Buscar

LIVRO - UNIDADE 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CIÊNCIA
POLÍTICA
Profa. Ma. Rândala Maria de Morais Nogueira y Rocha
CIÊNCIA POLÍTICA
Barra do Garças - MT
UniCathedral
2018
BARRA DO GARÇAS - MT
JANEIRO 2018
Autora
Profa. Ma. Rândala Maria de Morais Nogueira y Rocha
Leitura Crítica e Sugestões
Rosimeire Cristina Andreotti
Revisão Gramatical do Texto
Roziner Aparecida Guimarães Gonçalves
Projeto Gráfico
Atila Cezar Rodrigues Lima e Coelho
BARRA DO GARÇAS - MT
JANEIRO 2018
 
UniCathedral - Centro Universitário 
Av. Antônio Francisco Cortes, 2501 
Cidade Universitária - Barra do Garças / MT 
www.unicathedral.edu.br
Copyright © by UniCathedral, 2018 
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada,
armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada,
reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer
sem autorização prévia do(s) autor(es).
SUMÁRIO
UNIDADE III ������������������������������������������������������������������������������������������������������ 9
POVO ........................................................................................................................ 11
 Nação ................................................................................................................... 12
 Nacionalidade ....................................................................................................... 13
 Cidadania .............................................................................................................. 15
TERRITÓRIO ............................................................................................................. 19
 Conceito ............................................................................................................... 19
 Princípio da Territorialidade ................................................................................. 19
 Limites Territoriais ................................................................................................ 20
PODER SOBERANO ................................................................................................. 23
 Conceito de soberania .......................................................................................... 23
 Características da soberania ................................................................................. 25
 Teorias justificadoras do poder soberano ............................................................ 25
 Limitações ............................................................................................................ 27
NATUREZA JURÍDICADO ESTADO .......................................................................... 29
PRINCIPAIS REGIMES DE GOVERNO ...................................................................... 31
U
N
ID
AD
E 
III
Autor(a) da Unidade
Profa. Ma. Rândala Maria de Morais Nogueira y Rocha
 
Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de:
• Assimilar os conceitos de povo, nação, nacionalidade e cida-
dania.
• Entender o conceito de território e seus limites territoriais.
• Compreender o conceito de soberania e suas teorias que 
elucidam a sua legitimação na pessoa do seu titular.
• Diferenciar teorias da natureza jurídica do Estado.
• Identificar os regimes de governo.
11
O adequado emprego das palavras 
na construção textual é imprescindível 
para que o discurso seja compreendi-
do em sua totalidade. Nesse sentido, 
empregar aleatoriamente palavras di-
ferentes, considerando-as com o mes-
mo significado, pode ocasionar um 
grave erro de comunicação. Por isso, 
quando o indivíduo emprega duas ou 
mais palavras, automaticamente, re-
vezando-as no conteúdo de seu texto, 
por entender que são sinônimas, po-
derá estar, na verdade, dizendo coisas 
diferentes e, em razão disso, maculan-
do sua redação, ao mesmo tempo, em 
que denuncia sua imperícia técnica.
Dessa maneira, indubitavelmen-
te, a “troca entre estas palavras e seus 
sentidos leva a uma fatal confusão na 
formação política e na compreensão 
histórica do próprio poder social e se 
a confusão existe é também preciso 
conhecê-la” (SCALOPPE, 2012, p. 156). 
Por isso, necessário se faz, ao estudioso 
político, entender a respeito de povo, 
nação, nacionalidade e cidadania.
Antes de trabalhar o conceito de 
povo, no enfoque político e jurídico, 
mister se faz esclarecermos o conceito 
de população. 
População “é mera expressão nu-
mérica, demográfica ou econômica, 
que abrange conjunto das pessoas que 
vivem no território de um Estado ou 
mesmo que se acham nele tempora-
riamente” (CAETANO, 1963, p. 103), 
ou seja, o conceito de população é 
compreendido apenas sob a ótica esta-
tística do número completo de pesso-
as, até mesmo os estrangeiros e apátri-
das1, que habitam certo território em 
determinado tempo.
Portanto, população, por ser um 
dado puramente quantitativo e inde-
pende de qualquer laço jurídico de su-
jeição ao poder estatal, tem seu estu-
do científico realizado não pela Ciência 
Política, mas pela Demografia2, uma 
2 “A Demografia é uma ciência que tem por fi-
nalidade o estudo de populações humanas, enfocando 
POVO
12
de suas disciplinas auxiliares. E, assim 
como demonstramos na Unidade I, a 
Disciplina de Ciência Política será anali-
sada de maneira interdisciplinar.
Feitas essas observações, o con-
ceito de povo, na vertente política, é 
novo, nasceu dos ideais da Revolução 
francesa, pois foi nesse período que a 
noção de povo se manifestou livre de 
qualquer discriminação na participação 
política do Estado. Assim, atualmente, 
seu conceito corresponde “ao quadro 
humano sufragante, que se politizou 
(quer dizer, que assumiu capacidade 
decisória), ou seja, o corpo eleitoral” 
(BONAVIDES, 2018, p. 90). 
Nesse mesmo sentido, temos ain-
da que povo é um “conjunto dos indi-
víduos que atuam como sujeitos do 
poder soberano, participando, mesmo 
que indiretamente, das decisões de Es-
tado, visto que a ele cabe eleger os seus 
representantes. O povo identifica-se, 
nesse contexto, com o corpo eleitoral” 
(FABRIZ; FERREIRA, 2018, p. 7). 
Concernente à vertente jurídica, 
povo é “o conjunto dos indivíduos que, 
através de um momento jurídico, se 
unem para constituir o Estado, estabe-
lecendo com este um vínculo jurídico 
aspectos tais como sua evolução no tempo, seu tamanho, 
sua distribuição espacial, sua composição e características 
gerais” (CERQUEIRA; GIVISIEZ, 2018, p. 1 – 2). 
de caráter permanente, participando 
da formação da vontade do Estado e do 
exercício do poder soberano” (DALLA-
RI, 2011, p. 104).
Seguindo essa vertente jurídica, 
cabe acrescentarmos que “fazem parte 
do povo tanto os que se acham no ter-
ritório como fora deste, no estrangeiro, 
mas presos a um determinado sistema 
de poder ou ordenamento normativo, 
pelo vínculo de cidadania” (BONAVI-
DES, 2018, p. 92). 
Podemos concluir que, como um 
dos elementos constitutivos do Estado, 
povo tem um conceito político-jurídico. 
Isso porque, ao mesmo tempo em que 
indica um grupo de pessoas com capa-
cidade decisória no cenário político do 
Estado que integra, também, aponta 
para um conjunto de indivíduos que 
se encontra subordinado às leis desse 
mesmo Estado, mesmo que fisicamen-
te esteja fora dele. 
NAÇÃO
A expressão nação é a designação 
de um aglomerado humano que, “ao se 
fixar numa determinada área geográfi-
ca e adquirir certo grau de organização 
13
político-administrativa, mantém-se uni-
do por uma história e cultura comuns 
e pela consciência de que constituem 
uma unidade cultural” (DIAS, 2005, p. 
247). Trata-se, portanto, de um conjun-
to de pessoas que está unido por laços 
comuns: históricos e culturais.
Compartilhando dessa ideia, Dal-
mo de Abreu Dallari aduz que o termo 
nação
[...] se aplica a uma comunidade de base 
histórico-cultural, pertencendo a ela, 
em regra, os que nascem num certo am-
biente cultural feito de tradições e costu-
mes, geralmente expresso numa língua 
comum, tendo um conceito idêntico de 
vida e dinamizado pelas mesmas aspira-
ções de futuro e os mesmos ideais coleti-
vos (2011, p. 101).Desse modo, verificamos que o 
termo nação compreende um conjunto 
de indivíduos formado com as mesmas 
características históricas e culturais que 
fazem com que eles se identifiquem e 
se sintam parte de uma unidade. Nessa 
vertente, podemos falar em uma nação 
brasileira, uma nação indiana etc.
