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Respostas Prova Direito do Consumidor

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Respostas Prova Direito do Consumidor
1-A) De acordo com o exposto no texto, há duas espécies de consumidor no caso analisado. “Fulano” deverá ser considerado consumidor padrão , que encontra-se previsto no art 2º do CDC e cita “consumidor é qualquer pessoa natural ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, ou seja, para seu uso pessoal ou de sua família, não comercializando o serviço ou produto”, pois este utilizou um serviço como destinatário final. Já os convidados, atingidos pelo botijão de gás que explodiu, serão considerados consumidores por equiparação, pois o Código de defesa Civil alude que, Na hipótese de acidente de consumo, aquele que não participa diretamente da relação, mas sofre os efeitos do evento danoso, é considerado consumidor por equiparação ou bystander, na forma do artigo 17 do CDC.
1-B) Encontra-se prevista a figura do terceiro ofendido, na função social dos contratos, nos termos do artigo 421 Do Código Civil, uma vez que houve de fato dano a um terceiro, invocando desta forma o que a doutrina abarca como o princípio da socialidade, no qual as partes são livres para contratar e realizar negócios entre si, desde que não prejudiquem a coletividade, devendo reparar o dano causado por estes contra o meio coletivo.
2-A) Atualmente o STJ adota a teoria da corrente finalista mitigada (aprofundada, atenuada ou moderada), que elenca a possibilidade de abrandamento da teoria finalista, no sentido de atenuar o rigor desta teoria para admitir a relação de consumo expressa no CDC, neste sentido procura-se observar uma certa vulnerabilidade entre a sociedade empresária e o fornecedor dos produtos / serviços. Em suma, aplica-se a corrente finalista mitigada para que mesmo que a pessoa jurídica, que não seja consumidora final, possa ser equiparada a este por apresentar certa vulnerabilidade em relação ao fornecedor no que tange ao conhecimento, técnico, jurídico, cientifico, econômico e fático sobre produtos e/ou serviços.
2-B) Sim. Pois de acordo com entendimento majoritário, poderá o juiz atuar de ofício neste caso, pois de acordo com o artigo 1° do Código de Defesa do Consumidor “ a lei consumerista é norma de ordem pública e interesse social, nos termos dos artigos 5º, inciso XXXII e 170, inciso V, ambos da Constituição Federal, e artigo 48 de suas Disposições Transitórias. Desta feita podem as normas consumeristas serem alegadas em quaisquer tempo e grau de jurisdição, salvo algumas exceções, sem requerimento das partes.
Neste sentido a Jurisprudência pátria trás: 
AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. I - Questões de ordem pública contempladas pelo Cód. Defesa do Consumidor, independentemente de sua natureza, podem e devem ser conhecidas, de ofício, pelo julgador. Por serem de ordem pública, transcendem o interesse e se sobrepõem até a vontade das partes. Falam por si mesmas e, por isso, independem de interlocução para serem ouvidas. II - Por outro lado, não caracterizada, no ponto, a sucumbência, até faltaria ao recorrente interesse para o recurso. Agravo interno a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 703558 RS 2004/0160782-9, Relator: Ministro CASTRO FILHO, Data de Julgamento: 29/03/2005, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 16/05/2005 p. 349).
3) A Constituição Federal de 1988, vigente em nosso país, trouxe em seu rol de garantias a defesa do consumidor em seu artigo 5°, XXXII, que explicita que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Estabelecendo desta forma, uma proteção ampla e fundamental para com o direito consumerista. Há que se falar também do artigo 170 da carta magna que explicita a defesa do consumidor como princípio da ordem constitucional econômica, colocando em equidade os dois polos da relação de consumo, de forma que se observe a pluralidade no aspecto econômico nacional. Outro ponto de suma a ser destacado, trata-se do artigo 48 do ADCT, que determina a criação de lei específica de proteção ao consumidor no âmbito infraconstitucional, desta forma criado foi o Código de Defesa do Consumidor. Porém, há que ser observado que deve-se seguir uma hierarquia entre as normas e que os princípios e textos constitucionais estarão sempre acima das normas infraconstitucionais vigentes em uma nação, devendo a norma infraconstitucional complementar a norma constitucional naquilo que lhe é devido. Desta forma observa-se uma tríplice proteção no âmbito constitucional, complementada por uma legislação moderna, sendo esta a lei 8078/90, que sustenta ser uma norma de ordem pública e de interesse social.

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