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URGÊNCIA-E-EMERGÊNCIA-CARDIOLÓGICAS

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
2 URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS ....................................................... 5 
3 Organização do Atendimento às Urgências e Emergências: Rede de 
Atenção às Urgências (aspectos éticos, legais e fluxos de atendimento). ......... 6 
3.1 Ética e saúde ............................................................................... 7 
3.2 A dimensão Ética no atendimento das urgências/ emergências . 8 
4 ACOLHIMENTO COM AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
 11 
4.1 Acolhimento e classificação de risco ......................................... 11 
4.2 Sistema Manchester de classificação de risco .......................... 16 
4.3 Atuação do Enfermeiro nos Serviços de Urgência e Emergência
 19 
4.4 Segurança do Paciente na Sala de Emergência. ...................... 25 
4.5 O estímulo a prática .................................................................. 27 
5 DISTÚRBIOS DE RITMO E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA . 29 
5.1 Tipos de insuficiência cardíaca ................................................ 31 
5.2 Sintomas de insuficiência cardíaca grave ................................. 32 
5.3 Medidas gerais .......................................................................... 33 
5.4 Tratamento de insuficiência cardíaca aguda ............................. 34 
5.5 Síndromes coronárias agudas ................................................... 35 
5.6 Sinais e sintomas ...................................................................... 37 
5.7 Cuidado pré-hospitalar .............................................................. 37 
6 DIRETRIZ DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR E 
CUIDADOS CARDIOVASCULARES DE EMERGÊNCIA DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA .................................................................... 38 
6.1 Epidemiologia da Parada Cardiorrespiratória e Apresentação da 
Diretriz 41 
 
3 
 
6.2 Aspectos epidemiológicos da PCR ........................................... 41 
6.3 O sucesso de uma RCP ............................................................ 42 
7 SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO ADULTO .................................... 44 
8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o 
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 
Frente à situação atual do atendimento às urgências e emergências no 
cenário nacional nota-se o crescente direcionamento, por parte dos governos, 
da população às UBS e sua inserção nos programas de atenção à saúde criados. 
Ao se analisar o quadro, deparamo-nos com certo despreparo profissional 
acerca de atendimentos emergenciais à coletividade, sobretudo, no controle das 
portas de entrada dos hospitais a partir de sistematização assistencial 
concomitante ao órgão regulador de leitos de urgência. 
Visa a detecção rápida do diagnóstico e o direcionamento das 
intervenções adequadas às necessidades de caráter emergencial e urgente, 
haja visto a compatibilidade com este nível de assistência. Embasada a partir da 
dicotomia entre o binômio teoria/prática, vê-se a necessidade de releitura do 
processo de trabalho em enfermagem repensando o modelo de préstimo 
assistencial e a carência de implementação de um Protocolo que normatize e 
possibilite a prestação de atendimentos primários às situações mediatas ou 
imediatas nas UBS adotando um plano de Acolhimento com Classificação de 
Risco. 
Vamos estudar questões organizacionais, bem como possíveis 
implicações éticas, que permeiam a prática da equipe de saúde, numa unidade 
de urgência/emergência. Inicialmente, focalizamos o atendimento as causas 
externas e sua relação com a organização do trabalho e a Ética no ambiente 
hospitalar, abordando, a seguir, a dimensão Ética no atendimento de 
urgências/emergências. As questões organizacionais e Éticas necessitam ser 
assumidas, tanto pelos gestores quanto pela equipe de saúde que atua nestas 
unidades, já que, mesmo na precariedade, os profissionais tentam atender as 
vítimas de trauma, visando mais beneficência, ainda que danos possam advir de 
um atendimento prestado em condições inadequadas. (BRASIL, 2009) 
 
6 
 
3 ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS E 
EMERGÊNCIAS: REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS (ASPECTOS 
ÉTICOS, LEGAIS E FLUXOS DE ATENDIMENTO). 
Observa-se, ainda hoje, que a organização do trabalho nas instituições 
hospitalares está, basicamente, fundamentada nas teorias da administração 
clássica, científica e burocrática, assim como, também cristalizada, dominada e 
conformada culturalmente pelas circunstâncias situacionais do surgimento do 
modelo neoliberal. 
Os hospitais inseridos no atual contexto deste modelo necessitam de 
diversas fontes de custeio para manter-se, utilizando-se de convênios privados, 
cooperativas e, como principal fonte de renda, na maioria das vezes, o Sistema 
Único de Saúde (SUS). (DESCOVI, 2009) 
Porém, mesmo os hospitais com grande dependência do SUS desfrutam 
razoável grau de autonomia para organizarem seu próprio processo de trabalho 
e modelo assistencial. Dessa forma, é comum a falta de padrões de mensuração 
da qualidade do atendimento prestado, além de um gerenciamento eficaz do 
processo de trabalho, que dê conta das relações entre trabalhadores, usuários, 
instituições e gestores, buscando responder as diretrizes do SUS. 
Assim, na atualidade, tanto em serviços privados quanto públicos, 
observa-se um distanciamento entre gestores, instituições, equipe de saúde e 
clientela, gerando, em vários serviços de saúde, uma apatia burocrática, 
desinteresse e alienação, tornando-os paradigmáticos da indiferença e da falta 
de sensibilidade, diante do sofrimento humano. Isso representa a medicalização 
do usuário sem a garantia da resolução do seu problema, centrada, 
frequentemente, apenas na consulta médica e em condutas de baixa 
resolutividade. 
Portanto, pode-se concluir que muitos serviços de atendimento saúde 
estão organizados submetendo a qualidade do trabalho produção e direcionada 
em maior escala, aos interesses econômicos e, em escala muito menor, 
promoção do homem, seja como cliente, seja como profissional. Fica evidente 
uma grave situação, referente a utilização do bem público em benefício do 
privado, uma vez que os hospitais costumam oferecer atenção básica, 
especializada e de urgência [...], segundo a modalidade de pronto-atendimento, 
 
7 
 
ou seja, atendimento imediatista e de baixa resolutividade. Daí a necessidade da 
qualificação de gesto dos serviços prestados à população, por meio da 
incorporação a máquina pública de serviços mais eficientes,resolutivos e 
acolhedores, assim como a necessidade de reflexões, na busca da eticidade e 
moralidade dos profissionais na realização do seu trabalho, numa tentativa de 
romper com a subalternidade e a submisso ao sistema organizacional, para 
prestar um atendimento respeitando a pessoa humana em sua integralidade. 
(PORTAL DA SAÚDE BRASIL, 2019) 
3.1 Ética e saúde 
Na área da saúde, principalmente em unidades de emergência, muitas 
equipes que nelas desenvolvem suas atividades prescindem do necessário 
comprometimento profissional, frente as diversas situações organizacionais que 
emergem, com implicações éticas no atendimento, necessitando ser discutidas 
e refletidas. Nessa concepção, a eticidade aparece como uma condição humana 
de vir a ser ético e a ética como fator emergente da racionalidade, guiadas pelo 
pressuposto da autonomia. Desse modo, existem princípios básicos que 
fundamentam o fazer dos profissionais da área da saúde e funcionam como 
guias de conduta para a Ética profissional. Só eles: respeito a autonomia, 
beneficência, não maleficência e justiça. 
Uma pessoa é considerada autônoma, quando é dotada de habilidades 
para o autogoverno, sabe deliberar e fazer escolhas. Assim, no ambiente dos 
serviços de saúde, deveria haver a consulta aos usuários sobre seus desejos e 
planos, a partir de informações claras e acessíveis sobre o processo saúde 
doença por eles vivenciado, respeitando a dignidade do paciente, oferecendo a 
ele e a seus familiares um acolhimento global, e não apenas limitado a patologia 
que justificou a assistenciais. Por outro lado, também o profissional da equipe 
tem direito a autonomia, mesmo que está no seja plenamente exercida no 
ambiente de trabalho, devido a existência de regras e padrões hierárquicos 
institucionais que necessitam ser seguidos. O princípio da não maleficência tem 
a rigorosa incumbência de não permitir prejudicar e no impor riscos. O ato de 
cuidar compreende agir de maneira apropriada para evitar danos, tal qual é 
exigido de pessoas prudentes e sensatas. (BRASIL, 2004) 
 
8 
 
Na equipe de saúde, na prática profissional constitui exemplo de 
maleficência causada pela inobservância dos padrões profissionais de cuidado. 
O princípio da beneficência busca prevenir e eliminar danos, pesar e fazer um 
balanço sobre os bens, cujo objetivo central é prover benefícios e promover o 
bem. 
Este princípio rege a atividade profissional da maioria das equipes que 
trabalham em unidades de emergência, pois todos precisam atuar baseados no 
fato de estarem prestando o bem, mesmo que, diante de condições adversas 
para o atendimento, prestem-no de forma extremamente corajosa, e até mesmo, 
de modo improvisado, porém sempre visando o restabelecimento emergencial 
de seus usuários. O princípio da justiça trata de área distributivas, justas, 
equitativas, apropriadas e determinadas por normas, que se justificam 
estruturalmente nos termos da cooperação social, estendendo-se aos direitos e 
responsabilidades dos cidadãos, na sociedade, em termos civis e políticos. No 
existe um ˙nico princípio capaz de encaminhar todos os conflitos nesta área. Por 
isso, uma área justa considera os princípios da ética, em casos específicos que, 
ponderados em contextos particulares, podem ser analisados em sua real 
consistência. (DESCOVI, 2009) 
3.2 A dimensão Ética no atendimento das urgências/ emergências 
O sistema de saúde, no Brasil, foi implantado com várias lacunas 
administrativas. Portanto, não se organizou uniformemente, pois não dispondo 
de estrutura própria e capacitada, buscou a terceirização do que lhe faltava ao 
propósito inicial de dar cobertura assistencial integral a toda a população. Não 
devemos esquecer o fato de haver um custo econômico elevado para os cofres 
públicos, quando uma das fontes de renda dos hospitais privados passou a ser 
o SUS. Por sua vez, a falta de indignação da população, em relação aos padrões 
de qualidade para os atendimentos aos usuários do SUS, contribui para que as 
instituições privadas permaneçam, ainda hoje, oferecendo-lhes uma 
infraestrutura precisa, desrespeitando o direito constitucional e ferindo os 
princípios Éticos envolvidos no atendimento à saúde de cada indivíduo. Outro 
fator de repercussão ética e o desvio de usuários do atendimento público para o 
atendimento privado, onerando o paciente que poderia estar utilizando aqueles 
 
