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1 INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO - INSTED YAN WENDEL DE OLIVEIRA MULLER RA - 2022102793 GRADUAÇÃO DE DIREITO TEMA GERADOR – RELAÇÕES JURÍDICO-ECONÔMICAS E TRIBUTAÇÃO Portfólio 2022/1 Campo Grande, Mato Grosso do Sul 2022/1 2 YAN WENDEL DE OLIVEIRA MULLER PORTFÓLIO 2022/1 Relações Jurídico-Econômicas e Tributação Trabalho de conclusão do 7º semestre da graduação de Direito do Instituto Avançado de Ensino Superior e Desenvolvimento Humano – Insted, do primeiro semestre do ano de 2022, que possui como tema gerador: relações jurídico-econômicas e tributação. Campo Grande, MS, 19 de junho de 2022. 3 Sumário INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4 DIREITO ADMNISTRATIVO II ................................................................................................................ 6 Direitos Reais Sobre Coisas Alheias ..................................................................................................... 16 Direito Processual Civil IV ..................................................................................................................... 25 Direito empresarial II ............................................................................................................................. 29 Direito Tributário ..................................................................................................................................... 42 Estágio Obrigatório ................................................................................................................................ 51 CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 66 4 INTRODUÇÃO Segundo o dicionário da língua português, a palavra PORTFÓLIO é designada como um dossiê ou documento com registro individual de habilitações ou experiências. Desse modo, este portfólio acadêmico é constituído por textos que foram trabalhados em sala de aula, atividades aplicadas pelos professores, partes integrantes de livros conceituados, exercícios, pesquisas e notícias que norteiam o nosso cotidiano como acadêmicos da graduação do curso de direito, futuros profissionais das mais variadas áreas que o mencionado curso proporciona. Assim, busca-se ser um registro organizado de vários temas que foram abordados no primeiro semestre do ano de 2022. Possui como tema gerador as “RELAÇÕES JURÍDICO-ECONÔMICAS E TRIBUTAÇÃO”. O respectivo semestre foi composto pelas seguintes matérias: I. Direito Administrativo II, ministrado pelo professor NILTON KIYOSHI KURACHI; II. Direitos Reais Sobre Coisas Alheias– professores MANUELLE COLLA e RODRIGO BARBOZA; III. Processo Civil IV– professor OTON NASSER; IV. Direito empresarial II – professora HELOYSA FURTADO; V. Direito Tributário – professor LUCAS BASTOS SANCHES; VI. Estágio Obrigatório – professor LEONARDO TODSQUINI. 5 Ao longo desse semestre, muitos assuntos que foram apresentados pelos professores oferecem base e fundamentos para vivência como seres humanos dentro da sociedade, bem como influencia a aplicabilidade do Direito nos variados meios. Dessa forma, como exemplo, podemos citar: I. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA– Direito Administrativo II; II. Direitos Reais sobre fruição - Direitos Reais sobre as coisas Alheias; III. Da Execução – Processo Civil IV; IV. Personificação Desconsideração da Personalidade Jurídica Sociedades e tipicidade – Direito empresarial II; V. Responsabilidade tributária – Direito Tributário; VI. FORMAS DE ENCERRAMENTO DA SOCIEDADE CONJUGAL – Estágio Supervisionado. Tendo em vista os aspectos observados, conclui-se que os registros aqui apresentados são de extrema relevância para a formação acadêmica na graduação do curso de Direito. Assim, em suma, pode-se dizer que esse compilado de documentos, apresenta conteúdos que estamos envoltos diariamente. Por fim, os conteúdos trabalhados nesse semestre, mostram-se relacionados ao tema gerador: relações jurídico-econômicas e tributação. 6 DIREITO ADMINISTRATIVO II PROFESSOR: NILTON KIYOSHI KURACHI; A matéria de direito administrativo II se inicia com o conteúdo que versa sobre os serviços públicos, que é todo aquele prestado pela administração ou por seus delegados, sob normas e controle do Estado” (Hely Lopes Meirelles). Outros conceitos de Serviço Público são dados: “Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). “Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos administrados, prestados pelo Estado ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de direito público – portanto consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais – instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como próprios do sistema normativo” (Toshio Mukai). “Serviço público corresponde a toda atividade desempenhada, direta ou indiretamente, pelo Estado, visando solver necessidades essenciais do cidadão, da coletividade ou do próprio Estado, realizando o que entende estar de acordo com os seus fins e suas atribuições (art. 175 da CF)”. Seguindo, aprendemos sobre a competência e os princípios, ambas competências estão elencadas na CF/88 como vejamos: art. 30, V, da CF. À União compete, além dos comuns a estados e municípios (art. 23 da CF), os que lhe são privativos (art. 21, X a XII, da CF). Aos Estados somente os remanescentes (art. 25, § 1º, da CF), exceto a distribuição de gás canalizado (art. 25, §2º, da CF). Acerca dos princípios do serviço público, ambos previstos no art. 6º, § 1º, da L. 8.987/95, temos: 7 Generalidade, eficiência e qualidade, modicidade e igualdade, cortesia, continuidade (ou permanência), regularidade e atualidade e segurança. Durante as aulas, foram explicados exemplos de serviço públicos, bem como sua classificação, seguido pelo tópico de delegação de serviços públicos, eles que podem ser prestados diretamente pelo próprio Poder Público ou mediante autorização ou ser prestados indiretamente, quando forem delegados a entidades públicas (autarquias, fundações públicas) ou privadas, na forma de concessão ou permissão (desempenho ou gestão indireta), com uma observação de que o serviço público ESSENCIAL é indelegável e incube ao poder público presta-lo à sociedade. Existe a concessão, a permissão e a autorização de uso, que são modos de utilização especial de bens públicos por particulares. Nesses casos, existem princípios que devem ser observados: eficiência, cortesia, regularidade e atualidade, conforme art. 37, § 3º, I a III, da CF, com a redação da EC 19. São distintas daquelas oriundas de delegação de prestação de serviço público, reguladas pela Lei 8.987/95. As concessões de uso são reguladas pela Lei n. 271/67 (art. 7º) e Lei n. 8.666/93 (art. 17, I, “f”). Um outro tópico abordado na Delegação, foi a concessão de Serviços Públicos, que é regulamentado pela lei n. 8.987/95, na qual diz que o concessionário poderá ser pessoa jurídica ou consórcio de empresas, devidamente capacitadas,medicante concorrência, sendo admitido a subconcessão, desde que autorizada, mas não envolve o poder concedente. Há algumas possibilidades de extinção da concessão, sendo elas: I. Encampação consiste na retomada do serviço público pelo poder concedente, por motivo de interesse público (Lei n. 8.987/95, art. 37), com a conseqüente rescisão unilateral do contrato, cabendo indenização prévia ao concessionário. Entende-se correta a determinação que exige lei autorizativa da retomada, por atender ao “paralelismo das formas”. II. Caducidade é semelhante à encampação, mas dá-se por motivo de inexecução do contrato por parte do concessionário, não cabendo, neste caso, indenização (em princípio). É uma sanção pelo descumprimento grave do contrato de concessão, cabendo penalidades legais e contratuais. É obrigatória a instauração de procedimento 8 administrativo próprio, garantindo a ampla defesa e o contraditório. III. Anulação ocorre por ilegalidade na concessão (no processo licitatório ou na contratação). A Administração pode reconhecer a ilegalidade (efeitos ex tunc), distintamente da rescisão ordenada sob a forma de encampação, que não opera efeitos retroativos (ex nunc). Contra ilegalidade na contratação de concessão cabe ação popular ou ação civil pública. A invalidação pode ser imposta pelo Judiciário ou pela própria Administração. IV. Rescisão é a extinção do contrato de forma bilateral ou unilateral, esta imposta pelo poder concedente ou ordenada pelo Judiciário (rescisão judicial) em ação movida pelo descumprimento de encargos por parte do Poder Público. Temos também a permissão de serviço, na qual é parecida com a concessão, porém mais precária