Ocorre que Estado não pode ser 
confundido com Nação, pois enquanto 
esta tem relação com a história e a cul-
tura de um conjunto de pessoas, aque-
le se refere à concepção de organiza-
ção jurídica desse mesmo conjunto de 
pessoa (sociedade política), ou seja, 
a nação satisfaz a necessidade de per-
tencer a uma comunidade ampla para 
afirmar a identidade; Pertencer a uma 
nação é auto-identificar-se com uma 
cultura, uma forma de vida, com seus 
costumes e hábitos singulares. O Estado 
atende às necessidades de segurança e 
ordem; Pertencer a um Estado é aceitar 
e se submeter a uma autoridade e a um 
sistema de normas (DIAS, 2011, p. 98).
NACIONALIDADE
O povo está unificado pelo víncu-
lo de nacionalidade, pois é ela que irá 
determinar quais são as pessoas que 
fazem parte de um Estado. 
A nacionalidade é, portanto, o “vínculo 
jurídico político, que faz da pessoa um 
dos elementos componentes da dimensão 
pessoal do Estado, capacitando-a a exigir 
sua proteção e sujeitando-a ao cumpri-
mento dos deveres impostos” (PONTES DE 
MIRANDA, 1935, p. 18).
A nacionalidade pode ser adquiri-
da de maneira primária ou originária 
ou nata e secundária ou adquirida ou 
derivada. Sendo que a primeira manei-
ra, primária ou originária, vincula-se ao 
nascimento da pessoa, por meio de cri-
térios: a) sanguíneos ou b) territoriais. 
É dizer,
a) o primeiro critério, ius sanguinis, 
outorga-se a nacionalidade do Estado 
ao descendente de nacionais, indepen-
dentemente de seu local do nascimen-
to – Exemplo Itália; b) pelo segundo 
critério, ius soli, terá direito à nacionali-
dade do Estado, o indivíduo nascido no 
14
território estatal, independentemente 
da nacionalidade de sua ascendência – 
Exemplo: Argentina (SOARES, 2011, p. 
148). 
Vale consignar, por oportuno, que 
o Brasil adota o reconhecimento da na-
cionalidade quando ocorre o nascimen-
to no território, ou seja, ius soli, porém 
moderada, conforme aduz o Art. 12, da 
Constituição Federal de 1988, por exem-
plo, o inciso I, “a” (critério territorial - 
os nascidos na República Federativa do 
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço 
de seu país3); inciso I, “b” (critério san-
guíneo - os nascidos no estrangeiro, de 
3 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/cons-
tituicaocompilado.htm>. Acesso em 01 fev. 2018.
pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil4).
Já a segunda maneira, secundária 
ou adquirida ou derivada, é obtida “por 
vontade própria após o nascimento e, 
geralmente, pelo processo de naturali-
zação” (SOARES, 2011, p. 148), poden-
do ser requerida pelo estrangeiro, que 
“é todo aquele que não é tido por na-
cional, em face de determinado Estado” 
(BASTOS, 2002, p. 84), ou ainda, pelo 
apátrida ou heimatlos, que é “aquele 
que não possui pátria” (BASTOS, 2002, 
p. 84).
Insta mencionarmos que essa ma-
4 BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/cons-
tituicaocompilado.htm>. Acesso em 01 fev. 2018.
15
neira de obter a nacionalidade está prevista no ordenamento jurídico brasileiro, no 
Art. 12, II, da Magna Carta de 1988, ao dispor dos naturalizados. Por exemplo: a ex-
pressão “brasileiro naturalizado” significa que a pessoa não tem sua nacionalidade 
concebida pelo nascimento, mas por uma ato de vontade.
Em suma, verificamos que a nacionalidade é o vínculo jurídico-político existente 
entre a pessoa o Estado, e que se dá por meio de um fato natural (o nascimento) ou 
um ato de vontade (a naturalização).
CIDADANIA
A expressão cidadania vem do latim, civitate, que designa cidade. Assim, “[...] 
cidadania designa aquele que possui ligação com a cidade. A palavra ciuitas signi-
fica cidade, cidadania ou Estado. Por sua vez, ciuitas deriva de ciuis. “Ciuis é o ser 
humano livre e, por isso, ciuitas carrega a noção de liberdade em seu centro” (SI-
QUEIRA Jr., 2016, p. 227).
Se cidadania designa cidade e o ho-
mem, por sua vez, é eminentemente 
social e político, logo o conceito de cida-
dania não é estagnado, pelo contrário, 
refere-se a algo que se modifica de acordo com o tempo para atender às necessi-
dades de cada época, cuja origem se remete à Antiguidade. “Outro momento de 
destaque desse conceito encontra-se nas Revoluções burguesas na Inglaterra (1688 
e 1689), nos Estados Unidos da América (Independência, 1776) e na França (Revolu-
ção Francesa, 1789)” (DALLARI, 2004, p. 19). 
Salientamos que foi, na Revolução Francesa, por meio da Declaração dos Direi-
tos do Homem e do Cidadão (1789), que surgiu “o moderno conceito de cidadania, 
já que esse documento contemplava o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, 
eliminando, por conseguinte, qualquer privilégio entre os componentes do Estado” 
(DALLARI, 2004, p. 19). 
Dessa maneira, podemos dizer que, “no sentido 
moderno, cidadania é um conceito derivado da Re-
volução Francesa (1789) para designar o conjunto de 
membros da sociedade que têm direitos e decidem o 
destino do Estado” (FUNARI, 2003, p. 49).
Ainda, segundo a melhor doutrina, a palavra ci-
dadania é provida de dois sentidos, sendo o primeiro, 
restrito e técnico, enquanto o segundo, amplo. No pri-
meiro sentido, “está adstrita ao exercício dos direitos 
políticos. Os direitos políticos são aqueles inerentes ao 
cidadão do Estado. Nesse prisma, cidadania é a prerro-
gativa de a pessoa exercer os direitos políticos. O sta-
16
tus de cidadão é alcançado com a condição de eleitor” (SIQUEIRA JR, 2016, p. 229). 
Já o segundo sentido, que é amplo, esclarece que cidadania “é o exercício de outras 
prerrogativas constitucionais que surgiram como consectário lógico do Estado De-
mocrático e Social de Direito” (SIQUEIRA JR, 2016, p. 230). 
Assim, cidadania pode ser concebida como “estatuto que rege, de um lado, o 
respeito e a obediência que o cidadão deve ao Estado e, de outro lado, a proteção e 
os serviços que o Estado deve dispensar, pelos meios possíveis, ao cidadão” (FARAH, 
2001, p. 1).
Nesse sentido, “a cidadania é a quintessência da liberdade, o ápice das possibi-
lidades do agir individual, o aspecto eminentemente político da liberdade” (GARCIA, 
p. 120 – 121). 
Maria Garcia ainda acrescenta que 
[...] a noção de uma liberdade puramente defensiva que se concebe, antes de tudo, como re-
sistência ao poder que se supõe arbitrário, não mais convém à nossa época. A liberdade deve 
tornar-se mais e mais participação: o cidadão deve participar na formação das grandes deci-
sões políticas, deve participar mais ativamente do que até agora na gestão dos assuntos locais, 
deve também participar na gestão dos serviços econômicos e sociais, tais como a Seguridade 
Social e, sobretudo, na concretização de medidas de proteção das liberdades, questão sempre 
polêmica (GARCIA, 1998, p. 120 – 121). 
