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Plano de Contas
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Hebert José Penha Sá
1ª Edição
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Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
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Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Plano de Contas
Para Início de Conversa… ................................................................. 04
Objetivo ........................................................................................... 05
1. Plano de Contas .................................................................. 06
1.1. Critérios e Princípios Contábeis .............................................. 06
1.1.2. Contabilização ..................................................................... 09
1.1.3. Escrituração ........................................................................ 09
2. Estrutura Patrimonial ............................................................ 10
2.1. Balanço Patrimonial ............................................................. 11
3. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ...................... 16
4. Reservas Técnicas ................................................................ 18
Considerações Finais ......................................................................... 22
Referências ....................................................................................... 23
4 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
Para Início de Conversa…
Vamos tratar, aqui, das Demonstrações Contábeis relativas às 
Sociedades Seguradoras de acordo com a Circular da Susep nº.517/2015, 
que se aplica também às empresas de Capitalização e Previdência Privada 
complementar aberta, que tem o objetivo de padronizar as informações 
enviadas pelas empresas desses segmentos para a SUSEP. Veremos que 
o Plano de Contas utilizado pelas empresas de Seguros, Capitalização 
e Previdência complementar aberta é único para todas as empresas. A 
exemplo do que já acontece hoje com as instituições financeiras, essa 
padronização define normas, critérios e procedimentos de contabilização 
a serem observados pelas empresas, a fim de facilitar a fiscalização e o 
acompanhamento das empresas pelo agente fiscalizador. 
5Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
Objetivo
Elaborar um Plano de Contas
6 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
1. Plano de Contas
O Plano de Contas estabelecido 
pela SUSEP contém todas as contas 
obrigatoriamente utilizadas pelas 
Sociedades Seguradoras e tem, 
por finalidade, uniformizar os 
registros contábeis, racionalizar a 
utilização das contas, estabelecer 
regras, critérios e procedimentos 
necessários à obtenção e divulgação de 
dados, possibilitar o acompanhamento 
do sistema nacional de seguros privados, 
bem como a análise, a avaliação 
do desempenho e o controle da 
situação econômico-financeira das 
sociedades seguradoras.
Para complementar os conhecidos nessa área, é importante a leitura no site da SUSEP das 
informações sobre o Plano de Contas das seguradoras.
1.1. Critérios e Princípios Contábeis
A Contabilidade de Seguros é regulamentada dentro dos princípios 
e normas da Contabilidade Geral. Sua aplicabilidade, contudo, é voltada 
para o atendimento das exigências jurídicas, técnicas, econômicas e 
administrativas, decorrentes da complexidade da operação específica do 
mercado segurador.
As demonstrações financeiras das companhias seguradoras devem 
ser publicadas semestralmente e remetidas à SUSEP. Os formulários de 
informações periódicas (mensal) têm, ainda, um questionário trimestral e o 
relatório de auditoria, que é semestral.
Figura 1: Construindo um plano de contas para 
seguradoras. Fonte: Dreamstime.
Importante
7Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
Seguro é um mercado densamente regulado. As normas contemplam 
todo o período de funcionamento das sociedades, desde a sua constituição até a 
sua liquidação.
A Comissão Contábil foi criada pela Circular SUSEP n.° 224/2002, 
mediante seu art. 3º, constituída por representantes da SUSEP, da FENASEG, 
da ANAPP, do CFC e do IBRACON, com a atribuição de acompanhar o Plano 
de Contas das sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e entidades 
abertas de previdência complementar, assim como propor eventuais alterações 
que venham a ser consideradas necessárias.
A SUSEP tem seu plano de conta previsto pela resolução CNSP 86/201 
e atualizado pela circular 517/2015, tendo todas as contas obrigatórias para 
utilização das seguradoras. O plano de conta tem a finalidade de padronizar os 
registros contábeis das empresas seguradoras.
Dessa forma, as seguradoras podem estabelecer o seu efetivo controle para 
que suas demonstrações possam expressar a real situação econômica e financeira.
As principais operações de seguros são:
Prêmios: Sinistros:
 ▪ Indenizações avisadas e/ou pagas.
 ▪ Pagamento do sinistro.
 ▪ Recuperação de sinistros de resseguros.
