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Urgência e Emergência em Adultos e Idosos 02 1. Introdução 4 2. Diretrizes e Cuidados da Pessoa Idosa no Sus 8 A Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde Do Brasil (MS) 12 3. Sistema de Acolhimento Adulto e Idoso 16 Sistematização do Acolhimentoe Classificação de Risco (Accr): 20 Acolhimento com Classificação de Risco: 20 4. Emergência e Urgência Adulto e Idoso 23 Insuficiência Respiratória 24 Choque 25 Crises Convulsivas 27 Acidente Vascular Encefálico 28 5. Referências Bibliográficas 31 03 4 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS 1. Introdução Fonte: https://planodesaude.net.br/ omo vimos, a Emergência e urgência possuem conceitos distintos, cada um com a sua carac- terística que determinam o tipo de tratamento que o enfermo receberá. O recém-chegado a um alojamento hospitalar. Apesar disso mesmo que haja definições dessemelhantes no âmbito da medicina, habitualmente as condições acabam sendo agrega- das erroneamente como sinônimos. Conceitualmente, emergênci- as discorrem respeito a situações mais graves que urgências. Jazendo considerada uma emergência de condições que provoquem sofrimen- to claro ou risco imperativo de morte decretando, assim, tratamento mé- dico imediato. Já a urgência, é um acontecimento inesperado com ou sem risco plausível à vida, onde o indivíduo precisa de assistência mé- dica imediata. Desse jeito, ambas as defini- ções sugerem atendimento médico rápido e adaptado a sua gravidade. Apesar disso, a emergência estabele- ce um acolhimento direto por conta C 5 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS do ímpeto iminente de morte ou lesão imutável, quão grandemente fraturas expostas, paradas cardior- respiratórias e hemorragias graves. Já na urgência, embora exija uma pronta avaliação médica por seu risco plausível, não basicamente precisa de uma intervenção instan- tânea. De tal modo, como é o caso de fraturas não reveladas, cólicas rena- is, alta pressão arterial, entre outras. Sendo considerada uma emer- gência condições que impliquem sofrimento intenso ou risco iminen- te de morte situando, logo, trata- mento médico contíguo. E urgência um acontecimento imprevisto com ou sem risco crível à vida, onde o indivíduo precisa de assistência mé- dica imediata. Fonte: https://blog.hospitalbadim.com.br/ Do mesmo modo, a despeito do aprimoramento dos modos de classificação, é trivial o pensamento de que o ofício dos Serviços de Emergência para a ordem de qual- quer situação que origine um certo prejuízo à saúde é a mais perfeita alternativa por ser mais rápido e eficaz. Contudo, isto não é verdade, note que como visto na Urgência e Emergência Pediátrica de acordo com Wong (2003): “[...] O uso inadequado dos ser- viços de emergência pode trazer mais riscos que benefícios. Ser- viços de Emergência servem para tratamento de casos agu- dos com potencial risco à vida. Mas isto não quer dizer que casos de baixa complexidade – sem risco identificado através das ferramentas de classifica- ção – não devam ser atendidos. Estes pacientes devem ser aten- didos em locais diversos dos Serviços de Emergência e Ur- gência, preferencialmente com a comodidade de um horário marcado e com a disponibili- dade de uso de recursos na velocidade que o problema necessite [...]” Destaca o médico: “[...] A falta ou dificuldade de acesso a outros serviços de saúde acaba levando a popula- ção a resolver todo e qualquer tipo de necessidade nos Servi- ços de Urgência e Emergência por sua comodidade e conven- iência. Mas isso leva à superlo- tação e demora no atendimento de casos que não são emer- gências ou urgências”, aponta o profissional. Logo, o maior desafio é oferecer acesso a ser- viços de saúde que consigam tratar desde o paciente mais grave imediatamente, até aque- 6 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS le com a queixa mais quotidiana com agilidade e presteza. [...]” Na esfera da medicina, emer- gência é o momento que determina uma cirurgia ou ingerência médica de adjacente, dessa forma, comu- mente está escrito "emergência" nas ambulâncias. Exemplos de emer- gência abrangem: hemorragias, pa- rada respiratória e parada cardíaca. Em contrapartida, os episó- dios de caráter urgente necessitam de tratamento médico e por diversas vezes de cirurgia, no entanto têm um caráter menos imediatista. Modela- res de urgência são: luxações, torções, fraturas, de acordo com a sua gravidade e contágios como a dengue. Fonte: https://www.ncsaude.com.br/produt o/emergencias-clinicas-para- enfermagem/ A crescente ação pelos acolhi- mentos de Urgência e Emergência, no Brasil, comparece despertado a apreensão dos hospitais quanto à padronização de comportamentos, arrefecimento de morbidade e mor- talidade nas unidades de emer- gência. No que concerne, no Brasil são pouquíssimos os centros que dispo- nibilizam um treinamento especifico em Urgência e Emergência Pediá- trica. Na maior parte das vezes, a de primeira ação de profissionais recém-egressos das instituições é justamente em uma unidade de emergência, um dos campos de aco- lhimento mais complexos, logo exige do profissional elementos em quase todas as particularidades médicas e desenvolturas técnicas para o aco- lhimento de seus pacientes. 