que a mesma, devendo ter autorização legislativa, por meio de licitação exclusivamente por concorrência. Durante a abordagem do tema, foi proposto uma pesquisa como exercício de compreensão sobre o posicionamento do excelso Supremo Tribunal Federal (STF) e do colendo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em relação à natureza jurídica (taxa ou preço público) do valor cobrado pelo fornecimento de água e de energia, bem como se comporta a interrupção (corte) do fornecimento pela falta de pagamento da fatura. Após pesquisas, obtive o seguinte entendimento: Segundo Hely Lopes Meirelles, o serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do estado. Quanto ao fornecimento de água ou luz, temos uma ausência de legislação que regule e determine quais são os serviços públicos essenciais, contudo, no que se refere ao fornecimento de água, temos a regulação pelo Código das Águas, Decreto 24.643 de 1934. É de competência privativa da União legislar sobre a água, conforme aduz o art. 22, IV da Constituição Federal de 1988. Outrossim, 9 também está presente na enumeração do art. 10, I da Lei 7.783/89 e portarias ministeriais. Nesse ínterim, importante transcrever acórdão do Superior Tribunal de Justiça: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ACÓRDÃO QUE, À LUZ DAS PROVAS DOS AUTOS, CONCLUIU PELA ILEGALIDADE DA INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, EM RAZÃO DE DÉBITO PRETÉRITO. ILEGALIDADE. SÚMULA 7/STJ. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.(…) III. Ademais, o acórdão recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que é ilegal o corte no fornecimento dos serviços públicos essenciais, em razão de débito pretérito. A propósito: STJ, AgRg no AREsp 412.849/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/12/2013; STJ, AgRg no AREsp 392.024/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 10/03/2014. Sobre a Energia elétrica: A exploração direta ou mediante autorização, concessão ou permissão dos serviços e instalações de energia elétrica é de competência da União, consoante o art. 21, XII, alínea bda Constituição Federal e está presente no rol do art. 10 da Lei 7.783/89 e também em portarias ministeriais. Há diversos doutrinadores que arguem em favor da legitimidade do corte de energia elétrica sob o fundamento de que a continuidade deste serviço prevista na legislação consumerista não é absoluta. Nesse sentido posiciona-se o STJ, conforme acórdão in verbis: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE CORTE POR DÉBITOS PRETÉRITOS. SUSPENSÃO ILÍCITA DO FORNECIMENTO. DANO IN RE IPSA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (…) 2. Esta Corte Superior pacificou o entendimento de que não é lícito à concessionária interromper o fornecimento do serviço em razão de débito pretérito; o corte de água ou energia pressupõe o inadimplemento de dívida atual, relativa ao mês do consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento em razão de débitos 10 antigos. (AgRg no AREsp 484166 / RS – AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL – 2014/0047163-5). Logo concluímos que O fornecimento de Água e energia elétrica são serviços essenciais. Seguindo com a ementa da matéria, tivemos a oportunidade de aprender sobre o PPP, que significa Parceria Público-Privada, conteúdo que foi tema da dissertação de mestrado do Prof. Nilton, na qual em seu resumo, temos o conceito de parceria público-privada, conhecida como PPP, está em formação, sendo que alguns autores já conceituaram esse novo instituto. Inicialmente faz-se necessário conceituar o vocábulo “parceria”, que na linguagem jurídica em geral significa reunião de pessoas que têm interesse comum; companhia; no Direito comercial seria a sociedade comercial em que os sócios (parceiros) são responsáveis apenas pelo quinhão com que entraram [...]. Na seara econômica, a parceria pressupõe uma relação associativa que gravita em torno de um empreendimento econômico, envolvendo empenho de capital e outros recursos empresariais privados de maior expressão financeira. Em seguida, foi tratado sobre processo administrativo, que é Processo administrativo é o conjunto seqüencial da documentação e das providências necessárias para a obtenção de determinado ato final (decisão). Segundo Odete Medauar, “implica, além do vínculo entre atos, vínculos jurídicos entre os sujeitos, englobando direitos, deveres, poderes, faculdades, na relação processual”. Procedimento administrativo é o andamento do processo (o rito), ou seja, o modo pelo qual anda o processo ou a maneira de se encadearem seus atos. Ocorre no interior do processo, para viabilizá-lo. Assim finalizando as matérias tratadas no primeiro bimestre, nas quais foram tema da p1 do semestre, os seguintes assuntos tratados foram: Bens Públicos; Intervenção do Estado na propriedade privada; Agentes públicos; 11 Improbidade administrativa. No que tange a bens públicos, Segundo Hely Lopes Meirelles, bens públicos são “todas as coisas corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações, que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais e paraestatais”. Segundo Odete Medauar, “bens públicos é a expressão que designa os bens pertencentes a entes estatais, para que sirvam de meios ao atendimento imediato e mediato do interesse público e sobre os quais incidem normas especiais, diferentes das normas que regem os bens privados”. Foi abordado as classificações que são: Bens de uso comum do povo ou do domínio público: são os bens que todos podem usar, pois estão disponíveis a qualquer um, ou seja, os locais abertos à utilização pública, de uso coletivo, de fruição própria do povo; por exemplo: os mares,praias, rios, lagos, estradas, ruas e praças. Bens de uso especial ou do patrimônio administrativo ou bens indisponíveis: são os que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos e às instalações, tais como os prédios das repartições públicas ou escolas públicas, os veículos da Administração, os mercados e outras serventias que o Estado põe à disposição do público, com destinação especial. Bens dominicais (dominiais) ou do patrimônio disponível ou fiscal: são aqueles que pertencem ao acervo do Poder Público, sem destinação especial (art. 99 do CC), e, embora integrem o domínio público, como os demais, não possuem destinação pública e, portanto, podem ser alienados. Os bens dominicais, ou tornados dominicais, para serem alienados dependem, em regra, de autorização legislativa, avaliação prévia e licitação (art. 37, XXI, da CF; Lei n. 8.666/93). A alienação de bens móveis é menos formal, pois neste caso, a autorização legislativa pode ser genérica, como ocorre na alienação de veículos imprestáveis. No entanto, em regra, exige-se a avaliação e a licitação, na modalidade de leilão, normalmente. Porém, existem casos de inexigibilidade de licitação, como na entrega de 12 sementes para agricultores de determinada região; caso em que basta a autorização legislativa. Podem ser locados, dados em comodato, arrendados e até dado em concessão de direito real de uso. Sobre Intervenção do Estado na Propriedade privada, temos o conceito de que a “Entende-se por intervenção na propriedade privada todo ato do Poder Público que, compulsoriamente, retira ou restringe direitos dominiais, ou sujeita o uso de bens particulares a uma destinação de interesse público” (Hely Lopes Meirelles). A competência para intervir na propriedade é distribuída de forma diversa entre as entidades estatais. Compete privativamente à União, nos termos do art. 22, da CF, incisos I e II, legislar sobre desapropriação e requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em período beligerante. Aos estados e municípios cabem as medidas de polícia administrativa, de condicionamento do uso da propriedade ao bem estar social. Não deve ser confundida a legislação civil sobre o direito da propriedade com as normas administrativas e as medidas regulamentares de condicionamento do uso da propriedade, que são da competência dos três níveis de governo e embasam-se no princípio da supremacia do Poder Público sobre o privado. A Constituição Federal assegura o direito de propriedade (art. 5º, XXII, da CF), como um direito fundamental e individual por excelência. Mas esta deixou de ser exclusivamente o direito subjetivo do proprietário, uma vez que admite limitações ao seu conteúdo (art. 5º, XXIII, XXIV, XXV, da CF), em benefício da coletividade, previstas na própria Lei Maior. Em uma das questões da P2, foi abordado sobre formas de intervenção, podendo citar e explicar apenas 3 das 7: Limitações administrativas; Servidões