9 
 
serviços, embora ocupando o espaço público para a prestação do atendimento 
privado. Além disso, há um custo para com a eticidade dessa relação, que se 
alia aos interesses econômicos mais do que em investimentos na promoção do 
ser humano, usuário ou profissional dos serviços de saúde. 
A partir deste contexto organizacional e frente ao vertiginoso crescimento 
da violência e de acidentes, buscamos estabelecer uma relação destes fatores 
com as unidades de emergência, portas de entrada da população acometida por 
lesões decorrentes dessas situações nos serviços de saúde, uma vez que o que 
vemos na prática, em relação a estas unidades, é que estão, na maioria das 
vezes, estruturalmente desorganizadas e despreparadas para atender ao que se 
propõem e, principalmente, sem profissionais suficientemente capacitados e 
amparados para atuarem e acolherem a população acometida por trauma 
decorrente de acidente ou violência, ou seja, o profissional tem de enfrentar 
dificuldades decorrentes da burocratização do serviço e da cristalização das 
questões organizacionais, com repercussões éticas, tais como: superlotação de 
usuários, sobrecarga de trabalho, carência qualitativa e quantitativa de recursos 
humanos, estrutura física inadequada, precariedade ou ausência de 
equipamentos e de materiais para o necessário atendimento, dentre outros. 
O problema da superlotação vem se agravando nos locais de atendimento 
a urgências/emergências, fenômeno conhecido, tanto pelas instituições de 
saúde públicas ou privadas, sejam hospitalares ou da rede básica, como pelos 
profissionais de saúde, usuários e população. As consequências das elevadas 
taxas de ocupação dos leitos de observação das emergências, devido a 
necessidade de uma resolutividade e acolhimento, bem como uma elevada 
procura por consultas médicas, muitas vezes desnecessárias, o que implica 
custos individuais e desperdício de recursos públicos, já que boa parte da 
população que procura este serviços não necessita deste tipo de atendimento, 
mas de atendimentos de baixa complexidade, frequentemente voltados a 
doenças crônicas não transmissíveis próprias do processo de envelhecimento 
da população. (PORTAL DA SAÚDE BRASIL, 2015) 
Nesta realidade, ainda com um modelo médico-centrado, as próprias 
unidades básicas, ao excederem seus limites de capacidade, ou ao finalizarem 
suas fichas de atendimento médico, direcionam pacientes aos serviços de 
emergência, contribuindo para a superlotação destas unidades que, 
 
10 
 
sobrecarregadas, podem negligenciar parâmetros, descaracterizando-se de sua 
real finalidade, pois todos os espaços vem sendo ocupados, gerando 
dificuldades para a realização de qualquer tipo de ação, até mesmo o 
atendimento as necessidades mais básicas do ser humano. 
Dessa forma, frequentemente usuários questionados diante de todos 
aqueles que dividem um espaço restrito, pela proximidade dos leitos. As 
abordagens feitas pela equipe de saúde são presenciadas por todos que ali se 
encontram e a privacidade é constantemente violada. 
Estas situações demonstram as limitações do ambiente, que submetem 
os usuários a constrangimentos físicos e morais, ferindo princípios de justiça, 
pois todos possuem o direito de ser respeitados na sua autonomia como 
cidadãos, e de receber atendimento com estrutura física, recursos materiais e 
equipamentos compatíveis com suas necessidades, prestado por equipe 
qualificada para este fim. A superlotação dos prontos atendimentos além de 
provocar umóbvio desgaste, devido à sobrecarga de trabalho, causa ainda, um 
sentimento de desperdício da vocação maior do serviço que seria salva-vidas, 
bem como de subutilização do alto preparo técnico dos profissionais. 
Sendo assim, o excesso de atividades parece levar os profissionais da 
unidade de emergência a trabalharem, de forma constante, sob pressão e 
sobrecarga mental. Esta condição pode favorecer a ocorrência de acidentes de 
trabalho e sofrimento psíquico, além do surgimento de doenças psicossomáticas 
de diversas naturezas, bem como conduzir ao uso abusivo de medicações 
controladas; consumo de álcool e outras drogas lícitas ou ilícitas; absenteísmo; 
rotatividade; conflitos profissionais e processos administrativos de ordem 
disciplinar. Frente a todas estas questões vivenciadas, a equipe ainda necessita 
estar preparada e qualificada para minimizar os fatores de agressão 
representados de diversas formas, em momentos críticos e situações de crises 
emocionais, com equilíbrio para tomar decisões de toda ordem. (BRASIL, 2009) 
A equipe que atua na unidade de emergência necessita estar preparada 
com o mais alto nível de profissionalização para atender aos usuários 
acometidos por causas externas, principalmente em se tratando de um setor 
onde a lógica e o pensamento voltam-se ao modelo biomédico. Dessa forma, as 
educações continuadas e permanentes, assim como os treinamentos para 
utilização de protocolos de atendimento imediato ao trauma, possibilitam maior 
 
11 
 
autonomia aos profissionais da equipe de saúde, rompendo paradigmas e 
exigindo transformações conceituais no atendimento a esta população 
específica. 
A qualificação dos recursos humanos na prestação de atendimento aos 
serviços pré-hospitalares, hospitalares e de reabilitação, bem como, a tentativa 
crescente de conhecer o impacto da violência sobre a saúde, requer novas 
habilidades, equipamentos e organização do sistema de saúde, com uma 
estrutura física planejada, equipamentos, materiais e equipes completas, 
considerando as características do hospital, com o objetivo de atender a 
finalidade a qual se destina. Esses desafios exigem amplas reflexões, decisões 
que fazem parte das políticas públicas, dentre elas a Política Nacional de 
Redução de Acidentes e a Violências. (BRASIL, 2004) 
4 ACOLHIMENTO COM AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
Conceituando urgências e emergências 
Segundo a Resolução Conselho Federal de Medicina (nº 2.077/14), 
serviços Hospitalares de Urgência e Emergência são os encontrados em prontos 
atendimentos, prontos socorros e emergências hospitalares. 
As emergências são identificadas de acordo com a condição clínica de 
agravo a saúde, que implicam em sofrimento ou risco de morte, necessitando de 
atendimento imediato. No que se refere as urgências, são agravos à saúde, com 
ou sem risco potencial, do qual o usuário necessita de assistência imediata 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). 
E ainda de acordo com Oliveira et al. (2011), situações de emergência são 
caracterizadas por casos nos quais o atendimento deve ser de forma imediata. 
E no que se refere as urgências são os casos em que o atendimento pode 
esperar por até duas horas. 
4.1 Acolhimento e classificação de risco 
No campo da saúde pública no Brasil, especialmente nas últimas duas 
décadas, alguns avanços foram feitos, mas ainda existem muitas dificuldades a 
 
12 
 
serem superadas. Com a expansão dos padrões de universalidade, justiça e 
integridade, muitos avanços podem ser observados na descentralização e 
regionalização da gestão em saúde. No entanto, a descentralização e a 
verticalização dos processos de trabalho dificultam a relação entre os diferentes 
profissionais, usuários e equipe de trabalho. Portanto, se você não estiver 
preparado para compreender essas dimensões sociais, a prática de atenção se 
tornará frágil. 
As discussões sobre os modelos de atenção e gestão médica, envolvendo 
a formação de profissionais e métodos de controle social, são essenciais. É por 
essas razões que o Ministério da Saúde propôs a política nacional de 
humanização do tratamento e gestão médica no exercício de sua competência. 
Ao enfatizar a humanização do tratamento médico surgiu o problema básico de 
nortear a construção da política de saúde. 
Humanização refere-se à prestação de uma assistência de qualidade, o 
que a vincula a inúmeros avanços tecnológicos e aceitação, e é qualificada para 
atender o meio ambiente de assistência, proporcionando melhores condições de 
trabalho aos profissionais de saúde. Como política transversal de saúde, baseia-
se na superação de diferentes núcleos de poder/saber essenciais para a 
construção da saúde. (BRASIL, 2004). 
A humanização é uma estratégia desenvolvida para qualificar a atenção 
e a gestão em saúde no Sistema Único de Saúde, estabelece construções de 
atitudes ético-estético-políticas com co-responsabilidade e construção de 
vínculos, entre profissionais e usuários, na produção de saúde (BRASIL, 2009). 
No entendimento de Brasil 2010, “o acolhimento como ato ou efeito de 
acolher expressa, em suas várias definições, uma ação de aproximação, um 
“estar com” e um “estar perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão. ” A marca do 
acolhimento em saúde é a adoção de medidas de assistência técnica, que 
pressupõem mudanças na relação entre profissionais e usuários e as normas 
éticas, humanitárias e técnicas de suas redes, uma vez que os usuários são 
legalizados como participantes ativos e valiosos no processo de atendimento. 
É uma forma de realizar o processo de trabalho, pode atender às 
necessidades de todos os usuários que buscam atendimento, ouvir seu 
sofrimento, ter capacidade de ouvir, acolher e confortar. Desta forma, é prestado 
um serviço responsável e resoluto para com o utilizador do serviço. Para acolher, 
 
