tos que os acusados mataram a vítima por ser ela homossexual. Segundo ensina Nélson Hungria, ‘torpe pe o motivo que mais vivamente ofende a moralidade média ou o sentimento ético-social comum. É o motivo abjeto, ignóbil, repugnante, que imprime ao crime um caráter de extrema vileza’ (Comentários ao Código Penal. São Paulo: Saraiva, 1953, v. 5, p. 148). E outro não é o entendimento da jurisprudência: ‘O motivo torpe é aquele ab- solutamente imoral, abjeto, de ausência completa do mínimo senso ético’ (RT 352/64). Assim sendo, não há como deixar de reconhecer a ignomínia, a repugnância no caso sub judice, a configurar o motivo torpe (TJSP – AP 407.538-3/3-00 – Rel. Passos de Freitas – j. 02.03.2004 – RT 827/582). Configura a qualificadora, quando o agente mata por cupidez, para auferir alguma vantagem patrimonial. É muito importante que o intérprete não simplifique o sentido de motivo torpe. Alguns manuais mencionam que a vingança e o ciúme configuram motivo torpe. A rigor, depende do motivo que levou à vingança ou o que causou o ciúme. Se o homicídio teve como móvel o ciúme, nascido de passeio da vítima com a namorada do réu, para ficar com os termos da denúncia e da pronúncia, ou de relacionamento mais íntimo entre ambos, como indevidamente suge- 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 0762 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 9 Crimes em Espécie re o quesito submetido ao Júri, no qual a palavra saída aparece entre aspas, não teríamos vingança identificável com o motivo torpe. Ademais, o ciúme influi de modo intenso e negativo no controle emocional de sua presa e as ações a que dá causa podem ser injustas, mas não comportam a qualifi- cação de fúteis ou torpes (TJSP – AP – Rel. Dante Busana – RT 715/448). O ciúme é um sentimento psicológico extremamente complexo, podendo se mani- festar das mais variadas formas. O ciúme tanto pode configurar a torpeza, quando é uma manifestação de sentimento de posse, como pode não configurar, se for uma reação ante um comportamento ofensivo da vítima. Tanto é ciúme a agressão contra o cônjuge flagrado em situação de adultério, como a do ex-namorado que não suporta o rompimento do namoro. Ambas são mani- festações de ciúme, embora tenham reprovabilidade diversas. Por isso, a jurisprudência, dependendo da situação, ora reconhece ora rejeita o ciúme como motivo torpe. Quanto à vingança, também é necessário se aferir por que está se vingando, ou seja, do que se vinga o agente. A vingança, por si só, não conduz ao reconhecimento da torpeza da tentati- va de homicídio, não podendo ser considerada ignóbil, abjeta ou repugnan- te (TJSP – 5.ª C. – Rec. 354.230-3/8-00 – Rel. Testa Marchi – j. 15.09.2004 – JTJ-LEX 286/481). Homicídio qualificado: motivo torpe, vingança e pronúncia – “A vingança, por si só, não substantiva o motivo torpe; a sua afirmativa, contudo, não basta para elidir a imputa- ção de torpeza do motivo do crime, que há de ser aferida à luz do contexto do fato” (STF – 1.ª T. – HC 83.309 – Rel. Sepúlveda Pertence – j. 23.09.2003 – RTJ 191/562). A vingança pode significar ou não, torpeza, embora seja um ato grande- mente reprovado. E pode ser gerada por vários motivos. Se alguém se vinga da morte do filho, matando o assassino, não deixa de merecer severa cen- sura por esse gesto. Mas não se pode dizer que agiu por motivo torpe, ou seja, ignóbil, repugnante. Age com torpeza, entretanto, quem mata para se vingar do pai que dele se queixou à Polícia, do defloramento ou estupro de sua filha (TJSP – AP – Rel. Denser de Sá – RJTJSP 54/350). Já no inciso II, há o motivo fútil, que é o irrisório, insignificante, frívolo; que revela absoluta desproporção entre o fato que impulsiona a vontade e o crime praticado, como nos exemplos jurisprudenciais em que o homem mata sua companheira por esta ter-se negado a visitar seus parentes (RT 413/108) pelo simples rompimento de um namoro (RT 395/119) ou