Logo, a cidadania, atualmente, não está apenas adstrita à participação política 
do indivíduo perante o Estado, como votar e ser votado, mas também ao gerencia-
mento de questões sociais e econômicas, tendo em vista que a política de um Estado 
não mais se restringe a aspecto eleitoral. 
Assim, vislumbramos que só se exerce a cidadania sendo cidadão, sendo este 
“aquele que desfruta dos direitos civis, políticos, sociais e econômicos [...]” (TOLFO, 
2018, p. 38), ou seja, 
[...] ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, 
em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, 
ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos 
sociais, aquelesque garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à edu-
17
cação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila (SIQUEIRA JR., 2016, p. 
232).
Por fim, é importante ressaltarmos que nacionalidade e cidadania estão relacionadas, 
mas não possuem o mesmo significado, pois, enquanto nacionalidade é o vínculo jurídico-
-político que une a pessoa ao Estado, cidadania está ligada à situação de ser membro ativo 
desse Estado, determinada pela titularidade de participar do governo, o que determina sua 
condição de cidadão.
19
O território “é a parte imprescin-
dível para a existência do próprio Esta-
do” (FILOMENO, 2016, p. 87), uma vez 
que “não se pode falar na existência de 
uma dada sociedade política indepen-
dente e autodeterminante, sem que 
soberanamente disponha de uma dada 
porção de terra para o desenvolvimen-
to de suas atividades e consecução do 
bem comum de sua população” (FILO-
MENO, 2016, p. 87). Logo, o território 
é elemento constitutivo do Estado, não 
sendo, pois, dispensável.
Feitas essas observações, temos 
de esclarecer que existem divergên-
cias doutrinárias com relação à con-
cepção do território. Para Burdeau “o 
território apresenta-se como quadro 
natural dentro do qual os governantes 
exercem suas funções” (BASTOS, 2002, 
p. 71). Já para Hans Kelsen, o territó-
rio “como sendo o âmbito de validade 
jurídica” (BASTOS, 2002, p. 71). No en-
tanto, merece atenção a afirmação de 
Celso Ribeiro Bastos de que o territó-
rio “deve ser visto sob o prisma de um 
conceito político-jurídico e não apenas 
geográfico” (BASTOS, 2002, p. 71).
CONCEITO
Conceitualmente, o território esta-
tal “é a base espacial do poder jurisdi-
cional do Estado, isto é, o “locus” onde 
se exerce o poder coercitivo estatal so-
bre os indivíduos humanos” (SOARES, 
2011, p. 125), sendo compreendido 
pelas seguintes partes, a saber: “terra 
firme, incluindo o subsolo e as águas 
internas (rios, lagos e mares internos), 
pelo mar territorial, pela plataforma 
continental e pelo espaço aéreo” (SO-
ARES, 2011, p. 124). 
Seguindo essa linha conceitual, o 
território “se revela num elemento es-
pacial do Estado. Trata-se da porção de 
terra sobre a qual o Estado exerce sua 
soberania (jurisdição, poder de man-
do, império)” (CUNHA, 2013, p. 60).
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
Por ser base espacial do poder ju-
risdicional do Estado, no território de 
cada Estado, vigora apenas sua ordem 
jurídica. Isso ocorre por meio do princí-
pio da territorialidade das leis. Em ou-
tras palavras, “o ordenamento jurídico 
do Estado só tem eficácia e exclusivida-
de em seu próprio território” (SOARES, 
2011, p. 129).
TERRITÓRIO
20
Porém, existem duas exceções ao 
princípio da territorialidade, a saber: 
a) a extraterritorialidade;
b) a imunidade dos agentes diplo-
máticos; sendo que:
a) Pressupõe que determinadas 
coisas, como um navio ou uma aerona-
ve, independentemente de sua locali-
zação geográfica, mesmo em águas ter-
ritoriais estrangeiras, alto-mar e espaço 
aéreo, estão vinculados juridicamente 
ao seu Estado de origem, enquanto 
extensão do território estatal – Exem-
plo: navios de guerra – (SOARES, 2011, p. 
129); 
b) Os agentes diplomáticos, em ter-
mos de reciprocidade, se acham isentos 
do poder de império do Estado onde 
quer que venham ser acreditados. Essa 
imunidade, de caráter pessoal, decorre 
da conveniência de afiançar ao diplo-
mata condições mínimas necessárias 
ao bom desempenho de sua missão 
(BONAVIDES, 2018, p. 120).
Assim, verificamos que princípio 
condutor do poder de império do Es-
tado sobre o território é o da territo-
rialidade, mas devem ser levadas em 
consideração a extraterritorialidade e a 
imunidade que são as exceções. 
LIMITES TERRITORIAIS 
Para evitar conflitos entre os Esta-
dos, há a necessidade de demarcar o 
território, isto é, de estabelecer limites 
físico-geográficos ao exercício do po-
der de império (soberania), que ocorre 
por meio de fronteiras. Essas fronteiras 
podem ser classificadas em: “naturais 
e artificiais. As primeiras são formadas 
por rios, montanhas, e outros aciden-
tes geográficos. As segundas, estabe-
lecidas pelo homem através de marcos 
divisórios” (PINTO, 2013, p. 46).
Para que haja observância dessas 
fronteiras, imprescindível se faz enten-
dermos que o território estatal, onde o 
Estado exercita sua soberania, é repre-
sentado por quatro domínios: as terras 
e águas interiores, o mar territorial, a 
plataforma continental e o aéreo.
No domínio das terras e águas in-
teriores, o poder de império é exercido 
sobre o espaço sólido e as águas inte-
riores, sendo a última compreendida 
por “portos, baias, rio, riachos, lagos, 
lagoas e mares interiores” (DIAS, 2011, 
p. 94).
Já o domínio marítimo é compre-
endido como
21
[...] aquela faixa variável de águas que 
banham as costas de um Estado e sobre 
as quais exerce ele direitos de soberania. 
Zona adjacente ou contígua ao territó-
rio continental do Estado, alcança uma 
certa distância da costa, sujeita porém 
a variações impostas pelos critérios nem 
sempre uniformes de estabelecimento 
de seus limites, por parte dos diversos 
Estados (BONAVIDES, 2018, p. 109).
Lembramos que existem variações 
acerca da demarcação do domínio das 
águas oceânicas, porque ainda não 
existe uma norma de Direito Interna-
cional que estabelece o limite do mar 
territorial a ser seguido por todos os 
Estados, ficando, pois a cargo de cada 
Estado adotar o seu limite. Assim, exis-
tem Estados que adotam o “limite de 3 
milhas, outros com limite de 6 milhas, 
com 10 milhas, com 12 milhas e com 
200 milhas. O Brasil utiliza o limite do 
mar territorial de 12 milhas de acordo 
com a Lei n. 8.617/93” (BONAVIDES, 
2018, p. 112 – 109).
A plataforma continental “é aquela 
porção de solo marinho que apresenta 
idêntica constituição geológica à ter-
renos não cobertos pelas águas” (BAS-
TOS, 2002, p. 75), sendo seu domínio 
compreendido “o leito do mar e o sub-
solo além do mar territorial e até uma 
profundidade de 200 metros, ou além 
desse limite até a profundidade das 
águas permita a exploração dos recur-
sos naturais dessa zona” (DIAS, 2011, p. 
94). 
E, por fim, no domínio aéreo, a so-
berania do Estado 
[...] alcança uma altitude que justifica 
um interesse público que possa reclamar 
a ação do poder político. Nesse sen tido, 
tal espaço compreende quatro camadas, 
bem determinadas: a troposfera, de 10 
a 12 km de altitude; a estratosfera, com 
cerca de 100 km; a ionosfera, de 100 a 
600 km, e a exosfera, zona de transição 
para o espaço cósmico (ACQUAVIVA, 
2010, p. 33).
