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Parasitologi� - Protozoári� � vetore� Introdução à Entomologia Médica ➔ Os insetos fazem parte do Reino Animalia, filo Arthropoda e classe Insecta; ➔ São animais divididos em cabeça, tórax e abdômen, bem como possuem duas antenas e três pares de patas; ➔ Tem vários sistemas, como: digestório, respiratório, nervoso, reprodutor, endócrino, circulatório e excretor. É importante salientar que também possui sistema imunológico para torná-los refratários aos agentes patogênicos; Ectoparasitas: são indivíduos que, durante sua fase parasitária, vivem no exterior ou nas fossas do hospedeiro. Por exemplo: carrapatos e moscas. Endoparasitas: são indivíduos que, durante sua fase parasitária, vivem no interior do hospedeiro. Por exemplo: protozoários e helmintos. ➔ Os endoparasitas se aproveitam da proteção fornecida pelo hospedeiro e do processo digestório do hospedeiro para se alimentar, quando o mesmo não se alimenta do próprio sangue ou outros tecidos do hospedeiro; ➔ No interior do hospedeiro, os endoparasitas se reproduzem ou desenvolvem uma fase de sua vida, de acordo com o ciclo de vida de cada espécie, como no caso dos plasmódios. TIPOS DE VETORES Vetor: é um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros de maneira ativa ou passiva. São classificados como: ➔ Mecânico: quando o parasito não se multiplica ou se desenvolve no vetor, servindo apenas como meio de transporte ao parasito em seus apêndices locomotores com a dispersão, asas, regurgitação pelo trato gastrointestinal, eliminação de fezes ou probóscide. ➔ Biológico: quando o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve no vetor através da replicação e a diferenciação da forma infectiva a fim de transmitir para um novo hospedeiro. Esse mecanismo de transmissão pode ocorrer por regurgitação, rompimento do aparelho bucal, fluxo salivar e excreção de fezes. HEMATOFAGIA EM INSETOS Em parasitologia, a importância de vários artrópodes está relacionada com o fato de exercerem hematofagia em hospedeiros vertebrados. Esses artrópodes hematófagos necessitam do sangue para obter nutrientes, liberando os mecanismos responsáveis pela vasoconstrição no local lesado seguida de agregação plaquetária e, finalmente, a formação de um coágulo (hemostasia). Assim, para terem sucesso, esses artrópodes devem apresentar em sua saliva pelo menos um componente vasodilatador, outro inibidor de agregação plaquetária e outro anticoagulante. Também foram encontrados componentes com atividades imunomoduladoras na saliva desses artrópodes, que atuam deprimindo o sistema imune do hospedeiro. Algumas adaptações foram necessárias para que os insetos atingissem a função de hematofagia, são elas: ➔ Morfológicas: aparelho bucal do tipo picador para lacerar o tecido e órgãos sensoriais; ➔ Comportamentais: mudança de alimentação (hematofagismo), antropofilia (preferência por sangue de humanos) e endofilia (habitat humano); ➔ Fisiológicas: compartimentalização do sistema digestivo e secreção de substâncias pela glândula salivar. DEFESA DO ORGANISMO: treinamento durante a evolução das espécies Mecanismos: ➔ Barreiras inespecíficas: pele, lisozima das lágrimas dos olhos, HCl no estômago; ➔ Inflamação: macrófagos, neutrófilos, mastócitos, sistema complemento (Complexo de Ataque à Membrana) Características: dor, rubor, calor, edema e perda de função; ➔ Imunidade específica: pós-infecção, resposta adaptativa mediada por células ou imunidade humoral, sendo dependente de células T e B: resposta anticorpo-antígeno ou células de memória. Giardia lamblia, Giardia duodenalis e Giardia intestinalis ➔ É o parasita intestinal humano mais comum em todo o mundo; ➔ Cães, gatos, bovinos, ovinos e uma variedade de animais selvagens podem agir como reservatórios da infecção humana para esta doença: Zoonose. COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? A Giardia sp. apresenta duas formas evolutivas, o trofozoíto e o cisto. Estes se diferem quanto à organização estrutural e bioquímica. ➔ Formato piriforme ➔ Simetria bilateral ➔ Corpos medianos ➔ Axonemas ➔ 2 núcleos ➔ 4 pares de flagelos para deslocamento ➔ Formato oval ➔ Parede cística destacada ➔ Corpos escuros e medianos ➔ Fibrilas ➔ 2 a 4 núcleos ➔ Presença de mitossomos ➔ Disco adesivo ➔ Vesículas periféricas CICLO BIOLÓGICO Após a ingestão, o cisto de Giardia sp. passa por um processo de desencistamento, que tem início no meio ácido do estômago e completa-se no duodeno e no jejuno. Em seguida, há a liberação de quatro trofozoítos binucleados, que multiplicam-se por divisão binária longitudinal e, assim, colonizam o intestino, onde permanecem aderidos à mucosa por meio do disco adesivo. O ciclo se completa pelo encistamento do parasito e sua eliminação para o meio exterior por meio das fezes. COMO OCORRE A ADESÃO DESSE PARASITO? ➔ Deslizamento na superfície ➔ Contato inicial entre a superfície e o disco – via crista lateral ➔ Aumento do contato ➔ Contato da zona nua QUAIS SERIAM OS MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DE GIARDIA? ➔ Alterações nas vilosidades ➔ Apoptose das células hospedeiras ➔ Alterações morfológicas nas microvilosidades ➔ Perda da função da barreira epitelial ➔ Reação do sistema imune (macrófagos, linfócitos e IgA) SINTOMAS Em 50% dos indivíduos, a infecção é autolimitante. Cerca de 5 a 15% dos pacientes são assintomáticos e liberam cistos nas fezes por até 6 meses. Os sintomas aparecem em casos de infecções ou giardíase crônica, sendo caracterizados como: ➔ Diarreia aquosa prolongada ➔ Esteatorréia ➔ Cólicas abdominais ➔ Náuseas e vômitos ➔ Má-absorção ➔ Perda de peso MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO Exame de fezes pelo método de Faust: Busca de cistos em fezes ou trofozoítos em evacuações diarreicas por meio de centrífugo-flutuação em sulfato de zinco com 3 coletas de 3 em 3 dias. Sensibilidade de ~ 66% ELISA (91 – 98%) Kits comerciais: ProSpecT/Giardia (Alexon). Antígenos nas fezes: Merifluor Assay Sorologia: Ideal IgM e IgA (1/3 dos pacientes), pois os anticorpos permanecem detectáveis até 6 meses pós-infecção (IgG) TRANSMISSÃO ➔ Mãos sujas ➔ Alimentos e água contaminados com cistos eliminados nas fezes: ➔ Sexo anal oral PROFILAXIA ➔ Melhoria nas condições de Saneamento Básico ➔ Manter a higiene pessoal ➔ Uso de preservativo antes do sexo oral ➔ Cuidado ao manipular as fezes de animais e não usá-las como adubo TRATAMENTO ➔ Derivados de nitroimidazóis ➔ Nitazoxanida ➔ Benzimidazol Trichomonas vaginalis ➔ T. vaginalis habita o trato geniturinário do homem e da mulher, onde produz a infecção e não sobrevive fora do sistema urogenital; ➔ A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST); ➔ Pode ser transmitido através de roupas de cama, assentos de vasos sanitários, artigos de toalete, instrumentos ginecológicos contaminados e roupas íntimas. COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? ➔ Formato elipsóide ➔ 1 flagelo recorrente e 4 flagelos livres ➔ 1 núcleo compacto e grande CICLO BIOLÓGICO O trofozoíto presente nas secreções vaginais, prostáticas ou na urina se divide por fusão binária. Antes da divisão, o trofozoíto está na fase de diagnóstico e aparece nos exames realizados a partir da coleta da amostra. Já o trofozoíto formado após a divisão binária fica alojado na vagina e na uretra estando assim no estágio infeccioso. SE TRICHOMONAS VAGINALIS É UM PARASITO EXTRACELULAR, COMO CONSEGUE DANIFICAR A CÉLULA HOSPEDEIRA? ➔ Citoaderência ➔ Efeitos citotóxicos (apoptose e/ou necrose) ➔ Fagocitose (trogocitose) O Trichomonas vaginalis provoca os danos celulares intensos e a morte celular por apoptose e necrose secundária, o que contribui para o câncer cervical, a inflamação pélvica e os abortos precoces 1. Imprints no epitélio 2. Desaparecimento de cílios e microvilosidades 3. Aumento dos espaços intercelulares 4. Apoptose 5. Lise celular SINTOMAS ➔ Incubação: 3 a 20 dias (homens podem ser assintomáticos); ➔ Secreção leitosa/purulenta mais abundante pelamanhã; ➔ Odor fétido e mais intenso após período menstrual; ➔ Secreção vaginal esverdeada; ➔ Ardência miccional e prurido; ➔ Coceira