7 8 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS 2. Diretrizes e Cuidados da Pessoa Idosa no Sus Fonte: https://grupomidia.com/hcm/estudo-aponta-que-75-dos-idosos-usam- apenas-o-sus/ população brasileira envelhece de forma rápida e intensa. De acordo com o Censo IBGE de 2010, a população idosa brasileira é com- posta por 23 milhões de pessoas, inteirando 11,8% da população total do País. A expectativa de vida para a população acresceu para 74 anos, sendo 77,7 anos para a mulher e 70,6 para o homem. A acrescente da expectativa de vida representa uma importante conquista social e procede da melho- ria das condições de vida, com au- mento do acesso a serviços médicos preventivos e curativos, melhoria da tecnologia médica, aumento da co- bertura de saneamento básico, água encanada, esgoto, acrescente da escolaridade, da renda, entre outros categóricos sociais. A passagem demográfica bra- sileira proporciona particulardades como 55,7% de mulheres em meio a as pessoas idosas. “[...] Se considerarmos a popu- lação mais idosa, com idade superior a 80 anos, o percen- tual de mulheres sobe para 61% do contingente de idosos. A A 9 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS distribuição por critério de cor ou raça demonstra que 55% da população idosa são da cor branca, 8,6% preta 35,2% par- da. Outra característica impor- tante é o crescimento da popu- lação dos mais idosos, sendo 10. 473 milhões (44,5%), com 70 anos ou mais, 5.623 milhões (23,9%) entre 65 e 69 anos e 7.440 milhões (31,6%) entre 60 e 64 anos. Destaca-se também o aumento do número de idosos centenários, hoje existem 24 mil idosos com 100 anos ou mais [...] (IBGE/PNAD 2011).” O envelhecimento no Brasil impactou e trouxe modificações no perfil demográfico e epidemiológico em todo País, lançando demandas que requerem respostas das políti- cas sociais submergindo o Estado e a sociedade, insinuando novas confi- gurações de cuidado, em especial aos cuidados delongados e a atenção domiciliar. Associadas a esse quadro, advieram mudanças na composição das famílias brasileiras, na função da mulher no mercado de trabalho, na queda da taxa de fertilidade e na nupcialidade, derivando em novos desafios a serem encarados no cui- dado à população idosa, orientados especialmente às políticas de saúde, da assistência social e da previ- dência social. Para guiar as açõessetoriais e intersetoriais na área do envelhe- cimento e saúde da pessoa idosa fo- ram organizados e publicados pa- drões legais e normativos. Exemplar importante é a Política Nacional do Idoso, anunciada em 1994 e regula- mentada em 1996, que antecipa a garantia dos direitos sociais à pessoa idosa, acentuada quão a pessoa que tem 60 anos ou mais de idade. Em 2003, com a aprovação do Estatuto do Idoso, foram reafirmados os aprumados das pessoas idosas, incumbindo à Saúde afiançar aten- ção integral a essa população, por interferência do Sistema Único de Saúde. Em 2002, a Organização Mun- dial da Saúde (OMS) publicou dire- ções sobre o envelhecimento ativo quão intensamente diretriz para a política de saúde fundamentada em três pilares básicos: saúde, partici- pação e segurança. O desígnio do envelhecimento ativo é acrescentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todos os indivíduos que estão envelhecendo, até mesmo os que são frágeis, física- mente incapacitadas e que solicitam cuidados. Na área específica da Saúde, em 1999 foi sancionada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, que sobrepujou os princípios da Política Nacional do Idoso no campo do SUS. Para promover a operacio- nalização foram publicadas porta- rias que regeriam o funcionamento 10 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS das Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, pautadas especial- mente nos Centros de Menção em Atenção à Saúde do Idoso a Porta- rias GM/MS nº 702/2002 e SAS/ MS nº 249/2002, concomitante- mente. Essas propostas eram cone- xas com as necessidades que se pro- porcionavam naquele conjunto. De tal modo, a composição das redes especiais para a população idosa jazia centrada em Hospitais Gerais e Centros de Menção em Assistência à Saú- de do Idoso, apropriados a oferecer diferentes modalidades assisten- ciais, quão grandemente: internação hospitalar, atendimento ambulato- rial particularizado, hospital dia e assistência domiciliar, focalizado em algumas localidades, na assistência ao portador de doença de Alzheimer. Em 19 de outubro de 2006, foi publicada a Portaria nº 2.528, indi- cando aos órgãos e institutos do Ministério da Saúde com ações conexas ao tema, que solicitassem a preparação ou readequação de seus programas, planos e atividades em concordância com as diretrizes e encargos neles estabelecidos, suge- rindo inclusive a revisão das Porta- rias nº 702 e 249, de 2002. No que concerne, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, na sua versão atual de 2006, coloca como escopo a atenção à saúde apro- priada e honesta para os idosos bra- sileiros, meditando a condição de funcionalidade, apreendendo que a incapacidade funcional e as limites físicas, cognitivas e sensoriais não são decorrências inevitáveis do pro- cesso de envelhecimento, conquanto reconheça que a prevalência de inaptidão majore com a idade e que esse fator sozinho não prediz inca- pacidade. De tal modo, a PNSPI situa quão intensamente suas diretrizes: Adesão ao desenvolvimento de estudos e pesquisas; Divulgação e conhecimento sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, admi- nistradores e usufrutuários