 ▪ Salvados e ressarcimentos.
 ▪ Custos de comercialização.
 ▪ Prêmios emitidos.
 ▪ Prêmio cancelado.
 ▪ Prêmio restituído.
 ▪ Prêmio de cosseguro cedido.
 ▪ Prêmio de cosseguro aceito.
 ▪ Prêmio de resseguros.
 ▪ Provisão de prêmio não 
ganho (PPNG).
 ▪ Provisão de sinistro 
a liquidar.
 ▪ Provisão de sinistros ocorridos 
e não avisados.
Figura 2: Operações de seguros. Fonte: Dreamstime.
8 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
As Normas Gerais de Contabilidade, Elaboração e Apresentação 
das Demonstrações Contábeis, a partir da Resolução do CNSP 019/90, 
aprovaram a reestruturação do Plano de Contas das Sociedades 
Seguradoras, que passou a ter o mesmo padrão e uniformidade para 
todas as Sociedades Seguradoras, Resseguradoras, de Capitalização e 
Entidades Abertas de Previdência Privada Complementar.
Atualmente, as Normas Gerais de Contabilidade estão estabelecidas 
na Resolução CNSP 086/02 e na Circular SUSEP 517/2015, de 30 de 
julho de 2015, e seus anexos:
Dispõe sobre alterações das Normas Contábeis a serem 
observadas pelas sociedades seguradoras, resseguradoras, 
sociedades de capitalização e entidades abertas de previdências 
complementares, instituídas pela Resolução CNSP Nº 86.
Elas determinam que a escrituração contábil deverá abranger 
todas as operações ou transações que envolvam responsabilidades da 
sociedade e que modifiquem ou possam vir a modificar a composição de 
seu patrimônio.
Além de obedecerem às Normas Contábeis emanadas da SUSEP, 
em consonância com o CFC, as Companhias Seguradoras estão sujeitas 
à classificação contábil, determinada pela lei 11.638/07, e a alterações, 
pela lei 11.941/08, que define sua padronização e formas de apresentação 
das demonstrações contábeis:
Art. 120. da Circular 517/2015. A escrituração das operações 
deve obedecer às normas estabelecidas pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis – CPC e pela Resolução nº 
750/93, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, no que 
não contrariem as disposições contidas neste Capítulo e nos 
anexos X e XI.
Art. 121. Registram-se as receitas e despesas no período em 
que elas ocorrem, observado o regime de competência.
9Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
1.1.2. Contabilização
Os registros dos atos e fatos administrativos devem obedecer 
plenamente aos princípios contábeis geralmente aceitos, prevalecendo 
o princípio da competência. Significa que as receitas e as despesas são 
atribuídas ao período de acordo com a ocorrência do fato gerador e não em 
função do recebimento oudesembolso do dinheiro.
As despesas de comercialização serão reconhecidas nas contas de 
resultados, quando da emissão da apólice, e mensalmente diferidas pelo 
mesmo critério do prêmio, ou seja, baseadas no prazo de vigência do risco.
Incluem-se, nesses conceitos, os prêmios, sinistros e despesas de 
comercialização relativos a seguros, cosseguros, resseguros e retrocessão. 
Os sinistros devem ser registrados contabilmente, sempre que avisados.
1.1.3. Escrituração
A escrituração deverá incluir todas as operações que envolvam 
responsabilidade da sociedade e que modifiquem ou possam a vir 
modificar a composição de seu patrimônio.
A escrituração será centralizada na sede da sociedade ou, no caso 
de sociedade estrangeira, em sua representação geral no Brasil.
As seguradoras, além dos livros utilizados pelas demais sociedades 
anônimas, como o Livro Diário, o Livro Razão, o Livro de Registro de 
Atas de Reunião da Diretoria, o Livro de Atas das Assembleias Gerais, 
o Livro de Atas de Reunião do Conselho Fiscal e outros exigidos pela 
Lei 11.638/07, pela legislação fiscal utilizam também livros auxiliares, 
os quais também são sujeitos à fiscalização e de uso normatizado pela 
SUSEP, a saber:
 ▪ Registro de Apólices e Bilhetes de Seguros Emitidos.