administrativas; Tombamento; Requisições administrativas; Ocupação temporária; Parcelamento e edificação compulsórios; 13 Desapropriação (apoderamento de bens); As citadas na referida prova foram: OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA: o Permite ao Poder Público o uso provisório (transitório) de terrenos não edificados (bens particulares), de forma gratuita ou com eventual indenização posterior, para execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse púbico (art. 5º, XXV, da CF, e art. 36 do DL 3.365/41). Assemelha-se à requisição, mas não se confunde pois independe de perigo público e refere-se apenas ao uso de terrenos livres não edificados, vizinhos a obras públicas, para depósitos de materiais e outros fins. TOMBAMENTO: o É a restrição do direito de propriedade através do qual o Poder Público “congela” determinado bem, impondo sua preservação, de acordo com regras adequadas a cada caso individual (art. 216, § 1º, da CF; DL 25/1937). REQUISIÇÕES ADMINISTRATIVAS: o Consiste na utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias, no caso de iminente perigo público, mediante indenização posterior, caso haja dano (art. 5º, XXV, e 22, III, da CF). É uma faculdade conferida ao Poder Público de usar bem particular, móvel, imóvel ou até serviço. Sobre Agentes Públicos, conceituando, temos que são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função pública, estando vinculadas ou não ao Estado. A expressão “agentes públicos” substitui a antiga denominação “funcionários públicos”, sendo classificados em: agentes políticos, administrativos, honoríficos, delegados e credenciados. 14 Resumindo bem cada classificação, temos os seguintes conceitos: AGENTES POLÍTICOS: são aqueles que ocupam os cargos principais na estrutura constitucional, localizados na cúpula governamental (primeiros escalões), representando a vontade política do Estado; AGENTES ADMINISTRATIVOS: são os servidores públicos em geral, vinculados ao Estado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais, por relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem. São investidos a título de emprego e com retribuição pecuniária, em regra por nomeação e excepcionalmente por contrato de trabalho ou credenciamento; não exercem atividades políticas ou governamentais; AGENTES HONORÍFICOS: são indivíduos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços públicos relevantes ao Estado (munus público), cumprindo objetivos cívicos, honoríficos, técnicos, culturais, educacionais, recreativos ou de assistência social; sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração. São exemplos a função de: mesário eleitoral, de jurado (Tribunal do Júri), de comissário de menores, de presidente ou membro de comissão de estudo ou de julgamento e outros dessa natureza; AGENTES DELEGADOS: são particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do delegante; AGENTES CREDENCIADOS: são aqueles que recebem a incumbência da Administração para representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante, como ocorre nas transações internacionais e na nomeação de embaixadores (diplomatas). 15 Continuando com o conteúdo, finalizando os conteúdos do semestre, bem como matéria que foi cobrado em prova, tivemos a improbidade administrativa, que é regida pela lei 8429/92, tendo como conceito de que são princípios constitucionais que se identificam, pois relacionam-se com a idéia de honestidade na Administração Pública (DI PIETRO). Exigem a estrita observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade com as instituições públicas, assegurando a boa e útil administração e a disciplina interna na Administração Pública. Essa lei vige no âmbito nacional e se aplica a todas as entidades políticas. Ela define: os sujeitos ativos (arts. 1º ao 3º), os atos de improbidade (arts. 9º, 10 e 11) e as sanções cabíveis (art. 12). SUJEITO PASSIVO DO ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - Administração Pública Direta e Indireta (Autarquias, Fundações Públicas e Privadas, As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos Poderes da União, dos Estados-membros, do DF, dos Municípios, de Território federal (art. 1º); - Empresa incorporada ao patrimônio público; - Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra commais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual; - O Patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre as contribuições dos cofres públicos (parágrafo único do art. 1º). SUJEITO ATIVO DO ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - Agentes Públicos (considerado todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades consideradas sujeito passivo), ou seja: os agentes políticos, servidores estatais e particulares em colaboração com o poder público; 16 - Terceiros (extraneus) que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta. Assim, finalizando o semestre com o conteúdo riquíssimo sobre direito administrativo, com toda certeza fará diferença na nossa vida acadêmica e profissional, sendo matérias que tem uma grande incidência em provas de concurso, oab e demais provas. DIREITO REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS PROFESSORES: MANUELLE COLLA e RODRIGO BARBOZA Direitos Reais Sobre coisas Alheias, versa sobre o princípio da exclusividade do domínio traz a vedação do estabelecimento de um direito real onde já exista outro da mesma espécie. Tanto o titular do direito de propriedade como de outros direitos reais possui exclusividade no exercício dominial. O próprio Código Civil de 2002, no artigo 1.231, relata que “a propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário”. O domínio do bem é considerado exclusivo e indivisível, ocorrendo à impossibilidade de duas pessoas, simultaneamente, possam usar, fruir e dispor de um bem de maneira concorrente, somente sendo possível no caso de coproprietários ou acumulem a titularidade de um outro direito real, existindo a peculiaridade do exercício dos poderes se dar conjuntamente por todos os titulares. Nesse caso, os direitos reais tipificados no artigo 1.225 do Código Civil[1], resultam da possibilidade do proprietário desmembrar poderes dominiais. Assim, surgem os ônus reais ou gravames, ocorrendo o esvaziamento do domínio do proprietário e o surgimento de novos direitos reais, constituindo o princípio da elasticidade esse desdobramento de poder. Os direitos de uso, gozo e fruição integram o domínio e transmitem- se a terceiros, mas a propriedade continua com seu titular. 17 Apesar de existir a possibilidade de pluralidade de proprietários no direito subjetivo de propriedade, eles exercitam uma mesma situação dominial sobre o bem, não havendo qualquer restrição. Não constitui a descaracterização do domínio que cada titular exerce a partição da propriedade em cotas individuais. Podemos dizem que os direitos reais são os direitos subjetivos de possuir objetos materiais ou coisas corpóreas e incorpóreas. O direito real sobre coisa alheia é o direito de receber por meio de norma jurídica permissão de seu proprietário para usá-la ou tê-la como se fosse sua, em determinadas circunstâncias ou sob condição de acordo com a lei e com o que foi estabelecido, em contrato válido. Durante o semestre, aprendemos diversos temas relacionados à matéria, tivemos a saída da professora Manuelle e o ingresso do Professor Rodrigo que deu continuidade nos estudos. Ementa da matéria: Direito das coisas. Posse: origem e efeitos. Propriedade: fundamento, conceito, limitações e função social, aquisição e perda. Direitos de vizinhança. Condomínio. Direitos reais sobre coisas alheias. Direitos de gozo. Direito real de aquisição. Direitos reais de garantia. Iniciando a matéria, aprendemos sobre o Direito das Coisas, que consiste em um conjunto de normas que regem as situações e relações jurídicas entre uma pessoa e as coisas suscetíveis de apropriação. (BEVILAQUA apud GONÇALVES, 2010). Estendendo o entendimento, Direito das Coisas vem a ser um conjunto de normas que regem as relações jurídicas das pessoas, que visa regulamentar as relações entre os homens e as coisas, traçando normas para aquisição, exercício, conservação e perda de poder dos homens sobre as coisas. As coisas precisam ser corpóreas e incorpóreas e ter valor econômico. 