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IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO Pastor Presidente: Ailton José Alves Departamento de Família da IEADPE Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro, CEP. 50040-000 - Fone: 3084 1526 Tema Central: A FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO DOS FILHOS A FAMÍLIA E AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS DO NOSSO TEMPO – Palestra VI Textos: (Zc 14.17,18; Rm 12.2; I Jo 2.15-17) INTRODUÇÃO Na sociedade hebraica a família era o âmago da estrutura social. O princípio da família é estabelecido pelo texto sagrado quando diz: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Regra infrangível ditada a toda sociedade para que possa estabelecer-se e durar. Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges e filhos. Um núcleo por meio do qual as bênçãos divinas devem fluir e se espalhar sobre a terra (Gn 1.28). Não era parte do projeto divino que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar a sua existência. Não obstante ser esse o projeto divino, as transformações sociais têm trazido fortes ameaças a família do nosso tempo. É exatamente sobre isso que estaremos estudando ao longo da nossa palestra de hoje. I – O PROJETO ORIGINAL DA FAMÍLIA A FAMÍLIA é uma instituição divina. Cada um de seus membros deve cumprir a sua parte no empreendimento a fim de promover a felicidade, a integridade e o fortalecimento da união familiar e desempenhar sua missão conforme a Bíblia, para a glória de Deus (Gn 1.27,28). 1.1. Conceito e Atribuições da Família. A FAMÍLIA é o sistema social básico, instituído no Éden por Deus, para constituição da sociedade e prossecução da raça humana. Família não é um grupo de pessoas rivais, alheias aos interesses umas das outras. Em termo de unidade, é o conjunto de todas as pessoas presentes, PAI, MÃE E FILHOS, que vivem sob o mesmo teto, sob a proteção ou dependência do dono da casa ou chefe da família, vivendo na intimidade do lar, se comunicando, se amando e ajudando-se mutuamente. 1.2. Atribuições da Família. Sendo a família a primeira instituição, e esta divina, várias atribuições lhe são outorgadas, quais sejam: (a) Vida íntima do casal (Pv 5.18; Gn 2.25). Um dos objetivos da intimidade dos cônjuges é a recreação mútua. No entanto, só o casamento justifica e legitima a união sexual entre um homem e uma mulher; (b) Propagação do gênero humano (Gn 1.28). Este foi um dos propósitos de Deus quando da instituição da Família: a geração de filhos para povoamento da terra e prossecução do gênero humano; (c) Subsistência (Gn 3.19). Basicamente, a motivação que está subentendida no desempenho diuturno e penoso do trabalho e igualmente do exercício das profissões é o sustento, o bem-estar; enfim, o atendimento suficiente e sensato das necessidades dos membros da família; (d) Educação (Pv 22.6). Cada filho que nasce ou que é admitido na família através da adoção, importa em cinco principais responsabilidades para os pais: • Um corpinho para cuidar (Vestuário, Saúde, Etc.); • Um estômago para alimentar; • Uma personalidade para formar; • Uma mente para educar; • Uma pessoa completa para ser conduzida à Cristo. (e) Proteção e Afeto (Êx 2.2,3). É responsabilidade dos pais prover no lar paz, harmonia, sossego, união, proteção, amparo e afeto. As relações afetuosas, fraternas e cordiais iniciam-se na família. II – TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS QUE AMEAÇAM A FAMÍLIA Segundo os dicionaristas, transformações são mudanças; são qualquer tipo de alteração que modifica ou dá uma nova forma a algo. A sociedade vem ao longo dos anos, sofrendo mudanças, alterações, transformações que têm sido fortes ameaças a família, entre elas estão: 2.1. Movimentos Sociais. Movimento social é a ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específico, permeados por tensões sociais. Entre os movimentos sociais, podemos destacar o “movimento feminista” (1848 - em New York). Feminismo é um movimento social, filosófico e político que tem como meta direitos equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio do “empoderamento feminino” e da libertação de padrões opressores baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias, advogando pela igualdade entre homens e mulheres, além de envolver a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses; Numa entrevista concedida a Betty Friedan, a feminista francesa Simone