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Plano de Contas Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Hebert José Penha Sá 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Plano de Contas Para Início de Conversa… ................................................................. 04 Objetivo ........................................................................................... 05 1. Plano de Contas .................................................................. 06 1.1. Critérios e Princípios Contábeis .............................................. 06 1.1.2. Contabilização ..................................................................... 09 1.1.3. Escrituração ........................................................................ 09 2. Estrutura Patrimonial ............................................................ 10 2.1. Balanço Patrimonial ............................................................. 11 3. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ...................... 16 4. Reservas Técnicas ................................................................ 18 Considerações Finais ......................................................................... 22 Referências ....................................................................................... 23 4 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial Para Início de Conversa… Vamos tratar, aqui, das Demonstrações Contábeis relativas às Sociedades Seguradoras de acordo com a Circular da Susep nº.517/2015, que se aplica também às empresas de Capitalização e Previdência Privada complementar aberta, que tem o objetivo de padronizar as informações enviadas pelas empresas desses segmentos para a SUSEP. Veremos que o Plano de Contas utilizado pelas empresas de Seguros, Capitalização e Previdência complementar aberta é único para todas as empresas. A exemplo do que já acontece hoje com as instituições financeiras, essa padronização define normas, critérios e procedimentos de contabilização a serem observados pelas empresas, a fim de facilitar a fiscalização e o acompanhamento das empresas pelo agente fiscalizador. 5Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial Objetivo Elaborar um Plano de Contas 6 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial 1. Plano de Contas O Plano de Contas estabelecido pela SUSEP contém todas as contas obrigatoriamente utilizadas pelas Sociedades Seguradoras e tem, por finalidade, uniformizar os registros contábeis, racionalizar a utilização das contas, estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar o acompanhamento do sistema nacional de seguros privados, bem como a análise, a avaliação do desempenho e o controle da situação econômico-financeira das sociedades seguradoras. Para complementar os conhecidos nessa área, é importante a leitura no site da SUSEP das informações sobre o Plano de Contas das seguradoras. 1.1. Critérios e Princípios Contábeis A Contabilidade de Seguros é regulamentada dentro dos princípios e normas da Contabilidade Geral. Sua aplicabilidade, contudo, é voltada para o atendimento das exigências jurídicas, técnicas, econômicas e administrativas, decorrentes da complexidade da operação específica do mercado segurador. As demonstrações financeiras das companhias seguradoras devem ser publicadas semestralmente e remetidas à SUSEP. Os formulários de informações periódicas (mensal) têm, ainda, um questionário trimestral e o relatório de auditoria, que é semestral. Figura 1: Construindo um plano de contas para seguradoras. Fonte: Dreamstime. Importante 7Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial Seguro é um mercado densamente regulado. As normas contemplam todo o período de funcionamento das sociedades, desde a sua constituição até a sua liquidação. A Comissão Contábil foi criada pela Circular SUSEP n.° 224/2002, mediante seu art. 3º, constituída por representantes da SUSEP, da FENASEG, da ANAPP, do CFC e do IBRACON, com a atribuição de acompanhar o Plano de Contas das sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência complementar, assim como propor eventuais alterações que venham a ser consideradas necessárias. A SUSEP tem seu plano de conta previsto pela resolução CNSP 86/201 e atualizado pela circular 517/2015, tendo todas as contas obrigatórias para utilização das seguradoras. O plano de conta tem a finalidade de padronizar os registros contábeis das empresas seguradoras. Dessa forma, as seguradoras podem estabelecer o seu efetivo controle para que suas demonstrações possam expressar a real situação econômica e financeira. As principais operações de seguros são: Prêmios: Sinistros: ▪ Indenizações avisadas e/ou pagas. ▪ Pagamento do sinistro. ▪ Recuperação de sinistros de resseguros. ▪ Salvados e ressarcimentos. ▪ Custos de comercialização. ▪ Prêmios emitidos. ▪ Prêmio cancelado. ▪ Prêmio restituído. ▪ Prêmio de cosseguro cedido. ▪ Prêmio de cosseguro aceito. ▪ Prêmio de resseguros. ▪ Provisão de prêmio não ganho (PPNG). ▪ Provisão de sinistro a liquidar. ▪ Provisão de sinistros ocorridos e não avisados. Figura 2: Operações de seguros. Fonte: Dreamstime. 