18 As consequências jurídicas que decorrem do relacionamento da pessoa com a coisa, levantando o seguinte questionamento: Será que todas as coisas será objeto do Direito da Coisa? R. Não, nem toda coisa será objeto do Direito da Coisa, só serão incorporados ao patrimônio do homem as coisas úteis e raras que despertam as disputas entre os homens, dando, essa apropriação, origem a um vínculo jurídico, que é o domínio; o direito das coisas compreende tanto os bens materiais (móveis ou imóveis) como os imateriais (os direitos autorais, uma vez que o legislador pátrio preferiu considerá-los "como modalidade especial de propriedade, isto é, como propriedade imaterial ou intelectual"; incluímos a propriedade literária, científica e artística no direito das coisas. Seguindo com Direitos Reais, que é um conjunto de regras que disciplinam uma relação jurídica entre pessoais tendo em vista bens, valendo frisar que as relações são entre pessoas, sendo o estudo da propriedade em três estados diferentes: - Propriedade aparente (posse); - Propriedade - Direito real sobre coisa alheia. O art. 1.225 do Código Civil, elenca os direitos reais que foram tratados na aula. Quando falamos de Posse e propriedade, temos pela posse no Art. 1.196 do CC que: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Sendo Classificadas em : posse direta e indireta, posse justa e injusta, posse de boa ou má-fé, posse com justo título e sem justo título, posse nova e velha e “Ad Interdicta” e posse “Usucapionem”. Sobre a posse direta e indireta, é importante diferenciar, pois a direta é exercida de forma direta sobre o bem, em sua forma material e a indireta é a pessoa de quem a coisa foi havida, no Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. 19 Sobre Posse Justa e Injusta, temos que a justa não apresenta nenhum dos vícios possessórios, como diz o art. 1200, já a injusta, por sua vez, apresenta vícios possessórios que são: violência, clandestinidade e precariedade ( posse que começa justa e se torna injusta por abuso de confiança). No que tange a posse justa com título e sem título, temos a primeira sem vícios possessórios, tendo um instrumento que conduz um possuidor a iludir-se por acreditar que ele lhe outorga a condição de proprietário, já a sem justo título, é a ausência do justo título não faz com que a posse se torne injusta. O título é apenas uma forma de tornar eficaz os direitos adquiridos na presente modalidade. A posse nova é aquela que os atos possessórios são praticados em menos de 1 ano e um dia, velha já se configura após esse período, no qual não são mais cabíveis as situações do procedimento especial que dão maior celeridade às reivindicações acerca do direito de posse. E por fim, temos a posse “Ad Interdicta”: a posse comum, aquela adotada pelo Código Civil; Teoria Objetiva de Ihering. É aquela posse de boa-fé, onde não existe a presunção de um futuro usucapião. Posse “Usucapionem”: esta posse condizcom a vontade de ter para si, com o “animus domini”, ou seja, é a intenção de dono ou proprietário da coisa, mesmo quando se trata de possuidor do bem. É um dos requisitos da usucapião que o possuidor prove a posse em nome próprio e o animus domini, ou seja, a intenção de ser dono do bem. Sobre Propriedade, temos ela como o direito real mais completo, que confere ao seu titular os poderes previstos no art. 1.228 do CC, como segue: Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Existem algumas formas de aquisição da propriedade, que são elas: ORIGINÁRIA: a coisa se encontra desvinculada de qualquer relação com o titular anterior. Ex: usucapião (aquisição por sentença); desapropriação (independe da vontade do proprietário antecessor). 20 DERIVADA: a transmissão é feita de um proprietário a outro, por ato inter vivos ou causa mortis. Ex: Servidão, hipoteca, compra e venda e doação. GRATUITA: propriedade adquirida sem contraprestação, como no caso da doação. ONEROSA: existe uma contraprestação, como na compra e venda. SINGULAR: se refere a uma coisa determinada, como um imóvel. UNIVERSAL: aqui se adquire uma universalidade de direitos. Exemplo: sucessão aberta. Assim como temos as formas de aquisição da propriedade, temos as perdas da propriedade que são através de: ALIENAÇÃO: contrato bilateral (gratuito ou oneroso) em que o titular do direito, por vontade própria, transmite a outrem seu direito sobre a coisa. Ex: doação, compra e venda; RENÚNCIA: ato unilateral, pelo qual o proprietário declara, expressamente, o seu intuito de abrir mão de seu direito sobre a coisa, em favor de terceira pessoa que não precisa manifestar sua aceitação; ABANDONO: o titular do domínio se desfaz, voluntariamente, do seu imóvel; é necessária a intenção abdicativa; simples negligência ou descuido não a caracterizam; PERECIMENTO: extinção do direito de propriedade, pela perda da coisa que lhe servia de objeto. - ato involuntário: acontecimentos naturais, quando o mar invade um terreno. - ato voluntário destruição pelo titular do domínio; DESAPROPRIAÇÃO: ato involuntário de perda da propriedade privada, por intervenção do Poder Público. • Fundamento: necessidade pública, utilidade pública ou interesse social. • Aquisição: mediante prévia e justa indenização. Assim, finalizando o conteúdo sobre posse e propriedade, o próximo conteúdo abordado foi sobre o Direito de Vizinhança. 21 Dentro do direito de vizinhança, temos o uso anormal da propriedade, O uso normal da propriedade é aquele que não gera incômodos ou danos ao vizinho. Assim, o uso anormal é aquele que afeta de alguma forma esses direitos, como define o art. 1277 do Código Civil, como segue: Art. 1277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. Dentro do direito de vizinhança podemos abordar a questão do barulho, que gera o maior incomodo em vizinhos, sendo ele o gerador de problemas, porém há algumas situações nas quais não se pode punir, como ambulância de um hospital, bombeiros e aeroporto, a Lei de contravenções penais versa sobre a perturbação alheia como temos no art. 42: Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios: I – com gritaria ou algazarra; II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Dentro do direito de vizinhando o principal foco é na tentativa de mediar o conflito (soluções mais rápidas, menos onerosas, menos estressantes, mantendo a civilidade e o bom convívio – muitas vezes extrajudicial). Finalizando o conteúdo ministrado pela Professora Manuelle Colla, do Condomínio, que em sua definição temos: Do latim condominium, ocorre quando existe um domínio de mais de uma pessoa simultaneamente de um determinado bem, ou partes (quotas ou frações ideais) de um bem. É uma copropriedade: diversos proprietários titulares de direitos sobre determinado bem. 22 Iniciando o conteúdo abordado pelo professor Rodrigo Barboza, iniciamos com direito de gozo ou fruição, trabalhando suas características e alguns detalhes pertinentes. Usufruto, é o direito sobre coisa alheia, no qual o proprietário confere ao beneficiário(usufrutuário) o direito de usar e gozar de uma coisa. Partes: Nu- proprietário: é o sujeito que tem o direito de disposição e reivindicação da coisa, isto é, poderá dispor e reaver, todavia irá se despojar das faculdades reais de usar e gozar, tornando assim sua propriedade limitada. E usufrutuário: é aquele que titula o usufruto, tendo o direito de usar e gozar. Características: inalienável (pois não pode ser vendido, exceto* para o Nu-proprietário), OBS: é importante salientar que embora não se possa transferir o usufruto por alienação, poderá o usufrutuário ceder o seu exercício a título gratuito ou oneroso, ou seja, não pode vender mas poderá ceder o uso e gozo conforme previsão no Art.1393 CC.**, intransmissível( não se transmite aos herdeiros, isto é, será vitalício se extinguindo com a morte do usufrutuário. O usufruto é vitalício, mas não é perpétuo!! Obs 2: com a morte do usufrutuário, o uso e gozo passam para o nu-proprietário. Porém se a morte for do nu-proprietário haverá sucessão aos seus herdeiros*, insuscetível de penhora, temporário( por não ser perpétuo). Formas de constituição: legal, judicial, voluntária. Com relação ao objeto que o usufruto recai este pode ser: próprio ou impróprio; Direitos e deveres do usufrutuário e do nu-proprietário: O usufrutuário não está obrigado a pagar as deteriorações decorrentes do exercício regular do usufruto. Deveres do Nu-Proprietário: Este deverá pagar as despesas extraordinárias e também aquelas que não forem de custo módico, conforme previsto no art 1404 CC. As despesas ordinárias quem paga é o usufrutuário, não realização por parte do Nu-proprietário de reparações extraordinárias, autoriza o usufrutuário a realizá-las, podendo, no entanto, cobrar do nu o valor gasto. 