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10 QUESTOES DE DIREITO PENAL - AULA 03 - COMENTADAS - PROF. BRUNA SOUZA

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1ª FASE – 36º EO. 
DIREITO PENAL 
PROF. BRUNA SOUZA 
 
 
 
AULA 03 – ILICITUDE E CULPABILIDADE. 
 
01. Yuri foi denunciado pela suposta prática de crime de 
estupro qualificado em razão da idade da vítima, porque 
teria praticado conjunção carnal contra a vontade de Luana, 
de 15 anos, mediante emprego de grave ameaça. No curso 
da instrução, Luana mudou sua versão e afirmou que, na 
realidade, havia consentido na prática do ato sexual, sendo 
a informação confirmada por Yuri em seu interrogatório. 
Considerando apenas as informações expostas, no momento 
de apresentar alegações finais, a defesa técnica de Yuri 
deverá pugnar por sua absolvição, sob o fundamento de que 
o consentimento da suposta ofendida, na hipótese, funciona 
como 
 
A) causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
B) causa legal de exclusão da ilicitude. 
C) fundamento para reconhecimento da atipicidade da 
conduta. 
D) causa supralegal de exclusão da culpabilidade. 
 
GABARITO COMENTADO: 
Neste caso, a defesa deverá pugnar pela absolvição do 
acusado, nos termos do art. 386, III, do CPP, pois sendo 
Luana maior de 14 anos, o consentimento afasta a elementar 
do verbo que, seria constranger (coagir, forçar, obrigar pela 
força), afastando a elementar do tipo penal previsto no 
artigo 213 do CP, a conduta do acusado não configura crime. 
Gabarito C. 
 
02. Durante ação penal em que Guilherme figura como 
denunciado pela prática do crime de abandono de incapaz 
(Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos), foi instaurado 
incidente de insanidade mental do acusado, constatando o 
laudo que Guilherme era, na data dos fatos (e permanecia 
até aquele momento), inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato, em razão de doença mental. Não foi 
indicado, porém, qual seria o tratamento adequado para 
Guilherme. 
Durante a instrução, os fatos imputados na denúncia são 
confirmados, assim como a autoria e a materialidade 
delitiva. 
Considerando apenas as informações expostas, com base 
nas previsões do Código Penal, no momento das alegações 
finais, a defesa técnica de Guilherme, sob o ponto de vista 
técnico, deverá requerer 
 
A) a absolvição imprópria, com aplicação de medida de 
segurança de tratamento ambulatorial, podendo a sentença 
ser considerada para fins de reincidência no futuro. 
B) a absolvição própria, sem aplicação de qualquer sanção, 
considerando a ausência de culpabilidade. 
C) a absolvição imprópria, com aplicação de medida de 
segurança de tratamento ambulatorial, não sendo a 
sentença considerada posteriormente para fins de 
reincidência. 
D) a absolvição imprópria, com aplicação de medida de 
segurança de internação pelo prazo máximo de 02 anos, não 
sendo a sentença considerada posteriormente para fins de 
reincidência. 
 
GABARITO COMENTADO: 
A presente questão cuida da Sentença Absolutória 
Imprópria, que é exatamente aquela que absolve o réu, mas 
aplica-lhe medida de segurança - conforme art. 386, 
parágrafo único, III do CPP. Chama 'imprópria' justamente 
porque não é uma absolvição plena, já que se atribui medida 
de segurança, e esta é pena. O fato de se expor que ela não 
é considerada para fins de reincidência é porque falta 
imputabilidade. É uma situação residual. Portanto, se falta 
requisito da culpabilidade, não há crime, logo não há 
reincidência. Gabarito C. 
 
