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Síntese da SP1: MEU BEM, VOCÊ ME DÁ ÁGUA NA BOCA... A ortorexia e a vigorexia são distúrbios relacionados à obsessão pelo conceito de saúde corporal: característica da primeira é a compulsão por alimentos puros e saudáveis, podendo evoluir para um quadro onde inclusive o material dos utensílios em que esse alimento é manuseado deve ser específico e comprovadamente natural. A segunda, por sua vez, caracteriza a necessidade compulsória em manter uma forma física definida, independentemente dos limites fisiológicos do próprio corpo - musculação excessiva e que muitas vezes ocasiona lesões, uso de anabolizantes e prioridade na perda de massa lipídica do corpo. Comumente afetam profissionais de saúde, e são potencializadas por uma visão que atrela o cuidado com a saúde com os conceitos de autocontrole e foco, valorizados pelo modelo de mercado atual. Ambas as condições têm em comum a falta de flexibilidade – os relacionamentos e o convívio social são deixados em segundo plano – e a não aceitação do próprio corpo, ou seja, da própria genética e metabolismo. Esse, por meio de diversas reações químicas, tem por finalidade a obtenção da energia e está intimamente relacionado com a alimentação. Para que se obtenham as moléculas necessárias ao processo metabólico, os alimentos são submetidos inicialmente ao processo de digestão - começando pela boca e seguindo para o estômago. Neste, tem-se as glândulas gástricas, que podem ser classificadas em pilórica ou oxíntica: a primeira é responsável pela secreção de muco, histamina e gastrina (essa a partir das células G), enquanto a segunda se relaciona à produção do fator intrínseco (glicoproteína importante na absorção de vitamina B12), somatostatina, pepsinogênio e ácido clorídrico (HCl). As células parietais, profundas nas glândulas gástricas, secretam o ácido estomacal a partir de uma via de secreção específica: o íon H+ proveniente da água de dentro das células parietais é bombeado para o lúmen do estômago, havendo em compensação a entrada de um íon K+ (este mecanismo envolve gasto de ATP). O íon Cl- acompanha o H+, utilizando-se de um canal de cloro. Paralelamente, em uma reação catalisada pela anidrase carbônica, a hidroxila OH- reage com o gás carbônico (CO2) e forma o íon bicarbonato (HCO3 -) - este é absorvido para a corrente sanguínea, e sua ação de tamponamento reduz a acidez do sangue que deixa o estômago criando a “maré alcalina”; desempenha também o papel na proteção da mucosa do estômago, juntamente com o muco secretado. Assim, a composição do suco gástrico se dá pelo conjunto de HCl, muco, bicarbonato, fator intrínseco e o pepsinogênio - para que este último seja convertido em pepsinas (as quais atuam na digestão de proteínas), é necessário o íon H+. A secreção do ácido é estimulada pelo hormônio histamina, o qual por sua vez é estimulado pelo hormônio gastrina. Síntese da SP1: MEU BEM, VOCÊ ME DÁ ÁGUA NA BOCA... Referências: BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. BRESSAN, M. R.; PUJALS, C. Transtornos alimentares modernos: uma comparação entre ortorexia e vigorexia. Revista UNINGÁ, v. 23, n. 3, p. 25-30, 2015. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
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