de noivado (RT 238/119.) Feu Rosa cita o caso de um operário que matou o colega de trabalho porque este lhe subtraiu uma banana (apud Delmanto, 2016, p. 441). Não se confunde com motivo injusto, razão pela qual não se pode afirmar que o ciúme ou a vingança, por si só, são fúteis. Discute-se se o homicídio cometido sem motivo é qualificado pela futilidade. To- davia, parece evidente que a premissa está errada, porquanto não existe um homicídio sem motivo. É possível que se pense que não há motivo, por exemplo, na hipótese em 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 01 - Aula 01 10 que vítima e autor não se conheciam. Todavia, o que existe é um desconhecimento sobre o motivo, ou seja, a morte foi causada em razão de desígnios insondáveis, existentes na mente perturbada do autor. Não se pode, pois, falar em crime sem motivo, o que há é um homicídio com motivo desconhecido. Ora, se o motivo é desconhecido, não há como atri- buir-se a futilidade, ou qualquer outro qualificativo. Se não se conhece o motivo, não se pode dizer que houve motivo fútil. Para que se configure a qualificadora, é imperioso que o motivo fútil seja imediato, ou seja, que entre o motivo banal e o homicídio não exista nenhuma outra intercorrência. “... o motivo, para qualificar, precisa ter conexão imediata com o homicídio. Assim, se, por motivo fútil, agente e vítima entram em luta corporal e desta sobrevém o homicídio, a futilidade que originou a briga já não será o motivo da morte do ofendido, pois ela foi anterior à briga” (Delmanto, 2016, p. 441). Com frequência, o motivo fútil é o motivo mediato, por estar distante do ato de matar na cadeia motivacional. Há situações em que uma futilidade gera uma discussão que vai se intensificando, até desaguar em ofensas pessoais. Neste caso, não importa saber que o motivo mediato (distante) é fútil, pois o motivo imediato foi, por exemplo, a injúria proferida pela vítima. O motivo não pode ser, ao mesmo tempo, fútil e torpe. Se torpe é o motivo abjeto, este não pode ser fútil, pois não é insignificante. Em outras palavras, o motivo torpe, por ser repugnante, é grave, não é pequeno. Qualificadoras relativas aos meios de execução No inciso III, há uma série de circunstâncias relativas ao meio de execução do homicídio. Dividem-se em três grupos: a) meios insidiosos; b) meios cruéis e c) meios de que resultem perigo comum. O Código se vale da técnica de interpretação analógica, na qual há a enumeração de uma série de hipóteses casuísticas e, depois, uma locução gené- rica. A interpretação desta fórmula genérica deve ser feita analogamente à circunstância específica. a) meios insidiosos: é o traiçoeiro, aleivoso, pérfido, enganador, capcioso, clandes- tino, que ocorre sem o conhecimento da vítima. A lei especifica o veneno e depois usa uma fórmula genérica, “outro meio insidioso”. Veneno pode ser entendido como qualquer subs- tância, preparada ou natural, capaz de matar por sua atuação química (Houaiss, Dicionário eletrônico). Pode ser animal, vegetal ou mineral; gasoso, líquido ou sólido. Fica claro, pelo texto da lei, que a ratio legis da maior reprovabilidade do venefício reside na insídia, pois assim é que ele é ordinariamente ministrado. Por essa razão, só caracterizará a qualificadora se o veneno for ministrado insidiosamente (Delmanto, 2016, p. 441). Se aplicado à força não será qualificado (embora, se provocar sofrimento desne- cessário, possa ser considerado meio cruel) (Fragoso, 1962, p. 71). A locução genérica “outro meio insidioso” abrange qualquer situação semelhante 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 11 Crimes em Espécie ao veneno, mas que não se enquadra em seu sentido. Assim, se alguém coloca vidro moído (Contra, entendendo que vidro moído é veneno: Fragoso, 1962, p. 71) ou cortantes pedaci- nhos de metal na comida da vítima, vindo a matá-la, estará configurado o meio insidioso. b) meios cruéis: cruel é o “desumano, perverso, desapiedado, desalmado, feroz, truculento”, (Fernandes, 1984, p. 254) é aquele em que a vítima é sujeita a um desneces- sário e intenso sofrimento. São as hipóteses legais do fogo, explosivo, asfixia ou tortura, além da fórmula genérica “outro meio cruel”. A tortura consiste no uso de suplícios contra a vítima, de modo que a morte demore a chegar, causando padecimento desnecessário. A tortura pode ser física ou psicológica e deve ser prolongada no tempo. Não se confunde com a reiteração de golpes ou número de disparos, que pode ser apenas sinal de descontrole emocional. Já a asfixia ocorre quando o agente morre em decorrência da falta de oxigênio no sangue (Fragoso, 1962, p. 72). Pode ser mecânica — enforcamento (“Laço acionado pelo peso da própria vítima”. Maranhão,1996, p. 320), estrangulamento (“Laço acionado por força diversa do peso da vítima”. Maranhão, 1996, p. 320), esganadura (“Força muscular do agente, usualmente mãos (pode ser prega do cotovelo ou pés”. Maranhão, 1996, p. 3210) sufocamento, (“Pode ser direta (oclusão dos orifícios respiratórios ou bloqueio ao fluxo de ar nas vias respiratórias) ou indireta (compressão do tórax, impedindo sua expansão)”. (Maranhão, 1996, p. 323), soterramento (“Ocorre quando o meio gasoso (ar) foi substituído por meio sólido (terra, areia, farinha etc.)” Maranhão, 1996, p.324) ou afogamento (“subs- tituição do ar atmosférico por água ou outro líquido” Dicionário Eletrônico Houaiss) — ou tóxica. Trata-se de meio cruel por excelência, por impor um sofrimento além do necessário para a morte. Outra hipótese de meio cruel é o homicídio cometido com emprego de fogo, que provoca grande sofrimento. Como exemplo de homicídio praticado com emprego de fogo, há o tragicamente notório caso do índio Galdino, da tribo Pataxó, de 1997, em que os agentes o surpreende- ram enquanto dormiam e atearam fogo em seu corpo, matando-o. Será classificado como “outro meio cruel” qualquer outro que não se amolde às fórmulas específicas, acima mencionadas, mas que cause um sofrimento desnecessário à vítima. É preciso compreender que a qualificadora é sempre um acréscimo de gravidade ao crime de homicídio, de modo que não se pode considerar como qualificadora o sofri- mento inerente à morte, ou o sofrimento que ordinariamente ocorre. Assim, o fato de a vítima ter sido baleada e não ter morrido instantaneamente, mas a caminho do hospital, não configura o meio cruel. Mas configura a qualificadora se o agente disparou um tiro e deixou, propositadamente, a vítima em local ermo, para viesse a morrer horas depois, por hemorragia. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 01 - Aula 01 12 Outra questão relevante, que tanta confusão tem causado, diz respeito à aparência do crime de homicídio. Com frequência são utilizados meios que causam grande destrui- ção no cadáver, como o uso de carabinas de grosso calibre, decapitação ou esmagamento de crânio com objetos pesados. Não se confunde a estética do crime com o meio cruel. Cruel é aquele meio que inflija à vítima um sofrimento além do necessário para a provoca- ção da morte. Em tais casos, embora a imagem de tais delitos cause muita repugnância, dada à instantaneidade da morte, não está configurado o meio cruel. Do mesmo modo, quando há a reiteração de golpes de arma branca, provocando danos no cadáver, não se pode falar em meio cruel, se a morte ocorreu rapidamente nos primeiros golpes. Contra: É intuitivo que quem desfere inúmeras facadas na vítima, embora a primeira delas já tivesse causado sua morte, emprega meio cruel, demonstrando au- sência de resquício de piedade, de solidariedade humana, fazendo jus, por isso, à exacerbação da pena (TJSP – AP – Rel. Onei Rahael – RT 596/327). Entendemos insustentável a posição adotada no julgado acima, pois meio cruel é aquele que causa um sofrimento além do necessário, no qual o autor pretende causar na vítima