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SUMÁRIO 
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................................................................................... 2 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 .......................................................................................................................................................................................... 2 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI 8.078/1990 .......................................................................................................................................... 4 
SÚMULAS .............................................................................................................................................................................................................. 59 
INFORMATIVOS 2022 ............................................................................................................................................................................................ 62 
INFORMATIVOS 2021 ............................................................................................................................................................................................ 64 
INFORMATIVOS 2020 ............................................................................................................................................................................................ 68 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES (STJ) .......................................................................................................................................................................... 75 
TESES EM RECURSOS REPETITIVOS (STJ) .............................................................................................................................................................. 140 
LEI DO SUPERENDIVIDAMENTO COMENTADA (LEI 14.181/2021) ........................................................................................................................ 148 
 
 
 
Legenda dos grifos: 
 AMARELO – DESTAQUE 
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE 
 AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO 
 LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES 
 CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO 
 
 
 
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DIREITO 
DO CONSUMIDOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DO MATERIAL ATUALIZADO: 
https://1drv.ms/b/s!Augn79MQplfRhJBtIxtcmLfkBbwR0g?e=CPWdFQ 
 
 
CONSTITUIÇÃO 
DE 1988 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5° (...) 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor (na classificação de JOSÉ AFONSO DA SILVA: trata-se 
de NORMA PROGRAMÁTICA – subespécie das normas 
constitucionais de EFICÁCIA LIMITADA). 
NORMA PROGRAMÁTICA 
(subespécie das normas constitucionais 
de EFICÁCIA LIMITADA) 
 (Analista TJSC 2018 FGV correta) De acordo com o art. 5º, 
XXXII, da Constituição da República, “o Estado promoverá, 
na forma da lei, a defesa do consumidor”. Considerando a 
aplicabilidade das normas constitucionais, a norma constitu-
cional que se extrai do referido preceito tem: natureza pro-
gramática. 
 (Analista TJAP 2014 FCC correta) Segundo o inciso XXXII 
do art. 5° da Constituição Federal, o Estado promoverá, na 
forma da lei, a defesa do consumidor. Trata-se de norma 
constitucional de eficácia limitada. 
 
Em qual geração ou dimensão 
o direito do consumidor está inserido? 
3ª GERAÇÃO! 
 (Técnico TCECE 2015 FCC correta) São exemplos de direi-
tos fundamentais difusos, denominados de terceira geração, 
previstos na Constituição Federal: o meio ambiente e a de-
fesa dos consumidores. 
 (Defensor DPEAC 2012 Cespe incorreta) O direito do con-
sumidor está inserido entre os direitos fundamentais de se-
gunda geração. 
 (Analista TRF4R 2010 FCC incorreta) São direitos funda-
mentais classificados como de segunda geração o direito do 
consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado. 
 
Defesa do consumidor: 
i) direito fundamental (5-XXXII-CF/88) e 
ii) princípio da atividade econômica (170-V-CF/88). 
A defesa do consumidor é um direito constitucional funda-
mental (art. 5º, XXXII, da CF/88) e também um dos princípios 
da atividade econômica (art. 170, V, CF/88). 
 
A defesa do consumidor é 
CLÁUSULA PÉTREA 
Por ser um direito fundamental (5-XXXII-CF), a defesa do 
consumidor é cláusula pétrea (5-XXXII-CF/88 c/c 60-§4º-IV-
CF/88). 
 (Defensor DPEPA 2009 FCC correta) No Brasil, a defesa do consumidor é 
cláusula pétrea. 
#Lembrando: as cláusulas pétreas são limitações materiais 
ao poder de reforma da Constituição de 1988 (= poder cons-
tituinte derivado reformador). Isso significa que a defesa do 
consumidor não pode ser eliminada, nem tampouco por 
meio de emenda constitucio-
nal. São consideradas imutá-
veis, daí o nome “cláusulas pé-
treas” (= “petrificadas”). Isso 
tudo é justamente para prote-
ger os direitos fundamentais 
dos indivíduos. Logo, as cláu-
sulas pétreas garantem a so-
berania nacional e o Estado 
Democrático de Direito, pre-
venindo, por exemplo, o pro-
cesso de “erosão constitucio-
nal” (expressão de EMILIO PE-
LUSO NEDER MEYER). 
 
* 
TÍTULO III 
Da Organização do Estado 
CAPÍTULO II 
DA UNIÃO 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre: 
 
V – produção e consumo; 
 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico; 
 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência 
da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas 
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados 
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades. 
 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
AUTOR: MARCO TORRANO 
INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES 
E-MAIL: PROLEGESMARCOTORRANO@GMAIL.COM 
 
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* 
TÍTULO IV 
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
CAPÍTULO IV 
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
SEÇÃO I 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a 
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e 
de outros interesses difusos e coletivos; 
* 
SEÇÃO IV 
DA DEFENSORIA PÚBLICA 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, 
como expressão e instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos 
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e 
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma 
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV 
do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 80, de 2014) 
 
* 
TÍTULO VI 
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO 
CAPÍTULO I 
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
Seção II 
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR 
Art. 150. (...) 
§ 5º A leideterminará medidas para que os consumidores 
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre 
mercadorias e serviços (PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA). 
 
* 
TÍTULO VII 
Da Ordem Econômica e Financeira 
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: 
V - defesa do consumidor (defesa do consumidor é 
PRINCÍPIO DA ORDEM ECONÔMICA OU PRINCÍPIO DA 
ATIVIDADE ECONÔMICA); 
Defesa do consumidor: 
i) direito fundamental (5-XXXII-CF/88) e 
ii) princípio da ordem/atividade econômica (170-V-CF/88). 
A defesa do consumidor é um direito constitucional funda-
mental (art. 5º, XXXII, CF) e também um dos princípios da ati-
vidade econômica (art. 170, V, CF). 
 (Juiz TJPA 2012 Cespe correta) A defesa do consumidor é 
um princípio fundamental da ordem econômica. 
 
* 
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS 
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias 
da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa 
do consumidor (na classificação de RAUL MACHADO HORTA, 
trata-se de uma “norma com prazo constitucional 
ultrapassado”, pois o art. 48 da ADCT foi regulamentado pela 
Lei 8.078/90). 
 
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: 
LEI 8.078/1990 
TÍTULO I 
Dos Direitos do Consumidor 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção 
e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social 
(PRINCÍPIO DO PROTECIONISMO DO CONSUMIDOR), nos 
termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição 
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. 
Normas consumeristas são de 
(i) ORDEM PÚBLICA, 
(ii) de INTERESSE SOCIAL e 
(iii) PRINCIPIOLÓGICAS, 
prevalecendo sobre a vontade das partes. 
 (Juiz TJMG 2016 Consulplan correta) O Código de Defesa do Consumidor 
estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública 
e interesse social. 
 (Juiz TJSP 2014 Vunesp correta) A Lei n.º 8.078/90 é norma de ordem 
pública e de interesse social, geral e principiológica e, com base no pará-
grafo 1.º do artigo 2.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 
sempre revoga as anteriores incompatíveis, quer estas sejam gerais ou es-
peciais. 
 (Promotor MPESC 2012 correta) O CDC constitui-se de normas de ordem 
pública e de interesse social, não podendo licitamente ser afastadas ou li-
mitadas por vontade das partes, exceto quando o próprio código estabele-
cer. 
 (Técnico Banco da Amazônia 2012 Cespe correta) O CDC é uma norma 
principiológica, de ordem pública e interesse social. 
 (Promotor MPEMT 2008 FMP correta) Relativamente às relações consu-
meristas, é correto afirmar que: exatamente porque as normas do CDC são 
de ordem pública e de interesse social é que o fornecedor não poderá limi-
tar ou restringir a garantia legal de adequação de produtos ou serviços (art. 
25), e, em o fazendo, tal poderá ser considerado como prática abusiva. 
 
