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PSC2023A_ 1.2 Técnicas de levantamento das condições de vida e de saúde da população

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Página inicial / Meus cursos / PSC2023A / 1 Coleta de informações, formas de levantamento e fatores de risco social
/ 1.2 Técnicas de levantamento das condições de vida e de saúde da população
Planejamento em Saúde Coletiva - Turma 2023A
1.2 Técnicas de levantamento das condições de vida e de saúde da população
Antes de falarmos sobre uma das etapas do trabalho do profissional, o qual é fundamental para a melhoria das condições de vida das pessoas e para
o registro e comunicação dos dados às autoridades competentes através do SIAB, consideramos importante abordar a composição da equipe de
saúde. Como já afirmamos, o trabalho na atenção primária é um trabalho coletivo, no qual todos os membros da equipe de saúde são extremamente
importantes para o êxito do trabalho. Sabe-se que a atenção básica ou primária tem condições de resolver 85% dos problemas de saúde. Isso se a
equipe funcionar efetivamente com a atuação de todos os atores envolvidos nas ações educativas e preventivas de forma contínua. Se as metas
elaboradas forem alcançadas, os demais níveis de atenção (média e alta complexidade) reduzirão a demanda financeira e assistencial, melhorando a
qualidade de vida e de atendimento.
"Sabe-se, hoje, que as ações educativas e de prevenção, aliadas aos atendimentos mais frequentes, considerados ações da atenção
básica ampliada, resolvem 85% dos problemas de saúde da população. Isso significa que o investimento na atenção básica previne o
adoecimento e/ou o agravamento das doenças. Assim, a qualidade de vida da população melhora e tende a diminuir os gastos com
procedimentos de média e alta complexidade. Como consequência desse processo, evidenciam-se: redução dos índices de
mortalidade infantil, diminuição do número de mortes por doenças de cura simples e conhecida, bem como a diminuição das filas nos
hospitais das redes públicas e conveniadas com o SUS." (BELISÁRIO, 2001, p. 194).
Ainda segundo Belisário (2001), cada equipe deve atender a uma área com, no máximo, 4.500 habitantes, sendo que cada profissional de saúde
deverá ser responsável por aproximadamente 575 pessoas. As EAB são compostas normalmente por um médico, um enfermeiro, um técnico de
enfermagem e profissionais de saúde (4 a 6 profissionais). Toda a equipe precisa conhecer a situação de todo território de abrangência, para isso, é
necessário o levantamento de informações que identifiquem problemas reais que afligem as famílias da área correspondente para a tomada de
decisões que possam sanar essas. Para que haja o sucesso das ações, todas as informações deverão ser ponderadas, identificando e analisando
soluções para os problemas. Dessa forma, nenhum elemento será subestimado ou omitido.
Belisário (2001, p. 194) estabelece critérios para o recrutamento de profissionais de saúde, conforme descrito na citação a seguir:
"Os profissionais são moradores da própria área de atuação. Eles recebem treinamento e são supervisionados por um
instrutor/supervisor. A visita domiciliar é seu principal instrumento de trabalho. Cada profissional vai pelo menos uma vez por mês a
cada casa localizada em sua área de atuação. Eles fazem a ligação entre as famílias e o serviço de saúde[...]" (BELISÁRIO, 2001, p.
194).
Esse critério é muito importante, pois estar junto da população, morando no mesmo território, possibilita ao profissional a aquisição de uma
proximidade com os moradores, gerando vínculo mais amistoso e uma relação de confiança, favorecendo na atuação desse profissional, uma vez
que terá as portas dos lares abertas para conhecer a situação e condições em que vivem as famílias, promovendo o acesso dessas aos serviços que
irão atender às suas necessidades. Belisário pontua, também, a importância de ser morador no mesmo território, pois auxilia na logística das visitas,
uma vez que esse procedimento deve ser feito ao menos uma vez por mês. O Ministério da Saúde define, através da portaria nº 1.886 de dezembro
de 1997, os requisitos para atuar como profissional, conforme descreve-se a seguir:
São considerados requisitos para o profissional ser morador da área onde exercerá suas atividades há pelo menos dois anos, saber ler e escrever, ser
maior de dezoito anos e ter disponibilidade de tempo integral para exercer suas atividades. O profissional de saúde deve desenvolver atividades de
prevenção das doenças e promoção da saúde através de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na
comunidade sob supervisão e acompanhamento do enfermeiro instrutor-supervisor lotado na unidade básica de saúde da sua referência.
O trabalho de campo, na coleta das informações, será realizado mensalmente pelos profissionais de saúde. É muito importante que esses
profissionais criem vínculo amistoso com as famílias para que conheçam mais de perto a realidade e as necessidades de todos, assim como as
condições sócio sanitárias do território onde atua. Através desse trabalho é que os gestores terão oportunidade de conhecer a situação dos
indivíduos, elaborando, formulando e implementando ações para responder às necessidades.