13 
 
não há necessidade de profissionais especializados, ou da área da saúde, ou 
mesmo de um local específico, apenas compartilhando conhecimentos, 
ansiedades e possibilidades. Nessa perspectiva, entendemos como uma ação 
que deve ser realizada em todos os horários e locais dos serviços médicos. 
Apesar do acolhimento e a classificação de risco serem tecnologias com 
objetivos diferentes, elas complementam-se, a partir da singularidade dos 
serviços, podendo até funcionar em ambientes físicos separados, mas nunca em 
situação desigual no processo de trabalho (BRASIL, 2009). 
Brasil (2004), define “a classificação de risco é processo dinâmico de 
identificação de pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo 
com o potencial de risco, os agravos à saúde ou o grau de sofrimento. ” 
A classificação de risco é um instrumento de mudança da lógica do 
atendimento, onde a prioridade do atendimento é baseada na gravidade clínica 
ou na dor do usuário, e não é mais realizada pela ordem de chegada ao serviço. 
É realizado por profissionais de saúde por meio de protocolos predefinidos para 
avaliar os usuários. 
A classificação de risco e os níveis de aceitação determinam a agilidade 
do cuidado com base em análises clínicas e protocolos pré-estabelecidos que 
definem o cuidado de acordo com o nível de necessidade do usuário. Portanto, 
de acordo com a análise e classificação de suas necessidades, os serviços serão 
prestados a todos os usuários que procuram o serviço, de forma a diferenciá-lo 
do modelo de classificação tradicional por ordem de chegada (BRASIL, 2004). 
 
O Acolhimento e classificação de risco em serviços de urgência e 
emergência. 
 
Após a criação de um sistema único de saúde, um dos maiores problemas 
enfrentados é como garantir que os usuários acessem os serviços e atendam às 
suas necessidades. Em particular, os usuários acreditam que os serviços de 
emergência são a principal e melhor porta de entrada da rede de saúde, o que 
acaba levando à superlotação desses serviços, criando obstáculos no 
atendimento das necessidades dosusuários e encontrando processos 
organizacionais difíceis para determinar quais deles mais precisam (DESCOVI, 
2009). 
 
14 
 
Estas são as diretrizes específicas para atendimento de urgência: acolher 
as necessidades do usuário por meio de padrões de avaliação de risco, garantir 
que outros níveis de ajuda sejam citados quando necessário; prometer 
encaminhar e reverter esses usuários, aumentar a resolução e facilitar o acesso 
aos serviços conforme necessário; definir para garantir a eliminação acordo de 
intervenção desnecessária, buscar sempre respeitar as necessidades de cada 
sujeito (BRASIL, 2004). 
Os serviços de urgência e emergência têm como objetivo prestar 
atendimento aos usuários que buscam atendimento em condições clínicas 
graves ou variáveis para acolher e orientar situações não emergenciais que 
podem ser tratadas em outros serviços de menor complexidade. A principal 
recomendação dos serviços hospitalares de emergência é manter o acesso e 
acolhimento dos usuários que necessitam de atendimento imediato de forma 
estruturada para prevenir complicações e efeitos do tratamento medicamentoso 
decorrentes do tratamento ou operação inadequada, evitando assim, lesões 
físicas temporárias ou permanentes por invalidez até mesmo a morte (SOUZA, 
2011). 
Nos serviços de saúde, o acolhimento deve ser entendido como um típico 
critério político/ético/estético da saúde e deve ser utilizado como instrumento 
técnico de escuta, estabelecendo conexões entre os diferentes atores do 
processo e garantindo o acesso às oportunidades e na responsabilidade e 
capacidade de resolução do serviço 
O acolhimento e classificação de risco caracterizam-se como uma das 
ações primordiais na reorganização do fluxo das portas de urgência e 
emergências e na construção da produção de saúde em rede (BRASIL, 2009). 
Segundo Oliveira et al. (2010, p. 47), “a implementação da Política 
Nacional de Humanização possui quatro marcas de governo específicas e uma 
delas pretende a redução de filas por meio de acolhimento com avaliação de 
risco e agilidade. ” 
Ao se referir ao fluxo de trabalho da equipe de pronto-atendimento, os 
profissionais devem acolher de forma que garanta escuta qualificada, analisar 
lacunas de forma responsável e se responsabilizar pela resolução das 
necessidades espontâneas e primeiros atendimentos. 
 
15 
 
As análises dos riscos e vulnerabilidades não devem ser competências 
somente dos profissionais da saúde, deve-se envolver neste processo o usuário 
e seu contexto social. Estas análises implicam ao profissional atentar-se tanto 
ao sofrimento físico quanto psíquico dos usuários (BRASIL, 2009). 
O objetivo da classificação de risco é avaliar o paciente na entrada quando 
da sua chegada para fornecer um atendimento humano; tornar o pronto-socorro 
mais curto; reduzir o tempo de espera para atendimento médico; determinar a 
área de atendimento básico e encaminhar o paciente diretamente para o 
especialista; informar o tempo de espera; divulgar uma ampla gama de 
informações sobre a prestação de serviços aos usuários; devolver informações 
aos familiares. (SOUZA, 2009, apud COSTA, 2012, p. 18). 
A classificação de risco é um instrumento que, além de ordenar o fluxo de 
atendimento nos setores de Prontos atendimentos, propõem que os 
atendimentos sejam realizados conforme parâmetros clínicos e não por ordem 
de chegada. Possui também outros objetivos significativos, dentre eles 
assegurar, conforme o grau de risco, o atendimento imediato ao usuário, abordar 
com usuários e familiares sobre o provável tempo necessário de espera para 
atendimento, incentivar o trabalho em equipe e, fornece adequadas condições 
de trabalho pela ambiência e inserção do cuidado, obter o aprazimento dos 
usuários ainda possibilitando as articulações com os serviços internos e externos 
de atendimento 
A classificação de risco é uma ferramenta, além de ordenar o processo de 
atendimento no pronto-socorro, recomenda-se que o atendimento seja realizado 
de acordo com parâmetros clínicos e não por ordem de chegada. Também tem 
outros objetivos importantes, como garantir o atendimento imediato aos usuários 
de acordo com o nível de risco, contatar os usuários e familiares sobre possíveis 
tempos de espera pelo atendimento, estimular o trabalho em equipe e 
proporcionar aos usuários condições de trabalho adequadas. A atmosfera e a 
inserção da enfermagem podem trazer diversão aos usuários, ao mesmo tempo 
em que se conectam por meio de serviços de enfermagem internos e externos 
(BRASIL, 2009). 
Todos os indivíduos que procuram o serviço deverão ser atendidos por 
profissional da equipe técnica, e este deverá escutar suas queixas, aflições e 
medos, buscando identificar o nível de risco e vulnerabilidade, proporcionando 
 
16 
 
resolução as necessidades imediatas e articulando com os demais serviços de 
forma resolutiva, quando este não está ao alcance do próprio serviço. 
O acolhimento e classificação de risco rompe com o modelo de saúde 
centrado apenas no médico, ao envolver os demais profissionais da saúde no 
processo de produção à saúde, cada um com suas habilidades e particularidades 
da profissão. Esta mudança no modelo de atendimento passa a exigir mais dos 
demais profissionais, que antes pareciam ter seus conhecimentos sub-
aproveitados, porém agora se tornam membros ativos na resolutividade dos 
problemas de saúde dos usuários (DESCOVI, 2009). 
4.2 Sistema Manchester de classificação de risco 
Em 1994, surgiu o Grupo de Classificação de Risco de Manchester, com 
o objetivo de estabelecer um acordo de classificação de risco padronizada entre 
equipes de profissionais (principalmente médicos e enfermeiros) da área de 
urgência e emergência. O acordo foi estabelecido como uma ferramenta básica 
para o planejamento e logística dos serviços de emergência e emergência 
portugueses. Desde que o projeto começou a ser implementado no Brasil em 
2007, tendo sido incentivado pelo grupo português a realizar a classificação de 
risco. Desde sua primeira edição, o conhecimento científico passou por inúmeras 
transformações, racionalizando as evidências da confiabilidade e da utilidade do 
acordo. 
Protocolo de Manchester tem como único objetivo priorizar os usuários 
com base na gravidade clínica dada durante a avaliação, a fim de determinar a 
forma de receber os serviços e seus hábitos de cuidado (DAMASCENO, 2014). 
O mecanismo de entrada Manchester é a principal reclamação ou 
representação do usuário, que é aplicado por meio de algoritmos e 
discriminadores associados ao tempo de espera, que são especificados por 
cores (JUNIOR; TORRES; RAUSCH, 2014). 
O profissional responsável pela classificação de risco através do 
Protocolo de Manchester segue o fluxograma de demonstração, que é 
encaminhado ao pessoal de identificação geral e específico, que deve 
determinar quais são os quadros de identificação de maior importância clínica. A 
partir da análise da informação recolhida, referem-se a quais identificadores 
 
17 
 
gerais ou específicos são utilizados para determinar a prioridade e a sua cor 
relativa, bem como o tempo de espera. 
 
Conforme tabela abaixo: 
 
Fonte: passevip.com.br 
O processo é um método conciso e centralizado no qual a informação é 
capturada e o método de prioridade de aplicação definido. Os dados de avaliação 
e tomada de decisão devem ser sistemáticos e baseados em informações 
relevantes. Esta capacidade deve ser responsável pelos seguintes aspectos dos 
profissionais são alcançados por meio do conhecimento, prática e comunicação 
eficaz com os usuários (JONES; MARSDEN; WINDLE, 2010). 
 
