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Prof. Me. Vinícius Albuquerque UNIDADE II Teoria da História Século XIX: avanço do capitalismo industrial. Difíceis condições de vida e de trabalho da classe operária. Aumento da insatisfação. Organização do movimento operário. Crises do capitalismo. Surgimento de novas ideias e teorias: socialismo utópico, anarquismo, marxismo. Disputas teóricas. Contexto histórico: meados do século XIX Karl Marx (1818-1883): Formação de Marx: direito e filosofia. Atuação inicial – doutoramento: Diferença entre as filosofias da natureza e Demócrito e Epicuro. Jornalismo – colaboração na Gazeta Renana e com o jornal New York Daily Tribune. Discussão da condição dos camponeses que recolhiam lenha nas florestas e da censura. Crítica ao pensamento de Hegel. Parceira Marx e Engels – encontro em Paris, 1844. 1844 – Marx: A questão judaica; Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel; Manuscritos Econômico- filosóficos. Engels – A situação da classe trabalhadora na Inglaterra (1845) – comunista antes de Marx. Marxismo Bruxelas – 1845 – Marx e Engels – A Sagrada Família – defesa do materialismo contra o idealismo. Desenvolvimento da crítica de Marx: até hoje “os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”; “a essência humana não é uma abstração inerente a cada indivíduo. Na sua realidade ela é o conjunto das relações sociais”; “A doutrina materialista de que os seres humanos são produtos das circunstâncias e da educação, [de que] seres humanos transformados são, portanto, produtos de outras circunstâncias e de uma educação mudada, esquece que as circunstâncias são transformadas precisamente pelos seres humanos e que o educador tem ele próprio de ser educado” 1846 – Marx e Engels concluem a Ideologia Alemã, publicada apenas em 1932. Marxismo 1847-1848 Marx e Engels: Liga dos Justos que se transforma em Liga dos Comunistas, buscando o fim da propriedade privada. Manifesto do Partido Comunista, 1848. Emancipação do operariado por sua luta. 1848 – período de grandes convulsões na Europa. 1849-52 – reação europeia – repressão e prisões. Marx: 18 Brumário de Luís Bonaparte (1852). Década de 1860 – renascimento do movimento operário. 1864 – Associação Internacional dos Trabalhadores – a Primeira Internacional. Marx – “Conquistar o poder político tornou-se, portanto, o grande dever das classes operárias [...] Proletários de todos os países, uni-vos!” 1867 – O capital – primeiro livro e principal obra de Karl Marx. Marx e Engels: Manifesto do Partido Comunista – 1848 Karl Marx: O Capital – crítica da economia política Fonte: https://www.ingimage.com/stock-photo- preview/85118293/iss_11310_00099.jpg Fonte: https://www.in gimage.com/s tock-photo- preview/5858 1749/iss_091 8_06357.jpg Materialismo histórico: anterioridade da matéria sobre as ideias e a consciência fazendo a crítica ao idealismo. Estudo da História das sociedades e com apoio em diversas ciências. Observação das condições de produção e reprodução da vida social. É por meio do trabalho que o homem produz o que é necessário para sua sobrevivência. Materialismo histórico e dialético. No processo histórico, os homens desenvolvem relações de produção, de cooperação ou de exploração, que se relacionam à existência da propriedade. É ao longo da História que se constituem as bases sobre as quais se constroem determinadas formas de consciência social (arte, filosofia, religião, ciência, direito, entre outras) e as instituições jurídico-políticas (Estado). Marxismo e desenvolvimento do Materialismo Histórico Materialismo Histórico-dialético: Ênfase nas relações. Ciências: ideias e conceitos. Conceitos: representam o real. Dialética: conjunto em constante transformação. Debate de Marx com as ideias de Hegel: Método de investigação – Hegel (1770-1831) – expressão do idealismo alemão – dialética. Marxismo e desenvolvimento do Materialismo Histórico Modo de produção: articulação de forças produtivas (força de trabalho, ferramentas, instalações etc.) e relações de produção (se expressam nas relações de propriedade). Variaram no decorrer da História. O capital: contradição inerente ao capitalismo: produção socializada com apropriação privada dos bens produzidos. Apropriação dos bens produzidos pelos capitalistas que detêm os meios de produção. Funcionamento do capitalismo: exploração da força de trabalho; obtenção da “mais-valia” (mais-valor). Sistema