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sistemasistemasistema reprodutor dareprodutor dareprodutor da fêmeafêmeafêmea @nahnavet PATOLOGIA ESPECIALPATOLOGIA ESPECIAL Caracterizada por anomalias estruturais e/ou numéricas dos cromossomos; Síndrome de Turner Caracterizadas pelos cromossomos XO ➔ cromossomo sexual ausente ou incompleto; O animal terá puberdade tardia, baixo desenvolvimento (pouca estatura, infertilidade, malformações e etc.). Freemartin Afeta bovinos fêmeas ➔ ocorre em gestações gemelar de heterossexos (92%) ➔ pela comunicação fetal, a testosterona interfere no desenvolvimento do feto fêmea (hormônios femininos são produzidos após a puberdade); O animal será estéril, gônadas constituídas de tecidos ovariano e testicular (ovoteste), vias genitais internas e externas femininas rudimentares ou ausentes e clitóris hipertrófico com pelos genitais evidentes. Hermafrodismo Apresenta tecido gonadal de ambos os sexos, seja pela presença de um testículo e um ovário ou de ovoteste (gônada que contém tanto tecido testicular quanto ovariano); Assim como no sistema reprodutor masculino já explicado; Comum em cães da raça cocker spaniel e caprinos da raça Saanan. Caracterizada pela irregularidade no fenótipo, ou seja, o resultado da expressão dos genes e também das ações do meio ambiente; Pseudo-hermafrodismo A genitália tubular e/ou a genitália externa têm características ambíguas, mas ambas as gônadas são referentes ao sexo correspondente ao gene (XX); Hormonioterapia esteróide antes da concepção ou durante a gestação pode resultar em masculinização da fêmea. Aplasia segmentar Afeta os ductos de Muller causando o não desenvolvimento ou a não fusão dos ductos; Pode ser uni ou bilateral; Pode causar problemas de infertilidade, duplicação de estruturas (abertura cervical, cérvix e corpo uterino duplos, útero duplo (didelfo)). Anomalias congênitas Anomalias cromossomais Anomalias gonadais Anomalias fenotípicas Hipoplasia ovariana Mais comum e mais importante por causar subfertilidade ou infertilidade; Acomete principalmente bovinos; Caracterizada pelo desenvolvimento incompleto dos ovários, podendo ser uni ou bilateral; Histologicamente ➔ ausência ou número reduzido de folículos no córtex ovariano; Nos casos de hipoplasia bilateral e total, há ausência completa de folículos em ambos os ovários, o que resulta em esterilidade. Etiologia ➔ genética (gene recessivo autossômico) ➔ mesmo que causa hipoplasia testicular. Agenesia ovariana Menos frequente; Caracterizada pela ausência de um ou de ambos ovários; Afeta a fertilidade. Ovários acessórios Alteração rara; Caracterizada pela presença de mais gônadas do que o normal, normalmente ocorre duplicidade; Normalmente são afuncionais mas quando as gônadas principais são retiradas (ovarectomia), se tornam de importância clínica pois se tornam funcionais, resultando na persistência de ciclicidade e manifestação estral após o procedimento cirúrgico. Alterações no Ovário Alterações no desenvolvimento Alterações circulatórias Hemorragia Normal no período pós-ovulatório em pequenas quantidades; Porém podem acontecer hemorragias anormais severas pela: Ruptura do folículo ovulatório ➔ o espaço previamente preenchido por líquido folicular será preenchido por um coágulo sanguíneo após a ovulação ➔ resulta na formação do corpo hemorrágico, que, por sua vez, será o substrato anatômico para o desenvolvimento do corpo lúteo durante as fases de metaestro e diestro; Cistos foliculares ➔ hemorragia intrafolicular de etiologia desconhecida mas frequente em bezerras, ocorrendo a transformação do líquido folicular de amarelado e cristalino para avermelhado; Enucleação manual do corpo lúteo ➔ prática comum em vacas via retal para eliminação do corpo lúteo e interrupção da fase progesterônica, resulta em intensa hemorragia, que, em casos extremos, pode até mesmo resultar em hipovolemia. Cistos ovarianos Existem diferentes estruturas císticas existentes no ovário pode variar entre 10 e 15 diferentes tipos de cistos; As mais comuns são: Cistos paraováricos Estão localizados adjacentes aos ovários, são comuns nas espécies, sendo derivados de resquícios embrionários dos túbulos mesonéfricos (que dariam origem à genitália interna masculina no macho); Cisto folicular Estrutura ovariana cística semelhante