intensa; ➔ Prurido Disúria; ➔ Infertilidade; ➔ Uretrite. MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ➔ Cultura da urina ou swabs uretrais de homens; ➔ Exame vaginal com testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAATs); ➔ Exame microscópico a fresco; ➔ Testes rápidos com tira reagente de antígeno; ➔ Exame microscópico de citologia cervical; ➔ Ensaio por PCR. TRATAMENTO ➔ Derivados de nitroimidazóis (Contraindicado para gestantes no 1º trimestre) ➔ Retirada do leite materno e armazenar antes do início do tratamento ➔ Uso tópico de metronidazol gel reduz os sintomas locais (Não efetivo no homem) PROFILAXIA ➔ Uso de preservativo ➔ Cuidado ao comprar roupas íntimas ➔ Uso de toalhas compartilhadas (Fômites) ➔ Evitar usar piscina públicas Entamoeba histolytica e Entamoeba coli Gingivalis ➔ Ameba parasita da cavidade bucal do homem, cães e gatos. Encontrada na base dos dentes. ➔ Presente em 80% da população ➔ Forma trofozoíta apenas ➔ Causa halitose, dor de dente, está relacionada a doença periodontal ➔ Substrato: leucócitos, células epiteliais, outros protozoários ➔ Diagnóstico: trofozoítas podem ser vistos ingerindo glóbulos brancos e núcleos de céls epiteliais Histolystica ➔ Trofozoítas: pleomórficos, muito móveis, habitam o intestino ➔ Cistos: formas de resistência ➔ Causa amebíase ➔ É similar morfologicamente com E. dispar (comensal) ➔ Vetores: moscas/baratas; ➔ Modos de infecção: ingestão de cistos, sexo anal e oral. COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? Entamoeba histolytica/dispar ➔ Esféricos ➔ 1-4 núcleos ➔ Corpos cromatóides ➔ Polimórficos ➔ Uninucleares ➔ Cariossoma central ➔ Cromatina na membrana nuclear ➔ Pseudópodes Cisto de Entamoeba coli ➔ Esféricos ➔ 1-8 núcleos ➔ Corpos cromatóides finos HÁBITAT ➔ Trofozoítos: luz do intestino grosso, fígado e outros órgão ➔ Amebíase invasiva: causa ulcerações intestinais e abscesso hepático, cutâneo e pulmonar; TRANSMISSÃO E CICLO BIOLÓGICO O ciclo da Entamoeba histolytica começa quando alguém ingere alimentos ou água contaminados com cistos ou pela via fecal-oral. Após ser ingerido, o cisto sobrevive ao suco gástrico e chega ao intestino, onde se instala no íleo. Nesse momento, acontece o desencistamento e a liberação do metacisto, que é uma forma multinucleada da E. histolytica e dará origem a 8 trofozoítos metacísticos. Estes se movem até o intestino grosso e ficam aderidos na mucosa do intestino para se multiplicar por divisão binária. Alguns desses trofozoítos conseguem se desprender do intestino e geram os pré-cistos e, após um período, conseguem produzir uma membrana e se transformam em um cisto mononucleado. Este sofre algumas divisões antes de ser liberado nas fezes. SINTOMAS ➔ Formas assintomáticas ou sintomáticas. ➔ Amebíase intestinal: - Forma diarreica; - Forma disentérica; - Amebomas; - Apendicite amebiana. ➔ Complicações e sequelas da amebíase intestinal: perfuração, peritonites, hemorragia, invaginação e colites ➔ Amebíase extraintestinal ➔ Amebíase hepática: - Aguda não supurativa; - Abscesso hepático ou necrose coliquativa. ➔ Amebíase cutânea e em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim etc. ➔ Complicações do abscesso hepático: dor, febre, hepatomegalia, anorexia, perda de peso, fraqueza, ruptura, infecção bacteriana e propagação para outros órgãos. MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ➔ Microscopia do exame de fezes: trofozoitas nas líquidas e os cistos nas diarreicas ➔ Exame de fezes com Formol a 10%, MIF, SAF e técnicas de concentração (Faust –sulfato de zinco 33%), Ritchie e hematoxilina férrica ➔ Análise de anticorpos (intestinal e extraintestinal) com: - Elisa - IFI - Hemaglutinação indireta - Contraimunoeletroforese ➔ Exame de imagens e teste sorológicos com aspiração de abscesso hepático amebiano TRATAMENTO ➔ Nitroimidazóis: Secnidazol, Metronidazol*, Tinidazol *Metronidazol produz radicais Nitro e alteram o DNA das amebas, levando à morte. Entretanto, é tóxico porque também pode alterar as células do hospedeiro. PROFILAXIA ➔ Saneamento básico, como