O juiz pode apreciar 
qualquer matéria consumerista DE OFÍCIO? 
SIM, exceto contratos bancários! 
REGRA EXCEÇÃO 
Em regra, o juiz pode de ofí-
cio (por exemplo): 
a) inverter o ônus da prova 
(art. 6º, VIII); 
b) desconsiderar a personali-
dade jurídica (art. 28); 
c) declarar a nulidade de 
cláusula abusiva (art. 51). 
Súmula 381-STJ: Nos contra-
tos bancários, é vedado ao 
julgador conhecer, de ofício, 
da abusividade das cláusulas. 
 (Defensor DPEAM 2018 Reaplicação FCC correta) Por se tratarem de nor-
mas cogentes de ordem pública e de inegável interesse social, os contratos 
firmados sob o pálio do Código de Defesa do Consumidor ocasionam a pos-
sibilidade, pelo julgador, de ofício, em reconhecer a nulidade de cláusulas 
abusivas, com exceção daquelas previstas em contratos bancários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
ERA DA CODIFICAÇÃO 
(séc. XIX) 
A codificação, baseada no pensamento Iluminista, 
apresentava quatro núcleos com o resultado da uni-
ficação das fontes: racionalização, o progresso, a 
pedagogia e a utopia. 
• ● Racionalização, porque a codificação buscava a 
perfeição, qualitativa e quantitativa, ao reunir vá-
rios temas em um só Código. 
• ● Progresso (duplo aspecto: político e econômico), 
porque, no plano político, assegura a liberdade e a 
igualdade do cidadão, ao passo que, no plano eco-
nômico, a previsibilidade das normas jurídicas. 
• ● Pedagogia, porque a unificação em Código facilita 
a assimilação/aprendizagem do conteúdo. 
• ● Utopia, porque a Codificação imagina um Direito 
realizado por todos os cidadãos. 
Características: fechado, técnico e individualista. 
Ex1: Código Napoleônico (Code Civil des Français) - 
Código Civil francês, outorgado por Napoleão Bona-
parte e que entrou em vigor em 21 de março de 
1804. 
Ex2: Código de Processo Civil de 1973. 
2. 
ERA DA DESCODIFICAÇÃO 
(séc. XX) 
A evolução histórica, científica e social dos povos ci-
vilizados levou à fragmentação das fontes. As mu-
danças do séc. XX foram tamanhas que importou a 
regulamentação de vários temas para fora dos Có-
digos, o que levou a criação de várias leis extrava-
gantes/especiais. Desse modo, muitos microssiste-
mas jurídicos foram criados para dar sentido e ló-
gica própria para cada novo ramo do Direito. 
Exemplos: microssistema do processo coletivo, mi-
crossistema de proteção ao consumidor, microssis-
tema da pessoa idosa etc. 
3. 
ERA DA RECODIFICAÇÃO 
(séc. XXI) 
Não pretende ressuscitar a Era da Codificação (fe-
chado, técnico e individualista), mas sim harmoni-
zar os Códigos com as leis extravagantes/especiais. 
A doutrina afirma que a Era da Recodificação teve 
início a partir do Código Civil de 2002. De qualquer 
maneira, fica mais clara ainda a chamada Era da Re-
codificação quando lemos o CPC/2015 e suas nor-
mas fundamentais (arts. 1º a 12, 489, § 1º, 190, 489, 
§ 1º, V, VI, 926 e 927) em conjunto com o microssis-
tema do processo coletivo: “As normas fundamen-
tais espalhadas pelo CPC se aplicam diretamente 
aos processos coletivos” (ZANETI JR.; GARCIA, 2020, 
p. 35). 
Características: flexível, adaptável e dúctil. 
Ex.: o Código de Processo Civil de 2015 é aplicável 
ao microssistema do processo coletivo. 
 
 
 
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Aplica-se o CDC nos contratos 
celebrados ANTES de sua vigência? 
Se contratos de execução diferida e prazo indeterminado, 
celebrados anteriormente à vigência do CDC, SIM, aplicam-
se as normas do CDC. Exemplo: contrato de seguro de saúde. 
• A jurisprudência desta Corte Especial é firme no 
sentido de que "o contrato de seguro de saúde é 
obrigação de trato sucessivo, que se renova ao 
longo do tempo e, portanto, se submete às normas 
supervenientes, especialmente às de ordem pú-
blica, a exemplo do CDC, o que não significa ofensa 
ao ato jurídico perfeito" (AgRg no Ag n. 
1.341.183/PB, Relator o Ministro Massami Uyeda, 
Terceira Turma, julgado em 10/4/2012, DJe 
20/4/2012). STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 
1027818/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 21/11/2017. 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final 
(o art. 2º do CDC adotou a teoria finalista; prevalece no Brasil 
a ideia de que o consumidor deve ser destinatário final fático 
e econômico). 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade 
de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo 
nas relações de consumo. 
 (Juiz Leigo TJPR Comarcar de Bocaiúva do Sul/PR 2019 correta) Pode se 
falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, aindaque 
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 
 
Quem é 
CONSUMIDOR? 
1. 
CONSUMIDOR STRICTO SENSU (OU STANDARD) 
Consumidor é toda pessoa física OU JURÍDICA que 
adquire ou utiliza produto ou serviço COMO DESTI-
NATÁRIO FINAL (art. 2º, caput, do CDC). 
2. 
CONSUMIDOR EQUIPARADO 
A coletividade de pessoas, AINDA QUE INDETERMI-
NÁVEIS, que haja intervindo nas relações de con-
sumo (art. 2º, parágrafo único, do CDC). 
Todas as vítimas de danos ocasionados pelo forne-
cimento de produto ou serviço defeituoso (art. 17) 
— chamados de bystanders. 
Todas as pessoas determináveis ou não, expostas 
às práticas comerciais ou contratuais abusivas (art. 
29). 
 (Estagiário MPERJ 2020 FGV correta) André comprou um televisor fabri-
cado pela Alicante. Quando ligou o aparelho em sua rede elétrica, ocorreu um 
curto em razão de um defeito interno, causando uma pequena explosão que 
feriu levemente sua amiga Tatiana, que o visitava na ocasião. Para demandar 
indenização pelos danos sofridos por Tatiana: Tatiana pode acionar sozinha a 
Alicante, por ser consumidora por equiparação. 
 (Juiz Leigo TJMG 2019 AOCP correta) Equipara-se a consumidor a coletivi-
dade de pessoas, ainda que indetermináveis, que intervenha nas relações de 
consumo. 
 
 
 
 
O que se entende 
por “DESTINATÁRIO FINAL”? 
1. 
TEORIA FINALISTA/SUBJETIVA 
Consumidor é quem retira o bem do mercado para 
adquirir/utilizar (DESTINATÁRIO FINAL FÁTICO), 
bem como é quem coloca um fim na cadeia de pro-
dução, ou seja, não há finalidade lucrativa (DESTI-
NATÁRIO FINAL ECONÔMICO). 
2. 
TEORIA MAXIMALISTA/OBJETIVA 
O destinatário final seria apenas o DESTINATÁRIO 
FÁTICO. Trata-se de uma definição OBJETIVA, pois 
não importa a finalidade da aquisição ou do uso do 
produto ou serviço, de modo que pode haver inten-
ção de lucro. 
 
TEORIA FINALISTA 
/ SUBJETIVA 
TEORIA MAXIMALISTA 
/ OBJETIVA 
Conceito econômico de 
consumidor. 
Conceito jurídico de 
consumidor. 
Conceito subjetivo. Conceito objetivo. 
Destinatário fático e 
econômico. 
Destinatário fático. 
 