8 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial As Normas Gerais de Contabilidade, Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, a partir da Resolução do CNSP 019/90, aprovaram a reestruturação do Plano de Contas das Sociedades Seguradoras, que passou a ter o mesmo padrão e uniformidade para todas as Sociedades Seguradoras, Resseguradoras, de Capitalização e Entidades Abertas de Previdência Privada Complementar. Atualmente, as Normas Gerais de Contabilidade estão estabelecidas na Resolução CNSP 086/02 e na Circular SUSEP 517/2015, de 30 de julho de 2015, e seus anexos: Dispõe sobre alterações das Normas Contábeis a serem observadas pelas sociedades seguradoras, resseguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdências complementares, instituídas pela Resolução CNSP Nº 86. Elas determinam que a escrituração contábil deverá abranger todas as operações ou transações que envolvam responsabilidades da sociedade e que modifiquem ou possam vir a modificar a composição de seu patrimônio. Além de obedecerem às Normas Contábeis emanadas da SUSEP, em consonância com o CFC, as Companhias Seguradoras estão sujeitas à classificação contábil, determinada pela lei 11.638/07, e a alterações, pela lei 11.941/08, que define sua padronização e formas de apresentação das demonstrações contábeis: Art. 120. da Circular 517/2015. A escrituração das operações deve obedecer às normas estabelecidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC e pela Resolução nº 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, no que não contrariem as disposições contidas neste Capítulo e nos anexos X e XI. Art. 121. Registram-se as receitas e despesas no período em que elas ocorrem, observado o regime de competência. 9Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial 1.1.2. Contabilização Os registros dos atos e fatos administrativos devem obedecer plenamente aos princípios contábeis geralmente aceitos, prevalecendo o princípio da competência. Significa que as receitas e as despesas são atribuídas ao período de acordo com a ocorrência do fato gerador e não em função do recebimento oudesembolso do dinheiro. As despesas de comercialização serão reconhecidas nas contas de resultados, quando da emissão da apólice, e mensalmente diferidas pelo mesmo critério do prêmio, ou seja, baseadas no prazo de vigência do risco. Incluem-se, nesses conceitos, os prêmios, sinistros e despesas de comercialização relativos a seguros, cosseguros, resseguros e retrocessão. Os sinistros devem ser registrados contabilmente, sempre que avisados. 1.1.3. Escrituração A escrituração deverá incluir todas as operações que envolvam responsabilidade da sociedade e que modifiquem ou possam a vir modificar a composição de seu patrimônio. A escrituração será centralizada na sede da sociedade ou, no caso de sociedade estrangeira, em sua representação geral no Brasil. As seguradoras, além dos livros utilizados pelas demais sociedades anônimas, como o Livro Diário, o Livro Razão, o Livro de Registro de Atas de Reunião da Diretoria, o Livro de Atas das Assembleias Gerais, o Livro de Atas de Reunião do Conselho Fiscal e outros exigidos pela Lei 11.638/07, pela legislação fiscal utilizam também livros auxiliares, os quais também são sujeitos à fiscalização e de uso normatizado pela SUSEP, a saber: ▪ Registro de Apólices e Bilhetes de Seguros Emitidos. ▪ Registro de Apólices e Bilhetes de Seguros Cobrados e Restituídos. 10 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial ▪ Registro de Sinistros Ocorridos. ▪ Registro de Sinistros Pagos. ▪ Registro de Comissões Emitidas. ▪ Registro de Prêmios Restituídos. ▪ Registro de Cosseguros Aceitos/Emitidos. ▪ Registro de Documentos Cobrados e Restituídos de Cosseguros Aceitos. 