do SUS; Estímulo à participação e ao fortalecimento do mando social; Desenvolvimento e educação constante dos profissionais de saúde do SUS na extensão de saúde da pessoa idosa; Estímulo às ações interseto- riais, apontando à integrali- dade da atenção; Promoção de colaboração nacional e internacional das experiências no cuidado à saú- de da pessoa idosa; Promoção do envelhecimento ativo e saudável; Cuidado integral, integrada à saúde da pessoa idosa; 11 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS Fornecimento de recursos adequadas para assegurar a qualidade do cuidado à saúde da pessoa idosa; Apesar que as orientações previstas nessa Política permane- çam atuais e apropriadas, ainda têm lacunas entre as ofertas das redes prioritárias de acolhimento e as da atenção fundamental e as demandas particulares dessa população. Esse desafio estabelecerá um esforço de mão dupla para expandir o acesso, incluir e/ou potencializar a atenção integral, avaliando as especifici- dades da população idosa nas redes existentes. De acordo com Souza e Minayo (2010): “[...] a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa define como uma de suas prioridades, a construção de uma proposta de Modelo de Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa, com o objetivo de contribuir para a organização da atenção e am- pliação do acesso qualificado da população idosa no âmbito do SUS. O Modelo apresentará as diretrizes e estratégias para po- tencializar ações e serviços diri- gidos às pessoas idosas já de- senvolvidas nos territórios, de forma que sejam reconhecidos e articulados diferentes pontos de atenção, compondo a rede de atenção às pessoas idosas, ten- do a Atenção Básica como coor- denadora dessa ação. [...]” O acolhimento deve ser funda- mentado nas necessidades da popu- lação centrada na pessoa, avaliando sua integração na família e na iden- tidade, em substituição à atenção prescritiva e localizada na doença. A especificidade e a heterogeneidade nas metodologias de envelhecer necessitam ser consideradas, a par- tir dos categóricos sociais da saúde, nos seus mais díspares aspectos, considerando ainda as altercações de gênero e raça, procurando a equi- dade e resolutividade da assistência a ser ofertada. Para isso, as especi- ficidades e singularidades da popu- lação idosa com suas novidades de- mandas de acolhimento devem ser priorizadas na organização e oferta de serviços. É imprescindível ainda incluir em todas as etapas de organização do cuidado a fiança do acesso, o acolhimento e cuidado humaniza- dos da população idosa nos empre- gos de saúde do SUS, isto é, não só exercitar a escuta, contudo propiciar que está se traduza em responsabi- lização e resolutividade, uma vez que leva ao acionamento de redes interiores, exterioras e multidiscipli- nares. O acolhimento deve ser dirigi- do a partir da funcionalidade global da pessoa idosa, meditando o risco de fragilidade vivente e o seu grau de vinculação (capacidade de exe- cução), procurando a autonomia 12 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS (capacidade de decisão) admissível, do sujeito em questão A Política Nacional de Huma- nização (PNH) do Ministério da Saúde Do Brasil (MS) Publicada em 2003, busca pôr em estágio os princípios do Sistema Único de Saúde - SUS no tradicional dos serviços de saúde ocasionando modificações nas formas de agir, gerir e cuidar, e incitando trocas solidárias entre administrantes, colaboradores e usuários. A PNH se carcaça com apoio nos princípios, métodos, diretrizes e dispositivos, distinguindo a partir da política transversal e com indis- sociabilidade em meio a a aplicação e a administração. O MS, pela Portaria GM/MS nº 3.390 de dezembro de 2013, compôs a Política Nacional de Aten- ção Hospitalar - PNHOSP no campo do SUS. Esta portaria constitui diretrizes para a organização do Componente Hospitalar na Rede de Atenção à Saúde - RAS, onde afere o Atendimento bem como um ouve moral e adequado às obrigações de saúde dos usufrutuários no momen- to de busca pelo serviço e na pres- tação de cuidados com a finalidade de atender à questão com resolu- tividade e responsabilidade. O Atendimento é uma diretriz da PNH, que não apresenta ponto nem hora para acontecer, nem um profissional típico para fazê-lo, porque abrange-se que refugiar faz parte de todos os encontros do ser- viço de saúde igualmente se estabe- lecendo em uma postura ética, polí- tica e estética. A atenção é uma convenção de respostaàs indigências dos cidadãos que procuram os serviços de saúde. Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF – CPPAS. Em meio as tecnologias fun- cionárias para reorganização dos procedimentos de trabalho, o Aco- lhimento com Classificação de Risco - ACCR tem se apontado um dis- positivo potente com resultados de maior exultação de usufrutuários e trabalhadores, aditamento da po- tência clínica e um atirador de ou- tras modificações, como a compo- sição de equipes de alusão, adminis- tração partilhada da clínica, o desen- volvimento das RAS e a valorização do trabalho em saúde. Em concerto com COFEN (2012): “[...] A Classificação de Risco é um método dinâmico de iden- tificação dos pacientes que ca- recem de tratamento contíguo, de acordo com o possível risco, agravos à saúde ou grau de afli- ção, satisfaz a priorização do 13 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS atendimento em serviços e