Como o STJ aplica a 
TEORIA FINALISTA (art. 2º do CDC)? 
Em regra, a jurisprudência do STJ afirma que o art. 2º deve 
ser interpretado de forma restritiva e que deve ser conside-
rado destinatário final tão somente o destinatário fático e 
econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurí-
dica. 
Com isso, em regra, fica excluído da proteção do CDC o con-
sumo intermediário, assim entendido como aquele cujo pro-
duto retorna para as cadeias de produção e distribuição, 
compondo o custo (e, portanto, o preço final) de um novo 
bem ou serviço (Min. Nancy Andrighi). 
Para ser considerada uma relação de consumo, o bem ou 
serviço não pode ter sido adquirido com finalidade lucrativa 
ou para integrar a cadeia de produção (atividade negocial). 
Essa é a aplicação da concepção finalista. 
Embora em regra o STJ aplique a teoria finalista, excepcio-
nalmente o STJ também admite a chamada TEORIA FINA-
LISTA MITIGADA, ABRANDADA ou APROFUNDADA... 
Embora consagre o critério finalista para interpretação do 
conceito de consumidor, a jurisprudência do STJ também re-
conhece a necessidade de, em situações específicas, abran-
dar o rigor desse critério para admitir a aplicabilidade do CDC 
nas relações entre os adquirentes e os fornecedores em que, 
mesmo o adquirente utilizando os bens ou serviços para suas 
atividades econômicas, fique evidenciado que ele apresenta 
vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que isso é a te-
oria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada. 
Em suma, a teoria finalista mitigada, abrandada ou apro-
fundada consiste na possibilidade de se admitir que, em de-
terminadas hipóteses, a pessoa, mesmo sem ter adquirido o 
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produto ou serviço como destinatária final, possa ser equi-
parada à condição de consumidora, por apresentar frente ao 
fornecedor alguma vulnerabilidade. Nesse sentido: REsp 
1.195.642/RJ, Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, julgado em 
13/11/2012. 
A jurisprudência do STJ, tomando por base o con-
ceito de consumidor por equiparação previsto no 
art. 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação 
temperada da teoria finalista frente às pessoas ju-
rídicas, num processo que a doutrina vem denomi-
nando finalismo aprofundado, consistente em se 
admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa 
jurídica adquirente de um produto ou serviço pode 
ser equiparada à condição de consumidora, por 
apresentar frente ao fornecedor alguma vulnera-
bilidade, que constitui o princípio-motor da política 
nacional das relações de consumo, premissa ex-
pressamente fixada no art. 4º, I, do CDC, que legi-
tima toda a proteção conferida ao consumidor. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1195642/RJ, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 13/11/2012. 
Portanto, saber se um destinatário final de um produto ou 
serviço se enquadra no conceito de consumidor é compre-
ender, além da sua destinação, se a relação jurídica estabe-
lecida é marcada pela vulnerabilidade daquele (pessoa física 
ou jurídica), que adquire ou contrata produto ou serviço di-
ante do seu fornecedor (Min. Villas Bôas Cueva). Exemplo: 
Segundo a jurisprudência do STJ, "o adquirente de 
unidade imobiliária, mesmo não sendo o destina-
tário final do bem e apenas possuindo o intuito de 
investir ou auferir lucro, poderá encontrar abrigo 
da legislação consumerista com base na teoria fi-
nalista mitigada se tiver agido de boa-fé e não de-
tiver conhecimentos de mercado imobiliário nem 
expertise em incorporação, construção e venda de 
imóveis, sendo evidente a sua vulnerabilidade. Em 
outras palavras, o CDC poderá ser utilizado para 
amparar concretamente o investidor ocasional (fi-
gura do consumidor investidor)" (REsp n. 
1.785.802/SP, Relator Ministro RICARDO VILLAS 
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 
19/2/2019, DJe 6/3/2019), o que foi observado pela 
Corte local. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 
1474264/RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, jul-
gado em 19/10/2021. 
STJ: PESSOA JURÍDICA E A TEORIA FINALISTA 
REGRA EXCEÇÃO 
A jurisprudência deste Tribu-
nal Superior consolidou-se no 
sentido da adoção da teoria 
finalista ou subjetiva para 
fins de caracterização da pes-
soa jurídica como consumi-
dora em eventual relação de 
consumo, motivo pelo qual a 
contratação inserida no âm-
bito da atividade empresarial 
da autora afasta a aplicação 
da pretendida norma. 
Contudo, tem admitido o 
abrandamento da regra 
quando ficar demonstrada a 
condição de hipossuficiência 
[rectius: VULNERABILIDADE] 
TÉCNICA, JURÍDICA ou ECO-
NÔMICA da pessoa jurídica, 
autorizando, excepcional-
mente, a aplicação das nor-
mas do CDC (teoria finalista 
mitigada). 
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 
1250462/SP, Rel. Min. Marco 
Buzzi, j. em 04/10/2021. 
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 
1751595/PR, Rel. Min. Marco 
Buzzi, j. em 21/06/2021. STJ. 
3ª Turma. REsp 1788213/SC, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, j. em 05/10/2021. 
 (Defensor DPEMS 2022 FGV correta) Jorge adquiriu um veículo automo-
tor zero quilômetro para a atividade comercial da empresa de locação e 
transporte de produtos de festas infantis que mantém em sociedade com o 
seu irmão, da qual ambos auferem renda mensal de cerca de dois salários 
mínimos, já considerados os lucros. Dois meses após sua aquisição, o veículo 
apresentou problemas no sistema de freios (ABS), tendo Jorge levado o bem 
à assistência técnica autorizada vinculada à concessionária onde adquiriu o 
veículo. Em tal estabelecimento, constatou-se a necessidade de troca de pe-
ças de alto valor, que a concessionária alegou, indevidamente, não estarem 
cobertas pela garantia de fábrica. Jorge buscou a Defensoria Pública para 
saber dos seus direitos. A partir de tais fatos, e considerando que a conces-
sionária está estabelecida em comarca diversa daquela de domicílio de 
Jorge, é correto afirmarque se trata de: relação de consumo, ainda que 
Jorge utilize o bem em sua atividade empresária, dada a aplicação da teoria 
finalista aprofundada; a competência para a ação judicial poderá ser da co-
marca do domicílio do autor Jorge; 
 (Juiz Federal TRF2R 2011 Cespe correta) A jurisprudência do STJ tem mi-
tigado os rigores da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas 
hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), embora não seja tecni-
camente a destinatária final do produto ou serviço, se apresente em situa-
ção de vulnerabilidade. 
 (Juiz TJPR 2012 NCUFPR correta) A teoria finalista aprofundada se con-
centra em investigar no caso concreto a noção de consumidor final imediato 
e a de vulnerabilidade. 
 (Assessor CODEVASF 2021 Cespe correta) O STJ, para fins de caracteriza-
ção da pessoa jurídica como consumidora em eventual relação de consumo, 
adota a teoria finalista ou subjetiva. 
 (Defensor DPEMA 2015 FCC correta) Aplica-se o CDC ao caso, adotando-
se a teoria finalista mitigada, que, em situações excepcionais, em que a 
parte, pessoa física ou jurídica, embora não seja propriamente a destinatá-
ria final do produto ou do serviço, apresenta-se em situação de vulnerabili-
dade. 
 (Promotor MPERR 2012 Cespe correta) O STJ adota, em regra, a teoria 
finalista, mas, em casos em que reste evidente a vulnerabilidade do adqui-
rente do produto ou serviço, adota a teoria maximalista, preferindo alguns 
autores denominá-la, nesses casos, de teoria finalista mitigada, atenuada 
ou aprofundada. 
 (Analista DPDF 2014 FGV correta) Carmem é separada, tem seis filhos 
para sustentar, trabalha como caixa de uma mercearia e, para complemen-
tar sua renda, no período da noite confecciona bolos, doces e salgados por 
encomenda. Acontece que Carmem comprou um liquidificador novo para 
cumprir uma entrega, mas o eletrodoméstico apresentou, logo no primeiro 
mês de uso, um problema no botão de acionamento do aparelho. É correto 
afirmar que Carmem: embora não seja a destinatária final do produto, é 
considerada consumidora em razão da sua vulnerabilidade, aplicando-se a 
teoria finalista mitigada. 
 (Procurador PGEPR 2015 PUC/PR correta) A jurisprudência do STJ tem 
mitigado a teoria finalista para autorizar a incidência do Código de Defesa 
do Consumidor nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), em-
bora não seja tecnicamente a destinatária final do produto ou serviço, se 
apresenta em situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência. 
 (Defensor DPEAC 2012 Cespe incorreta) A vulnerabilidade jurídica é pre-
sumida para o consumidor pessoa jurídica. 
 (Defensor DPEAC 2012 Cespe incorreta) A vulnerabilidade do consumi-
dor é um fenômeno de natureza processual que deve ser analisado casuis-
ticamente. 
A jurisprudência desta Corte entende que se aplica a teoria finalista de 
forma mitigada, permitindo-se a incidência do CDC nos casos em que a parte, 
embora não seja destinatária final do produto ou serviço, esteja em situação 
de vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica em relação ao fornecedor. 
STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 964.780/RJ, Rel. Min. Paulo De Tarso Sanseve-
rino, j. em 26/06/2018. 
A determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita medi-
ante aplicação da teoria finalista. Somente em situações excepcionais essa te-
oria pode ser mitigada, para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses em 
que a parte, embora não seja a destinatária final do produto ou serviço, apre-
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senta-se em situação de vulnerabilidade (técnica, jurídica, fática ou informa-
cional) - teoria finalista mitigada. STJ. 4ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 
615.888/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, j. em 14/09/2020. 
 
Em que consiste essa vulnerabilidade? 
Segundo lição da Min. Nancy Andrighi (REsp 1.195.642-RJ), 
existem quatro espécies de vulnerabilidade: 
a) técnica; 
b) jurídica; 
c) fática; 
d) informacional. 
A determinação da qualidade de consumidor deve, 
em regra, ser feita mediante aplicação da teoria fi-
nalista. Somente em situações excepcionais essa 
teoria pode ser mitigada, para autorizar a incidên-
cia do CDC nas hipóteses em que a parte, embora 
não seja a destinatária final do produto ou serviço, 
apresenta-se em situação de vulnerabilidade (téc-
nica, jurídica, fática ou informacional) - teoria fina-
lista mitigada. STJ. 4ª Turma. AgInt nos EDcl no 
AREsp 615.888/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Fer-
reira, julgado em 14/09/2020. 
 
A doutrina tradicionalmente aponta a existência 
de três modalidades de vulnerabilidade: técnica 
(ausência de conhecimento específico acerca do 
produto ou serviço objeto de consumo), jurídica 
(falta de conhecimento jurídico, contábil ou econô-
mico e de seus reflexos na relação de consumo) e 
fática (situações em que a insuficiência econômica, 
física ou até mesmo psicológica do consumidor o 
coloca em pé de desigualdade frente ao fornece-
dor). Mais recentemente, tem se incluído também 
a vulnerabilidade informacional (dados insuficien-
tes sobre o produto ou serviço capazes de influen-
ciar no processo decisório de compra). STJ. 3ª 
Turma. REsp 1195642/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 13/11/2012. 
 
ESPÉCIES 
DE VULNERABILIDADE 
VULNERABILIDADE 
TÉCNICA 
➔ 
Falta de conhecimento específico 
sobre o produto ou serviço. 
VULNERABILIDADE 
JURÍDICA / 
CIENTÍFICA 
➔ 
Falta de conhecimento jurídico, 
contábil ou econômico sobre o 
produto ou serviço. 
VULNERABILIDADE 
FÁTICA / 
ECONÔMICA 
➔ 
Insuficiência econômica, física ou 
psicológica do consumidor frente 
ao fornecedor. 
VULNERABILIDADE 
INFORMACIONAL 
➔ 
Insuficiência de informação sobre 
o produto ou serviço a influenciar 
no processo decisório da relação 
de consumo. 
 (Juiz TJSC 2009 correta) O princípio da vulnerabilidade do consumidor se 
configura como vulnerabilidade técnica, fática e jurídica. 
 (Defensor DPEAC 2012 Cespe incorreta) A falta de conhecimentos contá-
beis relacionados à relação de consumo caracteriza vulnerabilidade técnica. 
 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material 
ou imaterial. 
 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
Quem é 
FORNECEDOR? 
É toda 
- PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, pública ou privada, 
- NACIONAL OU ESTRNAGEIRA, bem como os 
- ENTES DESPERSONALIZADOS, 
- que DESENVOLVEM ATIVIDADE de 
- produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
Durante a leitura do Código de Defesa do Consumidor, o lei-
tor perceberá que o CDC utiliza o termo “fornecedor” (= gê-
nero) quando quer que alguém seja responsabilizado/obri-
gado (art. 3º). Há também previsão no CDC de fornecedores 
específicos. Exemplo: “comerciante” (art. 13); “fabricante e 
importador de peças” (art. 32). 
 (Juiz TJSC 2013 correta) Pode ser considerado fornecedor todo aquele que, 
pessoa física ou jurídica, privada ou pública, nacional ou estrangeira, bem 
como os entes despersonalizados, desenvolve atividade de produção, monta-
gem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribui-
ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
 
FORNECEDOR é quem pratica determinada 
atividade com HABITUALIDADE 
(= DESENVOLVE ATIVIDADE) 
Conforme o art. 3º, caput, do CDC, fornecedor é quem de-
senvolve atividade,ou seja, quem pratica atividade com ha-
bitualidade. 
Exemplo: a agência de viagem que vende veículo próprio não 
pode ser equipara a uma concessionária, pois a venda de car-
ros não pertence à sua atividade habitual. 
O que delimita a figura do “fornecedor” é justamente com-
preender o conceito de “desenvolvem atividade” (ou seja, o 
conceito de “habitualidade”). 
 