uma dor intensa, antes do advento da morte. Não foi o que ocorreu no presente caso, como o próprio texto do acórdão afirma, pois a vítima morreu rapidamente após a primeira das facadas. Por fim, convém ressaltar que tudo o que é feito com o cadáver, (Bitencourt, 2007, p. 401) — após a morte, obviamente — não interfere na gravidade do homicídio. Assim, es- quartejamento, destruição ou queima do cadáver não qualificam o homicídio, pois foram feitos após a consumação do delito. c) perigo comum: Por fim, há a menção aos chamados meios catastróficos (Fre- derico Marques, 1961, p. 107), que tornam mais reprovável o homicídio, pois, além da vida, colocam-se em perigo outros bens jurídicos, como a vida, a integridade física e o patrimô- nio de um número indeterminado de pessoas. Espécies dessa qualificadora são o fogo e o explosivo, além da fórmula genérica, meio “que possa resultar perigo comum”. Quanto ao fogo, é indiscutível que, além de ser cruel, em razão de sua probabilida- de de propagação é extremamente perigoso, podendo vir a causar danos indeterminados, colocando em perigo a vida e a integridade física de um número indeterminado de pessoas. O explosivo também coloca em perigo a vida e a integridade física de um número indeterminado de pessoas, razão pela qual qualifica o homicídio, ainda que a morte da vítima tenha sido instantânea. Também se qualifica qualquer outro meio, que não seja o fogo ou explosivo, mas que possa causar perigo comum, como provocar desmoronamento ou acidente de veículo para matar a vítima. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 13 Crimes em Espécie Sentido coloquial Assassinato, ou assassínio, é, coloquialmente, o ato de matar intencional- mente uma pessoa, é a ação de destruir a vida humana voluntariamente, segundo o dicionário Houaiss. Ou seja, na linguagem corrente, assassinato é usada como sinônimo de homicídio. Etimologia Assassinato parece derivar da palavra assassino. Há controvérsia na eti- mologia de “assassino”, mas pode-se dizer que há um ponto em comum a todas versões da origem da palavra: assassino era a designação dos seguidores do Velho da Montanha, que teria vivido entre os anos de 1034 a 1124 em uma montanha no Irã, e era um líder religioso e guerreiro temido. (...). Embora o vocábulo seja, frequentemente, associado ao ato de matar o pai, parricídio tem o sentido mais amplo, de matar o parente (ascendente, des- cendente, irmão ou cônjuge). No Brasil, não há crime com o nome de par- ricídio, aquele que matar o parente terá cometido crime de homicídio (art. 121, do Código Penal). Além de não existir um crime específico, a relação de parentesco sequer configura uma qualificadora do homicídio. Desse modo, o uso da palavra parricídio, no Brasil, se dará apenas no sentido coloquial e não no sentido jurídico. Hungria explica que a origem do termo parricidium era “paris excidium” (matar o par), que significava matar o civis, ou seja, o homem livre.[i] Diz Mayrink da Costa, que o “parricidium nas antigas leges regias era a morte dolosa de um homem livre” (Mayrink da Costa, 2008, p. 67). Excluído estava o servo, que por ser considerado coisa não era sujeito passivo do crime de parricidium. Ainda segundo Hungria, o vocábulo homicidium não existia no latim clássico. A origem do vocábulo parricídio, portanto, é matar o par, ou seja, o igual, o homem livre (Hungria, 1979, p. 28). Verifica-se, pois, que com o passar do tempo, o termo parricídio foi mudando de sentido, para signi- ficar aquele que mata o parente — não apenas o pai, como se supõe. (...). A abolição da pena de morte em Portugal se deu em 1867. No entanto, a última mulher a ser executada naquele país foi Luiza de Jesus, em 1772. Na época, era comum a existência da Roda dos Enjeitados em entidades católicas, como a Santa Casa. Essa roda possibilitava que a mãe de um recém-nascido que não pudesse, sobretudo por questões morais, criar seu filho, fizesse