TCC GEOGRAFIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
MARIANA KOSCHECK
 O ENSINO DA GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: O USO DAS METODOLOGIAS DE ENSINO PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO
TUPARENDI
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
MARIANA KOSCHECK
O ENSINO DA GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: O USO DAS METODOLOGIAS DE ENSINO PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em 2ª LICENCIATURA EM GEOGRAFIA. 
TUPARENDI
2021
O ENSINO DA GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: O USO DAS METODOLOGIAS DE ENSINO PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO
Autor[footnoteRef:0], Mariana Koscheck [0: E-mail: mariana_minuano@hotmail.com] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO- O ensino da Geografia consiste no estudo do espaço geográfico, o qual representa os aspectos sociais, culturais e políticos das diferentes épocas de uma sociedade. O trabalho em questão objetiva discutir o planejamento pedagógico, dinamizando o ensino em torno de práticas efetivas, com metodologias diversificadas e que atendam às necessidades do cotidiano dos alunos, através da leitura cartográfica, confecção de maquetes, análise e sobreposição de mapas, análise de imagem e fotos e até mesmo de recursos digitais como o Google Earth. A cartografia é uma técnica muito antiga, ela já vinha sendo utilizada desde o período das grandes navegações, atualmente a cartografia é utilização principalmente na análise de redes e frotas. Buscando a compreensão da Geografia por meio da aquisição de novos conhecimentos sobre os conceitos de espaço geográfico, cartografia e encaminhamentos metodológicos que garantem o ensino e a aprendizagem dos alunos. A metodologia adotada consiste na revisão bibliográfica de autores que abordam o tema em seus estudos, com apontamentos acerca da Base Nacional Comum Curricular com relação ao ensino da Geografia no Ensino Fundamental. Os resultados da pesquisa seletiva garantem o aprofundamento e consolidação de saberes sobre o ensino da Geografia no Ensino Fundamental, fazendo perceber a importância do professor e de suas metodologias para a compreensão do espaço geográfico.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino da Geografia. Espaço Geográfico. Metodologias de Ensino.
1. 
INTRODUÇÃO
O Ensino da Geografia no Ensino Fundamental é o tema abordado no presente artigo. Sabemos que a Geografia como um todo está presente em todas as atividades da vida cotidiana do ser humano. As questões geográficas estão presentes no lugar em que moramos, nas distâncias, orientação, rotas, redes de tráfego, meio de locomoção, relevo, paisagem e questões políticas.
Ler o espaço geográfico é muito importante e cada vez mais devemos trabalhar e enfatizar esses conceitos no ambiente escolar. A Geografia estuda o espaço geográfico e vários podem ser os métodos e técnicas utilizados pelo professor para que o aluno consiga compreender e realizar a leitura do espaço. 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina que o ensino da Geografia integre a área da Ciências Humanas, o estudo da Geografia é complexo envolve questões sociais, políticas e culturais. Tem-se como objetivos buscar a compreensão do espaço geográfico, mediante a aquisição de novos saberes com relação aos conceitos teóricos e dos métodos de ensino em Geografia.
O estudo sobre o tema “O Ensino da Geografia no Ensino Fundamental” traz inúmeras contribuições para a formação acadêmica e profissional do Licenciado em Geografia, o tema é de grande relevância para com as práticas diárias de sala de aula do professor. O tema permite a consolidação de conceitos vistos ao longo do curso de graduação.
A metodologia adotada faz referência ao artigo de revisão bibliográfica. A seleção bibliográfica tem como base a pesquisa seletiva, faz referência a autores que trazem contribuições para a análise do ensino da Geografia no Ensino Fundamental. Para aprofundar ainda mais apresenta-se citações da BNCC.
O texto traz inicialmente algumas considerações da normativa da BNCC em relação ao Ensino Fundamental, após são apresentados conceitos básicos do ensino da Geografia como o espaço geográfico e encaminhamentos metodológicos que podem ser utilizadas pelos professores, por exemplo: a utilização de maquetes, fotos, imagens e a ferramenta digital tecnológica do Google Earth.