FORNECEDOR APARENTE 
E A TEORIA DA APARÊNCIA 
(art. 3º do CDC) 
A expressão “fornecedor aparente” tem sido utilizada para 
abranger a pessoa que, de algum modo, se beneficia de 
marca ou nome consagrado no mercado de consumo e que, 
por gerar expectativas legítimas nos consumidores, deve res-
ponder pela qualidade dos produtos e serviços que divulga e 
promove. São crescentes a atuação conjunta, as parcerias, as 
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coligações entre fornecedores, para impulsionar ou ampliar 
a venda de determinado produto ou serviço. Com ou sem di-
visão de tarefas, um fornecedor utiliza nome e marcas de ou-
tros. (...) Nessas situações, todos os fornecedores envolvidos 
devem responder solidariamente pelos atos e consequên-
cias por eventual inadimplemento (responsabilidade) em ho-
menagem à Teoria da Aparência. 
A adoção da teoria da aparência pela legislação 
consumerista conduz à conclusão de que o conceito 
legal do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor 
abrange também a figura do fornecedor aparente, 
compreendendo aquele que, embora não tendo par-
ticipado diretamente do processo de fabricação, 
apresenta-se como tal por ostentar nome, marca ou 
outro sinal de identificação em comum com o bem 
que foi fabricado por um terceiro, assumindo a po-
sição de real fabricante do produto perante o mer-
cado consumidor. STJ. 4ª Turma. REsp 1580432/SP, 
Rel. Min. Marco Buzzi, j. em 06/12/2018. 
 O conceito de fornecedor aparente também é utilizado em 
outro sentido. Refere-se, na disciplina do fato do produto, ao 
comerciante quando ele não identifica o fabricante do pro-
duto ou quando a identificação não é clara (art. 13). 
 BESSA, Leonardo Roscoe. Código de Defesa do Consumidor Comen-
tado..., Forense, 2021, p. 40. 
A jurisprudência, aplicando a teoria da aparência, reconhece a legitimidade 
passiva ad causam de empresas integrantes de um mesmo grupo econômico 
quando verificada a impossibilidade de se precisar qual delas participou do 
negócio entabulado entre as partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1788213/SC, Rel. 
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. em 05/10/2021. 
A jurisprudência reconhece a aparência de integração da rede nacional UNI-
MED, composta pelas cooperativas identificadas pelo mesmo nome, como ele-
mento central da decisão de contratação do plano de saúde pelo consumidor. 
A incidência da teoria da aparência induz impor-se a cobertura do tratamento 
pelo plano de saúde contratado, quando o paciente lança mão de hospital cre-
denciado pela rede, mesmo que seja conveniado apenas a outra cooperativa 
do mesmo sistema, havendo que se reconhecer a solidariedade obrigacional 
presente na hipótese. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1505912/SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, j. em 24/09/2019. 
Ainda, em relação à segunda ré (ULTRAGAZ), fabricante do produto entregue, 
sua responsabilidade apoia-se na teoria da aparência, haja vista tratar-se de 
situação em que o serviço identifica-se com o próprio produto. É que não in-
teressa ao consumidor saber qual a empresa efetivamente entrega o botijão 
de gás em sua residência, importando, sobremaneira, o fato de o GLP ser 
"produzido" pela ULTRAGÁS. Essa marca é que, aos olhos do consumidor, 
confere identidade ao produto e ao mesmo tempo ao serviço a ele direta-
mente ligado. STJ. 4ª Turma. REsp 1358513/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
j. em 12/05/2020. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
DE FORNECEDORES 
Fornecedor 
real 
➔ 
Fabricante, o produtor e o 
construtor. 
Fornecedor 
aparente 
➔ 
Detentor do nome, marca 
ou signo aposto no pro-
duto final. 
Fornecedor 
presumido 
➔ 
Importador de produto in-
dustrializado ou in natura e 
o comerciante de produto 
anônimo (previsto no art. 
13 do CDC). 
 (Fiscal PROCON/MA 2017 FCC correta) Fornecedor real: termo que com-
preende o fabricante, o produtor e o construtor; fornecedor presumido: assim 
entendido o importador de produto industrializado ou in natura; fornecedor 
aparente: aquele que apõe seu nome ou marca no produto final. 
 (Juiz TJPI 2012 Cespe correta) Caso se trate de produto importado, o im-
portador será considerado fornecedor presumido e responderá de forma ob-
jetiva pelos danos causados. 
 (Oficial ABIN 2010 Cespe incorreta) Os fornecedores sujeitos a participar 
no polo passivo da relação jurídica de responsabilidade civil podem ser classi-
ficados como fornecedor real, fornecedor aparente e fornecedor presumido, 
sendo o comerciante exemplo de fornecedor real. 
 
O que é 
PRODUTO? 
É qualquer bem 
- MÓVEL ou IMÓVEL, 
- MATERIAL ou IMATERIAL. 
 (Analista TRF5R FCC 2012 correta) Produto é qualquer bem, móvel ou imó-
vel, material ou imaterial. 
 (Especialista PROCON/SP 2013 Vunesp correta) O produto é qualquer 
bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial, colocado no mercado de con-
sumo. 
 
O que é 
SERVIÇO? 
É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
- MEDIANTE REMUNERAÇÃO, 
- inclusive as de natureza BANCÁRIA, FINANCEIRA, DE CRÉ-
DITO e SECURITÁRIA, 
- salvo as decorrentes de caráter trabalhista. 
 (Promotor MPESC 2013 correta) Ainda que no conceito de serviço previsto 
no art. 3º, §2º do CDC esteja inserido o requisito de que seja prestado medi-
ante remuneração para que seja considerado como relação de consumo, tam-
bém devem ser considerados os serviços oferecidos por meio de remunera-
ção indireta, partindo do pressuposto de que toda a atuação do fornecedor 
no mercado de consumo tem por objetivo a obtenção de vantagem econô-
mica. 
 
SERVIÇO PURAMENTE GRATUITO 
VS. SERVIÇO REMUNERADO INDIRETAMENTE 
Com base no art. 3º, § 2º, do 
CDC, os serviços puramente 
gratuitos estão excluídos da 
tutela consumerista. 
Por outro lado, é importante 
não confundir os casos em 
que alguns serviços, embora 
sejam gratuitos, estão de 
certa forma sendo remune-
rado pelo serviço de forma in-
direta. Portanto, o serviço re-
munerado indiretamente é 
passível de tutela consume-
rista. Exemplo: se o fornece-
dor oferece serviço de estaci-
onamento de veículo, é pos-
sível a incidência do CDC (não 
se trata de serviço pura-
mente gratuito). 
 (Promotor MPERO 2017 FMP incorreta, porque nos casos de serviço re-
munerado indiretamente há sim relação de consumo) Não há relação de 
consumo em nenhum caso quando se trate de produto ou serviço oferecido 
gratuitamente pelo fornecedor. 
 (Promotor MPEGO 2016 incorreta, porque nos casos de serviço remu-
nerado indiretamente há sim relação de consumo) O serviço somente será 
considerado objeto da relação de consumo se for prestado no mercado me-
diante remuneração, excluídos os serviços de natureza gratuita. 
 (Analista CRBio 2017 Vunesp correta) O Shopping center MILLOR, que 
está estabelecido na cidade de Mogi Mirim, oferece estacionamento gra-
tuito a seus frequentadores e colocou inúmeras faixas esclarecendo que não 
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Highlight
 
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se responsabiliza pelos automóveis lá estacionados, exatamente por não co-
brar por tais serviços. Diante desse quadro, é correto afirmar que a remu-
neração descrita nesse caso deve ser entendida como indireta e, dessa 
forma, a relação do shopping com os frequentadores que usam o estacio-
namento é de consumo. 
Serviço 
puramente gratuito 
❌ 
Serviço 
remunerado indiretamente 
✔ 
Não aplica CDC. Aplica o CDC. 
 (Defensor DPEBA 2010 Cespe incorreta) Entende-se por serviço qualquer 
atividade fornecidano mercado de consumo, desde que disponibilizada me-
diante remuneração direta, incluindo-se as de natureza bancária, financeira, 
de crédito e securitária, com exceção das decorrentes das relações de caráter 
trabalhista. 
 
Para o STJ, o serviço público de saúde não é caso de inci-
dência das normas do CDC, pois não há nenhuma espécie 
de remuneração... 
4. Referido serviço, em face das próprias características, nor-
malmente é prestado pelo Estado de maneira universal, o 
que impede a sua individualização, bem como a mensuração 
de remuneração específica, afastando a possibilidade da in-
cidência das regras de competência contidas na legislação 
específica. 5. Recurso especial desprovido. 
(REsp 493.181/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 15/12/2005, DJ 01/02/2006, p. 431) 
 
Os bancos e instituições financeiras 
sujeitam-se ao CDC (Súmula 297 do STJ) 
• Súmula 297-STJ: O Código de Defesa do Consumi-
dor é aplicável às instituições financeiras. 
 