23 USO art. 1412-1413CC Conceito: trata-se de um direito real de fruição sobre coisa alheia, em que o proprietário confere ao usuário o direto de: usar e fruir de um bem. Com o objetivo de garantir suas necessidades e de sua família.1412CC Obs.: tal direito real configurar-se como de menor expressão, isto é, trata-se de um usufruto de pequena monta. Segundo Carlos Roberto Gonçalves, nada mais é que um usufruto limitado, sendo por isso denominado por alguns doutrinadores de usufruto restrito ou reduzido ou ainda anão. Partes: proprietário e usuário. Características: 1- a percepção dos frutos será limitada a necessidade do usuário e de sua família; obs. as referidas necessidades pessoais serão avaliadas conformem a sua condições social e o lugar onde viva, obs2: de acordo com o 2º parágrafo do art. 1412 CC, as necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico a jurisprudência entende que o conceito de família deve ser ampliado em respeito à constituição federal, outrossim o supremotribunal federal admite inúmeras composições familiares 2- indivisível, pois não pode ser constituído por partes em uma mesma coisa. 3- Incessível - não pode ser cedido. Tendo os direitos de garantia, versa sobre penhor e hipoteca, tanto o penhor como a hipoteca tratam de direitos reais de garantia sobre coisas alheias. A diferença fundamental é que o penhor se trata da entrega de bem móvel para a garantia de uma dívida, enquanto a hipoteca se trata de direito real que visa assegurar o pagamento de uma dívida. Sobre penhor, segundo versa o artigo 1.431 do Código Civil, "constitui- se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação", ou seja, é um direito real que vincula uma coisa móvel ao pagamento de uma dívida. Este se difere principalmente da hipoteca, quanto ao objeto, que neste caso é uma coisa móvel e no segundo, coisa imóvel. Sobre Hipoteca, este instituto pode surgir nas formas convencional, legal e judicial, sendo que a forma mais comum é a convencional. O atributo real do 24 direito relacionado a hipoteca se evidencia com a inscrição do ato consultivo no Registro de Imóveis da circunscrição onde se situa a coisa dada em garantia. Só inscrita torna-se patente o direito real de garantia, com todos os seus efeitos. São dois os princípios que regem a hipoteca, o da especialização e o da publicidade. Na hipoteca convencional o próprio instrumento constitutivo traz a especialização, por nele constarem os nomes das partes, o valor e a espécie da dívida garantida, bem como a descrição dos bens hipotecados. Já a publicidade se dá na inscrição da hipoteca no Registro de Imóveis. Ela é responsável pela ciência a todos de que o bem imóvel dado em garantia está sujeito ao ônus hipotecário, impedindo terceiros de alegar ignorância da incidência da hipoteca. São passíveis de hipoteca os imóveis que se acham no comércio e sejam alienáveis. Há ainda algumas formas de extinção, como a extinção da obrigação principal, Perecimento da coisa, resolução da propriedade art. 1359 CC. Finalizando aqui o conteúdo sobre DIREITO REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS. 25 DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV PROFESSOR: OTON NASSER Iniciamos o semestre tratando sobre o tema de Execução, que como conceito temos que a tutela jurisdicional executiva consiste na prática de atos jurisdicionais tendentes à realização material do direito atual ou violado. O uso da palavra execução – para designar a atividade realizada pelo órgão jurisdicional com o intuito de forçar a observância de tutela jurisdicional, a tutela jurisdicional executiva, e assim caminhamos para a ação de conhecimento e ação de execução. Temos no CPC/15, princípios da execução, Princípio da autonomia. A cognição é limitada. Não há discussão, na ação de execução sobre o motivo que ensejou a execução forçada pelo credor, baseada, por exemplo, em um título executivo extrajudicial (por exemplo – nota promissória). Outro princípio, é princípio do sincretismo entre cognição e execução – Há figuras híbridas que contemplam a realização, no curso da mesma ação, de atividades cognitivas sobre a existência do direito e sobre sua execução. É o que ocorre, por exemplo na execução de sentença relativa a deveres de fazer, não fazer, entregar coisa – artigos 536 a 538 do CPC – bem como em ações em que se antecipam os efeito executivos da tutela – artigo 297, parágrafo único, do CPC. Princípio da tipicidade e das medidas executivas, de acordo com o princípio da tipicidade das medidas executivas, a esfera jurídica do executado somente poderá ser afetada por formas executivas taxativamente estipuladas pela norma jurídica. Estendendo o entendimento de execução, há alguns atos do juiz perante a execução, que são: Exigir o comparecimento das partes para eventual interrogatório, composição; Advertir o executado sobre os seus atos que poderão configurar atitude (ato) atentatória à dignidade da justiça; Determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao objeto da execução, tais como 26 documentos e dados que tenham em seu poder, condicionando e assinando prazos razoáveis para cumprimento da ordem judicial; Determinar, de ofício ou a requerimento, medidas necessárias para cumprimento da ordem de entrega de documentos e dados; Declarar o processo confidencial, conforme o recebimento de dados sigilosos nos autos. O art. 773 fala sobre atos ou atitudes (comissivas ou omissivas) que afrontam a dignidade da justiça, que são: Fraude à execução; Oposição maliciosa à execução, com emprego de meios ardis e meios artificiosos; Dificulta ou embaraça a penhora; Resistência ao cumprimento e observância às ordens judiciais; Intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. Evidenciado o ato ou omissão – afronta à dignidade da justiça – multa em 20% sobre o valor atualizado do débito em execução, em desfavor do devedor, revertida ao credor, sem prejuízos de outras sanções de natureza processual ou material. Assim, temos também o processo de execução por título extrajudicial, Título executivo extrajudicial – artigo 784 do CPC. Nos casos em que é extrajudicial o título executivo, a atividade executiva se desenvolverá através do que a lei processual brasileira denominada – processo de execução. Tem-se a instauração de um processo – cujo objetivo é a prática do direito subjetivo representado no título executivo, sendo esse resultado produzido através de atividade executiva – emprego de meios coercitivos para satisfação do crédito do credor. Rege-se o processo de execução dos títulos extrajudiciais pelas disposições contidas no Livro II da Parte Especial do CPC – artigo 771. Tais disposições serão aplicadas ao cumprimento de sentença. De forma subsidiária – são aplicadas as disposições do Livro I – Parte especial e também a parte geral do CPC. A execução tramita no interesse do credor, exequente – artigo 797 do CPC. Sobre execução para entrega de coisa certa, o direito positivo brasileiro optou por um sistema de determinação das espécies de execução baseado no direito material, levando- se em conta o tipo de obrigação cujo cumprimento se pretende exigir. 27 Já a execução para entrega de coisa incerta, alguns aspectos e atos processuais são semelhantes da execução para entrega de coisa certa – artigo 813 do CPC - Diferenças essenciais, na execução para entrega de coisa incerta há um momento inicial do procedimento, destinado à concentração da obrigação – escolha do credor ou do devedor, conforme contrato e termos deste, que embasa a dita execução – prazo 15 dias – artigos 811 e 812 do CPC. - Coisa fungível – execução para entrega de coisa incerta (ou certa?). - Coisa infungível – execução para entrega de coisa certa. Execução Das Obrigações De Fazer e De Não Fazer, “Obrigação de fazer. Tipo de obrigação positiva que se caracteriza por ter como prestação um fazer do devedor. A obrigação pode ser imposta pela sentença ou pelo contrato, devendo haver prazo para que o devedor dela se desincumba. A obrigação de fazer pode ter como fonte a lei ou o contrato. No caso de ação coletiva, cujo objetivo seja a tutela de direito difuso ou coletivo – CDC 81 par.ún. I a III; LACP 1º e 3º.) a obrigação de fazer pode decorrer da própria natureza do direito a ser protegido, sem que haja necessidade de expressa previsão legal impondo ao réu um fazer ou não fazer (...) Execução forçada de obrigação de fazer. Somente é possível concretizar-se a execução forçada da obrigação de fazer se o cumprimentoda obrigação dispensar a participação pessoal do devedor. Ou seja: se a obrigação de fazer tiver caráter personalíssimo, isto é, se houver sido constituída intuitu personae, não pode ser prestada por terceiros, à custa do executado. Nesse caso, a pretensão do exequente converte-se em perdas e danos – CPC 816, caput.”