2. DESENVOLVIMENTO 
A Base Nacional Comum Curricular é um documento normativo e orientador, que define as aprendizagens mínimas e essenciais que os alunos devem adquirir ao longo de toda educação básica. Para o Ensino Fundamental a BNCC expressa essas aprendizagens por meio das competências, habilidades e objetivos de conhecimento.
Os componentes curriculares do Ensino Fundamental passam a ser organizados em áreas do conhecimento, cada área possuiu competências específicas. O ensino da Geografia está vinculado a área da Ciências Humanas em conjunto com o ensino da História. A BNCC determina os objetivos do conhecimento e as habilidades para cada área do conhecimento, assim cada área possui as suas particularidades de ensino e de trabalho.
Ao pensar no ensino por áreas do conhecimento no Ensino Fundamental é preciso articular saberes práticos e teóricos, em outras palavras, os alunos devem ser capazes de aprender a aprender e aprender a fazer. É preciso um olhar atento no que tange os objetivos do ensino da geografia, a didática docente requer que seja pensada para o trabalho interdisciplinar, buscando em sistematizar, aprofundar e consolidar a aprendizagem dos alunos desta etapa da educação básica.
Dentro do ensino da Geografia o processo de construção da aprendizagem deve buscar por essa organização de sistematizar, aprofundar e consolidar. Pensando nessa determinação da BNCC, a sistematização, o aprofundamento e a consolidação estão relacionadas diretamente com as práticas pedagógicas do professor em sala de aula.
Deste modo, a metodologia do ensino da Geografia deve ser estruturada pelas diversas formas de abordagem, sejam elas práticas e teóricas. 
Estudar Geografia é uma oportunidade para compreender o mundo em que se vive, na medida em que esse componente curricular aborda as ações humanas construídas nas distintas sociedades existentes nas diversas regiões do planeta. Ao mesmo tempo, a educação geográfica contribui para a formação do conceito de identidade, expresso de diferentes formas: na compreensão perceptiva da paisagem, que ganha significado à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência dos indivíduos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos costumes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e na consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros e, por isso, convictos das nossas diferenças.(BRASIL,2018, p.361)
Diante do exposto, compreende-se que o ensino da Geografia dentro do documento da BNCC foi organizado em cinco unidades temáticas que são: o sujeito e o seu lugar no mundo; conexões e escalas; mundo do trabalho; formas de representação e pensamento espacial; e exercício da cidadania.
Para cada unidade temática a BNCC estabelece os objetos do conhecimento que são pensados para cada ano do Ensino Fundamental (1° ano ao 9° ano), anos iniciais e finais, ou seja, as unidades temáticas são as mesmas para todo o Ensino Fundamental o que muda são os objetos de conhecimentos
Ao longo do Ensino Fundamental o professordeverá trabalhar para o desenvolvimento das competências específicas do ensino da Geografia no Ensino Fundamental. Na BNCC são listadas sete competências, conforme segue abaixo:
1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/ natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas. 2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história. 3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. 4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas. 5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia. 6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza. 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. (BRASIL, 2018, p.368)
Nesta perspectiva, em consonância com o documento legal, vemos como o ensino da Geografia é complexo, o planejamento pedagógico do professor bem como, da equipe pedagógica deve ser direcionado para o desenvolvimento dessas sete competências e para os objetos dos conhecimentos específicos.
Quando pensamos no ensino da Geografia, logo também pensamos nos registros feitos em mapas, espaços, distâncias, rotas, vegetação e relevo. Neste viés, a cartografia dentro da Geografia é uma forma e/ou ferramenta de representação, nos mapas vários podem ser os registros. Ainda com relação aos registros em mapas, nos deparamos com registros históricos, percebe-se então a necessidade de trabalhar interdisciplinarmente com a história e com as demais áreas do conhecimento.