cir- cunstâncias de urgência/ emer- gência como um processo com- plicado, que exige competên- cia técnica e científica em seu cumprimento, está regula- mentado pela Resolução CO- FEN 423/2012, que regulariza no campo do Sistema COFEN/ Conselhos Regionais de Enfer- magem, a informação do Enfer- meiro na atividade de Clas- sificação de Risco. [...]” Em concordata com artigo 1°, da Resolução COFEN 423/2012 articula que: “[...] No âmbito da equipe de Enfermagem, a Classificação de Risco e a priorização da assis- tência em serviços de urgência é privativa do enfermeiro, obser- vadas as disposições legais da profissão [...]” No que tange, esta resolução abrevia que o enfermeiro carece estar dotado de elementos, compe- tências e habilidades que garantam rigor técnico-científico o procedi- mento, que necessitará ser adim- plido na conjuntura do processo de enfermagem, atendendo-se aos acondicionações da Resolução COFEN 358/2009, sistematização da Assistência de Enfermagem, juntamente com os princípios da PNH. A Portaria GM/MS n0 2048/ 2002 do Ministério da Saúde adver- te a instauração do atendimento e da “triagem classificatória de risco” nas unidades de amparo às urgências. O processo aconselha que: “[...] deve ser realizado por pro- fissional de saúde, de nível su- perior, mediante treinamento específico e utilização de pro- tocolos pré-estabelecidos, e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pa- cientes, colocando-os em or- dem de prioridade para o aten- dimento [...] (MOTA, MAR- TINS & VERAS, 2006).” Ainda de acordo com Brasil (2010): “[...] A Portaria GM/MS n 0 4279 de 30 de dezembro de 2010 da Rede de Atenção à Saúde – RAS delibera todos os pontos de atenção como do mesmo modo importantes para que se desempenhem os obje- tivos da RAS, caracterizando-se apenas pelas díspares densi- dades tecnológicas que os indi- vidualizam. Os pontos de atenção são os ambientes insti- tucionais que proporcionam serviços pelo meio de um cargo de produção singular. [...]” A Resolução CFM n 0 2079 de 14 de agosto de 2014 aprimora a cogente a implantação do Atendi- mento com Classificação de Risco para o acolhimento dos pacientes em todos as ocupações Comissão Permanente de Pro- tocolos de Atenção à Saúde da SES- DF - CPPAS determina que o pronto 14 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS atendimento 24h da rede de enre- damento intercessora, isto é, as UPAS – Unidades de Pronto Aten- dimento) e hospitalares. “[...] A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera e propor outra ordem de aten- dimento que não a ordem de chegada, tem outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuá- rio com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; pro- mover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condi- ções de trabalho para os profis- sionais pela discussão da am- biência e implantação do cui- dado horizontalizado; aumen- tar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a cons- trução de redes internas e ex- ternas deatendimento.[...]” “[...] Não é menos importante esta relação para fora do hos- pital. Desenvolver articulações com a atenção básica, ambula- tórios de especialidade, servi- ços de atenção e internação domiciliar, etc. Promove uma reinserção do usuário em áreas do sistema que qualificam a alta do usuário da unidade de ur- gência e emergência, produ- zindo possibilidades de vínculo e responsabilização [...] (MIS- TRE, 2007)” Para tanto, assim como estru- tura para fortalecer, aparelhar, inte- grar e normatizar os métodos de trabalho, decidiu-se este Protocolo de Acolhimento e Classificação de Risco nas Aberturas Fixas de Urgên- cia e Emergência – Pediatria, que colaborará espontaneamente para a efetivação da Diretriz da PNH Aco- lhimento, na esfera do SUS/DF 16 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS 3. Sistema de Acolhimento Adulto e Idoso Fonte: http://estudio.folha.uol.com.br/ ara estabelecer uma rede que atenda aos principais proble- mas de saúde dos usufrutuários na área de urgência e emergência de configuração resolutiva, é indis- pensável considerar o perfil epide- miológico e demográfico brasileiro, cujo se evidencia, de acordo com os dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/ MS), uma elevada morbimorta- lidade conexa às violências e aos acidentes de trânsito entre jovens até os 40 anos e, supra desta faixa, uma alta morbimortalidade relacio- nada às doenças do aparelho circu- latório, bem como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC). Importar a isso o acentuado e acelerado enve- lhecimento da população, com acrescente significativo da expecta- tiva de vida nas derradeiras décadas. Como vimos em concerto com o Censo de 2010, 10% da população brasileira computava com mais de 60 anos, o que constitui mais de 20 milhões de pessoas (PNDE, 2010). Além do fator longevidade no Brasil, deve ser estimada a acen- P 17 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS tuada queda da natalidade, para que novas estratégias em saúde sejam pensadas. O último Censo, concreti- zado em 2010, exibiu, em relação ao censo anterior, um acrescente de 12,3% da população brasileira, o que desponta uma objetiva arrefeci- mento do ritmo do crescimento populacional, se assemelhando a padrões europeus. Além da mortalidade precoce e das decorrências decorrentes dos acidentes de trânsito, ainda de outras violências e das doenças cardiovasculares (DCV), carece-se considerar os sofrimentos enfrenta- dos pelos indivíduos acometidas por essas classes clínicas e suas famílias. Soma-se a isso o elevado custo socioeconômico. Dessa maneira, a organização da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) no Sistema Único de Saúde (SUS), igualmente é uma prioridade, é um imperativo premente, de caráter a intervir de forma organizada e eficaz sobre tais doenças e agravos. Tabela Principais cargas de morbilidade no Brasil Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/ Como citado, entre as princi- pais causas de óbito e internações em nossa sociedade estão as doenças do aparelho circulatório (DAC), os acidentes e as distintas formas de violência, ainda as neoplasias (SVS, 2010). Porém, já se notam tendên- cias recentes de redução da morta- lidade por determinadas causas par- ticulares de doenças cardiovascu- lares, o que é aceitável para a redu- ção das taxas nesse grupo. Outros- sim, no grupo das doenças infec- ciosas, ademais na redução na mortalidade, adverte-se ainda dimi- nuição significativa na morbidade por um anexoimportante de doenças. 18 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS “[...] Entre as causas de morte e hospitalização por doenças car- diovasculares (DCV) destacam- se as síndromes coronarianas agudas (SCA), incluindo o in- farto agudo do miocárdio (IAM) e a angina instável (AI). Com os avanços no tratamento das SCA, a mortalidade por IAM nos estudos observacio- nais caiu de 30% na década de 1950 para menos de 5% nos registros mais recentes em paí- ses desenvolvidos e até mesmo na rede privada em nosso País. O tratamento moderno do IAM depende do uso de terapias de reperfusão, do rápido acesso aos serviços de saúde e do uso de medicações específicas com benefício comprovado. Embora a maioria das abordagens indi- cadas no tratamento do IAM esteja disponível no SUS, a mortalidade hospitalar pelo IAM continua elevada, cerca de 15% (DATA-SUS, 2009), o que exige uma ação integrada do Ministério da Saúde, das socie- dades científicas, dos gestores estaduais e municipais, dos profissionais de saúde e pres- tadores de serviços hospitalares (LOVISI, 2009). [...]” Visto que esta tripla carga de doenças (agentes externas, doenças crônicas não transmissíveis, com evidência para as doenças cardio- vasculares e, também, uma carga de doenças infecciosas), é necessário a implementação da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE), de modo a articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objeti- vando ampliação e qualificação no acesso humanizado e integral aos usufrutuários em situação de urgên- cia e emergência nos serviços de saúde, de modo ágil e oportuno, por todo território nacional, respeitan- do-se os critérios epidemiológicos e de densidade populacional. As prin- cipais diretrizes que guiam a imple- mentação da RUE são: 19 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/ Desse modo, a RUE, como rede complexa e que atende a dife- rentes categorias (clínicas, cirúrgic- as, traumatológicas, em saúde men- tal etc.), é mesclada por díspares pontos de atenção, de modo a dar conta das diferentes ações indispen- sáveis ao atendimento às situações de urgência. Dessa maneira, é necessário que seus componentes operem de forma integrada, pronunciada e sinérgica. Ainda, de forma trans- versal a todos os elementos, devem estar presentes o acolhimento, a designação profissional, o conhe- cimento e a regulação de acesso. Igualmente, com o desígnio principal de reordenar a atenção à saúde em circunstâncias de urgência e emergência de forma coordenada pelo cuidado básico, é necessário muito mais do que a acrescente da rede de serviço: é indispensável, de forma qualificada e resolutiva, o aumento de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, de diagnóstico, clínico, reabilitação e cuidados paliativos. Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/ As consecutivas estratégias são separadas como prioritárias na RUE: Articulação entre os seus components; Criação das unidades de inter- nação em cuidado prolon- gados (UCP) e de hospitais particularizados em cuidados prolongados (HCP); Definição do acolhimento do- miciliar organizado por inter- médio das equipes multidisci- plinares de cuidado domiciliar (Emad) e das equipes multi- disciplinares de apoio (Emap); 20 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS Organização e acrescente dos leitos de retaguarda clínicos; Qualificação do cuidado ao paciente crítico ou grave por meio da qualificação das uni- dades de terapia intensiva; Qualificação do cuidado por meio da arranjo das linhas de atenção cardiovascular, cere- brovascular e traumatológica; Qualificação das portas hospi- talares de urgência e emer- gência e da emergência, estra- tégicas para a RUE. É basilar a participação de atores de outros partes sociais para a proposição de políticas públicas intersetoriais eficazes e competen- tes, envolvendo conselhos de saúde, administradores, trabalhadores, prestadores, usufrutuários, conse- lhos de classe, instituições de ensi- no, setores da Educação, Segurança Social, Transportes, entre outros. Sistematização do Acolhi- mento e Classificação de Risco (Accr): O atendimento é uma diretriz da Política Nacional de Huma- nização (PNH), que não apresenta lugar nem hora adequada para acon- tecer, nem um profissional parti- cular para fazê-lo: faz parte