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Daiane Cristina Silva Machado - TCC

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Faculdade Porto União/ Grupo FAVENI
Música
Daiane Cristina Silva Machado
	
MUSICALIZAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
 
Diamantina/MG
2023
MUSICALIZAÇÃO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Daiane Cristina Silva Machado[footnoteRef:2] [2: trompetemachado@hotmail.com] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO
O ensino da música no Brasil remonta ao período da colonização, com a vinda dos jesuítas para a colônia. No que se relaciona ao regime militar brasileiro, ideologicamente, a música foi usada para resgatar a cultura nacional, a moral, a valorização do nacionalismo, os valores morais da prática cristã, o princípio da autoridade, combatendo o comunismo e o liberalismo econômico. A música pode produzir um estado de maior flexibilidade, abrindo caminhos para fantasias, estreitando laços nas relações sociais, além de estimular a criatividade nos indivíduos. Para tanto, esse trabalho tem o objetivo geral de identificar a influência da música como transformadora de comportamentos. Como objetivos específicos se elencaram: identificar, à luz do conhecimento científico, a influência da música no cérebro; conhecer como acontece a musicalização para pessoas com deficiência visual.
PALAVRAS-CHAVE: Deficiência; Visual; Música; Cultura.
1 INTRODUÇÃO
A educação musical se defronta com situações peculiares e diferentes práticas realizadas nas escolas de ensino regular. Tais práticas metodológicas diversas, fazem com que a educação musical esteja envolvida no contexto mais amplo da educação a partir da “pluralidade que não significa renunciar à identidade e não pode, em caso algum, justificar a dispersão, a falta de rigor ou a superficialidade científica” (PIMENTA, 2000, p. 12). 
A educação musical tem enfrentado problemas quanto a falta de sistematização do ensino de música nas escolas de educação básica. Este trabalho discute a música como instrumento para a pessoa com deficiência visual. O trabalho se justifica pelo fato de existirem poucas pesquisas em relação ao assunto, além de representar um fenômeno que envolve a pessoa com deficiência.
O objetivo geral da pesquisa foi identificar a influência da música como transformadora de comportamentos. Como objetivos específicos se elencaram: identificar, à luz do conhecimento científico, a influência da música no cérebro; conhecer como acontece a musicalização para pessoas com deficiência visual.
A metodologia se traduz em uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório, com estratégia bibliográfica e documental. Esta pesquisa caracteriza-se quantos aos fins como descritiva com procedimento bibliográfico e documental. (VERGARA, 1997). 
A pesquisa foi de cunho bibliográfico, fazendo-se uso de livros e outros materiais teóricos. A metodologia que fundamentou a pesquisa contribuiu para a delimitação dos métodos e técnicas que direcionaram a proposta deste trabalho. Para tanto, realizou-se revisão bibliográfica fundamentada nas literaturas acadêmicas de língua portuguesa, inglesa e espanhola, nas Bases de dados do Scientific Electronic Library Online - SCIELO, em livros e demais materiais bibliográficos que fundamentaram esta pesquisa. Segundo Cervo, Bervian e da Silva (2007, p.61), a pesquisa bibliográfica “constitui o procedimento básico para os estudos monográficos pelos quais se busca o domínio do estado da arte sobre determinado tema”.
2 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO CÉREBRO E NA FUNÇÃO COGNITIVA
A música pode ser definida como uma combinação de sons rítmicos, harmônicos e melódicos, sendo classificada, ainda, como uma sucessão de sons que se organizam com equilíbrio e proporção. Ao longo da história, a música vem sendo estudada a partir de sua inserção em situações diferenciadas, abordada como forma de expressão, comunicação e meditação, podendo ser usada para prevenir e reabilitar a saúde (CORRÊA, 2011).
Nos últimos anos, pesquisas procuram identificar o potencial benéfico da música para o organismo humano, auxiliando no equilíbrio físico e mental. Estudo de Abraham e Drory (2014), afirma que ouvir música estimula o desenvolvimento do cérebro, influenciando os estímulos cerebrais, fato que pode ser observado por meio das mudanças funcionais e topográficas que ocorrem na atividade cerebral em exames de neuroimagem (MUSZKAT, 2012; CORRÊA, 2011).
