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TEMA 2

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A importância da logística 
empresarial
Alessandra Conceição do Nascimento
Introdução
Para que serve a logística empresarial? De que modo ela é importante para a sobrevivência das empresas? Como
ela pode promover melhoras competitivas? São esses aspectos que vamos estudar nesta aula. Para entender a
logística empresarial é preciso compreender que, quanto maior a eficiência nos processos, menor será o custo do
produto e, assim sendo, maiores serão os ganhos sobre aquela atividade e melhor será a qualidade das
operações.
Nessa linha de raciocínio compreende-se que, quanto mais complexo são os procedimentos e atividades
adotados pelas empresas, maior será a necessidade do controle e da coordenação sistêmica dos processos que
envolvem a produção, desde a aquisição de insumos até a entrega ao cliente final. Modernização, tecnologia e
estratégia são determinantes para o êxito das atividades dentro da logística empresarial.
A logística nos setores econômicos
A principal importância da logística está em atender as necessidades do cliente e, ao mesmo tempo, manter
eficácia nos custos. Ela é vital tanto para a economia quanto para a empresa, sendo fundamental no comércio
regional e no internacional. O elevado custo das atividades logísticas, a concorrência com mercados maduros e a
constante preocupação em atender a satisfação do consumidor têm impactado as atividades das empresas.
Figura 1 - Eficiência e eficácia
Fonte: docstockmedia, Shutterstock, 2018.
Dados da Confederação Nacional dos Transportes apontam que cerca de 13% das cargas movimentadas no país
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Dados da Confederação Nacional dos Transportes apontam que cerca de 13% das cargas movimentadas no país
seguem pelo modal aquaviário, e que 90% das cargas exportadas seguem de navio até seu destino final. Além
disso, a CNT aponta que 20% das cargas nacionais seguem pelo modal ferroviário e considera que 60% da
produção brasileira segue pelas estradas. A CNT apresentou recentemente o estudo “Plano CNT de Transporte e
Logística 2018”, no qual apontou a necessidade de realização de obras estruturantes para melhorar a logística de
transportes no país. O estudo também identificou a necessidade de aportes de R$ 1,7 trilhão. (CNT, 2018)
Figura 2 - Distribuição dos modais de cargas no Brasil
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CNT, 2018.
O relatório edição 2018 do Banco Mundial, apresentado durante o Fórum Econômico Mundial,Doing Business 
apresentou o índice de competitividade entre os países. Os gargalos logísticos do Brasil pesaram e trouxeram ao
país a amarga posição de número 56 num ranking composto por 167 países. Itens como alfândegas,
infraestrutura, embarques, entre outros são avaliados. Os gargalos presentes na infraestrutura brasileira são os
maiores entraves aos negócios no Brasil (WORLD BANK, 2018b).
Setores econômicos
De que modo os gargalos logísticos interferem no agronegócio, na indústria ou mesmo no setor de serviços?
Compreender isso mostra o quanto o país precisa melhorar na infraestrutura logística para atender a dinâmica
de sua economia.
• Setor primário
Segundo o Anuário Estatístico dos Transportes (BRASIL, 2018), houve aumento em 82% no escoamento da safra
brasileira por meio de portos no Norte e Nordeste do país, também chamado de Arco Norte. O Anuário
identificou também que a participação das exportações aquaviárias de granel sólido saiu de 33%, em 2016, para
41%, em 2017. Já a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ, 2018), identificou crescimento no
setor portuário de 8,3% em 2017, quando comparado ao ano anterior, em relação a movimentação de cargas.
•
AGRONEGÓCIO 
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• Setor secundário
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou uma proposta nas eleições de 2018, na qual analisa que,
para a economia brasileira se inserir em cadeias de valor é necessário investimento em energia, logística de
transporte e telecomunicações. A CNI apontou como ineficientes os serviços portuários, as estradas e citou falta
de políticas para o desenvolvimento da cabotagem, ferrovias e áreas de armazenagem (CNI, 2018).
Figura 3 - Logística
Fonte: 3DDock, Shutterstock, 2018.
• Setor terciário
É no setor terciário que se enquadram as atividades econômicas voltadas aos serviços, inclusive as atividades
logísticas de transporte, estocagem e armazenagem, atividades de turismo, dentre outros. A infraestrutura
precária de portos, aeroportos, ferrovias e estradas impacta negativamente nesse setor e se repercute com
índices economicamente aquém do necessário para o desenvolvimento pleno da livre iniciativa. Afeta, também, a
imagem do país no que diz respeito à gestão e organização.
