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Prof. Esp. Engª. Agrª. Greice Corrêa greice.correa@colaborador.ifmt.edu.br INTRODUÇÃO A AGRONOMIA “AGN 105” Aula 2 – CREA ✓ Sistema CONFEA/CREA; ✓ Responsabilidade pelo ato profissional; ✓ Registro no conselho profissional; ✓ O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia; ✓ Câmaras especializadas e comissões permanentes; ✓ A Resolução 1.048/2013. AULA 02 O Conselho de fiscalização de exercício profissional Sistema CONFEA/CREA ou CREA, simplesmente, como é mais conhecido É o mesmo órgão que cuida dos engenheiros civis, pois ele abrange todas as engenharias, além de outras profissões da área tecnológica. E quando pensamos em todas as engenharias, devemos nos lembrar principalmente daquelas que estão muito próximas, como a Engenharia Florestal e a Engenharia Agrícola, por exemplo, que estão igualmente dentro da atuação do CREA. @ Engenheir@ agrônom@ Tem um órgão que cuida da profissão… • O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA existe desde 1933, quando foi criado por lei, já tendo passado, inclusive, por algumas reordenações jurídicas. • Registro e fiscalização do exercício e da atividade profissional das áreas de Engenharia, Agronomia e demais profissões do sistema CONFEA/CREA’s; Um conselho federal é uma autarquia do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e todas as profissões devem ter um órgão, sempre vinculado ao ministério, que regule o exercício profissional. Sistema CONFEA/CREA ou CREA Atualmente, se rege pela Lei 5.194, de 1966. É preciso compreender que os conselhos profissionais existem para aa defesa dos interesses da sociedade e não dos profissionais. A defesa dos interesses dos profissionais em si deve ser feita por sindicatos e/ou associações. Quando alguém procura um serviço de um profissional, esse demandante tem que ter a certeza de que aquele profissional está de fato preparado para aquele procedimento, ou seja, que ele possui a competência profissional adquirida e desenvolvida no curso em que se formou. Para a realização de uma obra civil, ou um tratamento de saúde especifico, não importa, a sociedade tem que ter a garantia de que aquele profissional está apto a fazer aquilo e, mais do que isso, de que existe a responsabilidade pelo ato profissional, ou seja, aquele profissional torna-se responsável pelo que fez. Vamos ver como tudo isso funciona de verdade? Assim, um agroquímico receitado por um engenheiro agrônomo, para ser aplicado numa plantação par controlar, baixo do nível de dano econômico, uma praga de insetos daquela determinada cultura agrícola, envolve a responsabilidade profissional do agrônomo que prescreveu aquela receita, e ele poderá responder criminalmente em caso de eventuais problemas decorrentes de sua receita ou prescrição. Dessa mesma forma que um engenheiro civil responde na justiça caso uma ponte projetada por ele dessabe, ou um médico que pode ser processado por “erro médico” em algum tratamento mal sucedido por culpa dele. Essa responsabilidade pelo ato profissional derivou da criação da ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, que é um instrumento de controle em que cada serviço ou contrato de serviço que exija a atuação técnica de um profissional do CREA deve ser oficialmente anotado, sendo um valor recolhido (pago) pela emissão da ART. Todas as ART’s emitidas pelo profissional são cadasstr4adas e formam o Acervo Técnico desse profissional, que servirá como um curriculum de suas atividades exercidas. ART Responsabilidade pelo ato profissional Os conselhos profissionais, então, devem se preocupar com a sociedade que utilizará o serviços daqueles profissionais. Ninguém pode exercer uma profissão sem estar devidamente registrado em seu respectivo conselho profissional. REGISTRO NO CONSELHO PROFISSIONAL CREA As universidades formam, mas são os CREA’s que habilitam o exercício profissional Quando um profissional encerra seus estudos e se forma, ou cola grau, ele torna-se bacharel naqueles estudos, no nosso caso torna-se bacharel em agronomia, mas este não pode exercer a profissão antes de se registrar no conselho profissional. O CREA verificará se ele foi aprovado, quais disciplinas cursou, se cumpriu todas as cargas horárias, se o curso está devidamente autorizado a funcionar pelo MEC (Ministério da Educação), enfim, verificará se aquele bacharel realmente pôde aprender e desenvolver as competências profissionais necessárias e indispensáveis. É no âmbito do conselho regional que tudo acontece, e cada profissional deve