03. Acreditando estar grávida, Pâmela, 18 anos, desesperada 
porque ainda morava com os pais e eles sequer a deixavam 
namorar, utilizando um instrumento próprio, procura 
eliminar o feto sozinha no banheiro de sua casa, vindo a 
sofrer, em razão de tal comportamento, lesão corporal de 
natureza grave. Encaminhada ao hospital para atendimento 
médico, fica constatado que, na verdade, ela não se achava 
e nunca esteve grávida. O Hospital, todavia, é obrigado a 
noticiar o fato à autoridade policial, tendo em vista que a 
jovem de 18 anos chegou ao local em situação suspeita, 
lesionada. Diante disso, foi instaurado procedimento 
administrativo investigatório próprio e, com o recebimento 
dos autos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face 
de Pâmela pela prática do crime de “aborto provocado pela 
gestante”, qualificado pelo resultado de lesão corporal 
grave, nos termos dos Art. 124 c/c o Art. 127, ambos do 
Código Penal. Diante da situação narrada, assinale a opção 
que apresenta a alegação do advogado de Pâmela. 
 
A) A atipicidade de sua conduta. 
B) O afastamento da qualificadora, tendo em vista que esta 
somente pode ser aplicada aos crimes de aborto provocado 
por terceiro, com ou sem consentimento da gestante, mas 
não para o delito de autoaborto de Pâmela. 
C) A desclassificação para o crime de lesão corporal grave, 
afastando a condenação pelo aborto. 
D) O reconhecimento da tentativa do crime de aborto 
qualificado pelo resultado. 
 
GABARITO COMENTADO: 
O enunciado retrata típica hipótese de delito putativo por 
erro de tipo, em que o agente, neste caso Pâmela, acredita 
na existência de um requisito típico que, na verdade, está 
somente no seu imaginário. Sua vontade é dirigida ao 
cometimento de um delito – no caso o aborto -, manobras 
abortivas são realizadas, mas, após constatar-se que inexiste 
o objeto do crime que o agente pretendia praticar. O crime, 
por isso, é impossível – art. 17, do CP, sendo o fato atípico. 
No mais, a autolesão não é punível, não podendo Pâmela 
responder pelas lesões corporais que causou em si mesma. 
Gabarito A. 
 
04. Durante um assalto a uma instituição bancária, Antônio 
e Francisco, gerentes do estabelecimento, são feitos reféns. 
Andréa Lima - dedealima23@gmail.com - IP: 201.20.127.202
1ª FASE – 36º EO. 
DIREITO PENAL 
PROF. BRUNA SOUZA 
 
 
 
Tendo ciência da condição deles de gerentes e da 
necessidade de que suas digitais fossem inseridas em 
determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos 
colocam, à força, o dedo de Antônio no local necessário, 
abrindo, com isso, o cofre e subtraindo determinada quantia 
em dinheiro. Além disso, sob a ameaça de morte da esposa 
de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a 
sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam 
uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a 
prisão dos agentes. Analisando as condutas de Antônio e 
Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é 
correto afirmar que 
 
A) Antônio não responderá pelo crime por ausência de 
tipicidade, enquanto Francisco não responderá por 
ausência de ilicitude em sua conduta. 
B) Antônio não responderá pelo crime por ausência de 
ilicitude, enquanto Francisco não responderá por ausência 
de culpabilidade em sua conduta. 
C) Antônio não responderá pelo crime por ausência de 
tipicidade, enquanto Francisco não responderá por 
ausência de culpabilidade em sua conduta. 
D) Ambos não responderão pelo crime por ausência 
de culpabilidade em suas condutas. 
 
GABARITO COMENTADO: 
Antônio “praticou” o fato sob coação física irresistível (vis 
absoluta), já que a sua ação foi desprovida de 
voluntariedade. Isso porque Antônio praticou o movimento 
em decorrência de força corporal exercida sobre ele. Afasta-
se, neste caso, a conduta e, por conseguinte, o próprio fato 
típico. Não há crime. Embora Francisco, da mesma forma 
que Antônio, não possa ser responsabilizado criminalmente, 
o fato é que a sua situação é diferente, na medida em que 
foi submetido a coação moral (e não física!) irresistível (via 
compulsiva), que tem o condão de afastar a culpabilidade 
por inexigibilidade de conduta diversa, mantendo íntegros, 
porém, o fato típico e a ilicitude. Note que, neste caso, existe 
conduta, mas a culpabilidade é excluída. De uma forma ou 
de outra, à luz do conceito tripartido de crime, não houve, 
por parte de ambos, pratica de delito. A coação moral 
irresistível está prevista no art. 22 do CP. 
 