A Geografia estuda o espaço geográfico, em qualquer escala (local, regional, nacional, global) e numa perspectiva relacional. De acordo com Santos (1996ª), esse espaço (geográfico) é composto de materialidade (natural e construída) e de relações sociais, políticas, econômicas, culturais. Em sua obra, o autor define espaço geográfico como sistemas de objetos mais sistemas de ações. Para ele, os objetos são a materialidade, “tudo o que existe na superfície da Terra, toda herança da história natural e da ação humana que se objetivou [...] isso que se cria fora do homem e se torna instrumento material de sua vida, em ambos os casos exterioridade”. (SANTOS, 1996 Apud, FANTIN; TAUSCHEK; NEVES, 2013, p.21-22)
O campo de estudo da Geografia é amplo e envolve várias questões. A Geografia está presente em todos os lugares e momentos da nossa vida cotidiana e envolve situações complexas, vejamos, as relações históricas vividas pela sociedade são acompanhadas por meio da Geografia, assim como, as modificações da paisagem. 
Conforme Fantin, Tauschek e Neves (2013) a Geografia não é apenas compreendida como sendo a ciência da localização e da descrição de fenômenos, o pensar geográfico é amplo e necessita de investigação e atenção pois investiga também as ações humanas com relação a materialização dos tempos históricos, modelagem da superfície terrestre.
Trazendo essas considerações para a nossas atividades de cotidiano, é possível perceber a Geografia quando mencionamos o lugar onde moramos, quando observamos as construções com a época em que foram construídas, quando observamos as modificações e transformações do relevo e da vegetação.
[...]Na escola (sobretudo no ensino fundamental), o objetivo da geografia é alfabetizar o aluno para a leitura do espaço geográfico. Esse é o seu papel na educação e é o que garante sua identidade. [...] A alfabetização geográfica torna o espaço objeto de conhecimento. Faz entender a estrutura e a organização da materialidade do espaço como derivados sociais. Então, ler o espaço geográfico é compreender a sociedade e a realidade através do estudo de sua fissilidade, que é, antes de qualquer coisa, uma construção social e histórica. (PEREIRA, 1994 Apud, FANTIN; TAUSCHEK; NEVES, 2013, p.23-24)
Os autores destacam o ponto central para a concretização da aprendizagem do espaço geográfico, é necessário que o aluno aprenda a ler o espaço geográfico, como eles mesmo denominam de alfabetização para a leitura do espaço geográfico. À medida que os alunos tomam conhecimento das informações por meio da leitura das informações da Geografia do espaço é que a aprendizagem será efetivada, porém isso não é um passo simples, esse aprender a ler a estrutura e interpretar as questões sociais, políticas e temporais exige um bom encaminhamento metodológico por parte da escola e do professor.
Os objetivos, os conteúdos e a metodologia adotada devem ser bem pensados para assim garantir essa alfabetização. Cabe destacar que essa abordagem deve ser desenvolvida conforme as determinações do Projeto Político Pedagógico da escola. O Projeto Político Pedagógico da escola é um documento que contempla todas as ações pedagógicas da escola, ele é, um documento normativo, flexível e deve ser elaborado seguindo o modelo de gestão democrática. 
O currículo escolar deve ser descrito dentro do Projeto Político Pedagógico, cada área do conhecimento deve ser apresentada com clareza, desde modo, o professor deve consultar o documento para nortear o seu trabalho em sala de aula. 
O papel da geografia nos currículos está na possibilidade de o raciocínio geográfico auxiliar na compreensão do mundo ou do espaço geográfico organizado pelas sociedades. Então, desvelar as relações sociais, econômicas e políticas que a organização do espaço geográfico possibilita é o principal papel da geografia no currículo escolar. (FANTIN; TAUSCHEK; NEVES, 2013, p.76-77)
Dentro dos conteúdos de estudo do espaço geográfico é necessário pensar no aluno como sendo o centro do processo, as propostas de trabalho devem instigar os alunos a buscar pela solução de problemas e principalmente fazer com que consigam trazer para a sua realidade. 