tratar o esgoto; ➔ Ferver a água antes de beber; ➔ Lavar bem os alimentos antes de comer; ➔ Imergir os alimentos em uma solução de NaClO (2%) durante 15 minutos; ➔ Exame de fezes periódicos de manipuladores de alimentos; ➔ Tratamento dos indivíduos positivos; ➔ Lavar bem as mãos. VIRULÊNCIA ➔ Os trofozoítas expressam lectinas, que se ligam a unidades Gal/GalNac na superfície de células endoteliais do hospedeiro. Estes reconhecem as mucinas Quando ocorre essa interação, há a ativação de tirosinas quinases da família RAS, que induzem o processo de virulência do trofozoíto. O trofozoito secreta cisteína proteases, colagenases, fosfolipases, peptídeos formadores de poro que degradam o muco e invadem o tecido epitelial intestinal; ➔ Fatores que alteram a patogenicidade: cepa, número de cistos ingeridos, ph, microbiota, idade, deficiências imunológicas (diminuição de IG); ➔ Trofozoíto fagocita e rouba membrana da célula do hospedeiro (TROGOCITOSE), que gera a lesão do muco e o escape da resposta imune das mucosas por mimetização; ➔ Patogênese: incubação dura 7 dias a 4 meses, podem ter cistos nas fezes e assintomáticos. Plasmodium sp. ➔ Quatro espécies parasitam exclusivamente o homem: - Plasmodium falciparum - Plasmodium vivax - Plasmodium malariae - Plasmodium ovale. Este último ocorre apenas em regiões restritas do continente africano. ➔ Forma de resistência: oocisto e cistos ➔ Formas infectantes: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos(possuem complexo apical) COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? Trofozoíta jovem ➔ Formato de anel com pedra dentro da hemácia Trofozoíta maduro ➔ Formato irregular ➔ Núcleo difuso Esquizonte ➔ Fragmentos de núcleo ➔ Pigmento malárico (granuloso) Taquizoíto ➔ Formato de meia lua dentro do vacúolo ➔ Formam rosetas Bradizoíto ➔ Formato variado dentro do cisto tecidual CICLO BIOLÓGICO EM HUMANOS Ao se alimentar de sangue, a fêmea do mosquito Anopheles infectada pelos plasmódios inocula os esporozoítos no hospedeiro humano. Os esporozoítos infectam as células do FÍGADO (1), onde amadurecem para esquizontes e se rompem, liberando merozoítos. Estes infectam os eritrócitos (2), se desenvolvem em trofozoítos em estágio de anel e alguns amadurecem para esquizontes. A partir disso, esses esquizontes se rompem, liberando merozoítos. Depois de algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos, que seguirão o seu desenvolvimento no mosquito vetor e dará origem aos esporozoítos. CICLO BIOLÓGICO EM VETOR ANOPHELES Alguns trofozoítos se diferenciam em gametócitos. Durante o repasto sanguíneo, um mosquito Anopheles ingere os gametócitos masculinos (microgametócitos) e femininos (macrogametócitos), dando início ao ciclo esporogônico no trato gastrointestinal (3). No estômago do mosquito, ocorre a reprodução sexuada, produzindo zigotos que tornam-se móveis e alongados, evoluindo para oocinetes. Estes invadem a parede do intestino médio do mosquito, onde se desenvolvem em oocistos, crescem, rompem-se e liberam esporozoítos, os quais se deslocam para as glândulas salivares (4) do mosquito. A inoculação dos esporozoítos em um novo hospedeiro humano perpetua o ciclo de vida da malária. SINTOMAS ➔ Calafrios ➔ Febre alta (contínua no início e com frequência de três em três dias depois) ➔ Dores de cabeça e musculares ➔ Taquicardia ➔ Aumento do baço ➔ Delírios TRANSMISSÃO ➔ Picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por Plasmodium sp. ➔ Compartilhamento de seringas (consumidores de drogas) ➔ Transfusão de sangue ➔ De mãe para feto na gravidez MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ➔ Exames de gota espessa (padrão ouro) ➔ Esfregaço sanguíneo ➔ Testes rápidos. *Este material deverá ser encaminhado para o Laboratório Central do Estado TRATAMENTO ➔ Derivados do Quinino:Cloroquina, amodiaquina, pirimetamina, sulfadoxina, proguanil, mefloquina, primaquina, artemisinina… ➔ Halofantrina, doxiciclina e clindamicina são medicamentos usados em várias combinações para tratar ou prevenir a malária. PROFILAXIA ➔ Uso repelentes e de telas