FIQUE ATENTO
A pesquisa da CNT (2015) mostrou como os países distribuem suas mercadorias por modais e,
no caso dos EUA, deixa evidente que aquele país utiliza seus recursos naturais na logística. O
uso do hidroviário não se dá apenas marítimo, mas mostra a utilização dos rios como
estratégia de escoamento da produção, impacta na redução de custos de sua produção, no que
relaciona com os transportes.
•
•
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
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Figura 4 - Competitividade empresarial
Fonte: docstockmedia, Shutterstock, 2018.
A globalização mudou os processos visando ampliar a competitividade. Nesse cenário, é essencial a elaboração
de uma estratégia empresarial que assegure o uso de ferramentas adequadas que propiciem para a empresa
melhor posicionamento no mercado. Para Porter (2008), a estratégia competitiva consiste em tomar ações
defensivas ou ofensivas para que a indústria possa estabelecer uma posição para enfrentar as cinco forças
competitivas, definidas como rivalidade com a concorrência, poder de negociação com fornecedores, poder de
negociação com o cliente, ameaça de novos concorrentes e ameaça de novos produtos e serviços.
No Brasil, a abertura da economia, por meio do plano de desestatização, fenômeno ligado também aos efeitos da
globalização, fizeram com que as empresas brasileiras buscassem novos referenciais para sua atuação (VIOLA,
2011).
SAIBA MAIS
Assista ao vídeo: “Economista da CNI comenta ranking Competitividade Brasil 2017-2018”. O
vídeo traz uma entrevista com a economista da Confederação Nacional da Indústria Samantha
Cunha, no qual faz uma análise do Competitividade Brasil 2017-2018. A pesquisa revela que o
Brasil subiu do 11º para o quarto lugar no quesito disponibilidade e custo da mão de obra em
2017.
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É preciso compreender a logística empresarial como a essência da administração empresarial moderna. Para
Ballou (2012, p. 23), “A Logística Empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que
facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim
como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis
de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.”
Fatores logísticos e sua competitividade 
empresarial
Para Carvalho e Laurindo (2010, p. 6), a “[...] estratégia como assunto da área de negócios surge nos anos 50 e
floresceu nos anos 60, 70 e 80. Teve um período de apogeu e, com o surgimento da chamada ‘Nova Economia’,
passou a ser muito questionada. Entretanto, os desdobramentos da derrocada das empresas da Internet
trouxeram o assunto de volta à evidência”. Para obter melhora competitiva é necessário a abertura de mercado
sendo a logística fator essencial de ganhos competitivos.
Em meio à forte concorrência imposta pelos mercados é princípio básico oferecer um nível de serviço ao cliente
que maximize as vendas e minimize os custos, sendo o planejamento logístico, com o controle da rede de
distribuição, essenciais para que os produtos estejam no destino no momento preciso.
FIQUE ATENTO
No estudo da CNT (2015) mostra que 83% dos embarcadores de soja e milho reclamam da
falta de ferrovias para poder escoar a carga. Todos esses entraves apresentados no estudo
mostram o quanto o país deve crescer nos próximos anos na área de logística. O estudo ainda
apontou quea construção de hidrovias também seria essencial na redução do custo de
transportes.
EXEMPLO
A logística repercute em todas as esferas econômicas e em todas as atividades a ela
relacionadas e associadas. Exemplo disso está nos dados levantados pelo estudo da Oxford
 para o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) que apontaram que oEconomic
turismo gerou US$ 163 bilhões no Brasil em 2017, representando 7,9% do PIB brasileiro
(WTTC, 2017).
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Fechamento
Nesta aula, identificamos os fatores logísticos que geram competitividade e compreendemos que a logística é
ferramenta essencial para garantir o êxito de qualquer empreendimento. O Brasil perde competitividade por não
ampliar a sua capacidade de investimentos na melhoria de estradas, ferrovias, portos e aeroportos. É essencial
para o país realizar investimentos que minimizem os gargalos logísticos priorizando a qualidade nas operações e
nos serviços a ela associados, o que irá se traduzir em redução de custos e melhoria competitiva.
Referências
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http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10630
	Introdução
	A logística nos setores econômicos
	Eficiência e eficácia
	Distribuição dos modais de cargas no Brasil
	Setores econômicos
	Logística
	Competitividade empresarial
	Fatores logísticos e sua competitividade empresarial
	Fechamento
	Referências

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