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PARASITOLOGIA VETERINÁRIA PROTOZOÁRIOS FILO PROTOZOA 3 Subfilos: SUBFILO CILIOPHORA: ciliados – rumem SUBFILO SARCOMASTIGOPHORA: classe sarcodina – amebas e Classe Mastigophora – flagelados. SUBFILO APICOMLEXA: Classe piroplasmasida – babesia; Classe sporozoasida ou coccidia – esporulados. CLASSE MASTIGOPHORA – Flagelados ORDEM TRICHOMONADIDA – FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE – GÊNERO TRICHOMONAS E TRITRICHOMONAS Transmitido através do sexo – cópula ou inseminação artificial. Nessa forma flagelada, eles não sobrevivem fora do corpo. Possuem 4 flagelos em cima e um posterior. ESPÉCIE: TRITRICHOMONAS FOETUS IMPORTÂNCIA: aborto precoce e vulvovaginites em bovinos e mais recentemente, colite em gatos. Quando esse parasita entra no organismo do animal, ele começa a se dividir por divisão binária e vai colonizando todo o trato reprodutivo e possui somente essa forma protozoita. A vaca se não for inseminada, pelas mudanças de pH e troca de células de descamação, ela acaba eliminando o parasito Deixar essa vaca presa por 4 meses sem inseminação e cópula. No touro não há sinal clínico, e acaba sendo o transmissor. Diagnóstico: exame direto e cultura. - Retirada dos pelos, lavagem (prepúcio), secagem. Equipo de soro, introduz no prepúcio, fecha o óstio prepucial, introduzir com uma seringa solução fisiológica. PROFILAXIA E CONTROLE: Descanso sexual de 3 a 4 meses das fêmeas. Descarte de touros velhos, a idade aumenta a profundidade das criptas do prepúcio, onde os parasitos se escondem. Animais novos e de valor econômico devem ser tratados com lavagens prepuciais com acriflavina ou aplicação no pênis de cremes de tripoflavina. Se o diagnóstico for positivo, todo rebanho deve ser considerado positivo, entretanto um animal só pode ser considerado negativo após três exames negativos, com intervalos de coleta entre 7 e 15 dias. Flagelados não se tratam com vermífugos. OUTROS TRICHOMONAS - T. vaginalis – mulheres - T. tenax – boca: inchaço submandibular e periodontite e lesão na mucosa oral. - T. gallinae – pombos, trato digestivo. CLASSE MASTIGOPHORA ORDEM DIPLOMONADIDA FAMÍLIA HEXAMITIDAE GÊNERO GIARDIA ESPÉCIE: G. lamblia ou intestinalis. Hospedeiros: homem, cães, gatos, bovinos, eqüinos e suínos. Localização: intestino delgado. Também possui forma cística (protege ela do meio – imóvel, lançado com as fezes no ambiente, forma para contaminação de outros hospedeiros). Trofozoíta é a forma que fica causando a lesão. Lesão da superfície do epitélio causando destruição dessas células e com isso há uma diarréia muito forte. Sinal clínico: defecando muco e sangue (quando não há mais o que defecar) Controle: higiene das mãos, alimentos, água filtrada ou fervida. Remoção das fezes (cistos viáveis 2 semanas). Comedouros e bebedouros elevados. Água sanitária, amônia quaternária, água fervente. Diagnóstico: exame microscópico direto de esfregaço de fezes – presença de cistos e trofozoítos – pouco sensível <20%. Flutuação em sulfato de zinco. Testar ao menos 3 amostras em uma semana – eliminação intermitente de cistos pelas fezes. PCR – permitem detectar um único parasita e diferenciar espécies e cepas. ORDEM DIPLOMONADIDA FAMÍLIA HEXAMITIDAE GÊNERO HISTOMONAS Hospedeiros: aves, perus. Localização: fígado e cecos. CARACTERÍSTICAS: transmitidos por nematóides do gênero Capillaria e Heterakis. Não produzem cistos. trofozoíta Coloniza o verme e vai para o seu trato reprodutivo. Se aloja dentro do ovo. Eliminados para o ambiente até a ave ingerir (adquirá 2 parasitas). Diagnóstico de Histomonas: ovos de heterakis, necropsia. Importância: enterohepatite, queda de produtividade, morte de aves jovens. Controle da doença: criar perus longe de galinhas, vermifugar animais e remoção de fezes. ORDEM KINETOPLASTIDA FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE GÊNEROS: TRYPANOSOMA tripomastigota, amastigota e epimastigota. LEISHMANIA promastigota e amastigota *amastigota é a forma de bolinha (tecidual). Epimastigota está no intestino do barbeiro. Tripomastigota é a forma circulante flagelada. Alguns trypanosomas possuem somente a forma tripomastigota. Se diferem pelo cinetoplasmo onde se insere a membrana ondulante. Epimastigota está anterior ao núcleo e o tripomastigota está posterior ao núcleo (ultimo desenho da imagem). A forma promastigota não tem membrana ondulante (segundo desenho na imagem e é a forma circulante da Leishmania). GÊNERO TRYPANOSOMA ESPÉCIES TRYPANOSOMA CRUZI – tripomastigota, amastigota e epimastigota. TRYPANOSOMA EVANSI – tripomastigota (eqüinos, bovinos, cães). TRYPANOSOMA VIVAX – tripomastigota (bovinos, ovinos). TRYPANOSOMA EQUIPERDUM – tripomastigota (eqüideos). * amastigota quando chega no tecido que quer atingir arredonda e fica daquela forma (imagem 1). SEÇÃO STERCORARIA ESPÉCIE: Trypanosoma cruzi Hospedeiros: humanos, primatas, cães e gatos. Vetores: hemípteras reduviidae – rhodnius, panstrongylus e triatoma. *triatoma *transmissão através das fezes; através da picada ele somente ingere esses protozoários de um animal já contaminado. *cinetoplasma bem avantajado. Formas de transmissão: gravidez da mãe para o feto, ingestão por via oral (caldo de cana, suco de açaí com barbeiro e fezes trituradas junto ao suco), transfusão de sangue, transplante de órgãos, contato de ferimentos com material contaminado. Patogenia: chagoma (aumento de volume, edema, sinal agudo da doença), hiperfunção dos órgãos (megaesôfago, megacólon, miocardite), lesões no sistema cardíaco e digestivo. SEÇÃO SALIVARIA ESPÉCIE: Trypanosoma equiperdum Hospedeiros: eqüinos. Localização: prepúcio e vagina. Diagnóstico: coleta de material de tecidos, sangue costuma dar negativo. Transmitido através da cópula. Sinais clínicos: cicatrizes despigmentadas na vulva, inchaço no prepúcio e escroto, paralisia do quarto posterior ou paralisia do quarto traseiro.. - Manchas edematosas na pele parecendo placas “dólar de prata” (medindo 10cm de diâmetro e 1cm de espessura). Duram de 3-7 dias e são patognomômicas. Machos são infectados principalmente por transfusão de sangue. ESPÉCIES: Trypanosoma vivax – ruminantes e cavalos. Trypanosoma evansi – eqüinos, cães, homens, bovinos, gatos, ratos, coelhos. Vetores: stomoxys e tabanídeos. Localização: sangue. Patogenia: febre, caquexia, anemia, emaciação, queda de imunidade, paralisia progressiva dos membros, cancro (t. vivax). Diagnóstico: dar preferência a coletar sangue de tecidos periféricos como orelhas ou cauda. ORDEM KINETOPLASTIDA FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE GÊNERO LEISHMANIA Promastigota é capturada por macrófagos e vai até baço e fígado se instalar e se multiplicar (causando aumento desses órgãos). ESPÉCIES: Leishmania braziliensis (leishmaniose cutânea) e L. chagasi (leishmaniose visceral) Hospedeiros: HD: humanos, primatas, cães e gatos. HI: mosquitos psychodidae, do gênero lutzomyia sp. e na Europa é flebotomíneos. Período de incubação: 2 meses a um ano. Lutzomya Sinais: alopecia, emagrecimento progressivo, unhas longas (não gastas), lesões de pele, aumento de fígado e/ou baço. Diagnóstico: esfregaços (imprints) ou raspados de pele corados por LEISHMAN ou GIEMSA. - Exames histológicos: biópsia de linfonodos ou de medula (ambos para pesquisa de formas amastigotas). - PCR - Inoculação em animais de laboratório (hamsters). - Exames sorológicos para pesquisa de anticorpos; imunofluorescência indireta (teste padrão), ELISA, hemaglutinação. Controle: eliminar focos do vetor, produtos repelentes, telas nas janelas e evitarestar em ambientes na hora de maior atividade do mosquito. Tratamento: o medicamento