a sua entrega para a adoção. A roda impossibilitava que a mãe fosse vista pela pessoa que atendia ao sino, dentro da entidade. (...). Leitura Complementar PARA LEITURA DO TEXTO NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI: 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 3892 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 http://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-especial/assassinato-verbete/ http://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-especial/parricidio-verbete/ http://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-especial/o-crime-barbaro-de-luiza-de-jesus/ Tema 01 - Aula 01 14 Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estu- dos, pesquisas, propostas, contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa de cabeceira, disse, sem tirar os olhos das cartas, você está com um ar cansado. Os sons da casa: minha filha no quarto dela treinando impostação de voz, a música quadrifônica do quarto do meu filho. Você não vai largar essa mala?, perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uisquinho, você precisa aprender a relaxar. Fui para a biblioteca, o lugar da casa onde gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e números, eu esperava apenas. Você não pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa, entrou a minha mulher na sala com o copo na mão, já posso mandar servir o jantar? (...). BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte especial. vol. 2. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. COSTA JR., Paulo José da. Comentários ao Código Penal. São Paulo: Saraiva, 1997. DAMASIO, Crime Hediondo. Boletim do IBCCrim - out./94. DELMANTO, Celso. et. al. Código Penal Comentado. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal: parte especial, 1º vol. 2ª ed. São Paulo: José Bushatsky, 1962. FERNANDES, Francisco, Dicionário de sinônimos e antônimos da língua portugue- sa. Porto Alegre. Rio de Janeiro: Globo, 1984. FREDERICO MARQUES, José. O Júri no Direito Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1955. HOBSBAWM, Eric. Bandidos. Trad. Donaldson M. Garschasgen, 4ª ed. São Paulo: 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 http://josenabucofilho.com.br/um-conto-de-rubem-fonseca-e-o-homicidio-sem-motivo/ 15 Crimes em Espécie Paz e Terra, 2010, p. 89. HOUAISS, Dicionário eletrônico. HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal, vol. V, Rio de Janeiro: Forense, 1979. JESUS, Damasio E. Direito Penal: parte especial. 2o vol. 21ª ed. São Paulo: Sarai- va, 1999. MARANHÃO, Odon Ramos. Curso Básico de Medicina Legal. São Paulo: Malheiros, 1996. MARREY, Adriano. Silva Franco, Alberto. Stoco, Rui. Teoria e prática do Júri. 7ª ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000. MAYRINK DA COSTA, Álvaro. Direito Penal: parte especial, vol. 4. 6ª ed. Rio de Ja- neiro: Ed. Forense, 2008. ____. Manual de Direito Penal: parte especial. vol. II. 22ª ed. rev. e atual. por Renato N. Fabbrini. São Paulo: Atlas, 2004. MIRABETE, Julio Fabbrini. Código Penal interpretado. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. NORONHA, Edgard Magalhães. Direito Penal. 2º vol. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1977. NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 16ª ed. São Paulo: Forense, 2016. PORTO, Hermínio Marques. Júri: procedimento e aspectos do julgamento, questio- nários. São Paulo: Malheiros, 1998. QUEIROZ, Paulo. Et. Alli. Curso de Direito Penal: parte especial. Salvador: Jus Podivm, 2013. RÉGIS PRADO, Luiz. Curso de Direito Penal brasileiro: vol. 2, parte especial, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 2000. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 01 - Aula 01 16 ____. Tratado de Direito Penal: parte especial. Vol. 4. São Paulo: Saraiva, 1961. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8
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