 ▪ Registro de Apólices e Bilhetes de Seguros Cobrados e Restituídos.
10 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
 ▪ Registro de Sinistros Ocorridos.
 ▪ Registro de Sinistros Pagos.
 ▪ Registro de Comissões Emitidas.
 ▪ Registro de Prêmios Restituídos.
 ▪ Registro de Cosseguros Aceitos/Emitidos.
 ▪ Registro de Documentos Cobrados e Restituídos de 
Cosseguros Aceitos.
2. Estrutura Patrimonial
O patrimônio das sociedades seguradoras, resseguradoras, de 
capitalização e entidades de previdência complementar aberta é representado 
por meio de três grandes Classes:
 ▪ Classe nº. 1 - refere-se ao Ativo em que se registra os bens e 
direitos das sociedades.
 ▪ Classe nº. 2 - refere-se ao Passivo, em que se registram as 
obrigações.
 ▪ Classe nº. 3 - diz respeito às contas de resultado.
1. ATIVO (Classe 1) 
1.1. CIRCULANTE
1.2. NÃO CIRCULANTE
1.2.1. REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO
1.2.2. INVESTIMENTOS
1.2.2. IMOBILIZADO
1.2.3. INTANG VEL
1.2.4. DIFERIDO
2. PASSIVO (Classe 2)
2.1. CIRCULANTE
2.2. NÃO CIRCULANTE
2.2.1. EXIG VEL EM LONGO PRAZO
2.2.2. RESULTADOS NÃO REALIZADOS
2.3. PATRIMÔNIO L QUIDO
11Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
3. RESULTADO (Classe 3)
3.1. SEGUROS (Despesas e Receitas Operacionais de Seguros)
3.2. RESSEGUROS (Despesas e Receitas Operacionais de 
 Resseguros)
3.3. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA (Despesas e Receitas Operacionais de Previdências)
3.4. CAPITALIZAÇÃO (Despesas e Receitas Operacionais de 
 Capitalização)
3.5. DESPESAS ADMINISTRATIVAS
3.6. RESULTADO FINANCEIRO
3.7. RESULTADO PATRIMONIAL
3.8. RESULTADO NÃO OPERACIONAL
3.9. CONTAS DE IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES S/LUCRO
2.1. Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar qualitativa e quantitativamente a posição patrimonial e financeira 
da entidade em uma data determinada. Esse tipo de demonstração apresenta 
as contas classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem 
e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento, bem como a análise da 
situação financeira da empresa. 
Portanto, é importante que as contas sejam classificadas no BP 
de forma ordenada e uniforme, para permitir aos usuários uma adequada 
análise e interpretação da situação patrimonial e financeira, o que, no caso 
do mercado segurador brasileiro, é facilitado pelo modelo de publicação. A 
estrutura dessa demonstração contábil é apresentada a partir da aglutinação 
máxima de contas, contida no modelo de publicação. 
Por determinação legal, as Companhias de Seguros, são constituídas 
sob a forma de sociedades anônimas. Portanto, além das regulamentações 
próprias desse mercado, estão sujeitas também a normas emanadas da Lei 
11.638/2007, que trata das Sociedades por Ações.
12 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
Além das normas gerais de contabilidade aplicáveis a todas as 
sociedades anônimas, as empresas seguradoras devem obedecer, também, 
à regulamentação impostas pelos órgãos de fiscalização e controle, devendo 
publicar semestralmente o seu Balanço, suas demonstrações e notas 
explicativas, bem como o parecer dos auditores externos e Conselho Fiscal. 
Com a finalidade de atender aos critérios de comparabilidade previstos 
no Pronunciamento Conceitual Básico CPC 00 (R1) com os valores relativos 
ao final do exercício social anterior, as demonstrações contábeis individuais 
e consolidadas das companhias do mercado segurador devem conter duas 
colunas de valores comparáveis, uma relativa ao exercício social corrente e 
outra, ao anterior. 
Além disso, o anexo XI da Circular SUSEP n° 517/15 estabelece 
modelos de publicação específicos para Balanço Patrimonial, Demonstração do 
Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
e Demonstração de Fluxo de Caixa. Esse normativo define, ainda, o nível 
de aglutinação máxima das contas para os modelos de publicação referentes 
ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício, a fim 
de que nenhuma informação seja agregada em um grupo de contas mais 
abrangente do que o estabelecido. 