disponível no Brasil é o milteforan, uma vez ao dia por 28 dias de tratamento. FILO PROTOZOA SUBFILO APICOMPLEXA CLASSE SPOROZOASIDA OU COCCIDIA, CLASSE PIROPLASMASIDA. Maioria intracelular do epitélio intestinal. Complexo apical para penetração nas células. O ciclo evolutivo divide-se em quatro fases: - Esporulação - Infecção - Esquizogonia - Gametogonia e formação de oocisto Animal infectado elimina oocistos pelas fezes que não são infectantes (se comer, não infecta); se ele ficar mais de 48h no ambiente ele acaba tendo uma evolução dentro desse oocisto (esporulação com ação da temperatura e umidade) e vira infectante. Esse esporocisto, dentro há esporozoítos que são as formas que penetram nas células (ex: 4 esporocisto contendo 2 esporozoíto cada). Para continuar esse ciclo, alguém precisa se infectar; vai ser digerido esse oocisto liberando os esporocistos que também vão se desmanchar e liberar as formas ativas (esporozoítos) que irá penetrar na célula, se arredondar e tomar conta da célula, passando a terceira fase: multiplicação. Um só se divide milhares de vezes – esquizogonia – formando os merozoítos que rompem a célula e vão penetrar em novas células. Isso costuma acontecer 1 ou 2 vezes causando destruição celular. Sintomas como diarréia se for intestinal. Esses merozoítos irão se transformar em machos ou fêmeas – quarta fase – gametogonia – reprodução sexuada. Macho = microgametócito; fêmea = macrogametócito. Os machos rompem a célula e vão atrás de uma fêmea, penetrando ativamente na célula que elas se encontram. Fusão de gametas – gametogonia. Isso faz com que se formem os oocitos que também rompem a célula, indo para a luz intestinal (por exemplo), sendo liberados com as fezes para o ambiente. *Maior problema em aves e ruminantes (mas também cães, ..) Há alguns que tem ciclo monoxeno: um ciclo completo em só um hospedeiro. Outros são heteróxenos sendo uma parte ocorrendo em um hospedeiro e outra em outro. GÊNEROS: Eimeria, Isospora, Cryptosporidium, Toxoplasma, Neospora e Cytoisospora. Eimeria (monoxeno) 4 esporocisto com 2 esporozoíto cada. Isospora (monoxeno) Toxoplasma (podem ou não ter H. intermediário; no toxoplasma, somente os felídeos tem capacidade de ter gametogonia, portanto só eles podem eliminar os oocistos, nós humanos ingerimos os oocistos mas não eliminamos nas fezes) Cystoisospora (mais para cachorro e gato) Neospora (só cães – reprodução sexuada, mas algumas espécies podem ter a doença) 2 esporocisto com 4 esporozoítos em cada. Cryptosporidium (monoxeno) – animais imunodeprimidos podemos ter mais problemas. 1 oocisto com 4 esporozoíto (sem esporocisto). Fica na superfície celular (dentro mas bem na superfície) Esporulam dentro do hospedeiro. Após invasão da célula, ocorre esquizogonia e gametogonia que vai produzir um oocisto. Se for 2 hospedeiros, somente em um ocorre gametogonia e no menos importante ocorrerá a esquizogonia. FAMÍLIA EIMERIIDAE GÊNERO EIMERIA Hospedeiros: bovinos, ovinos, suínos, eqüinos aves, répteis, anfíbios, peixes. - Coccidiostáticos – evitam esquizogonia. Os oocistos eliminados com as fezes do hospedeiro são não esporulados. Após 2-3 dias corre esporulação e passam a ser infectantes e podem permanecer viáveis por 2 a 3 meses. O hospedeiro se contamina ao ingerir o oocisto. Na moela (aves) ou estômago há liberação de esporozoítos, forma infectante para as células. Diagnóstico: fezes frescas Controle: manter o ambiente seco e limpo – 1 a 2 dias podem esporular. Comedouros e bebedouros elevados, desinfetar com hipoclorito de sódio puro. - Diarreia, presença de muco e sangue. GÊNEROS Cystoisospora e Isospora Hospedeiros: carnívoros, suínos, animais silvestres e humanos. Diagnóstico: exame de fezes pelas técnicas de exame direto, flutuação ou sedimentação. Patogenia: pouco patogênica, muitos hospedeiros são