Estudo de Blood e Zatorre (2001), sobre a influência da música no cérebro examinou mudanças do fluxo de sangue no cérebro, relacionadas com as respostas afetivas à música, evidenciando que determinadas partes do cérebro que processam a emoção ficam mais ativas quando se ouve música.
Por esse ângulo, se observa que a música é capaz de modular as emoções, sendo definida como o som organizado por meio da melodia, ritmo e harmonia que se combinam de maneiras complexas de forma a produzir um efeito biológico no ouvinte (LEVITIN, 2010). 
A capacidade de aprendizagem habilita a reconhecer e produzir linguagem (HAUSER et al. 2002). Essa capacidade de aprender é importante para a sobrevivência, para a atenção, a memória, reconhecer vozes e instrumentos musicais. Ouvir música é uma prática comum, sendo antiga sua produção (SALIMPOOR, 2015, et al.). 
Os sons musicais emocionam o homem, sendo uma relação prazerosa. A música tem o objetivo de emocionar, recordar, e induzir aspectos positivos e negativos desejados da vida humana. Uma das principais preocupações dos compositores e músicos está em provocar emoções (LEVITIN, 2010).
Os sons, timbres e nuances são modelados pelos compositores e intérpretes para atender às expectativas das emoções do ouvinte, que giram em torno do que sabemos inconscientemente que irá ocorrer na música (LEVITIN, 2010; SALIMPOOR, et al., 2015). Por esse ângulo, o encéfalo prevê situações de recompensa ao passo que libera dopamina em resposta ao prazer ocasionado pela música. A dopamina, neurotransmissor da recompensa, atua durante as previsões que o cérebro faz ao apreciar música, atuando, também, em processos ligados a aprendizagem, memória, sono e humor. (SALIMPOOR, et al., 2015). 
A música, além de ser usada para diversão atua na formação cognitiva, linguística e social dos indivíduos. Muszkat (2012) afirma que a música favorece a ativação dos neurônios espelho, um grupo de células relacionadas com os comportamentos empáticos e sociais. A música tem potencial para reorganizar e redimensionar o cérebro. Nesse sentido, novas pesquisas na área de ciências contribuíram para o estudo da inteligência a partir da teoria cognitiva e da neurociência.
Hoje sabemos que um neurônio compete com outro pelo próprio mundo, pela experiência, pela novidade. Essa visão é a que chamamos “neografinismo neuronal”, em busca da experiência. Sabemos que a música ajuda nessa reorganização, aumenta a competência de várias áreas do cérebro emocional, do cérebro motor e do cérebro sensorial de uma maneira ímpar. (MUSZKAT, 2012. p.73).
Muszkat (2012) assevera que a exposição prolongada ao estilo musical considerado prazeroso aumenta a produção de neurotrofinas, peptídeos encontrados no sistema nervoso central-SNC, produzidas no cérebro em situações de desafio, prolongando a sobrevivência de neurônios, além de favorecer mudanças de padrões de conectividade na chamada plasticidade cerebral. Corroborando com o pensamento de Muszkat (2012), Weigsding e Barbosa (2014), asseveram que a música.Mais do que qualquer outra arte, tem uma representação neuropsicológica extensa, com acesso direto à afetividade, controle de impulsos, emoções e motivação. Ela pode estimular a memória não verbal por meio das áreas associativas secundárias as quais permitem acesso direto ao sistema de percepções integradas ligadas às áreas associativas de confluência cerebral que unificam as várias sensações. Exemplo pode ser dado referindo-se à sensação gustativa, olfatória, visual e proprioceptiva as quais dependem da integração de várias impressões sensoriais num mesmo instante, como a lembrança de um cheiro ou de imagens após ouvir determinado som ou determinada música. O conjunto dessas atividades motoras e cognitivas envolvidas no processamento da música é chamado de função cerebral. (WEIGSDING; BARBOSA. 2014. p.48)
Com relação à influência da música, onde Muszkat (2012), assevera que a exposição à música desde cedo contribui para a construção de um cérebro biologicamente mais conectado, competente e criativo. Por esse ângulo, crianças expostas a ambientes ricos sensorialmente apresentam maior atividade nas áreas associativas cerebrais, produzindo novos neurônios no hipocampo. 