Vale mencionarmos que, no domínio 
do espaço aéreo, o Estado exercita sua 
soberania de maneira plena, porém deve 
“admitir o direito de trânsito inofensivo de 
aeronaves em tempo de paz” (DIAS, 2011, 
p. 95), ou seja, sem objetivos bélicos. “Em 
relação à circulação de aeronaves sobre o 
22
território de qualquer Estado, recomenda-se que o território sobrevoado obtenha notícia 
prévia da passagem e exerça controle no resguardo de seus interesses” (SOARES, 2011, p. 
132).
Assim, depreendemos que o território é a base geográfica do Estado onde ele exerce 
seu poder de império (soberania). O Território é demarcado por fronteiras naturais e artifi-
ciais, e formado pelas terras e águas interiores, pelo mar territorial, pela plataforma conti-
nental e pelo espaço aéreo. 
23
Assim como foi dito, o poder é in-
separável de qualquer forma de organi-
zação social, pois exerce “uma função 
de coordenação e de coesão entre os 
integrantes de uma sociedade. Sem o 
poder não existiria ordem, organização 
dentro de uma sociedade e essa ruma-
ria ao caos, pois o poder é natural em 
qualquer tipo de sociedade” (BASTOS, 
2002, p. 89). Desse modo, designa-se 
como soberania o poder que age dian-
te do corpo social.
CONCEITO DE SOBERANIA
Etimologicamente, o termo sobe-
rania advém de “superanus, supremi-
tas, ou super omnia, configurando-se 
definitivamente através da formação 
francesasouveraineté, que expressa-
va, no conceito de Bodin, ‘o poder ab-
soluto e perpétuo de uma República’” 
(MALUF, 1998, p. 44).
Historicamente, o conceito de so-
berania vem se modificando de acor-
do com o tempo e o espaço. Segundo 
Sahid Maluf, 
No Estado grego antigo, como se nota 
na obra de Aristóteles, falava-se em au-
tarquia, significando um poder moral e 
econômico, de auto suficiência do Es-
tado. Já entre os romanos, o poder de 
imperium era um poder político trans-
cendente que se refletia na majestade 
imperial incontrastável. Nas monarquias 
medievais era o poder de suserania de 
fundamento carismático e intocável. No 
absolutismo monárquico, que teve o 
seu climax em Luiz XIV, a soberania pas-
sou a ser o poder pessoal exclusivo dos 
monarcas, sob a crença generalizada da 
origem divina do poder de Estado. Final-
mente, no Estado moderno, a partir da 
Revolução Francesa, firmou-se o concei-
to de poder político e jurídico, emanado 
da vontade geral da nação (1998, p. 44).
Por ser um poder político1 e jurídi-
co2, a soberania, segundo o professor 
Marcos Claudio Acquaviva, pode ser 
traduzida como um
[...] atributo do poder do Estado que o 
torna independente no plano interno e 
1 “[...] ela é considerada a “força do direito” 
por ser ilimitada na medida em que advém de um Poder 
Constituinte Originário, incondicional e preocupado em 
assegurar sua eficácia. Neste aspecto, ela expressa a ple-
na eficácia do poder, como o poder incontrastável de que-
rer coercitivamente e de fixar as competências” (CIÊNCIA 
POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO, 2018, p. 1).
2 “[...] ela é o ‘direito da força’, limitada por tra-
tar-se de um Poder Constituído (secundário, não originá-
rio), nascido do direito e exercido exclusivamente para a 
consecução de fins jurídicos. Neste aspecto, ela expressa 
o poder de ratificar ou negar a juridicidade de uma norma 
e sua aplicabilidade em casa caso, em outras palavras, o 
poder de decidir em última instancia sobre a atributivida-
de das normas” (CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO 
ESTADO, 2018, p. 1).
PODER SOBERANO
24
interdependente no plano externo. No 
âmbito interno, o poder soberano reside 
nos órgãos dotados do poder de decidir 
em última instância; no âmbito externo, 
cada uma mantém, com os demais, uma 
relação em que a igualdade se faz pre-
sente (2010, p. 51). 
Compartilhando a mesma ideia, o 
notório jurista Paulo Bonavides aduz 
que 
A soberania, que exprime o mais alto 
poder do Estado, a qualidade de poder 
supremo (suprema potestas), apresenta 
duas faces distintas: a interna e a exter-
na. A soberania interna significa o impe-
rium que o Estado tem sobre o território 
e a população, bem como a superiorida-
de do poder político frente aos demais 
poderes sociais, que lhe ficam sujeitos, 
de forma mediata ou imediata. A sobe-
rania externa é a manifestação indepen-
dente do poder do Estado perante ou-
tros Estados (2018, p. 138).
 
Nesse sentido, verificamos que a so-
berania é um atributo ou qualidade do 
Estado, bem como “o poder de mando de 
última instância numa Sociedade Política. 
Não existe, assim, nenhum poder igual 
nem superior ao seu, no âmbito interno, 
nem outro superior, no âmbito externo” 
(BASTOS, 2002, p. 94).
No entanto, vale mencionar, que, em 
relação ao âmbito externo, há uma discus-
são quanto à existência de um poder supe-
rior à soberania de um Estado. Essa discus-
são, que está começando a predominar, é 
resultante “do fenômeno da globalização 
e da mundialização do capital que impu-
seram ao Estado a adoção e integração 
de normas jurídicas, oriundas do ordena-
mento jurídico internacional” (NOGUEIRA 
Y ROCHA, 2018, p. 47).
Esse debate surge, justamente, por-
que aparecem “organizações como, por 
exemplo, Organização das Nações Unidas 
(ONU) e Comunidade Econômica Europeia 
(CEE). Essas organizações possuem pode-
res que se sobrepõem aos poderes dos Es-
tados” (NOGUEIRA Y ROCHA, 2018, p. 47).
Em face dessa nova visão, emerge o 
conceito de soberania relativa que signifi-
ca que essas organizações possuem “com-
petências supranacionais para impor suas 
decisões de forma coativa, apelando inclu-
sive para forças militares” (SOARES, 2011, 
p. 98). Lembrando que não haverá perda 
da soberania do Estado, mas delegações 
ao seu exercício, buscando o benefício co-
mum3, pois ao “adotar a supranacionalida-
de4 haverá apenas a transferência de par-
3 “[...] Assim, a transferência de poderes, ou a 
alienação (concessão ou delegação) de porções da sobe-
rania a entes supranacionais não parece retirar do Esta-
do o dever-poder de proteger seus súditos. Ao contrário, 
concede-lhes o direito de buscar uma proteção ampliada e 
mais afetiva de seus interesses e direitos, bem como lhes 
exige um comportamento adequado às suas relações com 
súditos de outros Estados. [...] Ocorre que a delegação não 
deve ser confundida com transferência. Quem transfere, 
dá. Quem delega, empresta” (FURLAN Apud NOGUEIRA Y 
ROCHA, 2018, p. 49).
4 “[...] podemos afirmar que la supranacionalidad 
presume la existencia de um sistema comunitario de 
órganos vinculados com um conjunto de países que 
integram uma comunidad para el cumplimiento de 
25
celas de soberania e, concomitantemente, 
passando a atuar de modo conjunto com 
as organizações internacionais” (NOGUEI-
RA Y ROCHA, 2018, p. 48). 