O enfermeiro frente ao acolhimento e classificação de risco 
 
Os serviços de urgência e emergência são considerados uma parte 
importante do atendimento médico à população brasileira e um portal para os 
usuários do sistema médico, o que tem gerado um grande aumento da demandapor serviços e produzido serviços médicos de longa duração. A não utilização de 
 
18 
 
padrões clínicos para organizar os serviços aos usuários, além de causar 
prejuízos, acaba interferindo no fluxo de trabalho da equipe e até mesmo 
ocasiona congestionamento do serviço. Assim, como forma de reorganizar os 
atendimentos, surgem as classificações de acolhimento e risco, para que os 
usuários não sejam mais orientados pelo atendimento por ordem de chegada, 
mas com base em padrões de gravidade clínica. (SOUZA, 2011). 
De acordo com a particularidade da profissão, o profissional enfermeiro é 
o mais indicado para receber concomitantemente a classificação de risco, pois a 
particularidade da profissão reside em estabelecer uma relação mais próxima 
com os usuários do setor saúde por meio da percepção, observação, 
comunicação e integralidade junto ao paciente. Essas considerações constituem 
o papel central do enfermeiro no processo de acolhimento e classificação de 
risco, que atua de acordo com a vulnerabilidade do usuário e as reais 
necessidades (CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS 
GERAIS, 2011). 
Segundo a resolução do Cofen (423/2012), “o enfermeiro deve estar 
dotado de habilidades e conhecimentos, garantindo que a classificação de risco 
e priorização da assistência aconteça de forma adequada. ” 
O primeiro contato, dos usuários, com profissional da saúde é na 
classificação de risco, com o enfermeiro. Nesse sentido, enquanto houver tempo 
para a promoção da saúde, além da divulgação das medidas de promoção da 
saúde, é necessário fornecer algumas informações sobre o percurso dentro do 
serviço e orientações sobre o tempo de espera pelo tratamento. Durante o 
período de classificação, o enfermeiro pode precisar realizar alguns primeiros 
socorros e, quando determinar a necessidade, deve realizar os primeiros 
socorros a fim de agilizar e promover o atendimento médico, trazendo assim o 
bem-estar do usuário. Além dessas atribuições, o enfermeiro também 
encaminha os usuários internamente de acordo com as facilidades do serviço e 
as práticas locais. (JONES; MARSDEN; WINDLE, 2010). 
Na perspectiva do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais 
(2011), o enfermeiro é considerado o profissional mais indicado para a 
classificação de risco por meio do conhecimento clínico, habilidades 
relacionadas às condições clínicas e orientações utilizadas nos serviços. 
 
19 
 
O principal papel dos enfermeiros na classificação de risco é avaliar as 
prioridades com precisão e rapidez, tomando decisões e registros precisos. 
Devido à necessidade de verificar os sinais vitais, algumas avaliações requerem 
mais tempo para priorizar. 
Necessário interpretar, distinguir e analisar as informações coletadas 
pelos usuários, e analisar suas medidas de intervenção, caso não haja base de 
referência, essas decisões serão instáveis e aleatórias. A capacidade de tomar 
decisões confiáveis é essencial para o atendimento adequado ao paciente. 
(JONES; MARSDEN; WINDLE, 2010). 
Sob este enfoque Cofen (2012) afirma que “o enfermeiro deverá estar 
dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor 
técnico-científico ao procedimento. ” 
A classificação de risco é um processo realizado por enfermeiros com 
nível superior e baseia-se na avaliação da gravidade ou eventual agravamento 
do quadro pela equipa médica com base em consenso previamente 
estabelecido. O protocolo predefinido utilizado neste processo sistematiza a 
classificação. 
A equipe de enfermagem tem papel central neste mais recente 
desenvolvimento assistencial da organização, ao implementar a classificação de 
risco, o profissional pode ampliar sua prática e conhecimento desde uma 
enfermagem humanizada, integral e eficaz para melhorar o escopo de utilização 
dos usuários. (VERSA, 2014) 
4.3 Atuação do Enfermeiro nos Serviços de Urgência e Emergência 
O desenvolvimento científico ao longo dos anos tem sido a base para o 
aprimoramento do conhecimento, principalmente daqueles que destacam os 
fatores que levam à PCR, permitindo que as pessoas percebam que as 
alterações da frequência cardíaca são o principal fator na evolução da PCR e 
otimizam doenças pré-existentes, como a incidência de diabetes, hipertensão e 
doença arterial coronariana. 
De acordo com a pesquisa de Santos (2008), muitos motivos estão 
relacionados à PCR, mas pessoas com doenças cardíacas, hipertensão, 
diabetes, história familiar de morte súbita, pneumotórax, broncoespasmo e 
 
20 
 
anestésicos têm maior chance de sofrer parada cardíaca. Considerando que as 
estimativas de vida das pessoas estão cada vez mais altas e o número de 
doenças epidêmicas que causam essa patologia está aumentando, juntamente 
com os hábitos de vida das pessoas, esta doença repentina é um retrógrado 
desencadeado por acidente, e o tratamento precoce não é procurado. 
Em relação à investigação da origem da parada cardíaca, constatou-se 
no estudo que 10 (71,43%) entrevistados responderam que a parada cardíaca 
geralmente ocorre no pronto-socorro de um hospital, enquanto 4 (28,57%) 
referiram que foi fora do ambiente hospitalar. A parada cardíaca é um evento 
que se realiza por meio de anúncio, pois as equipes de enfermagem e médica 
têm boas condições de predizer e detectar o evento com antecedência, e se a 
pesquisa mostrar que o evento foi realizado em ambiente hospitalar, é 
necessário fazer um diagnóstico rápido Deve-se à grande quantidade de 
equipamentos disponíveis para apoiar sua detecção e à alocação de grandes 
recursos humanos no pronto-socorro para evitar que os pacientes sofram de 
patologias que podem levar ao desenvolvimento de paradas. 
Carvalho (2010) destacou que a PCR pode surgir repentinamente ou ser 
tratada com sinais e sintomas. Porém, o paciente ou a equipe responsável pelo 
atendimento nem sempre valoriza esses preditores. FV (fibrilação ventricular) e 
taquicardia ventricular sem pulso são as causas mais comuns de PCR em 
adultos e são responsáveis por paradas cardíacas dentro e fora do hospital. Na 
maioria dos casos, são secundários à doença arterial coronariana aguda, 
geralmente causada por pacientes e espectadores, que muitas vezes encontram 
outras razões para os sintomas de dor no peito, sudorese ou dor abdominal 
superior. 
De acordo com as observações, a grande maioria dos enfermeiros 
entrevistados na pesquisa respondeu que, como o comportamento inicial, 
massagem e ventilação cardíaca, terapia farmacológica, avaliação dos sinais 
vitais e acesso venoso devem ser realizados ao mesmo tempo são 
procedimentos da conduta inicial. Tendo em vista que o comportamento 
realizado pelo enfermeiro é fator decisivo na sobrevida da PCR, pois, com a 
prestação desses serviços, o paciente pode se desenvolver ativamente no 
tratamento da patologia, portanto o conhecimento comprovado pelos 
 
21 
 
profissionais da área indica que as pesquisas que responderam corretamente 
qual é o seu principal comportamento neste período. 
A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é uma técnica simples realizada 
pela equipe de emergência no atendimento de pacientes com parada cardíaca. 
Assim que o coração para de bater, o procedimento combina ventilação de 
resgate e compressões torácicas externas para oxigenar e circular o sangue. A 
ventilação leva oxigênio para os pulmões, onde pode ser transportado para o 
sangue, de modo que as compressões torácicas podem transportar sangue 
oxigenado por todo o corpo. (CHAPLEAU, 2008). 
Quanto à ventilação, após o reconhecimento da emergência e o 
acionamento da equipe, os cuidados devem ser iniciados na seguinte ordem de 
prioridade: liberação da via aérea, utilizando hiperflexão e extensão do pescoço 
e elevação da mandíbula. No caso de não haver exercício respiratório, a 
verificação da ventilação deve ser realizada com um dispositivo de máscara 
valvular bolsa para ventilação auxiliar para verificar se háobstrução das vias 
aéreas e realizá-la antes de confirmar a instalação das vias aéreas. 
O referido autor também afirma que as compressões torácicas exercem 
pressão no terço médio externo. Essas compressões devem fornecer pressão 
intratorácica e pressão direta sobre o coração. A compressão eficaz é essencial 
para promover o fluxo sanguíneo durante a RCP. A terapia farmacológica 
desempenha um papel importante na busca do resgate da vítima, pois enquanto 
a reanimação continuar, drogas serão usadas até que apareça um bom pulso e 
uma oxigenação cerebral efetiva seja mantida. 
O objetivo dos medicamentos utilizados é corrigir a hipóxia, corrigir 
acidose metabólica, aumentar a perfusão durante as compressões torácicas, 
estimular a contração miocárdica, a frequência cardíaca e interromper a 
atividade ventricular ectópica (GOMES, 2008). 
Com o aumento gradativo da frequência da PCR em áreas não críticas, 
todos os profissionais médicos precisam concordar com os procedimentos, pois 
a sobrevida dos pacientes depende da habilidade do indivíduo e das ações 
imediatas de reanimação. Portanto, todos os profissionais devem desenvolver 
uma linguagem de serviço única para que o prognóstico do paciente seja 
desejável. 
 