05. Patrício e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, 
mediante ameaça de arma de fogo, obriga o último a beber 
dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A 
dupla, então, deixou o local, sendo que Patrícioconduzia 
Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao 
encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela calçada, 
Patrício e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo 
primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, 
sendo flagrados por populares que passavam 
ocasionalmente pelo local, ocorrendo a prisão em flagrante. 
Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrução, 
mediante perícia, restou constatado que Patrício era 
possuidor de doença mental grave e que, quando da prática 
do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que 
permanece até o momento do julgamento. Também ficou 
demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava 
completamente embriagado. O Ministério Público requereu 
a condenação dos acusados. Não havendo dúvida com 
relação ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos 
acusados deverá requerer, nas alegações finais, 
 
A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, 
aplicando, porém, medida de segurança para ambos. 
B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em 
razão da embriaguez culposa e a absolvição imprópria de 
Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança. 
C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em 
razão da embriaguez completa decorrente de força maior e 
a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, 
de medida de segurança. 
D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de 
medida de segurança, e a condenação de Luiz na pena 
mínima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade. 
 
GABARITO COMENTADO: 
Está correta a assertiva “C”. Note que o comportamento de 
Luís configura hipótese de embriaguez completa, 
proveniente de força maior (art. 28, §1º, CP), o que leva à 
exclusão da imputabilidade. A propósito, esta é a única 
hipótese, no contexto de embriaguez, capaz de isentar o 
agente de pena. Em assim sendo, Luis não deve ser 
responsabilizado. Perceba que esta causa de exclusão da 
culpabilidade (embriaguez), por ser meramente ocasional, é 
incompatível com a aplicação de medida de segurança. 
Quanto a Patrício, a situação é diferente. É que, neste caso, 
ele era, ao tempo da conduta, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato, uma vez que padecia de 
doença mental grave (art. 26, caput, do CP). Há de se 
reconhecer, assim, a sua inimputabilidade, devendo, em 
razão disso, ser submetido a tratamento (medida de 
segurança). Embora a sentença aqui, tenha natureza 
absolutória (art. 386, VI, CPP), o agente há de ser submetido 
a tratamento. Daí falar-se em absolvição imprópria. Gabarito 
C. 
 
06. Laura, nascida em 21 de fevereiro de 2000, é inimiga 
declarada de Lívia, nascida em 14 de dezembro de 1999, 
sendo que o principal motivo da rivalidade está no fato de 
que Lívia tem interesse no namorado de Laura. Durante uma 
festa, em 19 de fevereiro de 2018, Laura vem a saber que 
Lívia anunciou para todos que tentaria manter relações 
sexuais com o referido namorado. Soube, ainda, que Lívia 
disse que, na semana seguinte, iria desferir um tapa no rosto 
de Laura, na frente de seus colegas, como forma de humilhá-
la. Diante disso, para evitar que as ameaças de Lívia se 
concretizassem, Laura, durante a festa, desfere facadas no 
peito de Lívia, mas terceiros intervêm e encaminham Lívia 
diretamente para o hospital. Dois dias depois, Lívia vem a 
falecer em virtude dos golpes sofridos. Descobertos os fatos, 
o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Laura 
pela prática do crime de homicídio qualificado. Confirmados 
integralmente os fatos, a defesa técnica de Laura deverá 
pleitear o reconhecimento da 
 
Andréa Lima - dedealima23@gmail.com - IP: 201.20.127.202
1ª FASE – 36º EO. 
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A) inimputabilidade da agente. 
B) legítima defesa. 
C) inexigibilidade de conduta diversa. 
D) atenuante da menoridade relativa. 
 