de Beauvoir afirmou em 1976 que “mulher alguma deveria ter autorização para ficar em casa e criar filhos... porque se tal opção existir, demasiadas mulheres optarão”. O feminismo é atrevidamente favorável à pornografia, ao sexo livre e seguro e à cultura do “ficar”. Os lemas levantados e defendidos pelas feministas são: “Vamos celebrar a pornografia, somos sobreviventes e não vítimas”; “A mulher é senhora absoluta de seu corpo”; “Explore suas opções sexuais”; “Divulgue suas aventuras amorosas”; “Falem o que der na cabeça”; “A família deve ser um vínculo emocional e não um vínculo biológico”; “Casamento é coisa do passado”. Nas passeatas do movimento feminista é visível em seus estandartes expressões do tipo: “Você escolhe o tipo de mulher que você quer ser”. Nesse contexto, a mulher pode ser tudo: prostituta, garota de programa, lésbica, cachaceira, maconheira, usuária de cocaína, amante, consumista, independente, enfim um mix de tudo isso, menos ser esposa e mãe. 2.2. Qual o Projeto Divino para a Mulher? (a) Que se case (I Tm 5.14) - “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não deem ocasião ao adversário de maldizer”; (b) Que seja boa dona de casa (Tt 2.5). “A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada”; (c) Seja submissa ao marido (Tt 2.5). “A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada”. (d) Cuide bem dos filhos (Ef 6.4). “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. (e) Ensine as mais novas (Tt 2.4). “Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos”. 2.3. Transformações Através das Leis 2.3.1 Tentativas de se Reconfigurar o Casamento (a) União Estável (Lei Nº 9.278 de 10 de maio de 1996). A união estável é a relação afetiva entre duas pessoas, de caráter duradouro, público e com o objetivo de constituir família. É lamentável perceber, o crescente número de casais que adotam esse tipo de vínculo familiar, tanto pela facilidade, pela praticidade e informalidade. Em virtude disso, não foi diferente o comportamento do legislador constitucional na redação do § 3º do artigo 226, ao reconhecer a união estável como uma entidade familiar, já que a Constituição eleva a família como base da sociedade e, portanto, goza da proteção do Estado. A citação acima diz: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. §3º – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento (Grifo nosso). (b) Lei do Concubinato (Lei Nº 9.278 de 10 de maio de 1996). Concubinato, em acepção atual, é um termo jurídico que especifica uma união formalizada pelas relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, Casamento Civil, mas reconhecido como União Estável, constituindo uma união estável, reprimida moralmente e aceita por lei como modalidade de união estável entre conviventes, conforme redação do artigo 1.727 do Código Civil de 2002. Acontece quando uma mulher passa a se relacionar com um homem, em caráter duradouroou não, possuindo o status de meros "amantes". Concubina (o) e Amante, para a grande maioria, são sinônimos. As decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal (corte constitucional brasileira) seguem neste sentido. Entretanto, vejamos o que a Bíblia diz sobre o assunto em tela: • (Êx 20.14): “Não adulterarás”; • (Dt 5.21): “Não cobiçarás a mulher do teu próximo”; • (Mt 5.28): “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. (c) União Homoafetiva. No corrente ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em discussão a interpretação legitimadora do art. 1.723 do Código Civil (Lei n. 10.406, de 10.1.2002), o núcleo da questão era examinar se haveria guarida constitucional para dar uma interpretação conforme à Constituição ao art. 1.723 do Código Civil, permitindo que se declarasse a sua incidência também sobre a união de pessoas do mesmo sexo, de natureza pública, contínua e duradoura, formada com o objetivo de constituir família. O insinuado artigo dispõe que: “Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. O que foi enfatizado no julgamento é que a união entre pessoas do mesmo sexo haveria de ser respeitada e assegurada pelo Estado, com base na norma para a qual se estava cogitando a interpretação conforme à Constituição, uma vez que ao definir a união estável entre homem e mulher e excluir outras opções contrariar-se-ia preceitos constitucionais fundamentais, como os princípios da liberdade, da intimidade, da igualdade e da proibição de discriminação. Assim, seria