Já com o surgimento do Direito Co-
munitário5, característico do processo de 
integração europeu6, desenvolveu-se o 
conceito de soberania compartilhada. Se-
gundo esse conceito, “os Estados-mem-
bros, quando buscam integrar, delegam 
parcelas de competências estatais a um ór-
gão supranacional, denominando comuni-
dade ou bloco econômico” (SOARES, 2011, 
p. 101), ou seja, “os Estados-membros não 
renunciam à sua soberania, tão somente 
passam a exercê-la, de forma compartilha-
da, com os demais integrantes da Comu-
nidade naquelas matérias expressamente 
previstas nos tratados comunitários” (SO-
ARES, 2011, p. 101). 
 
determinados objetivos” (GARABELLI Apud NOGUEIRA 
Y ROCHA, 2018, p. 50). Tradução: Podemos afirmar 
que a supranacionalidade presume a existência de 
um sistema comunitário de órgãos vinculados com um 
conjunto de países que integram uma comunidade para 
o cumprimento de determinados objetivos.
5 “O Direito Comunitário se constitui, portanto, 
no conjunto normativo emanado por órgãos de caráter 
supranacional a quem os Estados membros delegaram 
parte de seus poderes. Está intimamente ligado ao 
processo de integração em seu estágio mais avançado. 
Entretanto, deve-se salientar que os Estados membros 
conservam sua soberania, havendo a delegação de 
poderes para órgãos previamente determinados, 
os quais contarão com estrutura, procedimentos e 
processualísticas delimitadas e de caráter permanente. 
As diretivas, regulamentos e decisões emanadas dos 
órgãos supranacionais são aplicáveis não somente aos 
Estados membros, mas também aos cidadãos europeus; 
tais normas têm como objetivo criar uma ordem jurídica 
comunitária necessária para o alcance dos objetivos aos 
quais se propõe o bloco regional” (BORGES, 2018, p. 1).
6 “O Direito da Integração tem como objeto 
principal a integração de natureza eminentemente 
comercial e econômica, visando ao incentivo do comércio 
internacional de uma região” (DIREITO DA INTEGRAÇÃO 
E DIREITO COMUNITÁRIO (OU DIREITO DA UNIÃO, p. 
2018, p. 1). Exemplo: MERCOSUL.
CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA
A soberania, como atributo do Es-
tado, possui as seguintes característi-
cas: 
a) unicidade;
b) indivisível; 
c) inalienável e
d) imprescritível; 
a) por não haver mais de uma auto-
ridade soberana em um dado território; 
b) como corolário do primeiro atri-
buto, a soberania apresenta-se como 
um todo, podendo repartir competên-
cias e dividir as funções políticas em 
três (Executivo, Legislativo e Judiciário) 
sem que importe numa cisão da mes-
ma; 
c) a soberania não pode ser trans-
ferida a outrem, é personalíssima;
d) a soberania eterniza-se no tem-
po, não sofrendo limitações de ordemtemporal (BASTOS, 2002, p. 97).
TEORIAS JUSTIFICADORAS 
DO PODER SOBERANO
Existem teorias que elucidam a le-
gitimação da soberania na pessoa do 
seu titular, bem como a origem do po-
der soberano, a saber: as teorias teo-
cráticas e as teorias democráticas.
As teorias teocráticas compreen-
dem que 
[...] questão da fonte ou origem do po-
der e seu exercício é dogmática, ou seja, 
emprega determinada crença espiritual 
em relação à titularidade do poder, sua 
origem e seu exercício. Assim, a justifica-
ção em relação à legitimidade do exer-
26
cício desse poder deve ser aceita sem 
nenhum questionamento, seja de que 
ordem for (PINTO, 2013, p. 67). 
Essas teorias possuem um ponto 
em comum: “a base divina que empres-
tam ao poder” (BONAVIDES, 2018, p. 
161), porém divergem em relação ao 
papel dos governantes na atuação do 
poder, de acordo com as seguintes dou-
trinas: 
1. A doutrina da natureza divina 
dos governantes fundava-se 
nos atributos e caráter de divin-
dade dos titulares de poder, que 
deviam ser objeto de culto e ve-
neração, podendo ser exempli-
ficada nos faraós do Egito, nos 
imperadores romanos ou nos 
príncipes orientais; 
2. A doutrina da investidura divina 
dos reis, essencialmente cristã, 
exigia a ingerência dos papas, 
os quais outorgavam aos mo-
narcas a condição de delegados 
diretos e imediatos de Deus, 
isto é, agentes executores de 
sua vontade;
3. A doutrina da investidura pro-
videncial ou teoria ortodoxa da 
Igreja se lastreia na submissão 
ao bem comum, de acordo com 
a concepção teológica católi-
ca. Tomás de Aquino, ao elu-
cidar o princípio do poder di-
vino, enunciado pelo apóstolo 
Paulo, demonstrou a exigência 
do bem comum, que seria um 
reflexo da autoridade divina, 
como substrato da forma de 
aquisição e de atuação do prín-
cipe em relação ao poder (SOA-
RES, 2011, p. 101). 
Já as teorias democráticas admi-
tem
[...] uma racionalização do poder, quer 
no que se refira à sua origem, quer no 
que diga respeito ao seu exercício. A ló-
gica é simples. Quanto mais racional for 
a teoria que procura explicar o poder, 
sua origem e exercício, mais adequada 
e aceitável se torna a realidade e, por-
tanto, mais fáceis e tranquilos se tornam 
o exercício do poder e sua manutenção 
(PINTO, 2013, p. 67).
Essas teorias são diferentes em re-
lação “aos efeitos da faculdade de par-
ticipação política do eleitorado” (BONA-
VIDES, 2018, p. 167), pois, na doutrina 
da soberania nacional, “tal participação 
é limitada, circunscrita àqueles que a 
nação investir na escolha de seus go-
vernantes” (SOARES, 2011, p. 110). Na 
doutrina da soberania popular, “há a 
busca da universalização da participa-
ção popular, ao atribuir ao cidadão os 
direitos políticos que lhe cabem por ser 
portador ou titular de uma parcela da 
soberania” (SOARES, 2011, p. 110), ou 
seja,
A doutrina da soberania nacional preco-
niza que a capacidade suprema de domi-
nação pertence à nação, enquanto pes-
soa moral, distinta dos indivíduos que a 
compõem. Este tipo de soberania, indi-
visível e inalienável, manifesta-se pelos 
representantes eleitos que atuam livre-
mente, não se vinculando aos grupos ou 
indivíduos, mas a toda nação. A doutrina 
da soberania popular concebe a titulari-
27
dade da soberania como pertencendo a todos os componentes do povo, ao atribuir a cada 
cidadão uma parcela do poder soberano (SOARES, 2011, p. 109).
LIMITAÇÕES
A soberania é limitada pelos:
1. Princípios de direito natural; 
2. Pelo direito grupal, isto é, pelos direitos dos grupos particulares que com-
põem o Estado;
3. Imperativos da coexistência pacífica dos povos na órbita internacional” (MA-
LUF, 1998, p. 51), revelando
1. Porque o Estado é apenas instrumento de coordenação do direito, e porque 
o direito positivo, que do Estado emana, só encontra legitimidade quando se 
conforma com as leis eternas e imutáveis da natureza. Como afirmou São To-
más de Aquino, uma lei humana não é verdadeiramente lei senão enquanto 
deriva da lei natural; se, em certo ponto, se afasta da lei natural, não é mais 
lei e sim uma violação da lei. E acrescenta que nem mesmo Deus pode alte-
rar a lei natural sem alterar a matéria; 
2. Porque sendo o fim do Estado a segurança do bem comum, compete-lhe co-
ordenar a atividade e respeitar a natureza de cada um dos grupos menores 
que integram a sociedade civil. A família, a escola, a corporação econômica 
ou sindicato profissional, o município ou a comuna e a igreja são grupos in-
termediários entre o indivíduo e o Estado, alguns anteriores ao Estado, como 
é a família, todos eles com sua finalidade própria e um direito natural à exis-
tência e aos meios necessários para a realização dos seus fins e 
3. Notadamente no plano internacional, a soberania é limitada pelos imperati-
vos da coexistência de Estados soberanos, não podendo invadir a esfera de 
ação das outras soberanias [...]. Atualmente, as nações integram uma ordem 
continental, e, dentro dessa ordem superior, o poder de autodeterminação 
de cada uma limita-se pelos imperativos da preservação e da sobrevivência 
das demais soberanias. Na ordem internacional, essas limitações decorrem 
das participações dos Estados em organizações internacionais, são justifica-
das pelas necessidades de coexistência pacífica, segurança e desenvolvimen-
to e são alavancadas pela globalização (MALUF, 1998, p. 52 – 53).
