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Roteiro aula Crimes Hediondos

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DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
_______________________________________________________________________________________________ 
DIREITO PENAL - Profª. Ms. Shelley Primo | 1 
 
LEI DE CRIMES HEDIONDOS – Lei 8.072/90 – 25 de julho de 1990 
 
 
 
Prof.a. Shelley Primo1. 
 
TEXTO CONSTITUCIONAL: CF Art. 5º, inc. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis 
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
A Lei nº 8.072/90 resulta do cumprimento legislativo ao mandado de criminalização 
contemplado no art. 5º, inciso XLIII, da Constituição. 
 
Como se percebe, a própria Constituição erigiu três condutas a um patamar similar aos 
demais crimes hediondos: o tráfico de drogas, o terrorismo e a tortura. São, portanto, crimes 
assemelhados aos hediondos. Por força da equiparação promovida pela própria Constituição, estes 
crimes estão submetidos ao mesmo tratamento mais recrudescido dado pela Lei nº 8.072/90. 
 
A Constituição Federal, não trouxe um rol taxativo de crimes a serem considerados 
hediondos. A par de enumerar os três crimes referidos, a CF/88 delegou ao legislador ordinário o 
estabelecimento dos crimes considerados hediondos. 
 
Ao propugnar uma reprimenda penal mais severa, a legislação de crimes hediondos, 
cumprindo o mandamento constitucional, procura observar o princípio da vedação à proteção 
deficiente (ou vedação à infraproteção), de modo a não deixar os bens jurídicos sem a tutela penal 
ou com uma tutela penal insuficiente. 
 
Não se pode deixar de anotar, porém, que, em determinados casos, a lei de crimes 
hediondos acabou por tornar tão severa a intervenção punitiva, que consagrou inconcebíveis 
violações a direitos fundamentais, forçando o Supremo Tribunal Federal a reconhecer a 
inconstitucionalidade de dispositivos, como o que impedia a progressão de regime de 
cumprimento de pena. 
 
Em sede doutrinária, existem fortes resistências à Lei de Crimes Hediondos, e sua previsão 
no texto constitucional. Dissertando sobre o tema, em obra específica, Alberto Silva Franco 
observa que “as valorações político-criminais do Movimento da Lei e da Ordem (Law and Order) 
se fizeram presentes à retaguarda do posicionamento assumido pelo legislador constituinte”. 
Neste contexto, importante recordar que o Movimento da Lei e da Ordem foi um movimento de 
 
1 Professora de Direito Penal da Graduação e da Pós-Graduação do Centro Universitário – FIBRA; 
Mestra em Direito do Estado: Constituição, Direitos Humanos e Relações Internacionais pela Universidade da Amazônia - 
UNAMA; 
Pós-Graduada em Direito Penal e Processual Penal pela UES – RJ; 
Pós-Graduada em Direito do Estado pela UES – RJ; 
Especialista em Balística Forense pela – APJ; 
Assessora da Presidência/Vice-Presidência do TJE/PA; 
Professora da graduação e pós-graduação do Centro Universitário Fibra e da Faculdade Integrada de Advocacia – Finama; 
Orientadora da extensão e iniciação científica do Centro Universitário Fibra; 
Escritora (Juruá; Jus Podium; Fibralex); 
Bacharela em Direito (Unama-PA). 
EMENTA: 3. Lei dos crimes hediondos: conceitos; evolução histórica das alterações 
legislativas. Crimes hediondos e assemelhados. Visão dos tribunais superiores. Análise 
dos diferentes bens jurídicos protegidos pelos crimes hediondos e assemelhados. 
 
Objetivo: Apresentar uma visão objetiva, sistemática e inovadora sobre as principais 
questões das leis penais extravagantes, possibilitando o acesso a um conteúdo 
atualizado e aprofundado. 
 DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
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DIREITO PENAL - Profª. Ms. Shelley Primo | 2 
 
política criminal, surgido na década de setenta do século XX, e que se assentava sobre a ideia de 
exasperação das sanções penais. 
 
Sob outro prisma, há quem se refira à Lei de Crimes Hediondos como manifestação do 
Direito Penal do Inimigo, teoria criada por Günther Jakobs, em meados da década de oitenta do 
século XX, e que objetiva tratar alguns criminosos como inimigos do Estado. 
 
Em sede jurisprudencial, contudo, a Lei de Crimes Hediondos tem encontrado ampla 
recepção, ressalvadas, naturalmente, algumas inconstitucionalidades já reconhecidas pelo STF. 
 
DEFINIÇÃO DA PALAVRA HEDIONDO SEGUNDO DICIONÁRIO MICHAELIS: 
repugnante, horrível, medonho. 
 
CRITÉRIOS OU SISTEMAS: No mundo existem três sistemas de conceituação do que se 
caracteriza como crime hediondo: 
 
1) Sistema Legal: Compete ao legislador, num rol taxativo, enumerar quais os delitos 
considerados hediondos. Crítica: ignora a gravidade do caso concreto; 
 
2) Sistema judicial: é o juiz quem, na apreciação do caso concreto, decide se a infração é 
hedionda ou não. (não adotado pelo Brasil, pois gera uma insegurança jurídica). 
 