2. Estrutura Patrimonial O patrimônio das sociedades seguradoras, resseguradoras, de capitalização e entidades de previdência complementar aberta é representado por meio de três grandes Classes: ▪ Classe nº. 1 - refere-se ao Ativo em que se registra os bens e direitos das sociedades. ▪ Classe nº. 2 - refere-se ao Passivo, em que se registram as obrigações. ▪ Classe nº. 3 - diz respeito às contas de resultado. 1. ATIVO (Classe 1) 1.1. CIRCULANTE 1.2. NÃO CIRCULANTE 1.2.1. REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 1.2.2. INVESTIMENTOS 1.2.2. IMOBILIZADO 1.2.3. INTANG VEL 1.2.4. DIFERIDO 2. PASSIVO (Classe 2) 2.1. CIRCULANTE 2.2. NÃO CIRCULANTE 2.2.1. EXIG VEL EM LONGO PRAZO 2.2.2. RESULTADOS NÃO REALIZADOS 2.3. PATRIMÔNIO L QUIDO 11Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial 3. RESULTADO (Classe 3) 3.1. SEGUROS (Despesas e Receitas Operacionais de Seguros) 3.2. RESSEGUROS (Despesas e Receitas Operacionais de Resseguros) 3.3. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA (Despesas e Receitas Operacionais de Previdências) 3.4. CAPITALIZAÇÃO (Despesas e Receitas Operacionais de Capitalização) 3.5. DESPESAS ADMINISTRATIVAS 3.6. RESULTADO FINANCEIRO 3.7. RESULTADO PATRIMONIAL 3.8. RESULTADO NÃO OPERACIONAL 3.9. CONTAS DE IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES S/LUCRO 2.1. Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente a posição patrimonial e financeira da entidade em uma data determinada. Esse tipo de demonstração apresenta as contas classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento, bem como a análise da situação financeira da empresa. Portanto, é importante que as contas sejam classificadas no BP de forma ordenada e uniforme, para permitir aos usuários uma adequada análise e interpretação da situação patrimonial e financeira, o que, no caso do mercado segurador brasileiro, é facilitado pelo modelo de publicação. A estrutura dessa demonstração contábil é apresentada a partir da aglutinação máxima de contas, contida no modelo de publicação. Por determinação legal, as Companhias de Seguros, são constituídas sob a forma de sociedades anônimas. Portanto, além das regulamentações próprias desse mercado, estão sujeitas também a normas emanadas da Lei 11.638/2007, que trata das Sociedades por Ações. 12 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial Além das normas gerais de contabilidade aplicáveis a todas as sociedades anônimas, as empresas seguradoras devem obedecer, também, à regulamentação impostas pelos órgãos de fiscalização e controle, devendo publicar semestralmente o seu Balanço, suas demonstrações e notas explicativas, bem como o parecer dos auditores externos e Conselho Fiscal. Com a finalidade de atender aos critérios de comparabilidade previstos no Pronunciamento Conceitual Básico CPC 00 (R1) com os valores relativos ao final do exercício social anterior, as demonstrações contábeis individuais e consolidadas das companhias do mercado segurador devem conter duas colunas de valores comparáveis, uma relativa ao exercício social corrente e outra, ao anterior. Além disso, o anexo XI da Circular SUSEP n° 517/15 estabelece modelos de publicação específicos para Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração de Fluxo de Caixa. Esse normativo define, ainda, o nível de aglutinação máxima das contas para os modelos de publicação referentes ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício, a fim de que nenhuma informação seja agregada em um grupo de contas mais abrangente do que o estabelecido. A seguir, listamos e definimos os itens que devem compor as demonstrações contábeis de elaboração obrigatória pelas supervisionadas: a. Relatório de Administração (RA): Relatório de elaboração e a divulgação obrigatória, por ser parte integrante do rol de relatórios contidos na publicação das demonstrações individuais intermediárias e anuais. O RA deve evidenciar os negócios sociais e os principais fatos administrativos ocorridos no período considerado, os investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e de reinvestimentos de lucros, entre outros assuntos. b. Demonstração do Resultado Abrangente (DRA): Evidencia itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na DRE por exigência 13Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial ou permissão de pronunciamentos contábeis específicos. A SUSEP não estabelece um modelo de publicação para a DRA, de modo que as seguradoras e as EAPC devem seguir as regras estabelecidas no CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, incluindo as alterações promovidas pela Revisão de Pronunciamentos Técnicos – n.