em portas e janelas ➔ Mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas ➔ Roupas que protejam pernas e braços ➔ Saneamento para eliminação de criadouros de vetores MOSQUITO ANOPHELES ➔ Espalhados pelo globo (Anophelidae: família) ➔ Potenciais vetores da malária ➔ São holometábolos (larva, pupa, adulto) ➔ Ciclo de vida: 7-14 dias ➔ Fêmeas hematofágicas para produzir os ovos ➔ Competência: proximidade com o homem, antropofagia, ➔ Brasil: A. darlingi, albitarsis e aquasalais. ➔ Hábitos crepusculares ou noturnos, que não se adaptam ao ambiente urbano ➔ Controle vetorial: insecticida, mosquiteiros, controle de criadouros, nebulizações especiais Ciclo de vida: ➔ Ingestão de gametócitos e fecundação no lúmen intestinal ➔ Zigoto se diferencia em oocineto e travessia ➔ Esporozoítos vão pra circulação e podem invadir a glândula salivar Toxoplasma gondii ➔ A toxoplasmose é uma zoonose e a infecção é muito frequente em várias espécies de animais; ➔ Entre o grupo de risco incluem-se os receptores de órgãos, indivíduos em tratamento quimioterápico e portadores de HIV; ➔ O humano e os outros animais são os hospedeiros intermediários ou incompletos; ➔ O gato e outros felídeos são os hospedeiros definitivos ou completos; ➔ Formas evolutivas: taquizoítas, bradizoítas e cistos. ➔ Toxoplasma pode modificar o comportamento do hospedeiro: o camundongo perde o medo do cheiro de urina do gato; índice de suicídio e acidentes automotivos associados. COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? Oocistos não esporulados Oocistos esporulados ➔ 2 esporocistos ➔ 4 esporozoítos dentro de cada esporocisto ➔ Hospedeiro: felídeos Taquizoítas (formato de banana) ➔ Forma de meia-lua crescente ➔ Núcleo roxo ➔ Hospedeiros: mamíferos e aves Bradizoítas ➔ Parede do cisto ➔ Forma infectiva ➔ Hospedeiros: mamíferos e aves CICLO BIOLÓGICO EM HUMANOS Um hospedeiro suscetível (homem, por exemplo) adquire o parasito e desenvolve a fase assexuada após ingerir oocistos maduros (esporulados) contendo esporozoítos encontrados em alimentos ou água contaminada. Os taquizoítos que chegam ao estômago são, na sua maior parte, destruídos pelo suco gástrico, mas os que penetram na mucosa oral podem evoluir para esporozoíto ou bradizoíto. Este sofre também intensa multiplicação intracelular, após rápida passagem pelo epitélio intestinal e invadir vários tipos de células do organismo, formando novos taquizoítos CICLO BIOLÓGICO EM FELÍDEOS O ciclo sexuado ocorre somente nas células epiteliais do intestino delgado de gatos e outros felídeos não imunes. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase reprodutiva prévia por merogonia (esquizogonia) seguida por outra sexuada (gametogonia) do parasito. Após a infecção, gatos não-imunes podem eliminar oocistos durante 2 semanas, mas é capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses. O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que penetram em novas células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas masculinas (microgametas) ou femininas (macrogametas). O macrogameta permanecerá dentro de uma célula epitelial, enquanto os microgametas móveis sairão de sua célula e irão fecundar o macrogameta, formando o zigoto. Este evolui dentro do epitélio dando origem ao oocisto. O tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento de oocistos nas fezes dos felídeos (período pré-patente) dependerá da forma ingerida. SINTOMAS A maioria é assintomática, mas quando presentes se apresentam por: ➔ Febre ➔ Adenopatia de gânglios cervicais ➔ Retinocoroidite ➔ Mal-estar ➔ Dores articulares ➔ Prostração TOXOPLASMOSE OCULAR ➔ Doença congênita ➔ Infecção aguda recém adquirida ➔ Reativação em indivíduos imunocompetentes ou imunocomprometidos Quando? ➔ Único episódio de inflamação leve ➔ Múltiplas re-ocorrências de uveítes ➔ No Brasil é a causa de cerca de 30% das uveítes diagnosticadas TRANSMISSÃO ➔ Transmissão placentária ➔ Ingestão de oocistos ou de cistos MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ➔ Testes sorológicos: São os mais utilizados para detectar a