Relação entre empregador e empregado não está abran-
gida pelo CDC, tendo em vista a possibilidade de aplicação 
da CLT (norma específica) – art. 3º, § 2º, do CDC 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decor-
rentes das relações de caráter trabalhista. 
 
CAPÍTULO II 
Da Política Nacional de Relações de Consumo 
 Princípios da PNRC! 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo 
(PNRC) tem por objetivo o atendimento das necessidades dos 
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, 
a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua 
qualidade de vida, bem como a transparência (princípio da 
transparência ou da confiança) e harmonia das relações de 
consumo, atendidos os seguintes PRINCÍPIOS: 
 
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no 
mercado de consumo (princípio da vulnerabilidade do 
consumidor); 
 
 
 
VULNERABILIDADE 
(art. 4º, I) 
HIPOSSUFICIÊNCIA 
(art. 6º, VIII) 
É um fenômeno de direito 
material com presunção ab-
soluta (jure et de juris). 
É um fenômeno de índole 
processual a ser analisado 
caso a caso. 
 (Promotor MPESC 2021 Cespe correta) O princípio da vulnerabilidade tem 
por objetivo assegurar a igualdade formal-material aos sujeitos da relação ju-
rídica de consumo. 
 
ESPÉCIES 
DE VULNERABILIDADE 
VULNERABILIDADE 
TÉCNICA 
➔ 
Falta de conhecimento específico 
sobre o produto ou serviço. 
VULNERABILIDADE 
JURÍDICA 
➔ 
Falta de conhecimento jurídico, 
contábil ou econômico sobre o 
produto ou serviço. 
VULNERABILIDADE 
FÁTICA 
➔ 
Insuficiência econômica, física ou 
psicológica do consumidor frente 
ao fornecedor. 
VULNERABILIDADE 
INFORMACIONAL 
➔ 
Insuficiência de informação sobre 
o produto ou serviço a influenciar 
no processo decisório da relação 
de consumo. 
 (Juiz TJSC 2009 correta) O princípio da vulnerabilidade do consumidor se 
configura como vulnerabilidade técnica, fática e jurídica. 
 (Defensor DPEAC 2012 Cespe incorreta) A falta de conhecimentos contá-
beis relacionados à relação de consumo caracteriza vulnerabilidade técnica. 
 
O que se entende por 
HIPERVULNERABILIDADE? 
Hipervulneráveis é uma expressão que abrange determina-
das classes de pessoas que, por conta de sua real debilidade 
perante abusos ou arbítrio dos detentores de poder econô-
mico ou político, 'necessitem' da mão benevolente e solida-
rista do Estado para sua proteção, mesmo que contra o pró-
prio Estado. Dentre eles se incluem: 
· indivíduos socialmente estigmatizados ou excluídos 
· crianças; 
· idosos; 
· pessoas com deficiência; 
· gerações futuras. 
 
NECESSITADO ORGANIZACIONAL 
é um HIPERVULNERÁVEL? 
SIM! 
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil 
pública em defesa de interesses individuais homogêneos de 
consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado 
em razão da mudança de faixa etária, ainda que os titulares 
não sejam carentes de recursos econômicos. 
A atuação primordial da Defensoria Pública, sem dúvida, é a 
assistência jurídica e a defesa dos necessitados econômicos. 
Entretanto, também exerce suas atividades em auxílio a ne-
cessitados jurídicos, não necessariamente carentes de recur-
sos econômicos. 
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A expressão "necessitados" prevista no art. 134, caput, da 
CF/88, que qualifica e orienta a atuação da Defensoria Pú-
blica, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, 
em sentido amplo. Assim, a Defensoria pode atuar tanto em 
favor dos carentes de recursos financeiros como também 
em prol do necessitado organizacional (que são os "hiper-
vulneráveis"). 
STJ. Corte Especial. EREsp 1192577-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, 
julgado em 21/10/2015 (Info 573). 
 
II - ação governamental no sentido de proteger 
efetivamente o consumidor: 
a) por iniciativa direta; 
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de 
associações representativas; 
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; 
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões 
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e 
desempenho. 
 
III - harmonização dos interesses dos participantes das 
relações de consumo e compatibilização da proteção do 
consumidor com a necessidade de desenvolvimento 
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios 
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da 
Constituição Federal), sempre com base na boa-fé (princípio 
da boa-fé objetiva) e equilíbrio nas relações entre 
consumidores e fornecedores; 
 (Promotor MPESC 2021 Cespe correta) As técnicas de interpretação do 
CDC devem pautar-se no princípio da especialidade e no fato de que todas as 
disposições nele contidas devem voltar-se, teleológica e finalisticamente, 
para a consecução da harmonia e do equilíbrio nas relações entre consumi-
dores e fornecedores. 
 
O que se entende por 
BOA-FÉ OBJETIVA? 
A boa-fé objetiva prevê um dever de conduta entre fornece-
dores e consumidores, que deve ser seguido durante toda a 
relação contratual (desde a criação, durante o período de 
cumprimento e mesmo após a sua extinção), para agirem 
com lealdade (treu) e confiança (glauben) na busca do adim-
plemento do contrato, protegendo, portanto, as expectati-
vas de ambas as partes. 
Vale repetir, dois pilares sustentam a boa-fé objetiva: a) le-
aldade; b) confiança. 
A) BOA-FÉ OBJETIVA: 
A1) LEALDADE (TREU); 
A2) CONFIANÇA (GLAUBEN). 
 
Quais são as 
FUNÇÕES DA BOA-FÉ OBJETIVA? 
FUNÇÃO 
TELEOLÓGICA OU 
INTERPRETATIVA 
(art. 113 do CC) 
➔ 
A interpretação das cláusu-
las contratuais deve pre-
servar a lealdade e a confi-
ança. 
FUNÇÃO DE 
CONTROLE OU 
➔ 
Evitar o abuso do direito 
subjetivo, limitando con-
dutas/práticas comerciais 
LIMITADORA DE 
DIREITOS 
(art. 187 do CC) 
abusivas, reduzindo, de 
certa forma, a autonomia 
dos contratantes. 
FUNÇÃO 
INTEGRATIVA OU 
CRIADORA DE 
DEVERES 
LATERAIS/ANEXOS 
(art. 422 do CC) 
➔ 
Além da obrigação princi-
pal, há a inserção de deve-
res anexos ou laterais, 
como, por exemplo, prote-
ção, informação, cuidado, 
cooperação etc., de modo 
que a violação dos deveres 
anexos/laterais importa 
em inadimplemento con-
tratual da relação consu-
merista. A violação dos de-
veres anexos/laterais é 
chamada pela doutrina de 
“violação positiva do con-
trato” (ou também: “adim-
plemento ruim”). 
Deveres anexos de informação ou laterais (violação positiva do contrato ou 
adimplemento ruim) 
“A função integrativa insere novos deveres para as partes diante das relações 
de consumo, pois além da verificação da obrigação principal, surgem novas 
condutas a serem também observadas. São os assim denominados ‘deveres 
anexos’ ou ‘deveres laterais’ pela doutrina e jurisprudência. A violação a qual-
quer dos deveres anexos implica em inadimplemento contratual. Exemplosde deveres anexos: proteção, informação, cooperação, cuidado etc.” (GAR-
CIA, Coleção leis especiais para concursos - Direito do Consumidor, Juspo-
divm, 2020, p. 65). 
“Em que consiste a violação positiva do contrato?” (MPRJ – Promotor de Jus-
tiça – 2009 – Prova escrita preliminar). 
 Segundo Bruno Miragem: os deveres anexos (ou laterais) não dizem res-
peito diretamente com a obrigação principal, mas sim com a satisfação de in-
teresses globais das partes, como os deveres de cuidado, previdência, segu-
rança, cooperação, informação, ou mesmo os deveres de proteção e cuidado 
relativos à pessoa e ao patrimônio da outra parte (cf. Curso de direito do con-
sumidor..., Revista dos Tribunais, 2016, p. 146). 
 (Advogado Banpará 2017 correta) São deveres anexos inerentes ao princí-
pio da boa-fé objetiva, no âmbito das relações de consumo, a informação (es-
clarecimento/ aconselhamento), a cooperação/renegociação e à proteção da 
incolumidade físico-psíquica e patrimonial do consumidor. 
 