a um folículo maduro, com diâmetro igual ou superior a 2,5 cm; Acomete todas as espécies mas é mais observado em porcas e vacas leiteiras taurinas (associado a genética e tratamentos hormonais); Nas éguas esses folículos ocorrem de forma múltipla de forma fisiológica e regridem normalmente; Podem ser múltiplos ou únicos; Permanece no ovário por um período prolongado, não ocorre ovulação e, que interfere na atividade ovariana cíclica; Produz hormônios que interferem no eixo hipotálamo- hipófise- ovário, resultando em alteração comportamental secundária às alterações endócrinas. Corpo lúteo cístico Patogênese semelhante a do cisto folicular, não há exposição do folículo maduro mas ocorre atividade de LH suficiente para indução da luteinização completa da parede do cisto; Produz predominantemente progesterona, resultando em anestro; Em fêmeas uníparas, a presença de folículos supranumerários está normalmente relacionada à terapia hormonal para a superovulação, ou em gestações de gêmeos ou trigêmeos, relativamente comuns em pequenos ruminantes; Causam as mesmas complicações que o cisto folicular. Alterações inflamatórias Ooforite ou ovarite; Alteração rara; Normalmente é acometido por processos inflamatórios que afetam outras estruturas do sistema genital (precedida de endometrite e salpingite); Acarreta a formação de abscessos ovarianos ou periovarianos. Alterações degenerativas Hipotrofia ovariana Caracterizada pela diminuição na produção de gonadotropinas (LH e FSH)➔ falta de suporte endócrino para a maturação folicular e ovulação ➔ parada da atividade ovariana cíclica e, por conseguinte, ausência de manifestação de estro; Principais causas: desnutrição e período de amamentação. Alterações proliferativas Processos neoplásicos ocorrem com relativa frequência no ovário; Neoplasias no estroma ovariano Tumor de células granulosas (TCG): mais comum, ocorre em vacas e éguas mais velhas; Normalmente são unilaterais e benignos; Causam alterações endócrinas; Possui superficie lisa, são grandes e de coloração amarelada; Tecoma: neoplasia benigna; Derivadas dos cordões sexuais se diferenciam em células fusiformes; Sólida e firme; Quando maligna recebe o nome de sarcoma de células da teca. Neoplasias de células germinativas Disgerminoma: neoplasia maligna; Rara, mas vista em cadelas e gatas; Sem diferenciação com mitose elevada, pode conter necrose e hemorragia; Semelhante ao seminoma em machos; Teratoma: composto de células germinativa que originam tecidos estranhos ao ovário, como ossos, cartilagens, etc. Alterações na tuba uterina Alterações no desenvolvimento Agenesia da tuba uterina Caracterizada pela ausência de um ou de ambas tubas uterinas; Condição rara, exceto em intersexos, como nas fêmeas freemartin, e, às vezes, nos hermafroditas, nos quais a tuba uterina pode estar completamente ausente ao exame macroscópico. Tubas acessórios Igual ao ovário. Alterações inflamatórias Salpingite; Alteração presente em todas as espécies domésticas, mais frequente em vaca e porca; Associada a infecções do sistema (principalmente endometrite) e desenvolvimento de cistos tubo- ovárico; Etiologia infecciosa, normalmente bacteriana; Causas comuns: brucelose, campilobacteriose, tricomoníase e micoplasmose; Piossalpingite é o processo inflamatório da tuba uterina que se caracteriza pelo acúmulo de exsudato purulento nolúmen, sendo causada por agentes bacterianos piogênicos. Alterações degenerativas Hidrossalpinge Caracterizada pela dilatação da tuba uterina com acúmulo de transudato em consequência de obstrução congênita ou adquirida; Principais causas: fibrose do estroma em decorrência de processo inflamatório crônico e aderências da tuba uterina a outros órgãos adjacentes; Pode afetar o ovário e assim, a fertilidade. Alterações proliferativas Raras; Adenomiose Caracterizada pela presença de epitélio da mucosa em outras porções da parede, principalmente na camada muscular, sendo bilateral na maioria dos caso; Causa infertilidade e é uma sequela da salpingite. Aplasia segmentar Caracterizada pela ausência de desenvolvimento de um segmento do útero, podendo afetar toda a extensão de um corno uterino ou pequenos segmentos; Duplicidade uterina Hipoplasia uterina Caracterizada pelo desenvolvimento incompleto do órgão, se dá principalmente nos casos de