capitalista: fadado à destruição. Produção não planejada, desorganização do sistema e oscilação de preços. Acúmulo do capital nas mãos do capitalista. Queda de preços e da taxa de lucro (tendência declinante da taxa de lucro). O marxismo e os modos de produção A respeito do materialismo dialético de Marx é correto afirmar que: a) Está completamente superado e deixou de ser estudado e utilizado como método. b) Seu determinismo mecanicista o impede de ser aplicado aos estudos de História. c) Marx mantém em seus estudos a dialética idealista de Hegel. d) Marx ignorou as bases materiais das sociedades, valorizando o idealismo. e) Marx estudou o processo histórico, percebendo a existência de relações de produção, de cooperação ou de exploração que resultam na existência da propriedade. Interatividade A respeito do materialismo dialético de Marx é correto afirmar que: a) Está completamente superado e deixou de ser estudado e utilizado como método. b) Seu determinismo mecanicista o impede de ser aplicado aos estudos de História. c) Marx mantém em seus estudos a dialética idealista de Hegel. d) Marx ignorou as bases materiais das sociedades, valorizando o idealismo. e) Marx estudou o processo histórico, percebendo a existência de relações de produção, de cooperação ou de exploração que resultam na existência da propriedade. Resposta Fins do século XIX: crise geral do capitalismo. Exemplo: crise de 1873. Aumento da exploração do trabalhador – salários baixos. Enorme pressão sobre os trabalhadores – existência do exército industrial de reserva. Busca de solução pela classe trabalhadora: destruição do capitalismo. Contexto histórico da crítica ao capital: século XIX Críticas ao capitalismo: Compreensão de que o capitalismo é um sistema, ou seja, um conjunto em que os elementos se integram numa unidade. Organização econômica em que os diferentes agentes se inter-relacionam. Para Marx e Engels havia uma contradição no capitalismo: o fato de que enquanto a produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo, a apropriação, é privado, individual. O trabalho cria, o capital se apropria. No capitalismo, a criação pelo trabalho já se tornou uma empresa conjunta, um processo cooperativo com milhares de operários trabalhando em conjunto. Mas os produtos, socialmente produzidos, são apropriados não pelos seus produtores, mas pelos donos dos meios de produção – os capitalistas. E aí está o problema – a origem do conflito. A produção socializada contra a apropriação capitalista (HUBERMAN, 1974, p. 293). Contexto histórico da crítica ao capital: século XIX Produção no capitalismo Capital MercadoriasForça de trabalho Conceito-chave: “mais-valia” (mais-valor). Forma de exploração no capitalismo. Trabalho: mercadoria utilizada para produzir mercadorias. Compra do trabalho (salário) e venda da mercadoria com lucro. Diferença entre valor de troca do trabalhador e valor de troca das mercadorias: “mais-valia”. Crítica ao capitalismo Método científico para a História: a proposta de uma Teoria da História Material histórico: objetivável; quantificável; observável; analisável. Base: estruturas econômico-sociais. Modo de produção – estrutura invisível que subjaz e dá sentido às relações visíveis(REIS, 2004, p. 56). Relações de produção. Estrutura/superestrutura. Crítica ao capitalismo: materialismo histórico “[A realidade histórica] é regular e irregular, permanência e mudança, e sua abordagem precisa reconstruir a dialética de sua sincronia e de sua diacronia. Seu método de abordagem dessa ‘estrutura-processo’ é ‘científico’ e consiste na descoberta da estrutura interna das formações sociais, o modo de produção, que se oculta sob o seu funcionamento visível; o modo de produção é uma estrutura invisível que subjaz e dá sentido às relações visíveis” (REIS, 2004, p. 56). Crítica ao capitalismo: materialismo histórico Existência de classes sociais: definidas pela sua situação no processo produtivo. Relações de produção (objeto principal de estudo da História). Dinâmica da História: processo histórico; transformação das forças produtivas; luta de classes; consciência de classe; alteração nas relações de produção. Pressupostos: conflitos sociais – contradições, luta, movimentos de oposição; realidade histórica: estrutura em processo; internamente contraditória; estrutura feita de contradições que levam ao surgimento de outra estrutura; os homens constroem