A seguir, listamos e definimos os itens que devem compor as 
demonstrações contábeis de elaboração obrigatória pelas supervisionadas: 
a. Relatório de Administração (RA):
Relatório de elaboração e a divulgação obrigatória, por ser 
parte integrante do rol de relatórios contidos na publicação das 
demonstrações individuais intermediárias e anuais. O RA deve 
evidenciar os negócios sociais e os principais fatos administrativos 
ocorridos no período considerado, os investimentos em 
outras empresas, a política de distribuição de dividendos e de 
reinvestimentos de lucros, entre outros assuntos. 
b. Demonstração do Resultado Abrangente (DRA):
Evidencia itens de receita e despesa (incluindo ajustes de 
reclassificação) que não são reconhecidos na DRE por exigência 
13Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
ou permissão de pronunciamentos contábeis específicos. A 
SUSEP não estabelece um modelo de publicação para a DRA, 
de modo que as seguradoras e as EAPC devem seguir as regras 
estabelecidas no CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações 
Contábeis, incluindo as alterações promovidas pela Revisão de 
Pronunciamentos Técnicos – n.º 08/2015.
Essa revisão passou a exigir a seguinte segregação: outros 
resultados abrangentes, exceto os citados no item a seguir, 
classificados por natureza e agrupados em contas que não serão 
reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; 
e serão reclassificados subsequentemente para o resultado 
do período, quando condições específicas forem atendidas; 
participação em outros resultados abrangentes de coligadas e 
empreendimentos controlados em conjunto contabilizados pelo 
método da equivalência patrimonial, separadas pela participação 
nas contas que não serão reclassificadas subsequentemente para 
o resultado do período; e serão reclassificadas subsequentemente 
para o resultado do período, quando condições específicas 
forem atendidas. 
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL):
A DMPL tem o objetivo de informar a movimentação ocorrida 
durante o exercício nas diversas contas que compõem o 
Patrimônio Líquido (PL), permite a visualização do fluxo de uma 
conta para outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou 
diminuição no PL durante o exercício. 
Trata-se, portanto, de informação complementar aos demais 
dados constantes do Balanço Patrimonial e da Demonstração 
do Resultado do Exercício. O anexo XI da Circular SUSEP nº 
517/15 estabelece o modelo de publicação da DMPL. 
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC):
A DFC objetiva informar sobre os pagamento e recebimentos, 
em dinheiro, de uma empresa, ocorridos dentrode um período 
determinado. Auxilia, portanto, os usuários das demonstrações 
contábeis na análise da capacidade de geração de caixa e 
14 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
equivalente de caixa e da necessidade de utilização desses 
fluxos de caixa. 
Segundo os itens 9 a 10 do CPC 03 (R2), os equivalentes de caixa 
são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de 
caixa, de modo que os investimentos precisam ter conversibilidade 
imediata em montante conhecido de caixa e estar sujeito a um 
insignificante risco de mudança de valor. 
Ademais, a SUSEP requer que os investimentos tenham 
prazo de vencimento igual ou inferior a 90 (noventa) dias na 
data de aquisição. Os recebimentos e pagamentos de caixa 
são classificados, nessa demonstração, em três atividades: 
operacionais, de investimentos e de financiamento. 
A classificação dos recebimentos e pagamentos de caixa 
relaciona-se com natureza da transação que lhe dá origem. A 
natureza da transação deve levar em consideração a intenção 
subjacente para fins de classificação. O anexo XI da Circular 
SUSEP nº 517/15 define os modelos de publicação de DFC, 
elaborados pelo método direto e indireto a serem utilizados 
pelas entidades supervisionadas. 
e. Notas explicativas (NE): 
Possuem, como objetivo principal, o fornecimento das 
informações adicionais necessárias ao entendimento da situação 
patrimonial e do desempenho obtido pela companhia que divulga 
as demonstrações contábeis, ou, ainda, a menção de fatos que 
podem alterar futuramente essa situação patrimonial. 
Fazem parte do conjunto completo das demonstrações contábeis 
e devem compreender um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas. 