. “Obrigações fungíveis – se tratam de obrigações com ênfase no ato ou conduta humana, também chamadas de obrigações impessoais ou materiais, ou seja, admite-se que terceiros executem o ato. 5. Execução Das Obrigações De Fazer e De Não Fazer Obrigações infungíveis – infungível se trata de algo que não pode ser substituído, pois bem, na obrigação infungível (personalíssima ou intuitu personae) a pessoa do devedor não pode ser substituída por terceiros, devendo ela mesma cumprir com a obrigação, seja por suas qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais. A obrigação infungível pode surgir de um contrato (de uma cláusula expressa) ou simplesmente pela natureza da obrigação, como por exemplo: João contratou o cantor Gustavo Lima para tocar no seu aniversário, obviamente que se trata de uma obrigação personalíssima, pois João contratou o cantor por ser muito famoso e fazer bastante sucesso com suas músicas, logo não poderá ser substituído, o mesmo exemplo pode ocorrer com um pintor de renome, um cirurgião plástico famoso entre outros, nestes exemplos a infungibilidade decorre da própria natureza da obrigação e não de uma cláusula expressa.” Como primeiro exercício de compreensão, tivemos as seguintes questões e respostas: 28 Como seguintes conteúdos, foi ministrado sobre Exigibilidade de uma execução: liquidez, certeza e exigibilidade- 786 CPC, na qual temos o conceito de: Arresto - tutela cautelar, precede a penhora ( apreensão de bens móveis para garantir a execução), na qual a conversão do arresto é pra penhora; Penhora - instituto jurídico do processo de execução, de quantia certa, com objetivo constrição de bens do devedor. Assim, dentro de mais alguns conteúdos pertinentes ao tema, se fez a matéria concluída, tivemos muitos aprendizados ao longo do semestre, vários exemplos que serão aplicados no nosso cotidiano. 29 DIREITO EMPRESARIAL II PROFESSORA HELOYSA FURTADO O direito empresarial II se inicia tratando de Das espécies de sociedades e o Código Civil/2002: sociedade simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples. Sociedade Simples: A sociedade simples é uma associação entre dois ou mais profissionais que exercem a mesma atividade, na qual eles se juntam e formam uma sociedade de modo a prestar serviços de natureza intelectual (científica, literária, artística) ou cooperativa. Segundo o Código Civil, a sociedade simples é um tipo societário, sem vínculo empresarial, que pode ser constituído em nome coletivo. A comandita pode ser como sociedade simples pura, sociedade simples impura ou limitada. Caso não se opte pelos tipos societários, a sociedade será regida pelas regras específicas da sociedade simples. A regulamentação consta nos artigos 997 e 1038 do Código Civil de 2002. A sociedade simples possui alguns tipos: Sociedade Simples Pura: Uma sociedade simples é classificada como pura quando não há a adoção de tipos societários. Neste caso, os sócios são responsáveis pelo financiamento e atuam diretamente na atividade da associação. Dessa forma, na sociedade simples pura, cada sócio é encarregado pela prestação de serviços que oferecem e respondem, de forma ilimitada, pela dívida contraída pela associação. Sociedade Simples Impura: Sociedade simples “impura” seria aquela que tem natureza simples, como uma clínica médica, mas que adota um dos tipos societários das sociedades empresárias, como as sociedades limitadas. Sociedade Simples Limitada: Diferente da sociedade simples pura, na qual o financiamento da associação é proveniente do patrimônio pessoal dos sócios, na sociedade simples limitada o investimento ocorre a partir do capital social do negócio. 30 Neste caso, a responsabilidade de cada sócio está limitada às suas quotas – ou seja, ao fragmento da quantia – proporcional ao valor investido; e ao compromisso estabelecido com os indivíduos terceiros envolvidos na sociedade – como, por exemplo, com uma secretária. Quando falamos de sociedade simples, precisamos saber da responsabilidade dos sócios dentro da mesma, pelo artigo 997 do Código Civil, inciso VIII, o contrato Social vai estabelecer se o sócio responde ou não por dívidas da sociedade de forma: Limitada ou Ilimitada, Subsidiária ou Solidária. Se for limitada, o sócio não responde por dívidas da sociedade, no caso da Ilimitada o sócio responderá por dívidas da sociedade. A limitação diz respeito à subscrição, isto é, ao comprometimento que o sócio estabeleceu no contrato social. O patrimônio pessoal do sócio não seria afetado para caso de responsabilidade limitada. Essa responsabilidade poderá ser subsidiária ou solidária, se o contrato social for omisso, então aplica-se o artigo 1023 do Código Civil: “Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. ” Os sócios respondem com seus bens pessoais por dívidas da sociedade de forma subsidiária pelo saldo, pela diferença na proporção em que participem nas perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Enunciado 479 da 5° Jornada de Direito Civil. Vale conceituar também o contrato social, que é o documento que constitui uma sociedade simples ou empresária. Referida sociedade deve possuir uma finalidade lucrativa e seus sócios devem ser conhecidos e qualificados. Sobre Sociedades em Nome Coletivo, elas se constituem por contrato escrito, no qual SOMENTE podem figurar pessoas FÍSICAS (NÃO aceita pessoa Jurídica como sócio). TODOS os sócios possuem responsabilidade SOLIDÁRIA e ILIMITADA pelas obrigações sociais. Todavia, podem os sócios, no ATO CONSTITUTIVO, ou por UNÂNIME CONVENÇÃO POSTERIOR, limitar entre si a responsabilidade de cada um, sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros (Artigo 1.039, CC). 31 As regras da Sociedade Simples são utilizadas subsidiariamente nas omissões que envolvam a Sociedade em Nome Coletivo, a Administração da Sociedade compete exclusivamente aos sócios (NÃO permite administradores NÃO sócios). Quanto ao nome empresarial, se dá por meio de FIRMA (Não pode adotar denominação), que só pode ser utilizada por administradores com os poderes necessários: Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. Via de regra, nas sociedades em Nome Coletivo as cotas do sócio não podem ser liquidadas por credores particulares, decorrentes de dívidas pessoais, antes da dissolução da sociedade: Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. A dissolução da sociedade ocorre nas mesmas hipóteses da Sociedade Simples, conforme abaixo, e se for empresária, também pela decretação de falência (Art. 1.033, CC): I – o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; II – o consenso unânime dos sócios; III – a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV – a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; 32 V – a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. Por fim, a Sociedade emComandita Simples, possui dois tipos de sócios, com responsabilidade mista: Comanditados: Pessoas FÍSICAS, responsáveis SOLIDÁRIA e ILIMITADAMENTE pelas obrigações sociais; Comanditários: Pessoas FÍSICAS OU JURÍDICAS obrigados somente pelo valor de sua quota (responsabilidade LIMITADA). São aplicadas subsidiariamente as normas da Sociedade em Nome Coletivo, nos quais forem compatíveis com a Sociedade em Comandita Simples, cabendo aos Comanditados os mesmos direitos e obrigações dos sócios da Sociedade em Nome Coletivo. A administração dos atos de gestão da sociedade cabe aos sócios Comanditados, não podendo os Comanditários praticá-la, tampouco fazer constar seus nomes na FIRMA social, já que atuam como meros investidores, sob a pena de responderem como os Comanditados: Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. O Comanditário pode participar das deliberações e fiscalizar as operações e NÃO é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. Além disso, PODE ser constituído como procurador da sociedade, com poderes especiais para determinado negócio. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele (art. 1.049, parágrafo único, CC). 33 Na hipótese de morte do sócio comanditário, a sociedade continuará com seus sucessores, salvo disposição contratual. Outro conteúdo abordado foi sobre Sociedades Personificadas, que são: sociedade limitada, sociedade em comandita por ações, sociedade cooperativa, sociedades coligadas, sociedades dependentes de autorização. Sociedade Limitada, A Sociedade Limitada é uma modalidade societária empresarial que restringe a responsabilidade dos sócios proporcionalmente às cotas integralizadas no capital social, podendo ser unipessoal (com o advento da Lei nº 13.874, de 2019) ou pluripessoal, constituída por duas ou mais pessoas. Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. A responsabilidade dos sócios é limitada, de forma que ocorre o benefício da separação do patrimônio destes e da pessoa jurídica. Contudo, tal limitação depende da integralização do capital subscrito. A subscrição é o compromisso do sócio de investir na sociedade quando da assinatura do contrato social, assumindo a obrigação de participar com determinado número de quotas de capital, devendo posteriormente integralizá-las com recursos. Dessa forma, enquanto não houver a integralização do capital por algum dos sócios, as obrigações sociais podem alcançar os seus bens pessoais, até o limite do valor subscrito. 34 São aplicadas subsidiariamente nas omissões, as normas da Sociedade Simples, exceto se o contrato social previr a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. Nome Empresarial – Sociedades Limitadas As Sociedades Limitadas utilizam FIRMA ou DENOMINAÇÃO, sendo seu uso privativo dos administradores com os necessários poderes, sócios ou não. Outrossim, a omissão do termo “limitada” determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade (Art. 1.155, § 3o, CC). Contrato Social – Sociedades Limitadas O contrato social deverá conter, no que couber, as cláusulas essenciais para as Sociedades Simples, indicadas no art. 997 do Código Civil: I – nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II – denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; III – capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV – a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 35 Quotas – Sociedades Limitadas O capital social é dividido em cotas, cabendo aos sócias quantidades IGUAIS ou DESIGUAIS. Quanto à integralização com bens ao capital social, TODOS os sócios respondem SOLIDARIAMENTE por sua exata estimação pelo prazo de até 5 anos contados a partir do registro da sociedade: Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 1º Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade. As quotas são indivisíveis em relação à sociedade, EXCETO para efeito de transferência (Art. 1.056, CC). Falando de Sociedade em comandita por ações, sociedade em comandita por ações é aquela em que o capital é dividido em ações, respondendo os acionistas apenas com valor das ações subscritas ou adquiridas, mas tendo os diretores ou gerentes responsabilidades subsidiária ilimitada e solidária pelas obrigações sociais. Essas sociedades poderão usar firma ou denominação, da firma constando apenas o s nomes dos sócios diretores ou gerentes. Somente os acionistas poderão administrar a sociedade, sendo nomeados pelos estatutos, sem limitação de tempo. Tem-se que essas sociedades não possuem estatuto próprio, sendo reguladas pelas normas gerais estabelecidas para as sociedades anônimas, apenas modificadas por alguns dispositivos que dão a característica diferencial desse tipo de sociedade. A sociedade em comandita por ações rege-se pela lei 6.404/76, especificamente nos arts. 280 e 284, e também no código civil de 2002, da sociedade personificada, capítulo IV. 36 As sociedades por ações, cujo capital é dividido em frações, representadas por títulos chamados ações, são de duas espécies: sociedade anônima e sociedade em comandita por ações. Daí porque foram um gênero chamado de sociedades por ações, sendo ambas objeto da Lei nº 6.404/76 e do Código Civil, nos artigos 1.088 e 1.089 e 1.090 a 1.092. Sobre Sociedade Cooperativa, que estão reguladas pela Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, além do Código Civil Brasileiro. Cooperativa é uma associação de pessoas com interesses comuns, economicamente organizadas de forma democrática, isto é, contan-do com a participação livre de todos e respeitando direitos e deveres de cada um de seus cooperados, aos quais presta serviços, sem fins lucrativos. A sociedade cooperativa constitui-se por delibera-ção da assembleia geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento público. O artigo 1.094 do Código Civil, estabelece as seguintes características: “I — variabilidade, ou dispensa do capital social; II — concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; III — limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; IV — intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; V — quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentesà reunião, e não no capital social representado; VI — direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; 37 VII — distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; “VIII — indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade”. Sendo uma sociedade simples, conforme preceitua o parágrafo único do art. 982, não possui a estrutura organizacional da sociedade empresária. De acordo com o art. 4° da Lei n. 5.764/71, a cooperativa é uma sociedade de pessoas, de natureza civil, não sujeita à falência, sendo sua dissolução e liquidação realizada conforme os arts. 63 a 78 da mesma Lei. Por ser necessária a existência de Conselho de Administração ou Diretoria Administrativa e de Conselho Fiscal, para o regular funcionamento de uma cooperativa, o número mínimo de associados fica próximo ao de 20. Quando falamos de Sociedades Coligadas, Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas, ou de simples participação, na forma dos artigos seguintes. É controlada: I - a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores; II - a sociedade cujo controle, referido no item antecedente, esteja em poder de outra, mediante ações ou quotas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já controladas. Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participa com dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la. É de simples participação a sociedade de cujo capital outra sociedade possua menos de dez por cento do capital com direito de voto. Salvo disposição especial de lei, a sociedade não pode participar de outra, que seja sua 38 sócia, por montante superior, segundo o balanço, ao das próprias reservas, excluída a reserva legal. Aprovado o balanço em que se verifique ter sido excedido esse limite, a sociedade não poderá exercer o direito de voto correspondente às ações ou quotas em excesso, as quais devem ser alienadas nos cento e oitenta dias seguintes àquela aprovação, fundamentados nos artigos 1.097 a 1.101 do Código Civil. As sociedades dependentes de autorização, depende de autorização do Poder Executivo para funcionar reger-se-á pelas normas do Código Civil, sem prejuízo do disposto em lei especial e Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto. Por fim, tratamos de Sociedades não personificadas, que são São aquelas que não possuem personalidade jurídica, por não possuírem registro ou devido a sua própria natureza. São espécies de sociedades não personificadas a sociedade em conta de participação e a sociedade comum, também chamada de irregular ou de fato, tendo como tipos: sociedade em comum, sociedade em conta de participação. Sociedades em comum, para os efeitos legais, é aquela em que, seus atos constitutivos ainda não estão devidamente formalizados . Considera-se sociedade não personificada aquela cujo ato constitutivo não foi registrado no órgão componente, ou seja, não possui personalidade jurídica. Excetuam-se deste conceito, as sociedades anônimas e as sociedades em comandita por ações, uma vez que de acordo com a legislação de regência, ambos podem funcionar sem que sejam arquivados e publicados os seus atos constitutivos (artigo 982 CC). Sociedade em conta de participação, Sua falta de personalidade se dá devido a sua natureza e não pela falta de registro. É a sociedade que nunca adquirirá personalidade jurídica mesmo com o registro. Dotadas de natureza secreta/ocultas, fato este, porém, que não as converte em ilícitas ou irregulares. Está dispensada do arquivamento de seus atos constitutivos no registro competente. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios em direitos 39 admitidos. O contrato social produz efeitos somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. Por tal razão, alguns doutrinadores enxergam não como uma sociedade e sim um “contrato de investimento”. O contrato desse tipo de sociedade não precisa de qualquer formalidade, não precisando nem mesmo ser de forma escrita. Finalizando o conteúdo do semestre, aprendemos sobre: Liquidação, Transformação, incorporação, fusão e cisão das sociedades. Em resumo, liquidação de sociedade, constitui uma série de atos visando encerrar as atividades negociais. Tão logo a sociedade seja dissolvida, entra em liquidação, com a realização de um conjunto de ações destinadas a realização do ativo, pagamento do passivo e destinação do saldo que houver, mediante partilha, aos sócios. Transformação: O ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se. A transformação depende do consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, a devolução do valor da quota. Esta devolução será considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidando-se com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. A transformação não modificará nem prejudicará, em qualquer caso, os direitos dos credores. A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente a estes beneficiará. 