GABARITO COMENTADO: 
A alternativa que responde corretamente a questão é 
alternativa A, tendo em vista que, Laura nasceu no dia 
21/02/2000, portanto, à época do fato era menor de 18 anos 
(19/02/2018). Dito isso, nos termos do art. 27 do CP, os 
menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, 
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. Nesse sentido, o art. 228 da CF/88, dispõe: São 
penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, 
sujeitos às normas da legislação especial. Gabarito A. 
 
07. Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas 
circunstâncias e supõe que se encontra em situação de 
perigo, haverá 
 
A) estado de necessidade putativo. 
B) estado de necessidade real. 
C) legítima defesa putativa. 
D) legítima defesa real. 
 
GABARITO COMENTADO: 
GABARITO LETRA A, pois no Estado de necessidade putativo 
o agente imagina a situação de perigo (perigo 
imaginário). Não há ilicitude. Sendo inevitável o erro, isenta 
o agente de pena; se evitável, responde por crime culposo; 
 
08. Inconformado por estar desempregado, Lúcio resolve se 
embriagar. Quando se encontrava no interior do coletivo 
retornando para casa, ele verifica que o passageiro sentado 
à sua frente estava dormindo, e o telefone celular deste 
estava solto em seu bolso. Aproveitando-se da situação, 
Lúcio subtrai o aparelho sem ser notado pelo lesado, que 
continuava dormindo profundamente. Ao tentar sair do 
coletivo, Lúcio foi interpelado por outro passageiro, que 
assistiu ao ocorrido, iniciando-se uma grande confusão, que 
fez com que o lesado acordasse e verificasse que seu 
aparelho fora subtraído. Após denúncia pelo crime de furto 
qualificado pela destreza e regular processamento do feito, 
Lúcio foi condenado nos termos da denúncia, sendo, ainda, 
aplicada a agravante da embriaguez preordenada, já que 
Lúcio teria se embriagado dolosamente. Considerando 
apenas as informações expostas e que os fatos foram 
confirmados, o(a) advogado(a) de Lúcio, no momento da 
apresentação de recurso de apelação, poderá requerer 
 
A) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante 
da redução da capacidade em razão da sua embriaguez, mas 
não o afastamento da qualificadora da destreza. 
B) a desclassificação para o crime de furto simples, mas não 
o afastamento da agravante da embriaguez preordenada. 
C) a desclassificação para o crime de furto simples e o 
afastamento da agravante, não devendo a embriaguez do 
autor do fato interferir na tipificação da conduta ou na 
dosimetria da pena. 
D) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em 
razão da embriaguez completa 
 
GABARITO COMENTADO: 
A - INCORRETA. A causa de diminuição de pena proveniente 
da embriaguez não deve prosperar, uma vez que a mesma 
só é dada em casos de força maior ou caso fortuito, de 
acordo com o art. 28, §2º, CP. Além disso, não houve 
destreza, pois o agente não usou de nenhuma habilidade 
extraordinária para furtar o objeto. B - INCORRETA. A 
agravante da embriaguez preordenada deve ser afastada, 
pois o agente não quis se embriagar com a finalidade de 
praticar crime, ou seja, para criar coragem de praticar a 
conduta ilícita. Pelo menos, não é isso que diz o enunciado. 
C - CORRETA. Não houve destreza e não deve ser levado em 
consideração a embriaguez para determinar a pena do 
agente, conforme art. 28, inciso II, CP e art. 155, §4º, inciso 
II, CP. D - INCORRETA. É isento de pena, quem por 
embriaguez completa, em caso de força maior ou caso 
fortuito, pratica crime, de acordo com o art. 28, §1º, CP. Não 
é o caso da questão, pois como já evidenciado, o agente quis 
se embriagar. Gabarito C. 
 
 
09. Para aferição da inimputabilidade por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale 
a alternativa que indica o critério adotado pelo Código Penal 
vigente. 
 
A) Biológico. 
B) Psicológico. 
C) Psiquiátrico. 
D) Biopsicológico. 
 