se registrar no estão em que atua. Basicamente, há três tipos de transito profissional: ✓ Nacional ✓ Profissionais diplomados no Brasil querendo trabalhar no exterior ✓ Profissionais diplomados no exterior querendo trabalhar no Brasil Cada estado possui um conselho regional denominado CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. CREA - MT Nacional Um profissional que pretende atuar em uma unidade da federação que não seja a de seu registro, deve visar seu registro no Crea em que for trabalhar. Por exemplo, se um profissional que ao se formar se registrou no Crea-RJ for contratado para executar uma obra em Florianópolis, ele deverá requerer visto no Crea-SC (Art. 58 da Lei nº 5.194/1966). Para saber sobre os procedimentos de emissão de visto, o interessado deve procurar o Crea do estado onde exercerá suas atividades profissionais. Profissionais diplomados no Brasil querendo trabalhar no exterior Está em vigor um termo de reciprocidade assinado pelo Confea e pela Ordem de Engenheiros de Portugal (OEP) que permite aos profissionais da engenharia brasileiros e portugueses requererem o registro recíproco. O documento isenta os brasileiros de presarem as provas de admissão que a OEP exige dos candidatos portugueses, e esses, por sua vez, não precisam revalidar seu diploma português junto ao Ministério da Educação brasileiro para atuar no país. Profissionais diplomados no exterior querendo trabalhar no Brasil Independentemente da nacionalidade do profissional, se ele quiser atuar no país, ele deve ter seu registro no Crea. O primeiro passo que ele deve dar é revalidar seu diploma em alguma instituição de ensino brasileira. Mais informações sobre revalidação de diplomas estrangeiros no Brasil estão disponíveis no site do Ministério da Educação. Com o diploma devidamente revalidado, legalizado pela autoridade consular brasileira e traduzido por tradutor público juramentado, o profissional pode dar entrada no Crea com o requerimento para registro profissional e, assim, exercer legalmente a profissão no país. Há duas situações possíveis de registro: do profissional que tenha o visto permanente no país; e o do profissional com contrato de trabalho no Brasil cujo visto é temporário. Funcionalidades da carteira profissional Com a proposta de ser moderna e versátil, a carteira de identidade profissional do Sistema Confea/Crea – implantada em 2014 a partir da resolução 1059 – é considera um “cartão inteligente” que dispõe de instrumentos digitais incorporados e facilmente acessíveis junto ao site do Confea, os quais possibilitam armazenar os dados profissionais. Com o microchip PKI, o documento permite a inserção de certificado digital para possibilitar a assinatura de documentos de forma online. Com isso, o profissional pode realizar procedimentos eletronicamente, de uma forma segura e rápida. Já a tecnologia de QR Code também permite ao público em geral ter acesso rápido para a verificação da regularidade do registro profissional. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) é uma autarquia, dotada de pessoalidade jurídica de direito público, com sede e foro na cidade de Cuiabá, que exerce o papel institucional de primeira e segunda instância, verificando, orientando e fiscalizando o exercício e a atividade das profissõesabrangidas pelo Sistema Confea/Crea: Engenheiros, Agrônomos, Geólogos, Geógrafos, Meteorologistas. Entidades de Classe ligadas aos conselhos As Entidades de Classe são instituições e natureza política, cultural, civil e jurídica próprias, sem fins lucrativos, constituídas para prestar serviços aos seus associados, que se dedicam a debater questões decisivas para os profissionais em torno das quais se constituem, visando ao aprimoramento das profissões. Estão ligadas ao CREA-MT 23 entidades de classe. Até 2010 as siglas CONFEA e CREA abrangiam a palavra “arquitetura”… …mas os arquitetos propuseram criar um conselho profissional próprio e saíram do sistema CONFEA/CREA que permanece com todos o engenheiros (civil, sanitarista, segurança do trabalho, químico, agrônomo, agrimensor e outros), além dos, geólogos, geógrafos e meteorologistas. Por isso, alguns documentos mais antigos ainda podem apresentar a palavra “arquitetura”, sem que isso represente qualquer problema. As profissões de técnico industrial e técnico agrícola, que atualmente contam com mais de 600 mil profissionais no Brasil oriundos das antigas escolas técnicas, hoje chamadas de Institutos Federais, foram inicialmente regulamentadas pela Lei nº 5.524/1968 e pelo Decreto nº 