º 08/2015. Essa revisão passou a exigir a seguinte segregação: outros resultados abrangentes, exceto os citados no item a seguir, classificados por natureza e agrupados em contas que não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; e serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas forem atendidas; participação em outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto contabilizados pelo método da equivalência patrimonial, separadas pela participação nas contas que não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; e serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas forem atendidas. c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): A DMPL tem o objetivo de informar a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas que compõem o Patrimônio Líquido (PL), permite a visualização do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no PL durante o exercício. Trata-se, portanto, de informação complementar aos demais dados constantes do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. O anexo XI da Circular SUSEP nº 517/15 estabelece o modelo de publicação da DMPL. d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): A DFC objetiva informar sobre os pagamento e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos dentrode um período determinado. Auxilia, portanto, os usuários das demonstrações contábeis na análise da capacidade de geração de caixa e 14 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial equivalente de caixa e da necessidade de utilização desses fluxos de caixa. Segundo os itens 9 a 10 do CPC 03 (R2), os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa, de modo que os investimentos precisam ter conversibilidade imediata em montante conhecido de caixa e estar sujeito a um insignificante risco de mudança de valor. Ademais, a SUSEP requer que os investimentos tenham prazo de vencimento igual ou inferior a 90 (noventa) dias na data de aquisição. Os recebimentos e pagamentos de caixa são classificados, nessa demonstração, em três atividades: operacionais, de investimentos e de financiamento. A classificação dos recebimentos e pagamentos de caixa relaciona-se com natureza da transação que lhe dá origem. A natureza da transação deve levar em consideração a intenção subjacente para fins de classificação. O anexo XI da Circular SUSEP nº 517/15 define os modelos de publicação de DFC, elaborados pelo método direto e indireto a serem utilizados pelas entidades supervisionadas. e. Notas explicativas (NE): Possuem, como objetivo principal, o fornecimento das informações adicionais necessárias ao entendimento da situação patrimonial e do desempenho obtido pela companhia que divulga as demonstrações contábeis, ou, ainda, a menção de fatos que podem alterar futuramente essa situação patrimonial. Fazem parte do conjunto completo das demonstrações contábeis e devem compreender um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas. Podem ser apresentadas nas formas descritiva ou de quadros analíticos. Além das exigências presentes nos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC e recepcionados pela SUSEP, o artigo 156 da Circular SUSEP nº 517/15 estabelece um rol de notas explicativas de divulgação obrigatória, o qual será abordado mais detalhadamente ao longo do texto. 15Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial f. Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis: Relatório elaborado pelo auditor contábil independente, pelo qual se emite uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis individuais da supervisionada auditada às práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pela SUSEP, ou seja, as Normas Básicas e as Normas Recepcionadas contidas na Circular SUSEP n° 517/15. A opinião do auditor sobre as demonstrações consolidadas deve considerar a adequação aos pronunciamentos plenamente convergentes com as normas internacionais (IFRS), emitidos pelo CPC e recepcionados pela SUSEP. Forma de Envio das Demonstrações Contábeis: As demonstrações contábeis (individuais anuais e intermediárias, bem como as consolidadas anuais) constantes dos arts. 130 a 133 da Circular SUSEP nº 517, de 30 de julho de 2015, e alterações posteriores deverão ser encaminhadas apenas eletronicamente por meio do Sistema de Envio de Documentos. Após o envio de suas demonstrações contábeis, as supervisionadas receberão o respectivo número de protocolo, que servirá de comprovante da operação. O acesso ao Sistema de Envio de Documentos será realizado a partir das senhas enviadas pela Coordenação Geral de Tecnologia da Informação (CGETI) aos Diretores de Relações com a SUSEP de todas as supervisionadas, as quais definem um usuário master que, por sua vez, libera outros acessos para os demais usuários. Em caso de supervisionada nova, ainda sem acesso, deve encaminhar e-mail com o assunto login e senha de empresas para a SUSEP. As demonstrações contábeis individuais e consolidadas referentes ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro têm o dia 15 de março do ano seguinte como prazo limite de envio à SUSEP, conforme determina a Circular SUSEP nº 517, de 30 de julho de 2015, e alterações posteriores. 