22 
 
O atendimento aos requisitos de qualificação dos profissionais, os 
métodos levados às vítimas de PCR e o rápido acesso ao socorro são decisivos 
até na qualidade do atendimento. O departamento de emergência deve fornecer 
profissionais bem treinados, bem treinados e atualizados. Pode-se observar que 
6 (42,85%) dos respondentes consultados em uma pesquisa, relataram ter 
recebido treinamento para usar o PCR pelo menos uma vez ao ano, enquanto 8 
(57,15%) afirmaram não ter recebido treinamento. 
A sobrevivência do paciente está intimamente relacionada com as 
competências dos profissionais que prestam cuidados, sendo que estes devem 
receber uma formação destinada à aquisição de conhecimentos teóricos, 
competências práticas e atitudes profissionais, devendo estas formações 
trabalhar em conjunto na prática dos participantes para as promover 
desempenho. Os dados acima mostram que falta aos profissionais de 
emergência investimentos em treinamento e certificação, o que pode ser o 
diferencial para salvar a vida dos pacientes. 
Portanto, Viana e Whitaker (2011) apontam que toda a equipe, seja ela 
médica ou de enfermagem, precisa ser treinada e simulada com frequência. 
Sendo assim, no momento real em que ocorrer o PCR, todos saberão como fazer 
sua parte. Bellan, Araújo e Araújo (2010) apontam que, na formação do 
enfermeiro, o conteúdo teórico-prático relacionado às operações de PCR e RCP 
é superficial, limitado e, muitas vezes, não atende às necessidades dos alunos. 
Essas dificuldades se refletirão na prática desses profissionais, pois a 
experiência, por si só, não pode fornecer subsídios e embasamento teórico 
suficientes para suprir essa deficiência. 
A padronização do comportamento de RCP facilita a adoção de uma 
linguagem única entre os profissionais de saúde, aumentando assim a eficiência 
das técnicas e operações realizadas. De acordo com os dados da Figura 2, pode-
se observar que 14 (100%) dos enfermeiros participantes do estudo referiram 
conhecer o procedimento, ou já utilizaram tecnologia de ressuscitação 
cardiopulmonar (RCP) em algum momento. 
O profissional enfermeiro deve compreender o programa de ressuscitação 
cardiopulmonar (RCP), pois esta categoria profissional pode iniciar 
procedimentos preliminares antes da PCR, sendo necessário atualizar o 
programa de acordo com as mudanças. 
 
23 
 
Segundo o estudo de Barbosa (2006), o conhecimento e a atualização 
sobre as recomendações das novas diretrizes de RCP são essenciais para 
reduzir a mortalidade relacionada à PCR em pacientes de qualquer faixa etária. 
Para realizar este procedimento, deve-se colocar a mão no meio da área externa, 
uma mão sobre a outra, e a depressão a ser feita no tórax deve ser de 
aproximadamente 4 ou 5 cm. O retorno total do tórax proporciona o retorno 
venoso do coração, que é essencial para a compressão eficaz do tórax, e o 
tempo necessário para a compressão para fazer o retorno total do tórax 
(CHEREGATTI; AMORIM, 2010). 
Conhecimento e atualizações sobre as recomendações das novas 
diretrizes de RCP são fundamentais, porque o enfermeiro geralmente é o 
primeiro membro da equipe a se deparar com uma situação de PCR, então ele 
precisa ter conhecimento sobre atendimento de emergência e tomar decisões, 
avaliar prioridades e determinar o que fazer imediatamente ação (ARAÚJO, 
2001). 
O número total de compressões aplicadas durante a ressuscitação é um 
importante determinante da sobrevivência da PCR. O número de compressões 
aplicadas é afetado pela frequência de compressão e pontuação de compressão 
(parte do tempo total de RCP dedicado à realização da compressão); um 
aumento na frequência de compressão e pontuação aumenta o número total de 
compressões aplicadas, enquanto uma diminuição na frequência e pontuação 
reduz o número total de compressões aplicadas. 
Os escores de compressão melhoram a redução no número e na duração 
das interrupções de compressão e são reduzidos devido a interrupções 
frequentes ou prolongadas das compressões torácicas. Durante a ressuscitação 
cardiopulmonar, o objetivo é realizar compressões eficazes em uma frequência 
adequada (pelo menos 100 batimentos / min) e profundidade para minimizar o 
número de interrupções e a duração das compressões torácicas. 
Outros componentes da RCP de alta qualidade incluem a obtenção da 
retração torácica completa após cada compressão e evitar ventilação excessiva 
(AHA, 2010). Os dados coletados por meio da pesquisa mostraram que segundo 
os entrevistados 6 (42,85%) afirmaram que as vítimas foram a equipe médica, o 
tratamento farmacológico, a equipe de enfermagem e os técnicos e 
equipamentos, ou seja, todos os equipamentos citados. 4 (28,5%) responderam 
 
24 
 
apenas a equipe médica, 3 (21,4%) equipes de equipamentos médios e 1 
(7,15%) equipamentos. É importante que cada organização de serviço de saúde 
tenha os recursos (humanos ou materiais) para tomar medidas contra quaisquer 
fatores agravantes. 
É através do trabalho conjunto entre os profissionais que o prognóstico da 
vítima muda, uma vez que eles apresentem despreparo ou incapacidade de 
realizar suas funções, estes devem ser incentivados a procurar treinamentos e 
capacitações, assim como programas de ensino e educação continuada. Quanto 
à falha nos materiais, é necessária solução de imediato, pois a ausência desses 
equipamentos fere o direito do paciente em ser atendido com o mínimo possível 
de qualidade e dignidade. O enfermeiro de emergência deve estar apto a auxiliar 
e identificar problemas de saúde em situação de risco e fazer sucessivas 
reavaliações posteriores conforme as mudanças apresentadas no quadro do 
paciente, visando sempre rapidez e sincronismo com a equipe para uma melhor 
assistência prestada. 
Reconhecida a Parada Cardiorrespiratória, a decisão de iniciar o processo 
de reanimação deve ser tomada pelo enfermeiro, sem ordens especificas: 
oxigenoterapia, preparo antecipado das drogas a serem eventualmente 
administradas e início das atividades de ressuscitação (GOMES, 2008). Para 
realização correta da RCP, devem existir materiais e equipamentos mínimos, tais 
como: monitor, eletrocardiógrafo, desfibrilador, tubos endotraqueais, cânulas 
para traqueostomia, laringoscópio, aspirador, ambú, máscara de oxigênio, e 
material cirúrgico. É necessário ter disponíveis medicações como adrenalina, 
atropina, bicarbonato de sódio, dopamina, dobutamina, amrinona e xilocaína 
(PIRES; STARLING, 2006). Ao analisar o Gráfico 4, nota-se que 4 (28,57%) dos 
enfermeiros entrevistados afirmam ter um protocolo de suporte básico e 
avançado de vida definido no hospital em estudo, enquanto que a maioria, 10 
(71,43%)dos participantes responderam não haver protocolo definido no 
hospital. A importância da assistência prestada depende não só da qualidade do 
serviço como também dos protocolos de atendimento, é necessário seguir uma 
sequência pré-estabelecida para que as abordagens as vítimas sejam 
otimizadas. A falta desses protocolos pode levar a erros, assim como 
discordância de sequência do atendimento proporcionado, intervenções 
 
25 
 
precoces ou atrasadas, perda de tempo, falhas ou diminuição na qualidade dos 
resultados esperados. 
Corroborando com o suposto, Filho et al (2006) diz que medidas adotadas 
em situações de Parada Cardiorrespiratória (PCR) devem ser comprovadamente 
eficazes, e iniciadas no menor intervalo de tempo possível. Assim, ao estarmos 
diante de uma PCR, o tempo é o principal determinante de sucesso, visto que 
cada minuto perdido reduz a chance de sobrevida do paciente em 10%. Para 
esse intento, é fundamental estabelecer condutas e normas de procedimentos. 
O emergencista deve estar apto a rapidamente reconhecer, diagnosticar e 
executar manobras, instituindo o tratamento adequado. Em situações de risco 
iminente de morte, a tomada de decisão tem de ser rápida, e geralmente 
depende de um protocolo já estudado e definido. O Suporte Básico de Vida 
(SBV) consiste na oxigenação e na perfusão dos órgãos vitais, através de 
manobras simples e mantidas continuamente, já o Suporte Avançado de Vida 
(SAV) consiste nos seguintes passos: intubação oro traqueal, avaliação e fixação 
da cânula, acesso venoso e monitorização, administração de fármacos e 
avaliação do ritmo cardíaco. Cada um desses procedimentos é executado e 
atribuído a uma classe profissional, daí a necessidade de sequenciar e protocolar 
o atendimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) 
4.4 Segurança do Paciente na Sala de Emergência. 
Nos últimos anos, organizações nacionais e internacionais têm se 
empenhado em estimular práticas de segurança para minimizar o risco de lesões 
durante todos os níveis de atendimento médico e atendimento ao paciente antes 
do atendimento. O Ministério da Saúde define evento adverso (EA) como aquele 
que causa prejuízo pela assistência e nada tem a ver com a evolução natural da 
doença do paciente. 
Portanto, são considerados problemas de saúde não intencionais e atuais, 
causam danos mensuráveis e/ou prolongam o cuidado e a permanência 
hospitalar dos pacientes afetados, podendo levar à morte, ou seja, aumentam de 
forma direta possibilidade de mau prognóstico de recuperação 
Embora os EAs possam ocorrer em qualquer ambiente de atendimento e 
forma de prestação de cuidados de saúde, os dados da literatura estimam que 
 