a História; sucessão de modos de produção (REIS, 2004, p. 56). Crítica ao capitalismo: materialismo histórico e a dinâmica da história Modos de produção: comunismo primitivo; escravismo; feudalismo; capitalismo; socialismo; comunismo. Para Marx: História – luta de classes: (explorados X exploradores); fruto de evolução e revolução; ênfase nas rupturas e transformações. Crítica ao capitalismo: a dinâmica da história e os modos de produção Sobre o desenvolvimento do materialismo histórico e sua relação com o conhecimento da história é correto afirmar que: a) Para Marx é fundamental verificar a autenticidade das fontes históricas. b) O positivismo do pensamento marxista o impede de dialogar com a realidade social. c) Para Marx, os homens constroem a História. d) Na obra de Marx existe uma determinação cultural das ações humanas. e) Para Marx, o último modo de produção a se desenvolver é o capitalismo, estágio superior da produção humana. Interatividade Sobre o desenvolvimento do materialismo histórico e sua relação com o conhecimento da história é correto afirmar que: a) Para Marx é fundamental verificar a autenticidade das fontes históricas. b) O positivismo do pensamento marxista o impede de dialogar com a realidade social. c) Para Marx, os homens constroem a História. d) Na obra de Marx existe uma determinação cultural das ações humanas. e) Para Marx, o último modo de produção a se desenvolver é o capitalismo, estágio superior da produção humana. Resposta Sujeito a opções, escolhas e perspectivas de classe. Inserção de classe – subjetividade. Não pode ficar alheio às tensões, aos conflitos e às lutas de classe. Engajamento de sua função: conhecer é tomar partido (em prol dos explorados). Caráter político de seu papel. Papel do historiador Perguntas de um trabalhador que lê – Bertolt Brecht “Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas? Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras? E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre? Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a edificaram? No dia em que a Muralha da China ficou pronta, para onde foram os pedreiros? A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo: quem os erigiu? Quem eram aqueles que foram vencidos pelos césares? Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?” Bertolt Brecht – Perguntas de um trabalhador que lê “Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus escravos. O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho? César ocupou a Gália. Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro? Felipe da Espanha chorou quando sua frota naufragou. Foi o único a chorar? Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos. Quem partilhou da vitória? A cada página uma vitória. Quem preparava os banquetes comemorativos? A cada dez anos um grande homem. Quem pagava as despesas? Tantas informações. Tantas questões.” Bertolt Brecht – Perguntas de um trabalhador que lê Na concepção marxista haveria uma ciência da História coerente, total e dinâmica, em vista das constantes mudanças às quais a humanidade estava sujeita. Conjunto de três hipóteses construiria um sentido histórico, “racionalmente estruturado”: a) “a produtividade é a condição necessária da transformação histórica, isto é, se as forças produtivas não se modificam, a capacidade de criação da vida humana se imobiliza, e se elas se modificam tudo se move; b) as classes sociais, cuja luta constitui a própria trama da história, não se definiriam pela capacidade de consumo e pela renda, mas por sua situação no processo produtivo; c) a correspondência entre forças produtivas e relações de produção constitui o objeto principal da historia-ciência, que a aborda com os conceitos de ‘modo de produção’ e ‘formação social’” (VILAR, 1982 apud REIS, 2004, p. 52). Marxismo e Teoria da História “Permanência e mudança formam uma totalidade e se explicam reciprocamente. A abordagem da ‘realidade material’ seria ‘científica’. Aquela realidade é [...] algo em si, concreta, materialista” (REIS, 2004, p. 53). “Para Marx, a história era uma processualidade que porta[va] em si mesma uma especificidade primariamente independente das representações que dela faz[iam] os sujeitos; segundo, esse processo [era] contraditório já que ele [era] marcado pela tensão entre os interesses sociais que circunscrev[iam] os diferentes sujeitos em presença; terceiro, [era] um processo com sujeitos [...], grupos sociais vinculados por interesses comuns; quarto, os projetos [eram] conduzidos por sujeitos determinados [...], segundo imperativos e possibilidades que se coloca[vam] concretamente nos espaços e tempos precisos; quinto, [eram] sujeitos conscientes [...]