29
Por meio da natureza jurídica, há 
o reconhecimento da existência do Es-
tado pelo Direito, ou seja, o Estado é 
reconhecido pela ordem jurídica como 
sujeito de direitos e obrigações1, parti-
cipando, assim, das relações jurídicas, 
sendo seus atos considerados como 
válidos.
A origem e os fundamentos do 
Estado como pessoa jurídica podem 
ser conferidos aos contratualistas, por 
meio da ideia de “coletividade ou povo 
como unidade, dotada de interesses 
diversos dos de cada um de seus com-
ponentes, bem como de uma vontade 
própria, também diversa das vontades 
de seus membros isoladamente consi-
derados” (DALLARI, 2011, p. 123), isto 
é, ocorre a separação entre os direitos 
e deveres de uns e outros.
Posteriormente, várias doutrinas 
foram surgindo a respeito da natureza 
jurídica do Estado, sendo elas: teorias 
ficcionistas e teorias realistas.
As teorias ficcionistas “aceitam a 
ideia do Estado-pessoa jurídica, mas 
como produto de uma convenção, de 
um artifício, que só se justifica por mo-
tivos de conveniência” (DALLARI, 2011, 
1 “Pessoas jurídicas são entidades a quem 
a lei empresta personalidade, isto é, são seres que 
atuam na vida jurídica, com personalidade própria, 
diversa da dos indivíduos que as compõem, capazes de 
serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil. 
Explicando melhor: além das pessoas naturais, o direito 
atribui personalidade jurídica a determinadas entidades 
abstratas, criadas pelo ser humano, possibilitando 
assim que elas possam ter vida negocial independente 
daqueles que as organizaram” (MELO, 2015, p. 81-82).
p. 124). São defensores dessa ideia, se-
gundo Dallari, Saving e Hans Kelsen. 
Para o Saving a “personalidade ju-
rídica é concebida como ficção [...] em-
bora dotados de personalidade jurídica 
própria, que não se confunde com a de 
seus componentes, as pessoas jurídi-
cas são sujeitos artificiais, criados pela 
lei” (DALLARI, 2011, p. 123 – 124). Por-
tanto, para Saving, o Estado faz parte 
das pessoas jurídicas, sendo sua perso-
nalidade resultado da ficção.
Já na concepção normativista de 
Hans Kelsen, o “Estado é também do-
tado de personalidade jurídica, mas é 
igualmente um sujeito artificial, enten-
dendo Kelsen que o Estado é a perso-
nificação da ordem jurídica” (DALLARI, 
2011, p. 124). Assim, “essa posição é 
coerente com sua concepção de um 
direito puro, que afirma ser a norma a 
única realidade jurídica, não havendo 
como sustentar, dentro dessa perspec-
tiva, que possa existir uma pessoa jurí-
dica real” (DALLARI, 2011, p. 124).
Com relação às teorias realistas, 
a personalidade jurídica é uma reali-
dade e, por isso,defendem um orga-
nicismo físico, ou seja, “pretenderam 
ver o Estado como organismo físico, 
sustentando o chamado organicis-
mo biológico, comparando o Estado a 
uma pessoa grande e explicando des-
sa forma sua personalidade” (DALLARI, 
2011, p. 124). De acordo com Dallari, 
são favoráveis a esse pensamento Ger-
NATUREZA JURÍDICA
DO ESTADO
30
ber e Jellinek .
Geber admite que o Estado é “um 
organismo moral [...] existente por si e 
não como simples criação conceitual 
[...]. O Estado-pessoa jurídica é um or-
ganismo, e através de órgãos próprios 
atua sua vontade. Esta se forma por 
meio de pessoas físicas que agem como 
órgãos do Estado” (DALLARI, 2011, p. 
125).
Para Jellinek se o Estado “é uma 
unidade coletiva, uma associação, e 
esta unidade não é uma ficção, mas 
uma forma necessária de síntese de 
nossa consciência [...], então tais uni-
dades coletivas não são capazes de ad-
quirir subjetividade jurídica que os in-
divíduos humanos” (GEORG JELLINEK, 
1954, Apud DALLARI, 2011, p. 125).
Entretanto, de acordo com Dalla-
ri, existem doutrinadores que negam a 
personalidade jurídica do Estado, tais 
como Max Seydel e Duguit. Max Seydel 
aduz que o Estado “não é unidade, nem 
organismo, nem todo vivo, nem sujeito 
de direitos, mas, tão-só, homens, ou, 
quando muito, terra e gente dominada 
por uma vontade superior” (DALLARI, 
2011, p. 126).
Perfilhando a mesma ideia, Duguit 
entende o Estado “apenas como uma 
relação de subordinação, entre os que 
mandam e os que são mandados, ou, 
então, como uma cooperação de ser-
viços públicos organizados e dirigidos 
pelos governantes” (DALLARI, 2011, p. 
126).
Em que pesem as teorias que admi-
tem a personalidade jurídica do Estado 
(teorias ficcionistas e teorias realistas) 
e as que negam a personalidade jurídi-
ca do Estado, fato é que não há porque 
se deva recusar a personalidade do Es-
tado, pois 
[...] se, de um lado, é inevitável que o Es-
tado se torne titular de direitos que ele 
próprio cria por meio de seus órgãos, há, 
de outro, a possibilidade de que os cida-
dãos possam fazer valer contra ele suas 
pretensões jurídicas, o que só é concebí-
vel numa relação entre pessoas jurídicas 
(DALLARI, 2011, p. 17).
31
A partir da Antiguidade, houve a 
preocupação do homem em unir as 
diferentes formas de sociedade em 
variados tipos, como foi, por exemplo, 
demonstrado na Unidade I, com Aristó-
teles. Ocorre que isso não é fácil, tendo 
em vista as várias facetas que o exer-
cício do poder pode assumir, ou seja, 
“conforme a feição por ele assumida, 
dará lugar a uma forma corresponden-
te de organização política” (BASTOS, 
2002, p. 125).
Assim, os regimes de governo, por 
revelarem a forma verdadeira de es-
truturação do poder, podem ser dividi-
dos, como veremos, em: monocracia, 
oligarquia, democracia, tirania e dita-
dura.
A monocracia se caracteriza por 
[...] significar o governo de uma só pes-
soa, reunindo em suas mãos poderes 
absolutos. As monocracias apresentam 
duas variantes: a monarquia absolu-
ta e a ditadura. Ambas se caracterizam 
pelo fato de o governante não dispensar 
muita atenção aos outros órgãos esta-
tais, cujas vontades deverão sempre ce-
der ao conflitarem com a sua (BASTOS, 
2002, p. 127).
Na oligarquia, o governo é “exer-
cido por uma classe dirigente. É dizer 
um grupo de pessoas. [...]. Basta, tão-
-somente, que haja uma casta ou uma 
classe que tenha avocado para si o 
exercício do poder com exclusão dos 
demais” (BASTOS, 2002, p. 129).