Podem ser apresentadas nas formas descritiva ou de quadros 
analíticos. Além das exigências presentes nos pronunciamentos 
técnicos emitidos pelo CPC e recepcionados pela SUSEP, o 
artigo 156 da Circular SUSEP nº 517/15 estabelece um rol de 
notas explicativas de divulgação obrigatória, o qual será abordado 
mais detalhadamente ao longo do texto. 
15Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
f. Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações 
Contábeis:
Relatório elaborado pelo auditor contábil independente, 
pelo qual se emite uma opinião sobre a adequação das 
demonstrações contábeis individuais da supervisionada 
auditada às práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis 
às instituições autorizadas a funcionar pela SUSEP, ou seja, 
as Normas Básicas e as Normas Recepcionadas contidas na 
Circular SUSEP n° 517/15. 
A opinião do auditor sobre as demonstrações consolidadas 
deve considerar a adequação aos pronunciamentos plenamente 
convergentes com as normas internacionais (IFRS), emitidos 
pelo CPC e recepcionados pela SUSEP.
Forma de Envio das Demonstrações Contábeis: As 
demonstrações contábeis (individuais anuais e intermediárias, bem 
como as consolidadas anuais) constantes dos arts. 130 a 133 da Circular 
SUSEP nº 517, de 30 de julho de 2015, e alterações posteriores deverão 
ser encaminhadas apenas eletronicamente por meio do Sistema de Envio 
de Documentos. 
Após o envio de suas demonstrações contábeis, as supervisionadas 
receberão o respectivo número de protocolo, que servirá de comprovante 
da operação. O acesso ao Sistema de Envio de Documentos será realizado 
a partir das senhas enviadas pela Coordenação Geral de Tecnologia da 
Informação (CGETI) aos Diretores de Relações com a SUSEP de todas 
as supervisionadas, as quais definem um usuário master que, por sua 
vez, libera outros acessos para os demais usuários. 
Em caso de supervisionada nova, ainda sem acesso, deve 
encaminhar e-mail com o assunto login e senha de empresas para a 
SUSEP. As demonstrações contábeis individuais e consolidadas 
referentes ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro têm o dia 
15 de março do ano seguinte como prazo limite de envio à SUSEP, 
conforme determina a Circular SUSEP nº 517, de 30 de julho de 2015, 
e alterações posteriores. 
16 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
A referida norma estabelece, ainda, o dia 31 de agosto do mesmo 
exercício como data-limite para o envio das demonstrações contábeis 
intermediárias. As supervisionadas não deverão enviar à SUSEP os 
exemplares das publicações das demonstrações contábeis individuais anuais 
e intermediárias, bem como das demonstrações consolidadas em meio físico 
(papel), mas apenas em meio digital na forma especificada nesse documento. 
Os originais de tais documentos, no entanto, devem permanecer 
arquivados nas sedes das supervisionadas pelo prazo de 05 (cinco) anos, a 
contar das datas-limite de envio à SUSEP. Cabe ressaltar ainda, que, no período 
de arquivamento obrigatório, a SUSEP possui a prerrogativa de solicitar os 
originais dos referidos documentos a qualquer momento. A nomenclatura 
e os formatos digitais dos arquivos digitais devem seguir os exemplos que 
veremos a seguir.
3. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
Forma estruturada de se evidenciar as receitas auferidas e as despesas 
incorridas dentro de um período (exercício social), de modo a explicar como 
o resultado líquido foi gerado. Esse resultado pode ser positivo (lucro) ou 
negativo (prejuízo), considerando os itens normais da operação e os tributos 
sobre o lucro e as participações no lucro concedidas a não acionistas. 
Por isso, se houver lucro, pode ser chamado de lucro dos acionistas e 
será destinado conforme regras societárias. Em caso de prejuízo do exercício, 
poderá ser absorvido por reserva própria ou transferido para conta de prejuízos 
acumulados no patrimônio líquido da empresa que, em última análise, 
pertence aos acionistas ou é distribuído como dividendo. 
No que se refere aos modelos de publicação das DREs que apresentam 
as operações de seguros e previdência, a principal diferença entre elas é o 
posicionamento dos blocos de grupos de contas específicos relativos à 
previdência e seguros. 