. E seis, [era] um processo [...] marcado pela ação dos sujeitos [com] finalidades, sendo pois um processo tencionado por sujeitos com suas próprias teleologias” (NETTO, 1998, p. 76). Marxismo e Teoria da História – a noção de processualidade Mecânica da evolução histórica: “Leis essenciais” (CHAUÍ, 1989). “O fio que tece a História é o desenvolvimento das forças produtivas, desenvolvimento que é contraditório com as relações sociais de produção e por isso o fio é rompido pela luta de classes. Esse fio produz o movimento imanente ou o desenvolvimento de uma forma singular, um modo de produção determinado, e a ruptura desse fio pela luta de classes engendra o devir histórico dos modos de produção” (CHAUÍ, 2007, p. 11). Dinâmica do processo histórico: devir (sucessão dos modos de produção) e desenvolvimento (movimento cíclico no interior do modo de produção que conduz à sua destruição). Marxismo e Teoria da História Mecânica da evolução histórica: Para Chauí (2007, p. 20), “Marx se esforçava para evidenciar a história como produção de um sentido no qual o destino da humanidade estava posto em jogo, porém, ao mesmo tempo, não cessava de descrever as forças mobilizadas para desarmar os efeitos do novo”. A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta (MARX; ENGELS, 1999, p. 7). Marxismo e Teoria da História Alguns entendem o marxismo como uma filosofia da história – e essa é uma das críticas que os historiadores nãomarxistas fazem em relação ao pensamento marxiano – identificando em seu escopo traços dos iluministas, de Comte e até mesmo de Darwin. Para Marx, a história era uma sucessão de processos particulares que ocorriam depois de uma ruptura e provocando, mais adiante, outra ruptura. Para a burguesia, esse pensamento era uma ameaça, já que vaticinava a derrota de quem, um dia, derrotou outra classe. “O presente é consumido pelo futuro, não pela evolução gradual e pacífica, mas pela ‘crise permanente’” (REIS, 2004, p. 64). Marxismo e Teoria da História A exploração do passado conduziu Marx a reduzir a história a leis essenciais, chaves de uma mecânica que se repetiria rigorosamente durante o período da evolução. No marxismo, a classe dos explorados destruía a classe dos exploradores e a tirava do poder e essa superação estava ligada não a uma vontade de potência, a uma maturidade moral, mas a um estado de desenvolvimento econômico-técnico. A burguesia eliminaria a nobreza graças à substituição pelo capitalismo comercial da economia senhorial. O proletariado eliminaria a burguesia quando a propriedade social tivesse substituído a propriedade individual (ARIÈS, 1989, p. 37). Marxismo e Teoria da História Ao questionar “Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? [...] Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu?”, Bertolt Brecht, dramaturgo marxista, procura: a) Mostrar que a China já era uma potência desde a Antiguidade, pois construiu a sua famosa Muralha. b) Apresentar grandes feitos arquitetônicos da História. c) Criticar a valorização da ação humana na História. d) Valorizar uma História feita pelas massas e não para glorificar governantes. e) Valorizar os reis na História. Interatividade Ao questionar “Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? [...] Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu?”, Bertolt Brecht, dramaturgo marxista, procura: a) Mostrar que a China já era uma potência desde a Antiguidade, pois construiu a sua famosa Muralha. b) Apresentar grandes feitos arquitetônicos da História. c) Criticar a valorização da ação humana na História. d) Valorizar uma História feita pelas massas e não para glorificar governantes. e) Valorizar os reis na História. Resposta Propagação das ideias marxistas e materialistas da História: “A concepção materialista da História”, escreveu Engels, [...] “origina-se do princípio que a produção, e com a produção a troca de seus produtos, é a base de toda ordem social; que em cada sociedade que apareceu na História a distribuição dos produtos, e com ela a divisão da sociedade em classes ou estados, é determinada pelo que é produzido, como é produzido e como o produto é trocado. De acordo com esta concepção, as causas finais das mudanças sociais e das revoluções políticas devem ser vistas, não na mente dos homens nem em seu crescente impulso em direção da eterna verdade e da justiça, mas sim nas mudanças das maneiras de produção e de troca; devem ser vistas não por meio da filosofia, mas sim da economia da época concernente” (HEILBRONER, 1996, p. 138). Influências do marxismo: novos rumos Século XIX: espaço de disputas: Pensamento crítico: socialismo utópico; socialismo científico/materialismo histórico-dialético; anarquismo (Bakunin; Proudhon; Kropotkin) e social-democracia. 