CONCEITOS PARCELARES DA BOA-FÉ OBJETIVA 
Vejamos cada um deles... 
1. 
SUPRESSIO SURRECTIO 
SUPREssão de um di-
reito, por renúncia tácita 
de um direito, em vir-
tude do seu não exercí-
cio. 
Exemplo: art. 330 do 
CC/02 (“o pagamento 
reiteradamente feito em 
outro local faz presumir 
renúncia do credor rela-
tivamente ao previsto no 
contrato”). 
SURgimento, no qual o 
decurso do tempo im-
plica o surgimento de 
uma posição jurídica 
pela regra da boa-fé. 
Exemplo: o mesmo raci-
ocínio pode ser retirado 
do art. 330, constituindo 
duas faces da mesma 
moeda, como afirma 
José Fernando Simão. 
Enquanto a supressio constitui a perda de um di-
reito ou de uma posição jurídica pelo seu não exer-
cício no tempo, a surrectio diz respeito ao surgi-
mento de um direito diante de práticas, usos e cos-
tumes. 
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 (Promotor MPEMS 2018 correta) A aplicação dos institutos 
da supressio e da surrectio constituem figuras concomitantes, 
podendo ser comparadas como verso e reverso da mesma mo-
eda. 
 (Promotor MPESC 2019 Consulplan incorreta) Em atenção ao princípio da 
ampla defesa, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o sis-
tema processual civil brasileiro não admite o instituto da “supressio”, ou re-
nuncia tácita de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não exercício 
com o passar dos tempos, podendo a parte alegar a nulidade de ato proces-
sual a qualquer tempo. 
 (Juiz TJRO 2019 Vunesp correta) Uma loja de eletrodomésticos assinou um 
contrato, mediante instrumento particular, com um posto de combustível 
para que este fornecesse, todo mês, por prazo indeterminado, uma quanti-
dade mínima de 50 litros de combustível para abastecer os veículos de en-
trega de mercadorias. Em razão do aumento do preço dos combustíveis, a loja 
de eletrodomésticos contratou entregadores de bicicleta para as entregas de 
menor porte e começou a diminuir as compras de combustível do posto. Por 
mais de dois anos, o fornecimento de combustível se deu em quantidades 
menores que as mínimas estabelecidas no contrato, sem qualquer ressalva ou 
reclamação por parte do posto de combustível. Então, o representante da loja 
de eletrodomésticos procurou o representante do posto de combustível e 
eles, verbalmente, declararam que o contrato estaria desfeito. Entretanto, 
um ano após o distrato verbal, o posto de combustível ajuizou uma demanda 
contra a loja de eletrodomésticos, exigindo-lhe o ressarcimento dos valores 
proporcionais ao não cumprimento de metas mínimas de aquisição de com-
bustível, bem como do período após o distrato verbal, sob o argumento de 
que o desfazimento do contrato somente poderia ser realizado por escrito. 
Acerca do caso hipotético, pode-se corretamente afirmar que nenhum valor 
é devido, tendo em vista que incidiu a supressio em razão da concordância 
tácita do posto em fornecer combustível em valores abaixo dos contratual-
mente previstos, bem como ocorreu um distrato verbal válido. 
 (Procurador Prefeitura de Cerquilho/SP 2019 Vunesp correta) “A possibi-
lidade de se considerar suprimida uma obrigação contratual, na hipótese em 
que o não exercício do direito correspondente, pelo credor, gere no devedor 
a justa expectativa de que esse não exercício se prorrogará no tempo”. Qual 
é o instituto a que se refere a citação? Supressio. 
 (Defensor DPEAC 2017 Cespe correta) Em uma relação de consumo, foi 
estabelecido que o pagamento deveria ser realizado de determinada maneira. 
No entanto, após certo tempo, o pagamento passou a ser feito, reiterada-
mente, de outro modo, sem que o credor se opusesse à mudança. Nessa situ-
ação, considerando-se a boa-fé objetiva, para o credor ocorreu o que se de-
nomina supressio. 
 (Advogado CODESAIMA 2017 UERR correta) Em se tratando do adimple-
mento e extinção das obrigações, o pagamento reiteradamente feito em ou-
tro local fazendo presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no 
contrato, à luz dos desdobramentos da boa-fé, objetiva nas relações contra-
tuais, é um exemplo de: supressio do direito do credor. 
 (Juiz Federal TRF2R 2013 Cespe correta) A supressio configura-se quando 
há a supressão, por renúncia tácita, de um direito, em virtude do seu não 
exercício. A surrectio, por sua vez, ocorre nos casos em que o decurso do 
tempo implica o surgimento de uma posição jurídica pela regra da boa-fé. 
 (Defensor Federal DPU 2010 Cespe correta) O pagamento realizado reite-
radamente pelo devedor em local diverso do ajustado em contrato é um 
exemplo do que se denomina supressio. 
 (Técnico TCERN 2009 Cespe correta) Configura supressio o pagamento rei-
teradamente feito em local diferente daquele previsto no contrato. 
 
2. 
DUTY TO MITIGATE THE LOSS 
Sobre o dever anexo de cooperação e lealdade, a 
doutrina moderna, visando a eticidade nas relações 
jurídicas, enfatiza a existência do dever anexo de o 
credor mitigar as próprias perdas em virtude do ina-
dimplemento do devedor. 
 Enunciado 169 da III Jornada de Direito Civil: “o 
princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a 
evitar o agravamento do próprio prejuízo”. 
DIREITO CIVIL. CONTRATOS. BOA-FÉ OBJETIVA. STAN-
DARD ÉTICO-JURÍDICO. OBSERVÂNCIA PELAS PARTES 
CONTRATANTES. DEVERES ANEXOS. DUTY TO MITI-
GATE THE LOSS. DEVER DE MITIGAR O PRÓPRIO PRE-
JUÍZO. INÉRCIA DO CREDOR. AGRAVAMENTO DO 
DANO. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. RECURSO 
IMPROVIDO. 1. Boa-fé objetiva. Standard ético-jurí-
dico. Observância pelos contratantes em todas as fa-
ses. Condutas pautadas pela probidade, cooperação e 
lealdade. 2. Relações obrigacionais. Atuação das par-
tes. Preservação dos direitos dos contratantes na con-
secução dos fins. Impossibilidade de violação aos pre-
ceitos éticos insertos no ordenamento jurídico. 3. Pre-
ceito decorrente da boa-fé objetiva. Duty to mitigate 
the loss: o dever de mitigar o próprio prejuízo. Os 
contratantes devem tomar as medidas necessárias e 
possíveis para que o dano não seja agravado. A parte 
a que a perda aproveita não pode permanecer deli-
beradamente inerte diante do dano. Agravamento 
do prejuízo, em razão da inércia do credor. Infringên-
cia aos deveres de cooperação e lealdade. 4. Lição da 
doutrinadora Véra Maria Jacob de Fradera. Descuido 
com o dever de mitigar o prejuízo sofrido. O fato de 
ter deixado o devedor na posse do imóvel por quase 
7 (sete) anos, sem que este cumprisse com o seu de-
ver contratual (pagamento das prestações relativas 
ao contrato de compra e venda), evidencia a ausên-
cia de zelo com o patrimônio do credor, com o conse-
quente agravamento significativo das perdas, uma 
vez que a realização mais célere dos atos de defesa 
possessória diminuiriam a extensão do dano. 5. Viola-
ção ao princípio da boa-fé objetiva. Caracterização de 
inadimplemento contratual a justificar a penalidade 
imposta pela Corte originária, (exclusão de um ano de 
ressarcimento).6. Recurso improvido. (REsp 
758.518/PR, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TER-
CEIRA TURMA, julgado em 17/06/2010, REPDJe 
01/07/2010, DJe 28/06/2010) 
 (Juiz TJMS 2015 Vunesp correta) A respeito do direito contratual e os prin-
cípios que regem a matéria, afirma-se corretamente que o credor tem o dever 
de evitar o agravamento do prejuízo que lhe causou o devedor. 
 (Fundação Hemocentro de Brasília/DF IADES 2017 correta) O princípio da 
boa-fé objetiva assegura que o credor deve evitar o agravamento do próprio 
prejuízo, conhecido como princípio duty to mitigate the loss. 
 
3. 
TU QUOQUE 
Um contratante não pode fazer contra o outro 
aquilo que não faria contra si mesmo. 
O termo tu quoque significa que um contratante que 
violou uma norma jurídica não poderá, sem a carac-
terização do abuso de direito por quebra da boa-fé, 
aproveitar-se dessa situação anteriormente criada 
pelo desrespeito. Conforme lembra Ronnie Preuss 
Duarte, “a locução designa a situação de abuso que se 
verifica quando um sujeito viola uma norma jurídica 
e, posteriormente, tenta tirar proveito da situação em 
benefício próprio”.[1] 
Ex.: não há direito à indenização em favor do con-
sumidor que deixa de pagar a maior parte das par-
celas da compra de um produto. 
[1] TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel. Manual de direito do consumidor..., 
Grupo GEN, 2021. 
 (Notário TJPI 2013 Cespe correta) Em uma relação negocial, a ocorrência 
de comportamento que, rompendo com o valor da confiança, surpreenda 
uma das partes, deixando-a em situação de injusta desvantagem, caracteriza 
o que a doutrina prevalente denomina tu quoque. 
 
4. 
EXCEPTIO DOLI 
Exceptio doli (= exceção de dolo). É a defesa do réu 
em face de ações dolosas, contrárias à boa-fé. 
Não age de boa-fé: aquele que atua com atitude do-
losa no intuito de não preservas legítimos interes-
ses (= aquele que atua no intuito de prejudicar a 
parte contrária). 
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Aqui a boa-fé objetiva é utilizada/aplicada como de-
fesa (função retroativa). 
 