90.922/1985. Pelo decreto, esses profissionais só poderiam exercer suas atividades depois do registro em conselho profissional, que até então não existia, sendo que o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) estava desempenhando a normatização dessas duas categorias. Foi promulgada a Lei nº 13.639, de 26 de março de 2018, que criou o Conselho Federal dos Técnicos Industriais, o Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas, e os seus respectivos Conselhos Regionais. Em 2018… Câmaras Especializadas que abrangem as modalidades profissionais por grandes temas. Para cuidar de mais de uma centena de modalidades diferentes de engenharias, tecnólogos, geógrafos e outros, os CREA’s possuem as Câmaras Especializadas. Uma dessas câmaras é a Câmara Especializada de Agronomia (CEA), que é o foro principal de acompanhamento, discussão, regulamentação e julgamento de processos no âmbito da nossa profissão de engenheiros agrônomos. Dessa forma, os profissionais da Agronomia submetem-se à câmara de Agronomia, que cuida especificamente dos assuntos relacionados a nossa categoria profissional. Câmaras Especializadas As câmaras especializadas são os órgãos decisórios da estrutura básica do Crea que tem por finalidade apreciar e decidir sobre os assuntos relacionados à fiscalização do exercício profissional e, sugerir medidas para o aperfeiçoamento das atividades do Conselho Regional, constituindo a primeira instância de julgamento no âmbito de sua jurisdição, ressalvando o caso de foro privilegiado. As câmaras especializadas são constituídas na primeira Plenária ordinária do ano, de acordo com a proposta de renovação do terço Plenário aprovado pelo Confea, sendo composta por no mínimo três conselheiros regionais da mesma modalidade profissional. Os trabalhos da câmara especializada são conduzidos por um coordenador e por um coordenador-adjunto, eleitos em reunião de sua instalação. Cada câmara dispõe de apoio técnico e administrativo da estrutura auxiliar do Conselho para que possam exercer suas atribuições. COMISSÕES PERMANENTES A comissão permanente é o órgão deliberativo de suporte do CREA, instituído pelo Plenário, que tem por finalidade auxiliá-lo no desenvolvimento e atividades contínuas relacionadas a um tema específico de caráter legal, técnico ou administrativo. Cabe às comissões, entre outras atividades, analisar e instruir processos, elaborar propostas de plano de trabalho e presta contas ao Plenário. Atualmente, o Conselho tem 04 comissões: Comissão de Legislação e Normas – aprecia assuntos de caráter normativo. Comissão de orçamento e Tomada de Contas – aprecia assuntos de caráter econômico e financeiro. Comissão e Ética Profissional – analisa as infrações ao código de Ética dos profissionais. Comissão de Renovação do Terço – elabora proposta de renovação do terço da composição do Plenário. COMISSÕES ESPECIAIS A Comissão Especial é o órgão instituído pelo Plenário quando há necessidade, pois sua finalidade é auxiliar os órgãos da estrutura básica no desenvolvimento de atividades e caráter temporário, relacionadas a um tema específico que pode ser de caráter legal, técnico ou administrativo. No CREA estão instaladas 07 comissões especiais: ✓ Comissão do Mérito ✓ Comissão de Ensino ✓ Comissão de acessibilidade ✓ Comissão de Bens Inservíveis ✓ Comissão do Crea Júnior ✓ Comissão Eleitoral Regional ✓ Comissão de Meio Ambiente Sindicatos e Associações dos Engenheiros dento do Sistema CONFEA/CREA São instituições que agregam assuntos de interesse da classe e defendem os direitos dos profissionais, têm função mais trabalhista e política, mas que, não obstante, possuem assento nas Plenárias dos CREA’s que são colegiados compostos por conselheiros, que se renovam em 1/3 a cada ano. As plenárias tratam de assuntos que ultrapassam as competências das Câmaras Especializadas, e constituem-se na segunda instancia de julgamento de processos, garantindo assim direitos e ampliando outros, no que diz respeito à vida dos profissionais dentro do sistema. As Associações de Engenheiros Agrônomos, do sistema CONFEA/CREA ▪ Para além do sindicato, existe uma em cada estado, e todas estão unidas numa confederação nacional. ▪ A Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – CONFAEAB é uma instituição tradicional, promotora do importantíssimo Congresso Brasileiro de Agronomia, que anualmente congrega todos os agrônomos do país. ▪ Além disso, a associação luta com galhardia na defesa dos interesses dos agrônomos e da Agronomia, sendo uma instituição respeitadíssima. Assimile… • Conselho