portadores sem apresentar sintomas. GÊNERO CRYPTOSPORIDIUM Hospedeiros: homem e muitos animais como rato, macaco, bovino, ovino, caprino, equino, suíno, animais silvestres, caninos, felinos.. Oocisto tem 4 esporozoítos. Dentro da célula porém mais superficialmente. Pode ser ingerido ou inalado. *Produtos da reprodução assexuada – cistos ou esquizonte. Diagnóstico: exame de fezes, flutuação. CRYPTOSPORIDIUM Na passagem pelo trato gastrointestinal, a parede dos oocistos é rompida liberando 4 esporozoítos infectantes (Figura 4a). Estes aderem à membrana das células do revestimento intestinal e induzem a formação do vacúolo parasitóforo (a membrana da célula hospedeira reveste o parasito). Nesta localização, os esporozoítos se convertem em trofozoítos ficando os mesmos na porção apical da célula, revestido por membrana, mas não dentro de seu citoplasma (Figura 4 b e 4c). Os trofozoítos passam por merogonia (reprodução assexuada) gerando os merontes do tipo I com vários merozoítos. Os merozoítos do tipo I são liberados e podem infectar novas células do revestimento intestinal, repetindo as etapas da reprodução assexuada, aumentando a produção de merozoítos do tipo I no indivíduo infectado. Opcionalmente, os merozoítos podem se converter em merontes do tipo II que liberarão os merozoítos do tipo II, os quais iniciarão as etapas da reprodução sexuada do parasito. Os merozoítos do tipo II se transformam em micro ou macrogamontes com micro e macrogametas em seu interior. Um microgametócito fecunda um macrogametócitos gerando o zigoto. Este sofrerá meiose gerando 4 esporozoítos. A maioria dos zigotos (80%) são convertidos em oocistos de paredes espessas que contêm 4 esporozoítos. Apenas 20% dos zigotos se convertem em oocistos de paredes finas com quatro esporozoítos. Estes tendem a se romper e a liberar os 4 esporozoítos ainda no intestino do indivíduo parasitado contribuindo para sua autoinfecção e manutenção de uma infecção crônica. Os oocistos podem excistar no lúmen intestinal ou mesmo no ambiente externo iniciando um ciclo de vida livre do hospedeiro ou podem ser liberados nas fezes contaminando o solo, a água, os alimentos e os objetos. Até pouco tempo não se conhecia este ciclo de vida livre deste parasito. TOXOLASMA GONDII TOXOPLASMOSE Hospedeiros: definitivo = gatos (gametogonia); intermediários = mamíferos. Heteroxeno. Oocisto redondo (na foto não esporulado) somente em fezes de felídeos. Uma vez que um animal tem esquizogonia nos tecidos, ele vai ser portador pro resto da vida do toxoplasma sem sinal clínico. O merozoíto quando entra no tecido ele se transforma em formas bradizoítas que ficam se multiplicando e que podem ficar em latência nos tecidos (sistema imune bloqueia esse parasito), mas também pode se reativar, saindo dos tecidos, pegando a circulação e se distribuindo para outros órgãos – taquizoítos. O hospedeiro intermediário do Toxoplasma gondii (que pode ser um mamífero, ave ou, acidentalmente, o homem) ingere os oocistos esporulados, no tubo digestivo que liberam taquizoítos que infectam as células e passam a multiplicar-se em vários tecidos fazendo uma reprodução assexuada (HI). Nos tecidos há formação de esquizontes, também chamados de cistos. Gatos doentes ou idosos tem mais chances de eliminação. Oocistos sobrevivem meses a anos em ambientes quentes e úmidos. Mais freqüente infecção via oral por carne: Cistos em 10% carne de ovinos, 25% suínos e 1% bovinos. Cistos são inativados em cozimento (60°C). Infecção humana ocorre por ingestão de cisto (esquizonte) em embutidos e carnes mal cozidas, ingestão de oocisto esporulado – fezes de gato, tranplacentária.20-80% da população é soropositiva. Doença de alta prevalência sorológica, mas de baixa incidência sintomatológica. Cistos (merontes ou esquizontes) Forma de resistência no organismo, mede entre 20 e 200µm, contém centenas de bradizoítos. As células do sistema imune não agem sobre os cistos infecção latente. Não há penetração de agentes medicamentosos e atuação de anticorpos. Queda de imunidade os bradizoítos são liberados dos cistos, tornam-se taquizoítos e reiniciam a multiplicação. Sintomas – adultos saudáveis Subclínica, adenopatias (aumento gânglios linfáticos) – auto limitante Casos severos: mal estar, febre, mialgia, dor de cabeça, dor de garganta, hepato e esplenomegalia. 