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EXCELENTISSÍMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 3° VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO GONÇALO – RIO DE JANEIRO. 
Processo n° xxxxxx..xx.xxx
CARLOS, já devidamente qualificado nos autos do processo, vem através de sua advogada e procuradora, respeitosamente á presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal, em razão da sentença condenatória acomodada em 04 (quatro) anos e 09 (nove) meses. 
Nestes termos, pede-se deferimento. 
São Gonçalo – Rio de Janeiro, 05 de junho de 2023
__________________________________
ADVOGADO(A) / OAB-RJ n° xxx.xx
EXCELENTISSÍMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 
Recorrente: Carlos; 
Recorrido: Ministério Público;
Autos n°: xxxxx.xxx.xx 
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça; 
Colenda Câmara; 
I- DOS FATOS 
Carlos, que foi denunciado com as sanções penais dos artigos 302 e 303 da lei 9.503/97, como dispõe a denúncia, na data de 08 de julho de 2017, fora acusado de excesso de velocidade, após colidir com um veículo que estavam Júlio e Mário, que na presente data tinham 9 (nove) anos, onde foi causado lesões que resultaram no falecimento de ambos, além de que em decorrência da mesma colisão, Pedro que passava pelo local com sua bicicleta foi atingido, o mesmo foi socorrido, mas após atendimento medido no hospital público, se retirou do local. No decorrer do processo foi realizado o exame pericial nos automóveis e no local no qual foi constado que, não houve excesso de velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco na pista. O exame pericial, todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do automóvel, o que poderia ter contribuído para o resultado. Todavia o Juiz totalmente procedente a pretensão punitiva do Estado e apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação do apelante em razão da imperícia. 
No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal, e, com relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no art. 61, II, alínea h do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 meses. Ficando a pena acomodada em 04 anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do art. 44, I, do CP, sendo fixado o regime inicial fechado de cumprimento de pena, com fundamento na gravidade em concreto da conduta. 
II- DO DIREITO 
1.1 DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Convém destacar que, no que tange ao crime de lesão corporal praticada pela colisão do veiculo automotor, que teria como vitima Pedro, visto que não houve representação e nem interesse por parte da vítima, condição que é indispensável para o oferecimento da denúncia por parte do Ministério público. Na qual haveria lesão corporal na direção de veículo automotor, em que, em regra, a ação é pública condicionada à representação, transformada, por expressa disposição de lei, art. 291, §1º da Lei 9.503/97, (CTB), em ação penal pública incondicionada. 
 Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
 § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)
 I - Sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
 II - Participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
 III - Transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008). 
O art. 88 da Lei 9.099/95 determina que nos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas a ação penal dependerá de representação da vítima, o que, foi excepcionado pelo legislador no que tange aos delitos de trânsito. Consta que Pedro nunca compareceu na Delegacia e nem em juízo, não havendo qualquer circunstância a indicar que ele tinha interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente. Dessa forma, passados mais de 06 meses da identificação da autoria, houve decadência, nos termos do Art. 38 do CPP, o que funciona como causa de extinção da punibilidade, conforme Art. 107, inciso IV, do CP.
 Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
 Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. 
1.2 ABSOLVIÇÃO DO APELANTE 
Tendo em vista que a própria sentença reconhece que não houve imprudência por parte do réu em razão do excesso de velocidade, assim como a perícia acostada ao procedimento. Não havendo prova da conduta imputada na denúncia, restaria a absolvição, nos termos do art. 386, VII do CPP. 
 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
 VII - não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Cabe mencionar que não poderia o magistrado ter condenado com fundamento de que houve imperícia na direção do veículo, tendo em vista que tal conduta não foi narrada na denúncia, violando o princípio da correlação, o qual representa uma das mais relevantes garantias do direito de defesa, visto que assegura a não condenação do acusado por fatos não descritos na peça acusatória, sendo certo que o Ministério Público não aditou a inicial acusatória em momento adequado. Desta senda, não sendo comprovado o fato imputado na denúncia, a absolvição é medida que se impõe. 
1.3 AFASTAMENTO DA AGRAVANTE 
No que tange ao processo de dosimetria da pena, primeiro cabe explanar sobre o afastamento do agravante conforme art. 61, inciso II, alínea h do CP. Tendo em vista que tal agravante somente pode ser aplicado aos crimes dolosos. Quis a lei punir mais severamente aquele que, dolosamente, pratica crime contra criança. Na hipótese de crime culposo, não há que se falar em agravante, sob pena de adotarmos a responsabilidade penal objetiva.
1.4 AFASTAMENTO DO RECONHECIMENTO DO CONCURSO MATERIAL DE CRIMES
Conforme a denúncia, teria ocorrido o concurso, já que com uma única conduta o agente teria causado mais de um resultado. Assim, aplica-se a regra do art. 70° do CP, ou seja, as penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, em detrimento do artigo 69 do CP: “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquele”, devendo haver exasperação da pena mais grave e não soma das penas aplicadas. 
 Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se aação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
1.5 AFASTAMENTO DO REGIME MAIS SEVERO 
Desta forma, cumpre requerer o afastamento do regime mais severo, seja aplicando-se o regime aberto ou semiaberto, pois o art. 33, caput do CP: “A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado”, não admitindo, em nenhuma hipótese, que seja aplicado regime inicial fechado ao crime punido unicamente com pena de detenção, como ocorre nos crimes culposos da Lei 9.503/97.
 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
III- DOS PEDIDOS 
Por tudo que dos autos consta, requer a reforma da r. sentença condenatória, sendo imprescindível a imposição da absolvição ao caso em tela, alicerçado no art. 386, inciso VII do CPP. 
Por estas razões, requer o conhecimento e provimento do presente Recurso de Apelação.
Nestes termos, pede-se deferimento.
 
São Gonçalo-RJ, 05 de junho de 2023
_______________________________
Advogado(a) / OAB n° xxx.xx

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