Os conteúdos das aulas são meios para desenvolver o raciocínio geográfico, organizado em dois grandes eixos: a formação de conceitos (relativos ao espaço geográfico – por exemplo: lugar, território, paisagem, região, rede, sociedade, natureza) e a alfabetização cartográfica. Os conteúdos selecionados são, portanto, a ponte necessária que liga os objetivos de ensino à aprendizagem/construção do conhecimento. [...] (FANTIN; TAUSCHEK; NEVES, 2013, p.24)
A seleção dos conteúdos é fundamental para atingir os objetivos com relação ao desenvolvimento do raciocínio geográfico, entretanto, esse desenvolvimento não se resume apenas ao conhecimento dos conceitos do espaço geográfico. As informações pertinentes aos conceitos teóricos dos conteúdos que envolvem o ensino da Geografia, são extraídos na sua grande maioria dos registros feitos na cartografia, esses registros por sua vez podem ser históricos ou atuais. 
Para o estudo do espaço geográfico, os autores Fantin, Tauschek e Neves (2013) definem núcleos conceituais para serem trabalhado com os alunos, estes conceitos são listados como sendo a base para o estudo da Geografia. São conceitos: meio ambiente; biosfera; ecossistema; clima; zona terrestre; população urbana; domesticação;população rural; migração; cultivos; erosão; regimes demográficos; recursos naturais; recursos não renováveis; conservação; degradação do meio; resíduos; resíduos; desenvolvimento sustentável; lugar; paisagem; morfologia urbana; imagem espacial; mapa mental; cultura; valores; imagem visual; consciência territorial; localização; coordenadas geográficas; projeção cartográfica; formas de atividade econômica; usos do solo; distância; acessibilidade; representação cartográfica; espaço absoluto; urbanização; área de influência; sistema urbano; divisão social e espacial do trabalho; organização/territorialidade interna da cidade; meios de transporte; rotas; malha viária; área; regionalização país; região; estados; municípios; região; escala; fronteiras econômicas, políticas, culturais e religiosas; zona econômica; geopolítica; relações sociais de produção; formação espacial; mundialização; formação social; formação espacial; diferença e desigualdade social; segregação espacial; pobreza; desenvolvimento; subdesenvolvimento;
Conforme a BNCC (BRASIL, 2018) os conceitos da Geografia são organizados com base na contemporaneidade, diferenciando apenas a sua complexidade. Os alunos necessitam compreender os conceitos operacionais que se expressam pelo território, lugar, região, natureza e paisagem, além de aprender o conceito mais amplo que é o espaço. 
O aluno para extrair as informações relativos ao espaço geográfico necessita analisar e interpretar os mapas, o qual chamamos de alfabetização cartográfica. A cartografia é considerada uma técnica muito antiga, o principal instrumento que permite essa compreensão é o mapa. Desde a antiguidade a leitura da cartografia era muito importante principalmente no período das grandes navegações. Acontece que, atualmente os mapas ainda são necessários, porém com a globalização o sistema de redes, rotas foi atualizado por meio das tecnologias.
As origens da Geografia e da cartografia são concomitantes e são baseadas em fatos cotidianos e pertinentes à busca da sobrevivência da espécie humana. Ao longo dos primeiros agrupamentos de indivíduos, a busca por alimentos era prioridade. Tal tarefa envolvia um conjunto complexo de atividades logísticas para organização da coleta e da caça, haja visto que o ser humano ainda era nômade, não permanecendo por muito tempo em um único local. (FARIA, 2016, p.10)
A Geografia, assim como a técnica da cartografia fazem parte da história da sociedade, acontece que, atualmente por intermédio da cartografia digital as informações estão ao nosso alcance de forma mais rápida. Dentro do ambiente escolar várias são as possibilidade de se trabalhar com a cartografia, podemos pensar em mapas temáticos, orientação e localização, projeções, análise do solo e vegetação, enfim várias são as possibilidades. As ferramentas tecnológicas são recursos que contribuem para a construção dos saberes teóricos e práticos da cartografia.