16 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial A referida norma estabelece, ainda, o dia 31 de agosto do mesmo exercício como data-limite para o envio das demonstrações contábeis intermediárias. As supervisionadas não deverão enviar à SUSEP os exemplares das publicações das demonstrações contábeis individuais anuais e intermediárias, bem como das demonstrações consolidadas em meio físico (papel), mas apenas em meio digital na forma especificada nesse documento. Os originais de tais documentos, no entanto, devem permanecer arquivados nas sedes das supervisionadas pelo prazo de 05 (cinco) anos, a contar das datas-limite de envio à SUSEP. Cabe ressaltar ainda, que, no período de arquivamento obrigatório, a SUSEP possui a prerrogativa de solicitar os originais dos referidos documentos a qualquer momento. A nomenclatura e os formatos digitais dos arquivos digitais devem seguir os exemplos que veremos a seguir. 3. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Forma estruturada de se evidenciar as receitas auferidas e as despesas incorridas dentro de um período (exercício social), de modo a explicar como o resultado líquido foi gerado. Esse resultado pode ser positivo (lucro) ou negativo (prejuízo), considerando os itens normais da operação e os tributos sobre o lucro e as participações no lucro concedidas a não acionistas. Por isso, se houver lucro, pode ser chamado de lucro dos acionistas e será destinado conforme regras societárias. Em caso de prejuízo do exercício, poderá ser absorvido por reserva própria ou transferido para conta de prejuízos acumulados no patrimônio líquido da empresa que, em última análise, pertence aos acionistas ou é distribuído como dividendo. No que se refere aos modelos de publicação das DREs que apresentam as operações de seguros e previdência, a principal diferença entre elas é o posicionamento dos blocos de grupos de contas específicos relativos à previdência e seguros. Quando houver a predominância de operações de previdência, o bloco relativo a essas operações é apresentado na parte superior da DRE, denominada 17Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial como “Previdência e Seguros”. Enquanto, quando houver a predominância de operações de seguros, o bloco relativo a essa operação é apresentado na parte superior da DRE, nomeada “Seguros e Previdência”. Os modelos de publicação de DRE têm como objetivo possibilitar a melhor visualização e compreensão do desempenho do período reportado nas demonstrações contábeis divulgadas pelas supervisionadas, tendo em vista que a base de formação dos dois modelos deriva do Quadro 23 do FIP/ SUSEP, o qual tem um tipo único de apresentação. Cabe destacar que o bloco de grupos de contas específico das operações de previdência registra todos os produtos que têm por essência “previdência complementar”, ou seja, abrange planos tradicionais, PGBL, PRGP, PAGP, PRI, VGBL, VAGP, VRGP, VRSA e VRI, mesmo que os cinco últimos sejam legalmente classificados como “seguros”. Vejamos o Modelo de DRE: Tabela 1: Modelo de DRE. Fonte: Adaptado do site Banco do Brasil. 18 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial 4. Reservas Técnicas Reservas ou Provisões Técnicas são expectativas de obrigações ou de perdas de ativos resultantes da aplicação do princípio contábil da Prudência. São efetuadas com o objetivo de apropriar, no resultado de um período de apuração, segundo o regime de competência, custos ou despesas que provável ou certamente ocorrerão no futuro. As Provisões Técnicas desempenham papéis relevantes no segmento de mercado segurador, pois visam garantir a solvência das companhias de seguros, oferecendo mais garantias para os compromissos assumidos pelas seguradoras. ▪ As Provisões Técnicas: Bem como outras Provisões, são, em essência, o lastro, ou seja, fundos constituídos compulsoriamente pelas seguradoras, independentemente de seu resultado ser lucro ou prejuízo. Tem por finalidade a garantia de suas operações, nos casos de insolvênciadas