3) Sistema misto: num primeiro momento, o legislador apresenta um rol exemplificativo de 
crimes hediondos, permitindo ao juiz na análise do caso concreto, encontrar outros fatos 
assemelhados. Trata-se de hipótese de interpretação analógica. 
 
O Brasil adotou o sistema legal. O art. 5, XLIII, CF/88, estipulou o mandado constitucional de 
criminalização dos crimes considerados hediondos, sejam eles tentados ou consumados. Os 
crimes hediondos e equiparados possuem um tratamento mais gravoso do que os demais crimes 
previstos na legislação vigente. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS2: 
 
A Lei de Crimes Hediondos foi publicada no dia 25 de julho de 1990, tendo entrado em 
vigor no mesmo dia. Passaram-se menos de dois anos, portanto, do advento da Constituição 
Federal que havia trazido o mandado de criminalização, em seu art. 5º, XLIII. 
Há um certo consenso em doutrina, em torno da ideia de que a publicação desta Lei 
decorreu de forte influência de alguns crimes, sobretudo de extorsão mediante sequestro, que 
tiveram grande repercussão nos meios de comunicação de massa (Exemplos os sequestros dos 
empresários Roberto Medina e Abílio Diniz). 
Como era de se esperar de uma legislação penal de emergência, elaborada às pressas para 
aplainar os clamores sociais, a redação original da Lei continha omissões de relevo. A principal, 
sem dúvida era a ausência do crime de homicídio, ainda que em sua modalidade qualificada. 
Outro crime com forte apelo na imprensa – o homicídio da atriz Daniela Perez – acabou 
conduzindo a uma alteração do texto original da Lei de Crimes Hediondos, permitindo a inclusão 
do crime de homicídio no rol. 
Assim, a Lei nº 8.930, de 06 de setembro de 1994, incluiu no rol dos crimes hediondos o 
“homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IV e V)”. 
Em sentido similar, em meados da década de 90 do século passado, a sociedade brasileira 
foi surpreendida com a descoberta de um grande esquema de falsificação de remédios, que 
 
2 Texto: ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Doutrina, Jurisprudência e 
Questões de Concursos. 3ª. ed. rev. e atual. SÃO PAULO: JUS PODIUM, 2018. 
 
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prejudicou uma grande quantidade de pessoas. Portadores de doenças graves, ingerindo 
substâncias falsas, acreditando que estavam combatendo suas enfermidades. 
Novo clamor social oriundo de um crime grave, nova alteração da redação da Lei de Crimes 
Hediondos. Foi a vez da Lei nº 9.6954, de 20 de agosto de 1998, incluir no rol de crimes hediondos 
a conduta consistenteem “falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado 
a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela 
Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998)”. 
É importante recordar que a lei penal não pode retroagir, senão para beneficiar o réu (art. 
5º, XL, CF), razão pela qual o a Lei de Crimes Hediondos e suas posteriores alterações não se 
aplicaram aos crimes que ensejaram o clamor social. 
Mais uma alteração no rol dos crimes considerados hediondos foi promovida pela Lei nº 
12.015/09, que tratou dos crimes sexuais no Código Penal. Referida Lei, além de abolir a figura 
do atentado violento ao pudor, que estava previsto no art. 214, CP, criou a figura do crime de 
estupro de vulnerável (art. 217-A, CP), incluindo-o no rol dos crimes hediondos (art. 1º, VI, Lei 
nº 8.072/90). 
Mais uma alteração foi promovida na Lei de Crimes Hediondos no dia 21 de maio de 2014, 
com a aprovação da Lei nº 12.978/14, que acresceu ao rol dos crimes hediondos o crime do art. 
218-B, caput, e §§ 1º e 2º (favorecimento da prostituição ou de outra forma 
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável). 
No ano de 2015, mais duas alterações: a) a Lei nº 13.104/15 criou nova modalidade de 
homicídio qualificado (o feminicídio), o que repercute no rol dos crimes hediondos; b) a Lei nº 
13.142/15 não apenas criou nova modalidade de homicídio qualificado, como, ainda, acresceu ao 
rol dos crimes hediondos o inciso I-A (lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão 
corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição). 
No ano de 2017, a Lei nº 13.497, do dia 26 de outubro, promoveu mais uma alteração na 
Lei de Crimes Hediondos, acrescentando, ao parágrafo único do art. 1º, os crimes de posse ou 
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. 
 
E em 2018 a Lei nº 13.769 deu a seguinte redação ao § 2º do art. 2º da Lei: “A progressão 
de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o 
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se 
reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 
1984 (Lei de Execução Penal)”. 
 