GABARITO COMENTADO: 
Cleber Masson leciona que, ao completar 18 anos de idade, 
todo ser humano presume-se imputável. Essa presunção, 
todavia, é relativa("iuris tantum"), pois admite prova em 
contrário. Ele aponta os três seguintes sistemas ou critérios 
para aferição da imputabilidade: 1) Biológico: basta, para a 
inimputabilidade, a presença de um problema mental, 
representado por uma doença mental, ou então por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. É 
irrelevante tenha o sujeito, no caso concreto, se mostrado 
lúcido ao tempo da prática da infração penal para entender 
o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse 
entendimento. O decisivo é o fator biológico, a formação e o 
desenvolvimento mental do ser humano. Esse sistema 
atribui demasiado valor ao laudo pericial, pois, se o auxiliar 
da Justiça apontasse um problema mental, o magistrado 
nada poderia fazer. Seria presumida a inimputabilidade, de 
forma absoluta ("iures et de iure"). 2) Psicológico: para esse 
sistema pouco importa se o indivíduo apresenta ou não 
alguma deficiência mental. Será inimputável ao se mostrar 
incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. Seu 
inconveniente é abrir espaço para o desmedido arbítrio do 
julgador, pois competiria exclusivamente ao magistrado 
decidir sobre a imputabilidade do réu. 3) Biopsicológico: 
Andréa Lima - dedealima23@gmail.com - IP: 201.20.127.202
1ª FASE – 36º EO. 
DIREITO PENAL 
PROF. BRUNA SOUZA 
 
 
 
resulta da fusão dos dois anteriores: é inimputável quem, ao 
tempo da conduta, apresenta um problema mental e, em 
razão disso, não possui capacidade para entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. Esse sistema conjuga as atuações do 
magistrado e do perito. Este (perito) trata da questão 
biológica, aquele (juiz) da psicológica. A presunção da 
imputabilidade é relativa ("iuris tantum"): após os 18 anos, 
todos são imputáveis, salvo prova pericial em sentido 
contrário revelando a presença de causa mental deficiente, 
bem como o reconhecimento de que, por tal motivo, o 
agente não tinha ao tempo da conduta capacidade para 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. Ainda segundo Masson, 
o Código Penal, em seu artigo 26, "caput", acolheu como 
regra o sistema biopsicológico. GABARITO D. 
 
10. Apolo foi ameaçado de morte por Hades, conhecido 
matador de aluguel. Tendo tido ciência, por fontes seguras, 
que Hades o mataria naquela noite e, com o intuito de 
defender-se, Apolo saiu de casa com uma faca no bolso de 
seu casaco. Naquela noite, ao encontrar Hades em uma rua 
vazia e escura e, vendo que este colocava a mão no bolso, 
Apolo precipita-se e, objetivando impedir o ataque que 
imaginava iminente, esfaqueia Hades, provocando-lhe as 
lesões corporais que desejava. Todavia, após o ocorrido, o 
próprio Hades contou a Apolo que não ia matá-lo, pois havia 
desistido de seu intento e, naquela noite, foi ao seu encontro 
justamente para dar-lhe a notícia. Nesse sentido, é correto 
afirmar que 
 
A) havia dolo na conduta de Apolo. 
B) mesmo sendo o erro escusável, Apolo não é isento de 
pena. 
C) Apolo não agiu em legítima defesa putativa. 
D) mesmo sendo o erro inescusável, Apolo responde a título 
de dolo. 
 
GABARITO COMENTADO: 
A: proposição correta, pois age com dolo o sujeito que, na 
legítima defesa putativa, deseja lesionar ou matar aquele 
que supõe ser o seu agressor. B: incorreto. O erro sempre 
afasta o dolo, subsistirá, porém, a culpa se houver previsão 
nesse sentido e o erro for inescusável; C: incorreto. Se o erro 
for escusável, Apolo, que agiu sob o manto da legítima 
defesa putativa, ficará isento de pena, em conformidade 
com o art. 20, §1º, do CP; D: incorreto. Apolo, ao imaginar 
situação que, se existisse, tornaria a ação ilegítima, incorreu 
em legítima defesa putativa – art. 20, §1º, CP. 
 
 
 
 
 
 
Andréa Lima - dedealima23@gmail.com - IP: 201.20.127.202

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