companhias seguradoras, tendo o segurado, privilégio especial sobre elas. As provisões são constituídas e revertidas periodicamente (diariamente, quinzenalmente e mensalmente), segundo as normas fixadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados e pela SUSEP. De acordo com a Resolução do CNSP nº.120, de 24 de dezembro de 2004, as Provisões Técnicas, conforme sua destinação e considerando a existência ou não de obrigação da seguradora em indenizar o segurado, classificam-se em: a. Provisões Técnicas Comprometidas. b. Provisões Técnicas Não-Comprometidas. ▪ Provisões Técnicas Comprometidas São destinadas ao provimento de eventos já ocorridos e ainda não liquidados, como por exemplo: 19Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial ▪ Provisão de Sinistros a Liquidar Nessa conta são registrados valores destinados ao pagamento de sinistros ocorridos e já comunicados à seguradora, pelo valor provável de pagamento. A Provisão de Sinistros a Liquidar deve ser constituída para a cobertura dos valores esperados a pagar, relativos a sinistros avisados, de acordo com a responsabilidade da sociedade seguradora. Para registro contábil, devemos considerar: ▪ Débito da conta: Despesas com Sinistro. ▪ Crédito da conta: Provisão de Sinistros a Liquidar. ▪ Provisão de Seguros Vencidos Representa valores a pagar referentes a contratos vencidos; aplica- se, exclusivamente, ao ramo vida. A provisão de sinistros ocorridos e não avisados deve ser constituída para a cobertura do valor esperado dos sinistros ocorridos e ainda não avisados, de acordo com a responsabilidade da sociedade seguradora. ▪ Provisões Técnicas Não-Comprometidas São destinadas a lastrear ou garantir as coberturas de riscos futuros ou não ocorridos referente aos contratos em vigor, bem como as operações de retrocessões com o IRB e são representadas na contabilidade das seguradoras pelas contas: ▪ Provisão de Riscos a Decorrer Representa valores para garantia de sinistros ocorridos e ainda não informados à seguradora. Aplica-se aos seguros de coisas e objetos com pagamento de prêmio mensal. ▪ Provisão de Prêmio Não Ganho Representa valores para cobertura de contratos em vigor, correspondente à parcela do seguro a decorrer, e se aplica aos seguros com pagamento de prêmio anual. 20 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial A provisão de prêmios não ganhos corresponde à parcela de prêmios não ganhos relativa ao período de cobertura do risco. Refere-se a parcelas de prêmios a decorrer e que ainda não se constituem em receita de prêmios. A provisão de prêmio não ganhos é constituída para proceder à contabilização da receita dos prêmios, de acordo com o regime da competência dos exercícios, e como garantia da indenização dos riscos assumidos. No estudo da Contabilidade das empresas seguradoras, essa conta (PPNG) tem papel relevante porque é movimentada por ocasião da comercialização dos seguros e, mensalmente, em consequência do regime de competência. ▪ Para registro contábil devemos considerar: Pela constituição da provisão: ▪ Débito da conta: Variação da Provisão de Prêmio Não Ganho. ▪ Crédito da conta: Provisão de Prêmio Não Ganho – PPNG. Função da conta Provisão de Prêmio Não Ganho: registrar, por ramo, as provisões de prêmios não ganhos que representam a parcela do prêmio correspondente ao período de risco ainda não decorrido, de acordo com a legislação pertinente. Funcionamento: ▪ Creditada pela constituição da provisão de prêmio não ganho. ▪ Debitada pela reversão da provisão de prêmio não ganho. A reversão da provisão de prêmio não ganho acontece mensalmente ou quando do cancelamento. Ainda sobre as Provisões Técnicas Não-Comprometidas, elas desenvolvem um importante papel econômico e social que se caracteriza pela proteção do patrimônio do segurado e, consequentemente, pela riqueza nacional e pela contribuição para o desenvolvimento econômico do país, por meio de subscrição de títulos da dívida pública, aquisição de ações e empréstimos sob garantias diversas. 21Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial ▪ Garantia Suplementar: Além das provisões técnicas citadas, a legislação de seguros institui uma garantia suplementar com objetivo de reforçá-las, representada por valor equivalente a 50% do seu capital realizado, destacando que esse valor deve ser coberto por aplicações específicas. Tais garantias, compulsoriamente, deverão ser vinculadas à ordem da SUSEP, isto é, só poderão ser alienadas com prévia e expressa autorização daquele órgão, de modo a preservar sua segurança, rentabilidade e liquidez. OBS.: As seguradoras estão obrigadas a demonstrar, mensalmente, para a SUSEP o cálculo das provisões técnicas constituídas e revertidas no período por meio de mapas específicos e modelos próprios para cada tipo de provisão. E, assim, tivemos a oportunidade de conhecer a estrutura patrimonial de uma seguradora, seu plano de contas e as particularidades que envolvem a contabilidade de seguros. 