Quando houver a predominância de operações de previdência, o bloco 
relativo a essas operações é apresentado na parte superior da DRE, denominada 
17Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
como “Previdência e Seguros”. Enquanto, quando houver a predominância de 
operações de seguros, o bloco relativo a essa operação é apresentado na parte 
superior da DRE, nomeada “Seguros e Previdência”. 
Os modelos de publicação de DRE têm como objetivo possibilitar a 
melhor visualização e compreensão do desempenho do período reportado nas 
demonstrações contábeis divulgadas pelas supervisionadas, tendo em vista 
que a base de formação dos dois modelos deriva do Quadro 23 do FIP/
SUSEP, o qual tem um tipo único de apresentação. 
Cabe destacar que o bloco de grupos de contas específico das operações 
de previdência registra todos os produtos que têm por essência “previdência 
complementar”, ou seja, abrange planos tradicionais, PGBL, PRGP, PAGP, 
PRI, VGBL, VAGP, VRGP, VRSA e VRI, mesmo que os cinco últimos sejam 
legalmente classificados como “seguros”. 
Vejamos o Modelo de DRE:
Tabela 1: Modelo de DRE. Fonte: Adaptado do site Banco do Brasil.
18 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
4. Reservas Técnicas
Reservas ou Provisões Técnicas são expectativas de obrigações 
ou de perdas de ativos resultantes da aplicação do princípio contábil da 
Prudência. São efetuadas com o objetivo de apropriar, no resultado de 
um período de apuração, segundo o regime de competência, custos ou 
despesas que provável ou certamente ocorrerão no futuro.
As Provisões Técnicas desempenham papéis relevantes no 
segmento de mercado segurador, pois visam garantir a solvência das 
companhias de seguros, oferecendo mais garantias para os compromissos 
assumidos pelas seguradoras. 
 ▪ As Provisões Técnicas:
Bem como outras Provisões, são, em essência, o lastro, ou seja, fundos 
constituídos compulsoriamente pelas seguradoras, independentemente de 
seu resultado ser lucro ou prejuízo. Tem por finalidade a garantia de suas 
operações, nos casos de insolvênciadas companhias seguradoras, tendo o 
segurado, privilégio especial sobre elas.
As provisões são constituídas e revertidas periodicamente (diariamente, 
quinzenalmente e mensalmente), segundo as normas fixadas pelo Conselho 
Nacional de Seguros Privados e pela SUSEP.
De acordo com a Resolução do CNSP nº.120, de 24 de dezembro 
de 2004, as Provisões Técnicas, conforme sua destinação e considerando 
a existência ou não de obrigação da seguradora em indenizar o segurado, 
classificam-se em:
a. Provisões Técnicas Comprometidas.
b. Provisões Técnicas Não-Comprometidas.
 ▪ Provisões Técnicas Comprometidas
São destinadas ao provimento de eventos já ocorridos e ainda não 
liquidados, como por exemplo:
19Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
 ▪ Provisão de Sinistros a Liquidar
Nessa conta são registrados valores destinados ao pagamento de 
sinistros ocorridos e já comunicados à seguradora, pelo valor 
provável de pagamento. A Provisão de Sinistros a Liquidar deve 
ser constituída para a cobertura dos valores esperados a pagar, 
relativos a sinistros avisados, de acordo com a responsabilidade 
da sociedade seguradora.
Para registro contábil, devemos considerar:
 ▪ Débito da conta: Despesas com Sinistro.
 ▪ Crédito da conta: Provisão de Sinistros a Liquidar.
 ▪ Provisão de Seguros Vencidos
Representa valores a pagar referentes a contratos vencidos; aplica-
se, exclusivamente, ao ramo vida. A provisão de sinistros ocorridos 
e não avisados deve ser constituída para a cobertura do valor 
esperado dos sinistros ocorridos e ainda não avisados, de acordo 
com a responsabilidade da sociedade seguradora.