15% das adenopatias não esclarecidas são devidas a toxoplasmose. Raramente – miocardite ou encefalites. Em hospedeiro imunodeprimido: Fulminante e fatal. Toxoplasmose ocular – pico de incidência entre 10-35 anos. Reativação da infecção congênita. Infecção primária em adultos pode causar doenças oculares. SNC. Toxoplasmose congênita – doença nos bebês Infecção primária adquirida durante a gravidez. Hepato e esplenomegalia, retinocoroidite, retardo mental, hidrocefalia, trombocitopenia, icterícia. Diagnóstico no hospedeiro definitivo: exame de fezes Diagnóstico nos hospedeiros intermediários: imunológicos e PCR. Controle: usar luvas quando limpar fezes de gatos, evitar alimentos crus (verduras), cozinhar a carne acima de 65°C, tratamento da carne com cloreto de sódio a 3%, demonstrou inativar os parasitos em 85% das amostras tratadas por um período de pelo menos 3 dias. GÊNERO NEOSPORA Hospedeiros: definitivo: cão (eliminam os cistos). Intermediário: ruminantes e eqüinos (equizogonia). Não há relatos de ocorrência da doença em humanos, embora já tenham sido detectados anticorpos contra neospora caninum. TRANSMISSÃO VERTICAL (transplacentária) Principal forma de disseminação de Neospora caninum em bovinos, mantendo a infecção por várias gerações. Menos de 10% dos bezerros que nascem de vacas infectadas são livres do parasita. HORIZONTAL (pós-natal) Ingestão de água ou alimentos contaminados com oocistos liberados pelos cães. Cães de área rural adquirem a infecção pela ingestão de alimento contaminado de origem bovina, como fetos, membranas fetais e fluidos. Patogenia: aborto no segundo terço da gestação (5meses). Lesões no SNC, músculos esqueléticos, placenta. Parasitas nos cérebros dos fetos. Diagnóstico: encontro de oocistos não é suficiente para dar o diagnóstico semelhança com T gondii e Hammondia. PCR- reação em cadeia de polimerase. Cultivo do agente em cultura de células. Métodos imuno-histoquímicos. Bioensaio em gerbil. Exame sorológico. Controle: evitar fezes de cães, tratamento dos cães, feto e restos placentários devem ser enterrados ou queimados, evitar alimentar cães com carne crua. Tratamento: Bovinos: não há tratamento eficaz, vacas soropositivas irão transmitir a doença. Cães infectados congenitamente: sulfas. Não há tratamento que previna transmissão congênita. Vacina. GÊNERO HEPATOZOON Hospedeiros: vertebrado, canídeos. Invertebrado Rhipicephalus sanguineus – transmissor – ingestão do carrapato. Esporulação dentro do carrapato. Se for digerido, vai liberar esporozoítos que vão pra vários órgãos e penetrar nas células sanguíneas (monócitos, neutrófilos) e vai formar gametócitos. Na forma de transmissão do carrapato – sugar sangue contaminado com gametócitos. Exame clínico: fraqueza, incoordenação membros posteriores, alguma dor nos membros posteriores, linfadenopatia periférica, membranas mucosas pálidas e febre. Presença de gametócitos no interior de neutrófilos. (Caso clínico) FILO PROTOZOA SUBFILO APICOMPLEXA Características: com complexo apical, parasitas intracelulares. Células sanguíneas. CLASSE PIROPLASMASIDA GÊNERO BABESIA Hospedeiro vertebrado: canídeos (B. canis vogeii grande, B. gibsoni pequena), bovídeos (B. bovis pequena, B. bigemina grande), Equideos (B. caballi grande, B. equi), Gatos (B. felis pequena). Hospedeiro invertebrado: carrapato (transmissor