Assim, o cérebro tanto é afetado pela música, quanto afeta a inteligência, pois a interpretação musical é fruto da criação, da emoção e do planejamento. A inteligência é uma capacidade que se desenvolve por meio da representação mental, estabelecendo um processo entre as informações captadas e as sinapses neurais. Assim, a inteligência envolve a habilidade para raciocinar, planejar, solucionar problemas, pensar abstratamente, aprender pelas experiências (GOTTFREDSON, 1997). Sendo que a inteligência reflete ampla e profunda capacidade para compreender o ambiente que nos rodeia, dando sentido as coisas (BARBALHO, 2008).
3. MÚSICA E A DEFICIÊNCIA VISUAL
. Louis braille criou o sistema de grafia Braille e também da musicografia. Ao estudar no Instituto Nacional, em Paris, Braille realizou adaptações na metodologia de ensino para cegos da referida instituição, criando seu próprio método de escrita: o Sistema Braille. Na mesma acepção, Louis adaptou o mesmo sistema para a leitura e escrita musical, dando origem à musicografia braille.
O esquema para leitura e compreensão da musicografia braille é o mesmo do braille: são seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas verticais e paralelas de três pontos cada uma que podem formar 63 caracteres diferentes. O sistema Barbier foi inventado pelo oficial do exército francês Charles Barbier. Era utilizado por militares franceses para se comunicarem no escuro, durante a guerra ou em exercícios de simulação de combate. Constituía-se por 36 sinais em alto relevo correspondentes aos 36 fonemas da língua francesa. O sistema braille é polivalente, ou seja, os mesmos caracteres podem representar letras, símbolos matemáticos, símbolos musicais, símbolos de química, entre outros. Estas combinações são lidas da esquerda para a direita, assim como na leitura convencional. (TUDISSAKI, 2014, p. 74).
O conjunto de seis pontos é chamado de cela braile, sendo enumerados, como se pode observar na figura 1 abaixo:
Figura 1 – Seis pontos da cela braille
Fonte: Gil (2000).
Podemos observar que na escrita, a forma da altura das notas muda com a calve e a posição em que para. Podemos observar conforme figura 2:
Figura 2 – Notas musicais em braille
Fonte: Giesteira (2013).
No ano de 2004, foi publicado no Brasil o Novo Manual Internacional de Musicografia Braille, baseado em pesquisas do Subcomitê sobre musicografia braille da União Mundial de Cegos (UMC). Conforme as informações iniciais da obra: 
[...] [trata-se de uma] sequência do conjunto de manuais publicados após as conferências de Colônia (1888) e Paris (1929 e 1954), este novo manual reúne as resoluções e decisões tomadas pelo Subcomitê da UMC nas conferências e oficinas, realizadas entre 1982 e 1994. Os acordos firmados abrangem principalmente os seguintes temas: símbolos de clave, baixo cifrado, música para guitarra, símbolos de acorde, notação moderna e muitos outros símbolos individuais. O presente manual inclui ainda material dos países do Leste europeu que não estiveram presentes na conferência de 1954, 79 que pressupõe um aperfeiçoamento em relação aos manuais publicados em Moscou, nos anos setenta e oitenta (MAYER-UHMA, 2004, p. 7).
Nas músicas em notação da musicografia braille apresentam a maioria dos símbolos musicais (indicações das notas, ritmo, acordes, articulações, dinâmicas, entre outros), assim como os símbolos empregados em qualquer partitura musical, sendo organizado a partir de acordos internacionais como o que estabelece o novo manual.
4. MÚSICA E SEUS BENEFICIOS 
Os poderes que a música transmite pode também ser perspectiva da psicologia da inteligência, a qual atribui forte importância ao desenvolvimento cognitivo do ser humano diante das emoções, sendo que esta está ligada aos sentimentos, podendo e devendo serem estimulados pela música, o que afeta diretamente a questão do prazer e da química ligada ao cérebro, ocasionando repostas comportamentais. 
Levando isso em conta, que seja a mudança comportamental, podemos concluir que a música pode levar a sua alteração, colaborando para uma modificação quase que geral do indivíduo em sua perspectiva de vida, ou seja, temos aqui uma nova visão de mundo ligada a arte e podendo então desenvolver além da musicalidade, o desenvolvimento motor e intelectual, gerando assim possibilidades ligadas a dança, ao canto, a criação de forma geral.