presença de anticorpos da classe IgM indica infecção aguda e da classe IgG infecção antiga; ➔ Imunofluorescência indireta(IFI): bastante sensível, o antígeno usado é esfregaço de toxoplasma fixado com formol, detecta infecção recente; ➔ Hemaglutinação indireta: método sensível porém falha ao detectar infecção recente; ➔ ELISA: mais prático que a IFI e bastante sensível e o mais utilizado. TRATAMENTO ➔ Sulfadiazina ➔ Sulfametoxazol ➔ Pirimetamina ➔ Espiramicina ➔ Clindamicina ➔ O ácido folínico é adicionado aos esquemas que contenham a pirimetamina devido à mielotoxicidade. PROFILAXIA ➔ Beber apenas água filtrada e/ou fervida ➔ Manter os animais dentro de casa com ração de boa qualidade. ➔ Descartar diariamente a areia da caixa utilizada para os gatos defecarem no interior das casas. ➔ Não se alimentar de carne crua ou mal cozida de qualquer animal ou leite cru Leishmania sp. ➔ Existem: - Leishmaniose Cutânea - Leishmaniose Visceral - Leishmaniose Mucocutânea NO MICROSCÓPIO… Promastigota Amastigota CICLO BIOLÓGICO EM PHLEBOTOMUS Os hospedeiros vertebrados suscetíveis são infectados quando as formas promastigotas metacíclicas são inoculadas pelas fêmeas dos insetos vetores, durante o repasto sanguíneo. Antes de sua internalização pelas células hospedeiras, a promastigota metacíclica necessita sobreviver à lise pelo sistema complemento, evitando a formação do complexo de ataque à membrana. No vacúolo do fagolisossomo, a amastigota inicia o processo de sucessivas multiplicações. A infecção para o hospedeiro invertebrado ocorre quando uma fêmea de flebotomíneo realiza o repasto sanguíneo em um indivíduo ou animal infectado, e ingere as formas amastigotas em macrófagos que acompanham o sangue e a linfa. No interior da matriz, ocorre a transformação em promastigota metacíclica. CICLO BIOLÓGICO EM VERTEBRADOS Durante o processo de alimentação da fêmea de flebotomíneo infectada é que ocorre a transmissão do parasito. Como a porção anterior do tubo digestório do inseto está repleta de parasitos, na tentativa de ingestão do sangue, as formas promastigotas são regurgitadas e introduzidas no local da picada. As promastigotas infectantes interagem com os macrófagos e transformam-se em amastigotas, sendo liberadas nos tecidos após o rompimento da membrana celular dos macrófagos. SINTOMAS ➔ Presença geográfica do parasita; ➔ História de picadas de insetos; ➔ Lesões na pele: crônicas, ulcerosas e indolores. ➔ Lesões nasofaríngeas ➔ Febre MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO Leishmanioses: cutânea, mucocutânea e disseminadas ➔ Raspagem das feridas ➔ Biópsia ➔ Inoculação em hamsters ➔ Reação de Montenegro ➔ Sorologia ➔ Testes histopatológicos TRATAMENTO O tratamento de primeira linha no Brasil se faz por meio do medicamento antimoniato de meglumina (Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda escolha, são a anfotericina B e a pentamidina. Todas essas drogas têm toxicidade considerável. PROFILAXIA ➔ Manter o peridomicílio limpo ➔ Afastar abrigos de animais domésticos ➔ Utilizar repelentes ou fumacês ➔ Usar coleiras ou inseticida nos cães ➔ Vacinar os cães ➔ Tratar pessoas doentes VETOR PHLEBOTOMUS ➔ Hematófagos pertencentes aos gêneros Phlebotomus (Velho Mundo) e Lutzomyia (Novo Mundo) ➔ Vasta distribuição nos climas quentes e temperados ➔ Somente as fêmeas são hematófagas ➔ Inseto com hábito crepuscular, silvestres e urbanos ➔ Holometábolo ➔ Formas imaturas terrestres Profilaxia ➔ Diagnóstico precoce e tratamento das pessoas infectadas ➔ Mobilização social ➔ Cuidado com cães, limpeza do peridomicílio ➔ Controle do vetor: - Controle químico de vetores adultos -Mosquiteiros e telas com inseticida - Repelente Trypanosoma cruzi ➔ Estrutura com cinetoplasto, possui o DNA mitocondrial condensado localizado próximo ao flagelo; ➔ Heteroxeno; ➔ Presente no tubo digestivo de triatomíneos; ➔ Se multiplica por divisão binária; ➔ Atinge populações pobres; ➔ Forma infectiva: tripomastigota; COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? CICLO BIOLÓGICO EM BARBEIROS (TRIATOMÍNEOS) Os