40 Na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada deverá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato constitutivo. A sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento desse ato, e, se o aprovar, autorizará os administradores a praticar o necessário à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo e o passivo. A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro próprio. A fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se. Em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade. Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembleia dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova sociedade. É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedadede que façam parte. Constituída a nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relativos à fusão. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 41 existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a cisão (artigo 229 da Lei 6.404/1976). Durante o semestre, tivemos várias atividades e desafios em sala que contribuíram para o entendimento da matéria, alguns colegas fizeram uma visita técnica no SEBRAE, para entender como funciona, aprendemos muito sobre sociedade empresária, o semestre foi rico em informação para utilizarmos no futuro. 42 Direito Tributário PROFESSOR LUCAS BASTOS SANCHES A matéria de direito tributário se inicia tratando de princípios, elencados no direito positivo e na ciência do direito, nas quais Direito positivo é o sistema linguístico autopoiético de normas jurídicas válidas em uma nação politicamente organizada, ordenando a conduta humana intersubjetiva. Consubstancia, em outras palavras, o conjunto de textos emanados por órgãos competentes, a fim de regular as relações entre as pessoas, submetidas à soberania de um Estado, em todos os seus aspectos. A interpretação dos textos de direito positivo pode ser feita por intérpretes autênticos ou não autênticos, ou participantes e observadores, respectivamente. Os participantes são aqueles previstos pelo próprio sistema, cuja interpretação resulta na criação de mais direito positivo (juízes, tribunais, órgãos administrativos, casas legislativas, etc.). Já os observadores são aqueles que observam o sistema de direito positivo e, de fora dele, descrevem-no com finalidade de conhecimento. O direito positivo tributário é, portanto, o conjunto de normas jurídicas válidas que regulam as relações existentes entre os cidadãos- contribuintes e o Estado-fisco. Diferentes instrumentos normativos veiculam normas tributárias, como por exemplo a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional, as leis instituidoras de tributos, os decretos executivos, as instruções normativas da Receita Federal, as decisões judiciais, etc. A possibilidade de legislar e, portanto, de criar direito tributário positivo é concorrente (art. 24, I, da CF), porque União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem, nos limites de suas próprias competências constitucionais, criar leis tributárias. Ambos, direito tributário positivo e Ciência do Direito Tributário, são metalinguagens. A Ciência do Direito Tributário descreve, através do método dogmático-jurídico, sua linguagem-objeto que é o direito tributário positivo, 43 enquanto este último prescreve normas tributárias utilizando conceitos e definições próprias de outros ramos do direito (civil, empresarial, penal, processual, administrativo, etc.). Portanto, pode-se afirmar que não é possível conhecer direito tributário sem manejar conceitos e definições que orbitam ou são oriundas de outros quadrantes do direito. Essa ideia é corolário do princípio da unidade do sistema de direito. Após termos o conceito de direito tributário, temos o TRIBUTO, que é a “prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituído por lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Para classificarmos tal questão como tributo, ele tem que obedecer às seguintes regras: Prestação pecuniária compulsória? Em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir? Que não constitua sanção por ato ilícito. Instituída em lei. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. A primeira parte do caput do art. 4º do CTN anuncia que a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação. Entretanto, para determinar-se qual é efetivamente a espécie tributária que se está analisando, a hipótese de incidência não é critério suficiente. É necessário o seu cotejo necessariamente com a base de cálculo, que é a grandeza econômica que a hipótese de incidência se reporta, afirmando-a, confirmando-a ou infirmando-a. Por exemplo: o imposto de renda tem como fato gerador a aquisição de renda (riqueza nova), portanto, necessariamente, a base de cálculo do imposto deverá ser justamente essa riqueza nova, a renda; o ICMS tem como hipótese de incidência as operações com mercadorias, logo, a base de cálculo deverá reportar- se a esse evento econômico: a operação com mercadoria. 44 Quanto à classificação dos tributos, temos pelo art. 145 da CF que aponta para uma primeira classificação dos tributos em: I – impostos, II – taxas e III – contribuições de melhoria. A mesma classificação é repetida pelo legislador complementar nacional, precisamente no art. 5º do CTN. Assim, em resumo temos: Impostos: Imposto é o nome que se dá à espécie tributária que tem como hipótese de incidência uma atividade ou situação de fato praticada pelo contribuinte, regida pelo direito privado (auferir renda, importar bens, ser proprietário de bem imóvel urbano, vender mercadorias, etc.). Taxas: As taxas são tributos vinculados a uma atividade estatal específica, imediatamente referível ao contribuinte. Contribuição de Melhoria: A contribuição de melhoria é uma espécie tributária que tem como pressuposto para sua instituição a soma de dois fatores: valorização imobiliária e obra pública. Durante o semestre, aprendemos também sobre as fontes do direito tributário, que temos os Instrumentos primários de introdução de normas: Os instrumentos primários de introdução de normas são aqueles que podem inserir novos conteúdos de significação no Direito posto, inovando inauguralmente o ordenamento jurídico. São eles: Constituição Federal: A Constituição Federal é a matriz de todas as manifestações normativas do Estado, desempenhando capital importância no direito brasileiro no que pertine à tributação. Emendas constitucionais: Emendas à Constituição constituem a primeira modalidade de instrumento primário de introdução de normas que o art. 59 do Texto Maior se refere. São fruto do chamado Poder Constituinte Derivado Reformador, possibilitando que o texto original da Carta seja suplantado ou modificado, conforme as vontades do povo, manifestadas pelos mandatários políticos do Congresso Nacional. Leis complementares: As leis complementares, previstas no inciso II do art. 59 da CF, assumem capital importância no 45 âmbito tributário, visto que foi gosto do Constituinte relegar uma série de questões à sua disciplina. Chamam-se, pois, de complementares porque efetivamente complementam a Constituição quando ela expressamente solicita. Leis ordinárias: A lei ordinária é a lei tributária por excelência. Isso porque ela é o instrumento mais apto a veicular normas relativas à instituição ou extinção de tributos. Leis delegadas: Leis delegadas são instrumentos primários de introdução de normas que possuem peculiar processo legislativo: como indica o nome, o Presidente da República solicita delegação ao Congresso Nacional para legislar sobre determinado assunto, que se manifestará mediante resolução, especificando o conteúdo e os termos de seu exercício. Medidas provisórias: As medidas provisórias constituem uma inovação da Constituição Federal de 1988. Prescreve o art. 62 da CF que o Presidente da República pode editar medidas provisórias com força de lei, em casos de relevância e urgência, submetendo-as imediatamente ao Congresso Nacional. Decretos legislativos: Os Decretos legislativos estão entre as competências exclusivas desempenhadas pelo
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