O processo de ensino e aprendizagem precisa levar em conta a gama de conhecimentos prévios dos alunos. É muito provável que eles já tenham trabalhado com inúmeros mapas, produzidos em diversas épocas e contextos. Contudo, não concebem como a cartografia se estrutura sob rígidos pilares técnicos, científicos e metodológicos. (FARIA, 2016, p.15)
O encaminhamento metodológico das propostas de trabalho deve despertar o interesse dos alunos e fazer com que de fato aprendam. As atividades devem ser pensadas de modo a envolver as atividades do cotidiano dos alunos, propostas com relação a orientação e localização são bem válidas e possibilitam ao professor várias formas de abordagem. 
Para acontecer a aprendizagem é necessário que se estabeleça uma relação entre o sujeito com o objeto de estudo, deve-se ainda buscar pela articulação interdisciplinar de conceitos e disciplinas.
A interdisciplinaridade vem ganhando destaque dentro das instituições escolares, a sua metodologia de trabalho vem mostrando resultados satisfatórios para a aquisição da aprendizagem do aluno. Pensado no ensino da Geografia é perceptível que o ensino da História por vezes está atrelado aos conteúdos, assim também como, a matemática é utilizada para realizar cálculos, enfim, o ensino da História e da Matemática são apenas alguns exemplos, pode-se pensar em estabelecer um relação interdisciplinar com todas as demais áreas do conhecimento. Assim, “[...] o encaminhamento metodológico deve contemplar o momento em que o aluno elabora e expressa - por escrito, oralmente ou por meio das mais diversas linguagens – a síntese do conhecimento construído[...]” (FANTIN; TAUSCHEK; NEVES, 2013, p.140)
Esse encaminhamento metodológico, o qual os autores fazem referência, busca pela provocação do aluno, por meio dessa proposta o aluno é instigado a buscar respostas e soluções, o professor é quem orienta as ações.
Em Geografia, os conceitos de paisagem, lugar, território, região e espaço são conceitos conhecidos como conceitos estruturantes. A partir de um conceito estruturante podem surgir outros e, com isso o aluno é capaz de realizar articulações e estabelecer relações e critérios, assim como classificações para os conceitos, construindo argumentos. Portanto, a análise dos produtos cartográficos está intimamente ligada aos conceitos estruturantes. Ao estudar mapas e/ ou quaisquer outros produtos cartográficos com suas turmas, o professor precisa trabalhar a realidade dos conceitos estruturante. (FARIA, 2016, p.235-236)
O ensino da Geografia, é contemplado também pelos eixos que a estruturam, que fazem referência a um tema central permitindo a articulação de outro secundário. Cada professor tem a sua metodologia de ensino, sua didática e seus recursos, pensando no ensino da Geografia, além da cartografia, podemos utilizar outros recursos para estudar o espaço geográfico. Martins (2012) destaca um método de ensino, que pode ser adotado por todos os professores independente da área em que atuam, esse método de ensino é chamado de passos de Herbat. No primeiro momento é preciso preparar o aluno, após apresentar os conteúdos, depois deixar o aluno assimilar os novos conceitos, ainda por parte dos alunos, devem eles fazer a generalização que consiste na identificação de todos os fenômenos explicados pelos conteúdos e por fim realizar a aplicação que deve ser feita pela aplicação prática, como por exemplo, os exercícios.
O estudo da Geografia é complexo, é importante oportunizar aos alunos várias vivências. A interação entre professor e aluno garante o alcance das habilidades e competências descritas na BNCC.