5. 
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM 
A pessoa não pode exercer um direito, contrariando 
um comportamento anterior. 
 Enunciado n. 362 da IV Jornada de Direito Civil: 
“A vedação do comportamento contraditório (ve-
nire contra factum proprium) funda-se na proteção 
da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do 
Código Civil”. 
 Para Anderson Schreiber (são quatro os requisi-
tos para aplicação da proibição do comporta-
mento contraditório): 1) um fato próprio, uma con-
duta inicial; 2) a legítima confiança de outrem na 
conservação do sentido objetivo dessa conduta; 3) 
um comportamento contraditório a este sentido 
objetivo; 4) um dano ou um potencial de dano de-
corrente da contradição. 
 (Defensor DPESP 2013 FCC correta) É possível o reconhecimento do abuso 
do direito pelo exercício inadmissível de posição jurídica por ofensa à boa-fé 
objetiva, como ocorre nas hipóteses de venire contra factum proprium, su-
pressio, surrectio e tu quoque. 
 (Promotor MPERR 2017 Cespe correta) Se, em cumprimento a cláusula de 
uma relação contratual, uma das partes adota determinado comportamento 
e, tempos depois, ainda sob a vigência da referida relação, passa a adotar 
comportamento contraditório relativamente àquele inicialmente adotado, 
tem-se, nesse caso, um exemplo do que a doutrina civilista denomina venire 
contra factum proprium. 
 (Juiz Leigo TJRN 2018 COMPERVE correta) Imagine a seguinte situação: um 
juiz, numa demanda acerca de indenização por dano moral, ao chegar ao mo-
mento de produção de provas, indefere o pedido da parte autora para a de-
vida produção, determinando julgamento antecipado da lide. Posterior-
mente, acaba indeferindo o pleito sob o argumento de falta de provas. No 
novo sistema processual civil brasileiro, baseado na boa fé objetiva, essa situ-
ação caracteriza venire contra factum proprium, também aplicável ao órgão 
jurisdicional. 
 
6. 
SUBSTANCIAL PERFORMANCE 
(ou TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL) 
 Enunciado n. 361, aprovado na IV Jornada de Di-
reito Civil: “o adimplemento substancial decorre 
dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer 
preponderar a função social do contrato e o princí-
pio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 
475”. 
• Não se aplica a teoria do adimplemento 
substancial aos contratos de alienação fi-
duciária em garantia regidos pelo DL 
911/69. STJ. 2ª Seção. REsp 1622555-MG, 
Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão 
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
22/2/2017 (Info 599). 
• Por meio da teoria do adimplemento subs-
tancial, defende-se que, se o adimple-
mento da obrigação foi muito próximo ao 
resultado final, a parte credora não terá di-
reito de pedir a resolução do contrato por-
que isso violaria a boa-fé objetiva, já que 
seria exagerado, desproporcional, iníquo. 
No caso do adimplemento substancial, a 
parte devedora não cumpriu tudo, mas 
quase tudo, de modo que o credor terá que 
se contentar em pedir o cumprimento da 
parte que ficou inadimplida ou então plei-
tear indenização pelos prejuízos que sofreu 
(art. 475, CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1200105-
AM, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 19/6/2012 (Info 500). 
 (Promotor MPEGO 2019 correta) Segundo jurisprudência dominante no 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), não é possível aplicar a teoria do adimple-
mento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos 
pelo Decreto-Lei n. 911/69. 
 (Defensor DPEGO 2014 CSUFG correta) A teoria do adimplemento subs-
tancial tende a preservar o negócio jurídico aventado, limitando o direito do 
credor à exceptio non adimpleti contractus, quando, diante de um adimple-
mento das obrigações tão próximo do resultado final e tendo em vista a con-
duta das partes, deixa de ser razoável a resolução contratual. 
 (Analista TREPR 2017 FCC adaptada correta) Embora não esteja expressa-
mente prevista na legislação, a jurisprudência, com base na doutrina, tem ad-
mitido esta teoria do adimplemento substancial para evitar a rescisão do con-
trato. 
 (Juiz TJPE 2013 FCC correta) A prestação imperfeita, mas significativa de 
adimplemento substancial da obrigação, por parte do devedor, autoriza a 
composição de indenização, mas não a resolução do contrato. 
 (Juiz TJMS 2012 PUC/PR correta) O credor, diante de um adimplemento 
satisfatório, porém incompleto do devedor, sem prejuízo de vir a ser indeni-
zado por perdas e danos, tem limitado o direito de resolução do contrato. 
 (Juiz TJMS 2012 PUC/PR correta) Dado o conceito de obrigação como pro-
cesso e de acordo com os princípios da boa-fé objetiva e da função social dos 
negócios jurídicos, incumbe ao credor colaborar para um adimplemento me-
nos gravoso do devedor. 
 (Auditor TCEPA 2016 Cespe correta) O adimplemento substancial do con-
trato tem sido reconhecido como impedimento à resolução unilateral, ha-
vendo ou não cláusula expressa. 
 (ANS 2013 FUNCAB correta) A teoria do adimplemento substancial do con-
trato tem o seu funcionamento: no abuso do direito. 
 (Procurador PGEBA 2014 Cespe correta) A teoria do adimplemento subs-
tancial impõe limites ao exercício do direito potestativo de resolução de um 
contrato. 
 (Analista APEX 2018 IADES correta) Relacionado fortemente com os prin-
cípios gerais contratuais, em especial à função social do contrato, com o prin-
cípio da boa-fé objetiva, e com os princípios que envolvem o adimplemento 
das obrigações, encontra-se a teoria do adimplemento substancial. A respeito 
dessa teoria, é correto afirmar que não se encontra positivada no Código Civil, 
apesar de amplamente aceita pela doutrina e pela jurisprudência; para sua 
caracterização, levam-se em conta tanto aspectos quantitativos quanto qua-
litativos. 
 (Defensor DPESP 2012 FCC correta) A caracterização do adimplemento 
substancialdas obrigações produz os seguintes efeitos, EXCETO: liberar o de-
vedor da obrigação. 
 (Advogado OAB/XXVII 2018 FGV correta) Renata financiou a aquisição de 
seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando pontualmente todas as presta-
ções. Entretanto, a recente perda de seu emprego fez com que não conse-
guisse manter em dia a dívida, tendo deixado de pagar, justamente, as duas 
últimas prestações (35ª e 36ª). O banco que financiou a aquisição, diante do 
inadimplemento, optou pela resolução do contrato. Tendo em vista o paga-
mento das 34 parcelas anteriores, pode-se afirmar que a conduta da institui-
ção financeira viola o princípio da boa-fé, em razão do(a) adimplemento subs-
tancial. 
 
O que são 
CONTRATOS RELACIONAIS (ou 
CONTRATOS CATIVOS DE LONGA DURAÇÃO)? 
São relações jurídicas complexas de longa duração, nas quais 
o consumidor é dependente de sua manutenção. Ex.: plano 
de saúde, seguros, previdência privada, contratos de seguro 
de vida. 
Cláudia Lima Marques usa a expressão “contratos cativos de 
longa duração”. 
 
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IV - educação e informação de fornecedores e 
consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas 
à melhoria do mercado de consumo (princípio da educação e 
informação dos consumidores); 
Questão 
 (Juiz TJPA 2012 Cespe adaptada correta) O dever de in-
formação é um princípio fundamental nas relações de con-
sumo e está expressamente previsto no CDC. 
 
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios 
eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos 
e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução 
de conflitos de consumo (princípio do incentivo ao 
autocontrole e mecanismos alternativos de solução de 
conflitos de consumo); 
 
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos 
praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência 
desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais 
das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que 
possam causar prejuízos aos consumidores (princípio da 
coibição e expressão de abusos no mercado); 
 
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos 
(princípio da racionalização e melhoria dos serviços 
públicos); 
 (Promotor MPESC 2021 Cespe correta) A racionalização dos serviços públi-
cos constitui um princípio a ser observado pela Política Nacional das Relações 
de Consumo. 
 
VIII - estudo constante das modificações do mercado de 
consumo (princípio do estudo das modificações do mercado); 
 (Defensor DPESC 2021 FCC correta) A Política Nacional das Relações de 
Consumo, segundo disposição expressa no Código de Defesa do Consumidor, 
prevê, dentre seus princípios, o estudo constante das modificações do mer-
cado de consumo. 
 
IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira 
e ambiental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº 14.181, 
de 2021 – Lei do Superendividamento) 
 
X - prevenção e tratamento do superendividamento 
como forma de evitar a exclusão social do consumidor. 
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021 – Lei do 
Superendividamento) 
 
 Instrumentos da PNRC! 
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações 
de Consumo (PNRC), contará o poder público com os 
seguintes INSTRUMENTOS, entre outros: 
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita 
para o consumidor carente; 
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do 
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; 
III - criação de delegacias de polícia especializadas no 
atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de 
consumo; 
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e 
Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; 
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento 
das Associações de Defesa do Consumidor. 
VI - instituição de MECANISMOS de prevenção e 
tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento e 
de proteção do consumidor pessoa natural; (Incluído pela Lei 
nº 14.181, de 2021 – Lei do Superendividamento) 
VII - instituição de NÚCLEOS de conciliação e mediação de 
conflitos oriundos de superendividamento. (Incluído pela Lei 
nº 14.181, de 2021 – Lei do Superendividamento) 
§ 1° (Vetado). 
§ 2º (Vetado). 
 
CAPÍTULO III 
Dos Direitos Básicos do Consumidor 
Art. 6º São DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR (rol 
exemplificativo; numerus apertus): 
 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos 
provocados por práticas no fornecimento de produtos e 
serviços considerados perigosos ou nocivos; 
 (Farmacêutico CRF/GO 2022 Quadrix correta) A proteção da vida, da saúde 
e da segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de 
produtos e serviços considerados como perigosos ou nocivos é um direito bá-
sico do consumidor. 
 
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado 
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e 
a igualdade nas contratações (princípio da equivalência 
negocial); 
 (Promotor MPECE 2020 Cespe correta) No âmbito do direito do consumi-
dor, a igualdade de condições entre consumidores no momento da contrata-
ção, especificamente, é garantida pelo princípio da equivalência negocial. 
 