Por democracia, compreende-se 
“um processo de convivência social em 
que o poder emana do povo, há de ser 
exercido, direta ou indiretamente, pelo 
povo em proveito do povo” (SILVA, 
2016, p. 128). Insta salientarmos que, 
doutrinariamente, existem três manei-
ras de expressão do regime democráti-
co, a saber: a democracia direta, a de-
mocracia indireta ou representativa e a 
democracia semidireta ou mista.
Na democracia direta, “o povo di-
PRINCIPAIS REGIMES 
DE GOVERNO
32
retamente exerce o poder soberano e, 
portanto, as atividades de administra-
ção do Estado” (PINTO, 2013, p. 168). 
Essa era a forma de democracia na 
Grécia Antiga, “onde o povo debatida e 
decidida questões importantes da Po-
lis em assembleias realizadas em praça 
pública. Atualmente, esse tipo de de-
mocracia só é praticado em pequenos 
cantões da Suíça, onde os cidadãos se 
reúnem para votar as questões políti-
cas” (MARUM, 2018, p. 1).
Já na democracia indireta ou re-
presentativa, “[...] o povo exerce as 
funções soberanas de administração 
do Estado através de representantes 
eleitos em mandatos com prazo prees-
tabelecido. Preservadas, portanto, as 
características da República, vale dizer, 
eletividade e temporariedade” (PINTO, 
2013, p. 168).
E, por fim, na democracia mista ou 
semidireta, 
[...] o povo em regra exerce o poder 
soberano de administração do Estado 
através de representantes eleitos para 
mandatos de prazo certo (democracia 
indireta ou representativa), entretanto, 
o sistema reserva a possibilidade de o 
povo, exercendo diretamente seu poder 
soberano, participar efetivamente das 
decisões administrativas do Estado (PIN-
TO, 2013, p. 168). 
Nessa democracia, existem alguns 
instrumentos que permitem o exercício 
de poder soberano por parte do povo: 
a) o plebiscito; b) o referendo; c) a ini-
ciativa popular; d) o veto popular; e) o 
recall, sendo que
a) O plebiscito1 é um instrumento 
de consulta popular em que determi-
nada decisão é submetida à vontade 
da nação. É a própria nação que decide 
diretamente o que entende por melhor 
para o Estado; b) O referendo2, do mes-
1 “Assim ocorreu, por exemplo, em abril 
de 1993 no Brasil. Conforme comando do art. 3º do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,18 
regulamentado pela Lei n.º 8.624, de fevereiro de 1993, 
fomos chamados às urnas para decidir se desejávamos 
a monarquia ou a república, o parlamentarismo ou o 
presidencialismo. Efetivamente, decidimos continuar 
na forma republicana de governo e preservar o sistema 
presidencialista” (PINTO, 2013, p. 169).
33
mo modo, é uma consulta popular que 
reflete uma participação efetiva do povo 
nas atividades ou funções soberanas do 
Estado. Difere-se do plebiscito porque, 
neste, o povo é chamado a decidir, en-
quanto no referendo o povo acata – ou 
não – uma decisão soberana anterior-
mente tomada. Daí que tradicional-
mente na cédula do referendo constem 
as opções sim e não; c) A iniciativa po-
pular constitui3, da mesma forma, um 
instrumento de participação efetiva do 
cidadão integrante do corpo social na 
atividade legislativa [...]. Assim, o povo 
pode propor projetos de lei para a ela-
boração de novos mandamentos legais 
ou mesmo alterar aqueles já existentes; 
d) O veto popular4 significa que o cida-
dão pode vetar qualquer projeto de lei, 
mesmo que este tenha passado por to-
das as suas fases do processo legislati-
vo e e) O recall5 significa que qualquer 
decisão judicial, até da Suprema Corte, 
pode ser anulada pelo voto popular 
(PINTO, 2013, p. 169 – 170).
A título de informação, o Brasil, de 
acordo com o Artigo 1º, parágrafo úni-
co, da Carta Magna de 1988, admite a 
soberania popular6 que será exercida 
3 “Alguns exemplos se tornaram famosos no 
Brasil, até mesmo por envolver meios de comunicação. A 
Lei n.º 8.072/90 foi alterada em 1994, através de iniciativa 
popular, a primeira da história do Brasil. Encabeçada 
pela novelista Glória Perez, depois do assassinato de sua 
filha Daniela Perez, o objetivo da alteração era incluir o 
homicídio qualificado como crime hediondo, regulado 
pela referida legislação” (PINTO, 2013, p. 170).
4 “[...] não é utilizado no sistema nacional, 
entretanto, também constitui valioso instrumento de 
participação democrática nas atividades soberanas do 
Estado” (PINTO, 2013, p. 170).
5 “[...] existente no sistema americano, da 
mesma maneira, vem a constituir um valioso instrumento 
da democracia semidireta” (PINTO, 2013, p. 170).
6 “Art. 1º A República Federativa do Brasil, 
formadapela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
pelo sufrágio universal e pelo voto di-
reto e secreto, com igual valor para to-
dos, por meio do plebiscito, referendo 
e iniciativa popular, conforme o Art. 14, 
incisos I, II e III7. Assim, depreendemos 
que o Brasil adotou, como regime de 
governo, a democracia mista ou semi-
direta.
A tirania é entendida como sendo 
 [...] um governo que não respeita os 
princípios constitucionais e, portanto, 
também não respeita os direitos indivi-
duais. O povo dela não participa, ficando 
à margem das decisões políticas. Carac-
teriza-se ainda, por ser um governo em 
que vigora o princípio da hereditarieda-
de e por constituir-se à margem da lega-
lidade. A tirania surge geralmente quan-
do o Estado passa por algum tipo de crise 
em seu sistema de governo. Em última 
análise, a tirania é oriunda dos anseios 
de uma burguesia ascendente em detri-
mento das massas e, evidentemente, da 
ousadia de indivíduos sedentos por po-
der e decididos a tudo para triunfar. Na 
tirania o poder encontra-se concentrado 
nas mãos de uma só pessoa que dele dis-
põe como bem aprouver (BASTOS, 2002, 
p. 141 – 142).
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: [...]. Parágrafo 
único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição” (BRASIL, 2018, p. 1).
34
E, finalizando, a ditadura se caracteriza como 
[...] o poder extraconstitucional, que normalmente ocorre por golpe de Estado. É entendida 
como o governo de um só ou de um grupo de pessoas, partido político, que tomam o poder 
e passam a exercê-lo sem limites. A finalidade essencial da ditadura é fazer com que seja pos-
sível uma autuação política ao mesmo tempo rápida e rigorosa, por meio da transferência de 
todo poder a um único governante, o qual terá como missão superar determinada crise po-
lítica, seja ela externa ou interna. Na ditadura parte-se do pressuposto que uma pessoa teria 
mais condições de resolver e superar tal situação do que um órgão colegiado, que é formado 
por uma multiplicidade de opiniões. Normalmente o povo permanece à margem da vida polí-
tica. A ditadura, pela sua feição autoritária e centralizadora do poder executivo, suprime todas 
as liberdades individuais e acaba por deixar também os demais poderes em sua dependência 
(BASTOS, 2002, p. 142 – 143).
Insta lembramos de que tivemos no Brasil um período ditatorial (1964–1985) 
que deixou chagas incuráveis em nossa memória e influenciou decisivamente na 
evolução histórica do Estado brasileiro, configurando nosso atual cenário político.
REFERÊNCIAS
ACQUAVIVA, Marcos Cláudio. Teoria Geral do Estado. Barueri, SP: Manole, 2010.