26 
 
10% dos pacientes hospitalizados têm EAs evitáveis. Estudos têm demonstrado 
que o aumento da incidência de eventos adversos está relacionado à falta de 
capacitação profissional e à falta de educação continuada para o pessoal de 
emergência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) 
A falta de envolvimento dos profissionais no estabelecimento de 
protocolos e capacitação contínua leva à desmotivação para o atendimento, de 
forma a comprometer a qualidade na assistência e na gestão do setor. Entre os 
procedimentos passíveis de risco de eventos adversos graves durante sua 
execução na assistência pré-hospitalar, cita-se a intubação oro traqueal. 
Este método foi identificado como uma causa evitável de morte em 
pacientes com trauma e parada cardíaca. Vale ressaltar que, se o procedimento 
não for realizado de forma correta, há risco de eventos adversos graves, e os 
profissionais responsáveis pelo procedimento devem receber treinamento 
técnico e contínuo para a realização do procedimento, a fim de poderem tomar 
uma decisão e iniciar o atendimento. 
A busca pela oferta de segurança em todos os momentos assistenciais 
surgiu da vulnerabilidade do paciente enquanto sujeito de ações de saúde. Em 
análise da literatura dos países que compõe a Aliança Mundial para a Segurança 
do Paciente identificou-se prevalência entre 3 e 16% de incidência de eventos 
adversos resultantes de cuidados médicos não seguros nas suas 
hospitalizações, dentre eles reduzir o risco de lesões decorrentes de quedas e o 
risco de infecções associados aos cuidados de saúde. 
A proteção ao paciente oferecida por meio de uma assistência segura é 
responsabilidade de cada profissional e do estímulo e clima estabelecidos pelas 
Instituições de saúde. Isto porque, embora o fator humano esteja presente nos 
eventos adversos, as condições de trabalho, aspectos estruturais e atividades 
desenvolvidas podem estar relacionadas ao desencadeamento de erros. Em 
razão do reconhecimento da interferência da estrutura e processos na dinâmica 
assistencial, a necessidade de maior investigação acerca das questões de 
segurança e as ameaças ao paciente em atendimento pré-hospitalar. 
Isso porque, além das ameaças comuns à segurança do paciente em 
serviços de emergência de rotina, fatores ambientais específicos encontrados na 
APS também levam ao aumento dos riscos. Conhecendo o ambiente hostil e 
especial dos profissionais do APH, percebemos a importância da participação de 
 
27 
 
todos os profissionais e gestores para o estabelecimento de protocolos de 
atendimento seguro. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) 
Atividades e ações educacionais são necessárias para estabelecer uma 
rede de docentes específicos na área para prevenir o aumento de lesões. Essa 
estratégia deve ser adaptada à realidade assistencial do APH para melhorar a 
segurança do atendimento ao paciente em acidentes e emergências. É 
importante ressaltar que muitos são os fatores causadores de eventos adversos 
na enfermagem, que prejudicam a qualidade da assistência direta ao paciente e 
podem levar a sequelas em curto prazo e permanentes, o que reflete em custos 
sociais, além dos custos assistenciais. 
 Desta forma a capacitação dos profissionais, através de treinamentos em 
serviço e educação permanente em saúde, se mostra como uma estratégia para 
a promoção da segurança do paciente no APH. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) 
4.5 O estímulo a prática 
É de suma importância os estímulos à participação dos profissionais de 
saúde em programas de aperfeiçoamento oferecidos pelas instituições de saúde 
têm se mostrado como uma estratégia efetiva na adoção de medidas que 
minimizem o distanciamento entre os avanços científicos e a prática assistencial, 
de forma que se reflita em qualidade no atendimento, incluindo na tomada de 
decisão rápida no APH. Por definição, a Prática Baseada em Evidências (PBE) 
envolve o uso consciente, explicito e judicioso da melhor evidência atual para a 
tomada de decisão sobre o cuidar individual do paciente. 
Inclui o processo de combinar capacidades terapêuticas com descobertas 
clínicas de pesquisas sistemáticas e princípios epidemiológicos existentes. Para 
estimular a implantação da prática baseada em evidências no serviço, surge uma 
nova teoria, método, nova medida em ciência e tecnologia, estratégia de 
educação permanente em saúde e método de atualização diária de práticas para 
a construção de relações na equipe. 
A educação permanente em saúde (EPS) se caracteriza pelo aprendizado 
e aprimoramento de tecnologias que auxiliam na segurança do paciente. 
Pesquisas confirmaram essa abordagem. Os profissionais enfatizaram que isso 
é básico e essencial para o treinamento antes de iniciar a atividade. A 
 
28 
 
certificação de qualificação APH móvel é realizada através da experiência e 
questionamentos que surgem no dia a dia para que possa ser repensada, e tem 
como objetivo prestar serviços rápidos, eficazes e seguros. 
Por meio do programa de EPS, a instituição/serviço transmite aos 
profissionais a importância que seu trabalho tem, para que este seja realizado 
com sucesso. Um dos fatores mais influentes na aprendizagem e nas mudanças 
é a prática constante e o conhecimento atualizado. 
Desta forma,ressaltamos que intervenções críticas e complexas devem 
ser fornecidas por profissionais capacitados e de acordo com o seu nível de 
formação profissional. Além disso, o treinamento em serviço como uma 
estratégia para a superação dos obstáculos para realização de uma assistência 
eficiente. A necessidade de treinamento em serviço se justifica porque, 
assistência pré-hospitalar é realizada através protocolos e diretrizes clínicas. 
Vale lembrar que os esforços voltados para o cumprimento das diretrizes 
clínicas visam à melhoria da qualidade do atendimento pré-hospitalar. Portanto, 
a simulação é utilizada como estratégia de treinamento para capacitar a equipe 
na tomada de decisões e cuidados em ambiente extra-hospitalar. A utilização de 
treinamentos contínuos se mostra como um aliado na implementação de novas 
práticas e ações de saúde. 
A partir das atividades dos mesmos, é possível extrair uma aproximação 
entre o sucesso no atendimento e a segurança do paciente. Assim abrem mais 
espaços para a participação e possibilidades de reflexão na busca de 
alternativas, tendo em vista a melhoria da prática. Vale ressaltar que todas as 
formas voltadas à educação e aprimoramento contínuo dos profissionais de 
saúde são essenciais na busca da oferta de uma assistência de qualidade. Para 
isto, torna-se indispensável o processo de capacitação dos profissionais de 
saúde e da enfermagem, visto que a categoria está inserida em todos os 
contextos de atenção. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
5 DISTÚRBIOS DE RITMO E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA 
A insuficiência cardíaca é uma doença na qual o coração não consegue 
atender às necessidades do corpo, resultando em redução do fluxo sanguíneo, 
refluxo (congestão) de sangue nas veias e pulmões e / ou outras alterações que 
podem enfraquecer ainda mais ou tornar o coração rígido. 
A insuficiência cardíaca pode ocorrer em qualquer idade, mesmo em 
crianças pequenas (especialmente aquelas com defeitos cardíacos congênitos). 
No entanto, isso é mais comum entre os idosos porque são mais propensos a 
sofrer de insuficiência cardíaca (por exemplo, doença arterial coronariana que 
danifica o músculo cardíaco) ou doença das válvulas cardíacas. Mudanças no 
coração relacionadas à idade também tendem a reduzir a função cardíaca. 
Nos Estados Unidos, aproximadamente 6,5 milhões de pessoas sofrem 
de insuficiência cardíaca e aproximadamente 960.000 novos casos aparecem a 
cada ano. Globalmente, cerca de 26 milhões de pessoas são afetadas. Como as 
pessoas vivem mais e alguns fatores de risco para doenças cardíacas (como 
obesidade, diabetes, tabagismo e hipertensão) estão afetando mais pessoas em 
determinados países, a doença pode se tornar mais frequente. 
A insuficiência cardíaca significa que o coração não consegue manter o 
esforço (carga de trabalho) necessário para bombear corretamente o sangue 
para todas as partes do corpo. No entanto, esta definição é muito simples. A 
insuficiência cardíaca é extremamente complexa, e não existe uma definição 
simples que possa abranger suas várias causas, aspectos, formas e 
consequências. (COFEN, 2012) 
Pontos importantes: 
 A insuficiência cardíaca se desenvolve quando a ação de 
contração ou a ação de relaxamento do coração é inadequada, 
normalmente devido à fraqueza ou rigidez do músculo cardíaco (ou 
ambos). 
 Muitos problemas que afetam o coração podem causar 
insuficiência cardíaca. 
 
30 
 
 A maioria das pessoas não apresenta sintomas inicialmente e a 
falta de ar e a fadiga se agravam gradualmente ao longo de dias e 
meses. 
 Pode haver acúmulo de líquido nos pulmões, no abdômen ou nas 
pernas. 
 Normalmente, os médicos suspeitam de insuficiência cardíaca com 
base nos sintomas, porém, normalmente são feitos exames, como 
ecocardiograma (ultrassom do coração), para avaliar a função 
cardíaca. 
 O tratamento tem como objetivo tratar o distúrbio que causa a 
insuficiência cardíaca, implementar alterações no estilo de vida e 
tratar a insuficiência cardíaca com medicamentos, cirurgia ou 
outras intervenções. 
 