da doença) CICLO Quando o carrapato contaminado pica, ele introduz esporozoítos que penetram nas células sanguíneas e se arredondam trofozoíto esquizogonia multiplicação dentro da hemácea merozoíto rompem a célula (liberando bilirrubina, hemoglobina nos vasos) luz dos vasos sanguíneos distribuição corpo, penetrando novas hemáceas. Carrapato pica animal infectado ingere merozoítos multiplicação dentro do carrapato gametócitos que vão se fusionar formando o zigoto vai virar oocineto móvel que se movimenta pelos órgãos do carrapato colonizando os ovários na fêmea infectando todos os ovos, outros vão para a glândula salivar onde se diferenciam em esporozoítos que é a forma de inoculação (hospedeiro definitivo que faz a reprodução sexuada, nesse caso o bovino como exemplo seria o intermediário, pois só faz a esquizogonia). Esporogonia: cinetos migram para glândula salivar N passam a esporontes sofrem esporogonia nas gl. Salivares dos carrapatos O Esporozoítos P. Merogonia: esquizogonia: reprodução assexuada nas hemáceas do hospedeiro vertebrado Merozoítos (A,B,C,D,E,F) Gametogonia: ingestão merozoítos G fusão dos gametas no tubo digestivo H formação de zigoto I passa a cineto (móvel) K migração para órgãos carrapato infectando ovos. TRANSMISSÃO - Transovariana - Transestadial (estádio – estádio; heteroxenos) Período de incubação: 7-14 dias Imunidade não é duradoura mudança antigênica constante Necessário contato com o agente. Animal imune, mas sem contato com Babesia por mais de 6 meses susceptível. As babesias possuem um mecanismo de variação antigênica. A recorrência da doença ocorre como um resultado da produção de uma nova variação antigênica não correspondendo aos anticorpos pré-estabelecidos. EPIDEMIOLOGIA Animais jovens são mais resistentes a babesiose – por imunidade passiva. Em áreas com carrapatos o ano inteiro, 100% dos terneiros de 3-4 meses são parasitados por Babesia sem doença clínica pela imunidade passiva. Parasitismo por carrapatos infectados desafia o sistema imune levando a imunidade adquirida contra a enfermidade. Surtos ocorrem quando animais são transportados de uma zona livre para uma endêmica ou de instabilidade enzoótica. RAÇAS EUROPEIAS E ZEBUÍNAS (européias mais susceptíveis – mistura de raças é importante) O número de carrapatos é um fator de risco. Inoculação muito elevada de babesia spp- resistência previamente adquirida pode ser ultrapassada e a doença ocorre. Banho carrapaticida podem resultar em surtos. PATOGENIA AÇÃO HEMOLÍTICA: eritrólise é decorrente da multiplicação assexuada, dos piroplasmídeos de forma gradual e progressiva, levando a acentuada diminuição do número de hemáceas circulantes. AÇÃO SOBRE O SISTEMA DIGESTIVO: nos casos graves há alterações digestivas como diarréia ou corpostase e desidratação, associada a icterícia e anemia em função da eritrólise. A nível hepático sobrevem a degeneração dos hepatócitos, seguido de billirrubinemia. SINAIS CLÍNICOS: Animais apáticos, isolados, deitados, 1- 3 semanas de inoculação. Febre alta, anorexia, atonia ruminal. Mucosas tornam-se pálidas com a progressão da anemia. Necrópsia: urina apresenta coloração vermelho-escura devido a hemoglobinúria. A hemoglobina liberada passa ao plasma para então ser expelida pela urina tornando-a escura. A bexiga fica distendida e contém urina vermelho-escura ou coágulo. Babesia bovis pode desenvolver babesiose cerebral. O encéfalo encontra-se de coloração rósea ou róseo- avermelhada em toda sua superfície. Sinais neurológicoscomo incoordenação, deitar-se com a cabeça estendida. DIAGNÓSTICOS CLÍNICO: febre, anemia, debilidade geral, prostação, inapetência, perda de peso, desidratação e hemoglobinúria. B. bovis levará ao bloqueio de capilares e conseqüente congestão de órgãos e esta babesia no SNC desencadeará quadro neurológico. Laboratorial: Esfregaço sanguíneo, PCR. CONTROLE: dos vetores, tratamento químico dos animais. Premunição: infecta e trata. Se utiliza sangue coletado de um animal carrapateado, naturalmente portador dos 3 agentes da TPB. Vacinas atenuadas. Equinos: Piroplasmose eqüina ou nutaliose Babesia caballi parasitemias baixas <1%, portadores por 1-3 anos, tende a ser menos patogênica: sintomas clínicos menos severos. Período de incubação entre 10- 30 dias. Theileria equi infecções persistentes por toda a vida: o animal perpetua o agente, divisão em 4 merozoítos (cruz de malta), desenvolvimento primário em linfócitos, período de incubação entre 12-19 dias. Cães – babesia canis vogeli – grande; babesia gibsoni – pequena Sintomas: doença hemolítica, anemia progresiva, pode ocorrer choque endotóxico e alterações de coagulação. Anemia, febre, anorexia, desidratação, perda de peso, dor abdominal e sensibilidade renal a palpação. Babesiose cerebral. Rangelia vitalli A doença é conhecida como peste do sangue. Grande piroplasma. Em esfregaços de sangue de canídeos pode ser encontrado nos eritrócitos com formato pleomórfico que pode variar de formas ovais, arredondadas ou piriformes muito semelhantes as formas eritrocíticas de B. vogeli. Também infecta leucócitos e células endoteliais dos capilares. HD: Amblyomma aurealatum. Sangramento nas orelhas, boca, icterícia. Métodos diretos diagnósticos: Esfregaço sanguíneo, fase aguda diferenciar de anaplasma (bovinos). PCR Necropsia lesões e histopatológico. Métodos indiretos: testes sorológicos (úteis para animais na fase crônica ou assintomáticos baixa parasitemia): ELISA, imunofluorescência indireta. Coleta de sangue de vasos periféricos como orelhas e cauda pois devido ao baixo calibre, as hemáceas ficam presas. RICKETSIAS GÊNERO EHRLICHIA ESPÉCIE: EHRLICHIA Hospedeiros: canis Rhipicephalus sanguineus. Localização: interior de leucócitos. Penetra e fica marcando esses leucócitos. Tipos de transmissão: Carrapato, iatrogênica (mão do homem, objetos contaminados). Período de incubação: 1-3 semanas. Patogenia: febre, anemia, trombocitopenia. Diagnótico: imunodiagnótico ou esfregaço sanguíneo. Profilaxia: tratamento dos animais com tetraciclinas – doxiciclina. GÊNERO ANAPLASMA Hospedeiros: bovinos – R. boophilus microplus e insetos hematófagos. Localização: interior de hemáceas. Tipos de transmissão: carrapato, fômites, transplacentária, insetos hematófagos. Parasitismo: os corpúsculos iniciais aderem-se às hemáceas e sua entrada se dá por invaginação da membrana citoplasmática, embolsamento do microrganismo e a posterior formação do vacúolo parasitóforo. Logo após penetração no eritrócito, o corpúsculo inicial se multiplica por divisão binária. Período de incubação: 3-4 semanas. Diagnóstico: imunodiagnóstico ou esfregaço sanguíneo de sangue capilar, obtido da ponta da orelha ou coxins, isto ocorre em virtude da diminuição da plasticidade da hemácea (ocasionada pela alteração da membrana eritrocitária pelo parasita) e do conseqüente acúmulo de hemáceas parasitadas em vasos de menor calibre como capilares. Profilaxia: tratamento dos animais com tetraciclinas, premunição, banhos. Patogenia: na anaplasmose não há hemólise intravascular, as hemáceas parasitadas e ou marcadas são fagocitadas a nível de baço principalmente. A anemia é conseqüência da remoção dos eritrócitos parasitados da circulação. Pode ocorrer um processo imuno-mediado, determinado pela destruição de eritrócitos normais. TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA Associação de babesiose e anaplasmose bovina. Enfermidade decorrente da destruição massiva de eritrócitos. Babesia ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais do mundo. Anaplasma ocorre em regiões tropicais e subtropicais onde há insetos hematófagos.
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