Podemos afirmar que a música de forma geral provoca diversas reações, tanto psicológicas como fisiológicas, tornando possível uma melhor comunicação para si e para os outros, trazendo alterações para o dia-a-dia dos indivíduos. Diante da capacidade de cada um, ou seja, individuais ligadas a musicalização, outro efeito no desenvolvimento seria a verbalização, sabendo-se que para os deficientes visuais, a exposição de suas emoções quase nunca é fácil, quando mais a transmissão para outros indivíduos. Torna-se complexo falar de si, de seus sentimentos, podendo a música apresentar outro caminho para esse conhecimento, também pela dança e pela canção.
Ainda existe um grande debate acerca da forma de absorção da música pelo ser humano, havendo diversos estudos na área que tentam compreender de que forma o cérebro recebe essas informações repassando pela musicalidade, mas é certo que esta afeta de forma geral o organismo humano, bem como sua psique, elaborando diversas conexões com o mundo a nossa volta, possuindo um forte efeito sensorial neural, elaborando um ponto entre o ouvido e diversos outros sentidos do corpo.
Podemos observar que a música afeta o corpo de forma generalizada, podendo ser comparado com uma forma de um instrumento de ressonância. A música possui estruturas matemáticas que são decodificadas pelo nosso desenvolvimento neural em torno de um necessário código de ligação com o ouvido, se tornando um esforço complexo mental e não apenas e tão somente auditivo como seria em um primeiro momento.
Segundo Sekeff (2002), a atividade musical envolve todas as áreas possíveis do cérebro, sendo o ouvido uma mera porta de entrada para as vibrações sonoras, as quais vão diretamente ao interior do cérebro, envolvendo inclusive os subsistemas neurais. É por esse motivo em determinados momentos a música nos emociona, criando um vinculo afetivo, liberando imediatamente dopamina e noradrenalina.
Ao mesmo tempo em que uma música pode emocionar, também possui o poder de elaborar uma ligação do hipocampo e do córtex frontal inferior, criando um vínculo direto com a memória e trazendo a tona sentimento e recordações referentes a alguma coisa ou alguém. Isso corrobora a tese de que a música traz consigo uma reação generalizada diante do corpo humano, repercutindo e induzindo o indivíduo a um desenvolvimento necessário para sua compreensão. Podemos afirmar, ainda segundo Sekeff (2002), que a música altera nosso sistema sensorial, motor, mental e afetivo, provocandode forma clara alterações metabólicas, respiratórias, bem como em diversas glândulas e áreas do cérebro, e por fim na parte cardíaca e arterial. Ainda segundo o autor, os sons mais agudos podem apresentar como reação um efeito mais positivo, motivando, emocionando e influenciando uma determinada conduta para a melhoria do ser humano.
Continuando com a linha de raciocínio e perspectiva teórica do autor citado acima, pode-se observar no interior do uso da música como método de desenvolvimento intelectual as alterações nos processos sensoriais do cérebro, bem como com o seu devido uso, o desenvolvimento da atenção de forma mais específica relacionada a aprendizagem. Independentemente de qualquer vontade, dependendo apenas e tão somente da música que se ouve, está pode proporcionar uma tensão ou um relaxamento, podendo segundo Sekeff (2002) “dar vigor, melhorar o ânimo ou deprimir”.
Apesar disso, devemos lembrar que a música deve e pode trazer fatores e influências positivas, porém devemos observar sua empregabilidade respeitando cada qual a sua necessidade de utilização, com objetivos claros e rigorosos estabelecidos e delimitados para que tais objetivos sejam alcançados de forma consistentes, já que a não ocorrência dessa articulação pode trazer prejuízos ao desenvolvimento cognitivo.
O uso indevido da música e da musicalização de forma geral pode acarretar prejuízos para o desenvolvimento do indivíduo já que pode gerar um aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial, a liberação de adrenalina, até mesmo chegando a crises, especialmente nos casos ligados ao espectro autista que possuem certa sensibilidade no tratamento com sons de forma geral.