de todos os embates do serviço de saúde. O acolhimento possui uma postura moral que implica na escuta do usu- frutuário em suas queixas, na consi- deração do seu protagonismo no método de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela ordem, com ativação de redes de comparti- lhamento de saberes. É o ato de atender, ou recep- cionar o usufrutuário a um atendi- mento que o ampara, protege ou socorre, que nos leva a entender a alteração de relacionamento entre o usufrutuário e o profissional de saúde, pelo meio de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, distinguindo o usuá- rio como pessoa participante ativa no processo de produção da saúde. Acolhimento com Classifica- ção de Risco: A classificação de risco é um aparelho da PNH, uma ferramenta de disposição da “fila de espera” no serviço de saúde, para que as pessoas usuárias que necessitam mais sejam acolhidas com prio- ridade, e não por ordem de chegada. Essa tabela foi criada para melhor preparar o fluxo de pacientes que buscam as portas de entradas com precisões de urgências/emer- gências das Unidades Básicas, Pron- tos Atendimentos e Hospitais, afian- çando um atendimento resolutivo e humanizado aqueles em circuns- tância de sofrimento agudo ou crô- nico de alguma outra natureza. 21 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS 22 23 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS 4. Emergência e Urgência Adulto e Idoso Fonte: http://www.hospitalmoinhos.org.br/ ara mais, as urgências clínicas compõem agente frequente de procura por atendimento médico, especialmente nas unidades de pronto-atendimento. Em nosso meio as circunstâncias de insufi- ciência respiratória, choque, intoxi- cações exógenas e os acidentes por animais peçonhentos são predo- minantes. Ademais, são motivos de mor- te e demanda de consultas e inter- nações que contempla toda as faixas etárias. Algumas dúvidas e preocu- pações são corriqueiros à maioria dos profissionais de saúde diante de um paciente seriamente enfermo. A título de exemplo como devo ofere- cer oxigenoterapia ou proceder à intubação traqueal? Ou ainda indicar um centro de terapia intensiva? Administrar ex- pansão volêmica ou mesmo uma amina? Talvez, fazer lavagem gás- trica, empregar o uso de antídoto? Além de outras questões que sempre nos deixam em dúvida com à condução do caso. Nesta capitulo vamos discutir e esclarecer algumas dessas questões, visto que são pou- cas as páginas para discorre todo o assunto. Desse modo, algumas vezes vamos iniciar a partir de uma situa- ção-problema que esperamos refle- tir aspectos de sua vivência junto à P 24 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS sua equipe de Saúde da Família. Em alguns momentos faremos referên- cia o emprego de recursos de discus- são na área de saúde. Para a abordagem apropriada de um paciente seriamente enfermo, é necessário fazer um conjunto de quatro avaliações: Geral; Primária; Secundária; Terciária. Avaliação geral – Elementos pela avaliação célere ao olhar para o paciente: Aparência: consciente? Boa respiração: esforço? Circulação: cianose? Palidez Avaliação primária: Circulação: pulso central coe- va? (Se ausente = RCR pre- coce), pulso periférico, perfu- são capilar, cor do paciente, aferida a pressão arterial,constatar o débito urinário. Exposição: temperatura? Lesões? Disfunção: responsivo? Boa respiração: ventilar? Abrir vias aéreas: patentes? Avaliação secundária: História: sinais e sintomas? Alergias? Medicações? Passa- do médico? Líquidos e derra- deira refeição? Casos relacio- nados ao começo do quadro? Exame físico da cabeça aos pés: sinais vitais, bem, como a frequências respiratória e car- díaca, pressão arterial, satura- ção de oxigênio, ainda cabeça- olhos-nariz e garganta/pescoço, coração e pulmões, abdome, pelve, ex- tremidades, região dorsal e por fim exame neurológico. Avaliação terciária: exames la- boratoriais, radiografias, eletrocar- diograma e entre outros. Insuficiência Respiratória Note que a insuficiência respiratória é um agente importante de morbidade e mortalidade na po- pulação via de regra. O diagnóstico precoce, a avaliação apropriada da gravidade e a abordagem correta acautelam a piora do quadro, a evo- lução para a parada cardiorrespira- tória e as decorrências. A faixa etária pediátrica é a mais acometida, em função de propriedades anatômicas e fisiológicas individuais de todo o trato respiratório. Assim, a principal função da respiração é aprovisionar oxigênio e remover a demasia de dióxido de carbono das células do organismo. Quando a ventilação e/ou corres- pondência gasosa de um paciente é inábil de fornecer oxigênio ou supri- mir dióxido de carbono imprescin- 25 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS dível às necessidades teciduais, pro- ferimos que o paciente se depara com insuficiência respiratória. Causas de insuficiência respiratória aguda em adultos. Fonte: De Melo (2011) Obeserve que o tratamento da insuficiência respiratória fundar-se na experiência de reversão dos mecanismos fisiopatológicos ocasio- nadores. O tratamento da causa ba- silar e o suporte da função pulmonar danificada (ventilação e/ou troca ga- sosa) são eficazes para o bom pre- núncio. Choque Limite inferior na pressão sis- tólica, por faixa de idade: Fonte: De Melo (2011) Veja que o estado de choque pode ser qualificado quanto aos fa- tores etiológicos e fisiopatológicos. E quanto