intersexualidade. Alterações no útero Alterações no desenvolvimento Alterações circulatórias Hemorragia Comum de forma fisiológica mas podem ocorrer de forma patológica em inflamações, principalmente no endométrio; E por trauma, frequente em manobras obstétricas em animais de grande porte. Alterações inflamatórias Principal causa de subfertilidade nos animais domésticos; Pode ser aguda ou crônica; Pode ter conteúdo mucopurulento, purulento, fibrinoso, hemorrágico ou de processos granulomatosos ou necróticos; Pode ter origem infecciosa, traumática, produtor químicos irritantes e irregularidades no ciclo estral; Classificação de acordo com a localização: Endometrite Inflamação restrita ao endométrio; Por ser na camada mais próxima, é o início da maioria das infecções uterinas; Comum nas éguas após a monta; Pouca diferenciação celular, aumento de neutrófilos e fibrina; Pode haver necrose endometrial pela síntese de PGF2 ou ausência de sua produção devido à perda do endométrio; Miometrite Inflamação restrita a camada muscular do útero; Perimetrite Inflamação restrita a camada perimétrio; Metrite Inflamação de toda as camadas da parede do útero; Ocorre o acometimento da serosa, que apresenta-se opaca e granular, com petéquias e fibrina; Cervicite Inflamação restrita a cérvix do útero; Piometra Alteração comum na rotina clínica de pequenos animais, afetando principalmente cadelas com mais de 6 anos que nunca pariram ou em cadelas que foram submetidas a tratamento anticoncepcional; Inflamação uterina com acúmulo de grande quantidade de exsudato purulento no lúmen uterino; Pode apresentar áreas necróticas, ulceradas e hemorrágicas ou áreas secas, brancas e espessadas; Classificada de acordo com a distenção uterina em: Aberta: ocorre a abertura da cérvix, havendo drenagem de exsudato fétido de origem uterina por via vaginal; Fechada: ocorre a retenção do exsudato no lúmen uterino, com distensão acentuada dos cornos uterinos. Alterações de posicionamento adquiridas e degenerativas As alterações de posicionamento do útero, ou distopias, compreendem torção, prolapso e hérnia Torção Alteração mecânica que ocorre devido a presença de conteúdo uterino; Pode ser causada por: em animais com gestação adiantada (bovinos e equinos com gestação gemelar), piometra, mucometra ou hidrometra; Em grandes animais é comum a torção ao redor da cérvix; Já em pequenos animais é comum a torção entre o corpo e o corno uterino; É uma alteração grave pois tem comprometimento circulatório ➔ obstrução de vasos ➔ congestão, isquemia e edemaciação; Pode levar a ruptura com hemorragia severa causando a morte do animal; Em gestantes causará morte fetal e mumificação. Prolapso uterino Ocorre a exteriorização parcial ou total do útero, podendo até afetar estruturas próximas; Acomete mais grandes animais, principalmente as vacas; Pela exposição causa edema, isquemia, congestão e necrose do órgão; Principais causas: distocia (particularmente quando há manobras obstétricas com tracionamento intenso do feto), retenção de placenta e hipocalcemia pós parto; Predispõe o órgão á ruptura e infecções. Mucometra Alteração não inflamatória; Caracterizada pelo acúmulo de muco no lúmen uterino; Causado por obstrução do fluxo ou produção excessiva (pode ser advindo de uma má formação). Endometriose Caracterizada pelo crescimento anormal de tecido (glândulas ou estroma endometrial) fora do útero; Normalmente ocorre em ovários, peritônio e cicatrizes abdominais; Principais causas: metaplasia, cirurgia e disseminação vascular linfática ou sanguínea. Alterações proliferativas Leiomioma Comum, em especial nas cadelas; Neoplasia benigna de células musculares lisas bem diferenciadas, dispostas em feixes; Acomete além do útero, cérvix e vagina; relacionadas a hiperplasia endometrial, cistos foliculares ou neoplasia mamária. Carcinoma Normalmente achado de necropsia ou em bovinos ao abate; Acomete a porção mais profunda das glândulas endometriais, normalmente de corno uterino; São firmes, geralmente pequenas e anulares, apresentando hipertrofia, pleomorfismo e desarranjo celular. Linfossarcoma Ocorre na leucose bovina e envolve normalmente coração, abomaso, linfonodos e útero; As áreas acometidas podem ser focais ou multifocais; As lesões são amareladas e com necrose central; Pode acometer cérvix