tripomastigotas podem ser capturados por outros triatomíneos quando forem fazer o repasto sanguíneo. Na parte anterior do aparelho digestório do inseto, os tripomastigotas sanguíneos se diferenciam em epimastigotas (formas replicativas no inseto vetor). Conforme o parasita migra para a região posterior, com mudança de PH, se diferencia em tripomastigota metacíclico. CICLO BIOLÓGICO EM HUMANOS vetor (barbeiro) infectado: produz fezes com tripomastigota metacíclico A forma de tripomastigota penetra no local da picada, causando a reação inflamatória chagoma de inoculação/sinal de romana (olho) e infecta qualquer tipo celular no hospedeiro. Dentro das células, se diferencia para amastigota (sem flagelos) que se multiplicam no citoplasma. Mais à frente, as amastigotas se diferenciam em tripomastigotas sanguíneos (flagelados) - que causam a lise da célula e chegada dos parasitos na corrente sanguínea. ESSE PROCESSO É CHAMADO DE METACICLOGÊNESE. Tripomastigotas: alongados e infectantes com flagelos recorrentes e cinetoplasto posterior ao núcleo (no vetor) Amastigotas: arredondadas, intracelulares, flagelo não se exterioriza (na célula) Epimastigota: alongada, flagelado, cinetoplasto anterior ao núcleo, não infecta o vertebrado SINTOMAS ➔ Megaesôfago: dor epigástrica, disfagia, desnutrição ➔ Megacólon: dilatação abdominal, obstrução mecânica do conteúdo intestinal, constipação severa ➔ Destruição do plexo mioentérico ➔ Alterações da peristalse ➔ Estase do conteúdo do tubo digestivo FORMAS CLÍNICAS ➔ Forma aguda: sintomática/assintomática; tripomastigotas no sangue e amastigotas em diferentes órgãos. ➔ Indeterminada: sinais clínicos ausentes, a parasitemia pode durar décadas ou a vida inteira. ➔ Crônica: surgimento de evidências de comprometimento cardíaco e digestivo com baixa parasitemia, baixo parasitismo tissular e intenso infiltrado inflamatório TRANSMISSÃO ➔ Vetorial - forma infectiva: tripomastigota metacíclico - Triatoma infestans (vetor primário) - Rhodnius sp. - Panstrongylus sp. ➔ Transfusional - forma infectiva: tripomastigota sanguíneo ➔ Congénita - forma infectiva: ninhos de amastigotas ➔ Acidental e Oral - forma infectiva: tripomastigotas. Em 2006 - 2015 tiveram os surtos de casos no Pará por causa do consumo de frutas in natura e de carnes de caça com formas amastigotas. ➔ Transplante de órgãos - forma infectiva: amastigotas INFECÇÃO: A infecção chagásica era silvestre, mas a ocupação predatória fez com que os triatomíneos chegassem às casas. Assim, animais domésticos e humanos passaram a se encaixar na cadeia epidemiológica da doença. ➔ T. cruzi infecta qualquer célula nucleada - Mecanismo dependentes de actina - Mecanismo dependentes de lisossomos - Mecanismos dependente de PIP3 (envaginação da membrana) ➔ T. cruzi precisa sair do vacúolo para se diferenciar. O escape do vacúolo ocorre através da secreção de proteína análoga ao C9, Tc-Tox. formação de poros FISIOPATOGENIA CRÔNICA ➔ Substituição do tecido muscular por fibrose ➔ Formação de trombos intracavitários ➔ Comprometimento do sistema nervoso autônomo Por qual motivo se dá essa diferença no desenvolvimento da doença? Os Autoantígenos são liberados por lise da célula infectada e promovem a expansão de células T efetoras específicas para aqueles antígenos (fibra muscular, por ex.). Isso pode gerar autoimunidade. Outro exemplo seria pela secreção de citocinas que recrutam leucócitos para o tecido infectado. Outro exemplo seria a reação cruzada contra proteínas do hospedeiro (infecção crônica) MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO FASE AGUDA: ➔ Exame parasitológico a sangue fresco, gota espessa e corado por Giemsa. ➔ Xenodiagnóstico ➔ Micro-hematócrito ➔ Esfregaço ➔ Sorológico RIFI e ELISA FASE CRÔNICA: ➔ ELISA (enzimático) ➔ HAI (hemaglutinação indireta) ➔ IFI (imunof. indireta). ➔ Todas as técnicas sorológicas têm como objetivo identificar a interação anticorpos-antígeno. TRATAMENTO* ➔ Nitrofurânicos ➔ Nitroimidazólicos *Efeitos colaterais e reações adversas fortes, pela alta toxicidade dos fármacos. PROFILAXIA ➔ Melhoria