22 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial Considerações Finais Nesse livro vimos, também, as demonstrações contábeis obrigatórias e específicas para essas empresas, com destaque para o Plano de Contas, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e um pouco de suas reservas técnicas. E, a partir do conhecimento obtido, podemos compreender melhor o desempenho operacional desse mercado, em especial com relação ao tratamento dado às constituições, utilizações e reversões das provisões técnicas voltadas à Gestão de Risco e à Contabilidade Atuarial. 23Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial Referências SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP). Circular SUSEP nº 517, de 30 de julho de 2015. Dispõe sobre provisões técnicas; teste de adequação de passivos; ativos redutores; capital de risco de subscrição, crédito, operacional e mercado; constituição de banco de dados de perdas operacionais; plano de regularização de solvência; registro, custódia e movimentação de ativos, títulos e valores mobiliários garantidores das provisões técnicas; Formulário de Informações Periódicas – FIP/SUSEP; Normas Contábeis e auditoria contábil independente das seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores; exame de certificação e educação profissional continuada do auditor contábil independente e sobre os Pronunciamentos Técnicos elaborados pelo Instituto Brasileiro de Atuária – IBA. Diário Oficial da União. 11 ago. 2015. Título da Unidade Objetivos Introdução Aplicação Prática dos Conceitos de Matemática Financeira e Probabilidade Estatística Para início de conversa… Objetivo 1. Taxa de Juros, Juros Simples e Compostos 1.1 Taxa de Juros 1.2 Juros Simples 1.3 Juros Compostos 2. Probabilidade e Estatística 2.1 Probabilidade 2.2 Estatística 2.3 Média, Mediana, Moda e Desvio Padrão 2.3.1 Média 2.3.2 Mediana 2.3.3 Moda 2.3.4 Erro ou Desvio Padrão Referências _984zyeksitpr _his4m17p7l5h _8qcx8p78an1k _hs9smqqjppyo _mox1m3xkvluq _8r8ihp26p324 _10038ie0ya5l Aplicação Prática e Contábil dos Conceitos de Seguros Para início de conversa… Objetivo 1. História, Elemento e Definição 1.1 Elementos do Seguro 2. Riscos Diversos e Lucros Cessantes 3. Seguros de Automóveis e Saúde Referências Teoria do Seguro e Princípios das Operações do Seguro Para início de conversa… Objetivo 1. Definição e Classificação 1.1 Aspectos Econômicos 2. Teoria da Probabilidade 3. Mutualismo Referências _6ap8x41fvu56 _bdm2vj6p7nkj _s83k8ogovuz6 _pj940yf64pvq _9i9fb2stlvz6 Contrato de Seguro e Prêmio Para início de conversa… Objetivo 1. Definição e Classificação de Contrato de Seguro 2. Instrumentos do Contrato de Seguro: Proposta de Seguro 2.1 Apólice 2.1.2 Tipos de Apólice 3. Endosso do Contrato de Seguro 4. Características do Contrato de Seguro 5. Elementos do Seguro 6. Formalização de Seguro 7. Risco 7.1 Tipos de Risco 8. Prêmio ReferênciasFormação do Prêmio de Seguro Para início de conversa… Objetivo 1. Custos e Mensuração 1.1 Taxa Estatística, ou Prêmio Estatístico, ou ainda, Prêmio de Risco 1.2 Taxa Pura ou Prêmio Puro 1.3 Taxa Comercial ou Prêmio Comercial 2. Despesas Administrativas e Despesas de Comercialização 2.1 Despesas de Comercialização 3. Encargos e Impostos Referências Introdução Atuarial Para início de conversa… Objetivo 1. Introdução Atuarial 1.1 Esperança Matemática 2. Tábua de Mortalidade 3. Vida Média Completa 3.1 Tábuas de Comutação 3.2 Seguros e Rendas Referência Risco e Retorno Para início de conversa… Objetivo 1. Conceito de Risco e Gestão Estratégica de Riscos 2. Princípios da Gestão Estratégica do Risco 2.1 Modelagem dos Fatores de Risco e Métodos para Mensurar 2.2 Medidas de Performance Ajustadas ao Risco Referências _b2zw1ivszz7n _jsgdtji868dr _9wsctdql3xwj Plano de Contas Para Início de Conversa… Objetivo 1. Plano de Contas 1.1. Critérios e Princípios Contábeis 1.1.2. Contabilização 1.1.3. Escrituração 2. Estrutura Patrimonial 2.1. Balanço Patrimonial 3. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 4. Reservas Técnicas Considerações Finais Referências
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