obrigatório o reconhecimento, no Brasil, da legitimidade da união entre pessoas do mesmo sexo, como entidade familiar, desde que atendidos os requisitos exigidos para a constituição da união estável entre homem e mulher. Acarretando, dessa forma, os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas uniões estáveis heteroafetivas aos companheiros nas uniões homoafetivas. Quando o assunto é homossexualismo, a Bíblia é enfática: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher, abominação é” (Lv 18.22); “Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles” (Lv 20.13); “Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus” (Dt 22.5); “Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (Rm 1.26, 27). 2.3.2 Novos tipos de famílias. Com advento da era pós-moderna, contrariando os princípios Bíblicos, surgem novos tipos de famílias: (a) Família Monoparental. No Brasil, a família monoparental é prevista pelo artigo 226 da Constituição Federal: a família é "a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. As famílias formadas por um dos pais e seus descendentes organizam-se tanto pela vontade de assumir a paternidade ou a maternidade sem a participação do outro genitor, quanto por circunstâncias alheias à vontade humana, entre as quais a morte, e abandono. O caso típico é o das mães solteiras: é maior a cada vez a quantidade de mulheres que vivem só por opção, mas sem abrir mão da maternidade, inclusive como forma de realização pessoal. Outra situação típica é o divórcio em que o pai assume a guarda dos filhos menores e a mãe conserva o direito de visita. (b) Família arco-íris. Famílias arco-íris ou famílias LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais ou Transgêneros) designam- se as famílias constituídas por pessoas LGBT sozinhas ou dupla de pessoas do mesmo sexo que se dizem “casais”, com crianças a cargo. 2.3.3 Lei da Palmada (7672/2010). A Lei do Menino Bernardo refere-se à lei brasileira que visa proibir o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis ou degradantes na educação de crianças e adolescentes. O nome foi adotado pelos deputados quando ainda da tramitação do então projeto de lei 7672/2010, da Presidência da República Brasileira, proposto ao Congresso Nacional Brasileiro. Já a imprensa brasileira apelidou-a de LEI DA PALMADA. Mas, o que nos diz a Bíblia sobre a disciplina na Criação de Filhos? (a) (Ef 6. 4): “Vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. (b) (Cl 3.20,21): “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo”. (c) (Pv. 13. 24): “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga”. (d) (Pv. 19. 18): “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar”. III - A FAMÍLIA CRISTÃ RESISTINDO AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS A Palavra de Deus orienta-nos: “não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe” (Ef 5.11,12). Portanto, para a família cristã resistir as danosas transformações sociais, precisa: 3.1. Não se conformar com o mundo (a) (Rm 12.2): “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. (b) (I Jo 2.15-17): “E Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. 3.2. Tomar o exemplo de Noé (Gn 6.12,13; 7.1). Mesmo em meio a uma geração perversa, Noé resistiu às pressões e transformações de sua época e fez a diferença com sua família. De Noé a Bíblia diz: (a) (II Pe 2.5): “E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios”. (b) (Hb 11.7): “Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”. 3.3. Tomar o exemplo de Jacó (Gn. 35. 1-3) - No meio de uma Crise Espiritual de sua família influenciada pelo meio em que vivia, tomou a iniciativa e disse: (a) Tirai os deuses Estranhos do Meio de Vós; (b) Purificai-vos; (c) Mudai as Vossas Vestes; (d) Levantemos; (e) Subamos a Betel (Casa de Deus); (f) Farei um Altar ao Deus que Falou Comigo. 3.4. Seguir o exemplo de Abraão (Gn 12.7,8; 21.30). Este servo de Deus recebeu do Senhor grande confiança, pela sua postura de fidelidade e submissão, o próprio Deus disse: Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado (Gn 18.19). O segredo deste sucesso se dá porque Abraão não abria mão de pelo menos três Coisas: a Tenda, o Poço e o Altar. CONCLUSÃO Não obstante as Grandes transformações que vem sofrendo a sociedade, Deus conta com nossa família para servir referencial para esta sociedade corrompida e perversa. IEADPE – 2017
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