É importante enfatizarmos a forma de abordagem da comunidade. O respeito e a ética devem ser princípios adotados por todos os profissionais que
atuam nas equipes de saúde, a começar pelos profissionais, os quais farão o primeiro contato com a população e terão, frequentemente, que visitar
essas famílias entrando em suas casas, em suas intimidades. A ausência da postura adequada pode dificultar todo o trabalho. Se o indivíduo tiver
seus problemas expostos publicamente, o mesmo poderá se sentir humilhado, desamparado, comprometendo ainda mais as questões que o aflige.
Para obtenção de um diagnóstico local, os profissionais envolvidos deverão realizar, segundo Belisário (2001, p. 194-195), ações que colaborem para
as condições de vida da população – “cadastramento, mapeamento, identificar as microáreas de risco e realizar ações coletivas” – e que envolvam
toda a comunidade. Vejamos separadamente cada um desses aspectos.
Cadastramento: é realizado segundo o fluxo estudado na página anterior. Primeiramente, são preenchidas as fichas com os dados referentes a
cada indivíduo de uma família e a situação de saúde de cada um, bem como as condições de moradia, educação, sanitária, segurança etc.
https://aprendamais.mec.gov.br/
https://aprendamais.mec.gov.br/course/view.php?id=341
https://aprendamais.mec.gov.br/course/view.php?id=341#section-1
https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=23178
Posteriormente, esses dados serão consolidados e lançados no SIAB. O cadastramento é um aspecto muito importante, pois é nesse momento
que os profissionais de saúde terão acesso à quantidade de moradores, condições em que vivem e suas reais necessidades;
Mapeamento: nessa etapa, há a importância de identificar os pontos mais fortes e os mais fracos do território, como pontos de referências
positivas e negativas. Quando falamos em pontos fortes e fracos, referimos, de forma mais ampla, às questões como, por exemplo, ausência ou
insuficiência de saneamento (ponto fraco) ou algum projeto social voltado à ocupação dos adolescentes (ponto forte). Fazemos referência a
serviços que ainda não foram implantados ou que são precários, numa perspectiva de ponto fraco; ou aqueles que surtem bons resultados e que
funcionam com efetividade, como ponto forte em uma comunidade. Já os pontos de referência são aqueles que todos, ou quase todos, os
habitantes de um território têm o conhecimento e usam como referencial, igrejas, escolas e farmácias numa percepção positiva e matagal,
ausência de iluminação pública em algum ponto da região, presídios, ponto de venda de drogas, entre outros pontos que possam gerar algum
dano ou risco à população daquela comunidade como sendo pontos de referências negativas. Ainda, a identificação das microáreas de risco pode
auxiliar na identificação dos pontos negativos;
Identificação das microáreas de risco: deverão ser levantadas/mapeadas e registradas todas as áreas que coloquem em risco à saúdee
segurança da população, como matagal, ausência de tratamento de esgoto e de coleta de lixo, pontos mais violentos etc. Essas microáreas serão
levantadas a partir dos indicadores, os quais estudaremos mais adiante;
Ações coletivas: nessa etapa, os profissionais promoverão reuniões com a comunidade, com as associações, com os grupos das igrejas e/ou
com outros grupos que primem valores ou necessitem de acompanhamento mais de perto, como as gestantes, portadores de doenças crônicas,
adolescentes, crianças, idosos, pais e mães. Podendo utilizar até mesmo dos pontos de referências positivas, as edificações públicas como
escolas e igrejas, no horário de funcionamento, para favorecer as mobilizações. A promoção dessas reuniões é uma forma de agregar à
comunidade e a todas as famílias que estarão envolvidas, pois serão convidadas a estarem discutindo a realidade de seu território, formas de
recuperar e prevenir agravos na saúde e elaborando ações que visem sanar as prioridades.
Essas ações realizadas pelos profissionais de saúde aproximam o usuário do sistema. Entretanto, cada profissional que compõe a equipe
desempenha funções de igual relevância, pois visam bons resultados como resposta ao trabalho para melhoria da saúde individual e coletiva de
todos que habitam no território onde atuam.
Referências:
BELISÁRIO, Soraya Almeida (Org.). Gestão Municipal de Saúde: textos básicos . Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2001. cap. 7. p. 193-200.
BRASIL. PORTARIA Nº 1.886, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1997. Ministério da Saúde. Programa de Agentes Comunitários de Saúde da Família:
PACS/PSF.
Este material foi baseado em:
NASSAU, Kérlia. Planejamento em Saúde Coletiva e Construção de Redes Comunitárias para a Promoção da Saúde. Instituto Federal do Norte de
Minas Gerais/Rede e-Tec Brasil, Montes Claros: 2015.
Última atualização: quinta, 11 mai 2023, 16:50
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https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=23179&forceview=1
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