CRIMES HEDIONDOS E ASSEMELHADOS: 
 
O rol dos crimes considerados hediondos, previsto no art. 1º da Lei nº 8.072/90 é taxativo, 
não se admitindo nenhuma forma de analogia para que se inclua crime não contemplado. Por mais 
que o crime se apresente “reprovável”, “sórdido”, “abjeto”, “asqueroso”, “repugnante”, não há 
como considerá-lo hediondo se não houver a previsão no rol do art. 1º da Lei. 
Por outro lado, importa recordar que os crimes previstos na Lei nº 8.072/90 serão 
hediondos, ainda que no caso concreto se apresentem como de menor reprovabilidade. 
Todos os tipos penais indicados nos incisos do art. 1º da Lei de Crimes Hediondos estão 
previstos no Código Penal. 
 
Os crimes hediondos contemplados na legislação extravagante são o genocídio (Lei nº 
2.889/56) e o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16, Lei nº 
10.826/03), que se encontram previstos no parágrafo único do art. 1º da Lei em comento. 
 
ROL TAXATIVO: artigo 1º da Lei 8.072/90: 
 
OBS: Consumados ou Tentados. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm#art112%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm#art112%C2%A73
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 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS: 
1) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins: Tal equiparação foi feita tanto pela 
Constituição da República (art. 5º, XLIII), quanto pela lei de crimes hediondos (lei 8.072/90, art. 
2º, caput). Logo, devem ser aplicadas ao delito de tráfico todas as normas penais e processuais 
penais previstas na lei de crimes hediondos. Em homenagem ao princípio da especialidade, as 
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normas contidas na lei de crimes hediondos serão aplicadas somente naquilo em que não 
conflitarem com a lei de drogas. 
 
2) Tortura: Lei 9.455 em 07 de abril de 1.997. 
 
3) Terrorismo: Lei 13.260 de 16 de março de 2016. 
 
VEDAÇÕES: Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
 
I - Anistia, graça e indulto; (obs: na CRPF/1988 não fala em indulto) 
 
 
 
II - Fiança. (Apesar de inafiançáveis, admite-se a liberdade provisória independentemente 
de fiança, se não estiverem presentes os pressupostos da prisão preventiva – art. 312 do 
CPP). 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA: O §3º, artigo 2º disciplina que em caso de sentença condenatória, 
o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. Logo, extrai-se do texto 
legal a possibilidade e cabimento de liberdade provisória às práticas de crime hediondo. 
 
REGIME INICIAL FECHADO: Art. 2º, § 1o A pena por crime previsto neste artigo será 
cumprida inicialmente em regime fechado. 
 
Em fevereiro de 2006 o STF no HC 82.959 declarou a inconstitucionalidade do 
regime integral fechado. Passou a admitir a progressão de regime e depois da 
Súmula Vinculante 26 - Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena 
por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade 
do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, 
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. 
 
Súmula 718/STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não 
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido 
segundo a pena aplicada” 
 
Súmula 719/STF: “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena 
aplicada permitir exige motivação idônea” 
 
 
 
 
 
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PROGRESSÃO DE REGIME: 
 
Requisitos para progressão de regime diante dos crimes hediondos: 
 
1. Requisito Subjetivo: bom comportamento carcerário, atestado pelo Diretor do Presídio; 
2. Requisito Objetivo: cumprimento de determinado lapso. 
 
 
 
 
OBS: O percentual a ser aplicado para a progressão de regime de condenado por crime 
hediondo ou equiparado, sem morte, que seja reincidente por crime comum é de 40%. Esse 
entendimento foi reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal no ARE 1.327.963: 
 
Fixação de tese: A tese fixada no julgamento foi a seguinte: "Tendo em vista a legalidade 
e a taxatividade da norma penal (artigo 5º, XXXIX, CF), a alteração promovida pela Lei 
13.964/2019 no artigo 112 da LEP não autoriza a incidência do percentual de 60% (inciso 
VII) aos condenados reincidentes não específicos para o fim de progressão de regime. 
Diante da omissão legislativa, impõe-sea analogia in bonam partem, para aplicação, 
inclusive retroativa, do inciso V do artigo 112 da LEP (lapso temporal de 40%) ao 
condenado por crime hediondo ou equiparado sem resultado morte reincidente não 
específico". 
 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E DELAÇÃO PREMIADA: 
 
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, 
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins ou terrorismo. 
 DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
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Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou 
quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
 
A Lei 8072/92 permite a delação premiada quando um dos participantes denuncia os demais à 
autoridade de forma a possibilitar o desmantelamento da quadrilha ou bando, tendo sua pena 
reduzida de 1 a 2/3, diante da prática de qualquer crime hediondo. Contudo, importante destacar 
que, diante do Código Penal, somente é cabível a delação premiada na extorsão mediante 
sequestro. 
 
Bibliografia Consultada 
 
ARAÚJO, Fábio Roque; TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Doutrina, 
Jurisprudência e Questões de Concursos. 3ª. ed. rev. e atual. SÃO PAULO: JUS PODIUM. 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial: dos crimes contra a 
administração pública e dos crimes praticados por prefeitos. Vol.5. São Paulo: Saraiva. 
 
BITENC0URT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial: dos crimes contra a 
dignidade sexual até os crimes contra a fé pública. Vol. 4. São Paulo: Saraiva. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Vol. 1. São Paulo: 
Revista dos Tribunais. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Vol. 2. São Paulo: 
Revista dos Tribunais.

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