ACNUR� Disponível em: <http://www.acnur.org/portugues/quem-ajudamos/apatri-
das/o-que-e-a-apatridia/>. Acesso em: 24 fev. 2014.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. São Paulo: Sa-
raiva, 2002. 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. Disponível em: <http://unifra.br/professores/ 
14104/Paulo%20Bonavides-Ciencia%20Politica%5B1%5D.pdf>. Acesso em: 14 jan. 
2018.
BORGES, Antonio Carlos Pontes. Direito Comunitário Europeu. Disponível em: 
<http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=13609>. Acesso em: 09 fev. 2018.
BRASIL. Constituição Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil 
_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 01 fev. 2018.
CAETANO, Marcelo. Manual de Ciência Política e Direito Constitucional. Coimbra: 
Coimbra Editora, 1963.
CERQUEIRA, Cézar Augusto; GIVISIEZ, Gustavo Henrique Naves. Conceitos básicos 
de Demografia. Disponível em: <www.abep.org.br/publicacoes/index.php/livros/ 
article/download/150/148>. Acesso em: 23 jan. 2018.
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO. Disponível em: <https://pt.sli-
deshare.net/justinonyno/cincia-poltica-e-teoria-geral-do-estado>. Acesso em: 09 
fev. 2018.
CUNHA, Alexandre Sanches. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2013.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 
2011.
________. Direitos Humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Po-
lêmica).
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
DIREITO DA INTEGRAÇÃO E DIREITO COMUNITÁRIO (OU DIREITO DA UNIÃO). Dis-
ponível em: <https://diegomachado2.jusbrasil.com.br/artigos/121933200/ esque-
ma-para-estudo-direito-comunitario-carreiras-trabalhistas-trt-e-mpt>. Acesso em: 
07 fev. 2018.
FABRIZ, Daury Cesar Fabriz; FERREIRA, Cláudio Fernandes. Teoria Geral dos Elemen-
tos Constitutivos do Estado. Disponível em: <https://www.direito.ufmg.br/ revista/
index.php/revista/article/view/1192/1125>. Acesso em: 22 jan. 2018.
FARAH, Elias. Cidadania. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001.
FILOMENO, José Geraldo Brito. Teoria Geral do Estado e da Constituição. Rio de 
Janeiro: Forense, 2016.
FUNARI, Pedro Paulo. A cidadania entre os romanos. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Car-
la Bassanezi (Org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.
FURLAN, Fernando de Magalhães. Integração e soberania: o Brasil e o Mercosul. 
São Paulo: Aduaneiras, 2004 Apud NOGUEIRA Y ROCHA, Rândala Maria de Morais. 
Soberania e Supranacionalidade. Disponível em: <https://revistajuridica.presiden-
cia. gov.br/index.php/saj/issue/download/45/117>. Acesso em: 07 fev. 2018.
GARABELLI, Carlos Alberto González. Procesos de integración Mercosur solución 
de controvérsias. Asunción: G.F. Informática & Impresiones, 2004 Apud NOGUEI-
RA Y ROCHA, Rândala Maria de Morais. Soberania e Supranacionalidade. Disponí-
vel em: <https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/issue/downlo-
ad/45/117>. Acesso em: 07 fev. 2018.
GARCIA, Maria. Desobediência civil: direito fundamental. São Paulo: RT, 1998.
GEORGE JELLINEK. Teoría General Del Estado. Buenos Aires: Ed. Albatroz, 1954 
Apud DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: 
Saraiva, 2011.
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo, 1998.
MARUM. Democracia direta, semidireta e representativa. Disponível em: <http://
professormarum.blogspot.com.br/2010/08/resumo-20-democracia-direta-semidi-
reta.html>. Acesso em: 13 fev. 2018.
MELO, Nehemias Domingos de. Lições de direito civil: teoria geral: para concursos, 
exame da Ordem e graduação em direito. São Paulo: Atlas, 2015.
NOGUEIRA Y ROCHA, Rândala Maria de Morais. Soberania e Supranacionalidade. 
Disponível em: <https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/issue/
download/ 45/117>. Acesso em 07 fev. 2018.
PINTO, Kleber Couto. Curso de Teoria Geral do Estado: Fundamento do direito cons-
titucional positivo. São Paulo: Atlas, 2013.
PONTES DE MIRANDA. Tratado de Direito Internacional Privado. Rio de Janeiro: 
José Olympio, 1935.
SCALOPPE, Luiz Alberto Esteves. Política e Direito: Ciência Política com Teoria Geral 
do Estado. Cuiabá: KCm Editora, 2012.
SIQUEIRA JR., Paulo Hamilton. Direitos humanos: liberdades públicas e cidadania. 
São Paulo: Saraiva, 2016.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malhei-
ros, 2016.
SOARES, Mário Lúcio Quintão. Teoria do Estado: novos paradigmas em face da glo-
balização. São Paulo: Atlas, 2011.
TOLFO, Andreia Cadore. Direitos Humanos e a Construção da Cidadania. Disponível 
em: <http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_017/artigos/pdf/Artigo_03.
pdf>. Acesso em: 03 fev. 2018.
INDICAÇÃO DE LEITURA
ALVES, Rodrigo Vitorino Souza. Evolução da Concepção de Cidadania. Disponível em: 
<www.seer.ufu.br/index.php/horizontecientifico/article/download/4167/3113>. 
Acesso em: 03 fev. 2018.
ARRELIAS, Francisco. Direito Constitucional: da nacionalidade. Disponível em: 
<www.ceap.br/material/MAT16112009180838.ppt>. Acesso em: 02 fev. 2018.
BEÇAK, Rubens. A Soberania, o Estado e sua Conceituação. Disponível em: <http://
www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67988/70845>. Acesso em: 07 fev. 
2018.
DALLARI, Dalmode Abreu. Direitos Humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 
2004. (Coleção Polêmica).
FABRIZ, Daury Cesar Fabriz; FERREIRA, Cláudio Fernandes. Teoria Geral dos Elemen-
tos Constitutivos do Estado. Disponível em: <https://www.direito.ufmg.br/ revista/
index.php/revista/article/view/1192/1125>. Acesso em: 22 jan. 2018.
LOPES, Juliano Alves. Estado e soberania na perspectiva da integração regional. 
Disponível em: <revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fadir/article/downlo-
ad/907 7/6345>. Acesso em: 09 fev. 2018.
MACEDO. Paulo Sérgio Novais de. Democracia participativa na Constituição Bra-
sileira. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/45/178/ril_v45_ 
n178_p181.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2018.
PEREIRA, Luisa Rauter. Uma história do conceito político de povo no Brasil: Revo-
lução e historicização da linguagem política. Disponível em: <http://www.snh2011. 
anpuh.org/resources/anais/14/1300644937_ARQUIVO_textoANPUH2011.pdf>. 
Acesso em: 22 jan. 2018.
SERRAGLIO, Priscila Zilli; BORTOLOTI, José Carlos Kraemer. A nacionalidade como 
dimensão pessoal do Estado e o seu enquadramento como norma constitucional 
brasileira. Disponível em: <https://www.imed.edu.br/Uploads/josecarlosbortolo-
ti3(%C 3%A1rea%203).pdf>. Acesso em: 22 jan. 2018.
SIQUEIRA, Lígia Airemoraes; LOPES, Marcelo Leandro Pereira. Evolução Histórica 
dos Conceitos de Cidadania e Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.mo-
bilizadores.org.br/wp-content/uploads/2014/07/Evolucao-Historica-dos-Concei-
tos-de-Cidadania-e-Direitos-Humanos.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2018.
	unidade iII
	povo
	Nação
	Nacionalidade
	Cidadania
	Território
	Conceito
	Princípio da Territorialidade
	Limites Territoriais 
	poder soberano
	Conceito de soberania
	Características da soberania
	Teorias justificadoras 
	Limitações
	Natureza Jurídica
	Principais Regimes

Continue navegando