à etiologia, podemos consi- derar que: Choque hipovolêmico: é o agente mais frequente de com- prometimento hemodinâmico. Diferencia-se pela diminuição do débito car- díaco secundária à hipovole- mia. Os principais motivos são: diarreia, vômitos, deriva- ções digestivas, diabetes, tu- bulopatias e queimaduras. Ou- tros motivos ainda podem es- tar presentes, como: hemor- ragias (trauma, cirurgias) e se- questro de fluido para o “ter- ceiro espaço” (enterocolites, obstruções intestinais, ascites volumosas). Choque cardiogênico: diferen- cia-se pelo descimento do de- flúvio cardíaco resultante de disfunção miocárdica primá- ria. Os basais agentes são: as arritmias, pós-operatório de cirurgias cardíacas, distúrbios metabólicos (hipocalcemia, hipoglicemia, acidose meta- bólica), cardiopatias congêni- tas, miocardite viral e intoxi- cações (medicamentos, qui- mioterápicos, toxinas). Em pa- ciente que continue, por perío- 26 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS do prolongado, em estado de choque de alguma outra etio- logia, pode acontecer secunda- riamente disfunção miocár- dica. Choque distributivo: é distinto pelo descimento da resistência vascular sistêmica anexa a acrescente compensatório, contudo insuficiente, do débi- to cardíaco. Acontece distri- buição desigual do fluxo san- guíneo, desvirtuando à inade- quada perfusão tecidual. De- terminadas regiões granjeiam fluxo em excesso, porquanto outras são mal perfundidas. Agentes: choque séptico em fase primitiva, choque anafilá- tico, choque neurogênico, bem como trauma raquimedular e circunstância de morte ence- fálica, além de lesão encefálica aguda juntamente com com- plicações secundárias a utili- zação de drogas vasodilata- doras. Choque obstrutivo: advém quando existe comprometi- mento do débito cardíaco por assoreamento física ao fluxo de sangue, acarretando acres- cente compensatória na resis- tência vascular periférica. Agentes: tromboembolismo pulmonar, tamponamento cardíaco, pneumotórax hiper- tensivo e coarctação de aorta. Desse modo, o choque ainda pode ser qualificado, de acordo com a sua importância, em três estágios: Não progressivo, ainda deno- minado de compensado. Progressivo, o choque progri- de visa a morte, se não tratado adequadamente. Irreversível, o choque prospe- ra para um estágio tão sério que, mesmo aplicando todas as configurações conhecidas de tratamento, o paciente evo- luciona para a morte. Outro modo de se qualificar o choque é através da mensuração da pressão arterial, assim, a medida da pressão arterial é basilar no paciente grave. No modo compensado, a PA depara-se dentro dos limites da normalidade, mesmo diante de si- nais de descimento da perfusão teci- dual. Na forma descompensada, as construções compensatórios deixam de ser adequadas de manter a PA adiante de valores considerados aceitáveis para a perfusão mínima dos tecidos. “[...] A hipotensão arterial é um sinal tardio e de mau prog- nóstico. Para delimitar o cho- que em compensado ou des- compensado, é importante que se tenha conhecimento dos li- mites inferiores para a medida da PA sistólica. [...] ( De Melo, 2011).” A abordagem terapêutica pri- mitiva da insuficiência circulatória abraça o ACAB (aparência/circula- 27 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS ção/abrir vias aéreas/boa respi- ração), primeiramente: [...] Ressuscitação volumétrica, com a obtenção de dois acessos venosos seguros. - Uso de suporte farmacológico ao sistema cardiovascular está indicado nas seguintes situa- ções: depressão miocárdica, choque cardiogênico associado à congestão circulatória (edema pulmonar, hepatomegalia), hi- potensão refratária à ressus- citação volumétrica. - Manutenção de via aérea pérvia. - Maximização da oferta de oxi- gênio (FiO2 de 100%), podendo estar indicados a intubação em- dotraqueal e o suporte ventila- tório. No entanto, se o paciente apresenta bom padrão respira- tório e está respondendo bem ao tratamento, essa medida não é necessária. - Tratamento da causa. [...] (De Melo, 2011). Ademais aa abordagem do choque e da potencial insuficiência respiratória, aconselha-se a cor- reção dos distúrbios de coagulação e das adulterações metabólicas, o tra- tamento da insuficiência renal agu- da e a alimentação apropriada. O tratamento do motivo do choque ainda deve ser principiado o mais precocemente possível. Crises Convulsivas As crises convulsivas são even- tos paroxísticos recorrentes de dis- função do sistema nervoso central, aparecendo-se em forma de ativi- dade involuntária motora e da adul- teração da consciência. É um sinto- ma complexo, acarretado pela dis- função cerebral, resultando em des- cargas elétricas céleres de um grupo de neurônios cerebrais, que por sua vez podem ser secundários a diver- sas doenças de etiologias diferentes. “[...] As características de cada convulsão vão determinar a sua classificação. Elas podem ou não cursar com atividade mo- tora. A classificação mais utili- zada divide as crises convul- sivas em: focais ou parciais e generalizadas, aparentemente sem origem focal. As parciais são divididas em simples, quan- do não há perda ou alteração da consciência, e complexas, quando ocorre a perda ou alte- ração da consciência. [...] (De Melo, 2011).” Para o tratamento carece-se assegurar o suporte básico de vida, impedir traumas ocasionado pelas contrações musculares, se existen- tes, além de administrar os