e vagina. Retenção de placenta Caracterizada pela falha na eliminação das membranas fetais após a expulsão do feto; Considerada a partir de 12 horas pós-parto; Principais causas: infecções, deficiências nutricionais e hormonais entre outras. Morte fetal Pode provocar um dos seguintes processos: Aborto ➔ a expulsão de um feto inviável antes do final do período normal de gestação; Mumificação fetal ➔ morte fetal não é acompanhada de expulsão fetal e o ambiente uterino permanece livre de contaminação bacteriana; Maceração fetal ➔ morte fetal sem expulsão e há contaminação bacteriana do ambiente uterino que resulta na putrefação dos tecidos moles do feto, sobrando apenas os ossos fetais dentro do útero. Alterações no útero gestante Durante a gestação, o útero sofre profundas alterações morfológicas e funcionais, as quais fazem com que algumas lesões ocorram somente no útero gestante; Tais alterações podem envolver o útero propriamente dito, a placenta (tanto o componente materno quanto o fetal) e o embrião ou feto; Inflamações A presença de microrganismos e leucócitos causa quimiotaxia (bacteriana) e leucotrieno ➔ toxicidade para gametas e embriões; A presença de anticorpos e a produção hormonal influencia a quantidade de células de defesa; Pode afetar a placenta, causando placentite ascendente está associada a aborto no período final da gestação, nascimento prematuro e nascimento de animais com má formação. Abortos As causas de aborto são várias, incluindo causas infecciosas e não infecciosas; Nos bovinos, nos casos em que a etiologia do aborto é identificada, 90% são de origem infecciosa, enquanto, nos equinos, as causas não infecciosas são mais frequentes; por exemplo, gestação gemelar e torção do cordão umbilical; Principais agente infecciosos: Bactérias: Brucella abortus, B. canis, B. suis, Campylobacter fetus var. venerali, Leptospira spp., Listeria monocytogenes; Fungos: Aspergillus spp, ficomicetos; Vírus: herpesvírus, parvovírus; Protozoários: Toxoplasma gondii, Neospora caninum, Tritrichomonas foetus. Separação prematura da placenta Ocorre o descolamento prematuro da placenta, pode ocorrer desde poucos milímetros até o completo rompimento; A separação pode ser aguda ou crônica; Apresenta membranas enegrecidas ou marrom escuro e desidratadas; Na maioria das vezes, a etiologia é desconhecida; Normalmente evolui para morte fetal. Prenhez de corpo uterino O corpo uterino tem baixa vascularização e por isso os embriões normalmente se aderem aos cornos; Quando ocorre a implantação nocorpo, ocorre o subdesenvolvimento placentário e fetal, resultando em morte fetal. Torção do cordão umbilical Ocorre devido a extensão do cordão e/ou associado a movimentação fetal; Caracterizada por edema, hemorragia, dilatação, complicações no parto, sofrimento fetal e até morte. Hidrâmnio e hidroalantóide Raro; Acúmulo excessivo de líquido amniótico que rodeia o feto contido no saco amniótico. Hipoplasia vulvovaginal Caracterizada pelo desenvolvimento incompleto; Comum em interssexos, principalmente vacas freemartin. Alterações na vagina e vulva Alterações no desenvolvimento Alterações circulatórias Alterações inflamatórias Vaginite; Ocorre normalmente por infecções de agentes oportunistas; Afeta todas as espécies, porém tem menos recorrência ➔ mesmo sendo uma área exposta, o ambiente vaginal tem baixo pH e imunidade de mucosa; Pode ser de origem traumática, como em parto distócico, no auxilio do parto e na cópula; Principais causas infecciosas: Herpes vírus (principalmente em vacas e éguas); Mycoplasma spp.; Ureaplasma spp.; E. coli; Trypanossoma equiperdum. Cisto vaginais Possuem aspecto tubular ou são dispostos alinhados longitudinalmente no assoalho da vagina e são denominados cistos dos ductos de Gartner ou Glândulas de Bartolin adquiridos em consequência de vaginite ou hiperestrogenismo. Tumefação da vulva Ocorre estro ou por micotoxina (zearalenona em suínos); Promove o desenvolvimento de mamas, tenesmo e prolapso retal e atividade luteal. Alterações proliferativas TVT Tumor venéreo transmissível; Comum em vacas, cadelas, ovelhas e éguas; Caracterizada pela proliferação exofítica com nódulos friáveis e hemorrágicos na mucosa vaginal; Transplantável e transmitido por células vivas; Possivelmente de etiologia viral mas ainda é desconhecido.