A transmissão e assimilação, o aprender a aprender e o aprender a fazer, são fruto de um trabalho coletivo da escola e do professor. “[...] Ao planejar o seu ensino, é preciso que o professor faça um opção pelo caminho que pretende percorrer (método). Isso favorece a escolha dos procedimentos (técnicas) mais adequadas para alcançar os objetivos propostos’’ (MARTINS, 2012, p.48)
Com os avanços da tecnologia, nos é permitido explorar cada vez mais esses recursos, as ferramentas digitais podem ser utilizadas e exploradas em sala de aula. Os recursos digitais são amplos e abrangem os recursos visuais, auditivos, audiovisuais e múltiplos. Esses recurso são o elo entre o ensino e aprendizagem por meio dos materiais didáticos.
O material didático pode ser considerado uma ferramenta, um instrumento de apoio para a ação docente. Para sua elaboração e utilização, é preciso considerar a aprendizagem significativa, pois favorece o estabelecimento de relações com as questões cotidianas do aprendiz. (JUSTINO, 2013, p.116)
Trazendo essas considerações do autor para dentro do método do ensino da Geografia, pode-se utilizar recursos alternativos, como materiais reciclados para confecção de maquetes por exemplo. O trabalho por meio da confecção de maquetes é muito significativo para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. A análise fotográfica também é um importante recurso dentro do estudo do espaço geográfico.
Ao utilizar a maquete como recurso podemos explorar as questões de orientação de espaçoe localização, relevo, paisagem. O uso da maquete é considerado como um mapa, sua transposição de um plano para o tridimensional e para o real. A maquete contribui para a alfabetização cartográfica.
Outra proposta que favorece o ensino da Geografia é a leitura de mapas sobrepostos, nessa atividade o grau de complexidade é maior, mas estimula os alunos a ter uma noção de espaços ocupados, como por exemplo em uma análise de cheios e vazios de uma cidade. 
Para essa atividade é preciso que os mapas de sobreposição tenham a mesma escala e que sejam do mesmo lugar. Os recursos visuais, como imagens e fotos também podem ser utilizadas, vejamos as contribuições dos usos das imagens.
No ensino da Geografia, o uso de imagens (fotografias, filmes, desenhos, slides, fotos aéreas, cenas de telejornal, novelas etc.) é sempre um recurso interessante. Ao analisarmos as imagens podemos ter uma ideia da realidade, contudo temos que nos conscientizarmos de que esta visão compreenderá apenas uma visão parcial do todo. [...] conforme o encaminhamento pedagógico, elas tornam-se instrumento para desvelar ideologias. Compreender relações sociais, políticas e étnicas, entre outras, presentes no cotidiano, no cotidiano, no entorno, na mídia. (FANTIN; TAUSCHEK; NEVES, 2013, p.142-143)
Para realizar a análise por meio de fotos e imagem pode-se utilizar um recurso tecnológico disponível na internet. Acessando a página inicial do Google é possível realizar a pesquisa pelo Google Earth, que nos dá acesso a imagem em tempo real, uma importante ferramenta do Google Earth é a possibilidade retroceder alguns anos do mesmo local. Dentro do Google Earth é possível também calcular distâncias, traçar rotas, delimitar as regiões, estados e municípios.
Imagem 01: Interface do Google Earth[footnoteRef:1] [1: Disponível em: <https://earth.google.com/web/@-20.78814862, 44.25209598,2069.13638294a,9845671.66285515d,35y,0h,0t,0r>. Acessado em 20 de junho de 2021.] 
Fonte: Google Earth (2021)
O professor pode pensar em várias propostas que façam uso do Google Earth, é importante que os alunos explorem essa ferramenta. O indivíduo que compreende o espaço geográfico em todas as suas dimensões adquire conhecimentos que fazem parte da formação cidadão do aluno, os ensinamentos tornam-se significativos, fazendo com que os alunos tomem seu próprio posicionamento e tomem suas próprias atitudes.
Sabemos que a etapa do Ensino Fundamental é dividida em anos iniciais e anos finais, para os anos iniciais o ensino da Geografia ocorre de modo introdutório e amplo, já nos anos finais esse ensino deve aprofundar os conceitos da Geografia, os ensinamentos devem ser mais complexos. 