das habitações rurais, higiene e limpeza ➔ Combate ao vetor ➔ Identificação e seleção dos doadores de sangue ➔ Controle de transmissão congênita ➔ Atenção ao açaí, as carnes de caça e a cana de açúcar Ectoparasitas PIOLHOS ➔ A infestação pelo piolho é chamada de pediculose ➔ Há dois tipos de piolhos que podem acometer o ser humano: 1. Pediculus humanus corporis, que pode afetar as regiões pilosas de todo o corpo humano 2. Pediculus humanus capitis, que afeta apenas o couro cabeludo COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? Pediculus capitis ➔ Exoesqueleto quitinoso ➔ Hexapoda (3 pares de patas) ➔ 1 par de antenas ➔ Aparato bucal picador–sugador retrátil ➔ Corpo achatado dorso-ventralmente Pediculus capitis (lendea) ➔ Ovos aderidos ao pelo ➔ Chamados de lêndea ➔ Forma elíptica ➔ Presença de opérculo no pólo livre Phthirus pubis (FTIRÍASE) ➔ Corpo achatado dorso-ventralmente ➔ Patas com ganchos ➔ Encontrado em pêlos pubianos e perineais ➔ Transmissão sexual por pêlos ou fômites TRANSMISSÃO A principal via de transmissão ocorre de cabeça a cabeça. O piolho do couro cabeludo adere-se à raiz do cabelo, onde se alimenta de sangue e põe seus ovos (chamados lêndeas), reproduzindo-se com impressionante celeridade. SINTOMAS ➔ Coceira intensa, que pode gerar feridas ➔ Marcas visíveis deixadas pelas picadas e ínguas ➔ Nos casos mais graves, infecções secundárias ➔ As crianças são as mais afetadas e, em casos de infestação massiva e duradoura, também podem desenvolver anemia devido ao piolho se alimentar de sangue, espoliando o organismo. TRATAMENTO O tratamento recomendado será à base de inseticidas de uso local, como a Permetrina, Ivermectina e agentes oclusivos (óleos vegetais e dimeticona). Depois da aplicação, é indispensável o uso de pente fino para retirar as lêndeas, pois os medicamentos não as eliminam. No caso do piolho do corpo, como ajuda ao tratamento, a lavagem térmica e a desinfestação apropriada das roupas é medida suficiente na maioria dos casos. CARRAPATOS ➔ Parasitam o homem como outros animais, alimentando-se de sangue por semanas (hematofagos) ➔ Um certo número deles é infectado por vírus, bactérias ou protozoários, e pode transmitir esses organismos a seus hospedeiros. ➔ Nos humanos, esses parasitas infectados podem causar desde pequenas manifestações alérgicas até algumas doenças graves, como a febre maculosa COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? Rhipicephalus sanguineus ➔ 4 pares de patas ➔ Peças bucais quitinizadas ➔ Corpo sem divisão ➔ A picada do carrapato, em geral, não é sentida porque sua saliva contém substâncias com efeito anestésico. No máximo, pode haver uma leve coceira, de natureza alérgica. ➔ O tratamento para picadas de carrapatos é específico para a bactéria de onde a pessoa estiver. No caso de sintomas alérgicos à mordida do carrapato, o tratamento deve ser feito com antialérgico. ➔ A retirada do carrapato eventualmente encontrado no corpo deve ser feita com uma pinça, girando-o e puxando-o para fora da pele, para evitar que algumas pequenas estruturas do carrapato fiquem na pele e causem reação alérgica. SARNA ➔ Também chamada escabiose humana ➔ É causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei hominis ➔ A sarna é uma doença contagiosa e se espalha rapidamente por meio do contato físico em lugares de aglomeração de pessoas ➔ A transmissão ocorre, principalmente, por contato direto ou sexual COMO A MORFOLOGIA É VISTA NO MICROSCÓPIO? Sarcoptesscabiei ➔ Ácaro adulto pequeno de corpo globoso ➔ 4 pares de pernas curtas e cônicas ➔ Ventosas pedunculadas na extremidade ➔ Peças bucais quitinizadas https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/292705/sarna+ou+escabiose+o+que+e+isso.htm ➔ O intenso prurido cutâneo que causa é motivado por uma reação alérgica a produtos metabólicos do ácaro e quase sempre leva a uma infecção secundária ➔ O tratamento consiste em matar os ácaros e seus ovos com um medicamento aplicado do pescoço para baixo ou com medicamentos orais
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