1871 – a Comuna de Paris: Revolução, leis sociais e autogestão. Século XX – Marxismo e política: modelo de Estado. Revolução Russa (1917) – os Bolcheviques no poder. Lênin (1870-1924): marxismo-leninismo – a origem da União Soviética. Trotsky (1979-1940): trotskysmo versus Stalin (1879-1953): stalinismo. Influências do marxismo: novos rumos Século XX: marxismo como: Ideologia de Estado. Comunismo versus nazifascismo Partidos comunistas. Internacionais comunistas. Influências do marxismo: novos rumos Fonte: https://www.ingimage.com/stock-photo- preview/60907770/iss_3431_04598.jpg Fonte: https://www.ingimage.com/stock-photo- preview/94673996/iss_11024_01756.jpg Marxismo inglês: Para a área de teoria e de ensino de História é uma vertente importante e presente em trabalhos/manuais de grande importância nos cursos de História das universidades ocidentais. Século XX: Revolução Bolchevique, 1917 – Revolução Russa: Derrubada do czar Nicolau Romanov por uma revolução burguesa (fevereiro-março). Revolução bolchevique (outubro de 1917): Poder de Lênin e criação da União Soviética (URSS) – além de líder revolucionário foi importante teórico do marxismo. “Na concepção de Marx, como na de Hegel, a Dialética compreende o que hoje se chama de teoria do conhecimento ou gnoseologia, que deve igualmente considerar seu objeto do ponto de vista histórico, estudando e generalizando a origem e o desenvolvimento do conhecimento, a passagem da ignorância ao conhecimento” (LÊNIN, 1979, p. 20). Influências do marxismo: novos rumos Ditadura stalinista (1924-1953): Stalin versus Trotsky. II Guerra Mundial. “A partir de Stálin, o marxismo-leninismo torna-se um sistema ideológico cuja função é justificar a ditadura do partido-Estado. Dado que encarna a classe operária, dado que fez a revolução, dado que determina o curso da história, o partido comunista não pode enganar-se. O seu saber legitima o seu poder. [...] De imediato, o materialismo histórico é promovido à categoria de ciência exata, capaz de estabelecer leis permitindo conhecer o passado e prever o futuro” (BOURDÉ; MARTIN, 1990, p. 169). Ditadura stalinista Fonte: http://www.objetivo.br/conte udoonline/imagens/conteud o_4579/55.jpg. Acesso em: 26 mar. 2014. Fonte: http://www.objetivo.br/c onteudoonline/imagens/ conteudo_6928/stalin.p ng. Acesso em: 26 mar. 2014. Em 1956, Nikita Khrushchov denunciou os crimes da ditadura de Stálin – Em meio à luta de classes, o Partido Comunista ganhou um papel de importância. Estar contra ele era estar contra a revolução. Estar contra ele era estar a favor da burguesia liberal, insatisfeita com a chegada dos operários ao poder. Foi preciso “esperar o fim dos anos 1950 e o início dos anos 1960 para que as obras de A. Gramsci, O. Bauer, G. Lukács e outros autores, que mantiveram viva a reflexão marxista apesar da esclerose estalinista, sejam conhecidas e discutidas nos círculos de militantes” (BOURDÉ; MARTIN, 1990, p. 173). Críticas ao stalinismo (A. Gramsci, O. Bauer, G. Lukács). Guerra Fria. Invasões promovidas pela URSS. Críticas ao stalinismo Novas discussões para a historiografia de base marxista. “Marxistas humanistas”. Christopher Hill, Eric Hobsbawm, Edward Thompson, Perry Anderson. Para saber mais, assista: Eric Hobsbawm: The Consolations of History. Dir. Anthony Wilks Neomarxismo inglês Guerra Fria: os marxistas ingleses – distanciamento das questões políticas soviéticas. Inúmeros historiadores ingleses marxistas que trataram de avançar nas críticas e contribuições à teoria de Marx, entre eles: Christopher Hill, John Saville, Raphael Samuel, Raymond Williams, Eric Hobsbawm e Edward Thompson, pensadores que formaram, sob a influência de Maurice Dobb, o grupo dos “marxistas humanistas”. Debate dos conceitos de classe social e luta de classes. Obras