No documento normativo da BNCC, são descritos de modo introdutório como deve ser a abordagem do ensino da Geografia no Ensino Fundamental anos iniciais e finais, o foco da abordagem deve ser diferenciado, vejamos inicialmente, as recomendações para os anos iniciais e após para os anos finais.
Muitos são os desafios que os professores enfrentam em sala de aula, um deles está relacionado com o alinhamento dos planejamentos e interpretação das legislações. A BNCC é um documento complexo e apresenta muitas definições que, devem ser trabalhadas pelas escolas e pelos professores. É preciso desconstruir o ensino tradicional e buscar por novos métodos, a fim de fazer valer o que está descrito neste documento tão importante para a educação brasileira. 
A falta interesse por parte dos alunos também é visto por muitas vezes uns problemas, para superar esse desafio não podemos mais pensar no ensino tradicional que considera o aluno como sujeito passivo, sendo aquele que apenas recebe as informações e impossibilitando a sua participação por meio de questionamentos e opiniões. O ensino da Geografia, bem como todas as demais áreas do conhecimento deve tomar como referência a tendência crítico e social, nessa proposta os alunos são os responsáveis pelo seu próprio aprendizado, o papel do professor é o de mediador e os alunos são os sujeitos ativos do processo.
3. CONCLUSÃO
O ensino da Geografia está presente no desenvolvimento das atividades humanas, ler e compreender o espaço geográfico é indispensável para o bom entendimento das questões sociais, políticas, culturais, atividades econômicas, entre outras.
Os espaços escolares assumem grande responsabilidade no ensino da Geografia, com relação aos saberes teóricos e práticos de seus alunos. A escolha dos encaminhamentos metodológicos é a principal questão para efetivar a compreensão do espaço geográfico, contribuindo assim, com o processo de construção e aquisição da aprendizagem e do conhecimento científico.
O ensino da Geografia apresenta inúmeros conceitos que podem ser trabalhados e explorados em sala de aula pelo professor. A escolha dos temas e conteúdos deve considerar o conhecimento prévio dos alunos, considerando as vivências individuais de cada um.
O artigo de revisão bibliográfica sobre o tema “O Ensino da Geografia no Ensino Fundamental” possibilitou conhecer algumas metodologias de trabalhado, que podem ser por meio da utilização da cartografia, confecção de maquetes, utilização de imagens e fotos e por meio dos recursos digitais como o Google Earth.
Os objetivos expressos anteriormente foram atingidos, contribuindo para a formação pessoal e profissional. Com os conceitos teóricos e práticos foi possível conhecer a atuação do Licenciado em Geografia. 
Os conceitos teóricos sobre o ensino da Geografia que discorrem sobre a leitura do espaço geográfico, da cartografia e dos demais conceitos fizeram com que pudesse aprofundar os meus saberes sobre o tema. Ao término da produção do artigo, sinto-me preparada para atuar profissionalmente, tendo a certeza de que os encaminhamentos metodológicos escolhidos estão de acordo com as especificidades de cada aluno, contribuindo assim, para o desenvolvimentos das habilidades e competências dos alunos, ainda, buscando pela formação global dos estudantes.
4. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em:<<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>>. Acessado em: 24 de junho de 2021
FANTIN, Maria Eneida; TAUSCHEK, Neusa Maria; NEVES, Diogo Labiak. Metodologia do ensino de Geografia. Curituba: Intersaberes, 2013.
FARIA, Daniela Resende. Cartografia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2016.
GOOGLE. Google Earth website. Disponível em: <<https://www.google.com.br/earth/>> Acessado em: 20 de junho de 2021
JUSTINO, Marinice Natal. Pesquisa e recursos didáticos na formação e prática docente. Curitiba: Intersaberes, 2013.
MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática. Curitiba: Intersaberes, 2012.