anticon- vulsivantes, sob monitoração clínica e, se admissível, com saturimetria do paciente. Em concerto com a regra ABCDE, a equipe necessitará:a. Posicionar a criança em semi- prona ou em Tredenlemburg e pro- ceder com a aspiração das secreções, 28 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS se presentes. Colocar cânula orofa- ríngea, se necessário. b. Verificar a respiração e empre- gar o uso do oxigênio na maior com- centração admissível. c. Verificar os dados circulató- rios e arrumar o acesso venoso que permanecer mais espontaneamente disponível. Monitorizar o paciente consecutivamente. Os medicamentos podem ser administrados através de via em- dovenosa, intraóssea, intramus- cular, retal ou ainda intranasal. O estado de mal epiléptico é acentuado como qualquer convulsão que dure por um período ou mais de 30 minutos ou ainda as convulsões recorrentes que ultrapassam de 30 minutos sem que possua retorno completo da consciência entre as crises, podendo ou não ter atividade motora. É fundamental que o profis- sional inicie o tratamento, afiançan- do a via aérea pérvia e, se impres- cindível, refletindo na necessidade de proceder à intubação traqueal. Carece ser obtido acesso venoso acautelado para infusão de drogas e, se indispensável, restabelecer o volume circulatório. A monitoriza- ção dos dados vitais, de tal modo que a oximetria de pulso e a eletro- cardiografia, é consecutivamente desejável. Acidente Vascular Encefálico Já os infartos do encéfalo po- dem ser determinados por trombose arterial, apoplexia ou por redução da perfusão. As hemorragias intracra- nianas podem ser automáticas ou traumáticas. O agente mais comum de hemorragia cerebral espontânea é a hipertensão arterial sistêmica, visto que o risco acresce sobrema- neira quando associada ao tabagis- mo e/ou ao diabetes mellitus. Por outro lado, a hemorragia subara- cnoide automática é mais frequen- temente associada à ruptura dos aneurismas intracranianos e, infe- riormente frequentemente, ao san- gramento oriundo de uma malfor- mação artério-venosa. Note que a suspeita diagnós- tica de acidente encefálico deve con- tinuamente ser elevada quando um paciente proporcionar déficit neu- rológico de instalação abrupta. A consignação do tipo de acidente vascular encefálico é basilar, já que a abordagem ao paciente é desseme- lhante quando a origem for isquê- mica ou hemorrágica, entretanto é importante destacar que tal distin- ção exclusivamente pode ser feita, com abonação, pela tomografia computadorizada. Conquanto alguns sintomas ou sinais possam recomendar entre um e outro, a distinção fundamen- 29 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS tada tão-somente em dados clínicos pode ser ameaçadora, já que a cefaleia e a elevação da pressão arterial, como por exemplo, habi- tualmente associadas às hemor- ragias, são muito frequentes nos infartos encefálicos. “[...] Como diagnóstico diferen- cial, deve-se pensar nas crises epilépticas focais, enxaqueca, síncope, tumores intracrania- nos e hipoglicemia. Por outro lado, é preciso ressaltar que a normalidade do exame neuro- lógico no momento em que o paciente chega à unidade de emergência não exclui a possi- bilidade de isquemia ou hemor- ragia cerebral. Isso porque o paciente pode ter apresentado ataque isquêmico transitório (AIT) ou, ainda, pode estar em instabilidade vascular, em que o curso dos sintomas e sinais pode ser flutuante. No AIT, o episódio neurológico é de curta duração, usualmente menos de 1 hora (embora, conceitual- mente, possa durar até 24 horas); as suas etiologias são as mesmas dos infartos encefá- licos. [...] (De Melo, 2011).” Ademais, até 5% das hemor- ragias cerebrais podem exibir transi- toriamente, do mesmo modo que os ataques transitório. Assim, siga as regras do suporte básico à vida, proporcione oxigênio suplementar, eleve a cabe- ceira do leito, sugue as secreções da orofaringe de maneira a evitar aspi- ração, controle a hiperglicemia e impeça a hipoglicemia e conserve o controle da temperatura corporal. Desse modo, aa fase aguda do infarto encefálico, a aspirina propor- ciona eficácia parcial. Com certeza, mesmo não existe qualquer estudo definitivo quanto ao emprego do medicamento, ou seja, outro agente antiagregante plaquetário. “[...] A eficácia da anticoagu- lação na fase aguda do infarto encefálico não foi comprovada por estudo algum, mesmo nos pacientes com fibrilação atrial. Por outro lado, consideramos como indicação para o uso: pre- sença documentada de coágulo em uma grande artéria cere- bral; quadro clínico flutuante, sugestivo de embolias de repe- tição; trombose progressiva da circulação posterior; alteração cardíaca comprovada e que seja capaz de produzir embolização. O uso de anticoagulante deve ser iniciado após a realização da tomografia. Se for detectada área de extensa de infarto, a anticoagulação deve ser inicia- da uma semana após o evento e a dose de ataque não é reco- mendada como forma de redu- zir o risco de hemorragia. [...] (De Melo, 2011).” De qualquer maneira, a litera- tura aconselha uma dose de ataque com a aspirina oral, isto é, as doses podem variar entre 80 e 500 mg na fase aguda, de tal modo que a sus- peita do acidente vascular encefálico é estabelecida. 30 30 31 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM ADULTOS E IDOSOS 31 5. Referências Bibliográficas BRASIL. 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