 ▪ Provisões Técnicas Não-Comprometidas
São destinadas a lastrear ou garantir as coberturas de riscos futuros 
ou não ocorridos referente aos contratos em vigor, bem como 
as operações de retrocessões com o IRB e são representadas na 
contabilidade das seguradoras pelas contas:
 ▪ Provisão de Riscos a Decorrer
Representa valores para garantia de sinistros ocorridos e ainda não 
informados à seguradora. Aplica-se aos seguros de coisas e objetos 
com pagamento de prêmio mensal.
 ▪ Provisão de Prêmio Não Ganho
Representa valores para cobertura de contratos em vigor, 
correspondente à parcela do seguro a decorrer, e se aplica aos 
seguros com pagamento de prêmio anual.
20 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
A provisão de prêmios não ganhos corresponde à parcela de prêmios 
não ganhos relativa ao período de cobertura do risco. Refere-se a 
parcelas de prêmios a decorrer e que ainda não se constituem em 
receita de prêmios. 
A provisão de prêmio não ganhos é constituída para proceder à 
contabilização da receita dos prêmios, de acordo com o regime da 
competência dos exercícios, e como garantia da indenização dos 
riscos assumidos.
No estudo da Contabilidade das empresas seguradoras, essa conta 
(PPNG) tem papel relevante porque é movimentada por ocasião da 
comercialização dos seguros e, mensalmente, em consequência do 
regime de competência.
 ▪ Para registro contábil devemos considerar:
Pela constituição da provisão:
 ▪ Débito da conta: Variação da Provisão de Prêmio Não Ganho.
 ▪ Crédito da conta: Provisão de Prêmio Não Ganho – PPNG.
Função da conta Provisão de Prêmio Não Ganho: registrar, por ramo, 
as provisões de prêmios não ganhos que representam a parcela do prêmio 
correspondente ao período de risco ainda não decorrido, de acordo com a 
legislação pertinente.
Funcionamento:
 ▪ Creditada pela constituição da provisão de prêmio não ganho.
 ▪ Debitada pela reversão da provisão de prêmio não ganho.
A reversão da provisão de prêmio não ganho acontece mensalmente ou 
quando do cancelamento.
Ainda sobre as Provisões Técnicas Não-Comprometidas, elas 
desenvolvem um importante papel econômico e social que se caracteriza pela 
proteção do patrimônio do segurado e, consequentemente, pela riqueza nacional 
e pela contribuição para o desenvolvimento econômico do país, por meio de 
subscrição de títulos da dívida pública, aquisição de ações e empréstimos sob 
garantias diversas. 
21Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
 ▪ Garantia Suplementar:
Além das provisões técnicas citadas, a legislação de seguros institui 
uma garantia suplementar com objetivo de reforçá-las, representada por 
valor equivalente a 50% do seu capital realizado, destacando que esse 
valor deve ser coberto por aplicações específicas. 
Tais garantias, compulsoriamente, deverão ser vinculadas à ordem 
da SUSEP, isto é, só poderão ser alienadas com prévia e expressa autorização 
daquele órgão, de modo a preservar sua segurança, rentabilidade e liquidez.
OBS.: As seguradoras estão obrigadas a demonstrar, mensalmente, 
para a SUSEP o cálculo das provisões técnicas constituídas e revertidas 
no período por meio de mapas específicos e modelos próprios para cada 
tipo de provisão.
E, assim, tivemos a oportunidade de conhecer a estrutura 
patrimonial de uma seguradora, seu plano de contas e as particularidades 
que envolvem a contabilidade de seguros.
22 Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
Considerações Finais 
Nesse livro vimos, também, as demonstrações contábeis obrigatórias e 
específicas para essas empresas, com destaque para o Plano de Contas, Balanço 
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e um pouco de suas 
reservas técnicas. E, a partir do conhecimento obtido, podemos compreender 
melhor o desempenho operacional desse mercado, em especial com relação 
ao tratamento dado às constituições, utilizações e reversões das provisões 
técnicas voltadas à Gestão de Risco e à Contabilidade Atuarial.