para compreender o “aburguesamento” da classe operária em função da diminuição das disparidades na distribuição de renda e do aumento do poder de consumo dos trabalhadores. Grande parte desses estudos visava a compreender os motivos do contínuo antagonismoentre operários e administradores ou pessoas de classes sociais mais privilegiadas. Neomarxismo inglês Crítica ao marxismo e reforço à tradição marxista: discussão de conceitos de classe social e luta de classes com a valorização de aspectos culturais (“A formação da classe operária”). Ênfase na consciência de classe. “1957: publicação de Socialist Humanism, Thompson indicou que a dicotomia base-superestrutura levava a um modelo estático e determinista, o qual operaria de forma autônoma, independente da ação humana consciente, levando o marxismo ortodoxo a afastar-se dos homens e mulheres reais. Neste texto, já podem ser encontradas as bases da produção thompsoniana futura, a qual, rejeitando o aprisionamento ao determinismo econômico, buscava a construção de um modelo analítico que resgatasse a ação humana e a complexidade das relações socioculturais no estudo da história” (MUNHOZ, 2007, p. 154). Neomarxismo inglês – Thompson Materialismo histórico – método historiográfico: contexto intelectual e científico do século XIX; determinismo; evolucionismo; impregnou amplamente as formas de se ver a História e a Historiografia no século XX e na atualidade. Marxismo ortodoxo: limites – base/superestrutura; modelo estático e determinista; distanciamento dos homens e das mulheres reais; não considera a ação humana consciente. Neomarxismo – críticas a alguns usos do marxismo Procura de um modelo analítico que resgatasse a ação humana e a complexidade das relações socioculturais. Base econômica: mantida (críticas). “[...] às vezes chamado de ‘culturalista’, Thompson buscou desenvolver um trabalho bastante original, abrangendo a política popular, as tradições religiosas, os rituais, os hinos, as danças e as bandeiras” (MUNHOZ, 2007, p. 154). Neomarxismo Para saber mais, recomendamos assistir: Os Miseráveis; Germinal Reds e O Jovem Karl Marx Para ler: Parada, Maurício.(org.) Os historiadores clássicos da História. Vol. 2 – de Tocqueville a Thompson. Petrópolis, Ed. Vozes / PUC-Rio, 2013 (textos sobre Ranke, Marx, Collingwood, Huizinga, Marc Bloch, Braudel e Thompson). COGGIOLA, Osvaldo (org.) Marx e Engels na História. São Paulo: Humanistas, 1996. Para saber mais Podemos considerar que na perspectiva do neomarxismo inglês: a) É valorizada a ação do indivíduo na construção de leis gerais da História. b) O essencial é respeitar a ortodoxia e estudar os modos de produção e os partidos políticos. c) Enfatiza a importância da base econômica e da superestrutura. d) Busca compreender a importância dos aspectos culturais na construção da consciência de classe. e) Desconsidera completamente a tradição marxista do século XIX. Interatividade Podemos considerar que na perspectiva do neomarxismo inglês: a) É valorizada a ação do indivíduo na construção de leis gerais da História. b) O essencial é respeitar a ortodoxia e estudar os modos de produção e os partidos políticos. c) Enfatiza a importância da base econômica e da superestrutura. d) Busca compreender a importância dos aspectos culturais na construção da consciência de classe. e) Desconsidera completamente a tradição marxista do século XIX. Resposta ARIÈS, P. O tempo da história. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. BOURDÉ, G.; MARTIN, H. As escolas históricas. Portugal: Publicações Europa-América, 1990. CHAUÍ, M. A história no pensamento de Marx. In: A teoria marxista hoje. Problemas e perspectivas. São Paulo: Clasco, 2007. HEILBRONER, R.; MILBERG, W. A construção da sociedade econômica. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. MARX, K. H.; ENGELS, F. O manifesto comunista. Ebooks Brasil, 1999. Referências MUNHOZ, S. J. Fragmentos de um possível diálogo com Edward Palmer Thompson e com alguns de seus críticos. Revista de História Regional, v. 2, n. 2, 2007. NETTO, J. P. Relendo a teoria marxista da história. In: SAVIANI, D.; LOMBARDI, J. C.; SANFELICE, J. L. História e história da educação: o debate teórico-metodológico atual. Campinas: Autores Associados, 1998. REIS, J. C. A História entre a filosofia e a ciência. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/viewFile/9456/6888 Referências ATÉ A PRÓXIMA!