O lado direito do coração bombeia o sangue das veias para os pulmões. 
Já o lado esquerdo bombeia o sangue que sai dos pulmões pelas artérias 
para o restante do corpo. 
Quando o músculo cardíaco se contrai (durante a contração), o sangue 
sai do coração e quando o músculo cardíaco relaxo (durante a diástole), o 
sangue entra no coração. Quando a contração ou relaxamento do coração é 
insuficiente, geralmente resulta em insuficiência cardíaca devido à fraqueza ou 
rigidez do miocárdio (ou ambos). Como resultado, o sangue pode não sair do 
coração em quantidade suficiente. O sangue também pode se acumular nos 
tecidos, causando congestão. Portanto, a insuficiência cardíaca também é 
chamada de insuficiência cardíaca congestiva. 
O acúmulo de sangue que entra no lado esquerdo do coração provoca 
congestão pulmonar e dificuldade respiratória. O acúmulo de sangue 
proveniente do lado direito do coração provoca congestão e acúmulo de líquidos 
em outras partes do corpo, como nas pernas e no fígado. Em geral, ambos os 
lados do coração são em certo grau afetados pela insuficiência cardíaca. 
Todavia, um dos lados pode ser mais afetado do que o outro. Nesses casos, a 
insuficiência cardíaca pode ser descrita como insuficiência cardíaca 
direita ou insuficiência cardíaca esquerda. (COFEN, 2012) 
 
31 
 
Na insuficiência cardíaca, o coração não consegue bombear sangue 
suficiente para atender à demanda do corpo humano por oxigênio e nutrientes 
exigidos pelo sangue. Portanto, os músculos dos braços e das pernas podem se 
cansar mais rapidamente e os rins podem não funcionar corretamente. 
Os rins filtram o líquido e os resíduos presentes no sangue e os derramam 
na urina. No entanto, quando o coração não consegue extrair sangue 
normalmente, os rins funcionam de maneira anormal e não conseguem remover 
o excesso de líquido do sangue. Como resultado, a quantidade de fluido no 
sangue aumenta, o que aumenta a carga de trabalho do coração enfraquecido e 
cria um círculo vicioso. Como resultado, a insuficiência cardíaca piora. 
 
 
 
 
 
 
5.1 Tipos de insuficiência cardíaca 
Existem dois tipos principais de insuficiência cardíaca: 
Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER - às 
vezes chamada de insuficiência cardíaca sistólica): 
O coração se contrai com menos força e bombeia para fora uma 
porcentagem menor do sangue do que retorna a ele. Como resultado, mais 
sangue permanece no coração. O sangue, então, acumula-se nos pulmões, 
veias ou ambos. 
Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP - às 
vezes chamada de insuficiência cardíaca diastólica): 
O coração endurece e geralmente não relaxa após a contração, o que 
prejudica sua capacidade de congestionamento. O coração se contrai 
normalmente, então ele pode bombear uma quantidade normal de sangue dos 
ventrículos. Às vezes, um coração rígido compensa sua deficiência bombeando 
mais sangue do que o normal. No entanto, eventualmente, como na insuficiência 
cardíaca sistólica, o sangue que retorna ao coração se acumula nos pulmões ou 
veias. (COFEN, 2012) 
Você sabia que... 
A insuficiência cardíaca é, às vezes, chamada de insuficiência cardíaca 
congestiva porque pode haver aumento de sangue nos tecidos gerando 
congestão nesses tecidos. 
 
32 
 
A fração de ejeção é a porcentagem de sangue bombeada para fora pelo 
coração a cada batimento e é uma medida de quão bem o coração está 
bombeando. Um ventrículo esquerdo normal ejeta cerca de 55 a 60% do sangue 
de seu interior. 
5.2 Sintomas de insuficiência cardíaca grave 
Quando a insuficiência cardíaca progride, pode ocorrer respiração 
Cheyne-Stokes (respiração periódica). Nesse padrão respiratório anormal, a 
pessoa respira rápida, profundamente, depois lentamente e, em seguida, para 
de respirar poralguns segundos. A pessoa então começa a respirar mais rápido 
e profundamente, repetindo esse padrão irregularmente uma ou duas vezes a 
cada minuto durante um período de tempo. A respiração de Cheyne-Stokes se 
desenvolve porque o fluxo sanguíneo para o cérebro é reduzido, portanto, a área 
do cérebro que controla a respiração não recebe oxigênio suficiente. A 
respiração de Cheyne-Stokes é considerada uma forma de apneia central do 
sono. 
A apneia obstrutiva do sono é uma doença respiratória diferente e mais 
comum, que pode ocorrer em pacientes com insuficiência cardíaca, pois a 
obesidade é um importante fator de risco para a apneia obstrutiva do sono e é 
muito comum em pacientes com insuficiência cardíaca. Além disso, as pessoas 
com insuficiência cardíaca podem acumular muita água ao redor da garganta, 
especialmente quando estão deitadas. Quando a via aérea superior está 
relaxada, esse fluido bloqueia parcialmente (bloqueia) a via aérea durante o 
sono. A obstrução das vias aéreas pode interromper o sono e causar sonolência 
durante o dia. (COFEN, 2012) 
Edema pulmonar agudo é o acúmulo súbito de grandes quantidades de 
líquido nos pulmões. Pode causar dificuldades respiratórias extremas, falta de 
ar, pele azulada e sensação de inquietação, ansiedade e asfixia. Algumas 
pessoas sofrem de espasmos graves das vias respiratórias (espasmo brônquico) 
e respiração ofegante. O edema agudo de pulmão é uma emergência com risco 
de vida que pode ocorrer quando pacientes com insuficiência cardíaca têm 
pressão arterial muito alta, têm um ataque cardíaco ou às vezes simplesmente 
 
33 
 
param de tomar seus medicamentos para insuficiência cardíaca ou ingestão de 
alimentos salgados. 
Quando o coração está gravemente ferido, coágulos sanguíneos se 
formam nas câmaras do coração. Um coágulo de sangue pode se formar porque 
o fluxo sanguíneo na cavidade do coração diminui. Os coágulos sanguíneos 
podem se desprender (tornar-se êmbolos) e espalhar-se pela corrente 
sanguínea, bloqueando parcial ou completamente as artérias em qualquer parte 
do corpo. Quando um coágulo obstrui uma artéria do cérebro, pode ocorrer um 
acidente vascular cerebral. 
Depressão e redução da função mental são comuns em pessoas com 
insuficiência cardíaca grave, particularmente em idosos, e esse quadro clínico 
exige avaliação e tratamento cuidadosos. (COFEN, 2012) 
5.3 Medidas gerais 
Embora a insuficiência cardíaca seja uma doença crônica para a maioria 
das pessoas, muitas coisas podem ser feitas para tornar a atividade física mais 
confortável, melhorar a qualidade de vida e minimizar o risco de deterioração 
súbita (insuficiência cardíaca aguda) e prolongamento da vida. As pessoas 
afetadas e suas famílias devem aprender sobre a doença o máximo possível e 
prestar mais atenção em casa. Em particular, eles devem saber como 
reconhecer os primeiros sintomas de alerta que exacerbam a insuficiência 
cardíaca e devem compreender as medidas que precisam tomar (por exemplo, 
reduzir a ingestão de sal, tomar mais diuréticos ou entrar em contato com um 
médico). 
Como a insuficiência cardíaca pode piorar repentinamente, é necessário 
comunicar-se com profissionais de saúde e fazer exames físicos regularmente. 
Por exemplo, os enfermeiros podem ligar regularmente para pessoas com 
insuficiência cardíaca para perguntar sobre mudanças no peso e nos sintomas. 
Dessa forma, eles podem avaliar se a consulta médica é necessária. 
As pessoas também podem ir a uma clínica de insuficiência cardíaca. 
Essas clínicas têm especialistas em insuficiência cardíaca que trabalham com 
enfermeiras e outros profissionais de saúde (como farmacêuticos, nutricionistas 
e assistentes sociais) e são treinados para fornecer cuidados médicos pessoais 
 
34 
 
aos pacientes e seus cuidadores. Essas clínicas também podem ajudar a reduzir 
os sintomas e a hospitalização e aumentar a expectativa de vida das pessoas, 
garantir que recebam o tratamento mais eficaz e ensiná-las a participar 
plenamente de seus cuidados. Este cuidado complementa o cuidado que o 
clínico geral irá fornecer, mas não pode substituí-los. 
Pessoas com insuficiência cardíaca devem sempre consultar seu médico 
antes de usarem qualquer medicamento, mesmo os de venda livre. Alguns 
medicamentos (incluindo muitos dos utilizados no tratamento de artrite) podem 
provocar retenção de sal e líquido. Outros medicamentos podem fazer com que 
o coração funcione mais lentamente. Esquecer-se de tomar os medicamentos 
necessários é um motivo comum para o agravamento dos sintomas e as pessoas 
devem ser informadas de estratégias para se lembrarem de tomar seus 
medicamentos. 
Como a gripe pode causar um súbito agravamento da insuficiência 
cardíaca de uma pessoa, os médicos recomendam uma vacinação contra a gripe 
anualmente para pessoas com insuficiência cardíaca. (DAMASCENO, 2014) 
 
Tratamento da causa 
 
Se a causa da insuficiência cardíaca for estreitamento ou vazamento das 
válvulas cardíacas, ou conexões anormais entre as câmaras cardíacas, a 
cirurgia geralmente pode corrigir o problema. As artérias coronárias bloqueadas 
podem exigir medicação, cirurgia ou angioplastia com stents coronários. Os 
medicamentos anti-hipertensivos podem reduzir e controlar a hipertensão. Os 
antibióticos podem eliminar certas infecções. 
5.4 Tratamento de insuficiência cardíaca aguda 
A insuficiência cardíaca que surge ou se agrava rapidamente requer 
tratamento hospitalar urgente. 
Se ocorrer edema agudo de pulmão (um rápido acúmulo de líquido nos 
pulmões), forneça oxigênio por meio de uma máscara. Diuréticos intravenosos e 
outras drogas administradas por via intravenosa ou sublingual (como a 
nitroglicerina) podem criar melhorias rápidas e expressivas. O uso de morfina 
 
35 
 
pode aliviar o transtorno de ansiedade que geralmente acompanha o edema 
pulmonar agudo. Além de relaxar os vasos sanguíneos, também reduz a 
frequência respiratória e cardíaca, reduzindo assim a carga de trabalho do 
coração. Se essas medidas não melhorarem a respiração adequadamente, uma 
máscara especial pode ser usada para fornecer oxigênio sob pressão controlada 
ou um tubo pode ser inserido nas vias aéreas de uma pessoa para instalar um 
ventilador mecânico para auxiliar a respiração. 
Para pessoas com sintomas graves e má resposta ao tratamento, usa 
medicamentos semelhantes à epinefrina e norepinefrina (como dopamina ou 
dobutamina) ou outras drogas que causam contração cardíaca mais intensa 
(como lama Nong). Em alguns casos, demora um pouco para aumentar a função 
de bombeamento do coração. Essas drogas são ineficazes no tratamento de 
longo prazo. (CHAPLEAU,2008) 
5.5 Síndromes coronárias agudas 
A síndrome coronariana aguda é causada pelo bloqueio agudo das 
artérias coronárias. Os resultados dependem do grau e da localização da 
obstrução, variando de angina instável a infarto do miocárdio sem elevação do 
segmento ST (IMSSST), infarto do miocárdio com elevação do segmento ST 
(IMCSST) e morte súbita cardíaca. Os sintomas de todas essas síndromes são 
semelhantes (exceto para morte súbita), incluindo desconforto no peito com ou 
sem dificuldades respiratórias, náuseas e sudorese. O diagnóstico é 
determinado pela presença ou ausência de ECG e marcadores séricos. O 
tratamento inclui medicamentos antiplaquetários, anticoagulantes, nitratos, 
betabloqueadores e, para IMCSST, reperfusão de emergência com 
medicamentos fibrinolíticos, intervenção percutânea ou revascularização 
miocárdica ocasional. 
 