23Gestão de Risco e Contabilidade Atuarial
Referências
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP). Circular 
SUSEP nº 517, de 30 de julho de 2015. Dispõe sobre provisões técnicas; teste 
de adequação de passivos; ativos redutores; capital de risco de subscrição, 
crédito, operacional e mercado; constituição de banco de dados de perdas 
operacionais; plano de regularização de solvência; registro, custódia e 
movimentação de ativos, títulos e valores mobiliários garantidores das 
provisões técnicas; Formulário de Informações Periódicas – FIP/SUSEP; 
Normas Contábeis e auditoria contábil independente das seguradoras, 
entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização 
e resseguradores; exame de certificação e educação profissional continuada 
do auditor contábil independente e sobre os Pronunciamentos Técnicos 
elaborados pelo Instituto Brasileiro de Atuária – IBA. Diário Oficial da 
União. 11 ago. 2015.
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	Aplicação Prática dos Conceitos de Matemática Financeira e Probabilidade Estatística
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1.	Taxa de Juros, Juros Simples e Compostos
	1.1	Taxa de Juros
	1.2	Juros Simples
	1.3	Juros Compostos
	2.	Probabilidade e Estatística
	2.1	Probabilidade
	2.2	Estatística
	2.3	Média, Mediana, Moda e Desvio Padrão
	2.3.1	Média
	2.3.2	Mediana
	2.3.3	Moda
	2.3.4	Erro ou Desvio Padrão
	Referências
	_984zyeksitpr
	_his4m17p7l5h
	_8qcx8p78an1k
	_hs9smqqjppyo
	_mox1m3xkvluq
	_8r8ihp26p324
	_10038ie0ya5l
	Aplicação Prática e Contábil dos Conceitos
de Seguros
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1.	História, Elemento e Definição
	1.1	Elementos do Seguro
	2.	Riscos Diversos e Lucros Cessantes
	3.	Seguros de Automóveis e Saúde
	Referências
	Teoria do Seguro e Princípios das Operações do Seguro
	Para início de conversa…
	Objetivo 
	1. 	Definição e Classificação 
	1.1	 Aspectos Econômicos
	2.	Teoria da Probabilidade
	3.	Mutualismo
	Referências
	_6ap8x41fvu56
	_bdm2vj6p7nkj
	_s83k8ogovuz6
	_pj940yf64pvq
	_9i9fb2stlvz6
	Contrato de Seguro e Prêmio
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Definição e Classificação de Contrato de Seguro
	2.	Instrumentos do Contrato de Seguro: Proposta de Seguro
	2.1 	Apólice
	2.1.2	Tipos de Apólice
	3. 	Endosso do Contrato de Seguro
	4. 	Características do Contrato de Seguro
	5. 	Elementos do Seguro
	6. 	Formalização de Seguro
	7. 	Risco
	7.1 	Tipos de Risco
	8. 	Prêmio
	ReferênciasFormação do Prêmio de Seguro
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Custos e Mensuração
	1.1 	Taxa Estatística, ou Prêmio Estatístico, ou ainda, Prêmio de Risco
	1.2 	Taxa Pura ou Prêmio Puro
	1.3 	Taxa Comercial ou Prêmio Comercial
	2. 	Despesas Administrativas e Despesas de Comercialização
	2.1 	Despesas de Comercialização
	3. 	Encargos e Impostos
	Referências
	Introdução Atuarial
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Introdução Atuarial
	1.1 	Esperança Matemática
	2. 	Tábua de Mortalidade 
	3. 	Vida Média Completa
	3.1 	Tábuas de Comutação
	3.2 	Seguros e Rendas
	Referência
	Risco e Retorno
	Para início de conversa…
	Objetivo 
	1.	Conceito de Risco e Gestão Estratégica de Riscos
	2. Princípios da Gestão Estratégica do Risco
	2.1	Modelagem dos Fatores de Risco e Métodos para Mensurar
	2.2	Medidas de Performance Ajustadas ao Risco
	Referências
	_b2zw1ivszz7n
	_jsgdtji868dr
	_9wsctdql3xwj
	Plano de Contas
	Para Início de Conversa…
	Objetivo
	1. 	Plano de Contas
	1.1. 	Critérios e Princípios Contábeis
	1.1.2. 	Contabilização
	1.1.3. 	Escrituração
	2. 	Estrutura Patrimonial
	2.1. 	Balanço Patrimonial
	3. 	Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
	4. 	Reservas Técnicas
	Considerações Finais 
	Referências

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