Profissional – É um órgão oficial pertencente ao serviço público federal, vinculado ao Ministério do Trabalho. Visa defender a sociedade, tem o poder de conferir as atribuições profissionais; • Sindicato – é um órgão privado, mas oficializado pela CLT (consolidação das Leis o Trabalho) e registrada no Ministério do Trabalho. Representa a classe perante os órgãos patronais em assuntos trabalhistas; • Associação – É um órgão privado constituído livremente pelos profissionais no intuito de defender seus interesses, tanto específicos quanto difusos. Mais antigos que o próprio CREA Para sua informação, a profissão agronômica foi uma das primeiras profissões regulamentadas no Brasil, pois isso ocorreu em 1933, através do Decreto 23.196, de 12 de outubro daquele ano. • Atualmente, a normativa legal que rege a profissão é a Resolução 1048 do CONFEA, de 14 de agosto de 2013, que consolida as atividades de todos os profissionais vinculados ao sistema CONFEA/CREA; • Estabelecendo cinco áreas de atuação, oito atividades e 68 atribuições, deixando aberta a possibilidade de existirem outras atribuições não elencadas na resolução. • Elencar tantas atribuições foge ao objetivo desta aula, entretanto, devemos saber que entre aquelas 68 atribuições, as primeiras 24 são as de maior aderência à prática agronômica, e vale a pena conhece-las. Além da Resolução 1.048/2013, que trata profundamente das atribuições temos a Resolução 1.010/2005, • Importantíssima, que abre a possibilidade de um profissional expandir suas atribuições profissionais junto ao CREA, mediante a frequência de cursos de pós- graduação, tanto Stricto sensu como Latu sensu. • Existem várias normas e exigências para isso, mas isso pode ser muito importante para o desenvolvimento profissional específico de alguns agrônomos. Avançando na prática… Será que você possui atribuições legais para isso tudo? Vamos supor agora a seguinte situação: Você está formado, é um engenheiro agrônomo plenamente apto , registrado no CREA, ealguém quer contratá-lo para projetar e construir algumas obras na propriedade rural, entre elas: - um galpão para guardar tratores; - outo galpão com instalações completas para um aviário destinado à criação de frangos para engorda; - e uma residência de 200 m2 para o encarregado do aviário. ✓ No caso do galpão para os tratores e do aviário, até que você nem tem muita dúvida, pois construções rurais são atividades típicas de um engenheiro agrônomo, mas no caso da casa? ✓ Nem tanto pela metragem, mas por tratar-se de uma construção destinada à moradia de pessoas, seres humanos. Você ficou meio inseguro? Pode ou não pode? A Resolução 1.048/2013 em seu artigo 1º … estabelece exatamente o objetivo da mesma, qual seja, o de consolidar as áreas de atuação, as atribuições e as atividades dos engenheiros agrônomos ou agrônomos, engenheiros civis, engenheiros industriais, engenheiros mecânicos, engenheiros elétricos, engenheiros de minas, engenheiros geógrafos ou geógrafos, agrimensores, engenheiros geólogos ou geólogos e meteorologistas, nos termos das leis, dos decretos-leis e dos decretos que regulamentam as profissões. Vamos verificar o que diz a norma da lei: As alíneas 3, 6 e 7 do artigo 2º da Resolução 1.048/2013 do CONFEA dizem o seguinte: ▪ III – estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica; ▪ VI – direção de obras e serviços técnicos; ▪ VII – execução de obras e serviços técnicos. E na alínea 27 do artigo 3º da mesma resolução está escrito: ▪ XVII – construções rurais, destinadas a moradias ou fins agrícolas. Viu só? Pode. O engenheiro agrônomo pode projetar, dirigir e executar qualquer construção, incluindo residências, mas essas obras devem estar localizadas exclusivamente na zona rural e devem ter cunho exclusivamente agropecuário. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6: Vamos ver como tudo isso funciona de verdade? Slide 7 Slide 8 Slide 9: As universidades formam, mas são os CREA’s que habilitam o exercício profissional Slide 10 Slide 11: Nacional Slide 12: Profissionais diplomados no Brasil querendo trabalhar no exterior Slide 13: Profissionais diplomados no exterior querendo trabalhar no Brasil Slide 14: Funcionalidades da carteira profissional Slide 15 Slide 16: Entidades de Classe ligadas aos conselhos Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20: Câmaras Especializadas Slide 21: COMISSÕES PERMANENTES Slide 22: COMISSÕES ESPECIAIS Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33
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