Síndromes coronarianas agudas incluem: 
 
Angina instável 
Infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (IMSESST) 
Infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCEST) 
 
36 
 
Todas essas síndromes envolvem isquemia coronariana aguda e são 
diferenciadas com base nos sintomas, resultados de ECG e níveis de 
marcadores cardíacos. Conforme o prognóstico e os métodos de tratamentomudam, é útil distinguir essas síndromes. 
Angina instável (insuficiência coronariana aguda, angina pré-infarto ou 
síndrome intermediária) é definida como um ou mais dos seguintes itens em 
pacientes cujos biomarcadores cardíacos não atendem os critérios para IM: 
Angina em repouso que é prolongada (em geral > 20 min) 
Angina de início recente pelo menos de gravidade classe 3, segundo a 
classificação da Canadian Cardiovascular Society (CCS) ( Sistema de 
classificação cardiovascular canadense da angina de peito) 
Angina progressiva, i. e., angina previamente diagnosticada que se tornou 
nitidamente mais frequente, mais grave, com duração mais prolongada ou com 
limiar mais baixo (p. ex., aumento ≥ 1 na classe da CCS ou pelo menos para a 
classe 3 da CCS) 
Alterações no ECG, como infra ou supradesnível do segmento ST ou 
inversão da onda T, podem ocorrer durante angina instável, mas são transitórias. 
Dos marcadores cardíacos, CK não está elevada, mas a troponina cardíaca, 
particularmente quando medida usando testes de troponina de alta sensibilidade 
(hs-cTn), podem estar ligeiramente aumentados. A angina instável é 
clinicamente instável e, muitas vezes, constitui um prelúdio do IM ou de arritmias 
ou, com menos frequência, de morte súbita. 
IM sem elevação do segmento ST (IMSSST, IM subendocárdico) é a 
necrose miocárdica (evidenciada por marcadores cardíacos no sangue; 
troponina I ou troponina T e CK estarão altas) sem elevação grave do segmento 
ST. Pode haver outras alterações no ECG, como infradesnível do segmento ST, 
inversão da onda T ou ambas. 
IMCSST (transmural) é a necrose miocárdica com alterações do ECG 
constituídas por supradesnível do segmento ST, as quais não se revertem 
rapidamente com nitroglicerina, ou o desenvolvimento recente de BRE. Os 
marcadores cardíacos, troponina I ou troponina T e CK são elevados. 
Os dois tipos de IM podem ou não produzir ondas Q no ECG (IM com 
onda Q, IM sem onda Q). (CHAPLEAU,2008) 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/angina-inst%C3%A1vel
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/angina-de-peito#v934128_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/angina-de-peito#v934128_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam#v27852670_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam#v27852672_pt
 
37 
 
5.6 Sinais e sintomas 
Os sintomas da SCA dependem, até certo ponto, do grau e da localização 
da obstrução e variam muito. A estimulação dolorosa dos órgãos torácicos, 
incluindo o coração, pode causar desconforto e é descrita como pressão, cortes, 
vontade de contrair, indigestão, queimação, dor, formigamento e, às vezes, 
formigamento. Muitos pacientes negam a dor e insistem que ela é simplesmente 
"desconfortável". Exceto quando o infarto é grande, é difícil identificar o grau de 
isquemia por sintomas individuais. 
Os sintomas da SCA são semelhantes aos da angina e são discutidos em 
mais pormenores nas seções sobre angina instável e infarto agudo do miocárdio. 
Após evento agudo, podem ocorrer muitas complicações. Elas 
normalmente envolvem 
Disfunção elétrica (p. ex., defeitos de condução, arritmias) 
Disfunção miocárdica (p. ex., insuficiência cardíaca, ruptura da parede 
livre ou septo interventricular, aneurisma ventricular, pseudoaneurisma, 
formação de trombo mural, choque cardiogênico) 
Disfunção valvar (tipicamente, insuficiência mitral) 
Em qualquer forma de SCA, a disfunção elétrica é óbvia, mas geralmente, 
a maior parte do miocárdio deve ser isquêmico para causar disfunção miocárdica 
grave. Outras complicações da SCA incluem recorrência de isquemia e 
pericardite. A pericardite que ocorre 2 a 10 semanas após o IM é chamada de 
síndrome pós-IM ou síndrome de Dressler. (CHAPLEAU,2008) 
5.7 Cuidado pré-hospitalar 
 Oxigênio 
 Ácido acetilsalicílico 
 Nitratos ou morfina 
 Encaminhamento para um centro médico apropriado 
Deve-se estabelecer uma via IV confiável, administrar oxigênio 
(tipicamente 2 L por cânula nasal) e instalar monitoramento contínuo de ECG de 
derivação única. Intervenções pré-hospitalares pela equipe médica de 
urgência—incluindo ECG, ácido acetilsalicílico mastigável [325 mg], tratamento 
 
38 
 
da dor com nitratos ou opioides (Medicamentos para doença coronariana*), 
trombólise precoce quando indicado e possível, bem como encaminhamento 
para um hospital apropriado onde ICP primária está disponível—podem reduzir 
risco de mortalidade e complicações. Os dados do diagnóstico precoce e a 
resposta ao tratamento podem ajudar a determinar a necessidade e a escolha 
do tempo adequado de revascularização quando a intervenção coronariana 
percutânea não é possível. 
6 DIRETRIZ DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR E CUIDADOS 
CARDIOVASCULARES DE EMERGÊNCIA DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 
Embora a história da ressuscitação remonte aos tempos bíblicos e tenha 
durado séculos, acredita-se que seu "nascimento" moderno tenha ocorrido em 
1960, quando Koewenhoven, Jude e Knickerbocker publicaram artigos 
memoráveis sobre o uso de compressões torácicas: Eles enfatizaram que "você 
só precisa das duas mãos." Na verdade, eles escreveram sobre 14 
sobreviventes usando essa técnica em 20 tentativas. 
Embora ações semelhantes tenham sido descritas muitas vezes em 
períodos anteriores, elas terão nova importância naquele momento, pois a Safar 
já realizou um teste de ventilação boca a boca e a desfibrilação externa já se 
tornou uma realidade. Tudo o que faltou foi juntar essa três elementos-chave, o 
que aconteceu em um simpósio organizado pela Faculdade de Medicina e 
Cirurgia do Estado de Maryland em setembro de 1960. No simpósio, foi 
determinado que “esses elementos não são mais considerados Elements ". Isole, 
mas como parte de uma abordagem de recuperação total. " 
No entanto, na época, a reanimação era considerada um procedimento 
médico estrito. Mesmo enfermeiras e dentistas estão proibidos de realizar este 
exercício. Portanto, apesar da grande preocupação da comunidade 
internacional, seu impacto é limitado. Gradualmente, as opiniões mudaram e, por 
volta de 1974, quando a American Heart Association publicou suas primeiras 
diretrizes para profissionais de saúde e não profissionais, as enormes vantagens 
da participação pública tornaram-se mais aparentes. (SCIELO, 2013) 
 
39 
 
A publicação das novas diretrizes de RCP nas principais revistas médicas 
começa com dois princípios. O primeiro princípio é que o método ideal pode ser 
definido para todos os casos de parada cardíaca inesperada. Em segundo lugar, 
a disseminação desse procedimento pode e deve ser realizada em toda a 
sociedade. Embora essas opiniões parecessem razoáveis, ainda não eram 
universalmente aceitas na época. 
Levará mais alguns anos antes que as diretrizes de recuperação se 
tornem um padrão internacional. A este respeito, mais uma vez liderado pela 
American Heart Association. Na Conferência de Dallas de 1992, mais de 25% 
dos participantes vieram de fora dos Estados Unidos. Nessa reunião, foi decidido 
constituir um comitê internacional de especialistas dos cinco continentes para 
orientar a prática da ressuscitação, posteriormente conhecido como International 
Resuscitation Commission (ILCOR). Ao longo dos anos, devido às capacidades 
reconhecidas de seus membros, a importância e a influência deste órgão 
consultivo continuaram a se desenvolver. 
Em relação à sua aplicabilidade em diferentes situações, diferentes 
requisitos para crianças e posteriormente para bebês e recém-nascidos foram 
rapidamente aceitos. Mais tarde, diferenças étnicas também apareceram, em 
parte devido

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