Tomando os devidos cuidados, a música tende a se tornar benéfica de forma ampla e geral, estimulando o cérebro e seu desenvolvimento cognitivo, criando uma maior eficiência e eficácia, aperfeiçoando a memória. A música, quando bem utilizada é uma forma de desenvolvimento, tanto pessoal, quanto coletivo, interferindo de forma positiva na saúde do indivíduo nessa ocasião.
3 CONCLUSÃO
Diante do que aqui se apresenta é possível depreender que por meio das atividades musicais atua na formação cognitiva, linguística e social dos indivíduos que apresenta deficiência visual. 
A música mobiliza diferentes áreas cerebrais, motoras, sociais e psicológica, podendo esta ser um importante recurso para melhorar a qualidade de vida e inserção social destas pessoas. 
É evidente que a utilização da música não pode se dar de forma descontextualizada, despretensiosa e sem planejamento, ainda que a musicalização não se enquadre enquanto uma forma de terapia, ela tende a auxiliar as demais terapias que possam vir a ser submetidas, sendo esta uma importante ferramenta, psicológica e social a qual as famílias e profissionais podem se valer para dar aos deficientes visuais as possibilidades plenas de efetivação de seu direito de cidadão e desenvolvimento humano. 
A inclusão social é uma demanda fundamental e urgente em nossa contemporaneidade, encontrar mecanismos, procedimentos e atuações profissionais que viabilizem a introdução e inclusão é fundamental,
Diante dos benefícios aqui elencados neste texto, é possível concluir que a música, quando utilizada de forma correta, consciente, planejada e direcionada tende a mediar as emoções, vivências e comportamentos com o meio social o qual estão inseridas.
4 REFERÊNCIAS
ABRAHAM, A.; DRORY, V. E. ouvir música durante a EMG não influencia os níveis de ansiedade e dor do examinando. Muscle Nerve, v. 50, 2014.
BARBALHO, C. R. S. Planejamento estratégico: uma análise metodológica. v.2, 2008. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1608. Acesso em: 10 jan 2021.
BLOOD, A.; ZATORRE, R.J. Respostas intensamente prazerosas à música se correlacionam com a atividade nas regiões do cérebro implicadas na recompensa e na emoção. PNAS, v. 98, 2001.   
CERVO, A. L; BERVIAN, P. A; SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
CORREA, P. M. Acessibilidade no ensino superior: instrumento para avaliação, satisfação dos alunos com deficiência e percepção de coordenadores de cursos. Marília, 2014. Disponível em https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/Educacao/Dissertacoes/correa_pm_do_mar.pdf Acesso em:10 jan 2021
GIESTEIRA, Adriano Chaves. Ensino de música para deficientes visuais: elaboração de um método para violão. Facultad de Ciencias de La Educación. Universidad Autónoma de Barcelona, Barcelona, ESP, 2013.
GOTTFREDSON, L. S. Ciência convencional em inteligência. Editorial com 52 signatários, história e bibliografia. Intelligence, 1997.
HAUSER, M. D.; CHOMSKY, N.; FITCH, W. T. A Faculdade de Letras: o que é, quem tem e como evoluiu. v. 298, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1126/ science.298.5598.1569. Acesso em 10 jan 2021.
LEVITIN, D. J. A música no seu cérebro – a ciência de uma obsessão humana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
MAYER-UHMA, U. Novo Manual Internacional de Musicografia Braille. Coordenação geral Maria Glória Batista da Mota. União Mundial de Cegos / Subcomitê de Musicografia Braille. Brasília: Ministério da Educação / Secretaria de Educação Especial, 2004.
MUSZKAT, M. Música, Neurociência e Desenvolvimento humano. Ministério da cultura e vale: A música na escola. São Paulo, 2012. 
PIMENTA, S. G. Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 2000.
SEKEFF, M. L. Da Música: seus usos e recursos. São Paulo: UNESP, 2002.
SALIMPOOR, V. N. Previsões e o cérebro: como os sons musicais se tornam recompensadores. Tendências em Ciências Cognitivas. V. 19, 2015.
TUDISSAKI, S. E. Ensino de música para pessoas com deficiência visual. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Artes, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/110652. Acesso em: 10 jan 2021.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 1997
WEIGSDING, J. A.; BARBOSA, C. P. A influência da música no comportamento humano. Arquivos do MUDI, 2014, v 18, n 2, p 47-62. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/25137/pdf_59. Acesso em: 10 jan 2021..

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