III - a informação adequada e clara (princípio da 
transparência ou da confiança) sobre os diferentes produtos 
e serviços, com especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade, tributos incidentes e 
preço, bem como sobre os riscos que apresentem (a 
informação deve ser acessível à pessoa com deficiência); 
 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, 
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra 
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de 
produtos e serviços; 
 
V - a (i) MODIFICAÇÃO das cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua (ii) REVISÃO 
em razão de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
Art. 6º, V, do CDC 
1. 
MODIFICAÇÃO 
das cláusulas contratuais 
➔ 
Prestações 
desproporcionais. 
2. 
REVISÃO 
das cláusulas contratuais 
➔ 
Fatos 
supervenientes que 
as tornem 
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excessivamente 
onerosas. 
 
Lesão no CC/02 
(art. 157 = 
vício de consentimento) 
Lesão no CDC 
(art. 6º, V, primeira parte) 
Nulidade relativa 
(arts. 157 e 171 do CC/02). 
Nulidade absoluta 
(art. 51, IV, do CDC). 
Desproporção do negócio ju-
rídico baseada em análise 
subjetiva (= premente neces-
sidade ou inexperiência da 
parte lesada). 
Desproporção do negócio ju-
rídico baseada em análise 
objetiva. 
Consequência: anulabilidade 
do negócio jurídico. 
 Não se decretará a anula-
ção do negócio, se for ofere-
cido suplemento suficiente 
ou se a parte concordar com 
a redução do proveito (§ 2º 
do art. 157 do CC/02). 
Consequência: consumidor 
postula a modificação da 
cláusula contratual (art. 6º, V, 
primeira parte) ou a decreta-
ção da nulidade da cláusula 
contratual (art. 51, IV). 
CC, art. 157. Ocorre a lesão 
quando uma pessoa, sob 
premente necessidade, ou 
por inexperiência (da parte 
lesada), se obriga a prestação 
manifestamente despropor-
cional ao valor da prestação 
oposta. 
§ 1º Aprecia-se a despropor-
ção das prestações segundo 
os valores vigentes ao tempo 
em que foi celebrado o negó-
cio jurídico. 
§ 2º Não se decretará a anu-
lação do negócio, se for ofe-
recido suplemento sufici-
ente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do 
proveito. 
CDC, art. 6º. (...) 
V - a modificação das 
cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua 
revisão em razão de fatos 
supervenientes que as 
tornem excessivamente 
onerosas; 
 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
(CC/02) 
TEORIA DA BASE OBJETIVA 
DO NEGÓCIOJURÍDICO 
(CDC) 
Origem: França. Origem: Alemanha. 
Previsão: arts. 317 e 478. Previsão: art. 6º, V. 
Exige a imprevisibilidade e a 
extraordinariedade do fato 
superveniente. 
Não exige. 
Exige a extrema vantagem 
para o credor. 
Não exige. 
Implica em resolução (a revi-
são somente com a voluntari-
edade do credor). 
Implica em revisão (resolu-
ção somente quando não 
houver possibilidade de revi-
são – aplicação do princípio 
da conservação dos contra-
tos). 
 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais 
e morais, individuais, coletivos e difusos (princípio da 
reparação integral dos danos ou da ampla reparação); 
PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL DOS DANOS 
(OU DA AMPLA REPARAÇÃO) 
Não há que falar em “indenização tarifada”. Ex.: houve da-
nos materiais calculados no montante de R$ 50 mil reais. 
Neste caso, haverá de ter reparação integral, ou seja, R$ 50 
mil reais. Não se admitindo outra quantia a título de adim-
plemento, tendo em vista o princípio da reparação integral, 
previsto no art. 6º, VI, do CDC. 
Contudo, em alguns casos (ex.: indenização por extravio de 
bagagem em caso de transporte internacional), a jurispru-
dência admite exceções ao princípio da reparação integral, 
aceitando a chamada “indenização tarifada”. 
LIMITAÇÃO DO DIREITO À INDENIZAÇÃO EM VIA-
GENS INTERNACIONAIS: 
É possível a limitação, por legislação internacional 
especial, do direito do passageiro à indenização 
por danos materiais decorrentes de extravio de 
bagagem. STJ. 3ª Turma. REsp 673048-RS, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018 
(Info 626). 
Nos termos do art. 178 da Constituição da Repú-
blica, as normas e os tratados internacionais limi-
tadores da responsabilidade das transportadoras 
aéreas de passageiros, especialmente as Conven-
ções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em 
relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF. 
Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e 
ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados 
em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866). 
 
Dano moral INDIVIDUAL Dano moral COLETIVO 
O objetivo da reparação é 
promover o retorno do sta-
tus quo, ou seja, da situação 
anterior à violação do direito. 
O propósito visado não é, pri-
mordialmente, o retorno à si-
tuação anterior. 
Sua finalidade precípua é a de 
punir o responsável pela le-
são e inibir novas práticas 
ofensivas. 
Importante binômio: punir e 
inibir. 
A reparação está limitada 
pela extensão do dano (art. 
944 do CC) e pelo princípio da 
compensação integral da le-
são, razão pela qual a vítima 
não deve receber quantia in-
ferior ou superior aos danos 
sofridos. 
A reparação tem por objetivo 
redistribuir o lucro obtido 
pelo ofensor de forma ilegí-
tima, entregando parte dele à 
sociedade. 
Não se trata, portanto, de 
uma reparação típica. 
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www.buscadordizerodireito.com.br / www.proleges.com.br 
O valor obtido com a indeni-
zação visa a restituir de forma 
direta o dano causado à ví-
tima. 
Restitui o dano causado de 
forma apenas indireta, consi-
derando que o ganho obtido 
com a prática do ilícito é re-
vertida ao fundo de reconsti-
tuição dos bens coletivos, 
previsto no art. 13 da Lei nº 
7.347/85. 
 Alguns comentários específicos sobre dano moral coletivo: 
http://bit.ly/38Jo42z. 
 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com 
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a 
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; 
 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com 
a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, a seu favor, no processo 
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias 
de experiências; 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
REGRA 
CPC/2015 
(distribuição 
ESTÁTICA 
do ônus da prova) [1] 
CDC 
(distribuição 
ESTÁTICA 
do ônus da prova) 
EXCEÇÃO 
CPC/2015 
(distribuição 
DINÂMICA 
do ônus da prova) 
CDC 
(distribuição 
DINÂMICA 
do ônus da prova) 
Na lição de FABRÍCIO BOLZAN DE ALMEIDA: “Percebam que no 
CPC/2015 existe uma distribuição prévia do ônus probatório, 
ou seja, cada uma das partes sabe de antemão aquilo que 
deve ser demonstrado por cada qual. Com efeito, numa 
eventual lide envolvendo relação de consumo, permanece, 
a princípio, a regra do Código de Processo Civil, isto é, ca-
berá ao consumidor-autor comprovar os fatos constitutivos 
do seu direito. No entanto, como forma de facilitar a sua de-
fesa em juízo, prevê o CDC a possibilidade da inversão do 
ônus da prova, a critério do juiz, desde que presente um des-
ses dois requisitos: verossimilhança das alegações do consu-
midor ou hipossuficiência do consumidor. Trata-se da deno-
minada inversão ope judicis, pois o ônus probante será inver-
tido a critério do juiz segundo suas regras ordinárias de ex-
periência. A inversão neste caso não é automática, por não 
ser obrigatória. Nesse sentido, segue decisão do Superior Tri-
bunal de Justiça: ‘A inversão do ônus da prova prevista no 
inciso VIII do artigo 6º da Lei n. 8.078/90 não é obrigatória, 
mas regra de julgamento, ope judicis, desde que o consumi-
dor seja hipossuficiente ou seja verossímil sua alegação’ 
(REsp 241.831/RJ, Rel. Ministro Castro Filho, 3ª T., DJ 3-2-
2003)” (Direito do consumidor esquematizado. 8. ed. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2020). 
[1] CPC/2015: é possível a distribuição DINÂMICA (art. 373, § 1º do 
CPC/2015). 
Art. 373. O ônus da prova incumbe (distribuição ESTÁTICA do ônus 
da prova): 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor. 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade 
de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade 
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o 
ônus da prova de modo diverso (distribuição DINÂMICA do ônus 
da prova), desde que o faça por decisão fundamentada, caso em 
que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus 
que lhe foi atribuído. 
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situa-
ção em que a desincumbência do encargo pela parte seja impos-
sível ou excessivamente difícil (prova diabólica). 
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer 
por convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou 
durante o processo. 
 (Promotor MPEMG 2017 Fundep correta) Tanto no novo Código de Pro-
cesso Civil, quanto no Código de Defesa do Consumidor, a distribuição estática 
do ônus da prova é a regra, ao passo que a distribuição dinâmica é a exceção, 
já que somente é viável na presença dos requisitos estabelecidos em lei, e 
mediante decisão judicial fundamentada. 
 (Estagiário TJMG 2016 Consulplan incorreta) É um direito básico do con-
sumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do 
ônus da prova, a seu favor, no processo civil e penal, quando, a critério do juiz, 
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras 
ordinárias de experiências, o que significa a adoção da distribuição estática do 
ônus da prova. 
 (Advogado BRB 2019 IADES correta) O CPC permite a distribuição dinâmica 
do ônus da prova, desde que isso se faça por decisão fundamentada, caso em 
que se deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe 
foi atribuído. 
 
ESPÉCIES DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
NO CDC 
1. Inversão convencional; 
2. Ope judicis; e 
3. Ope legis. 
 
É POSSÍVEL INVERSÃO CONVENCIONAL NO CDC? 
SIM! 
Sim. A inversão convencional decorre

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